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CONDIÇÕES MARGINAIS PARA SISTEMAS ELETROPNEUMÁTICOS

CONDIÇÕES MARGINAIS EM SISTEMAS ELETROPNEUMÁTICOS (em avaliação)

Partida, parada, ciclo único e ciclo contínuo


Circuitos que incluem no sistema eletropneumático às opções por ciclo único ou contínuo
são apresentas a seguir. Nos exemplos, são implementadas soluções empregando válvulas com
simples e duplo solenóide.
1A 1S1 1S2 +
1S2 13 23
K1 K2
14 24
0S1 0S2

Y1 Y2

1S1

A1 A1
K1 K2 Y1 Y2
A2 A2
-

Figura 1 – Aplicação das condições marginais ciclo único e contínuo em circuitos eletropneumáticos.
1A 1S1 1S2
+
13
K1 K1
14
0S1 0S2

Y1
1S1

1S2

A1
K1 Y1
A2
-
Figura 2 – Aplicação das condições marginais ciclo único e contínuo em circuitos eletropneumáticos.

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Observa-se na Figura 2 que a única diferença entre os botões de acionamento é a que um


deles contém trava de retenção. Este princípio é o princípio de solução mais simples utilizado em
sistemas pneumáticos e eletropneumáticos.
Uma solução mais interessante utiliza somente botões sem trava para a realização das
condições de ciclo único ou contínuo. Neste caso, a possibilidade de ocorrência de contra-sinais é
eliminada. Da mesma forma, não é necessário o destravamento do botão de acionamento (ou de
parada), aumentando a confiabilidade do processo. Duas formas de implementação empregando
válvulas de simples e duplo solenóide, com este tipo de circuito são mostradas a seguir.
1A 1S1 1S2 +

ciclo contínuo
ciclo único
1S2 13 23
K3 K3 K1 K2
14 24
0S1 0S2

Y1 Y2
1S1 stop 0S3

A1 A1 A1
K1 K2 K3 Y1 Y2
A2 A2 A2
-

Figura 3 – Aplicação das condições marginais ciclo único e contínuo em circuitos eletropneumáticos.
1A 1S1 1S2 +
ciclo contínuo
ciclo único

1S2 13
K3 K1 K3 K1
14
0S1 0S2

Y1

1S1 stop 0S3

K2

A1 A1 A1
K1 K2 K3 Y1
A2 A2 A2
-
Figura 4 – Aplicação das condições marginais ciclo único e contínuo em circuitos eletropneumáticos.
Usualmente, anteriormente ao início do funcionamento, deseja-se selecionar a forma de
operação do processo seqüencial em ciclo único ou ciclo contínuo. Quando a opção é por ciclo

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contínuo, somente depois de realizada a seleção, o sistema executa a operação comandada.


Contudo, se for dado o comando de partida sem selecionar a forma de operação, o processo executa
apenas um único ciclo e pára automaticamente.
No circuito apresentado, o qual utiliza válvulas memória, acrescenta-se um relé auxiliar
normalmente aberto K3, o qual efetua a auto-retenção na opção por ciclo contínuo.

ciclo contínuo
1S2
K3 K1 K4 K1 K4 K2
partida 0S2
0S1

stop 0S3 1S1


K3

A1 A1 A1 A1
K1 K2 K3 K4 Y1 Y2
A2 A2 A2 A2
-

Figura 5 – Condição marginal para ciclo único ou contínuo com opção pela seleção da forma de trabalho
antes da partida do processo.
No próximo circuito, a mesma condição marginal é implementada porém, empregando
válvulas de simples solenóide com retorno por mola para comando de um atuador pneumático de
dupla ação.

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+24V 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

CONT. K1 K1 K4 K3 K4 K5 K5
STOP PARTIDA

K3
1S1
K2

K2 1S2

K1 K2 K3 K4 K5 Y1

0V

2 1 5 6 9
5 5 7 8 10

Figura 6 – Condição marginal para ciclo único ou contínuo com opção pela seleção da forma de trabalho
antes da partida do processo.
Além das condições acima solicitadas, ainda são encontradas exigências tais que somente
depois de feita a opção por ciclo único ou contínuo, pode-se comandar a partida do processo. Neste
caso, uma função E é estabelecida de modo que se for dado o comando de partida sem a seleção do
modo de operação, o sistema permanece inoperante. Da mesma forma, os botões de seleção não
comandam o início da operação, sendo empregados somente para o propósito de seleção da forma
de trabalho. O circuito elétrico apresentado ilustra este tipo de implementação, empregando uma
válvula de simples solenóide 1V1.
+24V 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

CONT. K1 K1 K5 K2 K5 K6 K7 K7
UNICO K2 STOP PARTIDA K6

K4
K4

1S1
K3 K4

K3 1S2

1S2

K1 K2 K3 K4 K5 K6
K7 Y1
0V

2 4 1 3 7 8 10 14
7 9 7 9 12 13 15

Figura 7 – Circuito eletropneumático referente às condições marginais de ciclo único e contínuo utilizando
uma válvula com simples solenóide

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Parada de emergência
Há diversas maneiras de estabelecer as condições de emergência em sistemas de automação.
Independentemente da complexidade do projeto, os casos apresentados podem ser individualmente
implementados, desde que se enquadrem nas condições requeridas de segurança e nas exigências do
projeto em questão.
Para facilitar a compreensão, os exemplos apresentados empregam apenas um atuador
pneumático de dupla ação, podendo este ser comandado por uma válvula de simples ou duplo
solenóide.
No exemplo a seguir, é mostrado um circuito elétrico com desenergização da instalação e
comando automático para retorno do atuador, mediante o acionamento do botão de parada de
emergência PE. A condição de parada de emergência é implementada de duas formas distintas, isto
é, utiliza-se um botão de acionamento abridor para o primeiro caso e um segundo botão do tipo
comutador para o segundo, ambos com trava de retenção.
Quando o comando do atuador é realizado através de uma válvula direcional de simples
solenóide, a desenergização do circuito e, conseqüentemente a do solenóide, produz a comutação da
válvula pela ação da mola de retorno fazendo com que o atuador retorne a sua posição inicial
automaticamente.
+ 11

parada de 0S1
emergência 14
12

partida
1S2
K1 K2

1S1

A1 A1
K1 K2 Y1 Y2
A2 A2
-
Figura 8 – Condição de parada de emergência utilizando uma chave de acionamento tipo comutadora

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+ 0S1 +
0S1 parada de
parada de K3 NA emergência
emergência
botão soco-trava

partida
1S2 partida
K1 K3 K2
K1 K1
NF

1S1
1S1

1S2

A1 A1 A1
K1 K2 K3 Y1 Y2 A1
K1 Y1
A2 A2 A2
A2
-
-
(a) (b)

Figura 9 – Condição de parada de emergência com desenergização da instalação empregando (a) válvula de
duplo solenóide e (b) válvula de simples solenóide e botão do tipo abridor
Os próximos circuitos apresentam uma condição para despressurização do circuito
pneumático quando for dado o comando de parada de emergência. Na Figura 10, observa-se a
inclusão de uma válvula adicional 1V1, a qual é encarregada pela despressurização do sistema.
1S1 1S2
+
emergência

0S1 Emerg. 1A
parada de

1S2

1V2 A B
Y1 Y2
1S1
R S

A 1V1
Y1 Y2 Y3
Y3

- P R
(a)
(b)

Figura 10 – Parada de emergência com despressurização do circuito pneumático: (a) circuito elétrico,
circuito eletropneumático
Similarmente ao exemplo apresentado para sistemas puramente pneumáticos, emprega-se
uma válvula direcional de três posições com centro fechado, se o atuador hidráulico ou pneumático

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operar em posição vertical com atuação de uma carga. Desta forma, quando é dado o comando de
parada de emergência, os solenóides Y1 e Y2 são desenergizados e as vias do cilindro são
bloqueadas impedindo seu deslocamento neste momento. É importante ressaltar que se o elemento
de trabalho for um cilindro pneumático, não haverá exatidão no ponto de parada do cilindro em
função do efeito da compressibilidade do ar. Além disso, se o atuador permanecer parado por um
tempo relativamente longo, provavelmente, em conseqüência de vazamentos através da válvula,
ocorrerá um deslocamento gradual do atuador pela ação da força da gravidade, com exceção de
aplicações que estejam utilizando válvulas estanques, como as válvulas de assento. A Figura 11
ilustra este exemplo de aplicação.
+ 0S1 A1
parada de K3 NA
emergência

partida 4 2 1V1
1S2 Y1 Y2
K1 K2 K1 K2
5 3
1S1
1

K2 K1

A1 A1 A1
K1 K2 K3 Y1 Y2
A2 A2 A2
-

Figura 11 – Comando de emergência utilizando uma válvula de centro fechado


Uma segunda alternativa, utiliza uma válvula direcional de quatro posições com
acionamento por duplo solenóide (Figura 12). Nesta versão, quando os solenóides forem
desenergizados, a válvula assume a posição centro fechado bloqueando todas as vias. A segunda
posição central da válvula é ativada quando ambos os solenóides forem energizados. Com isso,
provoca-se a despressurização do atuador através da ligação das vias do cilindro à atmosfera por
meio das vias de escape da válvula. A Figura 12 mostra esta versão de implementação.

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1S1 1S2 +24V 5 6 10

1A
0S1 K3 K3
2 3 4 7 8 9

4 2 1V1

K3
Y1 Y2 0S2 K1 1S2 K2
5 3
1
K1 K2
1S1
50%

50%

1S2 1S1 K2 K1

K1 K2 K3 Y1 Y2

0V

11 2 9 4 10 6
9 11 7

Figura 12 – Circuito com parada de emergência empregando uma válvula direcional de quatro posições

Comando Manual
O comando manual empregado na eletropneumática (ou eletrohidráulica) obedece aos
mesmos princípios aplicados na pneumática. Como regra geral, quando a opção pelo comando
manual for selecionada, a energia elétrica do circuito encarregado pelo comando de operação
normal é desligada e, através de uma chave seletora, energiza-se a instalação elétrica do circuito
encarregado pelo comando manual. Conseqüentemente, nestas circunstâncias é possível comandar
individualmente (ou coletivamente) cada elemento de atuação sem a interferência do processo
seqüencial automático, visando à realização de inspeções rotineiras, manutenção ou resolução de
problemas gerados durante o funcionamento do sistema.
A Figura 13 e a Figura 14 mostram dois exemplos que incluem a opção pelo funcionamento
automático ou pelo funcionamento na posição manual.

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+24V
1S1 1S2
AUT_MAN 3
2 4

4 2
PARTIDA 1S2 K1 MAN
K2
Y1 Y2
5 3
1
1S1
50%

50%

K1 K2 Y1 Y2
0V

4 5

Figura 13 – Circuitos apresentando a opção por comando manual/ automático do processo (possibilidade 1)
Neste segundo exemplo observa-se a substituição da chave seletora do tipo comutadora
MAN pelas chaves (botões) do tipo fechador (NA) MAN1 e MAN2, viabilizando o comando
individual dos solenóides Y1 e Y2 ou ainda, possibilitando a instalação dos botões de acionamento
em locais distintos a partir dos quais, eles poderão acionar diferentes elementos de trabalho
distanciados uns dos outros, melhorando as condições de visualização do operador.
+24V
1S1 1S2
AUT_MAN 3 5

4 2
PARTIDA 1S2 K1 MAN1
K2 MAN2
Y1 Y2
5 3
1
1S1
50%

50%

K1 K2 Y1 Y2
0V

4 6

Figura 14 – Circuitos apresentando a opção por comando manual/ automático do processo (possibilidade 2)

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Exemplo Resolvido: AUTOMAÇÃO PARCIAL DE UM ESMERILHADOR INTERNO

Descrição do problema:
Em um processo de automação industrial, utiliza-se um cilindro hidro-pneumático 1A de
dupla ação com amortecimento de final de curso para realização da tarefa de esmerilhamento
interno em buchas de mancais rotativos. Um segundo cilindro de simples ação 2A é empregado para
retirar a esmerilhadora do interior da bucha.
Após ser dado o comando de partida, o cilindro hidro-pneumático 1A avança e ao chegar na
posição de final de curso permanece avançado por 3 segundos. Encerrado este tempo, o cilindro
retorna automaticamente. Quando o cilindro 1A alcança a posição recuada, o cilindro de ejeção 2A
da esmerilhadora avança para separar a bucha da ferramenta. Quando o cilindro alcança a posição
final de curso, este deve retornar automaticamente.

Figura 15 – Esquema do dispositivo

Figura 16 – Diagrama trajeto-passo


Para a resolução do problema, acrescenta-se um conjunto de condições marginais
suplementares aplicadas em circuitos eletropneumáticos, utilizando o método seqüência mínima
(com modificações). Neste exemplo, é mostrada a aplicação das opções ciclo Único/ Contínuo,
Automático/ Manual, Parada de emergência, Parada (stop) e finalização do ciclo contínuo, Reset e
Partida.

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Resolução do problema:

1S1 1S2 2S1 2S2

1A 2A

4 2 4 2

Y1 Y2 Y3 Y4
5 3 5 3
1 1
50%

50%

50%

50%
Figura 17 – Circuito eletropneumático de um esmerilhador interno
Seqüência de eventos: 1A+/, 1A-, 2A+/,2A-

Observa-se na figura, que a função RESET somente funciona se for selecionada a opção
Manual, por meio do botão com trava 0S2 e que, uma vez acionado o botão RESET, o mesmo ativa
através do relé K11 o último passo da seqüência de eventos e energiza os solenóides Y2 e Y4,
responsáveis pelo retorno dos cilindros 1A e 2A.
O botão de parada (stop) quando acionado, impede o reinicio de um novo ciclo após o
término do ciclo corrente. Somente depois de acionado o botão de partida, o ciclo reinicia
novamente.
O botão de parada de emergência 0S1 (com trava) desenergiza toda a instalação. Neste
exemplo, nenhuma ação adicional relacionada à Parada de Emergência foi incrementada.

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+24V 1 4

Emerg. K1
0S1
3 5 6 7 8 9 11

0S2 0S3 K2 K3
K2 RESET
STOP
K3

único/cont.
Man/Aut

K4
START
K4

K7
K3

K5

K1 K2 K3 K4 K5 K6 K7 K11

0V

4 11 5 8 5 6 5 13 12 19
7 7 21
24
Figura 18 – Condições marginais aplicadas no circuito elétrico do processo de esmerilhamento

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+24V 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25

K6 K8 K9
K8 K11 K9 K10
K10 K11 K11
K8 K9

K10 1S2 2S2

2S1

1S1

K9 K10 K8

K8 K9 3 K10 Y1 Y2 Y3 Y4
0V

17 14 13 16 15 13
15 17 18
20 22 25

Figura 19 – Processo seqüencial de esmerilhamento empregando o método seqüência mínima

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Exercício 1. Através dos métodos sistemáticos Seqüência Máxima e Seqüência Mínima, elaborar o circuito
elétrico, conforme o diagrama trajeto-passo apresentado.

start 1 2 3 4 5 6=1
1 1S2
1A 1S1
1S2
0

1
2A 2S2
0
2S1

(a) Diagrama trajeto-passo

(b) Esquema de funcionamento


Dispositivo de furação I

1S1 1S2 2S1 2S2

1A 2A

1V1 4 2
2V1 4 2

Y1 Y2 Y3 Y4
5 3 5 3
1 1
100%

100%
50%

50%

Circuito eletropneumático
Adicionar as seguintes condições marginais ao circuito:
a) Ciclo único ou partida (0S1), ciclo contínuo (0S2) e botão de parada (stop – 0S3),
utilizando acionamentos sem trava de retenção. Quando for feita a opção por ciclo contínuo, o
circuito começa a operar somente depois de acionado o comando de partida (0S1).
b) Opções para comando automático ou manual (0S4). Na opção pelo comando manual, o
operador pode comandar o avanço e retorno dos atuadores 1A e 2A; O comando RESET também
está vinculado ao comando manual. Através do comando RESET, todos os passos do processo
devem ser desenergizados (com exceção do último passo que deve ser energizado para dar
condições de reinicio ao ciclo) e os atuadores devem retornar a sua posição inicial;
c) Um botão de parada de emergência o qual, quando acionado, desenergiza toda a
instalação;

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