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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS

ANDERSON ROSEO PEREIRA

Disciplina: Motores de Combustão Interna


Laboratório Experimento: Montagem e Desmontagem do Motor Endura - E
Turma: T753-04
Horário: 2E

FORTALEZA
2023
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Experimento: Montagem e Desmontagem do Motor Endura - E

Relatório técnico apresentado como


requisito parcial para obtenção da
aprovação na disciplina Motores de
combustão interna, no curso de
Engenharia Mecânica, na
Universidade de Fortaleza.
Prof. Me. Adroaldo José Silva de
Moura Filho.

Fortaleza, 2023
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RESUMO

Este trabalho apresenta a realização de uma desmontagem e montagem completa de um


motor Ford ENDURA-E. O objetivo é identificar os seus componentes, a forma de
funcionamento e o seu modo de fabricação para os alunos de engenharia mecânica. Foram
resumidos alguns dos inúmeros motores de combustão interna existentes, bem como alguns
itens específicos dos mesmos. Para a apresentação de todos os dados descritos foi realizado
uma pesquisa bibliográfica, buscando explicar da melhor maneira o funcionamento dos motores
de combustão interna. Dessa forma o leitor obterá conhecimento teórico sobre o funcionamento
e os componentes dos motores de combustão interna

Palavras-chave: Motores de combustão interna. Ciclo Otto. Ciclo Diesel. Quatro


tempos. Eixo. Ponto morto superior. Ponto morto inferior.
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 4
1.1 Objetivo geral ....................................................................................... 4
1.2 Objetivos específicos ............................................................................ 4
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................. 5
2.1 Histórico dos motores de combustão interna ........................................ 5
2.2 Funcionamento dos MCI – Combustão ................................................ 6
2.3 Ciclos de um motor Otto ...................................................................... 6
2.4 Ciclos de um motor Diesel ................................................................... 7
3 METODOLOGIA ............................................................................... 8
3.1 Sequência de desmontagem e montagem ............................................. 8
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................... 9
5 CONCLUSÕES................................................................................. 10
ANEXO A – Motor parcial ENDURA-E desmontado ................. 11
ANEXO B – Motor parcial ENDURA-E desmontado................... 12
REFERÊNCIAS ................................................................................ 13
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1 INTRODUÇÃO

Na prática do laboratório de motores de combustão interna os alunos realizaram a


desmontagem e montagem de um motor de combustão interna denominado ENDURA-E. Com
o auxílio do técnico de laboratório e do professor foram demonstrados os componentes e o seu
modo de funcionamento no motor, algo que é de suma importância para o engenheiro mecânico.

1.1 Objetivo geral


• Desmontar e montar o motor de combustão interna ENDURA-E.

1.2 Objetivos específicos


• Conhecer os componentes do motor.
• Identificar a função de cada componente.
• Realizar sincronismo da corrente de comando.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Histórico dos motores de combustão interna


No ano de 1854, o primeiro projeto de um motor de combustão interna foi patenteado
na Itália pelos engenheiros Eugenio Barsanti e Felice Matteucci. O projeto consistia na
utilização da energia de expansão de gases liberada pela combustão de uma mistura explosiva
de ar e hidrogênio para movimentar um pistão e transformar este movimento linear em um
movimento rotativo, com o uso de uma árvore de manivela, porém este motor nunca foi
produzido em quantidade.
Em 1860, o belga Jean Joseph Etienne Lenoir utilizou o conceito de Barsanti e
Matteucci para criar um motor dois-tempos que utilizava gás explosivo, com o uso de uma vela
de ignição para iniciar a queima. Porém foi só em 1876 que Nikolaus Otto desenvolveu um
motor com os quatro tempos de funcionamento (admissão, compressão, explosão e exaustão) e
que oferecia uma queima eficiente de combustível dentro de uma câmara de combustão
(cilindro). E desde então esses motores de quatro tempos ficaram conhecidos como motores de
ciclo Otto e se tornaram os mais utilizados até hoje em dia.
Em 1881 o engenheiro Dugald Clerk desenvolveu um motor com dois tempos de
funcionamento (expansão/combustão e escape) que na prática realizava o ciclo em uma volta
do eixo de comando, diferentemente dos quatro tempos que para realizar o ciclo precisa de duas
voltas. Foi bastante utilizado na produção em massa em automóveis e motocicletas, porém foi
caindo em desuso por conta dos seus níveis de emissão. Hoje em dia é basicamente usado em
competições (kart, motocross) e em equipamentos para trabalhos gerais (motosserras,
cortadores de grama).
Em 1900 Rudolf Diesel apresentou o seu motor de combustão interna baseado no
modelo de ignição por compressão, que ficou conhecido como motor de ciclo diesel. O seu
diferencial para os motores de ciclo Otto eram a taxa de compressão, injeção de combustível e
ignição. É bastante utilizado até hoje, principalmente para os veículos de movimentação de
carga (caminhões, navios) e vem se adequando as normas de emissões ao longo dos anos.
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2.2 Funcionamento dos MCI – Combustão

Combustão é um processo exotérmico de oxidação de um combustível. Para o


combustível reagir com o oxigênio é necessário a ignição. Dito isso, eles são divididos em MIF
– MOTORES DE IGNIÇÃO POR FAÍSCA (ciclo Otto) e MIE – MOTORES DE IGNIÇÃO
ESPONTÂNEA/PRESSÃO (ciclo Diesel).
Nos motores MIF, a mistura ar-combustível é admitida, previamente dosada no interior
dos cilindros quando há injeção direta de combustível e inflamada por uma faísca que ocorre
entre os eletrodos de uma vela.
Já nos motores MIE, o pistão comprime somente o ar, até que este atinja uma
temperatura suficientemente elevada. Quando o pistão se aproxima do ponto morto superior, o
combustível é injetado e reage espontaneamente com o oxigênio presente no ar quente, sem a
necessidade de uma faísca.
2.3 Ciclos de um motor Otto
Admissão: O pistão se desloca do ponto morto superior para o ponto morto inferior,
nesse movimento ocorre uma sucção que causa um fluxo de gases através da válvula de
admissão que está aberta e o cilindro é preenchido com mistura ar-combustível.
Compressão: A válvula de admissão se fecha e o pistão se desloca do ponto morto
inferior para o ponto morto superior, comprimindo a mistura.
Explosão: Quando o pistão se aproxima do ponto morto superior, ocorre a faísca que
provoca a ignição da mistura. A explosão provoca um aumento de pressão e desloca o pistão
para o ponto morto inferior que movimenta o eixo do virabrequim e realiza o movimento de
rotação do motor.
Exaustão: Com a válvula de escapamento aberto, o pistão se desloca do ponto morto
inferior para o ponto morto superior, fazendo com que os gases queimados sejam ejetados para
fora do cilindro e assim podendo reiniciar o ciclo pelo tempo de admissão.
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2.4 Ciclos de um motor Diesel


Admissão: o pistão se desloca para o ponto morto inferior, estando a válvula de
admissão aberta e a de escape fechada. Ao descer, o pistão cria uma depressão no cilindro. O
ar é então forçado pela pressão atmosférica a entrar no cilindro, passando pelo filtro de ar e pela
tubulação de admissão.
Compressão: o pistão se desloca para o ponto morto superior, as válvulas de admissão
e de escape estão fechadas. O ar admitido na fase de admissão é comprimido até ocupar o
volume da câmara de combustão. Devido à compressão, o ar se aquece. No final da compressão
é injetado combustível, finamente pulverizado no interior da câmara de combustão. O óleo
diesel, em contato com o ar aquecido, se inflama, iniciando assim a combustão.
Explosão: O pistão se desloca para o ponto morto inferior, acionado pela força de
expansão dos gases queimados. As válvulas de admissão e de escape estão fechadas. A força
de expansão dos gases queimados é transmitida pelo pistão à biela e desta ao virabrequim,
provocando assim o movimento de rotação do motor.
Exaustão: Com a válvula de escapamento aberto, o pistão se desloca do ponto morto
inferior para o ponto morto superior, fazendo com que os gases queimados sejam ejetados para
fora do cilindro e assim podendo reiniciar o ciclo pelo tempo de admissão.
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3 METODOLOGIA

3.1 Sequência de desmontagem e montagem

Com o motor disposto na bancada móvel foi realizado a desmontagem das partes fixas
(cabeçote, tampa de válvulas, cárter e entre outros) e das partes móveis (bielas, eixo de
comando, polia e entre outros). A medida em que a desmontagem era realizada pelos alunos, o
professor explicava o funcionamento de cada peça, e as mesmas eram colocadas em uma mesa.
Depois da desmontagem, foi realizado o processo de montagem, onde cada etapa exige
uma peculiaridade específica, pois grande maioria das peças tem seu posicionamento
determinado.
Pistões, bielas, bronzinas e mancais, são componentes que contabilizam mais de uma
unidade no bloco do motor, mas cada uma tem seu posicionamento correto dentro do bloco.
Por tanto a montagem foi realizada de forma cautelosa para que todas as peças fossem colocadas
no seu lugar de origem.
E por fim foi realizado a montagem da corrente de comando, que é um dos componentes
mais importantes do motor, pois ela liga o eixo do comando de válvulas com o eixo virabrequim
e promove o sincronismo para que as válvulas de admissão e escape sejam abertas e fechadas
no momento exato.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a realização da prática se pode identificar os componentes de um motor de


combustão interna de ciclo Otto e entender o seu modo de funcionamento.
O bloco é a maior parte do motor e sustenta todas as outras partes. Nele estão contidos
os cilindros, neste caso em linha. São normalmente construídos de ferro fundido, que podem
ser adicionados outros elementos em suas ligas para melhorar suas propriedades.
O cilindro é o local por onde o pistão se desloca. No cilindro que se desenvolve a
deflagração do combustível, é a origem da força mecânica que possibilita o deslocamento do
veículo. O cilindro é fabricado com o metal especifico para suportar condições extremas de
funcionamento. O número de cilindros para cada tipo de motor de combustão interna varia de
acordo com sua aplicação, neste caso era um motor de quatro cilindros.
A biela é a parte do motor que liga o pistão ao virabrequim. É fabricado de aço forjado
e divide se em três partes: cabeça, corpo e pé. A cabeça é presa ao pistão pelo pino e o pé está
ligado ao virabrequim através do casquilho.
O pistão é uma peça cilíndrica, de alumínio ou liga de alumínio, desloca-se no eixo
longitudinal pelo cilindro dos motores. É a parte móvel da câmara de combustão, recebe a força
de expansão dos gases queimados, transmitido à biela, por intermédio do pino do pistão. No
pistão encontram-se dois tipos de anéis. Os anéis de vedação que estão mais próximos da parte
superior do pistão, e os anéis de lubrificação que estão localizados na parte inferior do pistão e
têm a finalidade de lubrificar as paredes do cilindro. O pistão liga-se à biela através de um pino.
O pino é normalmente fabricado de aço cementado.
O eixo virabrequim é feito de aço fundido ou forjado e é o grande responsável pela
transmissão de torque ao sistema. O eixo recebe força dos pistões e faz a inversão de movimento
da biela. A sua força é proporcional ao tamanho do braço ou alavanca, da mesma forma o
torque. No virabrequim o tamanho da manivela influencia diretamente no torque.
O comando de válvulas é um eixo de ferro com liga de níquel ou aço e usinado com
vários ressaltos excêntricos, chamados cames. Por isso é também conhecido como árvore de
cames. São esses cames que empurram os tuchos para abrir ou fechar as válvulas dentro da
câmara de combustão.
As válvulas são de uma liga de aço de forte teor de níquel, de cromo e de tungstênio. O
níquel melhora a resistência, o cromo torna o aço inoxidável, o tungstênio mantém uma forte
resistência mecânica em temperaturas elevadas.
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5 CONCLUSÕES

Com a realização da prática foi possível proporcionar uma experiência prática de chão
de fábrica para os estudantes de engenharia mecânica. Onde foi visto a importância que é para
o engenheiro mecânico ter conhecimento sobre motores de combustão interna, seus
componentes e o seu funcionamento. E foram mostrados o funcionamento e a forma de
fabricação de alguns dos principais componentes de um motor de combustão interna de ciclo
Otto.
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ANEXO A – MOTOR PARCIAL ENDURA-E DESMONTADO

Fonte: Autoria própria

Tabela de identificação dos componentes

1. Eixo comando de válvulas 2. Tampa do cabeçote


3. Corpo de borboleta 4. Coletor de admissão
5. Coletor de escape 6. Válvula termostática
7. Junta do cabeçote 8. Cabeçote
9. Vareta de balancim 10. Eixo de balancim
11. Velas 12. Bomba de óleo
13. Filtro de óleo 14. Bomba d’agua
15. Polia da bomba d’agua 16. Polia do motor
17. Cárter 18. Pescador de óleo
19. Engrenagem e corrente de comando 20. Vareta do nível de óleo
21. Conjunto biela e pistão 22. Mancais das bielas
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ANEXO B – MOTOR PARCIAL ENDURA-E DESMONTADO

Fonte: Autoria Própria

Tabela de identificação dos componentes


1. Volante do motor 2. Eixo virabrequim
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REFERÊNCIAS

http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/varella/Downloads/IT154_motores_e_tratores/Aulas/co
nstituicao_dos_motores.pdf

https://blog.bidu.com.br/comando-de-
valvulas/#:~:text=O%20comando%20de%20v%C3%A1lvulas%20%C3%A9,dentro%20da%
20c%C3%A2mara%20de%20combust%C3%A3o.

http://www.autoentusiastasclassic.com.br/2013/03/motores-combustao-interna-uma-
breve.html

BRUNETTI, Franco. Motores de combustão interna: Motores de combustão interna. São


Paulo: Blucher, 2012. v. 1.

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