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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS


CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA E MECATRÕNICA

3º Bimestre – Aula 01

Introdução as
motores de
combustão
interna

Prof.ª.: Maria Celeste Monteiro de Souza Costa


E-mail: celestealuno@gmail.com
Belo Horizonte
UNIDADE 3 - Motores de Combustão Interna, Refrigeração e
Ciclo Rankine

Conteúdo Programático

✓ Introdução a motores de combustão interna


✓ Classificação dos motores de combustão interna
✓ Ciclo Rankine
✓ Ciclo de refrigeração por compressão
✓ Ciclos teóricos a ar de motores alternativos

Disciplina: Máquinas Térmicas e de Fluxo – Curso Técnico de Mecânica e mecatrônica - CEFET-MG


O que é um motor?

Motor é uma máquina destinada a


converter qualquer forma de energia
(térmica, elétrica, hidráulica, etc.) em
energia mecânica, de forma a realizar
trabalho.

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O que são motores de combustão interna?

São máquinas térmicas cuja finalidade é


transformar a energia calorífica em energia
mecânica diretamente utilizável.

Esse processo de conversão é feito através de ciclos


termodinâmicos que envolvem a compressão e
expansão de gases, gerando uma mudança de
temperatura neles.

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Classificação dos motores quanto à combustão

Os motores quanto à combustão podem ser


classificados das seguintes formas:

1 - Motores de Combustão Externa - MCE

2 - Motores de Combustão Interna - MCI

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Motores de Combustão Externa - MCE

Nos motores de combustão


externa o fluido ativo não
participa da combustão. O fluido
de trabalho está completamente
separado da mistura
ar/combustível, sendo o calor
dos produtos da combustão
transferido através das paredes
de um reservatório ou caldeira.
Ex: máquinas à vapor.

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Motores de Combustão Interna - MCI

Nos motores de combustão interna o fluido de trabalho consiste


nos produtos da combustão da mistura ar/combustível.

Este motores são baseados no princípio de que os gases


se expandem quando aquecidos.

Controlando-se essa expansão dos gases, pode-se obter


pressão, a qual será utilizada para movimentar algum
órgão interno da maquina, tendo-se assim a
transformação da energia calorífera do combustível em
energia mecânica no órgão motor da maquina.

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Motores de Combustão Interna quanto à forma de obter trabalho
mecânico (W).

Os motores de combustão interna podem ser:

✓ Motores alternativos:
Onde o trabalho é obtido
pelo movimento de vaivém
de um pistão. Transformado
em rotação contínua por um
sistema biela-manivela.
Exemplos: Motor Otto,
Diesel e Misto

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Motores de Combustão Interna quanto à forma de obter trabalho
mecânico (W).

✓ Motores Rotativos:
1.Admissão
Onde o trabalho é 2.Escape
obtido diretamente 3.Carcaça
4.Câmara de combustão
pelo movimento de 5.Engrenagem estacionária
rotação. Exemplo: 6.Rotor
7.Engrenagem interna
Motor Wankel. 8.Eixo excêntrico
9.Velas de Ignição
Este motor utiliza
rotores com formato
semelhante ao de um
triângulo com faces
abauladas em vez dos
pistões dos motores
alternativos convencionais.

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Motores de Combustão Interna quanto à forma de obter trabalho
mecânico (W).

Motores a reação:
Também conhecido como
motor a jato ou ainda
apenas como reator, é um
motor que expele um jato
rápido de algum fluido
para gerar uma força de
impulso, de acordo com
Terceira Lei de Newton.
Ex. Foguetes e motores a
jato.

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Órgãos principais do motor

Órgãos Estacionários

✓ Bloco
✓ Cabeçote
✓ Cárter
✓ Coletor de Admissão
✓ Coletor de Escape

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Órgãos principais do motor

Órgãos Móveis
✓ Biela
✓ Pistão
✓ Virabrequim
✓ Eixo comando de válvulas
✓ Válvulas
✓ Conjunto de acionamento das
válvulas
✓ Polia e anti-vibrador
✓ Bomba de óleo
✓ Bomba-d’água

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Detalhamento e definições dos principais órgãos dos motores
de combustão interna

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Peças que compõem os motores de combustão interna

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Peças que compõem os motores de combustão interna

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Bloco do Motor
É o motor propriamente dito, no qual estão localizados os
cilindros ou os furos para a colocação das camisas

É a maior parte do motor e


sustenta todas as outras
partes. Nele estão contidos
os cilindros, geralmente em
linha. São normalmente
construídos de ferro fundido,
mas a este podem ser
adicionados outros
elementos para melhorar
suas propriedades.

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Cabeçote do Motor

O cabeçote é a parte superior do Motor.

É uma espécie de tampa do


motor contra a qual o pistão
comprime a mistura
ar/combustível.
Geralmente possui furos com
roscas onde são instaladas as
velas de ignição ou os bicos
injetores e onde estão
instaladas as válvulas de
admissão e escape com os
respectivos dutos.

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Cárter
Cárter é a tampa inferior do
bloco que protege os
componentes inferiores do
motor, e onde está
depositado o óleo
lubrificante.

Além da lubrificação, o óleo


que fica com cárter auxilia no
arrefecimento, uma vez que
recebe calor oriundo da
combustão e ao circular,
auxilia na dissipação do
mesmo.

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Coletor de Admissão e Coletor de Escape
O coletor de admissão
recebe e distribui aos
cilindros a mistura (Ciclo
Otto) ou o ar (Ciclo Diesel)
aspirado pelo pistão,
através do filtro de ar.

O coletor de escape
recebe os gases
queimados para lançá-los
à atmosfera através do
tubo de escape e
silencioso

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Cilindro

O cilindro é um furo no bloco


aberto nas duas
extremidades.

Os cilindros podem ser constituídos por uma peça


sobressalente denominada camisa, que é colocada no furo
do bloco, evitando que este sofra desgaste.

cilindro
É dentro do cilindro que se movimenta
o pistão. pistão

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Pistão
É o órgão do motor que transmite a força
dos produtos de combustão ao eixo do
motor (árvore de manivela ou virabrequim).
O pistão é fechado na parte superior e
aberto na inferior

Apresenta ranhuras na
parte superior para fixação
dos anéis de segmento.

Os anéis de lubrificação, lubrificam e raspam o


excesso de óleo que fica na parede do cilindro,
removendo-o para o cárter

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Cabeçote
Também conhecido como tampão, o cabeçote é o órgão que fecha o bloco e os
cilindros na sua parte superior

Na parte interna do cabeçote existem


depressões chamadas câmaras de
compressão.
Nessas câmaras é que o ar (Diesel), o ar +
combustível (Otto 4 tempos), ou ar +
combustível + lubrificante (Otto 2 tempos)
que serão comprimidos para que a combustão
propicie o melhor aproveitamento da liberação
de calor e consequentemente expansão dos
gases, propelindo (arremessando) o êmbolo.
O cabeçote tem as mesmas condições de temperatura
e pressão do cilindro.

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Virabrequim ou Eixo de manivelas ou Árvore de
manivelas

Eixo motor propriamente dito, o qual, na


maioria das vezes, é instalado na parte
inferior do bloco, recebendo ainda as bielas
que lhe imprimem movimento.

A árvore de manivelas possui na


extremidade posterior um flange para
acoplamento do volante do motor e na
extremidade anterior um eixo para
transmissão de rotação ao eixo de comando
de válvulas, diretamente engrenado ou por
intermédio de corrente/correia dentada. São
normalmente fabricadas em aço ou aço
fundido.

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Biela
A biela é o órgão que estabelece a conexão entre Pistão

o pistão e a árvore de manivelas. A biela é Cabeça


composta de: Cabeça: parte que se prende à Corpo
arvore de manivelas; Corpo: viga entre o pé e a
cabeça que lhe confere o comprimento e Pé:
parte que se acopla ao pistão, por intermédio do Pé
pino,.

É importante salientar que o


conjunto biela-virabrequim
transforma o movimento
retilíneo do pistão em
movimento rotativo do
virabrequim

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Definições Básicas

cabeçote ✓ Cabeçote: também conhecido como tampão,


é a parte superior do motor, onde se localizam
PMS PMS as válvulas de combustão, velas e etc.
D
c

PMI
✓ Ponto morto superior (PMS): é a posição da
qual o pistão está o mais próximo possível
do cabeçote.

✓ Ponto morto inferior (PMI): é a posição da


curso
c

qual o pistão está o mais afastado possível do


cabeçote.

✓ Curso do Pistão (c) em mm: é a distância


percorrida pelo pistão quando se desloca do PMS
ao PMI ou vice-versa.
✓ Diâmetro do cilindro (D) em mm: é o diâmetro interno do
cilindro por onde se desloca o pistão.

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Volume da câmara de combustão: (V2) em cm3

É o volume do espaço livre que fica acima do V2


pistão quando este se encontra no ponto morto
superior (PMS)

Nela, a mistura ar/combustível, que entrou pela


válvula de admissão, será comprimida e, após a
faísca emitida pela vela, explodirá para que a
expansão dos gases movimente o pistão e dê
sequência ao funcionamento do motor.

Basicamente, o volume da câmara de combustão define a


Taxa de Compressão do motor. Quanto menor for seu
volume, maior será essa relação e, consequentemente,
melhor o rendimento do motor.

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Volume total do cilindro: (V1) em (cm3 ou litro)

É o volume do espaço compreendido


entre o ponto morto inferior (PMI) e o
V1
cabeçote.

Onde:
V1 = Volume total do cilindro (cm3 ou litro)
V = Cilindrada
V2 = Volume da câmara de combustão

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Cilindrada Total: ( V ) em (cm3 ou litro)
É o volume do espaço percorrido pelo pistão entre o ponto morto superior
(PMS) e o ponto morto inferior (PMI).

A cilindrada total pode ser representada pela


fórmula:

PMS
V

PMI
Onde:
V = Cilindrada (cm3 ou litro)
D = Diâmetro interno do cilindro
C = Curso
Z = Número de cilindros

Observação: Um motor de 4 cilindros e 1 litro de capacidade (1.000 cm³) terá 250 ml (250 cm³) por
cilindro. Um motor de 3 cilindros e 1.000 cm³ (1 litro) terá 333 ml (ou cm³) por cilindro e assim vai.

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Taxa de compressão é a relação entre o volume total do cilindro
(V1) e o volume da câmara de combustão (V2) .

como: V1 = V +V2

Então:

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Taxa de compressão

A taxa de compressão é representada em forma da seguinte


razão por unidade: 6:1 ; 8:1 etc.
Câmara de
combustão
Ex: Se um motor a gasolina que
tenha especificada uma taxa de
compressão de 8:1, indica que o
volume aspirado para dentro do
cilindro foi comprimido oito vezes
antes que a centelha da vela
iniciasse a combustão.

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Taxa de compressão

Do ponto de vista termodinâmico, a taxa de compressão é


diretamente responsável pelo rendimento térmico do
motor.
Quanto menor for o volume da câmara de combustão,
maior será essa relação entre o volume total do cilindro e
o volume da câmara de combustão e, consequentemente,
melhor o rendimento do motor.

Assim, quanto maior a taxa de compressão, melhor será


o aproveitamento energético que o motor estará
fazendo do combustível consumido.

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Fim da Aula 01

Motores de Combustão
Interna, Refrigeração e
ciclo Rankine

Prof.ª.: Maria Celeste Monteiro de Souza Costa


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Belo Horizonte - Ano 2020

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