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INTRODUCÃO

O processo fundamental de funcionamento das centrais termelétricas


baseia-se na conversão de energia térmica em energia mecânica e está em
energia elétrica. A conversão de energia térmica em mecânica é feita com o
uso de um fluído que produzirá, em seu processo de expansão, trabalho em
turbinas térmicas. O acionamento mecânico de um gerador elétrico acoplado
ao eixo da turbina converte energia mecânica em elétrica.
A produção da energia térmica pode ser dada pela transformação da
energia química dos combustíveis, por meio do processo da combustão, ou da
energia nuclear dos combustíveis radioativos, com a fissão nuclear. Centrais
cuja geração é baseada na combustão, são conhecidas como termoelétricas.
As baseadas na fissão nuclear são chamadas de centrais nucleares.
As centrais termoelétricas (convencionais) são classificadas de acordo
com o método de combustão utilizado. Combustão Externa: O combustível não
entra em contato com o fluído de trabalho, Combustão interna: A combustão se
efetua sobre uma mistura de ar e combustível. Que ao longo deste trabalho
descaremos com mais detalhes. Os principais combustíveis usualmente
aplicados nas centrais a vapor são o óleo, o carvão, a biomassa (madeira,
bagaço de cana, lixo, etc.) e derivados pesados de petróleo.
Problema Real

 Capacidade limitada da produção pelos grupos giradores, tendo 7


grupos e no momento 5 em funcionamento, o que origina os apagões
que tem estado a ser verificar nos bairros que a mesma central fornece.
Problema cientifico

 Melhoramento da central térmicas já existente com materiais suficientes


para manutenção da mesma.
Objetivo de Estudo

 Centrais Térmicas.

Campo de Acção

 Central Térmica Tchicumina do Saurimo (CTTS)

Objectivo Geral do Estudo

 O objectivo fundamental deste projeto é descrever resumidamente o


processo ou o princípio de funcionamento da Central Térmica
Tchicumina do Saurimo (CTTS).

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Objectivos Especificos

 Descrever o processo de produção de electricidade em uma Usina


Termélectrica;
 Conhecer a diferença entre Motores de Combustão Interna e Externa;
 Conhecer os diferentes equipamentos que fazem parte de um sistema
de produção;
 Conhecer os diferentes compartimentos que fazem parte de uma Usina;
 Descrever como o Diesel é aproveitado nos motores de combustão
interna.
Hipótese

 Com a melhoria e aumento da capacidade das Centrais Térmicas na


cidade de Saurimo os munícipes poderão beneficiar-se de boa qualidade
no fornecimento energético na província.
Método de Investigação utilizados

 Para o desenvolvimento deste trabalho utilizou-se os seguintes métodos


de investigação:
Empírico: Investigação na internet, alguns livros consultados e das entrevistas
feitas em alguns operadores da área técnica da Central Térmica Tchicumina do
Saurimo (CTTS).

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CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA SOBRE A GERAÇÃO
TERMELÉTRICA
Como dissemos anterior mente o processo fundamental de
funcionamento das centrais termelétricas está baseado na conversão de
energia térmica em energia mecânica e desta em energia elétrica. A conversão
da energia em energia mecânica se dá através do uso de um fluido que
produzirá trabalho em seu processo de expansão, em turbinas térmicas. A
conversão da energia mecânica em elétrica se dá através do acionamento
mecânico de um gerador elétrico acoplado ao eixo da turbina.
A produção da energia térmica pode se dar pela transformação da
energia química dos combustíveis, através do processo da combustão, ou da
energia nuclear dos combustíveis radioativos, através da fissão nuclear.
Centrais cuja a geração é baseada na combustão são conhecidas como
termoelétricas e as outras citadas, como centrais nucleares. As centrais
termoelétricas (convencionais), podem ser classificadas de acordo com o
método de combustão utilizado. Pode-se distinguir:
1.1.Combustão Externa
O combustível não entra em contato com o fluído de trabalho. A
combustão externa é um processo usado principalmente nas centrais
termoelétricas a vapor, onde o combustível aquece o fluído de trabalho (em
geral água) em uma caldeira até gerar o vapor que, ao se expandir em uma
turbina, produzirá trabalho mecânico;
1.1.2.Combustão Interna
A combustão se efetua sobre uma mistura de ar e combustível. Dessa
maneira, o fluído de trabalho será o conjunto de produtos da combustão. A
combustão interna é o processo usado principalmente nas turbinas a gás e nas
máquinas térmicas a pistão (motores Diesel, por exemplo). Como mostra a
figura a baixo, apresenta um diagrama simplificado de uma central
termoelétrica com combustão externa (a vapor). A queima de combustível gera
calor que transforma o líquido em vapor na caldeira. O vapor se expande

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(pressão passa de alta à baixa) na turbina a vapor, gerando energia. O vapor
que sai da turbina vai ao condensador, onde calor é retirado e se obtém líquido.
O líquido é bombeado de volta a caldeira, fechando o ciclo.

Figura 1: Turbina a Vapor

1.2.Principio e funcionamento

Energia térmica mecânica elétrica


Energia térmica - transformação da energia química dos combustíveis
através do processo de combustão, ou da energia nuclear dos combustíveis
radioativos através do processo de fissão nuclear.
Energia mecânica - Uso de um fluido que produzirá trabalho em seu processo
de expansão em turbinas térmicas
Energia elétrica - acionamento mecânico de um gerador elétrico
acoplado ao eixo da turbina
1.2.1.Tipos de Centrais Termelétrica

 Centrais à Diesel,
 Centrais à Vapor,
 Centrais a Gás.
 Central térmica a Diesel

Os motores diesel fazem parte de um amplo grupo de máquinas


térmicas chamado motores de combustão interna (MCI). Os MCI recebem esta
denominação porque a liberação de energia do combustível ocorre em seu
interior, como nas turbinas a gás e nos motores de foguete. Em contraste,
numa máquina a vapor (turbina a vapor) a combustão se processa fora da
máquina. Os MCI foram criados no final do século XIX e tomaram-se populares
devido à sua aplicação em automóveis.
Com o passar dos anos, os MCI foram se tomando mais confiáveis,
passando então a equipar outros meios de transporte como trens, aeronaves e
embarcações. A central a diesel em termos de geração de energia elétrica

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raramente se utiliza um MCI que não seja diesel. As maiores vantagens dos
motores diesel são sua disponibilidade no mercado, a facilidade de
manutenção, sua boa eficiência e (no Brasil) o menor custo do combustível
relativamente ao álcool e à gasolina. Em geral, o rendimento dos motores
estacionários de grande porte é semelhante ao das turbinas a vapor. A
utilização mais comum em termos de geração de energia elétrica é em
pequenas centrais, com alguns MW, em hospitais, grandes lojas de
departamentos, etc., inclusive em esquemas de cogeração.
Outra utilização das centrais a diesel é a geração de energia elétrica
para sistemas isolados, que têm o seu uso disseminado em regiões longínquas
sem outra fonte de geração (Região Amazônica). As centrais a diesel
apresentam algumas desvantagens, no entanto, limitações relacionadas com
potência, ruído e vibração, além de problemas como dificuldade de aquisição
de peças de reposição e seu transporte, assim como, principalmente nos locais
distantes, os altos custos de combustível e a emissão de gases poluentes.
Suas vantagens são a rápida entrada em carga, a simplicidade de operação,
compactas e o fácil plano de manutenção

Figura 2: Central a Diesel

1.3.Centrais Térmicas a Vapor


As centrais a vapor são aquelas em que a água vaporizada num
equipamento denominado gerador de vapor impulsiona uma turbina a vapor.
Podem-se classificar as centrais a vapor:
• Quanto ao uso do vapor
Centrais convencionais a vapor: o vapor é utilizado apenas para
movimentar a turbina a vapor. Centrais de cogeração a vapor: o vapor é
utilizado para outras aplicações, dentre as quais pode-se citar processos
industriais (aquecimento ou limpeza de peças, catalisação de reações
químicas, tingimento de tecidos, etc.), preparo de alimentos, acionamento
de centrais de ar condicionado, etc.
1.3.1.Quanto ao número de fluidos de trabalho

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Centrais ciclo simples a vapor: A operação da central se dá com o
uso de um só fluido de trabalho, geralmente a água.
Centrais de ciclo Binário a vapor: A central utiliza dois fluidos de
trabalho distintos. Isso se deve ao fato da água não ser o fluido de trabalho
ideal em todas as circunstâncias, caso em que tornasse interessante
aproveitar as características de outro fluido. O ciclo binário causa o
aumento de potência específica da máquina, ou seja, redução do volume e
preço da máquina para igual potência, aumento do rendimento do ciclo
teórico, segurança (em circuitos com energia nuclear).
Este vapor, a alta pressão, é utilizado para girar a turbina, que por
sua vez, aciona o gerador elétrico. Por fim, o vapor, que após passar na
turbina ainda tem uma temperatura alta, é condensado, transferindo o
restante de sua energia térmica para um circuito independente e isolado de
resfriamento. Em seguida a água é bombeada para a caldeira, completando
o ciclo. Estas usinas operam com eficiência entre 30 e 42%. Há a
flexibilidade em relação ao tipo de combustível utilizado (pode ser trocado,
com adaptações). Na conversão de calor em energia o rendimento para a
potência de saída é de aproximadamente 25% a 40%.

Figura 3: Diagrama esquemático de uma Central Termelétrica a Vapor

Principais partes constituintes: assim como as centrais hidrelétricas,


as centrais a vapor são sistemas de conversão de energia altamente
complexos. É possível, entretanto, distinguir alguns constituintes principais
que estão presentes na maioria das centrais. São eles:

 Gerador a vapor: São os equipamentos responsáveis pelo


processo de mudança de fase da água de líquido para vapor.
Eles são construídos de forma a melhor aproveitar a energia
liberada na queima do combustível. Turbinas a Vapor: As
turbinas a vapor são as máquinas responsáveis pela
transformação da energia contida no vapor (pressão, térmica e

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cinética) em trabalho mecânico de rotação de um eixo que
acionara o gerador elétrico
 Condensadores: É um dispositivo trocador de calor, no qual o
vapor proveniente da turbina é resfriado por um fluido de
refrigeração, retornando à fase líquida, estado no qual ele
pode ser bombeado de volta para o gerador de vapor com
facilidade.
1.4.Centrais Térmica a Gás
Nas centrais a gás, uma turbina a gás é impulsionada pelos gases
provenientes da queima de um combustível. Essas centrais podem ter ciclo
simples utilizando apenas uma turbina a gás, ou, apresentar um ciclo
combinado, o qual utiliza uma turbina a gás e uma turbina a vapor
funcionando em conjunto, sendo os gases de exaustão da turbina a gás,
aproveitados para gerar vapor para a turbina a vapor. Estas usam máquinas
de combustão interna. Necessitam de um combustível de qualidade, por
exemplo: gás natural e há uma menor relação peso por potência (kg/kW) -
menor relação espaço ocupado por potência (m3/kW).
Como mostra a figura a seguir um diagrama esquemático de uma
central térmica a gás. Nestas centrais, os gases resultantes da queima do
combustível fóssil, como o óleo diesel ou gás natural, aciona diretamente
uma turbina a gás, que está acoplada a um gerador. O calor liberado pela
queima do combustível é transformado em potência mecânica na turbina
que é transformada em potência elétrica no gerador. Após passar na turbina
os gases tem ainda um grande conteúdo de energia a temperaturas
relativamente altas.
Os componentes essenciais de uma central a gás são:
• Compressor
• Câmara de combustão
• Turbina
Compressor: Sua função é aumentar a massa específica do ar
encaminhando para a câmara de combustão.

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Figura 4: Compressor de Uma turbina a Gás

 Câmara de combustão: É o espaço físico da turbina a gás no


qual a mistura ar-combustível é injetada e onde será
processada a combustão.

Figura 5: Câmara de combustão de uma Turbina a Gás.

1.5. Turbinas
Turbinas são equipamentos destinados à conversão de energia
hidráulica ou energia térmica em energia mecânica para produção de
energia elétrica.

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Figura 6: Turbinas

A turbina a gás atinge eficiências termodinâmicas bem mais


elevadas porque o pico do ciclo de temperatura das turbinas modernas a
gás (aproximadamente 12000C) é bem mais elevado do que o das turbinas
a vapor (aproximadamente 5400C). A eficiência global do ciclo
termodinâmico das turbinas a gás modernas varia de 35 a 42%, enquanto
que o das turbinas a vapor varia de 30 a 40%, dependendo do combustível
utilizado.
Uma vantagem termodinâmica inerente às turbinas a gás é aproveitar
o calor de escape para, por exemplo, produzir vapor numa caldeira de
recuperação, que pode ser usada em processos industriais numa
configuração de cogeração ou no Ciclo Combinado que é a geração de
energia elétrica, através de um processo que combina a operação de uma
turbina à gás com uma turbina a vapor, ambas diretamente acopladas a um
gerador. Os gases de escape da turbina a gás, devido à alta temperatura,
promovem a transformação da água em vapor para o acionamento de uma
turbina a vapor, nas mesmas condições descritas no processo de operação
de uma termelétrica convencional.

1.6.Constituição de uma Central Térmica

As centrais dispõem de motores, geradores e equipamento auxiliar


necessário à produção de energia. A central eléctrica tem um sistema de
comando e um sistema de distribuição de energia. A produção de energia é
maioritariamente controlada a partir do painel de controlo central e da estação
de trabalho do operador.
1.6.1.Casa das Máquinas
Os grupos geradores encontram se localizados na sala dos motores na
casa das máquinas. A casa das máquinas também contém parte do
equipamento auxiliar. Além dos motores e auxiliares mecânicos, a casa das
máquinas inclui equipamento de comutação e salas de comando com armários
eléctricos para distribuição de energia e comando da central.

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Figura 7: Grupos Geradores.

O grupo gerador consiste num motor e num gerador montados em


armações de base em separado. As armações de base estão rebitadas e
montadas de forma flexível nas fundações através de elementos de mola. Uma
ligação flexível liga o motor ao gerador.
1.7.Turbina de Vapor
A turbina de vapor utiliza vapor sob pressão para produzir eletricidade. A
turbina está ligada ao gerador por meio de uma caixa de engrenagens. O veio
da turbina gira sob ação do vapor sobre as lâminas quando o vapor
sobreaquecido flui através da turbina, o que causa uma perda de pressão e
temperatura. O vapor expandido da turbina é conduzido para um condensador.
O sistema de vapor da turbina inclui uma derivação de by-pass à turbina para o
condensador.

Figura 8: Turbina de vapor ligada ao gerador

1.8.Sistemas Auxiliares
Os equipamentos auxiliares são essenciais para o funcionamento do
motor e deverão estar sempre operacionais quando o motor está a funcionar
ou em stand-by. Os sistemas auxiliares abastecem o motor com combustível,
óleo de lubrificação, ar comprimido, água de arrefecimento e ar de sobre
alimentação. Os sistemas auxiliares contêm equipamento especificamente do
motor bem como equipamento que é compartilhado por vários motores.

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Figura 9: Equipamentos Auxiliares do Grupo Gerador.

1.8.1.Combustível
O sistema de combustível fornece ao motor combustível limpo à pressão
correta. O motor pode funcionar a gás combustível ou a Fuel Oil pesado (HFO).
O fuel Oil leve (LFO) é utilizado como combustível piloto e combustível de
reserva.

1.8.2.Óleo de Lubrificação
O sistema de óleo de lubrificação preserva a qualidade do óleo de
lubrificação do motor. O sistema também contém unidades para arrefecer o
óleo prevenindo o sobreaquecimento.

1.8.3.Ar comprimido
O ar comprimido é utilizado para por o motor a trabalhar. O sistema de
ar comprimido também fornece ar comprimido para dispositivos pneumáticos
na fábrica.

1.8.4.Ar de admissão e gases de escape


O sistema do ar de admissão abastece o motor com ar de
combustão limpo e o sistema de gases de escape evacua os gases de
escape que provêm do motor.

1.8.5.Controlo de emissões
O sistema de controlo de emissões garante que as emissões de gases
prejudiciais do motor são mantidas abaixo dos valores limite.
1.8.6.Arrefecimento
O sistema de arrefecimento de água extrai calor gerado pelo motor. A
água de arrefecimento também circula por permutadores de calor, onde é
utilizada para arrefecer o óleo de lubrificação e ar de sobre alimentação. O
sistema de arrefecimento de água pré-aquece o motor antes do arranque e
mantém-no quente durante a desativação. O arrefecimento da água é efetuado
por radiadores a ar colocados no topo da nave.

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1.8.7.Caixa de engrenagens
A unidade redutora de velocidade entre a turbina e o gerador é uma
caixa de engrenagens do tipo de redução simples e helicoidal. A caixa de
engrenagens está construída em ferro fundido. Os dentes de engrenagem são
endurecidos por nitruração e retificados com pressão pelo processo MAAG. Na
caixa de engrenagens estão incorporadas medidas para absorver o esforço
devido ao ângulo helicoidal. Os apoios da caixa de engrenagens e os dentes
de engate são lubrificados através do sistema de lubrificação integral da
turbina.

Figura 11: Sistema engrenagens

1.9.Mecanismo de Arranque Auxiliar


O mecanismo de arranque auxiliar é acionado por motor através de uma
engrenagem redutora e de uma embraiagem. Está concebido para arrancar
automaticamente quando há perda de velocidade durante o afrouxamento.
A unidade de arranque auxiliar está interligada com um pressostato
localizado no sistema de óleo de lubrificação que impede que o sistema de
transmissão seja rodado sem haver óleo suficiente nos apoios. O óleo é
fornecido por uma bomba de óleo motorizada auxiliar quando a bomba principal
de óleo está inoperacional.

Figura 12: Bomba de óleo motorizada auxiliar

 Sistema de óleo: O reservatório de óleo do sistema constitui uma parte


integrante da base da unidade turbina/caixa de engrenagens. O sistema
abastece de óleo, tanto o sistema de óleo de controlo como o sistema

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de lubrificação. Para além do visor de nível normalizado, o reservatório
de óleo vem montado com um interruptor de nível para ativar um alarme
em caso de nível baixo.
 Bombas de óleo: A bomba de óleo principal é uma bomba do tipo de
engrenagens acionado pelo veio da linha de baixa velocidade da caixa
de engrenagens
 Filtros: Estão montados no sistema de óleo de lubrificação filtros
micrométricos Duplex, do tipo de cartucho de descartar de modo a
proporcionar filtragem até 10/15 mícrons. Sobre os cartuchos está
montado um indicador de pressão diferencial.
No sistema de controlo de óleo está montado um filtro Duplex de
cartuxo descartável. Filtros do tipo de rede estão montados nas aspirações
das três bombas de lubrificação.
No sistema de controlo de óleo está montado um filtro Duplex de
cartuxo descartável. Filtros do tipo de rede estão montados nas aspirações
das três bombas de lubrificação.

 Arrefecedores: No sistema de óleo de lubrificação está montado um


arrefecedor Duplex de serviço a 100%, completo com válvula
termostática e linha de by-pass.
O óleo de lubrificação é arrefecido passando através de um
permutador de calor de corpo cilíndrico e feixe tubular arrefecido a água (do
sistema de arrefecimento do condensador).

1.9.1. Condensador
O condensador tem capacidade para condensar 26 632 kg/h de vapor
procedente da turbina e também, capacidade de extrair os gases não
condensáveis misturados com o vapor.
1.9.1.1. Características do Condensador
O corpo é de forma cilíndrica que permite uma distribuição uniforme
do vapor por todo o condensador. A água de refrigeração produz a
condensação do vapor, sendo a extração dos gases efetuada por meio de
bombas de vácuo através das saídas dos gases inertes do condensador.
Debaixo da carcaça situa-se o poço de recolha do condensado, com
uma capacidade útil equivalente ao caudal de condensado produzido
durante dois minutos de funcionamento.

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1.9.2. Tubagens de Água de Refrigeração
O condensador tem duas passagens de água no lado de refrigeração.
A tampa da câmara de entrada/saída de água é desmontável para
processos de limpeza ou inspeção do interior.
1.9.3. Válvula de Segurança
A válvula de segurança do condensador está projetada para
descarregar um caudal de 26631 kg/h. A válvula abre quando a pressão do
vapor no condensador atinge valores superiores a 1,3 bar ± 50 bar.
1.9.4. Bombas de Extração do Condensado
O condensado é extraído através de bombas situadas debaixo do
condensador. A unidade de extração do condensado é formada por 2
bombas, cada uma projetada para 100 % do caudal máximo. Unidade de
vácuo Para obter e manter a pressão de trabalho no condensador são
utilizadas bombas de anel líquido. Cada bomba está projetada para 100 %
do caudal máximo e contêm arrefecimento a água através de um permutador
de placas.

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CAPITULO II: PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DA CENTRAL TÉRMICA
TCHICUMINA DO SAURIMO (CTTS)

A Central Térmica Tchicumina do Saurimo (CTTS) é um dos principais


centros electroprodutores na Província da Lunda Sul, possui uma Potência
Activa Instalada de 19,6MW, equipada com sete (7) Grupos Geradores (GG)
de marca GE (General Electric), modelo 16V228 ou seja possui dezaseis
(16) cilindros com disposição em V, sendo oito cilindros em cada lado, com
potência de 2,8 MW cada Grupo Gerador, e um Gerador auxiliar de marca
Electrógenos de 464 KW que é utilizado para instantes de emergência ou
ainda reanimação da central em caso de Black Out(apagão).

Denominamos Grupo Gerador ao conjunto motor Diesel e gerador de


corrente alternada mais conhecido por alternador, convenientemente
montados, dotado dos componentes de supervisão e controle necessários
ao seu funcionamento autônomo e destinado ao suprimento de energia
eléctrica produzida partir do consumo de combustível Diesel.

Em função dos consumidores de energia eléctrica a que se destinam,


os grupos geradores são construídos com características especiais que os
tornam apropriados para diversas aplicações.

A CTTS também encontra-se subdividida em vários compartimentos que


vão desde a Unidade de descarga de combustivel, parque de tanques de
armazenamento, sala de controle, unidade de tratamento de combustivel,
unidade de alimentação de combustivel, salas de baixa e alta tensão
respectivamente, Ilha ou parque dos Grupos Geradores , subestação e mais
compartimentos que serão citados ao longo do nosso trabalho.

Fig. Ilha ou Parque dos Grupos Geradores

A central térmica em causa entrou em funcionamento no dia 25 de Maio


de 2021, tendo assim suprido as necessidades energéticas de muitos
munícipes de Saurimo.

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O processo de produção de Energia Eléctrica tem início na unidade
de descarga que tem como finalidade realizar a descarga de combustível
dos Camiões ou Cisternas e encaminha-los aos tanques de armazenamento
de combustível não tratado.

Fig. Bomba de Descarga de Combustível

Esta unidade está equipada com uma válvula de esfera com


acionamento manual que permite a passagem ou corte de combustível, e
uma bomba de descarga com vazão de 25 metros cúbicos por hora, ela é a
responsável por dar maior pressão ao combustível à fim de chegar aos
tanques de armazenamento.
2.1. Tanques de Armazenamento
Tanque de armazenamento é um recipiente destinado a armazenar
fluidos à pressão atmosférica e a pressões superiores à atmosférica. Na CTTS
os tanques possuem a mesma dimensão, e volume que é exatamente de 50
metros cúbicos, ou ainda aproximadamente 50 mil litros. Estão instalados no
interior de bácias de contenção as quais tem a finalidade de conter os
derrames em caso de que haja uma rotura no tanque.
Existem ao todo onze (10) tanques de armazenamento na planta da
Central Térmica do Tchicumina, de entre os quais oito (8) são utilizados para
armezanamento de Combustivel Diesel, e os restantes dois são utilizados para
armazenamento de Óleo Lubrificante. De entre eles serão destaque de estudos
apenas os tanques de combustivel Diesel.
Vale ressaltar que de entre os oito tanques de combustivel estão
subdivides em 5 tanques de combustivel não tratado e 3 de combustivel tratado
para abastecimento dos Grupos Geradores.
1º Tanques de Combustivel não Tratado: com a capacidade de
armazenar até 50 m3 cada tanque, perfazem ao todo 250 m3 isto é equivalente
a 250.000 l (Duzentos e cinquenta mil litros). Estes tanques são os
responsaveis por armazenar o combustivel proveniente da unidade de
descarga de combustivel.

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Fig. Tanques de Armazenamento de Combustivel não Tratado

2º Tanques de Combustivel Tratado: com a capacidade de armazenar


até 50 m3 cada tanque, perfazem ao todo 150 m3 isto é equivalente a 150.000 l
(Cento e cinquenta mil litros). Estes tanques são os responsaveis por
armazenar o combustivel proveniente da unidade de Tratamento de
combustivel, e são eles que provêm combustivel limpo aos Grupos Geradores.

Fig. Tanques de armazenamento de Combustivel Tratado

No geral, estes tanques de armazenamento são pintados externamente


com tinta primária que inibe a corrosão e o acabamento é feito em tinta de
esmalte acrilico. Estes tanques têm os seus corrimãos e protecções pintadas
com tinta amarela (cor de referência para este tipo de equipamentos) de
esmalte acrílico.
2.2. Unidade de Tratamento de Combustível

Está unidade tem como finalidade reter as partículas sólidas e/ou liquidas
que possuam maior peso especifico em relação ao combustível, a fim de tornar
o combustível apropriado para o consumo nos Grupos Geradores.
O combustível é transferido dos tanques de combustível não tratado por
meio da gravidade, isso em função da diferença de altura existente entre os
dois pontos.
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O combustível não tratado é encaminhado primeiramente ao filtro de
partículas que tem como finalidade exclusiva reter partículas sólidas que
possam estar contidas no combustível.
Após esse processo o combustível é encaminhado a coluna filtrante com
maior capacidade de retenção, diferente do filtro acima citado, ela retém
algumas partículas liquidas e sólidas que possam estar incorporadas no
combustível. Ela possui um formato cilíndrico, na qual no seu interior
encontram-se encaixados dez (10) cartuchos filtrantes que são os responsáveis
pela retenção das partículas.
Ao fim deste processo o combustível é encaminhado à um Separador
Centrifugo que é o principal equipamento localizado na unidade de tratamento
de combustível.
O separador centrífugo é um recipiente cilíndrico que gira a alta
velocidade criando um campo de força centrífuga que causa a sedimentação
das partículas. O uso da força centrífuga aumenta muitas vezes a força que
actua sobre o centro de gravidade das partículas, facilitando a separação e
diminuindo o tempo de residência do combustível no equipamento.

Fig. Unidade de Tratamento de Combustivel

Quanto maior for o número de rotações por segundo, maior será a força
centrífuga aplicada na partícula e, quanto maior o raio da circunferência, maior
a força centrífuga.
Rotores de tambor são rotores especializados para velocidades de
rotação superiores ou, para ser exacto, para maiores forças centrífugas que
chegam a fornecer melhor a separação. É uma das partes vitais do
equipamento, onde se efectua o processo de separação. Como nas bombas,
tudo que gira faz parte do rotor. Este rotor pode atingir até 7000 rpm.
A separação é baseada no tamanho das partículas. Uma suspensão
contendo diferentes moléculas é centrifugada e as partículas maiores

Estudo e Funcionamento De Uma Central Térmica (Base Central Térmica do Tchicumina) Pá gina 18
sedimentam com mais rapidez do que as partículas menores, obtendo-se
fracções de moléculas.
2.2.1. Principio de Funcionamento do Separador Centrífugo
O princípio no qual se baseia o funcionamento destas centrífugadoras é
aquele de aproveitar a diferença do peso específico entre as substâncias que
devem ser separadas. A separação se produz dentro de um recipiente
cilíndrico-cónico, chamado de tambor, que se faz girar em alta velocidade, por
meio de um motor eléctrico, para elevar milhares de vezes à força da
gravidade.
O produto é introduzido na centrifugadora por meio de um tubo de
alimentação, a rotação faz depositar nas suas paredes internas o material
sólido enquanto o líquido forma um anel mais interno cuja espessura é
determinada pela posição dos níveis dos drenos, através dos quais sairá
clarificado.
No interior do tambor encontra-se a rosca transportadora, que tem a
função de deslocar para o exterior o produto sólido, que depois será
descarregado num sistema de transporte. Para a separação de alguns tipos de
sólidos é necessário o uso de aditivos naturais ou químicos visando facilitar as
separações. Após o processo de separação centrifuga, o combustivel tratado é
encaminhado aos tanques de armazenamento de combustivel tratado, onde a
posterior passa por duas bombas de alimentação.

2.3. Unidade de Bombas de Alimentação

Esta unidade é constituidade de duas bombas de parafuso com finalidade


transferir combustivel dos tanques de combustivel tratado aos grupos
geradores. Na entrada e saída de cada uma das bombas de alimentação
encontram-se montadas duas válvulas de esfera com finalidade de permitir a
passagem ou corte de combustivel dos tanques as bombas.

Fig. Bombas de Alimentação

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Durante o funcionamento da unidade o sistema mantém uma das bombas
em funcionamento enquanto que à outra fica em espera (stand by), onde
consequentemente a bomba em stand by é accionada automaticamente em
caso de haver uma queda de pressão na linha de sucção, ou quando a bomba
em funcionamento apresentar algum tipo de avaria.
No caso de que haja uma sobrepressão estas bombas são protegidas por
válvulas de segurança que são incorporadas na própria bomba. Na linha de
descarga de cada bomba é equipado válvula de retenção de sentido único que
não permite que o combustivel retorne ao tanque após ser bombeado.
Tanto a válvula de entrada como a válvula de descarga devem
permanecer fechadas sempre que a bomba é paralisada ou desligada.
Após o combustivel passar pelas bombas é encaminhado à um medidor
de fluxo tem como função medir a quantidade de combustível a ser consumido
no motor. O medidor de fluxo de massa consiste em um sensor de fluxo e um
transmissor. Este medidor está equipado por um visor que permite a leitura do
fluxo de combustível.

Fig. Medido de Fluxo ou Vazão

O rotor é accionado pela passagem de fluido sobre as palhetas em


ângulo, a velocidade angular do rotor é proporcional a velocidade do fluido que,
por sua vez é proporcional a vazão volumétrica, uma bobina sensora na parte
externa do corpo do medidor detecta o movimento do rotor.

Passado esse processo o combustivel passa por uma coluna filtrante


que tem como finalidade reter particulas liquidas e/ou sólidas que devem ter
sido criadas durante o processo de armazenamento nos tanques de
combustivel tratado.

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2.4. Princípio de Funcionamento do Motor de Combustão Interna GE

O combustível proveniente da unidade de alimentação é encaminhado ao


reservatório dos Grupos Geradores que se encontra instalado na base, e tem a
capacidade de armazenar aproximadamente quatro (4) mil litros. O mesmo
combustível antes de ser introduzido no interior da motor, passa por um par de
filtros denominado Coluna Filtrante Primária que tem como finalidade reter
algumas partículas que possam estar acompanhados com o combustível.

Fig. Coluna Filtrante Primária

Após esse processo o combustível é encaminhado a uma bomba


mecânica que é acionada através de engrenagens, e tem como finalidade
manter a linha de combustível pressurizada e encaminhar o combustível as
Colunas Filtrantes Secundárias.
As colunas filtrantes em causa são instaladas em paralelo de maneiras
em que enquanto uma estiver em funcionamento a outra encontra-se em
Stand-by(espera), são consideradas como o último estágio do tratamento do
combustível, após o combustível passar por eles é encaminhado ao sistema de
alimentação do motor.
No motor o combustível é introduzido finamente pulverizado no interior da
câmara de combustão por meio de uma bomba injectora. Para isso, deve ser
isento de impurezas e humidade. Ao passar pela bomba injectora, esta o envia
sob alta pressão, para cada um dos cilindros, no momento exacto de injecção.
Para garantir o perfeito funcionamento do cilindro, o sistema sempre envia uma
quantidade maior de combustível, o que garante a pressão do circuito primário,
retornando o excesso ao reservatório pela tubulação de retorno.
Porém, estas bombas injectoras não estão agrupadas, mas
individualizadas, cada uma junto do seu cilindro facilitando assim o processo de
injecção.

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O sistema de alimentação de ar é projectado para suprir o motor com ar
limpo (oxigénio) em quantidade que garanta o melhor rendimento do
combustível durante o processo de explosão e, consequentemente, o
funcionamento do motor. É instalado um colector de admissão, que distribui o
ar por cada cilindro.
A combustão do combustível, produzindo calor, e a subsequente
expansão dos gases da combustão, cria pressão que promove a deslocação do
êmbolo. O movimento linear do êmbolo é transformado em movimento de
rotação de um veio (cambota), através de uma biela que liga aqueles órgãos. O
que acima foi referido se passa durante o trajecto descendente do êmbolo, no
tempo de expansão.

Fig. Motores GE

Estes motores possuem quatro tempos com injecção directa de


combustível. Os quatro (4) tempos acima referido são os seguintes:
1º Tempo de Admissão: neste tempo o êmbolo (pistão) desloca-se no sentido
descendente, e pela depressão que cria, faz a sucção de ar da atmosfera para
dentro do motor, através de uma válvula previamente aberta (válvula de
admissão).
2º Tempo de Compressão: no final do tempo de admissão, logo após o
êmbolo passar pela posição mais inferior do seu curso ponto morto inferior
(PMI), a válvula de admissão fecha-se, pelo que o êmbolo ao deslocar-se no
seu curso ascendente, inicia a compressão do ar. É o tempo de compressão.
Pouco antes de o êmbolo atingir a posição mais superior do seu curso ponto
morto superior (PMS), inicia-se a injecção de combustível. Durante a
compressão a temperatura do ar atinge os 100 à 300 ºC, devido ao aumento da
pressão que atinge perto de uma dezena de Mpa(Mega Pascal). Nestas
condições de pressão e temperatura, bem como devido ao movimento de
turbilhão do ar gerado pela geometria da cabeça do êmbolo, o combustível,

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finamente pulverizado, inflama-se assim que penetra no interior do motor.
Como resultado da combustão a pressão e a temperatura sobem ainda mais.
3º Tempo de Expansão: neste tempo ocorre à combustão e consequente
expansão dos gases, é o único dos quatro (4) tempos do funcionamento do
motor em que é produzida potência. Para assegurar o tempo de expansão, o
motor tem de cumprir dois tempos prévios e um outro posterior, sendo a
totalidade dos quatro tempos, a pressão dos gases, exercendo-se na cabeça
do êmbolo, provoca o seu movimento descendente, em que os gases se vão
expandindo.
4º Tempo de Escape (descarga): pouco antes de o êmbolo atingir o ponto
morto inferior, abre-se a válvula de escape. Inicia-se o tempo de escape no
qual o deslocamento ascendente do êmbolo, expulsa os gases da combustão
para o exterior do motor: Na fase de escape, pouco antes do êmbolo atingir o
ponto morto superior, abre-se a válvula de admissão e mais um ciclo de 4
tempos se inicia.
Os quatro (4) tempos Admissão; compressão; expansão; escape,
realizam-se durante duas voltas completas do volante do motor, ou seja em
quatro cursos do êmbolo.
Depois dos quatro (4) tempos serem concluídos, o motor produz
movimento mecânico que é transmitido ao alternador.por meio de um veio, que
por sua vez transforma parte da energia produzida pelo motor em energia
eléctrica para atender à demanda de consumo dos dispositivos eléctricos
consumidores.
O Alternador ou ainda Gerador de corrente alternada, é uma máquina
eléctrica destinada a converter energia mecânica proveniente do eixo rotativo
do motor em energia eléctrica. É nele onde são produzidos os 11KV de tensão
que são encaminhados até as celas de média tensão localizadas na sala de
média tensão para a posterior ser encaminhado a Subestação.
2.5. Subestação de Transformação

A Central Térmica do Txicumina encontra-se equipada com uma


subestação de transformação de energia constituida por quarto (4)
Transformadores da marca Francesa multinacional Scheneider Electric.
Uma Subestação é conhecida como um conjunto de equipamentos
responsaveis por aumentar ou diminuir a tensão da rede eléctrica de forma
segura. O seu principal componente para esse processo é o transformador.
Um transformador é um dispositivo destinado a modificar os níveis de
tensão e corrente elétrica, mantendo potência elétrica praticamente constante,
de um circuito a outro, modificando também os valores das impedâncias
elétricas de um circuito elétrico.

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Aplicação muito comum para os transformadores é no transporte de
grande quantidade de energia elétrica para longas distâncias, assim reduzindo
as quedas de tensões ao longo dos percursos.

Neste transporte da energia elétrica, após a geração os níveis de tensão


são elevados para a energia ser transportadas pelas linhas de transmissão,
para diminuir as quedas de tensão. Depois de percorrer grandes distâncias,
estes valores de tensão são reduzidos para então serem distribuídos para aos
consumidores.

De entre os transformadores encontrados na planta da central dois (2)


são do tipo Elevador que tem como finalidade elevar o nível de Tensão, onde
no seu primário entra 11KV e no seu secundário sai 15KV, mantendo a
potência praticamente inalterálvel.
Após a transformação a energia produzida é encaminhada as linhas de
transporte ou distribuição, onde o trabalho está sob encargo da Empresa
Nacional de Distribuição de Electricidade, vulgarmente conhecida como ENDE.

Fig. Transformadores Elevadores

Os restantes transformadores são do tipo Abaixador, que tem com


finalidade abaixar o nível de tensão de 11KV à 400V, de maneiras a ser
utilizado para o consumo interno na central e poder accionar os serviços
auxiliares.

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Fig. Transformadores Abaixadores

2.6. Serviços Auxiliares

2.6.1. Sistema de arrefecimento do motor

O sistema de arrefecimento tem por finalidade, manter uma temperatura


ideal (estabilizada) para o motor. Essa temperatura varia um pouco de motor
para motor, mas fica entre 87 a 105 graus Celsius na maioria deles.
Como o sistema é composto:

 Radiadores;
 Bomba de Água;
 Galerias;
 Ventiladores.

Além dos componentes listados acima, o sistema ainda trabalha com


mangueiras, reservatório de expansão, válvula de expansão integrada à tampa do
radiador ou do reservatório e o aditivo adicionado a água que para o nosso caso é o
Coolant, formando o líquido de arrefecimento.

O líquido de arrefecimento é constituído por água e aditivos. Esses aditivos


têm por finalidade equilibrar o pH da água, não deixando-a nem alcalina e nem
ácida. O Coolant é o principal componente do aditivo. Esse elemento altera os
pontos de ebulição e congelamento da água, fazendo com que a mesma não ferva
aos 100oC e congele somente abaixo de 0 oC. Outra função do aditivo é a de manter
lubrificado todo o sistema e evitar o acúmulo de sujeira no sistema.

A seguir, iremos descrever a função de cada componente dentro do sistema:

Radiador: Serve como trocador de calor no sistema. O líquido aquecido


proveniente do motor, ao passar pelos dutos do radiador sofre um resfriamento
devido a circulação de ar pelas suas aletas. O líquido resfriado retorna novamente

Estudo e Funcionamento De Uma Central Térmica (Base Central Térmica do Tchicumina) Pá gina 25
para o motor. Estes radiadores já se encontram acoplados com ventiladores
internos que permitem a circulação de ar nas suas aletas de maneiras a facilitar o
processo de arrefecimento.

Fig. Radiador do Grupo Gerador

Os Grupos Geradores GE foram instalados com dez (10) radiadores, e são


accionados manualmente por um operador, em função da temperatura que o motor
vai apresentando ao longo do seu funcionamento. Este dispositivo se localiza na
parte exterior da cabine do Grupo Gerador de modo a facilitar a passagem do ar e
facilitar o processo de refrigeração da água.

Bomba de água: Serve para auxiliar o deslocamento da água no sistema, ou


seja, recalca o líquido do radiador para o motor, fazendo com que haja uma troca do
líquido aquecido pelo resfriado. Mesmo se não houvesse a presença da bomba, o
líquido iria circular por termofissão (a diferença de temperatura provocaria o
movimento). A bomba é um dispositivo que melhora essa circulação.

Está bomba encontra-se subdividida em duas secções onde há um circuito


para água de arrefecimento de baixa temperatura LT (Low Temperature) que tem
como finaliadade arrefecer o óleo lubrificante por meio do radiador de óleo e
também arrefece o ar de carga a ser introduzido nos cilindros por meio do
intercooler. O circuito subsequente é de água de arrefecimento de alta temperatura
HT (High Temperature) que tem como finalidade arrefecer os cilindros e os
cabeçotes do motor.

A bomba de água é acionada pelo próprio motor por meio de uma polia que
está acoplada à árvore de manivelas (virabrequim) por intermédio de uma corrente.
Isso significa que, quanto maior for a rotação do motor, maior será sua capacidade
de deslocamento.

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Dutos internos: no interior do bloco do motor, no cabeçote ou no coletor de
admissão existem dutos (passagens) por onde o líquido passa, absorvendo o calor
desses elementos. Para se evitar o acúmulo de sujeira e formação de crostas, é
fundamental a utilização de aditivos.

Ventilador ou ainda Exaustor: esse dispositivo é responsável pela remoção


do excesso de ar quente que se encontra na cabine do Gerador permitindo assim o
arrefecimento do alternador e do motor. Na CTTS os geradores encontram-se
instalados com três (3) ventiladores, onde durante a operação em horas menos
quentes, coloca-se em funcionamento dois ventiladores mantendo um Stand-by
para ocasiões em que seja necessário a mairo remoção de calor no interior da
cabine do gerador.

Fig. Ventiladores

2.6.2. Sistema de Ar Comprimido

Este sitema auxiliar tem como grande finalidade fornecer ar comprimido para o
arranque inicial do motor principal, através do motor de arranque, que é de
accionamento pneumático.

O componente principal neste sistema é o Compressor que é um equipamento


industrial concebido para aumentar a pressão de um fluído em estado gasoso (ar,
vapor de água, hidrogênio, etc..). A compressão de um gás provoca o aumento da
sua temperatura.

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Fig. Compressor de Ar Comprimido

Os compressores utilizados são de duplo pistão o que confere maior


produtividade, durabilidade, facilidade de manutenção e fácil montagem, eles são
acionados automáticamente através de um pressostato que ao verificar baixa
pressão no reservatório de ar, aciona imediatamente o motor eléctrico que impõe
uma força mecânica ao virabrequim (eixo de manivelas) do compressor, que estão
directamente ligados a biela, que impulsiona ou realiza a conversão do movimento
rotativo do virabrequim em movimento alternativo do pistão, que faz a admissão e
compressão de ar que é utilizado para accionar o motor de arranque

A CTTS está equipada com sete (7) compressores de ar carga, na qual cada
grupo possui um compressor incorporado com um reservatório de ar, com a
finalidade de armazenar ar comprimido à alta pressão para poder accionar o motor
de arranque.

O motor de arranque encontra-se instalado próximo ao volante do motor que é


o responsavel pelo giro do virabrequim para o accionamento do motor. Na figura
abaixo encontra-se ilustrado o motor de arranque.

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Fig. Motor de Arranque do Grupo Gerador

Na conduta de entrada do motor de arranque encontra-se instalado uma


válvula reguladora de pressão manual com a finalidade de aumentar ou diminuir a
pressão de ar a ser introduzido no motor de arranque.

2.6.3. Sistema de Lubrificação do Motor

A função preliminar do sistema de lubrificação é fornecer ao motor uma


quantidade suficiente de óleo lubrificante limpo na pressão e temperatura exigidas
para o devido arrefecimento da máquina.

O óleo lubrifica o motor e remove o calor (age como agente refrigerante),


remove as contaminações geradas pelo processo de de combstão e também reduz
o atrito entre as peças moveis do motor de maneiras a poder reduzir o desgaste das
peças.

O motor está equipado com uma bomba de óleo lubrificante, que é


directamnete accionada pelo carreto da bomba, na extremidade livre do motor. Está
bomba aspira o óleo do cárter do motor que é um reservatótrio que se encontra na
parte inferior do motor para o armazenamento do óleo, força o óleo a passar pelo
radiador de óleo.

O radiador de óleo por sua vez tem como finalidade arrefecrer o óleo antes de
ser introduzido novamente no motor afim de evitar perdas de óleo por aquecimento.
A posterior o óleo é encaminhado ao separador de óleo que tem como finalidade
remover as párticulas sólidas que possam estar contidas no óleo, de maneiras a
tornar o óleo lubrificante propicio para ser reintroduzido no motor.

2.7.Vantagens e Desvantagens da Centrais Térmicas

Com base nos estudos levados a cabo por nós, notamos que a nova
central possuí vantagens e desvantagens, onde destacamos os seguintes
pontos:
Vantagens:

 Em comparação com usinas hidrelétricas, são mais rápidas para se


construir, podendo assim suprir carências de energia de forma mais
rápida;

 Podem ser instaladas em locais próximos às regiões de consumo,


reduzindo o custo com torres e linhas de transmissão;

 São alternativas para países que não possuem outros tipos de fontes de
energia.

Estudo e Funcionamento De Uma Central Térmica (Base Central Térmica do Tchicumina) Pá gina 29
Desvantagens:

 Como são usados combustíveis fósseis para queimar e gerar energia,


há uma grande liberação de poluentes na atmosfera. Estes poluentes
são responsáveis pela geração do efeito estufa e do aumento do
aquecimento global. Portanto, este tipo de energia é altamente
prejudicial ao meio ambiente.

 Outra desvantagem é que o custo final deste tipo energia é mais elevado
do que a gerada em hidrelétricas, em função do preço dos combustíveis
fósseis.

Estudo e Funcionamento De Uma Central Térmica (Base Central Térmica do Tchicumina) Pá gina 30
CONCLUSÃO

Segundo as investigações e com base a explanação dos conteúdos ao


longo da elaboração deste trabalho chegamos uma conclusão de que, as
centrais termelétricas estão baseadas na conversão de energia térmica em
energia mecânica e está em energia elétrica. A conversão de energia térmica
em mecânica é feita com o uso de um fluído que produzirá em seu processo de
expansão gases quentes que fazem girar o virabrequim para produção de
energia Mecânica.
As centrais termoelétricas (convencionais) são classificadas de acordo
com o método de combustão utilizado. Combustão Externa e Combustão
Interna. Ela contém suas vantagens e desvantagens, o benefício da população,
construção nas regiões em falta de outras opções na produção da energia
elétrica para o consumo, e como desvantagens o gasto feito e a poluição da
atmosfera.

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RECOMENDAÇÕES

Após os estudos realizados, temos como recomendações o seguinte:


1. Instalar um sistema de abastecimento automático de Óleo Lubrificante,
verificamos que para o abastecimento de óleo(Top-up) os Técnicos
veem-se obrigados a fazer um esforço de empurrar tambores para
poder fazer acréscimo de óleo;
2. Instalação de um sistema de controle automático de nível nos tanques,
de maneiras a reduzir o esforço de humano;

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ANEXOS

ANEXO 1: Sala de Média Tensão

ANEXO 2: SALA DE CONTROLO

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ANEXO 3: GERADOR AUXILIAR

ANEXO 4: TANQUE DE EXPANSÃO

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REFERÊNCIAS BIOGRÁFICAS

1. FARIA, J. G. A. Administração de Manutenção. São Paulo: Edgard


Blucher, 1994.
2. GURSKI, Carlos Alberto; RODRIGUES, Marcelo. Planejando
Estrategicamente a Manutenção. Rio de Janeiro, Out 2008. Disponível
em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_tn_sto_080_610_10863
.pdf> Acesso Jul. 2017
3. KARDEC, A.; NASCIF J. Manutenção: Função Estratégica. 3ª edição. Rio
de Janeiro: Qualitymark: Petrobrás, 2009.
4. MARQUES, F.T.M et al. Sistemas de Controle de Manutenção. Itajubá:
UNIFEI, 2003.
5. MIRSHAWKA, Victor; OLMEDO, Napoleão L. TPM á Moda Brasileira. São
Paulo: Mcgraw-hill, 1994.
6. MOTTER, Osir. Manutenção Industrial: O Poder Oculto na Empresa. São
Paulo: Hemus, 1992.

Estudo e Funcionamento De Uma Central Térmica (Base Central Térmica do Tchicumina) Pá gina 35

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