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UNIFEB

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS

SISTEMAS TÉRMICOS I
Prof. MSc. Willians Luiz Bueno de Souza

MÁQUINAS TÉRMICAS
Potência ● Rendimento ● Eficiencia ● Exemplos

Jhonata Chimelo de Paula


RA: 519375

Fevereiro – 2015
Barretos - SP
Máquina térmica
Em termodinâmica, máquinas térmicas são sistemas que realizam a conversão
de calor ou energia térmica em trabalho mecânico. Isto se dá quando uma fonte
de calor leva uma substância de trabalho de um estado de baixa temperatura para um
estado de temperatura mais alta. A substância
de trabalho (normalmente gás ou vapor em expansão térmica) transfere
essa energia através de sua expansão no interior da máquina térmica acionando o
sistema mecânico (pistão, rotor ou outro) e realizando trabalho. Durante essa expansão,
a substância de trabalho perde calor para o meio.1
O trabalho pode ser definido a partir das trocas de calor:
(1)
onde   e   são respectivamente o calor cedido da fonte quente e o calor recebido
pela fonte fria.
As máquinas térmicas se distinguem de outros tipos por operarem,
fundamentalmente, de acordo com Ciclo de Carnot. Apesar de sua limitação
de eficiência, têm uma grande vantagem que são várias formas de energia que podem
ser transformadas em calor como reações exotérmicas ( como combustão), absorção de
luz de partículas energéticas,fricção, dissipação e resistência. Como a fonte de calor que
abastece a energia térmica da máquina pode ser gerada virtualmente por qualquer tipo
de energia, estas são extremamente versáteis e como enorme gama de aplicação.

Visão geral
Em termodinâmica, máquinas térmicas são usualmente projetadas utilizando
um modelo padrão, como o Ciclo Otto. O modelo teórico pode ser refinado e ampliado
com dados reais de um motor em funcionamento, usando ferramentas como um
diagrama indicador. Desde que o modelo padrão foi criado, poucas mudanças foram
implementadas, podendo-se dizer que um ciclo termodinâmico é um caso ideal de um
motor mecânico. Em termos gerais, quanto maior for a diferença na temperatura entre a
fonte de calor e o dissipador frio, maior é a eficiência térmica potencial do ciclo.
A temperatura baixa da máquina térmica está limitada a temperatura do ambiente, ou
seja, não muito inferior a 300 Kelvin. Por isso a maioria dos esforços para melhorar as
eficiências termodinâmicas das máquinas térmicas tem como foco o aumento da
temperatura de origem, dentro dos limites dos materiais. A eficiência teórica máxima de
uma máquina térmica é igual à diferença de temperatura entre as extremidades quentes e
frias, dividida pelatemperatura na extremidade quente, todas expressas em graus Kelvin,
ou a temperatura absoluta.2

Potência
Máquinas térmicas podem ser caracterizadas pela sua potência específica, que é
normalmente dada em quilowatts (kW) ou em cavalo vapor (cv). Esta característica
oferece uma aproximação da saída de pico de potência de um motor. Isto não deve ser
confundido com a eficiência de combustível, uma vez que a eficiência é elevada, muitas
vezes requer uma relação de ar-combustível pobre, e, portanto, menor quantidade de
potência.3
Rendimento
O rendimento das máquinas térmicas pode ser, de uma maneira geral, a razão
entre o trabalho total e o trabalho (ou calor) necessário para que ela funcione, ou seja, é
o que se obtém pelo que se dá de trabalho4 :

(2)
mas pela equação (1) podemos melhorar a equação (2):

e por fim:

(3)
O rendimento é a eficiência com que uma máquina térmica funciona. Em geral o
rendimento das máquinas é baixo:

 motores de automóveis rendem em média 22%;


 motores a diesel rendem em média 25%;
 grandes turbinas a gás da ordem de 33%
 o motor de Stirling tem um dos maiores rendimentos, podendo chegar a 40%.
Supondo que uma máquina térmica receba 100 cal de calor da fonte e,
simultaneamente, realize um trabalho útil de 20 cal. Essa máquina teria então uma
eficiência,

,   ou  .
Isso significa apenas 20% da energia térmica fornecida à máquina é convertida em
trabalho útil sendo o restante não aproveitado pela máquina. Como a quantidade total de
energia não pode aumentar ou diminuir,temos :

Portanto:
Exemplos
Motor a combustão
O motor a combustão é uma máquina térmica comumente relacionada à
automóveis. Na animação ao lado podemos observar as fases do processo e entender
como a energia de determinados gases pode ser convertida em movimento, que é a
justificativa para classificarmos essa máquina como uma máquina térmica, ou seja, que
converte energia térmica(calor) em trabalho. A eficiência do motor a combustão é de
aproximadamente 25%.
Fase 1
Uma mistura de gases(ar e combustível) devidamente dosados por um
carburador ou pela injeção eletrônica, preenche o cilindro a medida que o pistão libera
espaço, mantendo o sistema a uma pressão constante. Esta mistura geralmente separa
uma parte de combustível para cada 15 partes de ar, entretanto dosagens diferentes
podem melhorar o desempenho do motor dependendo da necessidade. Nesta fase do
processo ainda não há nenhum princípio termodinâmico envolvido.
Fase 2
Em seguida o pistão sobe e comprime a mistura gasosa. Essa compressão pode
ser considerada uma transformação adiabática, pois é muito rápida e não permite que o
gás troque calor com o meio externo. Nesse ponto a temperatura e a pressão do gás
estão muito elevadas.
Deve-se lembrar que o motor precisa estar em movimento para funcionar, ou
seja, o pistão deve ser acionado e estar em movimento antes de ser adicionada a mistura
gasosa e o motor iniciar seu funcionamento normal. Essa partida do pistão era feita com
uma manivela nos primeiros veículos, e atualmente é feita por um motor elétrica
auxiliar, alimentado pela bateria do carro.
Fase 3
Na terceira fase do processo, uma faísca(como a do fogão automático) faz com
que o gás entre em combustão. Quando as moléculas da gasolina entram em combustão
há um rompimento de ligações químicas e esse processo origina novos gases(CO 2 e
H2O). A pressão gerada pelo aumento do volume pode ser relacionada pela lei dos gases
ideais, e é essa pressão que empurra o pistão e mantém o movimento contínuo do
sistema mecânico. Essa expansão do gás em combustão também é um processo
adiabático devido a velocidade com que o pistão desce e retorna a pressão inicial do
sistema.
Fase 4
Nesta última etapa os gases queimados precisam ser expulsos do cilindro para
recomeçar o processo. Devido a inércia, o pistão é impulsionado para cima e nesse
momento a válvula de escape abre e os gases são empurrados para fora. Esse processo
também é isobárico pois o pistão não comprime os gases, apenas os empurra para fora.
Motor a vapor
A locomotiva a vapor ficou conhecida como Maria Fumaça devido a coluna de
vapor e fuligem que marcava o caminho do primeiro vagão. Geralmente, o material que
fornece energia térmica (carvão, lenha) era levado nesses primeiros vagões. Além desse
combustível, a máquina precisa de água, que vai absorver essa energia e liberará-la
realizando trabalho para dar movimento ao transporte. A eficiência do motor a vapor é
inferior a 10%. A animação ao lado ilustra as articulações ligadas ao pistão e nos ajuda
a compreender como o movimento de vai-e-vem pode girar uma roda. Entretanto, a
classificação de máquina térmica para este sistema está relacionada com o vapor que
empurra o pistão. É principalmente na caldeira da locomotiva, onde o combustível é
queimado, o lugar em que os conceitos da termodinâmica podem ser melhor
observados:
A energia térmica proveniente do material em combustão aquece um
reservatório com água. Essa transferência de calor pode ser calculada pela diferença de
temperatura, pelo volume de água que vira vapor e pelo calor específico da água. Esse
vapor sobe e uma válvula permite que ele entre no cilindro onde está o pistão. Uma vez
que não há mais espaço, e, sabendo que o volume do vapor continua crescendo
conforme mais energia é transferida para o reservatório de água, a pressão dentro do
cilindro aumenta até que o pistão é empurrado e seu movimento abre outra válvula que
libera o vapor.
Uma vez iniciado o movimento, o pistão retorna a posição inicial devido a sua
inércia e isso faz com que a válvula permita que o vapor do reservatório ocupe o espaço
do cilindro, completando o ciclo.8
Geladeira
A geladeira é uma das máquinas que revolucionou a vida do homem. Entretanto,
pouco pensamos sobre seu ciclo de refrigeração. Quanta física há no processo de resfriar
a comida? O equipamento pode ser caracterizado como uma máquina térmica onde
estamos interessados no calor dissipado, e não no trabalho realizado. Parece errado,
depois de tudo o que vimos, pensar que quanto mais calor for dissipado melhor será o
rendimento da geladeira, mas é exatamente isso.8 O processo de refrigeração é um ciclo
térmico, ilustrado na imagem.
Fase 1
O hidrofluorcarbono é o gás atualmente utilizado em refrigeradores e ar-
condicionados. É ele quem faz o ar dentro da geladeira esfriar, graças a troca de calor
por condução e por convecção. Inicialmente esse gás percorre a serpentina exterior da
geladeira, também chamada de condensador, para que fique a temperatura ambiente.
Essa serpentina geralmente fica atrás do equipamento, mas pode ficar em qualquer lugar
desde que fique a temperatura ambiente.
Fase 2
Na segunda fase do ciclo o gás passa por um pequeno capilar e em seguida entra
em uma tubulação com um volume maior do que o pequeno capilar onde se encontrava.
Essa mudança de volume diminui a pressão do gás e sua temperatura, deixando a
tubulação gelada. Essa relação entre pressão temperatura e volume é conhecida
como equação de estado.
Fase 3
Já resfriado o gás passa por uma outra serpentina, deixando o material mais
gelado. É nessa parte que a geladeira começa a gelar: o ar troca calor com a serpentina
por condução e fica mais denso que o resto do ar da geladeira. Esse ar mais pesado troca
de lugar com o ar quente por convecção e o ar quente entra em contato com a
serpentina, tornando-se frio também. Essa serpentina precisa estar no parte mais alta da
geladeira para que o processo de convecção ocorra e a temperatura interna fique
aproximadamente igual.
Fase 4
É na quarta fase do processo que realizamos trabalho sobre o sistema, ou seja,
fazemos exatamente o contrário do que vinhamos fazendo até agora com as máquinas
térmicas. Um motor elétrico é utilizado para comprimir o gás gelado e fazer com que ele
volte a tubulação externa a uma pressão muito maior do que a anterior. Ao elevar a
pressão também aumentamos a temperatura, ou seja, o gás sai mais quente do que
estava dentro da geladeira. Além de estar mais quente do que antes, ele precisa estar
mais quente do que a temperatura ambiente, para que o sistema dissipe perca calor.
Além de elevar a temperatura, o compressor empurra o gás para que o ciclo continue.
Turbinas
O termo turbinas é utilizado aqui para caracterizar qualquer sistema que utilize
os princípios da termodinâmica para converter algum tipo de energia em energia
elétrica. A explicação resume bem essa sessão de máquinas térmicas, pois em geral o
mecanismo de transformação é o mesmo: uma hélice (ou pá) que gira uma turbina,
podendo esta ser um motor ou um corpo com propriedades magnéticas.8

Referências

1. Tipler, P.A.; Física (Para Cientistas e Engenheiros), Vol.2 , Gravitação Ondas e


Termodinâmica, 3a Ed., Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1995.
2. http://memagazine.asme.org/Web/Efficiency_by_Numbers.cfm "Efficiency by
the Numbers"] by Lee S. Langston
3. Halliday, D., Resnick, R., Walker, J.; Física, Vol. 2, Livros Técnicos e
Científicos Editora, Rio de Janeiro, 1996
4. Tipler, P.A.; Física (Para Cientistas e Engenheiros), Vol.2 , Gravitação Ondas e
Termodinâmica, 3a Ed., Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1995.
5. Callen Herbert B.; “Thermodynamics and an Introduction to Thermostatistics” |
edition 2nd ed. , Inc. 1985 isbn 0-471-86256-8
6. Kroemer, Herbert ; Kittel, Charles ; “Thermal Physics” edition 2nd ed. publisher
W. H. Freeman Company | year 1980 | isbn 0-7167-1088-9
7. STONE, RICHARD. Introduction to Internal Comcustion Engines.. Warrendale,
PA, USA.: Society of Automotive Engineers, 1993.
8. SCHMIDT, FRANK E HENDERSON, ROBERT. Introdução às Ciências Térmicas.
[S.l.]: Edgard Blusher, 1996.

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