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Disciplina: Termodinâmica

Aluno Jorge Mateus de Freitas da Silveira

O Ciclo de Carnot é um modelo teórico de ciclo termodinâmico que foi proposto pelo
físico francês e engenheiro militar Nicolas Léonard Sadi Carnot. Ele é considerado um ciclo
reversível ideal e é utilizado como referência para avaliar a eficiência de outros ciclos
termodinâmicos, como o ciclo de máquinas térmicas.

Inicialmente proposto pelo físico no ano de 1824, ele pode ser representado por uma
sequência de transformações gasosas onde uma máquina térmica tem o seu rendimento
máximo operando em ciclos, diante de duas fontes térmicas. Carnot mostrou que quanto
maior a temperatura da fonte quente, maior seria seu rendimento para uma substância que se
comportasse como um gás ideal.

A segunda lei da termodinâmica enuncia que a máquina térmica mais simples deve ter
pelo menos duas fontes de calor, uma quente e uma fria. Carnot então idealizou duas câmaras
térmicas operando em um simples ciclo reversível para um gás ideal, dando origem a quatro
transformações térmicas: Duas transformações adiabáticas e duas transformações isotérmicas.
A transformação gasosa isotérmica é aquela em que a temperatura é constante e a
transformação gasosa adiabática é aquela em que não ocorrem trocas de calor com o
ambiente. A figura abaixo ilustra o processo mecânico e também apresenta uma representação
gráfica das transformações.
O ciclo começa com a compressão adiabática do gás, reduzindo seu volume e aumentando
sua pressão. Em seguida, ocorre a transferência de calor a uma temperatura constante
(isotérmica) para o sistema, resultando em um aumento de volume e pressão. Depois, ocorre a
expansão adiabática, onde o sistema se resfria e seu volume e pressão diminuem. Por fim, o
ciclo é concluído com a transferência de calor a uma temperatura constante (isotérmica) para o
ambiente externo, resultando em uma diminuição de volume e pressão.

O objetivo principal do ciclo de Carnot é alcançar a maior eficiência possível na conversão


de calor em trabalho. A eficiência do ciclo é determinada pela diferença de temperatura entre
a fonte quente e a fonte fria. A eficiência máxima de um ciclo de Carnot é dada pela fórmula:

A partir dela foi possível notar que a eficiência máxima de uma máquina térmica jamais
poderia atingir 100%, pois para o rendimento máximo, todo calor que vem da fonte quente
deveria ser convertido em trabalho. Isto só ocorreria se a temperatura da fonte fria fosse zero
absoluto. Também surge de sua análise o enunciado de seu teorema: “Nenhuma máquina
térmica, que opera entre dois reservatórios térmicos, pode ter eficiência maior que o de uma
máquina reversível entre os mesmos reservatórios.”

O ciclo de Carnot é um modelo teórico importante porque estabelece um limite máximo


para a eficiência das máquinas térmicas. Apesar de não ser possível construir uma máquina
térmica que atinja eficiência máxima, o ciclo de Carnot fornece um padrão para avaliar a
eficiência de outras máquinas reais.

Os Motores Termodinâmicas são uma classe de máquinas térmicas baseadas no ciclo de


Carnot, obedecendo o sentido horário do ciclo. São dispositivos que convertem energia
térmica em trabalho mecânico. Eles operam com base em ciclos termodinâmicos, nos quais um
fluido de trabalho é submetido a diferentes processos para produzir trabalho útil. Os motores
térmicos desempenham um papel crucial em várias aplicações, desde motores de combustão
interna em veículos até usinas de energia elétrica.

Diferentemente do ciclo de Carnot, que é um ciclo teórico e que opera uma máquina ideal
que utiliza calor para realizar trabalho, os demais ciclos possuem aplicações muito importantes,
como por exemplo, o ciclo Otto que é a base do funcionamento de motores de combustão
interna de ignição por centelha como os motores de álcool e gasolina, o Ciclo Diesel, ciclo
Brayton e Stirling. Cada um destes ciclos apesar de fundamentados no ciclo de Carnot, operam
de forma bem diferente, como no caso do Ciclo Diesel, composto por duas adiabáticas, uma
isobárica e uma isocórica.
Como parte das máquinas térmicas, eles estão limitados pela eficiência do ciclo de Carnot
e suas eficiências são proporcionais as quantidades trocadas de calor, levando a está relação
entre as temperaturas e o calor trocado:

Esta relação nos permite encontrar então a eficiência para qualquer máquina térmica,
usando como base o ciclo de Carnot.

Sendo menos eficiente, é importante salientar que a origem das perdas em relação ao
ideal advém de fatores como dissipação de calor, fricção e irreversibilidades internas do ciclo.

REFERÊNCIAS

Ciclo de Carnot. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/ciclo-de-carnot/>.

BRITO, P. Teorema e Ciclo de Carnot. [s.l: s.n.]. Disponível em:


<https://lief.if.ufrgs.br/pub/IF_ead/FIS01183/slides/area_2/area_2_aula_6.pdf>.

Ciclo de Carnot. Disponível em: <https://www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/ciclo_carnot.htm>.

RODRIGUES MACENA, L.; ALAN DE OLIVEIRA CRUZ, F. CICLOS TERMODINÂMICOS: UMA


PROPOSTA DE ESTUDO MEDIADO POR APPLETS. Disponível em:
<http://dfisweb.uefs.br/caderno/vol15n1/s5Artigo03_Frederico-Ciclos-Termodinamicos.pdf>.
Acesso em: 17 jun. 2023.

Ciclo de Carnot: o que é, etapas, exemplos. Disponível em:


<https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/ciclo-carnot.htm>.
Máquinas térmicas: o que são, mapa mental e mais. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/fisica/maquina-termicaaplicacao-segunda-lei-
termodinamica.htm>.

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