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Ana Flávia Araújo Quadros

Dário Henrique Mota Losqui


Filipe Nunes Leite Batista Coelho
Flávia Macari Ferreira
Helena Celestino Maia
Henrique Oliveira Lara
Matheus Do Vale Araújo

ENERGIA TÉRMICA

São João del-Rei

Outubro de 2016
Ana Flávia Araújo Quadros
Dário Henrique Mota Losqui
Filipe Nunes Leite Batista Coelho
Flávia Macari Ferreira
Helena Celestino Maia
Henrique Oliveira Lara
Matheus Do Vale Araújo

ENERGIA TÉRMICA

Trabalho apresentado à disciplina de Conversão


de Energia.

Prof. Francisco de Assis Dias

São João del-Rei

17 de Outubro de 2016
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 4
2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................. 5
2.1 MOTIVAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DA FONTE .................................................................... 5
2.2 VIABILIDADE DE SE UTILIZAR ESSA FONTE ...................................................................... 6
2.3 POTENCIAL ENERGÉTICO................................................................................................. 9

2.4 PROCESSO DE CONVERSÃO DE ENERGIA ...................................................................... 10

2.5 VARIADOS TIPOS DE ENERGIA....................................................................................... 18

2.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS .................................................................................... 20

2.7 IMPORTÂNCIA NO BRASIL ............................................................................................. 21

2.8 IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS GERADOS ..................................................................... 22

2.9 EXEMPLOS DE UTILIZAÇÃO ........................................................................................... 23

2.10 PERSPECTIVAS PARA O FUTURO ................................................................................. 25

2.11 RISCOS DE ACIDENTES ................................................................................................. 27

2.12 MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA E MUNDIAL ........................................................... 27

3 CONCLUSÕES............................................................................................................................ 29

4 REFERÊNCIAS............................................................................................................................ 32
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1 INTRODUÇÃO

A energia térmica é relacionada à maior ou menor vibração dos


átomos e moléculas presentes nos corpos, causando assim uma maior ou
menor energia interna do mesmo e, consequentemente, temperatura. A partir
deste tipo de energia, é possível obter energia elétrica, geralmente pela
combustão de algum material, este que pode ser renovável (ex.: biomassa,
etanol, energia solar) ou não (ex.: gás natural, petróleo e seus derivados,
carvão mineral).

O local onde se realiza o processo de produção de energia elétrica


através da transformação oriunda da energia térmica é chamado de usina
termelétrica. Na usina convencional, o primeiro processo necessário para obter
energia elétrica consiste na queima do combustível, transferindo calor para a
água presente em tubos localizados nas paredes da caldeira que contém o
material, esquentando-a até que ela seja totalmente transformada em vapor.
Em seguida, este vapor é utilizado em alta pressão para girar as turbinas,
acionando assim o gerador elétrico. Por último, o vapor é condensado em um
circuito independente de refrigeração, retornando água à caldeira, para que
desta forma o ciclo possa ser retomado. No momento em que a turbina gira, o
gerador, que é acoplado mecanicamente à ela, gira e a potência mecânica
obtida na passagem do vapor é transformada em potência elétrica. O
rendimento das usinas termelétricas convencionais é de 30% a 42%.

Também existe um modelo de usinas que utilizam um método


conhecido como ciclo combinado para a transformação de energia térmica em
energia elétrica. Com isso, o rendimento pode chegar a 58%, um ganho
considerável em relação às que utilizam o ciclo convencional. Os dois métodos
são semelhantes, porém no ciclo combinado os gases da queima do
combustível são transferidos para uma caldeira de recuperação, e assim
produzirem vapor, gerando potência mecânica na turbina que estará ligada a
outro gerador.
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A geração de energia elétrica através da queima de combustíveis


fósseis causa alguns danos consideráveis ao meio ambiente. Estes se
reduzem quando são utilizadas fontes de queima renováveis. Porém, acredita-
se que usinas como as hidrelétricas podem causar impactos maiores,
principalmente por sua dificuldade de implantação.

Como a energia termelétrica é mais cara de ser obtida, já que a


queima de combustíveis requer mais trabalho do que o aproveitamento da
potência da água, não é a fonte primária da produção energética no Brasil,
sendo mais utilizada quando há escassez de energia proveniente das
hidrelétricas, ocorrendo principalmente nas épocas em que a seca é
predominante.

A energia térmica, de modo mais geral, também pode ser associada


com a energia elétrica de diversos outros modos. Um exemplo deles é o
chuveiro elétrico, que realiza a conversão de energia elétrica para a térmica, e
assim esquentando a água. Outra forma de associação estão ligadas às perdas
nos sistemas de transformação de energia, como as perdas por atrito, que
transformam energia mecânica em térmica. Técnicas são utilizadas para
reduzir ao máximo estas perdas, também presentes nos próprios sistemas
onde a energia térmica é utilizada como fonte ou produto final.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 MOTIVAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DA FONTE

O uso deste tipo de energia apresenta vantagens principalmente nas partes


técnico-econômicas e operacionais, as principais estão listadas a seguir:

I. A possibilidade da geração mais próxima aos centros de consumo: Isso


diminui as linhas de transmissões e também o desperdício de energia.
6

II. Economia:
a) De tempo: O tempo de construção é curto podendo assim suprir
carências de energia de forma mais rápida, além de possuir
acionamento rápido.
b) De espaço: As termelétricas não necessitam de áreas enormes,
quando comparadas a outras fontes de energia, fato que,
associado à flexibilidade locacional, evita conflitos pelo uso do
solo e possibilita a seleção de locais com menor sensibilidade
socioambiental para sua implantação.
c) E de capital: Não é necessário um investimento muito grande,em
comparação com outras fontes. Isso torna o custo de
investimento por quilowatt (KW) instalado baixo. E como elas
podem ser instaladas em locais próximos às regiões de consumo,
isso reduz o custo com torres e custos de transporte da energia.

III. Independência de variações climáticas: Não dependem da quantidade


de precipitação, nem necessitam de cursos de água, como o caso das
centrais hidrelétricas, o que traz ganhos de confiabilidade ao sistema,
aumentando a segurança energética do país.

IV. Social: Geração de empregos diretos e indiretos, ao aumento da


demanda por bens e serviços, e ao aumento da arrecadação tributária,
contribuindo para o dinamismo econômico da região. Os benefícios
econômicos e sociais advindos da contratação de mão-de-obra poderão
ser maximizados se forem priorizadas contratações locais ou regionais.

V. Acessível: Como é obtida pela queima de combustíveis, tais como


carvão, óleo, biodiesel, derivados do petróleo e também o bagaço da
cana de açúcar (biomassa), isso faz com que ela possa ser abastecida
em qualquer região.
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2.2 VIABILIDADE DE SE UTILIZAR ESSA FONTE

Entre 2005 e 2014, a produção nacional de gás natural


cresceu em média 6,8% ao ano, atingindo cerca de 32 bilhões de m3
no último ano do período, sendo que somente no pré-sal foram 6
bilhões. Os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo
concentram 63% de toda a produção. Um fator preocupante é que a
relação entre as reservas e a produção indicou que, sendo mantido o
ritmo de produção atual, as reservas naturais provadas se esgotariam
em cerca de 15 anos.
O aproveitamento do gás natural pode ser realizado de três
formas: geração de energia na própria plataforma, reinjetamento no
reservatório com o objetivo de aumentar a recuperação de petróleo ou
transferência para uma unidade de processamento de gás natural.
Como a oferta total no Brasil ainda precisa deduzir a parcela referente
aos gases reinjetados, desde 2009, a importação de GNL vem
ganhando representatividade.
O gás natural aumentou sua participação na produção de
energia a partir dos anos 2000, e desde 2012 corresponde à segunda
matriz energética brasileira. Em 2014, foram produzidos cerca de
81TWh de eletricidade à gás natural, representando um crescimento de
20 vezes se comparado à mesma produção em 2000.
A disponibilidade de gás para a geração de eletricidade
compete com a demanda de outros setores de consumo, onde o gás
surge como alternativa energeticamente eficiente: setor industrial,
energético, residencial, transportes, comercial/público, além do uso não
energético. Além disso, a expansão da oferta de gás natural depende
de altos investimentos em exploração e produção no país, expansão da
malha de transporte e, no caso de importação, de projetos
internacionais de gasodutos ou de infraestrutura necessária à
regaseificação do GNL.
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Para o horizonte de longo prazo estima-se o aumento da


oferta de gás natural com as produções do Pré-sal e de recursos de
gás não convencional. Os estudos de demanda de energia consideram
a expansão do consumo final de gás natural de 55 milhões de m3/dia
em 2014 para 180 milhões de m3/dia em 2050. É possível destacar sua
crescente entrada na matriz energética brasileira, com maior utilização
na indústria, que também é o maior consumidor energético no Brasil.
Considerando-se:
i) as reservas provadas brasileiras com cerca de 460 bilhões de
m3 de gás natural (ANP, 2015a);
ii) a manutenção da oferta nacional de 48 milhões de m3/dia
(mesmo nível de 2014) (MME, 2015);
iii) a relação R/P de 14,8 anos (ANP, 2015a);
iv) a manutenção da capacidade de importação atual de 71 milhões
de m3/dia12; e
v) uma demanda não termelétrica total na ordem de 60 milhões de
m3/dia (mesmos níveis de 2014) (EPE, 2016),

pode ser estimado um volume de aproximadamente 60 milhões de


m3/dia para geração termelétrica nos próximos quatorze anos, sem que
haja necessidade de expansão da produção ou da capacidade de
importação.

Na tabela abaixo é possível analisar os custos nivelados da


bioeletricidade para as diferentes fontes de biomassa. Foram
considerados os custos de investimento, operação e manutenção, de
combustível, vida útil (20 anos) e taxa de desconto (10%).
Tabela 1- Custos de investimento, de O&M, de combustível e o custo
nivelado da bioeletricidade das fontes consideradas
Fonte Investimento 0&M Fixo Combustível Custo
(U$/MWh) (U$/MWh) (U$/MWh) Nivelado
(U$/MWh)
Bagaço 7* 44** 3* 19** 0 0 11 63
Ponta e Palha 16* 53** 7* 22** 22 22 33 85
Biogás de Vinhaça 25 26 11 0 0 23 75
Florestas Energéticas 34 15 13 51 49 89
9

Resíduos Agrícolas 39 45 88 94
Res. Pecuária Bovina -50 -25 25 50
Res. Pecuária Suína 53 53 22 22 -25 -13 50 63
Res. Avicultura -14 -7 61 68
Biodigestores -34 0 41 75
* Cana retrofit (margem inferior). ** Cana retrofit (margem superior) ou Cana
greenfield.

2.3 POTENCIAL ENERGÉTICO

O sistema elétrico brasileiro é um sistema hidrotérmico de grande


porte com predominância de geração hidrelétrica. O parque gerador possui
141.053 MW de capacidade instalada, sendo 65% de hidrelétricas e 29% de
termelétricas distribuídas entre usinas a biomassa (9%), gás natural (9%), óleo
diesel (3%), óleo combustível (3%), carvão (3%), outros combustíveis fósseis
(1%) e usinas nucleares (1%). A geração eólica e solar corresponde a 6% da
potência instalada (ANEEL, 2016). As usinas térmicas exercem um papel de
complementação da geração hidrelétrica e oferecem flexibilidade operativa ao
Sistema Interligado Nacional (SIN). Essas usinas funcionam como um seguro
nos períodos de escassez hidrológica, contribuindo para a garantia do
suprimento de energia. Em razão das suas características técnicas e
econômicas, particularmente a geração termelétrica a gás natural também tem
sido associada à expansão das fontes renováveis intermitentes, como eólica e
solar, para ser acionada nos períodos de indisponibilidade da geração a partir
dos ventos e do sol.

Considerando as tecnologias baseadas no ciclo vapor, seria possível


gerar, em 2014, cerca de 64 TWh de energia elétrica excedentes através da
cana de açúcar. Em 2050, o potencial da bioeletricidade da cana alcançaria
quase 109 TWh. Valores mais elevados são possíveis com a introdução da
gaseificação de biomassa.

Atualmente, a biomassa florestal já apresenta um forte crescimento.


Em 2050, a oferta de bioeletricidade por esta fonte, utilizando ciclo vapor, pode
alcançar 69 TWh. Se a tecnologia de gaseificação fosse utilizada, em 2050, a
geração de base florestal chegaria a quase 120 TWh.
10

Na forma de geração distribuída, um grande potencial de


bioeletricidade pode ser obtida pelo uso de biomassas residuais da pecuária e
de resíduos sólidos urbanos. Em 2014, o potencial foi de 35 TWh e, em 2050,
deve chegar à 67 TWh. As biomassas de esterco avícola e de gado leiteiro, ao
longo do período, contribuem com quase 70% do potencial. O esterco da
suinocultura contribui com 18% do potencial. Em decorrência da mudança na
composição dos resíduos sólidos urbanos, a disponibilidade da fração orgânica
deve diminuir, mesmo com o aumento da geração de resíduos urbanos sólidos.
A participação no potencial de bioeletricidade desta fonte de biomassa é
decrescente, chegando em 2050 à 5%.

As sazonalidades das biomassas dificultam a estimativa de uma


potência instalada, sendo muito mais apropriado estimar o potencial com base
na energia. Caso fosse possível considerar um fator de capacidade fixo de
85%, a energia estimada representaria 51.000 MW para a geração centralizada
e 9.000 MW para a distribuída.

2.4 PROCESSO DE CONVERSÃO DE ENERGIA

É possível dividir a conversão de energia térmica em elétrica em dois grupos, a


conversão direta e a conversão dinâmica.

1. Conversão direta
No ano de 1821, o físico alemão Thomas Seebeck descobriu que ao unir dois
fios de metais diferentes submetendo-os a uma temperatura elevada, aparece
em seus terminais uma diferença de potencial e uma corrente elétrica fluirá se
o circuito for fechado. Este sistema, apesar de não gerar quantidades
significativas de energia, tensões na faixa de milivolts, é bastante usada em
instrumentação como “termômetros” (termopares).

2. Conversão dinâmica:
A maior parte da energia térmica utilizada no mundo é proveniente de
mecanismos dinâmicos. Comparada a outras fontes (de conversão direta) se
tornam mais robustas para produção em escala. De forma sintetizada, tem
11

como funcionamento básico o aquecimento da caldeira, através de algum tipo


de combustível, rotação da turbina, movimentação do gerador, distribuição da
energia pelas linhas de transmissão. A seguir, mais detalhes sobre essa
conversão.

O processo fundamental de funcionamento das centrais termelétricas baseia-se


na conversão de energia térmica em energia mecânica e esta em energia
elétrica.

A produção da energia térmica pode se dar pela transformação da energia


química dos combustíveis, através do processo da combustão, ou da energia
nuclear dos combustíveis radioativos, com a fissão nuclear.

A geração termelétrica pode ser classificada em função das características da


combustão com relação ao processo de transferência energética, sendo elas:

• Combustão externa: O combustível não entra em contato com o fluido


de trabalho. Este é um processo usado principalmente nas centrais
termelétricas a vapor, onde o combustível aquece o fluido de trabalho
(em geral água) em uma caldeira até gerar o vapor que, ao se expandir
em uma turbina, produzirá trabalho mecânico. As centrais nucleares,
embora não utilizem combustão, e sim, fissão nuclear, se incluem nesta
classificação, uma vez que o processo de fissão não entra em contato
direto com o fluido de trabalho.

CALOR
VAPOR (ALTA PRESSÃO)

CALDEIRA
QUEIMA
DO
COMBUSTÍVEL

GERADOR
LÍQUIDO TURBINA

VAPOR (BAIXA PRESSÃO)

CONDENSADOR
LÍQUIDO
BOMBA
CALOR
12

FIGURA 1. Central Termelétrica com combustão externa (a vapor).

• Combustão interna: a combustão se efetua sobre uma mistura de ar e


combustível. Dessa maneira, o fluido de trabalho será o conjunto de
produtos da combusta. A combustão interna é o processo usado
principalmente nas turbinas a gás e nas máquinas térmicas a pistão
(motores).

Há diferentes grupos de centrais termelétricas, sendo eles:

I) Centrais a Vapor
Esse tipo de central pode trabalhar tanto em ciclo aberto como em ciclo
fechado. A operação em ciclo aberto é comum quando se pretende utilizar
calor (vapor) para o processo. Na operação em ciclos fechados, pode-se
trabalhar com um ou mais fluidos (operação em ciclos superpostos). Seu
funcionamento é baseado no ciclo térmico Rankine.

FIGURA 2. Central nuclear PWR (reator a água pressurizada).

II) Centrais a Gás


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O desenvolvimento das turbinas a gás é relativamente recente e tem como


maiores desafios os seguintes problemas tecnológicos:

a) para um rendimento razoável, exigem-se altas temperaturas. Tal


possibilidade só foi alcançada recentemente com avanços na tecnologia de
materiais, que ainda busca possibilidade de operar em temperaturas
maiores;

b) há um número excessivo de estágios no turbocompressor, o que leva


a uma limitação de potência.

c) o baixo rendimento dos turbocompressores foi melhorado nas últimas


décadas através do desenvolvimento de turbocompressores com até 85%.
Graças à implementação dos motores a reação pela indústria aeronáutica,
houve um grande progresso. A operação em circuito aberto ocorre em
motores a reação turboélice ou turbojato.

Existem dois tipos de turbinas a gás:

Turbinas aeroderivativas: baseadas na tecnologia adotada para


propulsão de aeronaves. Compactas e de peso reduzido, essas unidades
exibem alta confiabilidade e tempo reduzido de manutenção, além de
elevado rendimento, o que as torna atrativas apenas para as aplicações de
cogeração e geração elétrica. Neste último caso são mais apropriadas para
atendimento de picos de demanda ou para funcionar em regime de
emergência.

Turbinas industriais (heavy-duty): são de construção mais robusta,


apresentando maior resistência a ambientes agressivos, sendo indicadas
para operação na base

III) Motores
Muito usados em potências até 40 MW, as centrais a diesel para alimentação
de sistemas isolados, têm uso disseminado em regiões longínquas sem outra
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fonte de geração (Amazônia, Rondônia etc.). Elas apresentam, no entanto,


limitações relacionadas com potência, ruído e vibração, além de problemas
como dificuldade de aquisição de peças de reposição e seu transporte, assim
como, principalmente nos locais distantes, os altos custos do combustível.
Suas vantagens são a rápida entrada em carga, a simplicidade de operação e
o fácil plano de manutenção.

FIGURA 3. Motor a diesel.

As centrais a vapor, a gás, nucleares e os motores formam os grandes grupos


de centrais termelétricas. Há outros tipos de configurações ou processos, mas
sempre baseados nestes principais ou em uma combinação apropriada deles.
Além disso, em muitas aplicações, centrais térmicas são utilizadas, no sistema
de cogeração, para produção conjunta de eletricidade e vapor para uso no
processo, que quando bem dimensionado e balanceado aumenta o rendimento
global da utilização do combustível empregado, atuando, assim, no sentido do
aumento da eficiência térmica

As usinas termelétricas possuem basicamente dois tipos de conversão que


serão detalhas abaixo.

Conversão convencional: Usinas Termoelétricas


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Nas usinas térmicas convencionais, a primeira etapa consiste na queima de um


combustível fóssil, como carvão, óleo ou gás, A conversão da energia térmica
em mecânica se dá através do uso desse fluido que produzirá, em seu
processo de expansão, trabalho em máquinas (turbinas ou motores) térmicas.
Na segunda etapa o vapor, em alta pressão, é usada para girar a turbina
responsável pelo acionamento mecânico de um gerador elétrico acoplado ao
eixo da máquina e que permite a conversão de energia mecânica em elétrica.

Na terceira etapa, o vapor é condensado, transferindo o resíduo de sua energia


térmica para um circuito independente de refrigeração, retornando a água à
caldeira e assim, completando o ciclo.

A potência mecânica obtida pela passagem do vapor através da turbina -


fazendo com que esta gire - e no gerador - que também gira acoplado
mecanicamente à turbina - é que transforma a potência mecânica em potência
elétrica. A energia assim gerada é levada através de cabos ou barras
condutoras, dos terminais do gerador até o transformador elevador, onde tem
sua tensão elevada para adequada condução, através de linhas de
transmissão, até os centros de consumo.

Resumindo, dentro de um sistema fechado, a fornalha queima um combustível


qualquer aquecendo a caldeira, que por sua vez aquece e evapora a água a
altas pressões e temperaturas. O vapor produzido move as pás da turbina que
está fisicamente acoplado a um gerador elétrico. A imagem abaixo ilustra esse
processo de conversão:
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FIGURA 4. Esquema de geração de energia elétrica numa usina termelétrica.

Usina Termelétrica: Ciclo Combinado

Uma usina termelétrica operando em ciclo combinado pode ser definida como
um conjunto de obras e equipamentos cuja finalidade é a geração de energia
elétrica, através de um processo que combina a operação de uma turbina à
gás, movida pela queima de gás natural ou óleo diesel, diretamente acoplada a
um gerador.

Os gases de escape da turbina à gás, devido à temperatura, promovem a


transformação da água em vapor para o acionamento de uma turbina a vapor,
nas mesmas condições descritas no processo de operação de uma termelétrica
convencional.
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FIGURA 5. Sistema da Usina de Furnas.

Esse ciclo consiste num processo que gera energia conjugando o ciclo de
Brayton (turbina a gás) com o ciclo de Rankine (vapor). Ou seja, o calor
recuperado dos gases de exaustão da turbina a gás é utilizado para acionar um
ciclo a vapor. A maior recuperação de calor acontece combinando a geração
de energia elétrica nas turbinas a gás e em turbinas a vapor, da seguinte
forma:

Na turbina a gás: a expansão dos gases resultantes da queima do combustível


(óleo diesel ou gás natural) aciona essa turbina, que está diretamente acoplada
ao gerador e, desta forma, a potência mecânica é transformada em potência
elétrica.
Na turbina a vapor: O funcionamento é exatamente igual ao descrito para usina
termelétrica convencional, porém a transformação da água em vapor é feita
18

com o reaproveitamento do calor dos gases de escape da turbina a gás, na


caldeira de recuperação de calor.

O acréscimo de potência alcançado em um ciclo combinado é, em geral, da


ordem de 50 % da potência da turbina a gás e a eficiência global passa da
média de 30 % do ciclo simples para valores na faixa de 55 a 60 % em ciclos
combinados.

O ciclo combinado possui a elevada temperatura média de adição de calor da


turbina a gás e a baixa temperatura média de rejeição de calor do ciclo de
vapor e, portanto, uma eficiência média maior do que qualquer um dos ciclos
teria individualmente.

Como vantagem tem-se o rendimento térmico do ciclo combinado, que


proporciona a produção de energia elétrica com custos reduzidos.

FIGURA 6. Ciclo combinado de uma geração termelétrica.

2.5 VARIAÇÕES DOS TIPOS DE ENERGIA

As moléculas constituintes da matéria estão em contínuo movimento,


denominado agitação térmica. A energia cinética associada a esse movimento
19

é chamada energia térmica, objeto de estudo do trabalho presente. Tal energia


pode ser obtida por pelo menos três formas: combustão ou queima de
materiais (transformação de energia química em térmica), atrito (transformação
de energia mecânica em energia térmica) e a resistência elétrica
(transformação de energia elétrica em energia térmica).

Os elementos básicos presente na constituição dos objetos conversores são


percorridos por correntes elétricas e possuem a função de transformar energia
elétrica em energia térmica, que será liberada para o meio na forma do que se
chama de efeito Joule.

Um condutor elétrico possui a propriedade de conter em sua estrutura física o


que se chama de elétrons livres. Esses elétrons livres conseguem se
movimentar no material desde que seja cedida a eles energia potencial elétrica.
Quando os elétrons começam a se mover, ocorre o atrito com “obstáculos”
presente no interior do condutor e esse atrito é liberado para o meio na forma
de calor. Diz se então que a energia elétrica fornecida a esse condutor foi
transformada em energia térmica. O nome dado ao condutor capaz de
transformar energia elétrica em energia térmica são resistores e esses são
elementos básicos presentes em chuveiros, por exemplo. Porém, este efeito é
intrínseco de qualquer material que transporte energia elétrica ou fluxo
magnético, podendo ser um problema para a produção em larga escala, uma
vez que este efeito é responsável por diminuir o rendimento da operação de
maneira considerável.

Outro tipo menos comum, mas que também é utilizado, é através da conversão
térmica oceânica, que utiliza a diferença de temperatura dos oceanos, sendo
as águas profundas (mais frias) e as da superfície (mais quentes). No entanto,
por tais diferenças não serem grandes, a eficiência de geração é geralmente
baixa, diminuindo a viabilidade econômica da energia térmica oceânica para
geração de eletricidade.

Algumas regiões do planeta possuem diferenças muito grandes nas


temperaturas em diferentes profundidades do oceano. Isso geralmente se
caracteriza por águas muito geladas no fundo e mais quentes quando estão
20

perto da superfície. Essa diferença pode ser alavancada de uma maneira que
permita a criação de um ciclo de vapor, capaz de girar uma turbina e produzir
energia elétrica.

Os grandes propulsores do sistema são estruturas utilizadas para a troca de


calor. Isso vale para os condensadores e também para os vaporizadores.
Quando a água quente passa pelo condensador, ela é utilizada para vaporizar
um fluido específico. Esse material consegue aplicar muita força à turbina,
realizando a movimentação necessária para a criação de eletricidade.

A energia gerada é enviada até o solo por meio de cabos de alta potência. A
grande vantagem deste sistema é a possibilidade de gerar energia limpa
durante 24 horas por dia, pois durante todo o tempo existe a diferença nas
temperaturas do oceano.

Na imagem abaixo é posível analisar o mapa global do fluxo da temperatura


oceânica. Este processo de conversão é conhecido como OTEC (siga em
inglês para Conversão de Energia Térmica Oceânica).

FIGURA 7. Mapa do fluxo da diferença de temperatura oceânica.


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2.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS

A utilização da energia térmica possui vantagens e


desvantagens para sua produção e comércio, que serão listadas
abaixo.

Vantagens:

• De fácil obtenção já que possui matéria prima abundante em todo o


mundo, como bagaço de cana, milho, carvão vegetal, mineral, gás
natural, combustíveis fosseis, fissão nuclear e o próprio sol.
• Na geração de eletricidade, as chamadas usinas termelétricas podem
ser construídas próximas a centros urbanos, uma vez que são
compactas, diminuindo as perdas por transmissão, além de facilitar o
deslocamento de pessoal e de recursos.
• Por não depender de chuvas, ventos, ou de outros fatores externos a
energia térmica pode ser utilizada a qualquer momento e sem
interrupções.
Desvantagens:
• Poluição do meio ambiente, aumento de chuvas ácidas e grande
contribuição para o aquecimento global.
• Desmatamento para obtenção de carvão e madeira em geral.
• Em usinas termelétricas os custos de produção são maiores que os de
outras usinas, como as hidrelétricas e eólicas.

2.7 IMPORTÂNCIA NO BRASIL

No Brasil, a energia térmica tem grande importância nas indústrias dos


mais diversos tipos, para processamento de matéria prima entre outros usos.
Além disso, a energia térmica é largamente utilizada para geração de
eletricidade, trabalhando em conjunto com as hidrelétricas e eólicas. As
termelétricas são as grandes responsáveis pelas contas de luz mais caras em
22

determinadas épocas do ano, quando os níveis dos rios estão baixos e as


hidrelétricas não conseguem suprir as necessidades energéticas.

A energia térmica proveniente do sol, também é amplamente


utilizada no aquecimento de água em residências, contribuindo para uma
grande economia de eletricidade em todo o Brasil.

FIGURA 8. Esquemático de um reservatório térmico.

2.8 IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS GERADOS

O vapor gerado na queima do combustível é resfriado em um


condensador e convertido outra vez em água, que volta aos tubos da caldeira,
num ciclo de processamento contínuo. A água em circulação serve para esfriar
o condensador coletando e expulsando o calor extraído da atmosfera pelas
torres de refrigeração.
Estas torres de resfriamento são grandes estruturas que identificam
essas centrais. Parte do calor extraído passa para um rio próximo ou para o
mar num impacto ambiental relevante produzido por uma termelétrica. Este
calor pode alterar as condições de existência de flora ou fauna e interferir
decisivamente como fator limitante para a reprodução de espécies.
Em geral, estas usinas dispõem de chaminés de grande altura
(algumas chegam a 300 m). No interior destas grandes estruturas, em geral
23

existem precipitadores que retêm as cinzas e outros resíduos voláteis da


combustão, que podem se tornar fontes de poluição do ar através da dispersão
de fuligem. As cinzas recuperadas são usadas para aproveitamento em
processos de metalurgia e no campo da construção, onde são misturadas com
o cimento.
Estas usinas podem ser construídas onde são mais necessárias,
com os combustíveis sendo transportados até as termelétricas. No uso de
usinas termelétricas são lançados gases na atmosfera e ocorre o despejo água
quente no meio ambiente.
O maior impacto ambiental produzido pelas termoelétricas são os
gases, muitos deles de efeito estufa. São produzidos óxidos e dióxidos de
enxofre, óxidos de nitrogênio, monóxido e dióxido de carbono, outros gases e
particulados.
Também existe a geração de hidrocarbonetos. Os óxidos de
nitrogênio são formadores de ozônio de baixa altitude, prejudiciais à saúde. A
poluição causa problemas respiratórios, como infecções dos brônquios e
doenças pulmonares.
Os gases produzidos são vários, muitos deles com emissão
amplamente combatida atualmente como o dióxido de carbono e o gás
carbônico. A queima do carvão produz também o monóxido de carbono e
carbono puro, que são lançados na atmosfera, contribuindo para o aumento do
efeito-estufa e piorando a qualidade do ar. O gás natural produz menos
impacto no ar e pode ser usado como matéria-prima para gerar calor,
eletricidade e força motriz, nas indústrias siderúrgica, química, petroquímica e
de fertilizantes, com a vantagem de ser menos poluente do que os
combustíveis derivados do petróleo e o carvão.
De todos os combustíveis utilizados em termelétricas, o gás natural
é o menos poluente, mas o Brasil ainda não é autossuficiente na produção de
gás, e todos acompanham os noticiários sobre os problemas de depender do
fornecimento de países instáveis como a Bolívia.

2.9 EXEMPLOS DE UTILIZAÇÃO


24

Atualmente, o Brasil possui quase 2 mil usinas termelétricas,


responsáveis pela geração de aproximadamente um quarto da capacidade total
do País. Em São Paulo, destaque para a Usina Piratininga — com potência de
190 megawatts —, Açucareira da Serra (localizada entre as cidades de São
Carlos e Ibaté) e Euzébio Rocha — em Cubatão.
Em Capivari de Baixo, Santa Catarina, está localizado o maior
complexo termelétrico movido a carvão da América Latina: o Complexo
Termelétrico Jorge Lacerda, formado por três usinas térmicas movidas a
carvão, com capacidade instalada total de 857 megawatts.
A Usina Termelétrica de Juiz de Fora, em Minas Gerais, foi a
primeira do mundo a operar com etanol. Com potência instalada de 87
megawatts, o parque gerador foi responsável pela produção média de
4.761 megawatts por dia. No mesmo estado, funciona a Ibitermo, instalada
no município de Ibirité desde 2002.
Na Paraíba, a Usina Termelétrica Campina Grande funciona como
reserva energética, entrando em operação apenas quando ocorre falha no
sistema elétrico da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). Possui
dez geradores em ciclo térmico simples.
Outra usina importante da região nordeste é a Vale do Açu Jesus
Soares Pereira, mais conhecida como Termoaçu. Localizada em Alto do
Rodrigues, no Rio Grande do Norte, é um exemplo de cogeração, uma vez que
produz energia elétrica e vapor d’água — utilizado na extração de petróleo da
região. cujo combustível é o gás natural.
Atualmente no mundo, a participação da energia nuclear ainda é
pequena, se comparada com a grande quantidade de centrais térmicas
baseadas no carvão, principal matéria prima energética do início do século, e
do óleo, derivado do petróleo. Mas já pode ser comparada à quantidade de
hidroelétricas, que foram as mais construídas durante os últimos anos.
Nos dias de hoje estão em operação, ao redor do mundo, 434
centrais termoelétricas, em grande parte concentradas na América do Norte
(EUA e Canadá) e Europa, em especial a França e o Leste Europeu, do antigo
Bloco Socialista.
25

Apesar dos vários movimentos governamentais em busca de parar a


construção de usinas nucleares, no mundo ainda há 36 centrais em construção
em 14 diferentes países, evidenciando que essas centrais ainda serão
responsáveis por grande parte da energia elétrica gerada no globo.
De todos os países detentores da tecnologia nuclear, e que já
implementaram centrais nucleares, 19 deles possuem mais de 25% da geração
nuclear.

GRÁFICO 1. Tipos de Energia Elétrica comercial gerada no mundo.

2.10 PERSPECTIVAS PARA O FUTURO

O futuro da energia térmica ronda em torno de seu principal


problema: A poluição. Para resolver,ou no mínimo diminuir tal
problema,algumas alternativas vem sendo aplicadas e outras desenvolvidas.

Uma delas é a altura adequada das chaminés,em função da


dispersão de poluentes e a instalação de filtros nessas chaminés que podem
parecer medidas pequenas,mas que são gigantes se tomadas por todas as
usinas e industrias. Equipamentos de Controle de Poluição do Ar que são
usados em industrias,também podem,devem e já são usados em usinas. Tais
como o filtro de mangas, coletores gravitacionais,coletores úmidos, ciclones,
entre outros.

Outra alternativa é a substituição do petróleo,carvão e óleos


poluentes por biocombustíveis, o que reduz drasticamente o impacto ambiental.
26

O biodiesel,por exemplo, pode reduzir em 78% as emissões de gás carbônico,


considerando a reabsorção pelas plantas. Além disso, reduz em 90% as
emissões de fumaça e praticamente elimina as emissões de dióxido de
enxofre.

Um exemplo já concreto desta possibilidade é a Usina termelétrica


de Juiz de Fora,que foi a primeira usina adaptada para funcionar tanto a gás
natural, quanto a etanol.Essa possibilidade lhe dá uma flexibilidade muito
grande pois é possível escolher qual é o melhor preço de combustível para se
utilizar em determinado momento e em determinada situação e isso tudo
graças ao processo de conversão em usina flex fuel.O uso de etanol reduz em
30% a emissão de poluentes pela usina, em comparação com o gás
natural.São consumidos 22 mil litros de etanol por hora pela turbina
convertida. A usina permanece com a mesma potência e eficiência do gás
natural, porém com redução de 30% na emissão de aldeídos (NOx) e por isto
menor uso de água para controlá-los, além de zerar a emissão de dióxido
sulfúrico (SOx).

Há também pesquisas em desenvolvimento pelo mundo,serão


citados a seguir duas delas que são brasileiras.

• Filtro para capturar CO2: Dois químicos da UFMG se uniram a uma


empresa para buscarem uma solução para o risco representado pelo
dióxido de carbono, gás que é o principal responsável pelo aquecimento
global. Esferas de cerâmica desenvolvidas pela dupla têm potencial para
filtrar a substância nas chaminés das fábricas e transformá-la em insumo
industrial. Eles revelaram que a estrutura microscópica das esferas
interage com o gás, fazendo com que este se combine à cerâmica, as
esferas pesam entre 10 e 14 gramas.
Esta pesquisa é de 2009,ainda não finalizada.
• Oxigênio pela chaminé: A combinação de cerâmica e micro-ondas pode
transformar os gases do efeito estufa em quase 100% de oxigênio em
parques industriais. Simples e revolucionária, a descoberta terá sua
tecnologia desenvolvida pela Universidade Estadual de Campinas
27

(Unicamp), que ganha o apoio do Fundo Tecnológico do Banco Nacional


de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES Funtec).O
funcionamento começa com a cerâmica sendo “iluminada” por micro-
ondas, que convertem a energia eletromagnética em calor, usando
pouca energia para manter altíssimas temperaturas. O calor gerado pelo
aquecimento (cerca de 1200⁰C) quebra as ligações químicas dos gases
do efeito estufa (GEE) – entre eles hidrocarbonetos e óxidos de carbono
– e os transforma em gases inertes liberados para a atmosfera, como
oxigênio e nitrogênio, além de carbono sólido.O dispositivo em
construção pode substituir com vantagens os filtros atualmente utilizados
em chaminés, que fazem a combustão com chamas e emissão de gases
do efeito estufa (GEE). Desenvolvida inicialmente para eliminação
desses gases emitidos por termelétricas, futuramente a tecnologia
poderá ser aplicada em chaminés de diversas outras indústrias, com
adaptações do equipamento para a composição e o volume dos gases
emitidos.
Esta pesquisa é de 2016,também não finalizada.

2.11 RISCOS DE ACIDENTES

É denominada energia perigosa é toda aquela que apresenta riscos.


A energia térmica é denominada perigosa, uma vez que se manifesta através
da medida da temperatura, alta ou baixa.O trabalhador pode sofrer
queimaduras tanto a temperaturas elevadas como também a temperaturas
baixas. A queimadura provocada pelo frio é denominada de geladura e causa
necrose nos tecidos. Sendo assim, toda atenção e cautela no manuseio dos
equipamentos que realizam a transformação da energia é necessário.
O trabalhador também pode ser exposto ao calor, ou seja, energia
térmica em trânsito. Essa exposição pode acarretar choque térmico,
desidratação, cãibras, espasmos, infertilidade, síncope e catarata (exposição
prolongada à radiação infravermelha).
28

Além disso, há o risco ocorrerem explosões causadas por falhas


humanas ou maquinárias, o que pode causar até a morte de funcionários que
estejam próximos ao local de rebentamento.

2.12 MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA E MUNDIAL

A energia térmica é a mais utilizada no mundo. Isso ocorre


principalmente devido a falta da disponibilidade de outros recursos naturais em
larga escala, como o hidráulico, presente em abundância em seletas regiões. O
gráfico abaixo ilustra a utilização por tipo de energia no mundo:

GRÁFICO 2. Utilização por tipo de energia no mundo.

No Brasil a energia térmica também é muito utilizada. Principalmente


através da queima de combustíveis fósseis como petróleo,carvão e gás natural:
29

GRÁFICO 3. Fontes utilizadas nas usinas termelétricas.

A energia gerada por termelétricas no Brasil é um recurso


estratégico, tendo em vista que supre as necessidades energéticas durante os
períodos de seca, em que as hidrelétricas não suprem toda a demanda.
No momento em que o Brasil enfrentou uma das piores secas da história, o
planejamento para a expansão dessa fonte de energética para os próximos dez
anos sofreu uma reviravolta. O governo decidiu quintuplicar a expectativa de
expansão de energia proveniente de térmicas na próxima década 2014-2023.
Veja no gráfico abaixo a participação da energia térmica na matriz elétrica
brasileira:

GRÁFICO 4. Matriz energética brasileira.


30

A seca que reduziu expressivamente os níveis dos reservatórios de


água das hidrelétricas aumentou a necessidade de ampliação da oferta de
energia térmica para suprir as necessidades dos brasileiros.
A projeção para o crescimento da matriz termelétrica passou de 1,5
mil megawatts (MW), como constava do último plano, para 7,5 mil MW. Devido
ao aumento das usinas térmicas e de outras fontes, a participação de
hidroelétricas deve cair de 66% para 60% no período de aplicação do plano.

3 CONCLUSÕES
A utilização de energia térmica para produção de energia se dá
para complementar o uso da energia hidrelétrica, oferecendo assim uma maior
flexibilidade para o sistema elétrico nacional. A disponibilidade do gás natural
pode vir a ser uma ferramenta importante no planejamento da expansão da
geração e distribuição de energia no cenário nacional futuro.

O potencial teórico de expansão da geração elétrica a gás natural


pode ser estimado a partir do volume de combustível disponível para uso
termelétrico, sendo que pode ser estimado um volume de 60 milhões de m3/dia
para geração termelétrica até 2030. O parque térmico a gás natural tem 15.271
MW de potência instalada em operação e em construção, incluindo as usinas
de cogeração, sendo 6.999 MW de usinas em ciclo combinado, com uma
eficiência média ponderada de 42%. Como a expansão deverá focar em
instalações com ciclo combinado, o rendimento se aproximará de 50%.

Incertezas como a necessidade de expansão da infraestrutura de


transporte de gás vinculada à oferta do combustível, por sua vez condicionada
a uma demanda que pode ou não ser firme no horizonte de longo prazo,
podem afetar a expansão da geração termelétrica a gás natural e levar à
necessidade de utilização de outros combustíveis, como o óleo diesel e o
carvão mineral.

Por sua vez, o potencial do uso do carvão mineral nacional para


geração elétrica é dado pela disponibilidade das reservas do energético. No
que se refere ao rendimento, a referência mundial aponta para performance
31

média em torno de 32%. As usinas brasileiras operaram com rendimentos mais


baixos devido ao consumo específico mais alto e qualidade inferior dos
carvões. Contudo, as térmicas mais novas, incluindo as brasileiras, como Jorge
Lacerda IV, apresentam rendimentos mais elevados, que podem chegar em
torno de 40%.

O principal desafio para o setor diz respeito ao impacto relativo às


emissões atmosféricas e a implantação de tecnologia de mitigação de impactos
ambientais. Outra ação importante é melhorar a eficiência das plantas em
operação. A perspectiva tecnológica mais concreta para o curto e médio prazo
aponta para a continuidade do uso da tecnologia de carvão pulverizado em
ciclo subcrítico, com eficiência média da ordem de 33% a 35 %.

Desta forma, é possível concluir que a produção e transmissão de


energia térmica é mais viável no parque energético brasileiro para sua
utilização como complemento da energia hidrelétrica, uma vez que é
dependente de alguns fatores críticos, como a existência de materiais, o que
pode comprometer sua produção em larga escala. Porém, para a maneira
citada, mesmo com seu aumento dado a grande necessidade energética
nacional, podem existir maneiras mais viáveis e, principalmente, provenientes
de energia renovável para a transformação da matéria prima em energia
térmica, para assim, ser comercializada a energia elétrica.

Tudo o que precisamos é de um conversor termoelétrico, um


equipamento capaz de converter diretamente o calor em eletricidade, sem a
necessidade de que um motor a combustão ou uma turbina queimem um
combustível para gerar energia mecânica e, a seguir, fazer girar um gerador
que é quem efetivamente gera a eletricidade. Parece simples, mas esse tem
sido o cálice sagrado dos engenheiros eletricistas nos últimos 50 anos.
32

4 REFERÊNCIAS

Conversão De Energia Térmica Oceânica: Empresas Começam A Explorar A


Energia Dos Oceanos - Disponível em:
<https://www.ecodebate.com.br/2010/05/25/conversao-de-energia-termica-
oceanica-empresas-comecam-a-explorar-a-energia-dos-oceanos/>

Energia Térmica - Conceito, o que é, Significado – Disponível em: <


http://conceitos.com/energia-termica/>
O que é Energia Térmica – Disponível em: <
https://www.significados.com.br/energia-termica/>

Energia Termelétrica: Gás Natural, Biomassa, Carvão, Nuclear – Disponível


em: < http://www.epe.gov.br/Documents/Energia%20Termel%C3%A9trica%20-
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https://www.ecodebate.com.br/2010/09/29/impactos-de-termeletricas-artigo-de-roberto-
naime/>
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O que são e quais são as usinas termelétricas brasileiras – Disponível em: <
http://www.tecnogerageradores.com.br/blog/o-que-sao-e-quais-sao-usinas-termeletricas-
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Energia Termoelétrica – Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/energia-


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As vantagens e desvantagens da energia térmica – Disponível em: <


http://www.pensamentoverde.com.br/economia-verde/vantagens-desvantagens-energia-
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Oxigênio pela chaminé: Uma revolução possível – Disponível em: <


http://www.hubz.com.br/oxigenio-pela-chamine-uma-revolucao-possivel/>

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http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2009/10/26/49173-dupla-inventa-filtro-para-
capturar-co2-de-industria.html>

Usina Termelétrica de Juiz de Fora –


Disponível em: <
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http://g1.globo.com/jornaldaglobo/0,,MUL1206946-16021,00-
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BNDES apoia tecnologia que diminui gases poluentes de termelétricas –


Disponível em: < https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2016/05/bndes-apoia-
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energia-41045131>

Governo planeja quintuplicar o uso de termelétricas nos próximos dez anos –


Disponível em: <
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/mobile/cadernos/negocios/governo-projeta-
quintuplicar-uso-de-termeletricas-nos-proximos-dez-anos-1.1085884>

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