O documento discute a terceirização no setor elétrico brasileiro. Aponta que a terceirização aumentou na década de 1990 durante as privatizações, reduzindo o quadro de trabalhadores à metade. Em 2008, 55% dos trabalhadores eram terceirizados. A terceirização busca reduzir custos, oferecendo salários e benefícios menores. Isso levou a um aumento de acidentes no setor elétrico, de alto risco, apesar das dificuldades de classificação des
Descrição original:
Análise da terceirização no setor elétrico nacional e internacional
O documento discute a terceirização no setor elétrico brasileiro. Aponta que a terceirização aumentou na década de 1990 durante as privatizações, reduzindo o quadro de trabalhadores à metade. Em 2008, 55% dos trabalhadores eram terceirizados. A terceirização busca reduzir custos, oferecendo salários e benefícios menores. Isso levou a um aumento de acidentes no setor elétrico, de alto risco, apesar das dificuldades de classificação des
O documento discute a terceirização no setor elétrico brasileiro. Aponta que a terceirização aumentou na década de 1990 durante as privatizações, reduzindo o quadro de trabalhadores à metade. Em 2008, 55% dos trabalhadores eram terceirizados. A terceirização busca reduzir custos, oferecendo salários e benefícios menores. Isso levou a um aumento de acidentes no setor elétrico, de alto risco, apesar das dificuldades de classificação des
Discussões sobre a terceirização no setor elétrico
Matheus do Vale Araújo 150900024
Gabriel Henrique Vasconcelos Leite 150900053
A terceirização começou a ser mais notada nos setores trabalhistas brasileiros,
incluindo o elétrico, durante a década de 1990, à medida que as privatizações também aumentaram, em um contexto de redefinição do modelo salarial. No setor elétrico, o quadro de trabalhadores foi reduzido praticamente à metade em um intervalo de uma década. Através dos dados coletados na pesquisa, em 2008, os trabalhadores terceirizados representavam 55% do total. O aumento da terceirização é uma busca constante das empresas por reduzir o custo de mão de obra com as tarefas necessárias, uma vez que os trabalhadores terceirizados têm uma característica marcante do conceito liberal do trabalho com uma lógica toyotista de auto regulação do mercado, o que confere menores salários, menos benefícios sociais, piores condições de saúde e segurança e uma fraca representação perante o Estado. Com o aumento do número de trabalhadores terceirizados no setor elétrico, ramo de alto risco e que exige condições de trabalho seguras, considerando ainda as informações acima, era previsível apontar que o número de acidentes e a taxa de mortalidade na área aumentaria. Porém, existe uma dificuldade de enquadramento dos trabalhadores nos diversos sistemas de seções de trabalho. Os trabalhadores que atuam no ramo elétrico são agrupados na seção D - eletricidade e gás, e no grupo 35.1, geração, transmissão e distribuição. Porém, quando uma empresa elétrica contrata outra empresa para desempenhar alguma função, estas não são enquadradas da mesma forma, podendo se encaixar em qualquer outra seção e grupo, gerando um subdimensionamento dos acidentes fatais ocorridos no setor elétrico. O relatório de 2008 da fundação Coge, cita que "os serviços terceirizados têm influência marcante nas taxas de acidentes do Setor Elétrico Brasileiro, especialmente na taxa de gravidade (...)". Com os dados da taxa de mortalidade é possível comparar os números subdividindo os trabalhadores em próprios e terceirizados, e assim ter uma noção mais ampla da influência dos trabalhadores terceirizados nas mortes no trabalho com eletricidade no Brasil. No período de 2006 a 2008, a taxa de mortalidade entre os trabalhadores terceirizados se manteve cerca de quatro vezes superior à taxa entre trabalhadores próprios, o que é um número preocupante e que deveria retomar a discussão sobre a utilização excessiva de trabalhadores terceirizados no Brasil, uma vez que, independentemente do lucro, a manutenção da qualidade de vida e de trabalho deveria sempre ser mais importante.