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Resumo: Os três sectores de propriedade dos meios de produção, consistem em formas de
compatibilidade e de coexistência, entre iniciativas económicas diversas, Pública, Privada e
Cooperativa, bem como entre três tipos de propriedade que se complementam entre si. O Sector
Público, acumulação de propriedade de gestão é condição necessária dado que pode haver bens
públicos geridos por empreses privadas ou cooperativas e pode haver intervenção pública na
gestão de empresas privadas embora a título excepcional. O Sector Privado, tem beneficiado das
privatizações as quais procuram o seu alargamento económico, este Sector dimensiona-se a
partir da verificação da propriedade ou de gestão privadas, com natural excepção das empresas
Cooperativas. O sector cooperativo- os meios de produção comunitários, possuídos e geridos
por comunidades locais, os meios de produção objecto de exploração colectivas por
trabalhadores, e os meios de produção geridos por pessoas colectivas sem carácter lucrativo e
com objectivo de solidariedade social. As cooperativas são, indubitavelmente, a sua
componente mais importante pela sua tradução e pesos qualitativos e quantitativo e
ainda pela sua distribuição por um variado leque de actividade.
Introdução
Em uma análise reflexiva pode dizer-se, que a propriedade e o modo social de gestão
são critérios determinadores dos sectores de propriedade dos meios de produção, quer
sejam utilizados em simultâneo como sucede no caso do Sector Público, quer sejam,
utilizados em alternativa, como sucede no caso do Sector Privado, quer ainda
privilegiando um deles como se faz com a gestão relativamente ao Sector Cooperativo e
Social.
3
KULA, W. (1979). Tipologia dos Sistemas Económicos”. Rio de Janeiro: Editora FGV.
Em consonância com o previsto no artigo 99 da CRM, a economia nacional garante a
coexistência de três sectores de propriedade dos meios de produção. 2. O sector público
é constituído pelos meios de produção cuja propriedade e gestão pertence ao Estado ou
a outras entidades públicas. 3. O sector privado é constituído pelos meios de produção
cuja propriedade ou gestão pertence a pessoas singulares ou colectivas privadas, sem
prejuízo do disposto no número seguinte. 4. O sector cooperativo e social compreende
especificamente: a) os meios de produção comunitários, possuídos e geridos por
comunidades locais; b) os meios de produção destinados à exploração colectiva por
trabalhadores; c) os meios de produção possuídos e geridos por pessoas colectivas, sem
carácter lucrativo, que tenham como principal objectivo a solidariedade social,
designadamente entidades de natureza mutualista.
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O direito de iniciativa privada é um direito independente do direito de propriedade visto que
pode haver iniciativa económica não fundada na propriedade e vice-versa. A titulo
exemplificativo a primeira situação, é o caso de exploração económica de bens públicos por
entidade privadas, e, o da segunda a exploração de bens privados por cooperativas. Contudo, na
maioria das situações a liberdade de iniciativa privada tem como suporte económico á
propriedade privada.
O sector público – tem de ser entendido no âmbito das incumbências gerais do estado
em matéria económica e social articulado com outras formas de regulação
constitucionalmente previstas.
No sector privado – concentra-se actividade económica que se organiza e desenvolve
livremente de acordo com os objectivos lucrativos que lhes são inerentes, sujeitando-se
aos condicionamentos e as restrições constitucional ou legalmente previstas.
O sector cooperativo e social- possui a sua filosofia própria em matéria de objectivos,
combinado os económicos e os sócias que se reflectem a sua organização.
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No Sector Público integram-se os meios de produção pertencentes ao Estado ou a outras
entidades públicas territoriais desde que organizadas em empresas ou unidades de produção por
estes geridos. Tanto vale ser essa gerência tutelada directamente como serviço administrativo
quer através de entidades criadas especialmente para o efeito. Através do Sector Público, o
Estado produz bens ou prestações e serviços ora em concorrência com empresas privadas ou
Cooperativas ora em monopólio natural ou legalmente protegido. O Sector Público, é o conjunto
das actividades económicas de qualquer natureza exercida pelas entidades públicas (Estado,
Associações e Instituições Públicas, quer assentes na representatividade e na descentralização
democrática, quer resultantes da funcionalidade - tecnocrática e da concentração por eficiência).
O sector privado6 é constituído pelos bens e unidade de produção cuja propriedade ou
gestão pertence a pessoas singulares ou colectivas privadas. Estão, assim, naturalmente
abrangido todo meio de produções que sejam propriedade de entidades privadas,
excepto se forem geridos por cooperativas em obediência aos princípios cooperativos.
Pertence igualmente ao sector privado todo os meios de produção que sejam
propriedades pública mais cuja gestão tenha sido por via contratual ou não, entregue a
entidades privadas. O Sector Privado, está sujeito a regras próprias, tanto no que
respeita ao estatuto dos investidores como no tocante às próprias actividades exercidas.
Isso porque cabe ao Estado garantir o direito de propriedade privada e de iniciativa
privada, os quais pertencem aos direitos fundamentais análogos.
Segundo FREITAS, 7
Podem ser bens de domínio público ou de empresas públicas cuja gestão tenha
concedido a entidades privadas ou simplesmente empresas de capital misto em que o
estado não tenha nomeado a maioria dos gestores. Tendo a isso direito de além de todas
as restantes onde o estado seja minoritário.
4. Sector cooperativo
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O Sector Privado, tem um enquadramento próprio decorrente do Direito Comercial e em
particular do Código das Sociedades Comerciais, o qual estabelece uma tipologia obrigatória
para aquelas Sociedades, no entanto, o Estado enquadra de outras formas de iniciativa privada
usando para esse efeito a sua intervenção indirecta na Economia, quer através de actos
proibitivos como acontece na Defesa da Concorrência. Em qualquer caso o regime de mercado
não dispensa uma atitude reguladora do Estado capaz de garantir a subordinação do poder
económico ao poder político democrático e a livre concorrência entre agentes económicos.
7
FREITAS, Eduardo de. As características do sector privado. Brasil Escola.1998
O sector cooperativo e social compreende os meio de produção geridos por
cooperativas de acordo como os princípios cooperativos, (independentemente da forma
de propriedade, que tanto pode ser pulica, privada ou cooperativa). Os meios de
produção comunitários, possuídos e geridos por comunidades locais, os meios de
produção objecto de exploração colectivas por trabalhadores, e os meios de produção
geridos por pessoas colectivas sem carácter lucrativo e com objectivo de solidariedade
social.
As cooperativas são, indubitavelmente, a sua componente mais importante pela sua
tradução e pesos qualitativos e quantitativo e ainda pela sua distribuição por um variado
leque de actividade. A nível internacional as institucionalização do movimento
cooperativo encontra expressão na aliança cooperativa internacional, que aprovou em
1937, os seguintes princípio de: a) adenção livre e controlo democrático; b) distribuição
de excedentes pelos associados na produção de volume dos contributos dos cooperantes;
c) limitação da taxas de júris, no caso de haver pagamento de júris de capital social; d9
neutralidade política, religiosa e racial; e) vendas a pronto; e f) fomento da produção
cooperativa.
Estes princípios foram mais tarde aperfeiçoados e reformulados pelo congresso da
aliança, ocorrido em Viena em 1966, em que se reafirmou no essencial, definição de 04
princípios nomeadamente: a) filiação voluntária; b) organização democrática; c)
limitação de júri pago ao capital social; d) repartição equitativa dos excedentes e
economias eventuais.
4.1 As Cooperativas
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Em consonância com artigo 03 da Lei n.o 23/2009 de 8 de Setembro que aplica-se a todos os
tipos de cooperativas, independentemente do seu objecto ou grau e às organizações afins cuja
legislação especial para ela expressamente remeta, as cooperativas podem ser de primeiro grau
ou de segundo grau, sendo estas últimas designadas também de grau superior. Consideram-se
cooperativas de primeiro grau, aquelas que são constituídas por pessoas singulares elou pessoas
colectivas, cujo objectivo assenta na prestação directa de serviços aos seus membros. São de
segundo grau as cooperativas que consistem em uniões, federações e confederações de
cooperativas, cujo objectivo é a coordenação, a orientação e a organização, em maior escala,
dos serviços de interesse de suas filiadas.
contribuir com bens e serviços para o exercício de uma actividade económica, de
proveito comum, através de acções mútuas e mediante partilha de risco, com vista à
satisfação das suas necessidades e aspirações económicas e um retomo patrimonial
predominantemente realizado na proporção de suas operações.
Na perspectiva de MANDEL 9
As Cooperativas são pessoas colectivas autónomas, de livre
constituição, de capital e composição variáveis, que, através da
cooperação e entreajuda dos seus membros, com obediência aos
princípios cooperativos, visam, sem fins lucrativos, a satisfação
das necessidades e aspirações económicas, sociais ou culturais
daqueles, (p.34).
9
MANDEL, Iniciação à Teoria Económica, tradução portuguesa, Afrontamento, s./d., 86.
4.3 Objecto e Acto cooperativo
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No tange Funcionamento doa órgãos sociais, o artigo 42 da LC, a excepção da assembleia
geral, nenhum outro órgão pode funcionar ou deliberar sem que estejam preenchidos, pelo
menos metade dos seus membros, devendo proceder-se, no caso contrário e no prazo de um
mês, ao preenchimento das vagas verificadas, sem prejuízo de estas serem ocupadas por
membros suplentes, sempre que os estatutos assim estabeleçam. Das reuniões dos órgãos sociais
da cooperativa é lavrada acta e obrigatoriamente assinada pelo respectivo presidente da reunião
e por outro membro presente. As delibações dos órgãos sociais são obrigatórias para todos os
destinatários. Das deliberações da assembleia geral cabe recurso para os tribunais judiciais com
prazo prescricional de três anos. A assembleia geral pode fixar, no silêncio dos estatutos, uma
remuneração aos membros dos órgãos da cooperativa.
É sempre feita por escrutínio secreto a eleição dos órgãos da cooperativa ou a
deliberação sobre assuntos de incidência pessoal dos cooperativistas.
5. Princípios Cooperativos
Conclusão
Referência Bibliográfica
Frank, A. G. (1989). Dez Teses acerca dos Movimentos Sociais. Lua Nova. São Paulo;
Kula, W. (1979). Tipologia dos Sistemas Económicos”. Rio de Janeiro: Editora FGV;
São Paulo;
Mandel, G. (2000). Iniciação à Teoria Económica, tradução portuguesa, Afrontamento.
Legislação