Você está na página 1de 2

RISCOS DE ACIDENTE DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

De acordo com citação da Agência do Senado em 11/03/2013 “O crescimento acentuado da


construção civil, verificado nos últimos anos em todo o país, tem sido acompanhado pelo
aumento do número de acidentes de trabalho e de mortes de operários, principalmente por
soterramento, queda ou choque elétrico. O setor foi o foco da preocupação de auditores do
trabalho, gestores públicos e especialistas da Justiça do Trabalho, presentes nesta segunda-
feira (11) em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa
(CDH)”.

[...] Conforme o desembargador Sebastião Geraldo de Oliveira, que representou o Tribunal


Superior do Trabalho (TST) no debate, a cada dia de 2011, em média, 50 trabalhadores saíram
do mercado por morte ou invalidez permanente, vítimas de acidentes de trabalho em todos os
setores produtivos. Naquele ano, foram cerca de 18 mil acidentes registrados, que resultaram
em morte ou invalidez permanente. E outros 300 mil acidentes de trabalho, também em 2011,
causaram invalidez temporária de trabalhadores, número que pode ser muito superior, tendo
em vista que não há registro para o mercado informal.

Pressão

Entre as causas de tantos acidentes, Sebastião de Oliveira apontou a falta da cultura da


prevenção e um ritmo de trabalho cada vez mais denso, tenso e intenso.

– Imagina-se que o acidente faz parte da produção, que é obra do acaso. Não, o acidente é
principalmente obra do descaso, da falta da cultura de prevenção – disse, observando ainda o
aumento da tensão no ambiente do trabalho.

Nos canteiros de obra, essa pressão sobre o trabalhador se verifica pela redução do tempo
para construção de um metro quadrado, que em 1995 era de 42 horas e hoje foi reduzido para
36 horas, conforme informações do auditor fiscal Francisco Luiz Lima, do Sindicato Nacional
dos Auditores Fiscais do Trabalho.

Para ele, a improvisação presente na construção civil agrava o problema, verificado nas
diferentes regiões do país, seja em construções de moradias incentivadas pelo programa
Minha Casa, Minha Vida, ou em grandes obras para implantação das novas hidrelétricas e para
os eventos esportivos que o país sediará.

Questionado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que presidiu o debate, Jeferson Seidler,
representante do Ministério do Trabalho, disse que o número de acidentes nas grandes obras
mantém a média dos últimos anos.

– Não teve um aumento em relação à média histórica, mas apesar de serem obras mais
estruturadas, quando a equipe vai lá encontra muitas irregularidades – disse”. (OLIVEIRA;
SEIDLER, 2013).

Além do que foi dito no debate pode aportar outras causas para esse número elevado de
acidentes na construção civil:

• Baixa qualificação profissional de boa parte dos trabalhadores;

• Elevada rotatividade de pessoal;

• Maior contato individual dos trabalhadores com os itens da construção civil;

• Realização de atividades sob condições de clima, como ventos ou chuvas fortes;


• Falta de treinamento e procedimentos.

Observa-se também que a maior parte dos acidentes é não incapacitante, tendendo a estar
concentrado nos membros inferiores e superiores. Podemos classificar esses acidentes entre
os tipos abaixo:

• Prensamento de membros, principalmente das mãos;

• Presença de corpos estranhos nos olhos;

• Picada de animais peçonhentos;

• Projeção de materiais sobre partes do corpo;

• Lesões pela utilização de ferramentas portáteis;

• Quedas no mesmo nível ou de mais de um nível.

Você também pode gostar