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Rivaldo Gomes/Folhapress
A causa óbvia decorre de um setor público que se comprometeu com mais do que pode
entregar, como exemplificam as desonerações tributárias, o crédito subsidiado à roldão e
a omissão frente ao deficit da Previdência Social e dos gastos com servidores públicos
nos diversos poderes.
A causa sutil foi uma política econômica que acreditou que estimular a produção local de
bens, substituindo importações, resultaria em desenvolvimento econômico. Produzir, por
exemplo, navios no Brasil resultaria na geração de empregos aqui em vez de em países
da Ásia. O mesmo ocorreria com a produção de bens de capital ou de automóveis. Pois
bem, deu errado.
A lógica subjacente ao governo, dito de esquerda, ecoou a gestão Geisel, que se dizia
indignado com a importação de manteiga no país da sua infância. Deveria se produzir no
Brasil tudo o que fosse possível. O seu legado foi uma década perdida.
Políticas setoriais são bem-vindas quando podem resultar em maior produtividade, o que
requer a análise dos custos de oportunidade e dos impactos sobre as demais empresas
e as famílias. Caso contrário, trata-se, apenas, de um palpite infeliz.
As empresas que apostaram nas proteções artificiais prometidas pelo governo agora
arcam com um endividamento insustentável ou excesso de capacidade de produção,
como nos setores de óleo e gás, de automóveis e da construção civil, vítima do Minha
Casa, Minha Vida. O mesmo ocorreu com as concessões mal desenhadas, dos
presídios aos estádios de futebol, passando por estradas e aeroportos.
Endereço da página:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcos-lisboa/2017/01/1849900-a-gerente-repetiu-o-fracasso-do-
general.shtml
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crise econômica
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/12/1844629-contas-do-governo-tem-pior-resultado-para-
novembro-desde-1997.shtml
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