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Expresso
ECONOMIA 2094
15 de dezembro de 2012
www.expresso.pt
pela TAP
jetos ligados ao mar, ao abrigo
do programa PROMAR. Em ONU contesta programa
2011 foram investidos 90 mi- de ajustamento e diz que
lhões de euros neste domínio. Portugal terá uma
Só na aquacultura, os projetos convulsão social grave
aprovados, duplicarão a produ- em 2013 se não negociar
ção atual no espaço de dois
anos. Desemprego de 24% em
2014 e bolsas de extrema po-
Emprego cai 4,1% no 3º tri- breza é o cenário traçado pa-
mestre O número de pessoas
empregadas em Portugal caiu > Proposta entregue a 7 de dezembro era de ¤200 milhões > Oferta ra Portugal se se mantiver o
atual programa. Artur Baptis-
4,1% no terceiro trimestre de
2012, face aos números do ano
chega agora aos ¤351 milhões > Estado recebe ¤35 milhões > Negócio ta da Silva, da ONU, apresen-
ta solução para poupar ¤10,3
anterior. Segundo os dados do da manutenção no Brasil sai do universo TAP e entra no grupo Synergy E10 mil milhões. E12
Eurostat, este recuo foi superior
à média da zona euro, que se si-
tuou nos 0,7%. Entre os Estados-
António
-membros, apenas a Grécia re-
gistou uma queda superior à
portuguesa: 8,9%.
Hotéis e
campos de
Inflação cai na zona euro A
taxa de inflação anual na zona
Quina golfe caem
euro passou de 2,5% em outu-
bro para 2,2% em novembro, re-
vela o Eurostat. A mesma enti-
explica nas mãos
dade revela que o Produto Inter-
no Bruto (PIB) per capita portu- colapso de fundos E14
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02 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
Pedro Soares
dos Santos
Administrador-
-delegado
da Jerónimo Martins
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 03
Prognóstico
O Governo pretende reduzir as indemnizações para 12 dias por ano, protegendo
os direitos adquiridos e avançando, ao mesmo tempo, com o fundo de garantia
Depois de diminuírem de 30 dias de mas que é “totalmente falso” que os
1 As regras antigas, em vigor
3 Contratos de trabalho anteriores endo a dar
T
salário, por cada ano de trabalho, 12 dias estabelecidos pelo Governo até novembro de 2011 a novembro de 2011 importância a datas.
para 20 dias, as indemnizações por correspondam a essa média. Até Os trabalhadores afetados por Quem já tinha 12 anos de trabalho a 31 Fazem história, bem
despedimento devem cair para 12 dias porque em Portugal as indemnizações processos de despedimento coletivo, de outubro de 2012 (início da sei que de índole
já em 2013. Mas os direitos adquiridos são calculadas tendo em conta o por extinção de posto de trabalho ou convergência), já tinha direito a mais de meramente factual;
vão ser protegidos (ver caixa). Essa é salário base e as diuturnidades, despedimento por inadaptação tinham 12 salários. Por isso, aplica-se apenas a mas ajudam-me a
a proposta do Governo, em linha com enquanto noutros países é direito a uma compensação fórmula antiga, ficando a compensação ‘organizar a cabeça’, e as ideias.
o memorando de entendimento, que considerada toda a retribuição correspondente a 30 dias de salário congelada. Por exemplo, quem tinha 20 Foi no dia 13 de maio de 2010.
previa um intervalo entre oito e 12 auferida pelo trabalhador, incluindo base e diuturnidades por cada ano anos receberá sempre 20 salários se for Numa conferência de imprensa,
dias para aproximar o valor das diversos subsídios. Por isso, João trabalhado, com o limite mínimo de despedido. Para quem ainda não tinha José Sócrates afirmou: “O mundo
compensações da média europeia. A Proença considera a medida três meses e sem limite máximo. essa antiguidade, a compensação terá mudou muito nos últimos 15
proposta deve ser aprovada já este “totalmente inaceitável e viola os várias parcelas: a primeira, de 30 dias por dias” (continuo, até hoje, a tentar
mês em Conselho de Ministros, sendo
depois discutida com patrões e
sindicatos, antes de ser apresentada
compromissos assumidos”.
Também os patrões têm reticências,
já que o Governo pretende que o novo
2 Contratos de trabalho assinados
a partir de novembro de 2011
A indemnização por despedimento
ano, desde o início do contrato até
outubro de 2012, a segunda, de 20 dias
por ano, desde novembro de 2012, e, se
saber o que se terá passado de
tão extraordinário entre os dias
28 de abril e 13 de maio de 2010),
no Parlamento. fundo de compensação do trabalho, devida aos trabalhadores diminuiu de estas duas não atingirem o teto fixado tirando daí a consequência de
A discussão na concertação social que servirá para garantir o 30 dias por cada ano de casa para 20 (12 salários ou ¤116.400), uma terceira que seria necessário “um esforço
promete ser acesa. As centrais pagamento destas indemnizações, e dias, com um teto de 12 salários e de parcela, correspondente a 12 dias por adicional”, que “os portugueses
sindicais já se manifestaram que será, pelo menos em parte, ¤116.400. Quando entrar em vigor a ano de trabalho, desde a entrada em entenderiam bem” — até porque,
frontalmente contra esta proposta. financiado pelas empresas, avance ao nova referência de 12 dias por ano de vigor da nova lei. facilitando o “entendimento”, se
Inclusive a UGT, que assinou o acordo mesmo tempo. Vieira Lopes, trabalho (se não sofrer alterações na o não fizessem, “o financiamento
tripartido para a competitividade, o
crescimento e o emprego, que previa
a aplicação da redução das
presidente da Confederação do
Comércio e Serviços de Portugal, já
afirmou que as empresas não estão
concertação social), o valor das
compensações irá incorporar duas
parcelas: a primeira corresponde a 20
4 Novos contratos
Os contratos assinados após a
entrada em vigor da nova lei (prevista
à nossa economia não estaria
assegurado”.
Antes disso, em março de 2010,
compensações a todos os contratos de preparadas para a constituição do dias por ano e abrange o tempo de para o primeiro trimestre de 2013) já havia sido aprovado o PEC1, em
trabalho, salvaguardando os direitos fundo, porque este significa mais um trabalho até à entrada em vigor da só darão direito uma indemnização de que se recusara qualquer
adquiridos. João Proença, líder da encargo financeiro, numa altura em nova legislação; e a segunda, 12 dias por cada ano de trabalho. A aumento de impostos exceto
UGT, já salientou que o acordo prevê que muitas estão numa situação correspondente a 12 dias, aplica-se a redução face ao regime original (30 sobre as mais-valias. Podemos,
o alinhamento com a média europeia, muito vulnerável. partir dessa data. dias por ano de trabalho) é de 60%. por comodidade, considerá-lo
pré-história. A história começou,
verdadeiramente, em maio de
2010, com a aprovação do PEC2.
O ritmo a que os
QUIZ DA SEMANA
Capital de Risco por Rodrigo de Matos acontecimentos se sucederam foi
vertiginoso. Quando, no dia 21 de
março de 2011, o Governo
2 A nova supervisão
bancária europeia arranca em:
PEC4, fazendo cair o Governo —
tendo, entretanto, sido aprovado
o Memorando de Entendimento
a) Janeiro de 2013 com os credores internacionais.
b) Junho 2013 Com novos protagonistas, a
c) Março de 2014 história ganhou novos contornos
mas nem desacelerou nem
3 Que responsável
da troika fez esta semana
mudou no essencial. Esta última
afirmação pode parecer injusta e,
pior, sentida como tal por quem
uma conferência em Lisboa? se tem empenhado num
a) Durão Barroso programa de reformas
b) Abebe Selassié estruturais, ainda que mais bem
c) Olli Rehn sucedidas umas do que outras.
Posso até concordar com o facto
tantes a levar máscara de vação e co- hoje apoiado por uma maioria
gás na bagagem. Senão, o pas- nhecimen- parlamentar. Mas dificilmente
seio pode não ser assim tão agra- to nos últi- resistirá a qualquer narrativa
dável e irresistível como parece mos 10 anos”. que, depois de conhecida a
à primeira vista. Para um país execução orçamental do primeiro
que teve ape- semestre de 2013, venha
Jovem fica velho de nas dois Nobel, anunciar que “correu mal,
6 — a); 7 — c)
Soluções: 1 — b); 2 — c); 3 — b); 4 — a); 5 — c);
tanto esperar A burocracia não deixa de ser exigindo medidas de austeridade
no Ministério da Agricultura era tanta, motivo de orgulho. adicionais”.
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04 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 05
C
sabem temos um ministro móvel. Vocês, claro, foram compreen- redução do défice vir de um brutal au- O extraordinário não ram o OE-2013, mas pediram ao dr.
das Finanças de que gos- sivos, até porque a receita foi subscrita mento de impostos e só 20% de cortes Gaspar para vos dar uma garantia de
tam muitíssimo por pensar por vocês e nunca imaginaram que a na despesa, quando vocês tinham escri- é vocês aceitarem o que desta vez, se houver derrapagens,
exatamente como vocês. economia fraquejasse tanto com o tra- to, preto no branco, que o ajustamen- método. O extraordinário haverá calços e travões para não saí-
Como têm visto, ele não só tamento brutal que lhe aplicaram. A to deveria vir 2/3 do lado dos cortes na é o germânico dr. Gaspar rem de novo mal na fotografia. E o dr.
aplica à risca a receita que vocês nos realidade, realmente, só atrapalha os despesa e 1/3 do lado da receita. Mas estar a render-se Gaspar assim fez e mandou-vos uma
passaram, como tem aumentado a do- melhores modelos econométricos. quando as coisas começam a não cor- carta onde garante que já está a prepa-
se de forma considerável. O objetivo é Por causa disso, foram compreensi- rer bem, tanto faz que o gato seja pre- ao português que tinha rar medidas que representam 0,5% do
o regresso aos mercados em setembro vos com o nosso ministro das Finanças to como branco, desde que cace ratos, dentro dele PIB, cerca de ¤830 milhões, contem-
de 2013, ou melhor, era. Segundo ele e magnanimamente deixaram que a já dizia Deng Xiaoping, que teve uma plando sobretudo reduções adicionais
nos explicou, esse objetivo que antes meta do défice para este ano passasse acidentada mas longa vida política. E nos salários dos funcionários públicos.
era um momento, agora já não é um de 4,5% para 5%. É claro que têm cons- se é o dr. Gaspar que diz que tem de Assim, estão mais descansados. Já sa-
momento, mas um processo que vai de- ciência de que também este valor não ser assim, vocês acreditam e perdoam bem que o orçamento vai falhar. Mas
correndo e que um dia acabará por será cumprido, mesmo que uma parte ao dr. Gaspar este pequeno desvio no estão rendidos ao método nacional de
acontecer. venha de uma receita excecional, a pri- vosso infalível plano. atamancar a situação. Não é muito
Como também sabem, a execução or- vatização da ANA, coisa que vocês ti- Deram, pois, o vosso aval ao docu- científico nem muito exportável mas é
çamental para este ano correu excecio- nham dito que não autorizariam. E já mento, mas com uma pedra no sapato. o que temos por cá. Faz-se um orça-
nalmente bem, não fosse o pormenor começaram a desvalorizar o facto de o E se isto não resulta outra vez? E se o mento que está errado à partida e de-
de as pessoas terem deixado de consu- défice este ano ir ficar várias décimas modelo econométrico não acerta de pois atamanca-se para acertar. O ex-
mir e de terem sido despedidas aos mi- acima dos 5%. Fazem bem. É que vo- novo? E se realidade teima em desmen- traordinário não é vocês aceitarem o
lhares, o que deu cabo das previsões cês são corresponsáveis pelo sucesso tir os pressupostos em que assenta o método. O extraordinário é o germâni-
que havia para as receitas fiscais, no- ou fracasso da receita. orçamento e evita que a nossa receita co dr. Gaspar estar a render-se ao por-
meadamente no que toca ao IVA e tu- Para 2013, vocês fizeram um bocadi- seja um enorme sucesso? tuguês que tinha dentro dele.
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06 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
CRISE
} Inflação recua
em novembro,
segundo o INE
A taxa homóloga diminuiu
para 1,9% no mês passado.
Em outubro tinha sido 2,1%
‘‘A decisão do
Eurogrupo assegura
que a dívida da
Grécia baixará para
124% do PIB em 2020
e que estará
Tempos de mudança
na política monetária
BANCOS CENTRAIS A Reserva Fe-
deral dos EUA definiu um objeti-
vo para o desemprego que guiará
as mudanças nas taxas de juro.
A RESERVA FEDERAL AVANÇOU COM
UM TERCEIRO PROGRAMA DE “ALÍVIO
6,5
Passou a ser a percentagem
de desemprego nos EUA que
No domingo, o Japão vai a elei- a Reserva Federal considera
substancialmente ções e o provável vencedor fala QUANTITATIVO”, COM COMPRAS DE como limiar abaixo do qual
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 07
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08 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
EMERGENTES
O futuro deste bloco alternativo ao G7 é incerto. Para alguns analistas vai cair do pedestal
Os BRIC — o acrónimo para Brasil, Rús- emergentes, crescimentos abaixo de mento (como o da foto) inundados de O livro de Sharma, publicado este
sia, Índia e China — continuam a ser 6% são normalmente considerados co- ervas daninhas. Quanto à “doença ho- ano, provocou inclusive um ‘choque’
um tema fraturante. “As expectativas mo alerta laranja. landesa”, Sharma pressente alguns si- nas elites dos BRIC. Em “Breakout Na-
sobre a sua morte próxima são manifes- Mas Ruchir Sharma e Frederico Gon- nais de uma euforia do tipo dot-com tions: In Pursuit of the New Economic
tamente exageradas”, diz-nos Oliver zaga Junior, da Universidade Federal nos exportadores que vivem de petro- Miracles”, o indiano alega que o foco
Stuenkel, professor na Fundação Getú- de Minas Gerais, não creem que haja dólares ou de euros do gás. Como o Bra- geopolítico deve virar-se, agora, para
lio Vargas, em São Paulo, adaptando risco de um rebentar de “bolhas” na sil com a euforia do pré-sal (e o filão da as próximas economias emergentes
um célebre dito do escritor Mark China e no Brasil, apesar da inacreditá- partilha de royalties em perspetiva por que chegarão aos 2 biliões de dólares
Twain. Mas Ruchir Sharma, diretor da vel especulação imobiliária que torna a parte dos estados costeiros) e a Rússia de PIB. Surpreendentemente, poderão
área de Mercados Emergentes e Ma- China a pátria das cidades-fantasmas, que continua a ser o maior exportador brotar das grandes democracias muçul-
croeconomia global da Morgan Stanley dos blocos de condomínios vazios e dos mundial de crude e de gás natural. Mas manas.
(MS), é perentório, em entrevista ao Ex- projetos megalómanos de entreteni- a situação ainda não é alarmante, diz o
presso: “Na realidade, nunca pertence- diretor da MS. Por seu lado, o consul- Ideia concorrente no ‘Sul’ Há o risco de rebentarem bo-
ram ao mesmo acrónimo”. O especialis- tor Ashutosh Sheshabalaya, da India lhas na China e no Brasil?
ta indiano vai mais longe: nunca foram Advisory, garante que “a Índia está O célebre acrónimo criado há onze Não. Na frente económica, a Chi-
e nunca serão um bloco nem geopolíti- mais bem posicionada do que a própria anos pelo britânico Jim O’Neill, da na continua a abrandar gradual-
FACTOS SOLTOS
co nem económico. China para enfrentar a crise financeira Goldman Sachs, pretendia chamar a mente, e não catastroficamente.
Os rumores espalharam-se rapidamen- global”. Oliver Stuenkel conclui que a atenção para quatro grandes econo- Quanto ao Brasil, já abrandou sig-
te neste ano do Dragão de água, fazendo pior dor de cabeça para os BRIC, no mias emergentes que iriam marcar o nificativamente, para um cresci-
jus à imprevisibilidade e carga de stresse BRASIL Os últimos números foram um curto prazo, não vem de dentro, vem início do século XXI. O acrónimo, de- mento à roda de 1%. No mercado
que acompanha o personagem mitológi- ‘choque’, A taxa de crescimento foi de da evolução da crise na Europa e nos pois, transformar-se-ia num clube polí- de capitais, a China tem um desem-
co do zodíaco chinês: risco de um reben- 0,6% no terceiro trimestre em relação Estados Unidos. tico, numa primeira cimeira, em 2009, penho muito fraco há mais de uma
tar de “bolhas” na China e no Brasil, ao anterior. em Ecaterimburgo, sem que os funda- década e o Brasil desde há um ano
ameaça do Brasil e da Rússia se torna- Cisnes cinzentos dores tivessem convidado O’Neill para e pouco. Estas bolsas não estão em
rem prisioneiros da “doença holandesa” RÚSSIA É dos quatro o que tem um a boda a quatro. Em 2011, juntou a Áfri- níveis de bolha atualmente.
dependendo exageradamente da euforia nível de vida mais elevado, que deverá A grande recessão surgida em 2007 ofe- ca do Sul, passando de BRIC a BRICS,
em torno das exportações de recursos subir para mais de 50% do nível médio receu ao grupo uma projeção geopolíti- para espanto do consultor britânico. O bloco dos BRIC vai desmoro-
energéticos, e de a Índia “contaminar” da zona euro no próximo ano. A ca assinalável, que fez definitivamente Em virtude da heterogeneidade de es- nar-se?
toda a economia do sudeste da Ásia, co- dependência dos preços do petróleo e mossa no G7 das sete economias desen- pecializações económicas e dos siste- Do meu ponto de vista, os
mo alertou este mês o Banco Asiático de do gás natural é o calcanhar de volvidas. Mas a continuação desta crise mas políticos no seio do grupo inventa- BRICS nunca foram e nunca serão
Desenvolvimento. Aquiles. sistémica além do que se previa, pode do por O’Neill, Sheshabalaya é partidá- um bloco geopolítico e económico.
Olhando os números divulgados em retirar o grupo do pedestal. “Três das rio de um alinhamento geopolítico dife- Na realidade, nunca pertenceram
outubro pelo Fundo Monetário Interna- ÍNDIA Um dos problemas atuais é a grandes economias dos BRIC, nomea- rente, em que a Índia, o Brasil e a Áfri- ao mesmo acrónimo. O Brasil e a
cional para este conjunto, que deveria loucura em torno da importação de damente o Brasil, a Índia e a China, são ca do Sul se complementam como po- Rússia são exportadores de com-
ser o novo farol sem mácula, as desilu- ouro. As importações de ouro fontes de eventos de alto risco, são po- tências do Índico e do Atlântico Sul. O modities, a China e a Índia são im-
sões são muitas: o trambolhão monu- representam 80% do défice externo. O tencialmente ‘cisnes cinzentos’”, diz- grupo já tem um acrónimo — IBSA. portadores. Há democracias e esta-
mental do Brasil vai continuar, de 7,5% investimento em ouro é encarado -nos o economista russo Constantin Provavelmente, aplicar aos BRIC a cé- dos totalitários nesse grupo. Há
em 2010 para uma previsão de 1,5% es- como a melhor segurança social. Gurdgiev, um dos blogueiros mais ati- lebre frase de Mao Tsé-Tung sobre os países com baixa inflação e altas ta-
te ano; a Rússia abranda de 4,3% para vos na área da economia. “Cisne cinzen- tigres de papel (então os Estados Uni- xas de investimento, como a Chi-
3,8% no mesmo período; a Índia tam- CHINA Ruchir Sharma acha que o país to” é um acontecimento que pode ser dos) é um exagero, mas as dúvidas acu- na, em contraste com países com
bém dará um trambolhão de 10,1% pa- não vai “seguir o estado de negação” antecipado, mas que é considerado im- mulam-se sobre se será o bloco domi- uma dinâmica de inflação persis-
ra 4,9%; e o crescimento na China des- que foi típico do Japão nos anos 1990. provável. A cor cinzenta pretende dife- nante do futuro, mesmo com uma Chi- tente e baixas taxas de investimen-
cerá, este ano, abaixo do limiar político Para o FMI, só a China pertence ao renciar do “cisne negro”, um conceito na bem destacada como segunda econo- to, como o Brasil. É mais plausível
dos 8%, com as estimativas a variar en- clube das cinco economias inventado pelo ensaísta Nassim Taleb mia do mundo. que cada um destes países se afir-
tre 7,7% e 7,8%, depois de ter crescido “sistémicas”, juntamente com os EUA, para definir acontecimentos totalmen- Jorge Nascimento Rodrigues me como líder regional do que
10,4% há dois anos. Nas economias zona euro, Japão e Reino Unido. te imprevisíveis. economia@expresso.impresa.pt cresçam como um bloco global.
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 09
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10 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
PRIVATIZAÇÃO
Desfecho da operação
deverá ser conhecido
Quanto
no dia 20
FOTO TIAGO MIRANDA
vale
a TAP?
A dívida é fulcral para
determinar o valor da
companhia. Mas também
a capacidade que tem
de gerar fundos
No início da semana, depois de o
único candidato à privatização da
TAP ter entregue a sua proposta
para comprar a companhia aérea
portuguesa, foram várias as vo-
zes que questionaram o valor da
oferta. Ricardo Cabral, professor
de Economia na Universidade da
Madeira, fez contas e veio dizer
que Germán Efromovich deveria
oferecer ¤700 milhões pela TAP.
Para o economista, um valor
mais adequado do que aquele
que o empresário teria apresenta-
do seria 1000 milhões (sem des-
contar a dívida). Descontando os
cerca de ¤300 milhões a injetar
no capital, o valor a pagar deveria
ser de ¤700 milhões.
Fonte próxima do processo
adianta que a avaliação da TAP
que o Governo encomendou aos
bancos BESI, Barclays Capital,
Credit Suisse e Citi Bank variou
entre zero e ¤400 milhões negati-
vos. A mesma fonte acrescenta
que o mercado está a avaliar as
empresas de aviação europeias
com base num múltiplo de 4,6 ve-
zes o EBITDA, em média, e avan-
ça que a TAP contabiliza este ano
dá ¤351
será paga no espaço de um ano. prejuízos acumulados, contin- TAP é manter o Estado como pa- Contactado pelo Expresso, João
A proposta pressupõe ainda gências acima dos ¤500 milhões trão”, diz ao Expresso Eduardo Cravinho, antigo ministro das
que o comprador assuma a dívi- e custos mensais com pessoal de Catroga, atual presidente do Obras Públicas, diz desconhecer
da da TAP, que já ascende a ¤5 milhões. Conselho Geral e de Supervisão a proposta, mas adianta que a
¤1500 milhões (dívida bancária, da EDP. O economista recorda questão da dívida é fulcral para se
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 11
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12 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
ENTREVISTA
Artur Baptista da Silva Coordenador do Observatório Económico e Social da ONU para o Sul da Europa
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 13
sobre a dívida
dos “periféricos”
1 3
A renegociação da dívida Banco Central Europeu (BCE) à RENEGOCIAÇÃO COM
soberana portuguesa tem FINANCIAMENTO PELO taxa de referência de 0,25%, O FMI DA PENALIZAÇÃO
surgido no debate público BCE DE 41% DA DÍVIDA com um prazo a 10 anos. A CAMBIAL SOFRIDA
“A única solução viável é um ultimamente. Depois da equipa defende a suspensão do
corte de cabelo (hair cut) não só proposta de Miguel Cadilhe O endividamento do Estado artigo 123 dos estatutos do BCE A parcela de empréstimo
para a Grécia mas para toda a que o Expresso divulgou, a português derivado por uma década, para que o por parte do Fundo Monetário
periferia do Sul, pelo que equipa de sete economistas do da estratégia dos fundos banco central compre dívida Internacional (FMI) no plano de
propomos uma conferência nos PNUD, coordenada por Artur estruturais de 1986 a 2011 soma soberana no mercado primário. resgate a Portugal usa
moldes da que se realizou em Baptista da Silva, avança com 121 mil milhões de euros. os direitos de saque especiais
Londres em 1953, que perdoou uma proposta original de A equipa da ONU propõe que (DSE) como unidade monetária.
2
cerca de 60% da dívida alemã”, renegociação de 41% da dívida esta parte da dívida soberana NEGOCIAÇÃO Ora estes DSE (SDR,
afirmou Alexis Tsipras, líder do soberana consolidada seja tratada em separado, pois DE UM “DESCONTO” no acrónimo em inglês) estão
Syriza e da oposição projetada a 5 anos e de revisão nada tem a ver com o DE 15% NOS JUROS indexados à cotação de quatro
parlamentar grega, ao jornal de duas condições do plano de endividamento motivado por moedas — dólar, euro, iene
inglês “The Guardian”. Artur resgate acordado com a troika. razões políticas internas, por A equipa das Nações Unidas e libra esterlina —, cuja
Baptista da Silva, coordenador O ganho com esta proposta “constantes políticas erráticas propõe também que a troika valorização face ao euro
do Observatório para o Sul da rondaria os ¤10,3 mil milhões, dos diversos governos”. Estes aceite um desconto global de “era previsível”, refere
Europa criado pelas Nações o que daria para cobrir um 121 mil milhões resultam da 15% sobre o total dos juros a o economista das Nações
Unidas, vê com bons olhos esta défice orçamental de 4,5% e comparticipação pagar, na ordem dos 34,4 mil Unidas. A penalização cambial
iniciativa. Na Conferência de ainda deixaria de saldo cerca do Orçamento do Estado milhões de euros, pelo sofrida por Portugal é estimada
Londres de 1953, os credores da de ¤2,3 mil milhões, que português nos projetos empréstimo acordado no plano em 8% no período de 2012
Alemanha, liderados pelos poderiam ser aplicados na dos fundos estruturais desde de resgate. Esse montante de a 2015. Segundo Baptista
Estados Unidos, resolveram devolução de um dos subsídios a adesão à União Europeia. Para juros é superior a 40% do total da Silva, “como consequência
inverter a estratégia seguida retirados aos funcionários poupar 3,1 mil milhões de euros do empréstimo, o que “é um da inépcia dos negociadores
após a Iª Guerra Mundial que, públicos e aos pensionistas e com esta operação, a proposta absurdo para um fundo que se portugueses, o país terá
então, sufocou a Alemanha. Em no reforço do fundo de é que essa parte da dívida a diz de assistência”, salienta de pagar mais 2 mil milhões
outubro de 1950, uma troika de emergência social. vencer seja refinanciada pelo Baptista da Silva. de euros em capital em dívida”.
países — EUA, Reino Unido e
França — concordou num
projeto de redução da dívida
pública e privada alemã, que
acabaria por ser assinado em
Londres a 27 de fevereiro de
1953 implicando um hair cut de
62,6%. A aposta foi numa
estratégia de crescimento que
aceitou que o serviço de dívida
não excedesse anualmente 5%
das exportações alemãs — na
realidade, em média, situou-se
em 4,2%. “O problema, diz-nos
Nick Malkoutzis, diretor-adjunto
da edição inglesa do jornal
grego “Kathimerini”, é que os
atores-chave atuais não
concordarão nunca com tal
proposta”. E, da parte dos
principais interessados, não se
vê a possibilidade de criação de
uma frente comum sobre o
assunto.
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14 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
TURISMO
U
com programas de desenvolvimento turístico mais profis- de não ser “com a rapidez desejada”.
resgate está a varrer sional. Podemos aportar aqui mais coe- Dívidas e problemas financeiros es-
os empreendimentos rência comercial e em preços”. tão a atingir a generalidade dos PIN
turísticos em Portu- Os hotéis Vila Galé também estão a (projetos de potencial interesse nacio-
gal. A banca fechou a ser sondados, mas mantêm algumas re- nal), anunciados quando Manuel Pi-
torneira do crédito, servas. “Perdemos um ano em negocia- nho era ministro da Economia. A ban-
as dívidas estão a le- ções com o BCP, que nos contactou pa- ca deixou de dar crédito abundante e
var a insolvências em ra assumir a administração do Campo esta alteração nas condições de finan-
série nos hotéis e resorts, que assim pas- Real, onde a dívida era de ¤48 mi- ciamento também levou o empresário
sam para a mão dos seus principais cre- lhões”, adianta Jorge Rebelo de Almei- José Roquette a parar o seu projeto
dores, os bancos, e estes estão a passá- da, presidente do grupo Vila Galé. “Nós em Alqueva.
-los para fundos especiais. só fazemos negócios que tenham pés e
“Estamos todos a pagar o preço da in- cabeça. Se no tempo das vacas gordas “Arrumar a casa” antes de atrair
competência dos bancos, dos operado- não fizemos disparates, não é agora investidores internacionais
res e dos investidores que entraram no que vamos fazer”, frisa. “Quem fez dis-
negócio da hotelaria pelo dinheiro fá- parates financeiros, que arque com os “Alguns projetos já encontraram o seu
cil”, considera Dionísio Pestana, presi- prejuízos. Não vão ser os grupos hote- caminho. A situação hoje, nos casos
dente do grupo Pestana, que acabou de leiros portugueses saudáveis a assumir mais graves, é apesar de tudo mais cla-
acordar com o fundo ECS a gestão do esses buracos”. ra que há um ano, já não há explosões
Colombo’s Resort, empreendimento Para os operadores turísticos, hotéis a descontroladas”, frisa Henrique Veiga,
que era do grupo SIRAM e cuja obra encerrar por insolvência não é anima- presidente da Aequitate, empresa fi-
parou há três anos em Porto Santo. “Já dor. “As insolvências criam uma situa- nanceira que está a trabalhar na rees-
temos um primeiro caso de sucesso, o ção grave para os operadores, que com- truturação de vários projetos turísti-
Vila Sol, no Algarve, que caiu nas mãos pram as camas por antecipação. O ris- cos. “Por este escritório passam por
da banca, e com o qual fizemos um con- co é grande e cria desconfiança, levan- ano várias centenas de milhões de eu-
trato de exploração por cinco anos”, do à retração dos investimentos no des- ros de crédito que têm de ser reenqua-
adianta Dionísio Pestana, referindo-se tino, passando a exigir garantias bancá- drados. Para cada projeto é preciso en-
ao processo negociado com o Santan- rias”, adverte Duarte Correia, adminis- contrar novas equações económicas e
der. O grupo Pestana está a ser “muito trador da TUI Portugal. Nos hotéis de financeiras, o que tem de ser visto caso
consultado” por bancos e fundos e assu- Carlos Saraiva que fecharam no Algar- a caso”.
me-se aberto a analisar projetos com ve, e que tinham sido contratados por No curto prazo, o foco é “arrumar a
“interesse estratégico” para a marca. operadores, “acabou por não se perder casa, pegando nos casos um a um. É
Os projetos insolventes são também
um novo negócio dos fundos financei-
ros, que compram as dívidas aos ban-
cos dando-lhes em troca unidades de
difícil hoje atrair investidores com o ra-
ting que temos”, adverte Henrique Vei-
ga. “Vamos fazer este trabalho de casa
primeiro até poder pensar em investi-
Espírito Santo
participação. O destaque vai para a
ECOS Capital, de António de Sousa e
Fernando Esmeraldo, que assumiu al-
mento internacional”. Frisa ainda que
“alguns investidores internacionais es-
tão a olhar Portugal numa lógica de in-
quer criar fundo
para golfes junto
guns dos maiores dossiês no sector do vestimento oportunístico. Querem vir
turismo, como o processo ainda por fe- às compras e comprar barato”.
char dos hotéis de Carlos Saraiva, en- Para o presidente da Aequitate, há
volvendo uma dívida global de ¤1116 mi- que terminar os projetos que estavam
lhões, ou o do xeque árabe Al Saber nos
hotéis Penina e Dona Filipa no Algarve
(ver caixas).
“Vivemos tempos difíceis. Mas pior
em construção. “Não tem sentido ne-
nhum deixar hotéis a meio. Não esta-
mos em condições de deixar cair esses
projetos”, sustenta. “O sector do turis-
a Lisboa
que a insolvência é ficar abandonado”, mo está a aprender com isto tudo. Mui-
considera Francisco Calheiros, presi- ta gente entrou neste sector só para
dente da Confederação do Turismo Por- dar uma volta”.
tuguês. Num processo em que o desti- “Há dezenas de exemplos de projetos Objetivo é juntar a operação dos até porque o grupo tem participações
no a dar aos hotéis está do lado dos ban- feitos em sítios que não lembra ao dia- campos da Quinta do Peru, Santo em alguns destes projetos, como é o
cos e dos fundos, Francisco Calheiros bo. Enterrou-se dinheiro bom em cima Estêvão, Ribagolfe, Aroeira e caso dos dois campos do Ribagolfe,
lembra que “há cadeias de hotéis nacio- de uma má localização”, sustenta, fri- Montado e criar à volta de Lisboa em Benavente.
nais muitíssimo boas, e é importante sando que “às vezes, duzentos metros é uma oferta integrada de golfe Segundo adiantou ao Expresso o ad-
não se esquecerem delas para a gestão a diferença entre o sucesso e o insuces- ministrador do BES António Souto, o
desses ativos”. so, e não é em qualquer lado que se po- O BES está a analisar a criação de um que está a ser estudado no âmbito des-
“OS PROJETOS de fazer um hotel de cinco estrelas”. fundo que junte vários campos de gol- te processo “é a forma de se otimizar
Pestana, Tivoli e Vila Galé “Muitos fizeram empreendimentos fe na área da Grande Lisboa que se de- a gestão de campos de golfe à volta de
sondados pelos fundos
TURÍSTICOS TÊM em terrenos que já tinham, nem sequer batem com dificuldades financeiras e Lisboa, com benefícios evidentes para
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 15
PROJETOS ‘EXPLOSIVOS’
O Colombo‘s Resort, um ‘elefante ALVO DE INTERVENÇÃO
branco’ na paisagem do Porto
Santo, vai finalmente continuar
a obra e ser entregue à gestão COLOMBO’S RESORT
do grupo Pestana ß Porto Santo O dossiê acabou
de ser resolvido pela ECS
Capital, e será o grupo Pestana
a assumir a gestão do
inacabado empreendimento
no Porto Santo, lançado pelo
grupo madeirense SIRAM. Fonte
oficial da ECS adianta que
o objetivo é acabar a obra
a tempo da operação do verão
de 2013, mas já não seguindo
o projeto inicial do arquiteto
Ricardo Bofill, “que estava
direcionado para ser
de ultraluxo, o que não é
compatível com o destino Porto
Santo”. Segundo a ECS,
o projeto do casino também irá
cair, e nesta primeira fase
o Colombo’s Resort vai incluir
um hotel com 100 unidades de
alojamento, dois núcleos com
78 apartamentos turísticos, um
conjunto de 12 vilas, além de
equipamentos de lazer. Numa
segunda fase, após 2014, está
previsto um ‘suite-hotel’ com 61
unidades e mais um núcleo com
51 apartamentos turísticos.
AQUAPURA
ß Douro O hotel de Diogo Vaz
Guedes e Miguel Simões de
Almeida (que inicialmente
também integrava uma
pequena participação de
António Mexia) teve luz verde
dos seus proprietários para ser
integrado num fundo.
O Expresso apurou que o fundo
Discovery, da Explorer
(de Rodrigo Guimarães) está
a analisar a compra da dívida
do hotel Aquapura no Douro
ao BCP, o seu maior credor.
Ao Expresso, Diogo Vaz Guedes
apenas diz: “Demos indicação
GRUPO VIGIA
ß Algarve O acumular
de dívidas levou à insolvência
de várias empresas do maior
grupo de resorts, imobiliário
turístico e golfe na costa
vicentina (com destaque para
o Parque da Floresta), pedida
ativos, os donos poderão ter de sair. pelo próprio grupo Vigia, num
O administrador do BES não quis
adiantar o montante das dívidas dos A ‘embrulhada’ do caso Carlos Saraiva processo em que os principais
credores são o Banif, Barclay’s,
campos de golfe que estão a ser anali- fundo Fliptrel, da ECS Capital
sados com vista a integrar um fundo O processo está na reta final mas têm cerca de ¤700 milhões. Carlos Saraiva e Caixa Agrícola. “Era
com unidades de participação. A possi- sido muitos os avanços e recuos. É o mantém outros hotéis em operação importante arranjar um
bilidade de alguns dos seus proprietá- maior e mais complexo caso de que não estão dentro do pacote investidor que pudesse pegar
rios poderem ou não vir a fazer parte empreendimentos hoteleiros e poderá negociado com a ECS. As negociações, no grupo como um todo,
do fundo vai depender do montante ir parar às mãos da ECS Capital. A que não têm sido fáceis, estão para ser desenvolver os projetos que
de endividamento e da avaliação de ca- dívida do empresário Carlos Saraiva fechadas há duas semanas, mas, ao que estão pensados, rentabilizar
da um dos campos de golfe. ascende a ¤1116 milhões, dos quais apurou o Expresso, Carlos Saraiva está o património, liquidar as dívidas
O Expresso conseguiu apurar, junto ¤957 milhões à banca, sendo os a tentar ficar com um dos hotéis que aos credores e salvar muitos
de uma fonte do sector, que o valor principais credores o BCP (com 40%), o estão incluídos no pacote da dívida postos de trabalho”, sublinha
patrimonial dos campos de golfe em BES (30%), o Banco Popular, a CGD e o bancária. A recuperação e viabilização Adelino Soares, presidente
causa (Aroeira, Peru, Ribagolfe, Mon- Banif. Em causa estão cinco hotéis que destes hotéis, que totalizam 8000 da Câmara de Vila do Bispo,
tado e Santo Estêvão) ronda entre irão integrar um fundo criado para o camas, é tido como um ativo de risco credora de dívidas de ¤1,8
“¤50 milhões e ¤60 milhões”. O pro- efeito (o FRT). Uma das dificuldades da sistémico, devido ao número de postos milhões de duas empresas
cesso habitual, neste tipo de interven- negociação está na desvalorização de trabalho que envolve. Quando tudo (Vale da Raposa e Quinta
ção, é o fundo assumir a dívida e os brutal dos ativos em causa, que ficar fechado, cabe à ECS designar da Colina), relativas a obras
donos negociarem a sua saída. chegaram a valer ¤1,4 mil milhões e no quem irá assumir a gestão destas e falta de pagamentos de água.
A Espírito Santo Ativos Financeiros início de 2012 caíram para metade, unidades hoteleiras.
(ESAF) já tem um fundo que gere o HOTÉIS HILTON E CONRAD
campo de golfe da Quinta do Peru, in- ß Ex-Imocom Com a
serido na propriedade da família Espí-
rito Santo em Azeitão. Para a ESAF, Xeque e ECS disputam Penina e D. Filipa insolvência da Imocom,
decretada em tribunal
coloca-se a questão de poder gerir os em agosto de 2011, a ECS
campos da área da Grande Lisboa, di- É outro caso ‘bicudo’ que está nas tinha prometido pagar em dinheiro e comprou aos bancos CGD, BCP,
mensionando eficazmente a gestão mãos da ECS Capital, envolvendo os não o fez, mas “há uma proposta de BES, BPI, Santander e Banif a
do golfe e da oferta turística. Mas o hotéis Penina e Dona Filipa, no pagamento que pressupõe um dívida da Mourastock,
desenho final da operação não está Algarve. Os créditos foram comprados investimento adicional do grupo JJW participada da Imocom e
ainda fechado. “Cada caso é um ca- aos bancos credores, mas o fundo ECS Hotels & Resorts, para resolver as detentora do hotel Hilton As
so”, como frisou fonte próxima do e o proprietário, o empresário árabe dívidas”, garante fonte da ECS. Esta Cascatas em Vilamoura,
processo. E entre as soluções que es- Al-Jaber, não se entendem. Para a semana, no decurso do processo de tornando-se no principal credor.
tão na calha, uma delas, provavelmen- ECS, o xeque não ofereceu garantias insolvência levantado pelos credores e Foi o fundo de António de
te a menos habitual, será a criação de de ter capacidade para comprar os de um Processo Especial de Sousa e Fernando Esmeraldo
uma sociedade que junte estes cam- créditos, cifrados em ¤70 milhões, Revitalização (PER) apresentado por que assumiu a continuação da
pos numa única sociedade. A opção mas cujo valor nominal ascendia a Al-Jaber, a ECS, que é o maior credor, construção do hotel Conrad na
de um fundo perfila-se como a mais ¤140 milhões. A ECS terá pedido que votou contra, representando 97%, Quinta do Lago, iniciada pela
interessante, até porque, sendo um o dinheiro fosse transferido para um havendo apenas 3% de votos a favor Imocom. O hotel Conrad
fundo aberto, pode atrair investimen- banco ou os fundos avalizados por do plano apresentado pelo xeque. Não Algarve, marca de luxo da
to de terceiros, incluindo hotéis inte- alguns bancos que ela indicasse. Do é o fim da “novela”: falta ainda a Hilton, abriu em setembro e
ressados em ter uma oferta turística lado de Al-Jaber, garante que há decisão final do tribunal, que irá envolveu investimentos de ¤220
de golfe. fundos para pagar. O empresário declarar ou não a insolvência. milhões.
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16 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
ENGENHARIA
Indústria O CEIIA está envolvido em mais de 30 projetos e exporta 90% do que desenvolve e produz
O futuro inventa-se na
tro de engenharia e que hoje Hoje o CEIIA, que trabalha pa- para usar no espaço urbano de
Anabela Campos tem mais de 50 associados. É ra algumas das maiores empre- forma partilhada (bike sharing).
um projeto que une universida- sas de aeronáutica e automóvel O protótipo estará pronto em
á um maravi- des e empresas. do mundo, como a Embraer, abril e sua produção e comerciali-
H
lhoso mundo Na área da aeronáutica, avan- AgustaWestland, Volkswagen e zação ficam a cargo de uma em-
novo em de- ça José Rui Felizardo, presiden- Nissan, exporta mais de 90% do presa Águeda, embora seja tam-
senvolvimen- te da comissão-executiva do que produz. O negócio tem cresci- bém um projeto internacional.
to e constru- CEIIA, os projetos mais emble- do a todo o vapor. As receitas, Já para o automóvel BE —
ção no centro máticos em que o centro está en- adianta Felizardo, deverão ascen- apresentado na semana passa-
de engenha- volvido são o cargueiro militar der a ¤12 milhões este ano, saltan- da no Brasil no âmbito da mobi-
ria da Maia: KC-390, desenvolvido com a bra- do para ¤17 milhões em 2013. Se lidade inteligente — há duas pro-
automóveis sileira Embraer, o programa pa- tudo correr bem, em 2015 chega- postas para fabricação, mas pa-
elétricos comandados através do ra o helicóptero militar da anglo- rão aos ¤50 milhões. ra já Felizardo não quer avan-
telemóvel, helicópteros que vão -italiana AgustaWestland e o çar os nomes dos potenciais in-
sendo construídos virtualmente, programa da Sokata, empresa Objetivo: produção teressados. Admite, porém, que
triciclos elétricos para usar dos 6 que está a trabalhar com a fran- industrial um deles opera em Portugal. A
aos 76 anos, aviões não tripula- cesa Dassault na construção do
dos, novos conceitos de partilha novo Falcon. Não há crise para o CEIIA, que
de bicicletas em centros urbanos. Já na mobilidade e no automó- espera terminar o próximo ano O protótipo da bicicleta
Estes são alguns dos projetos que vel, o CEIIA está a desenvolver o com uma equipa de 200 enge- elétrica, com a qual se
estão em curso no Centro para a BE, um automóvel elétrico que nheiros — longe dos 18 com que pode interagir através de
Excelência e Inovação na Indús- funcionará em sistema de subsi- começou em 2006. Avançará um telefone inteligente,
tria Automóvel (CEIIA). diação (quem o comprar não pa- em fevereiro também com a estará pronto em abril
A cada porta que se abre desco- ga o valor do equipamento, fican- construção de uma nova unida-
bre-se um novo conceito em de- do no entanto vinculado ao paga- de de aeronáutica, situado em
senvolvimento pela equipa de mento de alguns serviços que pas- REALIDADE VIRTUAL A indústria aeronáutica portuguesa Matosinhos, onde serão investi- viagem ao Brasil, onde foi apre-
cerca de 160 engenheiros que sam pela energia, telecomunica- começou a dar os primeiros passos quando, há seis anos, no âmbito dos ¤8,5 milhões. sentado também o triciclo elétri-
faz parte do CEIIA, metade dos ções ou seguros), o MY, um trici- das contrapartidas, o CEIIA assinou com a AgustaWestland um O objetivo, reconhece José Rui co, serviu para reunir com elé-
quais são engenheiros de aero- clo elétrico desenhado para pe- contrato de ¤25 milhões. Hoje, o centro está a desenvolver projetos Felizardo, é que os protótipos de- tricas e operadores de telecomu-
náutica. Há atualmente mais de quenas deslocações, um novo au- de engenharia para os diferentes modelos de helicópteros da senvolvidos pelo CEIIA em Portu- nicações. Ambos parceiros rele-
30 projetos considerados inova- tomóvel da McLaren, o veículo anglo-italiana. O centro tem um sistema que lhe permite trabalhar gal tenham produção industrial. vantes já que a generalidade
dores nas mãos deste organis- sem condutor MIC e uma bicicle- protótipos de forma virtual (como o da foto), e esta, a par de Mas nem sempre tal é possível, dos conceitos desenvolvidos pe-
mo, criado em 1999 para apoiar ta elétrica para uso em espaço ur- recursos humanos altamente qualificados, é uma das mais-valias. lamenta. Um dos próximos proje- lo CEIIA envolvem a interativi-
o sector automóvel nacional, a bano com capacidade para intera- Ganha-se tempo e reduzem-se custos, um trunfo num mercado tos a ser produzido no país será a dade entre equipamentos e há
funcionar há seis anos como cen- gir com telefones inteligentes. muito competitivo. bicicleta elétrica — desenvolvida muitos na área da mobilidade
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 17
BCP
Julgamento do processo
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18 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
MERCADOS
Bolsa sobe para níveis de abril Saída da Brisa ações que ainda têm em
}
de Bolsa só
carteira. Na prática, a CMVM
apresentou este projeto de ] 1,19% } 3,5%
Foi uma semana de ganhos na decisão, que impõe à Tagus — PSI-20
Bolsa lisboeta, que subiu para
com condições empresa que lançou a OPA
FTMIB
Itália Portugal
os níveis de abril. São várias sobre a Brisa — a compra das
as ações a subir, mas uma das A Comissão do Mercado de ações aos minoritários. A
6,66%
que mais se destacou foi a PT.
A operadora subiu 8,5% desde
Valores Mobiliários (CMVM)
impõe condições para a saída
Tagus ficou com 15 dias
(partir de 10 de dezembro) ] 0,05% } 3,05%
segunda-feira até quinta, da Brisa de Bolsa. O regulador para se pronunciar sobre este BEL-20 Athens OMX HEL 20
animada pelas perspetivas exige contrapartidas para os projeto. Após a apresentação Bélgica General Helsínquia
positivas para o sector em pequenos acionistas da Brisa, dos argumentos por parte da Grécia
2013 na Europa. Ainda assim, quer que lhes seja assegurada Tagus, a CMVM irá analisar a
a PT está a negociar 13% pela Tagus, holding do Grupo resposta e tomar uma decisão
abaixo do nível em que se Mello e do fundo de definitiva. A Brisa é uma das
encontrava no final do ano investimento Arcus, a empresas mais relevantes da
passado. possibilidade de venderem as Bolsa de Lisboa.
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 19
CHINA
Crescer
no mercado
interno
é imperativo
Cui Zhiyuan, economista chinês,
defende modelo social a meio
caminho entre China e Europa
Economista, Cui Zhiyuan, aponta- banas e rurais”, diz. Mas para que
do como um dos pensadores da isso aconteça, esclarece, é preciso
Nova Esquerda chinesa, defende dar às pessoas das zonas rurais
que a China está a abrir-se ao uma autorização (registo/cader-
mundo, é hoje um país mais de- neta) que lhes permita circular e
mocrático e pretende aproximar- ter acesso a serviços de saúde e
-se mais do modelo económico e educação, emprego e habitação. O economista da Nova Esquerda esteve recentemente em Lisboa a apresentar o livro “China 3.0” FOTO NUNO BOTELHO
social europeu do que do norte- A nova geração de líderes chine-
-americano. ses, sublinha Cui Zhiyuan, está
A China, considera em entrevis- consciente da urgência desta mu-
ta ao Expresso, terá de virar-se pa- dança de estratégia e está a traba-
ra dentro e desenvolver o merca- lhar nisso.
do interno, por forma a que haja Cui Zhiyuan garante também
uma melhor e mais equilibrada que apesar dos grandes investi-
distribuição dos rendimentos. mentos que a China tem feito no
“Defendo políticas sociais e econó- mundo, nomeadamente em Por-
micas mais inclusivas e igualitá- tugal — é hoje o maior acionista
rias. É a chave para o próximo da EDP e da REN —, o país de
passo na China. Nas últimas duas Mao Tsé-Tung não quer aprovei-
décadas a China desenvolveu-se tar-se da crise que tem abalado os
com muito sucesso nas exporta- países do Ocidente desde 2008.
ções. Mas, por causa de uma cer- “A crise do Ocidente é uma par-
ta crise no Ocidente, já não o po- te dos problemas que temos em
de fazer. Precisamos, por isso, de comum, até porque nos últimos
desenvolver o mercado domésti- dois anos a China exportou me-
co, também para que os chineses nos. Não penso que a China de-
beneficiem disso. Tem de haver va ou queira aproveitar-se da cri-
uma melhor distribuição da rique- se europeia. Em Espanha, 51%
za. Precisamos urgentemente de dos jovens estão desemprega-
reduzir a diferença de rendimen- dos, em Portugal são 39%. É um
to entre as pessoas das zonas ur- problema muito grave. Talvez
este nível de desemprego resul-
te do facto de Portugal e Espa-
nha terem uma boa proteção pa-
ra os trabalhadores que estão
PONTO DE VISTA
no ativo. Ou seja, há uma lei la-
boral demasiado rígida e prote-
tora de quem está no mercado,
n A China, diz Cui Zhiyuan, o que faz com que muita gente,
deverá desenvolver o mercado nomeadamente os jovens, não
interno, para fazer face consiga entrar. Na China, é o
à quebra das exportações, oposto, não temos tanto desem-
e melhorar o rendimento prego, mas a proteção social é
dos camponeses demasiado baixa. Nós precisa-
mos de mais proteção social e a
n A economia chinesa deverá Europa de menos. Talvez o cami-
manter uma economia mista nho certo esteja no meio”, avan-
de empresas públicas çou Cui Zhiyuan. Em Portugal,
e privadas. A manutenção no âmbito do lançamento do li-
de empresas públicas vro “China 3.0” — uma publica-
rentáveis, defende ção que reflete o que pensam as
o economista, permite elites académicas sobre a nova
ao Estado arrecadar China a nível económico, políti-
importantes receitas e ter co e de política externa —, Cui
melhores políticas sociais Zhiyuan olha para a receita da
e impostos mais baixos. austeridade que está a ser aplica-
Demasiados impostos é um da em Portugal e na Grécia de
dos problemas do Ocidente uma forma crítica. “Não acho
que a China deve evitar que austeridade seja o caminho
a seguir. Reduzir a dívida é im-
n A China defende um papel portante, mas parece-me que
no plano internacional mais crescer é mais importante ain-
próximo do desempenhado da. Se a austeridade tiver um im-
na Europa, no sentido pacto negativo no crescimento,
de não intervir em países torna impossível reduzir a dívi-
estrangeiros da. Tem de haver uma gestão
equilibrada entre as políticas so-
n Mais democracia, melhores ciais e de emprego”, reconhece.
condições de vida, mais Cui Zhiyuan considera que de-
participação são grandes via haver um maior conhecimen-
ambições dos chineses. to entre o Ocidente e a China
Há pessoas muito ativas porque há muitas problemáti-
na internet a exigir maior cas comuns, mas também por-
abertura. A nova geração que seria positivo que o investi-
de políticos, admite, é mais mento externo fosse baseado
aberta, mas ainda há algumas em compromissos e interesse
restrições e controlo económico de benefício mútuo.
Sobre as relações entre Portu-
gal e a China diz que seria bené-
fico haver mais trocas comer-
ciais e culturais. E esclarece que
Macau poderá desempenhar
um papel importante na aproxi-
mação entre os dois países. “Chi-
na e Portugal têm de trabalhar
mais juntos e Macau pode ser
uma ponte importante”, diz.
Anabela Campos
acampos@expresso.impresa.pt
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20 ECONOMIA Expresso, 15 de d
EXPORTAÇÕES
Potencial Atentos à expansão do mercado chinês, os produtores
nacionais afinam estratégias para matar a sede ao dragão asiático
Vendas
de vinho para
a China crescem
62%
Duplicar vendas é a meta para 2014
nas “a compra de vinhos caros para janta- ra somar ¤24 milhões no triângulo Chi-
Textos Margarida Cardoso
res de negócio e ofertas, não para consu- na, Hong Hong, Macau. Em 2013, vai
Ilustração Helder Oliveira
mo pessoal”. A população que compra vi- aplicar ¤700 mil, 10% do seu investimen-
nho para beber, por prazer, representa to, em feiras e provas neste mercado.
empre que se referem a metade do consumo total, mas apenas Trabalhar à escala do gigante chinês re-
S
Portugal, os chineses 30% do valor das vendas. vela as fragilidades do sector vinícola na-
pensam em vinho. É que Em Portugal, os produtores fazem uma cional, com “marcas prestigiadas, mas
Portugal, em chinês, diz- análise mais simples. Sabem que 80% do sem a dimensão necessária para uma
-se Pu Tao Yá e os dois vinho consumido na China são de produ- ofensiva firme”, reconhece Jorge Montei-
primeiros caracteres (Pu ção local, os chineses valorizam de forma ro, presidente da Viniportugal. As estatís-
e Tao) querem dizer ‘u- especial a importação dos tintos de Bor- ticas são, no entanto, animadoras e, se a
va’. Uma ‘coincidência’ déus e até têm investido em produtoras base de partida é baixa, a valorização dos
que resulta da constru- emblemáticas da região. Mas acreditam vinhos portugueses é evidente: depois da
ção fonética de nomes para os quais não que os rótulos nacionais, acompanhados duplicação das exportações entre 2010 e
há tradução em mandarim. das notas de mérito conquistadas em pro- 2011, para os ¤8,2 milhões, as vendas au-
Esta pode ser uma vantagem inesperada vas mundiais, também podem triunfar. mentaram 21% em volume e 62,1% em va-
para a promoção dos vinhos portugueses No quinto lugar no ranking das exporta- lor no primeiro semestre do ano.
na China, mas ao certo não se sabe se tem ções portuguesas de vinho, a China é
tido influência nos bons resultados dos pro- “um alvo prioritário” na estratégia de O ponta de lança Mateus
dutores nacionais no país: nos primeiros promoção da Viniportugal, que pretende
seis meses do ano, as exportações cresce- duplicar as vendas na região até 2014, pa- Atenta aos números, a Comissão Vitiviní-
ram 62,1%, uma percentagem construída a cola Regional do Tejo tem incentivado os
partir da soma de pequenos negócios, mas seus produtores a investir no segundo
suficientemente tentadora para mobilizar maior mercado da região fora da União
cada vez mais empresas do sector. Porto de honra Europeia. A adesão é crescente, como
“O potencial do país é enorme, justifica prova a presença de 14 vitivinicultores do
atenção e persistência”, afirma Mário “A China tem potencial e interesse, Tejo, em novembro, na International Wi-
Monteiro, presidente da Adega de Fa- mas não vai explodir da noite para ne & Spirits Fair, em Honk Kong, e na
vaios, que se estreou a vender 10 mil gar- o dia. Criar lá um mercado vai levar Interwine Fair, em Guangzhou, contra
rafas na China em 2011 e conseguiu multi- no mínimo 10 anos e muito apenas oito no ano passado.
plicar este número por quatro em 2012. trabalho”, comenta Paul Symington, A exportar desde 2003 para a China, a
“Fizemos testes de mercado e percebe- presidente da Symington Family Quinta de Alorna participou nestes even-
mos que os chineses gostavam dos nos- Estates, consciente das dificuldades tos “consciente de que ter sucesso aqui
sos vinhos, mas foram precisos cinco que o vinho do Porto enfrenta para exige visitas regulares e um acompanha-
anos de trabalho para conseguir os pri- conquistar o reconhecimento dos mento constante dos clientes”, diz a dire-
meiros resultados”, acrescenta o gestor. consumidores chineses. Com um tora comercial, Dora Martins. Com 280
Para reforçar a quota da China no total escritório em Hong Kong desde hectares de vinha e uma produção anual
de 1,5 milhões de garrafas vendidas junho, não revela as suas vendas na de 1,5 milhões de garrafas exportadas pa-
anualmente pela sua adega em 22 merca- Ásia, mas comenta: “Dizer que a ra 25 países, a empresa já celebrou acor-
dos, confia especialmente no moscatel de China é o próximo grande mercado dos com dois agentes locais e quer seguir
Favaios. “Os chineses gostam de coisas é fácil, mas as vendas totais de “uma estratégia de longo prazo” no país.
doces e estão a usá-lo para misturar com vinho do Porto no país estão nas As abordagens ao mercado são várias.
outras bebidas”, comenta. seis mil caixas e eu conheço uma A Sogrape, que enviou o Mateus Rosé co-
Falar do gosto chinês será uma missão cadeia de supermercados de média mo ponta de lança para a China em 1983,
difícil, como alerta um estudo recente da dimensão em Lisboa que vende tem escritório em Hong Kong. A Eno-
consultora inglesa Wine Intelligence, mais do que isso”. Apesar do futuro port, com escritório de representação
atenta à diversidade de um mercado gi- da ligação entre o vinho do Porto e em Xangai desde 2000, criou, agora, a
gantesco, ainda numa fase inicial de de- a comida chinesa ser, ainda, uma primeira distribuidora de vinhos lusos na
senvolvimento. A sua análise sobre as ten- incógnita para o sector, os números China. As Caves Arcos do Rei optaram
dências de consumo dá, no entanto, algu- mostram que o avanço das suas por uma parceria local. A Adega de Bor-
mas indicações claras: a próxima etapa marcas na China tem sido modesto, ba foi ao China Sommeliers Wine Chal-
das importações pode privilegiar vinhos mas exponencial, passando de 1200 lenge 2012 conquistar oito medalhas.
brancos e tintos mais doces. Já na seg- para 6200 caixas de 9 litros entre A apoiar a ofensiva lusa, o guia Portu-
mentação do mercado, um quinto dos 2007 e 2011, pouco mais de meia gal Wine Guide, já na terceira edição, pas-
consumidores respondem por 40% do va- dúzia de gotas no total de 9 milhões sou a ter uma versão em mandarim.
lor das vendas, mas está em causa ape- de caixas comercializadas por ano. mmcardoso@expresso.impresa.pt
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dezembro de 2012 ECONOMIA 21
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22 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
NEGÓCIO DE EXPERIÊNCIAS
A vida
já não é bela
António Quina na praia da Terra Estreita, em Tavira, transformada no verão de 2010 em “Experience Beach”
O criador dos presentes Aviso à navegação: o empresário Antó- te de 80% no mercado dos pacotes de mos à espera. E o Natal representa va o negócio. “Era essa margem que nos
nio Quina afirma que não fugiu para o experiências. Otimista, o criador de A Vi- 70% da faturação.” permitia inovar, fazer negociação, produ-
de experiências da marca Brasil e que a marca A Vida é Bela conti- da é Bela tinha investido ¤5,3 milhões António Quina apresenta a razão prin- zir as caixas, armazená-las e expedi-las,
A Vida é Bela diz que nua a ser sua — e não do portal Descon- em publicidade e produção em 2010, e cipal para o crescente desequilíbrio das pagar ordenados aos funcionários e fa-
tos.pt, como foi noticiado. Além disso, mais ¤3,58 milhões em 2011. “Hoje consi- contas: o facto dos portugueses, face à zer investimentos de comunicação e di-
notícias alarmistas tenciona apresentar no início do próxi- dero que esse foi um enorme erro de ges- crise terem passado a usar mais, e mais vulgação da marca e dos nossos fornece-
e o boicote de alguns mo ano, em Portugal, um “modelo ino- tão. Nunca deveria ter gasto tanto em pu- cedo, os pacotes oferecidos. E é aqui que dores”, revela. O empresário dá como
vador de negócio” na área do turismo e blicidade, divulgação e produção. Queria o negócio começa a falhar. Porquê? Por- exemplo os vouchers até ¤30. Aqueles
fornecedores de lazer que lhe permitirá pagar “tudo o promover os serviços dos parceiros e que o segredo do lucro desta empresa que não eram usados davam a lucrar à
serviços, que recusavam que tem em dívida com clientes, forne- não me preocupei com os meus resulta- que vendia experiências a muito baixo empresa 58% do valor total (cerca de
vouchers nas épocas cedores e banca”. dos líquidos.” custo (a partir dos ¤15) residiu funda- ¤17). Os restantes 42% ganhos eram gas-
De momento, aguarda a aprovação mentalmente, durante anos, nos vou- tos na distribuição, custos de logística,
altas, ditaram o colapso de um Processo Especial de Revitaliza- Previsões furadas chers que não eram usados. Ou seja, gran- custos de impressão de guia e embala-
do negócio. Isso ção (PER) e a nomeação de um admi-
nistrador por parte do tribunal. Se este António Quina chegou a prever ter um
de parte dos pacotes de experiências ofe-
recidos no Natal, em aniversários, ou
gens. No caso dos pacotes que eram usa-
dos, 22% de valor faturado eram gastos
e a súbita mudança plano SOS avançar, e for aprovado pe- volume de vendas de ¤200 milhões pa- noutra data especial qualquer, eram em em custos diretos, tidos com as comis-
de comportamento los bancos, os principais credores, An- ra este ano, juntando a faturação de grande parte arrumados e esquecidos nu- sões à distribuição dos pacotes, acresci-
tónio Quina promete pagar de forma Portugal, Espanha e Brasil. Foi um tiro ma gaveta por falta de tempo, lembran- do de verbas para espaços adicionais,
dos consumidores sistemática, e no prazo de um ano, os ao lado na previsão e o terreno come- ça, ou vontade do cliente. Bem à portu- marketing e promoção. E o lucro corres-
cerca de ¤1,5 milhões que deve aos çou a ficar mais nebuloso a partir de guesa. Basta dizer que em 2009 a taxa pondia apenas a 6% do total — em 2011 o
clientes com vouchers por gozar. Prevê outubro de 2011. Os portugueses aper- de vouchers não usados (taxa de não re- lucro foi de apenas ¤214 mil.
também saldar, em dois anos, os ¤2 mi- taram mais umas casas ao cinto e as denção) era de 46%, ou seja, quase meta-
lhões que deve aos fornecedores, e até vendas caíram mais de 50% nos meses de das experiências não eram gozadas. E Vouchers mais utilizados
sete anos os ¤9 milhões que ficaram de novembro e dezembro. “Não estáva- em grande medida era isso que financia-
por entregar à banca. Os problemas agravaram-se com a mu-
Atualmente a residir no Rio de Janeiro, dança de comportamento do público.
A NOVA VIDA DE QUINA
e com escritório montado em São Paulo Só no final do ano passado é que a em-
com três colaboradores, o empresário de- presa se apercebeu de que a taxa de uti-
cidiu contar pela primeira vez, ao Ex- ano passou a ser um exemplo de lização dos vouchers de 2010 tinha subi-
presso, os bastidores do seu negócio e as
razões que levaram ao colapso de uma
“Acordo cheio empreendedorismo. De momento
diz-se focado em reerguer a marca
do para os 78% e, no ano passado, ascen-
dia aos 86%.
das mais bem-sucedidas empresas de tu- de vontade de e continuar a estimular o turismo A somar a isso, de acordo com o empre-
rismo em Portugal. Um buraco financei- em Portugal. “Os momentos de sário, houve um aumento das taxas de
ro que o levou a suspender há um mês a ir distribuir guias sucesso são mais difíceis de gerir. juro, um atraso no pagamento por parte
venda de pacotes de experiências. Numa
conversa tida por Skype, no seu escritó-
para a rua” Neste momento acordo cheio
de vontade de ir distribuir guias
da distribuição, redução dos plafonds de
crédito, uma dívida do Estado que ascen-
rio em São Paulo, o empresário recorda para a rua, de assinar contratos, de a mais de ¤2 milhões de reembolsos
como em 2011 a empresa A Vida é Bela António Quina não é um estreante de recomeçar. E continuo de IVA e atrasos nos pagamentos de fun-
tinha aumentado em ¤13 milhões as re- a reinventar-se depois de andar a acreditar que A Vida é Bela dos comunitários já aprovados e contra-
ceitas, para ¤46 milhões, entre Espanha na mó de baixo. Em 2001, era sócio proporcionou alegrias e sensações tualizados. Para aguentar o barco, Antó-
e Portugal, e prometia um... belo futuro. gerente de uma empresa fortes a muitos portugueses e tem nio Quina fez no início deste ano um for-
Presente em Espanha desde 2007, e no de publicidade e viu-se obrigado sido fundamental para a divulgação te corte de custos (mais de ¤1 milhão),
Brasil desde 2009, a empresa tinha no a despedir mais de duas dezenas e dinamização das pequenas reduzindo os colaboradores de 80 para
mercado português uma quota dominan- de funcionários. Num espaço de um empresas de turismo e lazer.” pouco mais de 30. O empresário diz ter
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 23
a lição’’
A Associação de Defesa do Con-
sumidor (Deco) contabilizou
desde o início do ano até terça-
-feira um total de 1600 queixas
contra A Vida é Bela. Segundo a
empresa de experiências, há cer-
3,5
milhões de euros
José Carlos Pires não consegue
compreender como foi possível
este modelo de negócio falhar.
“A estrutura de custos era redu-
zida, ficavam com uma margem
ca de ¤1,5 milhões em dívida a é o montante das dívidas de 30% sobre o preço de venda e
clientes com vouchers que deixa- de A Vida é Bela, entre ainda há todos os vouchers que
ram de ser aceites. O número de os ¤2 milhões que não pagou não foram pagos aos fornecedo-
fornecedores que ficou a perder aos fornecedores res”, resume.
A empresa Maritz Marketing — dona é mais difícil de contabilizar, e os cerca de ¤1,5 milhões que O dono de um pequeno negó-
da marca A Vida é Bela — tem suspen- mas representa dívidas de ¤2 mi- deve aos clientes que têm cio de turismo de habitação em
sa a venda de vouchers de experiências lhões, de acordo com a empresa vouchers que não conseguem Trás-os-Montes, que pediu para
em Portugal e deixa dívidas à banca de A Vida é a Bela. utilizar. Um número que está não ser identificado, faz uma
¤9 milhões. O que pensa fazer no futu- A Deco aconselha a quem ad- em crescimento porque ainda análise idêntica do potencial de
ro com a A Vida é Bela em Portugal? quiriu os pacotes de experiên- há clientes que não lucro da empresa A Vida é Bela
Entregámos um Processo Especial de cias diretamente através de A reclamaram os vouchers e lamenta a descredibilização de
Revitalização (PER) aos tribunais que vai Vida é Bela a pedir o reembolso uma solução que também lhe as-
ter que ter o acordo dos principais credo- no site da marca, reclamar jun- segurava “boas taxas de ocupa-
res. E estamos a todo o momento à espe-
ra da sua aprovação para voltarmos a tra-
balhar na empresa em Portugal, senão
vamos para a insolvência. Só este ano fo-
ram liquidados mais de ¤7 milhões a for-
necedores. Cerca de ¤2 milhões estão
to do provedor das agências de
viagem e turismo associadas da
APAVT (Associação Portugue-
sa das Agências de Viagens e
Turismo) ou pedir o respetivo
crédito através do Processo Es-
200
mil euros é o montante
ção da casa na época baixa”. A
participar no projeto desde o iní-
cio, diz que os problemas come-
çaram há um ano, com os pri-
meiros atrasos nos pagamentos.
Mas, se durante algum tempo as
por liquidar. O plano básico de revitaliza- pecial de Revitalização ao qual que A Vida é Bela dívidas iam sendo pagas, desde
ção é criar um clube de descontos e vanta- a empresa aderiu. Ana Sofia deve ao Grupo Pestana, agosto os incumprimentos so-
gens para os nossos futuros associados. Ferreira, jurista da Deco, desa- confirmou ao Expresso mam ¤3000.
Em troca do pagamento de uma mensali- conselha, no entanto, que os o grupo hoteleiro esta semana. A dada altura, conta, pediram-
dade poderão usufruir de todos os servi- consumidores raspem os vou- O Pestana é um dos maiores -lhe um prolongamento do pra-
ços e preços especiais negociados com os chers para colocarem no formu- credores da empresa zo de pagamento, mas nem isso
nossos parceiros. Restaurantes, hotéis, lário de reembolso o código de de experiências foi cumprido. Lamenta as difi-
spa e outros serviços com enorme des- ativação solicitado no site. “De- culdades que foi tendo em en-
conto. Se montarmos esse negócio va- pois de raspado, o voucher fica contrar alguém para atender o
mos propor às pessoas que têm vouchers inutilizado”, salienta. telefone do outro lado, quando
por gozar que os troquem por esse novo Se a compra tiver sido feita tentava obter explicações e não
MÁS EXPERIÊNCIAS
produto de A Vida é Bela. Propondo a tro- noutras lojas, os procedimentos compreende o comunicado en-
ca dos atuais vouchers pela subscrição do dependem da existência ou não viado em outubro, a pedir “pa-
novo produto por xis tempo de acordo do talão de compra. Esta sema- ciência aos fornecedores” e a jus-
com o seu valor. Aos parceiros iremos ca- na, a Deco anunciou que seis Deco aconselha a não raspar tificar os incumprimentos com
nalizar um fluxo de clientes segmentado. pontos de venda (Best Travel, código de ativação atrasos nos reembolsos de IVA
Esse é o nosso plano A para saldarmos Fnac, Halcon Viagens, Rádio Po- No site de A Vida é Bela no valor de ¤800 mil e na entre-
dívidas com os fornecedores, clientes e pular, Staples e Livro do Dia) é possível preencher um ga de fundos do QREN.
banca. Acreditamos que em sete anos vão reembolsar ou compensar formulário para pedir Continua a atender telefone-
conseguimos fazê-lo. O plano B , é bê de mesmo quem não tenha o talão o reembolso do dinheiro. mas a pedir reservas com A Vi-
Brasil. Continuarmos a reinventar-nos de compra, recorrendo aos siste- Entre os vários procedimentos, da é Bela. “Explicamos que tive-
deste lado do Atlântico. Um país com um mas informáticos internos. é pedida a introdução mos de deixar a parceria porque
fortíssimo crescimento no turismo. Pelo contrário, a Auchan, o El do código de ativação. infelizmente não pudemos recu-
Corte Inglés, a Media Markt e a Ana Sofia Ferreira, jurista perar o dinheiro em dívida. As
Porque é que foi para o Brasil? Sonae recusam-se a ressarcir os da Deco, desaconselha pessoas nem sempre compreen-
Fico triste e desiludido que as pessoas clientes que não tenham com- que se raspe e ponha a dem”, conta.
sejam mesquinhas e fazerem uma leitu- provativo da aquisição. A Deco descoberto esse número, A diretora de um hotel com
ra tão errada de que fugi para o Brasil revela ainda que o Pingo Doce, porque o voucher fica SPA da zona centro, que integra
tido conhecimento de alguns vouchers após a crise na minha empresa. Não foi os Correios e a Bertrand se mos- automaticamente inutilizado. vários pacotes da marca, deixou
que estavam a ser recusados por parte este ano que abri A Vida é Bela no Bra- traram indiferentes, não mani- de aceitar clientes dos vouchers
de hotéis, restaurantes e gabinetes de es- sil. Foi em 2007. Ora, até 2010 estava festando de que forma preten- Pingo Doce, Correios no final do primeiro trimestre,
tética. “Mas era uma situação controla- muito concentrado no mercado portu- dem defender os interesses dos e Bertrand indiferentes mas optou por dizer apenas que
da e as queixas de clientes eram resi- guês que estava a correr bem, com uma seus clientes. O ecoresort O Pingo Doce, os Correios tinha esgotado a quota de reser-
duais. Isto até saírem notícias sensacio- equipa estabilizada e profissional. O ano ZMAR, na Zambujeira do Mar, e a Bertrand mostram-se vas e sugere que contactem a
nalistas. Até 14 de outubro tínhamos me- passado combinei internamente que iria também decidiu aceitar clientes indiferentes em relação empresa. No entanto, continua
nos de 50 queixas na Deco, referentes dedicar-me mais ao mercado brasileiro de A Vida é Bela que contratem ao reembolso a quem a aceitar os clientes que já ti-
aos últimos dois anos, e estávamos a que era o que estava a correr menos serviços seus com o dobro do va- não tem talão de compra, nham feito reserva. Sem rece-
reembolsar quem não se sentia satisfei- bem até agora. Ao todo tenho investidos lor do voucher. E o parque de porque, segundo a Deco, ber desde o início do ano, não
to.” Após a primeira notícia sair as ven- na empresa brasileira ¤2,5 milhões. campismo de Cerdeira, no Ge- não manifestaram de que forma adianta o valor da dívida. “A-
das caíram 85%. “Foi um ataque à marca Mais coisa menos coisa. Em termos prá- rês dá direito a uma terceira noi- tencionam ressarcir brange vários hotéis do grupo”,
e à confiança que os portugueses tinham ticos estou a viver no Brasil desde feve- te de alojamento grátis na com- os seus clientes. Auchan, Sonae, comenta, pedindo para não ser
em nós.” A associação de defesa do con- reiro de 2011, só tive noção do estado da pra de duas dormidas. El Corte Inglés e Media Markt identificada.
sumidor diz que desde o início do ano e empresa em Portugal a partir de março Ana Sofia Ferreira alerta ain- não pagam a quem não tenha “Até 2011 não tivemos qual-
até terça-feira recebeu 1600 queixas. de 2011, por causa da subida das taxas da para a utilização dos cupões fatura, uma decisão que afeta quer problema”, reconhece a di-
“Havia atrasos nos pagamentos, mas es- de uso dos vouchers e das devoluções de no site descontos.pt, porque “o um elevado número de pessoas retora de um centro de estética
távamos a pagar a todos. Não percebo Natal. E a empresa só começou a correr consumidor perde direitos so- porque grande parte dos do Porto que também não quer
como atrasos de 90 dias podem ser notí- mal em dezembro de 2011. Estou no úni- bre eles”. vouchers foram oferecidos ser identificada. Após vários me-
cia no momento atual do nosso país.” co sítio onde tenho condições para traba- Um dos maiores credores é o como presente. ses em atraso, recorreu a um ad-
António Quina aponta o dedo ao “jogo lhar e recuperar. Sou dos poucos portu- Grupo Pestana, que tem a rece- vogado e, em setembro, recupe-
na sombra” feito por “alguns parceiros” gueses que têm o privilégio de trabalhar ber cerca de ¤200 mil. Com Dívidas tocam a todo o tipo rou a dívida acumulada desde
que quebravam “constantemente” o con- no mercado que mais vai crescer nos uma dívida com menos zeros de fornecedores maio num conjunto de 20 paco-
trato que tinham com a empresa. “Não próximos anos no sector de turismo. Pa- (¤1500), o parque de Cerdeira é Desde o Grupo Pestana, tes, com ofertas várias, desde au-
aceitavam os vouchers na época em que ra poder voltar e pagar o que devo. Por- outro dos cobradores de A Vida ao Parque de Campismo las de ioga a massagens e cursos
tinham mais gente, como no verão. Mui- que eu vou voltar. é Bela. José Carlos Pires, diretor de Cerdeira passando de maquilhagem. “Neste mo-
tos recusavam-se a reservar porque ga- do parque de campismo, suspen- por um centro de estética mento, a verba em falta é de
nhavam mais com os clientes com paga- O negócio no Brasil também assenta deu a colaboração com a empre- no Porto, todos ficaram com ¤600, relativa ao período entre
mento direto.” Uma esperteza de comer- na venda de vouchers de experiências? sa de experiências logo que se dinheiro por receber 20 de setembro e 10 de outu-
ciante porque ao venderem diretamente Eu errei e aprendi a lição. Agora estou apercebeu de perturbações no de A Vida é Bela. bro”, refere.
ao cliente final os fornecedores de servi- a trabalhar num produto tripartido. Que pagamento, no final de 2011. Os montantes em dívida No seu caso, a principal queixa
ços tinham 60% de lucro, em vez dos não assenta só no negócio dos vouchers, Preocupado com a possível di- oscilam entre centenas e diz respeito a problemas com
30% contratados. mas também em descontos de serviços e mensão do problema, ainda ten- centenas de milhar de euros clientes com voucher que que-
Nestes últimos três anos, A Vida é Bela em guias de turismo ilustrados, qualifica- tou contactar outros fornecedo- rem ser atendidos. “Tentamos
faturou ¤40 milhões em Portugal e com- dos e segmentados para São Paulo e o res à procura de uma concerta- explicar que não temos contrato
prou ¤27,8 milhões de serviços aos par- Rio de Janeiro. E tudo se poderá asso- ção de posições da parte dos le- com a empresa, uma decisão
ceiros. “O que hoje se está a falar é de ciar, com um preço acrescido. Um guia sados, mas apesar de haver mui- unilateral por incumprimento,
dívidas a fornecedores que são menos de pode vir com um cupão de descontos e tos outros operadores na mes- mas as pessoas sentem-se enga-
5% daquilo que nós lhes comprámos nos um voucher de experiências. O produto ma situação não teve sucesso. nadas por nós, o que acaba por
últimos três anos. Se não fôssemos nós, a é inovador. Vamos vender, por exemplo, “É cada um por si”, comenta. prejudicar a imagem da nossa
crise nos pequenos operadores seria mui- guias de restaurantes no Rio a ¤50. E Enquanto tudo correu bem, a empresa”, lamenta.
tíssimo maior.” esses guias poderão ser usados em qual- participação do parque nos pa- Catarina Nunes
Bernardo Mendonça quer lado através de uma aplicação no cotes de A Vida é Bela revelou- e Margarida Cardoso
bmendonca@expresso.impresa.pt telemóvel. É o futuro. -se, até, bastante positiva, em es- cnunes@expresso.impresa.pt
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24 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
Q
em Portugal não para mais conhecidos e desenvolvidos do pon- do o apoio político. Aqui, o Estado é negó-
de aumentar, a ideia to de vista económico. cio, pelo que é fundamental o trabalho da
de investir num país O sector da energia é uma aposta forte embaixada e do Governo português”, sa-
onde não há impostos nos EAU. O país tem a sexta maior reser- lienta Eduardo Pereira.
e tudo o que se ganha va de petróleo do mundo, mas quer diver- A diplomacia económica portuguesa sa-
é lucro é especialmen- sificar os recursos energéticos e desenvol- be-o. Na quinta-feira, o ministro dos Ne-
te atrativa. Se nesse ver as energias renováveis, tendo anuncia- gócios Estrangeiros, Paulo Portas, e o
país abundar o dinhei- do este ano o projeto de construir no Du- presidente da AICEP, Pedro Reis, esta-
ro do petróleo, o consumo estiver a cres- bai, até 2030, o maior campo de energia rão no Dubai na conferência Caminho
cer e os vizinhos forem alguns dos Esta- solar a nível mundial. Em outubro reali- das Exportações, promovida pelo Ex-
dos mais ricos do mundo, então o negó- zou-se, também no Dubai, o Fórum Mun- presso, que reunirá empresários dos
cio parece ter tudo para correr bem. A dial da Energia, que pela primeira vez de- dois países.
ideia tem vindo a seduzir cada vez mais correu fora da sede da ONU, o que funcio- Ao contrário da energia, o sector da
empresários portugueses, que veem nos nou como um reconhecimento da posição construção regista algum abrandamen-
Emirados Árabes Unidos (EAU), e em estratégica dos Emirados nesta área. Em to, apesar da existência de projetos como
particular no Dubai, uma porta de entra- janeiro, o Dubai vai acolher outro impor- a extensão do aeroporto ou o metro de
da para todo o Médio Oriente. tante acontecimento no sector da ener- superfície no Dubai. Grandes grupos na-
Em cinco anos, de 2007 a 2011, o núme- gia, a Masdar Sustainability Week, onde é cionais como a Soares da Costa ou a Visa-
ro de empresas portuguesas que expor- esperada, segundo a AICEP, “uma forte beira já têm presença nos Emirados.
tam para os EAU aumentou 18% e já ul- representação nacional”. Atenta às mui- Mas, segundo a AICEP, existem, sobretu-
trapassa as 500. Segundo o Instituto Na- tas oportunidades que os EAU têm para do, “muitas oportunidades para empre-
cional de Estatística, as exportações por- oferecer, a empresa portuguesa Martifer sas de materiais de construção, desde tra-
tuguesas para aquele país do Golfo Pérsi- Solar abriu este ano uma delegação no balhos iniciais até acabamentos e decora-
co cresceram 16,6% só no último ano. E, Dubai. “É um verdadeiro centro de negó- ção”, incluindo áreas de gestão de resí-
no mesmo período, a comunidade portu- cios, o sítio ideal para chegar ao Médio duos e saneamento. Num país onde prati-
guesa residente nos Emirados, a grande Oriente”, resume Eduardo Pereira, res- camente toda a alimentação é importa-
maioria no Dubai, disparou 66%. As rela- ponsável local da empresa. da, o sector agroalimentar é outro “onde
ções entre os dois países nunca estiveram Apesar de ainda haver uma grande in- existem nichos que podem ser explora-
tão próximas. dos pelas empresas portuguesas”, apon-
Nos EAU desde o ano passado, o embai- ta a AICEP. No início deste mês, várias
xador de Portugal, Jaime Leitão, tem as- marcas nacionais participaram numa fei-
sistido de perto ao reforço das relações ra internacional dedicada ao sector, que
bilaterais. Aos empresários portugueses, teve lugar em Abu Dhabi, e fizeram suces-
não hesita em aconselhar que invistam ENERGIA, so. Quatro foram premiadas.
na região. O Dubai, diz, “é uma montra
por excelência” e a chave para chegar a
CONSTRUÇÃO, “Oportunidades não faltam”, resume
João Menezes de Aguiar, empresário
países vizinhos, como a Arábia Saudita, AGROALIMENTAR português há 22 anos a viver no Médio
“onde o dinheiro nasce do chão e cada
vez há mais apetite pelo consumo” (ver
E TURISMO SÃO Oriente. O diretor da Executive Gour-
met, empresa de catering para aviões de
entrevista ao lado). OS SECTORES luxo e jatos privados, não tem dúvidas:
Segundo a Agência para o Investimen- “Aqui não há impostos de qualquer espé-
to e Comércio Externo de Portugal (AI- COM MAIOR cie. Tudo o que se ganha é lucro. É qua-
CEP), os sectores da energia, construção,
agroalimentar e turismo são os que têm
POTENCIAL se um paraíso para o investimento es-
trangeiro”.
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 25
O número de portugueses no
Dubai cresceu 66% no último ano. DISSERAM
E há cada vez mais empresas
nacionais a investir na região
‘‘Os Emirados Árabes
Unidos são uma
porta para todo o
mercado do Médio
Oriente (...) O Dubai
é uma montra por
excelência’’
JAIME LEITÃO
Embaixador de Portugal
nos Emirados Árabes Unidos
‘‘Não há impostos
de qualquer espécie.
Tudo o que se ganha
é lucro. É quase
um paraíso para
o investimento
estrangeiro’’
JOÃO MENEZES DE AGUIAR
Diretor da Executive Gourmet,
dedicada ao fornecimento
de aviões de luxo e jatos privados
‘‘É um mercado
particularmente
dinâmico. Existe
vontade de o
dinamizar e muito
dinheiro. As
oportunidades
estão aqui’’
FRANCISCO SILVA
Diretor da empresa portuguesa
de iluminação Castros para a região
do Médio Oriente
“O Dubai é um centro
de negócios.
É o sítio ideal para
chegar a todo
o mercado do Médio
Oriente. Mas
é fundamental
trabalhar com
parceiros locais”
EDUARDO PEREIRA, Administrador da
Martifer Solar para o Médio Oriente
NÚMEROS
n O aeroporto do Dubai
— o Al Maktoum International AirPort
SUCESSO Com mais de 20 anos
de experiência no mundo da
moda, a Sacoor Brothers, que
surgiu em 1989 numa pequena
uma plataforma para chegar a outros portuguesas para os EAU entre 2011 (cujo nome homenageia a família real loja na Estefânia, em Lisboa, é
mercados, como a Ásia do Sul e a África e 2012 dos Emirados Árabes Unidos), hoje uma empresa de sucesso
Oriental, que são muito grandes e tam- mais conhecido como Dubai World internacional, com presença em
bém têm potencial. O Dubai é uma mon- Central — é um dos maiores oito países europeus e asiáticos,
tra por excelência. Há muitas feiras de ne-
gócios realizadas ao longo do ano, como
as feiras da alimentação, da aviação ou da
construção, por exemplo, onde vêm clien-
tes de toda a região para quem o dinheiro
não é um problema. São uma ótima opor-
1674
é o número de portugueses que
complexos aeroportuários do mundo,
com capacidade para acolher
até 160 milhões de passageiros
e 12 milhões de toneladas de carga
por ano
de Singapura a Inglaterra. A
aposta nos Emirados Árabes
Unidos foi um êxito. Com 12
lojas abertas no Dubai e na
capital Abu Dhabi, a empresa
é responsável por um dos
tunidade para fazer bons negócios. residem nos EAU. A comunidade n O arranha-céus mais alto do mundo maiores investimentos
cresceu 66% no último ano está no Dubai. Com 828 metros de portugueses naquele país.
Um empresário português tem facili- altura e mais de 160 andares, o Burj
dade em estabelecer-se no Dubai? da empresa. Os restantes 51% têm de per- Khalifa custou 1,5 mil milhões de
Primeiro, tem de vir apalpar o terreno, tencer a um cidadão emiradense, uma es- dólares e foi inaugurado em janeiro
estudar empresas congéneres e estabele- pécie de “padrinho” que habitualmente de 2010
cer contactos, o que é fundamental para funciona como um “sócio adormecido”, o
uma empresa poder vir para cá. Há ques- que significa que recebe parte dos lucros, n O elevador mais rápido do mundo
tões jurídicas que é importante ter em con- mas não interfere na gestão. está localizado no Burj Khalifa.
ta. Uma empresa pode estabelecer-se livre- Com uma velocidade de 65 km/hora,
mente nas zonas francas — há 30 espalha- O choque cultural pode constituir permite subir 18 metros por segundo
das pelos EAU — mas, se o fizer, não pode um obstáculo?
concorrer diretamente aos concursos pú- Eu diria que não há grande choque cul- n O recorde de altura não
blicos, nem vender diretamente para o tural. Dos seis países que integram o Con- vai apenas para o Burj Khalifa.
mercado interno. Apenas pode vender pa- selho de Cooperação do Golfo (Arábia Sau- Situado na Rose Tower, o Rose Rotana
ra o estrangeiro. Se não quiser ter estas dita, Omã, EAU, Qatar, Bahrein e Ko- Suites é o hotel mais alto
restrições, tem de estabelecer-se como weit), os Emirados são o mais aberto. Mais do mundo, tendo ultrapassado
companhia limitada, mas nesse caso o em- de 80% da população são estrangeiros. E o o luxuoso Burj Al Arab, também
presário português só pode deter até 49% Dubai é profundamente cosmopolita. no Dubai
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26 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
de funcionários
DECISÃO A Sumol foi conde-
nada pelo Tribunal de Pe-
quena Instância Criminal
de Lisboa a pagar uma mul-
em seis anos
redundou em absolvição, o
que motivou o pedido de re-
curso.
Em 2004, o ministério
730
milhões de euros
é o valor das exportações
tinha 12.457 trabalhadores. do sector da saúde
até setembro, segundo
Hoje são cerca de 6000 O Ministério da Agricultura chegou a ter 5435 funcionários só em Lisboa FOTO ALBERTO FRIAS cálculos do Health
Cluster Portugal,
O Ministério da Agricultura per- tas voltou a ver subir o número centrais em Lisboa. Só no Insti- gumas estruturas, acabou por to, o que prejudicou muito o de- com base em dados
deu quase metade dos seus fun- de funcionários para os 10.574. tuto Nacional de Investigação dispensar pessoas que eram in- senvolvimento do sector”. do Instituto Nacional
cionários em seis anos. De acor- A verdade é que a estrutura Agrária e das Pescas havia 1479 dispensáveis”, nota um dirigen- O Expresso apurou que para já de Estatística (INE)
do com os dados apurados pelo adstrita à Agricultura tem de funcionários. te de uma associação agrícola. não estão previstas mais saídas
Expresso, em 2004 trabalha- facto metade dos trabalhadores Com tantos investigadores se- A mesma fonte nota que as dis- do Ministério, a não ser, natural-
vam 12.255 pessoas naquele Mi- que tinha em 2004. ria de esperar grandes avanços pensas feitas por Jaime Silva ao mente, aposentações. ANF denuncia caso
nistério mas, em 2010, o núme- na lavoura nacional só que, co- nível do IFAP-Instituto de Finan- Uma coisa é certa: continua a à Procuradoria
ro tinha caído para 6471. Só en- Um funcionário para cada mo ironizava, na altura, Jaime ciamento da Agricultura e Pes- haver “uma grande aposta na
tre 2004 e 2007 houve uma re- quatro agricultores Silva, ministro da Agricultura cas, por exemplo, foram de tal simplificação de processos, pois RECEITAS A Associação Na-
dução de 4457 funcionários, dos do primeiro governo Sócrates, ordem que “acabaram por estag- ainda há algumas situações de cional das Farmácias (ANF)
quais 1445 foram colocados no Recorde-se que, naquela altura, “a única inovação que vi foi uma nar o ritmo de atribuição de ver- duplicação de tarefas e outras denunciou à Procuradoria-
quadro de mobilidade especial e o Ministério da Agricultura ti- nova pasta de azeitona que um bas para projetos de investimen- que se estão a revelar completa- -Geral da República um ca-
mais de 2900 aposentados. nha praticamente um funcioná- dia me foi apresentada. Até esta- mente inúteis”, nota uma fonte so de suspeita de fraude
Já em 2010 saíram mais 445 rio por cada quatro agriculto- va saborosa mas, naturalmente, do Ministério. E acrescenta que, com receitas. Em Cascais,
funcionários tanto como refor- res. Ou seja, para lidar com 500 isto assim não pode ser”. Não estão previstas mais “numa altura em que não há di- um utente tentou aviar deze-
mados como para o quadro da mil ativos no sector agrícola, Só durante o seu exercício à dispensas, mas continua nheiro para quase nada temos nas de receitas, passadas a
mobilidade. Entretanto, já em dos quais 10% tinham naquele frente do Ministério dispensou de simplificar a vida às empre- vários doentes, onde consta-
2011, depois da fusão da Agricul- ramo a sua atividade principal, perto de 5000 funcionários. Ge- a haver duplicação sas que querem investir na agri- vam medicamentos que be-
tura com o Ambiente e Ordena- o Ministério tinha mais de 12 mil rou muita polémica mas não he- de tarefas e a prioridade cultura. Isso é uma garantia”. neficiam de comparticipa-
mento do Território o novo me- funcionários, dos quais 5435 es- sitou em cortar a direito nas gor- é simplificar Vítor Andrade ções elevadas do Estado.
gaministério de Assunção Cris- tavam instalados nos serviços duras. “Cortou tanto que, em al- vandrade@expresso.impresa.pt
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15 de dezembro de 2012 Expresso bpiexpressoimobiliario.pt 27
IMOBILIÁRIO
Residências
universitárias
imunes
à crise
toria da UL. “Muito recentemen- quatro edifícios propriedade da existem vários fatores que limi- Para a sociedade imobiliária
Texto Marisa Antunes te fomos contactados por um UL e os restantes arrendados) tam o interesse neste negócio, Garlea (empresa pertencente ao
Foto Nuno Fox
grande grupo português — que com um total de 710 camas. “A entre os quais a existência de di- universo onde se insere a céle- Chineses
O mercado das residências uni-
atua em diversas áreas — que es-
tá muito interessado em parti-
pulverização por pequenas resi-
dências é uma situação que se
versas residências de estudantes
organizadas e coparticipadas pe-
bre fábrica de azulejaria Viúva
Lamego), converter alguns dos
dão empurrão
versitárias exploradas como ati- lhar connosco a gestão de uma está a tornar ingerível. É consen- las respetivas universidades pú- seus imóveis em alojamento pa-
vos imobiliários é um fenómeno grande residência com capacida- sual que a Universidade de Lis- blicas e também algumas priva- ra estudantes do programa Eras- Tradicionalmente dominado
recente que está em crescendo a de para 400 estudantes”, adian- boa, mesmo na sua atual realida- das e a subsistência de um mer- mus acabou por ser uma forma por operadores-promotores,
nível mundial, valendo já 200 ta Luís de Carvalho, chefe de ga- de (ainda sem a UTL) ou já co- cado paralelo de subarrenda- de rentabilizar espaços difíceis o sector das residências
mil milhões de dólares (cerca de binete da reitoria da UL. mo a nova Universidade de Lis- mento que predomina em gran- de comercializar com a atual universitárias a nível mundial
¤152 mil milhões). São contas Uma proposta que está em aná- boa, considera prioritário au- des polos universitários, como conjuntura. está a despertar um interesse
do mais recente estudo da con- lise mas que se enquadra, desde mentar o número de oferta de Lisboa, Porto e Coimbra”. As duas residências universitá- crescente de fundos de capital,
sultora Jones Lang LaSalle já, dentro dos novos moldes de alojamentos em residências pa- Para que o investimento seja viá- rias — com capacidade para 65 fundos soberanos e fundos de
(JLL) e que revelam o potencial gestão desejados pela UL, que ra estudantes. A construção de vel, defende, “é necessário que estudantes — que a Garlea gere pensões que nos últimos anos
de um sector que está em contra- atualmente gere 13 residências uma nova residência, de maio- exista uma escala significativa”. na Almirante Reis têm uma ocu- têm vindo a integrar estes ativos
ciclo com o resto do sector imo- universitárias (instaladas em res dimensões, que permita Como já acontece, aliás, no Rei- pação média anual de 80%, com nos seus portefólios, numa ótica
biliário (ver caixa). uma gestão mais integrada e sus- no Unido, onde só este ano o in- valores a variar entre os ¤280 e de diversificação do risco, revela
Em Portugal, o mercado é ain- tentada tem várias alternativas vestimento e transações implíci- os ¤350. Só neste quarteirão, a o mais recente estudo da
da dominado pelas residências Ao contrário do Reino e modelos. Consideramos que tas neste mercado ultrapassa- empresa tem mais quatro edifí- consultora Jones Lang LaSalle.
geridas pelas próprias universi- Unido ou dos EUA, os uma grande residência, com ca- ram os três mil milhões de dóla- cios, neste momento todos ocu- O interesse não é para menos:
dades e por uma imensa oferta pacidade para 350 a 400 estu- res (¤2,25 mil milhões), valor pados para outros fins. só entre 2009 e 2011 foram
desordenada assegurada por estudantes são um nicho dantes, é essencial no futuro pró- que duplicou os níveis transacio- “Foi uma opção estratégica. transacionados 10,2 mil milhões
múltiplos particulares. Mas, de mercado ainda pouco ximo”, reforça Luís Carvalho. nados em 2011. Já nos Estados Este modelo é o adequado para de dólares (¤7,14 mil milhões),
também por cá, os grandes in- explorado em Portugal Unidos, o volume de investimen- o local. Até há bem pouco tem- em todo mundo, com taxas de
vestidores privados já percebe- Investir, só com escala to nesta classe de ativos imobiliá- po, a zona da Almirante Reis ti- retorno na ordem dos 11% a
ram que este é um filão a explo- rios está próximo dos dois mil nha uma patologia social gran- 15%. O crescimento rápido do
rar, dado os bons níveis de ocu- Para Fernando Vasco Costa, res- milhões de dólares (¤1,5 mil mi- de pois era muito frequentada sector assenta no aumento
pação durante todo o ano: os es- ponsável pelo departamento de lhões). “A natureza de contraci- por traficantes, proxenetas e exponencial do número de
tudantes a ocupar o espaço du- consultoria estratégica da JLL, clo deste sector, já que as matrí- prostitutas. Agora tem estudan- estudantes universitários em
rante o inverno, os turistas low “as residências para estudantes, culas nas universidades crescem tes. Mas não podemos pensar todo o mundo que necessitam
cost (baixo custo) no verão. em Portugal, ao contrário do de forma consistente durante pe- que vai haver uma consolidação de alojamento em épocas de
A fusão, para breve, da Univer- que já acontece no Reino Unido ríodos de baixa económica”, e o desta zona de um dia para o ou- contraciclo. Em 2000 existiam
sidade de Lisboa (UL) e da Téc- e nos Estados Unidos, são um ni- aumento do número de estudan- tro. É preciso dar tempo”, diz 98 milhões de estudantes, em
nica de Lisboa já está a fazer me- cho de mercado ainda muito tes universitários (ver caixa) ex- Duarte Garcia, um dos sócios 2011 eram já 165 milhões. Mais
xer o mercado, como confirma pouco explorado pelos promoto- plicam esta aposta imobiliária, da Garlea. de metade são oriundos da Ásia,
ao Expresso fonte oficial da rei- res e investidores. Isto porque remata Fernando Costa. mvantunes@impresa.pt em especial China e Índia.
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28 bpiexpressoimobiliario.pt Expresso 15 de dezembro de 2012
Luxo em alta 1
milhão de euros é quanto
custa a Pousada de Elvas
A Pousada de Santa Luzia,
Urbanístico
Sofia Plácido
de Abreu
Sócia da Pares Advogados
spa@paresadvogados.com
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PROMOÇÃO IMOBILIÁRIA
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30 bpiexpressoimobiliario.pt Expresso 15 de dezembro de 2012
ARRENDAMENTO
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ARQUITETURA
ESPAÇO PÚBLICO
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36 ECONOMIA Expresso, 15 de dezembro de 2012
1/3
é a proporção de
automóveis do Grupo
Volkswagem vendidos em
Portugal que o Volkswagen
Bank quer financiar. O
banco começou a operar
Oliveira rescindiu o contrato para a emissão da Taça da Liga, de ¤3 milhões. Mário Figueiredo, da Liga, pede ¤5 milhões de indemnização FOTOMONTAGEM SOBRE FOTOS LUSA no país esta semana
Acusações, intriga, queixas, do contrato, a Liga reagiu e pre- quer prazo para a negociação acordo envolve outras verbas co-
contratos rasgados e processos para-se para avançar com um desses direitos” de emissão em merciais além dos valores refe- IVA come receitas
em tribunal. Podia ser o argu-
NÚMEROS
processo contra a Olivedespor- sinal aberto. rentes à emissão dos jogos. dos hotéis Vila Galé
mento de uma novela em horá- tos, com a exigência de uma in- Além das questões contra-
rio nobre, mas é o guião de demnização de ¤5 milhões. Isto tuais, a Olivedesportos acusa AdC investiga monopólio TURISMO A Vila Galé vai fe-
uma disputa negocial cada vez porque entende — conforme já ainda a LPFP de ter vendido os char o ano com uma fatura-
mais acesa entre a Liga Portu-
guesa de Futebol Profissional
(LPFP) e a Olivedesportos. E
embora o tema da discórdia se-
¤5
milhões é a indemnização que a
revelara em carta enviada à Oli-
vedesportos a 21 de novembro
—, que cumpriu “atempadamen-
te” e “ponto por ponto” a sua
jogos à TVI por verbas “ridicula-
mente baixas e desajustadas” ao
real valor de mercado das emis-
sões televisivas.
Além deste processo que agora
dará entrada nos tribunais, a
LPFP já tinha formalizado na
AdC, em outubro, uma queixa
ção de ¤60 milhões, menos
5% que em 2011. Segundo o
grupo, metade dos ¤3 mi-
lhões da queda de receitas
ja futebol, o assunto não está a Liga vai pedir em tribunal à parte das obrigações no contra- Fontes da empresa garantem contra a Olivedesportos por ale- deveu-se à subida do IVA.
ser tratado com os pés. Tem Olivedesportos pela rescisão to em vigor. que o acordo com a TVI foi fe- gado monopólio e abuso de posi-
até, pelo contrário, requintes unilateral do contrato para a Os argumentos da Olivedespor- chado por menos de ¤250 mil, o ção dominante no mercado de
de xadrez jogado em vários ta- comercialização da Taça da Liga tos para a renegociação do con- que avalia cada jogo a ¤35 mil. transmissões de futebol. FUSÃO NO BANIF
buleiros em simultâneo: já che- trato assentam em dois eixos: a Como termo de comparação, as A queixa tem por base um estu- JÁ PODE AVANÇAR
gou à Autoridade da Concor- proibição da atividade da empre- mesmas fontes dizem que nas úl- do liderado por Miguel Poiares O pedido de oposição à
¤250
rência (AdC), promete bater à sa de apostas Bwin no mercado timas épocas a SIC terá pago cer- Maduro, especialista em Direito fusão por incorporação da
porta da Comissão Europeia e português, confirmada em tribu- da União Europeia, e sustenta Banif SGPS no Banif SA foi
vai entrar nos tribunais. nal no início de 2012, que fez que os contratos de longa dura- rejeitado pelo tribunal do
O último capítulo nesta dispu- mil terá sido o valor pelo qual a com que a Taça da Liga perdes- O braço de ferro entre ção e com exclusividade que a Funchal. Este era um dos
ta ocorreu no fim de semana, Liga vendeu os jogos da prova se o seu patrocinador oficial; e a a Liga e a Olivedesportos Olivedesportos assinou com a es- factos que têm atrasado
com a Olivedesportos a rescin- em sinal aberto, para a TVI. Um alteração das condições do mer- já motivou uma queixa magadora maioria dos clubes o plano de capitalização.
dir unilateralmente o contrato preço que a Olivedesportos diz cado nos últimos dois anos, que na AdC por monopólio impedem a livre concorrência
referente à exploração comer- ser “irrisório” e que desvaloriza levou a que os valores do contra- da empresa de Oliveira no sector e são considerados nu-
cial da Taça da Liga e à emissão as emissões de futebol em to se tenham tornado, segundo los à luz do direito europeu. Tomás Correia volta
televisiva de parte da prova em futuras negociações a Olivedesportos, de “cumpri- A Liga pede, por isso, que a a ganhar Montepio
sinal fechado, na Sport TV. O mento impossível”. ca de ¤1,6 milhões por estes jo- AdC considere nulos, já no final
contrato tinha sido assinado em Ainda de acordo com a empre- gos. Segundo a Olivedesportos, desta época, todos os contratos ELEIÇÕES O presidente do
2010, era válido até ao final da sa de Oliveira, o atraso da esta quebra abrupta no valor da da Olivedesportos com os clu- Montepio voltou a ser elei-
próxima época e pressupunha LPFP nas negociações para ga- Taça da Liga traduz a confirma- bes. O passo seguinte na estraté- to, com 72,6% dos votos, nas
ainda o pagamento de ¤3 mi- rantir a emissão da prova em ca- ção pela própria LPFP da “dete- gia é centralizar em si a negocia- eleições de sexta-feira da se-
lhões à LPFP. nais de sinal aberto — que só fi- rioração anormal das condições ção das emissões, o que, segun- mana passada. Votaram
A decisão da Olivedesportos cou fechada a 19 de novembro, do mercado”. Mas também re- do um outro estudo, da consulto- mais de 85 mil associados.
surge depois de a dona da Sport em contrato com a TVI — difi- presenta uma perigosa desvalo- ra Oliver & Ohlbaum, poderia
TV ter tentado durante meses cultou também a escolha de um rização no preço do futebol no elevar para ¤142 milhões o valor
renegociar o acordo com a patrocinador que substituísse a mercado televisivo, na medida dos direitos de TV do principal Governo lança
LPFP. Aliás, em carta enviada Bwin e que pagasse parte dos em que este valor pode ser usa- campeonato português. A Olive- “Portugal sou eu”
aos clubes — e a que o Expresso valores inicialmente acordados do como bitola pelos canais de desportos, que paga atualmente
teve acesso — a Olivedesportos no contrato de exploração co- TV em futuras negociações. cerca de ¤60 milhões a todos os GARANTIA Governo anun-
especifica que apresentou qua- mercial da prova. Sobre este A Liga não revela os números clubes, defende que o valor pre- ciou programa que certifica
tro propostas de renegociação ponto, no entanto, a LPFP argu- do acordo com a TVI, mas garan- tendido pela Liga é irreal face à produtos com uma taxa de
ao presidente da LPFP, Mário mentava já na carta divulgada te que são superiores a ¤250 conjuntura atual do mercado. incorporação nacional igual
Figueiredo. Todas recusadas. em novembro que no contrato mil. As fontes contactadas pelo Adriano Nobre ou superior a 50%.
Depois do anúncio da rescisão em vigor “não foi fixado qual- Expresso explicam ainda que o abnobre@expresso.impresa.pt
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 37
PESSOAS
Rita talegre e sucederá a João Sobri- Francisco Simão 30 anos NÃO PERCA
nho Teixeira na liderança do ór-
Costa gão, que representa 15 institu- é o novo diretor de desenvolvimento de negócio da REN NO CADERNO
EMPREGO
mos 18 dedicados a soluções tec- tações ou investimento — é tão im- ca como “uma medíocre carrei- Full-time/Alemanha
Acaba de assumir a liderança do nológicas e de software de ges- portante como o desígnio estratégico ra no futebol”, dedica-se agora a P11
conselho coordenador dos Insti- tão. Nas novas funções, a direto- para as empresas portuguesas, consi- correr maratonas e meias-mara- Engenheiros
tutos Superiores Politécnicos. ra terá como principais missões dero-me um privilegiado por ter podido tonas. Full-time/Estrangeiro
Joaquim Mourato é presidente reforçar a estratégia de interna- lidar de perto com estes temas”. Cátia Mateus P11
do Instituto Politécnico de Por- cionalização da empresa. Das diversas experiências além-frontei- cmateus.externo@impresa.pt
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OPINIÃO
É indispensável e urgente desenvolver o diálogo entre
A Nova Ordem as empresas de capital estrangeiro e as nacionais e em particular com as PME
Financeira
Barry Eichengreen
Qual Fórum de Competitividade?
Uma União sem euro?
Em todo o continente, obrigados a restaurar a livre
as divisões políticas estão circulação de bens, capitais,
a agravar-se. Por todas serviços e pessoas — as qua-
estas razões, o fantasma tro liberdades da UE — o
de um colapso da zona mais rapidamente possível.
euro não foi descartado Os defensores da moeda úni-
ca argumentam que se a Euro-
ERKELEY — A crise pa tiver moedas nacionais dis-
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Expresso, 15 de dezembro de 2012 ECONOMIA 39
mas de, eventualmente, prepa- co e social com raízes profun- justa, uma política centrada
rar o futuro. António Guterres esteve das e antigas na forma como te- na mentira, na retórica, no
O assunto vai ficar no limbo
até ao momento das próximas
bem e Durão Barroso
esteve mal. Os dois
mos sido governados.
António Guterres e Durão
exercício do poder para benefí-
cio das clientelas partidárias
Bloco de Notas
batalhas políticas. Mas voltará têm responsabilidades Barroso têm, curiosamente, e, já agora, das suas próprias
em força quando os portugue- na origem da crise mais semelhanças do que carreiras. João Vieira Pereira
ses forem chamados a escolher que estamos a viver aquilo que possa parecer. O Ambos abriram caminho, jvpereira@expresso.impresa.pt
o próximo primeiro-ministro e, primeiro foi responsável pelo mais Durão Barroso, é certo, a
Massa Crítica sobretudo, o próximo Presiden- disparo do défice orçamental, Santana Lopes e a José Sócra-
Luís Marques
te da República. António Guter-
res e Durão Barroso poderão
na sua reconhecida tendência
para agradar a tudo e a todos.
tes, que lançaram a política
portuguesa no delírio e Portu-
O preço
l.s.marques@sapo.pt estar frente a frente nesta últi- O segundo foi responsável gal na falência. Foi o estertor certo
ma eleição. Desconfio que am- por mascarar essa realidade, final de um modelo político e
bos o desejam e que ambos se com o expediente das receitas económico iniciado com Cava- (para
estão a preparar para isso.
Venha, ou não, a ser candida-
extraordinárias. Guterres foi,
em larga medida, responsável
co Silva, financiado pelos di-
nheiros de Bruxelas e alimenta-
a TAP)
to, António Guterres antecipou pela criação do “monstro”. do pela ilusão do enriqueci-
orrateiramente a culpa um critério que será relevante Escrutinar o passado é uma Barroso, no essencial, não lhe mento rápido e fácil. Uma ilu-
Q esteve em grandes
obras, comprou um pa-
vilhão de madeira que
durante uns dois ou três anos
serviu como sala de aula provi-
so imaginário vale muito di-
nheiro. Mas usa aviões que não
são seus, aterra em aeroportos
que não são seus, financia a to-
talidade do seu ativo com capi-
e dá aos portugueses, mas
apenas a estes, uma sensação
de chegar a casa quando en-
tramos, e nos sentamos num
dos seus aviões parqueados
muito, muito pouco. O ambien-
te social, os direitos laborais, o
passivo elevadíssimo são pesa-
dos fardos que o comprador de-
precia. Este sente que o Esta-
panhia, a atual equipa de ges-
tão. Numa empresa cotada já
teríamos um conselho aos
acionistas. Assim, e comparan-
do com a RTP, com a adminis-
Contudo, ser um bom gestor
não salvou a TAP, não por culpa
dele mas do acionista.
De acordo com a lei europeia
os Estados-membros não po-
sória. Quando se concluíram tal que não é seu. A companhia num aeroporto estrangeiro do, ao vender a TAP, se livra de tração em funções e sem rea- dem injetar dinheiro em empre-
as obras, o pavilhão, já degrada- está tecnicamente falida e apre- num voo de regresso a Portu- problemas laborais ou de inje- ções públicas, admite-se que sas de aviação. Como a TAP é
do, deixou de ter qualquer utili- senta resultados operacionais gal. Para nós, Portugal come- ções de capital. E usa isso na concorda com a venda. Mas uma empresa pública não tem
dade e o presidente tomou a negativos com uma regularida- ça ali com um sorriso e um negociação... A marca, a alma porque as condições são boas ninguém que tape os 340 mi-
sensata decisão de se desfazer de e expressão significativas. “bom dia!” em português... É lusitana e o bom posicionamen- ou porque terá sido convidada lhões de euros de capitais pró-
do mono. Em algumas rotas o seu ser- ainda conhecida entre nós to nalgumas rotas complemen- a permanecer? prios negativos. A alienação é a
única saída. É é por isso que a
venda da TAP nunca será um
bom negócio para o Estado.
Uma semana africana no Expresso A proposta do empresário
Efromovich não é boa nem má.
É a única possível. Vender qual-
quer coisa quando há só um inte-
ressado é sempre mau. Três ou
opinião do presidente da Confe- que deve ter sido ouvido pela possibilidade de um aumento quatro interessados garanti-
deração da Construção e do A África lusófona passa Fermentum (cerveja artesanal) de participação nos media por- riam um melhor preço para o Es-
Imobiliário de Língua Oficial pelas páginas do Expresso que quer iniciar a exportação pa- tugueses por parte da New- tado. Mas não existem. Porque
Portuguesa que concorda com por vezes em visões ra Angola mas também para Es- shold... Mais descontraída é a aquilo que é hoje a TAP interes-
a Confederação Empresarial diferentes. Ainda bem, panha e França. parte de referências à cultura. sa a muito poucos. Ao empresá-
da CPLP: esta “deve ser uma co- é a democracia Nas sempre apetecidas cróni- Na Revista do início do mês é rio colombiano cai que nem
munidade mais moderna, jus- cas de Clara Ferreira Alves é re- dedicada uma página ao livro uma luva.
ta, capaz de ter um desenvolvi- ferida a venda à Sonangol da de Ondjaki (“Os Transparen- As avaliações independentes
Olhar o Sul mento económico comunitário participação do Grupo Espírito tes”), que será uma das pren- da TAP colocam o seu preço en-
competitivo”. Paralelamente, Santo na Escom. Isto foi a 1 de das de Natal que distribuirei es- tre os -800 e os 5 milhões de eu-
Manuel Ennes Ferreira noutra peça, o presidente da Câ- dezembro, portanto CFA não te ano, a par de um artigo sobre ros. A dívida e a necessidade de
mfereira@iseg.utl.pt mara de Comércio Moçambi- poderia ter lido o angolano “No- os jornalistas polacos Miroslaw aumentar capital ditam um pre-
que-Portugal diz querer atrair vo Jornal” do dia anterior e de 7 Ikonowicz e Kapuscinski que ço perto do zero.
empresas e mão de obra qualifi- de dezembro onde é destacado passaram por Angola e África e A escolha agora tem que ser
cada portuguesa. que afinal “não se concretizou o registaram em livro. entre vender e dar uma oportu-
Ora as virtualidades de Portu- por os angolanos terem verifica- Uma semana depois aparece nidade à TAP ou aguentar e aca-
gal são também enaltecidas pela do profundas alterações nas con- uma entrevista com Tito Paris, bar por ter de fechar as portas
secretária de Estado do Ministé- dições do negócio”. Menos 500 músico cabo-verdiano incontor- daqui a uns anos.
proximando-se o perío- rio dos Negócios Estrangeiros Associados, tal como a Primave- milhões segundo alguns... E a nável e a residir em Lisboa. Fi- Efromovich não vai comprar a
A do de férias escolares
do Natal, nada melhor
do que uma crónica le-
ve. Uma leitura deste semaná-
rio nas suas duas últimas edi-
da Polónia, a qual, em conferên-
cia organizada pelo Expresso, re-
feriu que estão interessados em
“encontrar caminhos para jun-
tar empresas polacas e portugue-
ra BSS, da área da informática,
mas que já passou para a África
anglófona (Suazilândia e Gâm-
bia). Estratégia sensata, pois co-
mo Filipe de Botton da Logoplas-
propósito daquela empresa an-
golana, teve piada na secção de
humor ‘Em Off’ dizer-se que a
fusão da Zon e da Sonaecom re-
sultará na Zonangol, brincando
nalmente, convém ler o suple-
mento Emprego: pede-se coor-
denador de serviço pós-venda
para Moçambique e encarrega-
dos gerais de estrutura e acaba-
TAP para a destruir. Primeiro,
porque ninguém deita assim di-
nheiro fora. Segundo, porque a
TAP significa uma porta de en-
trada na Europa e um plano pa-
ções verificando o que de Áfri- sas em parcerias com destino a te faz notar, “há muitas alternati- com a participação do capital an- mentos, seja o que isso for, pa- ra tentar dominar as ligações en-
ca ali aparece é a minha propos- Angola e Moçambique”. Quem vas de negócio para as empresas golano na Zon. Se até nisto não ra Angola. tre a América do Sul e o Velho
ta. Será que se preocupam? já fez parcerias nestes países e portuguesas que não precisam se puder fazer humor, então é E Bom Natal, enquanto deixa- Continente.
Não sendo um jornal sobre para o seu processo de interna- de ficar confinadas a mercados mau sinal. rem. Esperemos é que o faça com
África, o balanço até nem é cionalização foi a Morais Leitão, como Angola para internaciona- Maus sinais veem Miguel Sou- Fernando Pinto ou pelo menos
mau. O mote inicial é dado em Galvão Teles, Soares da Silva e lizarem as suas atividades”, no sa Tavares e Daniel Oliveira na Professor do ISEG tão bem como ele.
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