Você está na página 1de 30

CENTRAIS TERMOELÉTRICAS DE

TURBINA A GÁS

Discentes:

Edmilson Gildo Maria Paulino Docente:


Eng. Maxcêncio Tamele
Edna José Geraldo Laquene

Ednilton Eduardo Mondlane

Dionísio Joel Mabote 1


INTRODUÇÃO
Objetivo geral
 Adquirir conhecimentos teóricos e práticos associados as centrais termoelétricas de
Turbina a Gás.
Objetivos específicos
 Definir e explicar a constituição básica e o funcionamento das centrais termoelétricas de
turbina de a Gás;
 Caracterizar as particularidades associadas ao funcionamento e aumento de eficiência
nas centrais termoelétricas de Turbina a Gás;
 Explicar e demostrar os cálculos de potência elétrica resultantes da operação de uma
central termoelétrica de Turbina a Gás.
2
CENTRAL TERMOELÉCTRICAS DE TURBINA A GÁS
• As centrais termoeléctricas de turbinas a gás são máquinas térmicas de combustão
interna direcionadas a geração de potência mecânica, operantes em regime de ciclo
aberto ;
• As turbinas a gás, têm uma eficiência termodinâmica mais elevada do que as turbinas a
vapor, pois atinge seu pico do ciclo de temperatura em 1260º C, é bem maior do que é o
atingido nas turbinas a vapor 540 º C;
• Legenda:
• I - Turbo compressor;
• II - Câmara de combustão;
• III - Turbina a gás;
• IV - Alternador;
3
• V - Motor de arranque e excitatriz
ELEMENTOS CONSTRUTIVOS:
COMPRESSOR DE AR

• Turbo compressor ou compressor de ar é o equipamento que faz


a sucção do ar e o comprime até a pressão de combustão;
• São Constituídos por um rotor e um difusor, o que constitui um
salto (estágio). Geralmente, são constituídos por vários saltos
(estágios), o que permite a instalação de arrefecedores
intermédios que melhoram o rendimento da instalação, ao
reduzir a temperatura do ar entre uma compressão e outra.

4
ELEMENTOS CONSTRUTIVOS:
COMPRESSOR DE AR

5
Fig 1: Compressor de ar
CÂMARA DE COMBUSTÃO
• A câmara de combustão é definida como equipamento onde é injectado o
combustível que, em contacto com o ar comprimido entra em processo de
combustão, resultando em gases a altas temperaturas;
• A câmara de combustão tem a função principal queimar o combustível
fornecido pelo injector com o ar proveniente do compressor e liberar o calor
de tal maneira que o ar seja expandido e acelerado dando uma corrente
uniforme do gás quente, na turbina;

Fig 2: Câmara de combustão de instalação horizontal 6


TURBINA

• É um equipamento que converte parte da energia contida no


combustível em energia mecânica “expandindo-os para uma
pressão e temperatura mais baixas” gerando rotação axial no eixo,
que por sua vez, aciona o gerador eléctrico, para produzir o torque
necessário;
• As turbinas a gás recebem a mesma classificação que as turbinas a
vapor quanto a direcção do escoamento (radiais ou axiais) e
quanto ao princípio de funcionamento (acção ou reacção) “as
axiais são as mais utilizadas”.

7
TURBINA A GÁS

8
Fig 3: Corte lateral e uma turbina a gás
TROCADOR DE CALOR (REGENERADOR)

• São utilizados para aquecer o ar que saí do compressor


e que se injecta na câmara de combustão, às custas do
calor contido nos gases de escape que saem da turbina
a gás, aumentando o rendimento. A construção é
bastante parecida com a dos radiadores normais; neles
as correntes quente e fria estão separadas por paredes
condutoras, através das quais se realiza directamente o
intercâmbio de calor.
9
TROCADOR DE CALOR (REGENERADOR)

Fig 4: Trocador de calor 10


REFRIGERADORES (ARREFECEDORES)

• O calor de compressão, assim como o resto do calor dos gases que saem do
trocador de calor, são eliminados nos refrigeradores. Normalmente, a
superfície de troca de calor está formada por tubos de aletas helicoidais,
percorridos por água de refrigeração.

Fig 5: Esquema dos processos térmicos 11


ÓRGÃOS AUXILIARES

 Motor de arranque: é um motor de indução que acciona o


compressor que alimenta a Turbina a gás até que haja o início
do processo de combustão na Câmara de combustão, o que
ocorre quando a velocidade de rotação atinge cerca de 60% da
velocidade de regime. A partir daí ele para de operar, passando
a Turbina a gás a movimentar o compressor e o gerador.
12
ÓRGÃOS AUXILIARES

Fig 6: Demostração de alguns elemento auxiliares 13


ÓRGÃOS AUXILIARES

• Acendedor: é um órgão situado no


interior da Câmara de combustão, que
serve para acender a chama durante o
processo de arranque.

14
COMBUSTÍVEIS
• As turbinas a gás admitem vários tipos de combustíveis, a única condição que se deve levar em conta é que
a quantidade de cinzas insolúveis não exceda um certo limite.

• Os tipos de combustíveis e suas possibilidades de aplicação nas turbinas a gás são:

 Gás Natural: é um combustível ideal para uso nas turbinas a gás. A única restrição é que esteja limpo.
 Petróleo Bruto: na maioria dos casos, constitui um combustível muito favorável, que pode ser utilizado
sem reaquecimento nem tratamento prévio.
 Gases de Alto Fornos: como a quantidade de pó neste combustível é geralmente elevada, deve ser
instalado um filtro na entrada do compressor para sua utilização. Embora seja barato, não é um
combustível ideal, pois sem poder calorífico por unidade de volume é baixo necessitando-se de grande
quantidade do mesmo.

• Derivados de Petróleo: constituídos por hidrocarbonetos destilados (gasolina, querosene, óleo Diesel,
nafta, etc.), 15
CICLOS DE FUNCIONAMENTO (BRAYTON)

• Para os efeitos de análise termodinâmica, o ciclo de turbina a gás representado


pode ser modelado como um ciclo fechado, utilizando as hipóteses do padrão a
ar;

Fig 7: Diagramas típicos do ciclo a vapor

• Desta forma, torna se aplicável a equação:

𝑊𝑇𝐺 = 𝑄𝐸 − 𝑄𝑆 − 𝑊𝐶

• O ciclo de Brayton apresenta eficiência termodinâmica da ordem de 30 a 40 %. 16


CICLO ABERTO E FECHADO

(A) (B)
Fig 8: Diagramas em blocos do circuito termodinâmico
aberto e fechado 17
CICLO DE TURBINAS A GÁS COM
REGENERAÇÃO

• O ciclo regenerativo se baseia na inserção de um trocador de calor no


ciclo simples, usando os gases de exaustão para aumentar a
temperatura do ar dentro da câmara de combustão.

Fig 8: Diagrama em blocos para Brayton regenerativo 18


CICLO DE TURBINAS A GÁS COM ARREFECIMENTO E
RECUPERAÇÃO DE CALOR (REGENERATIVO COM
ARREFECIMENTO)
• Há a inserção de um trocador de calor e um intercooler, combinados, tem o objectivo de
aumentar a eficiência térmica – deriva da inserção do trocador de calor – como o trabalho
específico útil do ciclo.

Fig 10: Diagrama em blocos para brayton regenerativo 19


CICLO DE TURBINAS A GÁS COM ARREFECIMENTO DO
AR NA ENTRADA DO COMPRESSOR
• A eficiência térmica e a potência eléctrica gerada pelas turbinas a gás
dependem da temperatura do ar na entrada do compressor. Isto porque o
aumento na temperatura faz com que a massa específica do ar se reduza,
diminuindo a vazão de ar que entra e aumentando a potência consumida
pelo compressor.
• . Existem diferentes meios de se reduzir a perda de potência da turbina a
gás devido ao aumento da temperatura ambiente; A saber:
• métodos é a injecção de água ;
• o uso de água gelada que arrefecerá o ar através de um trocador de calor
(chiller);
• Há, ainda, o fog evaporative cooling, que é mais eficiente que o
arrefecimento evaporativo e tem menor custo. Com este sistema a
potência pode aumentar de 2 % a 10 %. 20
CICLO DE TURBINAS A GÁS COM ARREFECIMENTO DO
AR NA ENTRADA DO COMPRESSOR

Fig 11: Esquema do arrefecimento de Ar 21


VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS
TURBINAS A GÁS.
VANTAGENS DAS TURBINAS A
GÁS DESVANTAGENS
 Instalação mais compacta;
 Necessita de menos dispositivos auxiliares;  Tem grande consumo específico de
 Não precisam de condensador; combustível;
 Não precisam de água;  Necessitam ser construídas de
 Lubrificação mais simples; materiais especiais devido as altas
 Controle mais fácil; temperaturas.
 Possibilidade de uso de vários
combustíveis;
 Tem menor relação peso/potência.
22
EQUAÇÕES MATEMÁTICAS PARA O
CALCULO DA POTENCIA ELÉCTRICA

• POTENCIA ELÉCTRICA
𝑘𝑗
• 𝑸 = 𝑩 𝒙 𝑯 [ ] — quantidade de calor;
𝑠

• 𝑷𝒎𝒆𝒄 = 𝒏𝒎𝒆𝒄 𝒙 𝑸 [𝑘𝑊] — 𝑛𝑚𝑒𝑐 — 0,96/0,99


• 𝑷𝒆𝒍𝒆 = 𝑛𝑔 𝑥 𝑃𝑚𝑒𝑐 [kW]
• Descrição:
• Q – quantidade de calor;
• B – quantidade de combustível ou consumo de combustível [kg/s];
• H – poder calorífico do gás [kj/kg]

23
EXEMPLO: CICLO BRAYTON SIMPLES IDEAL

Uma central de turbina a gás


que opera em um ciclo Brayton
ideal tem razão de pressão de 8.
A temperatura do gás é de 300 K
na entrada do compressor e
1.300 K na entrada da turbina.
Utilizando as hipóteses do
padrão a ar, determine (a) a
temperatura do gás nas saídas
do compressor e da turbina, (b)
a razão de consumo de trabalho
e (c) a eficiência térmica. Fig 12: Diagrama T-S do exercício

24
SOLUÇÃO
a) Processo 1 − 2 (compressão isentrópica de um gás ideal):

𝑇1 = 300𝐾 → ℎ1 = 300,19 𝑘𝑗/𝑘𝑔

𝑃𝑟1 = 1,386

𝑃2
𝑃𝑟2 = 𝑃 = 11,09 ⟶ 𝑇2 = 540𝑘 (𝑁𝑎 𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟)
𝑃1 𝑟1

ℎ2 = 544,35 𝑘𝑗/𝑘𝑔

Processo 3 − 4 (expansão isentrópica de um gás ideal):

𝑇3 = 1.300𝐾 → ℎ3 = 1.395,97 𝑘𝑗/𝑘𝑔

𝑃𝑟1 = 330,9

𝑃4
𝑃𝑟4 = 𝑃𝑟3 = 41,36 ⟶ 𝑇4 = 770𝑘 (𝑁𝑎 𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑎 𝑡𝑢𝑟𝑏𝑖𝑛𝑎)
𝑃3
25
ℎ4 = 789,37 𝑘𝑗/𝑘𝑔
SOLUÇÃO
b) 𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝, 𝑒𝑛𝑡 = ℎ2 − ℎ1 = 544,35 − 300,19 = 244,16 𝑘𝑗/𝑘𝑔
𝑊𝑡𝑢𝑟𝑏, 𝑠𝑎𝑖 = ℎ4 − ℎ3 = 1.395,97 − 789,37 = 606,60 𝑘𝑗/𝑘𝑔

𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝, 𝑒𝑛𝑡 244,16 𝑘𝑗/𝑘𝑔


𝑟𝑐𝑡 = = = 0,403
𝑊𝑡𝑢𝑟𝑏, 𝑠𝑎𝑖 606,60 𝑘𝑗/𝑘𝑔

c) 𝑞𝑒𝑛𝑡 = ℎ3 − ℎ2 = 1.395,97 − 544,35 = 851,62 𝑘𝑗/𝑘𝑔

𝑊𝑙𝑖𝑞 = 𝑤𝑠𝑎𝑖 − 𝑤𝑒𝑛𝑡 = 606,60 − 244,16 = 362,4 𝑘𝑗/𝑘𝑔

𝑊𝑙𝑖𝑞 362,4 𝑘𝑗/𝑘𝑔


𝜂𝑡 = = = 0,426 𝑜𝑢 42,6%
𝑞𝑒𝑛𝑡 851,62 𝑘𝑗/𝑘𝑔

26
SOLUÇÃO

𝑞𝑠𝑎𝑖
𝜂𝑡 = 1 −
𝑞𝑒𝑛𝑡
𝑞𝑠𝑎𝑖 = ℎ4 − ℎ1 = 789,37 − 300,19 = 489,2 𝑘𝑗/𝑘𝑔

1 1
𝜂𝑡, 𝑏𝑟𝑎𝑦𝑡𝑜𝑛 = 1 − (𝑘−1)/𝑘
= 1− = 0,448
𝑟𝑝 8(1,4−1)/1,4

27
CONCLUSÃO
• Em conclusão, as centrais a gás desempenham um papel fundamental na
produção de energia em todo o mundo. Elas oferecem uma fonte de energia
confiável e flexível, capaz de se adaptar as demandas variáveis de
electricidade;
• No entanto, e crucial reconhecer os desafios ambientais associados ao uso de
combustíveis fosseis, como o gás natural, nas centrais térmicas. A medida que avançámos
devemos continuar a explorar maneiras de tornar essas centrais mais sustentáveis, seja
através do uso de tecnologias de captura de carbono, da transição para fontes de energia
mais limpas ou de melhorias na eficiência energética;
• Em última análise, as centrais térmicas a gás são uma parte importante da
matriz energética actual, mas a busca pela sustentabilidade e pela redução
das emissões de gases de efeito estufa continua sendo um imperativo global.
Esperamos que este trabalho esteja a proporcionar uma visão abrangente
das centrais térmicas a gás e suas implicações, incentivando discussões e
acções futuras para um futuro energético mais limpo e eficiente. 28
BIBLIOGRAFIA
•AMBIENTE BRASIL. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/>.
Acesso em: 25 mai. 2023. ANDRADE, Alan Sulato de. Máquinas Térmicas. Notas
de Aula.

•ANEEL. Atlas de energia eléctrica do Brasil. 3 ed. Brasília: Aneel, 2008.


Disponível em:< http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas3ed.pdf>. Acesso
em: 15 mai. 2023. BARJA, Gabriel de Jesus Azevedo. A cogeração e sua inserção
ao sistema elétrico. Dissertação. Distrito Federal:UNB,15 set. 2006.

•BAZZO, E. Geração de vapor. Florianópolis: editora da UFSC, 1995. BIOMASSA E


ENERGIA. O que é biomassa? 11 ago. 2011.

Çengel, Y. A., & Boles, M. A. (2013). Termodinâmica. Portoalegre : AMGH Editora


Ltda. 29
OBRIGADO
Pela atenção dispensada!

30

Você também pode gostar