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APRESENTAÇÃO ROTEIRO GTD-05

(SEMESTRE 2023-2)

CENTRAIS TERMELÉTRICAS
Definições e Classificação

• São denominadas de centrais termelétricas as que produzem eletricidade


a partir da energia química ou nuclear de certos elementos denominados
combustíveis, recebendo a denominação de centrais termelétricas
convencionais e centrais termelétricas nucleares, respectivamente;

• Energia química é a energia potencial das ligações químicas entre os


átomos. Sua liberação é percebida, por exemplo, numa combustão;

• A produção da energia térmica pode se dar pela transformação da


energia química dos combustíveis, através do processo da combustão, ou
da energia nuclear dos combustíveis radioativos, através da fissão nuclear;
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Definições e Classificação (Continuação)

• Centrais cuja geração é baseada na combustão são conhecidas como


termoelétricas e as outras, comumente são denominadas de centrais
nucleares;
• Centrais elétricas convencionais de combustão externa: São aquelas em
que combustível não entra em contato com o fluído de trabalho. É um
processo usado principalmente nas centrais termoelétricas a vapor, onde o
combustível aquece o fluído de trabalho (em geral água) em uma caldeira
até gerar o vapor que, ao se expandir em uma turbina, produzirá trabalho
mecânico;
• Centrais elétricas de combustão interna: A combustão se efetua sobre
uma mistura de ar e combustível. Dessa maneira, o fluído de trabalho será
o conjunto de produtos da combustão. Este é o processo usado
principalmente nas turbinas a gás e nas máquinas térmicas a pistão, como
os motores diesel, por exemplo.

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Definições e Classificação (Continuação)

Os principais ciclos termodinâmicos que uma central termelétrica


pode operar são:
− Ciclo Rankine
− Ciclo Brayton
− Ciclo Combinado.
− Ciclo de Motores

• Um ciclo termodinâmico se constitui de uma sequência de processos


após os quais a matéria que o experimentou retorna ao estado inicial;

• Esses ciclos têm por objetivo representar as transformações dos


fluidos, que são determinadas pela temperatura, pressão e volume,
sendo que dois destes são escolhidos para serem controlados,
dependendo do processo;

• As plantas em ciclo combinado representam a integração dos dois


ciclos:
Rankine da turbina a vapor e Brayton da turbina a gás. 3
Definições e Classificação (Continuação)

• O ciclo Rankine descreve a operação de turbinas a vapor comumente encontrados em


estações de produção de energia. Neste ciclo termodinâmico a água é transformada em
vapor, e o vapor é usado para acionar uma turbina para produzir energia. O ciclo é
completado em um condensador onde o vapor de exaustão é resfriado e a água resultante é
devolvida a um trocador de calor para iniciar o processo;

• Existem quatro processos num ciclo Rankine, indicados na Figura 1:

Fase 4-1 Compressão: o fluido é bombeado de uma


pressão baixa para uma pressão alta utilizando-se
uma bomba. O bombeamento requer algum tipo de
energia para se realizar;
− Fase 1-2 Transferência de calor isobárica: o fluido
pressurizado entra numa caldeira, onde é aquecido
a pressão constante até se tornar vapor
superaquecido;
− Fase 2-3 Expansão: o vapor superaquecido
expande através de uma turbina para gerar
trabalho. Com esta expansão, tanto a pressão
quanto a temperatura se reduzem;
− Fase 3-4 Transferência de calor: o vapor então
Figura 1 - Diagrama esquemático do ciclo Rankine entra num condensador, onde ele é resfriado até a
condição de líquido saturado!. Este líquido então
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1Liquido saturado é aquele que está numa determinada temperatura e retorna à bomba e o ciclo se repete.
pressão eminente de iniciar a transformação para o estado vapor.
OBSEVAÇÕES:

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Definições e Classificação (Continuação)
• O ciclo Brayton se constitui de quatro etapas: compressão, adição de calor, expansão e rejeição de calor;

Figura 2 - Diagrama esquemático do ciclo Brayton

Fase 1-2: O ar em condição ambiente passa pelo compressor, onde ocorre compressão adiabática (não
há trocas de calor com o ambiente) e isentrópica (entropia constante), com aumento de temperatura do
ar e consequente aumento de entalpia (medida da energia do sistema que está disponível na forma de
calor);
− Fase 2-3: Uma vez comprimido, o ar é direcionado às câmaras, onde mistura-se com o combustível
possibilitando queima e aquecimento, à pressão constante;
− Fase 3-4: Ao sair da câmara de combustão, os gases de combustão, à alta pressão e temperatura, se
expandem conforme passam pela turbina, idealmente sem variação de entropia (mede a parte da
energia que não pode ser transformada em trabalho). Na medida em que o fluido exerce trabalho sobre
as palhetas, reduzem-se a pressão e temperatura dos gases, gerando-se potência mecânica. A potência
extraída através do eixo da turbina é usada para acionar o compressor e eventualmente para acionar
outra máquina;
− Fase 4-1: a quarta etapa não ocorre fisicamente, se tratando de um ciclo termodinâmico aberto. 6
Conceitualmente, esta etapa representa a transferência de calor do fluido para o ambiente.
Centrais Diesel
• São muito usadas em potências até 40 MW. No Brasil, seu uso é disseminado para alimentação de
sistemas isolados, em regiões longínquas sem outra fonte de geração;
• Apresentam limitações relacionadas com: potência, ruído, vibração. Tem como vantagens, a rápida
entrada em carga, fácil operação e fácil plano de manutenção. E, como problemas: a dificuldade de
aquisição de peças de reposição e seu transporte (dificuldade acentuada para locais distantes), os altos
custos do combustível.
• A Figura 3 apresenta o esquema de uma Central Diesel

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Figura 3 - Esquema de uma central a Diesel
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Figura 4 - Usina Térmica de Triunfo
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Figura 5 - Grupo gerador diesel nº 2 da UTE de Triunfo
Figura 6 – Tanques de armazenamento de óleo diesel da UTE de Triunfo
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Centrais a Vapor
• Nas centrais termelétricas convencionais, o carvão e o óleo são os
principais combustíveis, sendo o carvão o mais comum. Nestas centrais o
combustível é queimado e o calor liberado na combustão é convertido em
eletricidade através da geração de vapor, que se expande na turbina a
vapor;

• As turbinas a vapor são máquinas de combustão externa - os gases


resultantes da queima do combustível não entram em contato com o
fluído de trabalho que escoa no interior da máquina e realiza os
processos de conversão da energia do combustível em potência de eixo.
Devido a isto, apresentam uma flexibilidade em relação ao combustível a
ser utilizado, podendo usar inclusive aqueles que produzem resíduos
sólidos (cinzas) durante a queima;

• O acionamento da turbina se produz pela expansão do vapor de alta


pressão procedente de uma caldeira convencional. As paredes da
fornalha são recobertas com tubos contendo água. O calor da combustão
evapora a água produzindo vapor d’água a elevada pressão e
temperatura. Estes tubos formam o evaporador da caldeira. O vapor
produzido na caldeira alimenta a turbina que move o gerador elétrico 11
síncrono de pólos lisos;
Centrais a Vapor (CONTINUAÇÃO)

• A geração termelétrica implica necessariamente a rejeição


de uma parcela significativa de calor. As usinas térmicas a
vapor são em geral localizadas nas proximidades de rios ou
lagos devido a grande quantidade de água natural necessária
para condensar o vapor que move a turbina. O consumo de
água de uma central termelétrica a vapor é centrado na
necessidade da mesma rejeitar calor em nível reduzido de
temperatura;

• O conjunto turbo-gerador a vapor funciona a velocidades


muito mais altas do que nas usinas hidrelétricas. Na
frequência de 60 Hz a velocidade varia entre 3600 (2 polos)
e 1800 rpm (4 polos). Nos sistemas de 50 Hz as velocidades
estão entre 3000 e 1500 rpm.
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Centrais a Vapor

Figura 7 – Central Termelétrica a Vapor


Fonte: www.dee.ufc.br/~rleao

• Em uma Central Termelétrica a Vapor, o processo de aquecer uma unidade, fazê-la funcionar à
velocidade adequada, sincronizá-la e carregá-la a seu valor nominal pode levar algumas horas. Contudo,
uma vez em operação, são geralmente capazes de reagir a mudanças de cargas da ordem de dezenas
de MW por minuto sem sofrer dano;
• As turbinas a vapor devem operar muito próximas da frequência nominal. Variações de frequência
podem provocar vibração das pás da turbina e causar fadiga do metal e, eventualmente, fissuras. Os
limites operacionais estão em torno de ± 1% para funcionamento contínuo;
• Quanto maior é o desvio da frequência, mais rápida deve ser a ação corretiva antes que possam
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ocorrer danos. Os efeitos de frequências altas e baixas sobre as turbinas são cumulativos.
Centrais a Vapor

Figura 8 – Reação típica de


fissão

Abaixo de 4oC, um resfriamento adicional faz com


que a água na superfície fique menos densa
(“mais leve”) que a água abaixo dela

Figura 8 - Vista em corte da Central Nuclear Angra 1


• A central nuclear mostrada acima é composta de um reator nuclear de ciclo indireto refrigerado e
moderado com água leve pressurizada – Pressurized Water Reactor (PWR), utilizando como
combustível pastilhas de óxido de urânio ligeiramente enriquecido (3%), envolvidas em tubos de
zircaloy - liga de zircônio. O condensador trabalha com água do mar em circuito aberto. (SOUZA,
FUCHS e SANTOS, 1983); 14
• Potência da Usina Nuclear Angra I: 657 MW.
Centrais com Turbinas a Gás

• As turbinas a gás são máquinas que são acionadas pela expansão dos gases quentes produzidos
numa câmara de combustão, segundo um ciclo térmico denominado Brayton;

• Os combustíveis das turbinas a gás podem ser basicamente de dois tipos:


− Gasosos: gás natural, gases de exaustão de processos e combustíveis sólidos gaseificados
(carvão, biomassa, etc.)
− Líquidos: gás liquefeito de petróleo (GLP), diesel, querosene e em alguns casos, óleos
combustíveis de baixo teor de enxofre.

• A turbina a gás atinge eficiências termodinâmicas bem mais elevadas em comparação às turbinas a
vapor (1260ºC contra 540ºC);

• Uma vantagem termodinâmica inerente das turbinas a gás é aproveitar o calor de escape para produzir
vapor numa caldeira de recuperação, que pode ser usada em processos industriais numa configuração
de cogeração;

• Os elementos fundamentais que constituem uma turbina a gás são:


• Compressor
• Câmara de combustão;
• Turbina

• As turbinas a gás fazem uso direto dos produtos da combustão. Os gases gerados pela combustão
passam diretamente pela turbina, onde se expandem e a energia térmica é convertida em energia
mecânica rotativa para acionar o eixo do compressor e do gerador elétrico acoplado à turbina.
Finalmente o gás é liberado na atmosfera ou reaproveitado para produção de calor ou frio e/ou energia
elétrica. 15
Centrais com Turbinas a Gás

• As turbinas a gás necessitam da injeção de ar comprimido a alta pressão na


câmara de combustão ou combustor, obtido através de um turbo compressor
acionado pelo próprio eixo da turbina. Em seu funcionamento, o ar é aspirado da
atmosfera, filtrado e comprimido, passando para a câmara de combustão, onde
se mistura com o combustível. Nesta câmara ocorre a reação de combustão,
produzindo gases quentes (fluido de trabalho) a alta temperatura e alta pressão.

Figura 9 - Central Termelétrica a Gás 16


Geração Termelétrica a Ciclo Combinado
• As centrais a ciclo combinado gás/vapor (combinação do ciclo a vapor Rankine com o ciclo a gás
Brayton - Figura 10) vêm se tornando nos últimos anos uma alternativa interessante para a geração de
energia elétrica e/ou para a cogeração de calor e potência;

• Estas centrais, além de apresentarem um elevado rendimento termodinâmico (de 55% a 60%) operando
com gás natural, possuem também um excelente desempenho ambiental pela menor emissão de
compostos poluentes (CO2, SOx e NOx);

• Uma usina termelétrica a ciclo combinado usa turbinas a gás e a vapor associadas em uma única
planta, ambas gerando energia elétrica a partir da queima do mesmo combustível.

Legenda:
C : Compressor
CC :Câmara de
combustão
TG :Turbina a gás
G :Gerador elétrico
TV :Turbina a vapor
B :Bomba

Figura 10 - Central Termelétrica de ciclo combinado


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Referências:
• SOUZA, Zulcy de; FUCHS, Rubens Dario; SANTOS, Afonso Henriques
Moreira. Centrais hidro e termelétricas. São Paulo: Edgard Blücher, 1983.

• REIS, Lineu Bélico dos.Geração de energia elétrica. São Paulo: Tec-Art,


1998.

LEÃO, Ruth P.S. Tecnologias de Geração de Energia Elétrica:


Geração Termoelétrica. Disponível em: www.dee.ufc.br/~rleao. Acesso em
02/02/2012.

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