Aula 4 – Arquitetura dos motores de combustão interna (MCI)

Disciplina: Engenharia Auxiliada por Computador

Prof.: Luiz Otávio Ferrão
30/08/2018
Aula anterior
• Tipos de motores que existe (Otto e Diesel);
• Termodinâmica dos gases;
• Ciclo ar-combustível.
Plano da aula
• Arquiteturas dos motores de combustão interna (MCI);
• Subsistemas;
Arquitetura dos MCI
• Os motores de combustão interna (MCI) podem ser classificados de
acordo de 5 parâmetros:
1. Configuração básica:

Motor Alternativo Motor Rotativo

Arquitetura dos MCI
2. Ciclo de trabalho:
— 4 Tempos;
— 2 Tempos;
3. Método de ignição:
— Centelha;
— Compressão;
4. Aspiração:
— Naturalmente aspirado;
— Turbo alimentado;
5. Número/configuração dos cilindros.
Arquitetura dos MCI – Ciclo de trabalho (4
Tempos)
• Motores de 4 tempo: São aqueles motores que precisam realizar 4
“ciclos”, 2 revoluções do virabrequim, para gerar potência. Os
quatro tempos são:
– Admissão;
– Compressão;
– Expansão;
– Exaustão
Arquitetura dos MCI – Ciclo de trabalho (4
Tempos)
• Admissão: esta etapa do ciclo se inicia com o pistão no PMS, volume
dentro da câmara é o mínimo (volume morto) e com a válvula de admissão
aberta, com o decorrer do processo, o pistão irá se deslocar para o PMI,
aumentando assim o seu volume e, como a válvula continua aberta, a
pressão não se alterará
Arquitetura dos MCI – Ciclo de trabalho (4
Tempos)
• Compressão: se inicia com o pistão no PMI e com as duas válvulas
fechadas, ao decorrer desta etapa o pistão irá para o PMS,
diminuindo assim o volume dentro da câmara e como as válvulas se
encontram fechadas, a pressão dentro do cilindro irá aumentar.
Arquitetura dos MCI – Ciclo de trabalho (4
Tempos)
• Expansão: para os MIF, este tempo se inicia com o pistão
aproximadamente no PMS e com a centelha da vela, acarretando a
combustão da mistura e o aumento drástico da pressão, em seguida
ocorre o deslocamento do pistão ao PMI, o qual determina o fim deste
tempo.
Arquitetura dos MCI – Ciclo de trabalho (4
Tempos)
• Exaustão: nesta fase a válvula de escape irá se abrir e o pistão que se
encontra no PMI vai para o PMS, expulsando os gases gerados pela
combustão. Como o pistão irá do PMI para o PMS, o volume diminuirá e
como a válvula de escape está aberta a pressão dentro da câmara irá se
manter a mesma
Arquitetura dos MCI – Ciclo de trabalho (4
Tempos)

Admissão Compressão Expansão Exaustão

Arquitetura dos MCI – Ciclo de trabalho (2
Tempos)
• Motores de 2 tempo: São aqueles motores realizam os mesmo ciclos
dos motores a 4 tempos(admissão, compressão, expansão e
exaustão) porém em uma única revolução do virabrequim.
Arquitetura dos MCI – Ciclo de trabalho (2
Tempos)
Arquitetura dos MCI – Método de ignição
• O método de ignição dos motores podem ser de dois tipos:
– Centelha;
– Compressão.
• Para os motores de ignição por centelha, é necessário a existência
de uma centelha para ocorrer a combustão da mistura ar-
combustível apropriadamente:
Arquitetura dos MCI – Método de ignição
• Para os motores de ignição por compressão, as condições
proporcionadas pelo tempo de compressão do motor fazem com que
a mistura ar-combustível entre em combustão, para que então possa
se gerar o trabalho:
Arquitetura dos MCI – Aspiração
• Essa classificação diz respeito a como o ar chega dentro da câmara.
• Para os motores aspirados, o próprio vácuo gerado pelo tempo de
aspiração faz com o ar entre dentro câmara;
• No entanto existe motores turbo alimentados, onde é possível se
utilizar turbinas (sistema de exaustão) e compressores (sistemas de
admissão) para “empurrar” uma quantidade maior de ar para dentro
da câmara e alcançar uma eficiência volumétrica maior.
Arquitetura dos MCI – N°/Conf. cilindros
Arquitetura dos MCI – Componentes
• Vamos analisar inicialmente as propriedades geométricas de um
motor recíproco:
 Volume deslocado:
𝜋
𝑉𝑑 = (𝐵𝐿)
4
 Raio de compressão:
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑉𝑚 +𝑉𝑑
𝑟𝑐 = =
𝑉𝑚 𝑉𝑚
 Velocidade média do pistão:
𝑆 = 2𝐿𝑁
Arquitetura dos MCI – Componentes
Tipo do motor Raio de Compressão Limitações

Ignição por compressão 17 – 21 Perda em eficiência em carga plena

Ignição por faísca – Injeção direta 11 – 14 Detonação

Ignição por faísca – 4 Válvulas 9 - 11 Detonação

Ignição por faísca – 2 Válvulas 8 - 10 Detonação

Tipo do motor Rotação máxima (RPM) 𝑆

Motor grande C.I. 4200 14

Motor C.I. automóveis 5000 15

Motor S.I. automóveis 7500 20

Motor de Motocicleta 13500 19

Motor de corrida (F-1) 18000 25

Arquitetura dos MCI – Componentes
• Componentes mecânicos básicos:
Arquitetura dos MCI – Componentes
1. Bloco: O bloco do motor é encarregado de suportar alguns
componentes do motor, como, virabrequim, pistão, volante, bomba
entre outros.
Arquitetura dos MCI – Componentes
2. Cabeçote: O cabeçote do motor é encarregado de suportar:
— Assento e guia de válvulas;
— Válvulas;
— Comando de válvulas;
— Vela;
Arquitetura dos MCI – Componentes
2. Cabeçote: O formato do domo da câmara de combustão é de
fundamental importância para o controle da performance de como
ocorre a combustão;
Arquitetura dos MCI – Componentes
3. Pistão: O pistão é encarregado de “selar” a câmara de combustão
além de ser o componente que transfere a energia da combustão
para a biela;
Arquitetura dos MCI – Componentes
4. Biela: tem a função de converter o movimento linear do pistão para
o movimento circular do virabrequim.
Arquitetura dos MCI – Componentes
4. Válvulas: também tem a função de “selar” a câmara de combustão
e podem ser de dois tipos: admissão e exaustão. Elas controlam
também os tempos do motor, permitindo a entrada dos gases de
admissão ou saída dos gases de exaustão.
Arquitetura dos MCI – Componentes
4. Virabrequim: O virabrequim é sobrecarregado por altos
carreamentos torcionais e oscilatórios associado a compressão e
expansão de cada cilindro;
— Os virabrequins são balanceados para garantir um
funcionamento suave, contendo contrapesos, volante e
amortecedores harmônicos;
Arquitetura dos MCI – Componentes
5. Comando de válvulas: é responsável por controlar o tempo de
abertura das válvulas (admissão e exaustão) e podem estar
localizados:
— Parte inferior do motor (bloco);
— Parte superior do cabeçote (OHC – Overhead camshaft);
• Os comando OHC tem menor inercia e são mais apropriados a
motores de maiores velocidades. Estes sistemas podem ser
projetados com um único eixo ou dois (DOHC);
Arquitetura dos MCI – Componentes
5. Comando de válvulas (OHC):
Arquitetura dos MCI – Componentes
5. Comando de válvulas: Configurações do comando de válvulas:
Arquitetura dos MCI – Componentes
5. Comando de válvulas: Configurações do comando de válvulas:
Arquitetura dos MCI – Componentes
5. Comando de válvulas: O comando de válvulas é um dos
componentes do motor que está sofrendo constante avanços para
melhorar o controle do abertamente e fechamento de válvulas.
Motores mais avanças utilizam o sistema de VVT (variable valve
timing), que são mecanismos que alcançam
— Melhor performance;
— Economia de combustível;
— Diminuição nas emissões.
Arquitetura dos MCI – Componentes
5. Comando de válvulas:
Arquitetura dos MCI – Componentes
Arquitetura dos MCI - Sistemas
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão: é projetado para prover ar fresco para o
motor, como também controlar a carga que entra no cilindro. O
sistema típico de admissão contêm:
– Filtro de ar;
– Válvula borboleta;
– Coletor de admissão;
– Válvula de admissão.
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão: é projetado para prover ar fresco para o
motor, como também controlar a carga que entra no cilindro. O
sistema típico de admissão contêm:
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – válvula borboleta: a válvula é um atuador que
controla a potencia de saída e é comandado pelo pedal.
– Ele opera reduzindo a vazão mássica do motor
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – coletor de admissão: é o componente
encarregado de transportar o ar fresco para dentro do cilindro. A
geometria do coletor de admissão (plenum e runners) são
projetados para:
1. Garantir a carga apropriada aos cilindros;
2. Maximizar a carga do cilindro;
3. Otimizar a mistura de ar-combustível.
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – coletor de admissão:
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – coletor de admissão: este componente
também já sofreu diversos avanços. Com a criação de coletores de
admissão de tamanho variável, é possível melhorar a carga nos
cilindros para cada velocidade do motor, otimizando a performance
do motor.
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – coletor de admissão:
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – coletor de admissão:
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – coletor de admissão:
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – válvulas: as válvulas de admissão e exaustão
são componentes fundamentais que afetam a “respiração”
(breathing) do motor. Os eventos das válvulas podem ser
representados pelo diagrama de tempo.
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – válvulas:
 Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – válvulas: o termo “overlap” se referencia ao
momento em que ambas as válvulas estão abertas, e é usada para
melhorar a “respiração” (breathing) do motor, promovendo uma
melhor expulsão dos gases de exaustão.
Valve lift profiles Valve lift profiles
10
Intake
8
Exhaust
Lift (mm)

0
200 300 400 500 600 7000 100
800 200 300 400 500

Position of piston Position of piston

Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – eficiência volumétrica: é um parâmetro que
caracteriza todo o sistema de admissão e exaustão. Ele indica a
eficiência de colocar ar no cilindro.
• Mais precisamente, eficiência volumétrica é a razão entre a massa
de ar-combustível que entra no cilindro durante o tempo de
admissão pela real capacidade volumétrica do cilindro.
𝑚𝑎
𝜆𝑣 =
𝜌𝑎 𝑉𝑑
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – eficiência volumétrica: Existe vários métodos
para melhorar a eficiência volumétrica. Uma abordagem tradicional
é aumentar o número de válvulas, aumentando a área do
escoamento.
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – eficiência volumétrica: outro método é o que
já foi mencionado que é utilizar um coletor de admissão com
tamanho variável.
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – eficiência volumétrica: é possível estimar a
velocidade do motor ótima para cada comprimento do runner
modelando o mesmo como um ressonador de Helmholtz:
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão

𝐶 𝐴
𝑓=
2𝜋 𝐿𝑉
Onde C é a velocidade do som, A a área da seção do runner e V:
𝑉 = 𝑉𝑑 + 𝑉𝐶𝐿
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Exemplo: Para um motor especificado abaixo calcular o melhor
comprimento do runner para uma velocidade de 3000 RPM
(C=34300m/s).

𝑟𝑐 250cc
Diâmetro cilindro 81 mm
Curso cilindro 45,5 mm
Diâmetro do duto 40 mm
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – EGR: Exhaust Gas Recirculation (EGR) é uma
pratica comum que visa diminuir a emissão de NOx. Ela funciona
rercirculando parte dos gases de exaustão para o coletor de
admissão.
• Diluindo o ar fresco com os gases inertes da exaustão é possível
abaixar o pico de temperatura da combustão.
Arquitetura dos MCI – Sistema de admissão
• Sistema de admissão – EGR:
Arquitetura dos MCI – Sistema injeção
• Sistema de injeção de combustível: este sistema também passou por
um brande avanço tecnológico, que permitiu melhor a precisão na
hora da injeção e aumentar a performance, consumo de combustível
e emissões.
Arquitetura dos MCI – Sistema injeção
• Sistema de injeção de combustível: Carburador
Arquitetura dos MCI – Sistema injeção
• Sistema de injeção de combustível: Injeção eletrônica
Arquitetura dos MCI – Sistema injeção
• Sistema de injeção de combustível: Injeção eletrônica monoponto e
multiponto.
Arquitetura dos MCI – Sistema injeção
• Sistema de injeção de combustível: Injeção direta.
Arquitetura dos MCI – Sistema de exaustão
• Sistema de exaustão: o sistema de exaustão é encarregado de
“coletar” os gases de exaustão, realizando o tratamento dos gases
antes de liberá-los para a atmosfera. Os gases gerados pela
combustão são:
– Hidrocarbonetos (HC);
– NOx;
– CO;
– Dióxido de carbono;
Arquitetura dos MCI – Sistema de exaustão
• Sistema de exaustão: para atender as regulações de emissões e de
consumo de combustível, o sistema de exaustão é equipado com um
catalisador de três vias para controlar as emissões de HC, NOx e CO.
Estudo programado
• Fazer um lista de 5 motores classificando quanto a: configuração,
ciclo de trabalho, método de ignição, aspiração e
número/configuração de cilindro;
• Fazer um resumo sobre os vídeos abaixo explicando sucintamente
como funciona o comando de válvulas; coletor de admissão variável e
o sistema de exaustão:
https://www.youtube.com/watch?v=FVip_oOpCfM
https://www.youtube.com/watch?v=79804-81Rzc
https://www.youtube.com/watch?v=W6dIsC_eGBI
Estudo programado
• Fazer o estudo programado em word e enviar para o meu e-mail até
a próxima aula.
 Prof. Luiz Otávio Ferrão
E-mail: luizotavioalves@gmail.com
Telefone: (81) 99569-7847