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Projeto estrutural: aprenda passo a


passo todas as etapas - Guia da
Engenharia
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7–10 minutos

Antes de entrarmos em todas as etapas de um projeto


estrutural, é importante enfatizarmos a definição do mesmo.

Caso prefira, você pode acompanhar esse conteúdo também


através do vídeo abaixo:

O projeto estrutural é a documentação composta por um


conjunto de pranchas com todas as informações necessárias
para execução da estrutura da obra.

No caso de estruturas de concreto estão presentes: planta de


locação, planta de forma dos pavimentos contendo as
dimensões de todas as peças, elevações da estrutura,
detalhamento da armações de todas as peças, entre outros
detalhes.

Nesse post comentarei, passo a passo, as fases que estão


presentes em todos os projetos estruturais. Você irá
aprender desde a primeira etapa, a concepção estrutural, até a
última etapa, a emissão das documentações.

O fluxograma apresentado na figura abaixo representa as


etapas que veremos no decorrer do post.
Fluxograma das etapas de um projeto estrutural

Concepção estrutural

Como primeiro passo do desenvolvimento de um projeto


estrutural, já em posse do projeto arquitetônico, o engenheiro
inicia a etapa de concepção.

Essa etapa inicia pela definição do sistema estrutural


(concreto armado convencional, estrutura metálica, concreto
pré-moldado, etc.).

Apesar de ser uma das responsabilidades do engenheiro,


muitas vezes essa decisão é tomada por outros envolvidos no
projeto, como a construtora do empreendimento.

Também na etapa de concepção estrutural é realizada a


locação e o pré-dimensionamento dos elementos estruturais
(vigas, lajes, pilares, etc.).
Concepção da estrutura

Essa etapa serve para que tenhamos um ideia inicial da


estrutura, que pode ser utilizada inclusive para um orçamento
inicial da mesma.

Soluções para lajes e fundações

Com a grande quantidade de soluções estruturais para lajes,


como por exemplo, lajes maciças, lajes nervuradas em uma
direção, lajes nervuradas em duas direções.

Para os casos de lajes nervuradas ainda é possível variar o


material de enchimento (lajotas cerâmicas, EPS ou isopor,
concreto leve, etc.). A definição desse item deve legar em
consideração a grande variação no comportamento da
estrutura, nos custos do empreendimento e também a
disponibilidade na região da obra.

Caso o engenheiro de estruturas também seja responsável pelo


projeto de fundações, similar ao descrito acima para as lajes,
existe uma grande quantidade de tipos de fundações, podendo
ser rasas (sapata, radier, etc.) ou profundas (tubulão, estacas
cravadas, estacas moldadas in loco, etc.). Com base no estudo
do solo, é escolhido o tipo de fundação que atenda os critérios
de segurança e de utilização da edificação e que proporcione
uma maior viabilidade econômica.

Ações e combinações

Antes de partimos para a próxima etapa, é necessário


definirmos e mensurarmos a que ações nossa estrutura está
submetida. A norma brasileira ABNT NBR 8681:2003 classifica
as ações em ações permanentes, ações variáveis e ações
excepcionais.

Uma vez que, na maioria das situações, uma ação não atua
sozinha na estrutura, é necessário combinar essas ações de
modo adequado. Um conjunto de ações podem gerar uma
grande quantidade de combinações.

Podemos dividir as combinações basicamente em


combinações últimas e combinações de serviço. Caso
esteja achando os termos familiares, eles são decorrentes do
método dos estados limites. No caso, as combinações últimas
são aquelas utilizadas na verificação dos estados limites últimos
e as combinações de serviço são aquelas utilizadas nos
estados limites de serviço.

Apenas como exemplo, a imagem abaixo apresenta algumas


combinações geradas pelo software de cálculo estrutural TQS.
Exemplo de combinações gerados pelo software TQS

Análise estrutural

Com a concepção estrutural já realizada, esse é o momento de


mensurar os efeitos gerados pelas combinações
anteriormente levantadas. Podemos descrever esses efeitos
como esforços (momentos fletores e torsores, esforços
cortantes e axiais) e deslocamentos apresentados pela
estrutura para cada combinação aplicada.

Modelos numéricos

No intuito de realizarmos a análise da estrutura utilizamos


modelos estruturais, que basicamente são modelos numéricos
para que possamos idealizar o comportamento da estrutura
real.

[formulario-calculadora-flexao]

A escolha de um modelo estrutural adequada nem sempre é


uma tarefa fácil. Alguns fatores podem nos ajudar nessa
escolha, entre eles podemos apontar:

• Representação satisfatória da estrutura real;

• Custo computacional;

• Facilidade de aplicação;

• Interpretação dos resultados.

Modelo de vigas contínuas e isoladas


Um modelo muito utilizado na graduação é o de vigas contínuas
e isoladas. O motivo da preferência pela utilização deste
modelo é que o mesmo pode ser desenvolvido manualmente,
além de ser facilmente aplicável e interpretável. Esse modelo
possui tais características:

• A distribuição das cargas das lajes para as vigas é realizada por


áreas de influência (método das charneiras plásticas);

• Os esforços e deslocamentos das lajes são obtidos


por processos aproximados, como Czerny e Marcus, etc;

• As vigas são modeladas como simplesmente apoiadas nos


pilares.

Pode-se observar na figura abaixo algumas das consequências


das características pontuadas acima:

Modelo estrutural de vigas

• Apesar do método das charneiras plásticas possibilitar a


consideração de um carregamento triangular, usualmente as
cargas oriundas de lajes são consideradas uniformemente
distribuídas;

• Devido a ligação entre pilares e vigas serem consideradas


articuladas não existe transferência de momentos fletores da
viga para o pilar, não sendo esse o comportamento real da
estrutura.

Conclusões

É importante lembrar que a análise estrutural é uma das


etapas mais importantes de um projeto estrutural, uma vez
que, a obtenção de esforços incorretos geram grandes erros
na etapa de dimensionamento.

Dianto do exposto, é importante o conhecimento de quais


modelos estruturais se adequam a analise de quais tipos
de estrutura e possuir o domínio sobre as limitações desses
modelos.

No caso de modelos bidimensionais, é possível resolver


manualmente ou a através do software gratuito Ftool.

Resolução de um pórtico pelo software Ftool

Dimensionamento e detalhamento

De acordo com os esforços obtidos na etapa de análise


estrutural, o próximo passo no desenvolvimento de um projeto
estrutural é a parte de dimensionamento e detalhamento.

É nesse momento que os esforços obtidos na etapa anterior


são utilizados para dimensionar as áreas de aço (válido para
estruturas de concreto) e partir para o detalhamento e desenho
final das peças.
Mesmo com o enorme ganho de produtividade das etapas de
dimensionamento e detalhamento gerado pelo surgimentos de
softwares de cálculo estrutural, as futuras edições e
verificações são imprescindíveis. Vale comentar que mesmo
com a utilização de softwares, a responsabilidade sempre é
do engenheiro estrutural.

Emissão da documentação

Com toda a estrutura já detalhada, o produto de um projeto


estrutural é um conjunto de pranchas que contem todas
informações necessárias para execução da estrutura da obra.

Exemplo de um projeto estrutural

A ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) deve sempre


estar junto com esse conjunto de pranchas para a entrega ao
contratante.

Dependendo do acordado e do tipo de empreendimento, alguns


outros documentos devem compor a documentação:
• Quantitativo de materiais;

• Memorial de cálculo;

• Memorial descritivo.

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