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10º Ano
Ciências da Terra e da Vida
Unidade de ensino: Estrutura da Terra – contributos para o seu conhecimento
Subunidade de ensino: Dados da Planetologia
Conteúdo: Asteróides, Meteoritos e Cometas

Por vezes, pequenos fragmentos de rochas provenientes do espaço –


meteoroides – podem colidir com a Terra. Quando o corpo rochoso entra na
atmosfera, passamos a designar esse corpo de meteoro.
Se os fragmentos rochosos forem de dimensões reduzidas, podem
desintegrar-se por efeito do atrito com a atmosfera, deixando apenas um rastro
luminoso. Se estes corpos resistirem aos efeitos do calor e da violenta fricção,
estes colidem com a superfície terrestre, originando uma cratera de impacto. O
corpo rochoso passa a designar-se de meteorito.

Figura 1 – Representação esquemática de meteoroides, meteoros e


meteoritos

Será que as rochas terrestres


têm uma composição
semelhante à dos meteoritos?

Como são constituídos os


meteoritos?

Figura 2 – Cratera de Baringer


– Arizona (E.U.A)
Quadro 1 - Composição dos meteoritos e rochas da Crusta Terrestre
Composição Meteoritos Rochas da Crusta
Terrestre
Liga de Ferro e Níquel Muito abundante Praticamente inexistente
Minerais mais abundantes Ferromagnesianos Quartzo e outros silicatos
Presença de água Anidros Hidratadas

É vulgar classificarem-se os meteoritos com base na sua composição e


textura. Assim podemos distinguir três grandes grupos de meteoritos: Aerólitos,
Siderólitos e Sideritos.

Quadro 2 - Classificação dos meteoritos


Meteoritos Características
Aerólitos ou Pétreos Possuem elevada percentagem em minerais
silicatados e uma reduzida percentagem de liga
ferro-níquel
Siderólitos ou Petroférros Proporções idênticas de minerais silicatados (como
o felspato) e de liga ferro-níquel
Sideritos ou Férreos Formados essencialmente por uma liga metálica de
ferro e níquel e apresentam inclusões de um
mineral pouco frequente na Terra: a triolite
A subdivisão dos meteoritos pétreos em condritos e acondritos baseia-se
na existência ou não de pequenos agregados esferodais com 1 mm de diâmetro
(crôndulos). Estas estruturas provavelmente resultaram do arrefecimento rápido
de material parcialmente fundido.
Por sua vez os condritos podem ser ordinários e carbonáceos. Estes
últimos contêm compostos orgânicos de origem extraterrestre e água, os quais
poderiam ter contribuído para o aparecimento de vida no nosso planeta.

Qual será a origem dos meteoritos?

A partir da análise mineralógica verificou-se a ausência de minerais


indicadores de alta pressão, como os que se encontram nas rochas terrestres de
grande profundidade. Deste modo rejeita-se a hipótese dos meteoritos tenham
origem na explosão de um planeta de grandes proporções.
As hipóteses mais recentes relacionam a origem dos meteoritos com a
cintura de asteróides ou com a passagem de cometas

A cintura de asteróides encontra-se entre as órbitas dos planetas Marte e


Júpiter. São pequenos corpos rochosos (1,5 a 750 Km diâmetro) que descrevem
órbitas muito próximas, chocando por vezes com violência e fragmentando-se.
Assim os meteoritos correspondem a pedaços de asteróides, que abandonaram a
trajectória normal e foram atraídos pela Terra.

As chuvas de meteoritos pode resultar também de cometas que, ao


aproximarem-se do Sol, aquecem e dilatam libertando gases retidos nas
cavidades do material rochoso constituinte do núcleo. Esses gases exercem
pressão e provocam a fragmentação do material. Os fragmentos podem ser
projectados para fora da órbita do cometa e entrar no campo gravítico da Terra.

Figura 2 – Evolução dos asteróides e a


provável génese dos meteoritos

Porquê a grande
diversidade de meteoritos?

Ao dar-se a acreção do
material primitivo pode formar-se
corpos de diferentes dimensões.
Os corpos mais pequenos não se
diferenciam e dão origem aos
condritos. Quando se formam
corpos mais volumosos podem
desenvolver-se temperaturas e
pressões altas no seu interior que
provocam a fusão e diferenciação
da massa desses corpos em
manto e núcleo.
Por analogia com as
diferentes camadas do nosso
planeta, os sideritos (constituídos
essencialmente por ferro)
corresponderiam ao núcleo, os siderólitos corresponderiam a zonas intermédias
entro o manto e o núcleo.
Admite-se que os condritos derivem de asteróides relativamente pequenos
que não sofreram diferenciação e como tal podem representar amostras não
alteradas da atmosfera primitiva

Cometas

Os cometas são pequenos corpos, geralmente com poucos quilómetros de


diâmetro, que giram à volta do Sol de descrevem órbitas excêntricas, em forma
de elipse.
É constituído por um núcleo formado por rochas e envolvido por água e
gases congelados. Sempre que um cometa se aproxima do Sol, parte do seu gelo
derrete, o gás expande-se e as poeiras libertam-se formando a cabeleira e a
cauda, a qual aponta sempre em sentido contrário ao do Sol, impelida pelas
partículas do vento solar para o exterior da sua órbita.

Figura 3 – Estrutura de um cometa

Figura 4 – Trajectória do Cometa Hale-Boop

Os núcleos dos cometas são os corpos mais primitivos do Sistema Solar,


uma vez que não sofreram modificações químicas ou metamórficas após a sua
formação. A análise da sua composição permite obter informações quanto à
constituição da nébula primitiva que deu origem ao Sistema Solar.

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