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injusto, mas também há os que achem que a Ciência tem todas as respostas, o
que é errado. Há muito o que a Ciência não sabe responder, mas a beleza é que a
cada dia descobrimos novas respostas.
Não que a Ciência esteja jogando a toalha. Convenhamos, nossa espécie tem
200 mil anos, os primeiros 190 mil passamos basicamente comendo terra, o
chamado Método Científico tem uns 200 anos. É admirável que em 5 mil anos de
civilização passamos de adoradores de gatos que empilhavam pedras para
adoradores de gatos que viajam para outros mundos.
Isso tudo é para dizer que mesmo com todo nosso conhecimento, há vários
problemas ainda sem resolução. Vamos conhecer alguns deles:
Isso que você vê aqui representa menos de 5% de toda a matéria e energia nessa
região do espaço (Crédito: Felix Mittermeier)
Só que não.
Quando Einstein postulou suas equações ele criou uma Constante Cosmológica
para fazer as contas baterem. Era um elemento para representar a massa do
espaço vazio. Um belo dia, em 1980 Alan Guth e Alexei Starobinsky perceberam
que a Constante Cosmológica poderia ser usada para explicar a inflação do
Universo logo após o Big Bang, 13.8 bilhões de anos atrás.
A única forma disso ser possível é a Constante Cosmológica não ser uma
constante, mas representar algum tipo de energia que está promovendo essa
aceleração. Batizada de Energia Escura, ela é um dos grandes desafios da
Ciência. Segundo o modelo atual a Energia Escura representaria 69% de todo o
Universo, e não temos a menor idéia do que ela seja e se sequer existe, mas seus
efeitos são bem documentados.
Uma das mais belas definições que já vi é que o Homem é um milagre químico
que pensa, mas somos mais que isso. Toda criatura na Terra é a versão mais
recente de uma molécula de DNA, cuja diretriz básica é se reproduzir, e que vem
fazendo isso com sucesso nos últimos 4.2 bilhões de anos.
T.H. Huxley defendia que animais eram “autômatos”, diferenciados dos humanos,
com comportamos simples e pré-programados, o que parece fazer sentido com a
teoria de que é preciso uma massa crítica de neurônios para que se desenvolva
comportamento individual.
Na esquerda, cérebro de uma formiga forrageira. Não exatamente gigantesco.
(Crédito: Eureka/Universidade do Arizona)
Exceto que estudos demonstraram que mesmo formigas, que não são renomadas
por seus telencéfalos altamente desenvolvidos ou polegares opositores,
apresentam comportamentos individualizados. Uma formiga não irá agir da exata
mesma forma em uma situação, comparada com outra formiga.
Nosso cérebro ainda é uma grande caixa-preta, muitos o descrevem como a
máquina mais complexa do Universo, mas quanto a seu funcionamento, não
estamos muito melhores do que Aristóteles, que acreditava que o cérebro servia
para resfriar o sangue, e a Consciência era abrigada no coração.
Einstein não era fã da Teoria Quântica, embora a respeitasse, mas quando ele
aprendeu sobre entrelaçamento quântico, subiu nas tamancas e chamou de
“Ação fantasmagórica à distância”, que em alemão, spukhafte Fernwirkung, fica
melhor ainda.
As características das partículas também são funções de onda. Imagine que você
tem uma moeda, que tem como característica ser cara ou coroa. Na física
quântica a moeda está girando. Ela é cara e coroa ao mesmo tempo. Se você der
um tapa na moeda, interrompendo a rotação, a função de onda colapsa, e ela
agora é cara. Ou coroa.
Agora a parte divertida: Imagine que você crie um par de partículas, ou moedas.
Coloque ambas para girar. Você espalma uma delas, deu cara. Imediatamente a
outra moeda pára de girar e cai, dando coroa.
Você repete o experimento, levando uma das moedas para um laboratório do
outro lado da cidade. Ambas girando. No laboratório original alguém espalma a
moeda. Deu coroa. A sua moeda cai, dando cara. Imediatamente.
Se você colocar uma das moedas em uma nave espacial que percorrerá 100 mil
anos-luz até o outro lado da galáxia, quando os insetos inteligentes que nos
sucederem concluírem o experimento, um deles espalmará a moeda na Terra.
Deu cara. A outra moeda, 100 mil anos-luz dali, dará coroa. Imediatamente.
É como você mandar dois Office Boys, um para o banco, outro para seu
escritório, o do banco consultar seu saldo e o do escritório instantaneamente
saber o valor.
Agora, COMO essa desgraça funciona, é o grande mistério que tem um Nobel
prontinho para quem desvendar.
Não chute antimatéria (Crédito: Paramount)
Eu vou contar um segredo: O Universo não deveria existir, e nem é meu lado
misantropo falando, é a Ciência. Algum tempo depois do Big Bang, 10-35
segundos, para ser preciso, ocorreu a formação de 3 Forças Fundamentais da
Natureza, a Gravidade, Força Nuclear Forte, e a Força Eletrofraca. Nesse mesmo
momento surgiram os Quarks e Léptons, partículas fundamentais que compõe
todas as outras.
Exceto que mais ou menos uma vez a cada bilhão de pares de partículas que
apareciam e eram aniquilados, uma escapava. Isso foi se acumulando e hoje
temos um universo basicamente composto de matéria, antimatéria surge
naturalmente, até de bananas, mas é uma minoria absoluta, comprovado por
você encostar em um monte de coisas e em geral elas não explodirem.
Exemplo de criação de um par de partícula/antipartícula em uma câmara de
nuvens, à partir de um fóton de raios Gama.
O grande mistério é: Qual a origem desse desequilíbrio? Ele não faz sentido nem
via Teoria Quântica, nem via Relatividade, Física Clássica, nada. Será que nosso
Universo é exceção? Talvez a norma seja universos vazios, repletos de fótons de
raios gama, resultados da aniquilação geral.
Gravidade é uma biatch, todo mundo que já tomou um tropeção sabe disso, e a
Ciência concorda. O modelo de Einstein, da gravidade ser efeito da distorção do
tecido do espaço-tempo funciona, mas o mecanismo não é explicado.
A boa e velha Ciência permite que a gente calcule a proporção com que esses
elementos foram gerados, e todos bateram certinho com a conta, exceto o Lítio.
Esse elemento aparece em proporção 3 ou 4 vezes menor do que deveria.
Ninguém sabe onde foi parar o Lítio do Big Bang, se ele sumiu ou nem foi
produzido. Algo misterioso está consumindo Lítio em proporções cósmicas. Eu
acho que é o Q.