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Finalmente chegamos no chamado “novo milênio”, aonde o mundo iria terminar de maneira trágica e rápida; os

extraterrestres iriam fazer contato e o ser-humano teria colônias na Lua e em Marte mas, para a (in)felicidade de
muitos, ainda estamos aqui e o fenômeno OVNI continua sendo um assunto esquivo, melindroso, traiçoeiro mas, ao
mesmo tempo fascinante e cativante. Nunca deixo de citar as palavras do amigo astrofísico Jacques Vallée, quando
diz que fenômeno OVNI nega a si mesmo, atuando como um mágico que apresenta um número de magia que parece
violar profundamente a realidade. Com o tempo, num gesto de condescendência, o mágico explica como fazer a
mágica e assim, o observador compra o material certo para reproduzir a mágica e então descobre que não consegue
faze-lo, o que leva a concluir que se foi enganado duas vezes: pelo truque e pela explicação do mágico. Assim
também seria com os OVNI’s e seus supostos tripulantes, pois o fenômeno deixa indícios e evidências, mas estas,
podem ser tão sabiamente desorientadoras, que a primeira tentação do pesquisador é deixá-las para trás, o que é, na
verdade, uma tentação perigosa. O objetivo deste texto é se aprofundar no tema “Ashtar Sheran”, suposto ser
extraterrestre que tem se apresentado para algumas pessoas e proliferado informações das mais diversas que teriam a
ver com a situação da humanidade. Não pretendo e nem tenho a intenção de dar a palavra final sobre o tema, mas
sim, munir o leitor com informações suficientes para que possa discernir pelo assunto e iniciar uma pesquisa própria
e quem sabem chegar a conclusões interessantes como eu também cheguei. Para tanto, faz-se necessário uma
pequena introdução ao tema dos erroneamente denominados “discos voadores”.

A “LÓGICA” DO FENÔMENO

Os eternos “inimigos” do assunto ”Discos Voadores e Afins” costumam basear suas afirmações em que tal discussão
é inútil, pois não existiria lógica alguma em “seres extraterrestres que visitam a Terra”; em viagens interplanetárias
que envolvem distâncias de milhares de anos-luz; o formato pouco “aerodinâmico” das “naves” ou ainda que
conceber uma civilização extraterrestre que pudesse ter conosco, relés e insignificantes terrestres algo em comum. Já
ouvi desculpas piores ainda, como a improvável ocorrência de formas de vida orgânicas e inteligentes similares às
nossas espalhadas pelo “infinito” Universo. Lembro que até bem pouco tempo não existia lógica em se encontrar
outros Planetas similares a Júpiter ou mesmo a Terra ou ainda outros Sistemas Solares e hoje já acumulamos uma
centena de Planetas Extrasolares sendo alguns com excelentes probabilidades de possuir condições de vida em seus
arredores. Hoje se fala não em um Universo ou uma realidade tridimensional e sim em Multiversos, Dimensões
Paralelas, Realidade Ampliada e Vida Pluridimensional. Então, o que limita a ignorância de nós, seres-humanos, é a
base “sólida” e “infalível” que nos apoiamos, chamada de tecnologia e vejam que, com exceção dos instrumentos
óticos que apenas observam um passado distante de pedaços do Universo observável, todas imagens que temos “lá
de fora” são baseadas em circuitos digitais que interpretam a radiação eletromagnética e assim transformam em
números binários que são então transmitidos de volta a Terra, e aqui reinterpretados. E afinal, o que seria realmente
a Realidade?

Este seria a representação de “Ashtar Sheran” segundo a interpretação da


imagem recebida pela mente da “contatada” Thelma “Tuella” Terrel
© Astral Resarch Org

O já falecido e saudoso amigo astrônomo e exobiologista Carl Edward Sagan, autor da série “Cosmos”, que
popularizou a Exobiologia, jamais deixou de falar publicamente a possibilidade de Vida em outros Planetas,
utilizando-se da famosa “Equação de Drake” (1) como base de seu discurso. Numa de suas falas históricas, Carl
Sagan declarou que: “Uma das grandes virtudes desta equação é que envolve aspectos que vão da astronomia
planetária e estelar à química orgânica, biologia evolucionária, história, política e psicologia. Muito do Cosmos está
contido na” Equação de Drake “e considerando a equação, as principais incertezas se resumem em economia e
política, e ao que na Terra chamamos de natureza humana. Parece que ficou claro que, se a autodestruição não é
destino preponderante e irresistível das civilizações galácticas, então o céu sussurra gentilmente com mensagens das
estrelas”. Esta era a opinião de uma das mentes mais brilhantes deste Planeta, que partia de premissas científicas
para chegar a probabilidades possíveis. Porém, quando Sagan era questionado com relação à possível visita de seres
extraterrestres provenientes de alguns desses prováveis Planetas, ele soltava um sorriso forçado e, utilizando-se do
chamado “Paradoxo de Fermi” (1A), dizia categoricamente que “visitas de seres extraterrestres” não podiam
acontecer, pois era algo totalmente ilógico.

Diante dos fatos, Sagan estava absolutamente correto, assim como estão todos os que apontam a concepção ilógica
da “realidade extraterrestre”. A questão, porém, é muito mais profunda e complexa do que gostariam os amantes da
chamada “Navalha de Occam” (2), pois desde quando o Universo se comporta estritamente sob padrões lógicos, ou
melhor, dalógica terrestre da atual realidade científica? Desde quando existe lógica na busca de um entendimento
que mal começamos a arranhar? Desde quando as nossas Ciências (algumas até chamadas de “exatas”) podem ser
livremente classificadas de lógicas? A Psicologia luta por estabelecer padrões gerais de comportamento humano,
mesmo sabendo que sob o rótulo de “esquizofrenia”, por exemplo, enfileiram-se tantos casos particulares quanto o
número de casos propriamente ditos. A Teoria Quântica e a Relatividade Geral travam uma “guerra fria” a mais de
50 anos tentando encontrar uma “fórmula mágica” que permita às duas teorias existirem em conjunto. O telescópio
espacial Hubble, ainda “míope” em 1994 já colocava por terra toda as estruturas de pensamento e simulação
logicamente arquitetadas. A cada foto tirada este precioso instrumento mostrava a realidade que ora confirmava
antigas teorias, ora atirava outras no lixo, sem dó ou medo da chamada “lógica”. Vivemos em um momento ímpar
aonde a quantidade de informações científicas que surgem a cada segundo é inversamente proporcional à nossa
limitada capacidade de lê-las, interpretá-las e muito menos compreendê-las. Aliás, como dizia Albert Einstein: “A
coisa mais difícil de compreender é por que conseguimos compreender alguma coisa”.

Em conhecendo-se estes cruéis fatos e a partir disso, onde está a lógica em classificar algo no Universo como
definitivo? A história nos lembra que já foi lógico admitir a Terra como plana. Depois foi lógico aceitá-la como o
centro do Sistema Solar, aonde o Sol orbitária a seu redor. Os fatos mostraram que, por enquanto, é lógico assumir
que a Terra não passa de um pedaço de rocha alocada na periferia de um braço de uma galáxia que julgamos
“importante” e hoje sabemos que a “nossa” galáxia chamada Via Láctea onde estamos, por enquanto, ancorados é
apenas mais uma entre as mais de 400 bilhões (na pior das hipóteses) modestas e calmas ilhas perdidas num oceano
de caos e do ilusório “nada” (3). A História tem nos mostrado que conceitos rígidos e estáticos existiram até Isaac
Newton. Depois de Einstein, Bohr, Heisenberg, Kaku, Hawking e tantos outros o conceito do que era lógico mudou
e muito! O universo quântico nos mostra a cada dia como temos de ser flexíveis, humildes e ter uma base comum
frente ao que o Universo nos apresenta.

Sendo assim e definitivamente também parece não existir lógica na chamada Ufologia, porém, existem fatos!
Infelizmente a teimosia dos “inimigos” preguiçosos e dos críticos “autômatos”, chega a ser maior que sua
arrogância, pois se tivessem dedicado algumas horas de pesquisa haveriam encontrado não a prova definitiva da
“visita dos extraterrestres”, mas subsídios suficientes para diminuir um pouco o volume de sua profunda ignorância.
O importante e problemático é que tais pessoas não conseguiram ainda discernir entre as teorias sobre o Fenômeno
OVNI e o fenômeno propriamente dito e assim, a confusão é imensa e causada, principalmente pela troca da
interpretação dada a um fenômeno em particular pelo fenômeno em si, ou seja, que os OVNI´s são “homenzinhos
verdes que viajam pelo espaço”. O objetivo da Ufologia é estudar o Fenômeno OVNI e não os OVNI´s!

Hoje o estudo está muito mais maduro e claro está que não se pode mais abraçar por inteiro as teorias de Erich von
Däniken, autor do clássico “Eram os Deuses Astronautas?”, que via nas “visitas extraterrestres” as respostas para
tudo. Däniken cometeu, talvez, os mesmos erros que seus críticos, ao partir de uma teoria e cegar-se às evidências de
outras possibilidades. Um outro exemplo clássico é sobre a postura do físico britânico Lord William Thomson
Kelvin que não aceitava os fatos e evidências simplesmente porque ainda eram desconhecidos. Certa vez um
geólogo entregou a Lord Kelvin alguns fósseis, dizendo que teriam cerca de 300 milhões de anos e isso provaria que
o Sol já brilhava naquele tempo, o que ainda não era plenamente aceito, pois de outra forma, os fósseis não
existiriam. Kelvin refutou energicamente aquela hipótese, insistindo que o Sol não teria toda aquela idade e aí está o
ponto que quero realçar. Lord Kelvin não sabia que o Sol é uma imensa usina termo-nuclear, pois o núcleo do átomo
somente foi descoberto em 1910 e o conceito era totalmente desconhecido em sua época. Lord Kelvin, como
cientista, deveria ter pensado melhor e honestamente ter dito que estava à frente de algo que desconhecia. A
pergunta adequada ao momento seria: “quem sabe se estes fósseis não estão nos dizendo algo que desconhecemos?”
Não se podem descartar fatos somente porque não se enquadram no conhecimento vigente. Assim também deve ser
com a Ufologia que ainda não possui meios de resolver todos os enigmas do complexo Fenômeno OVNI, mas, tem e
deve continuar a estudar as nuances do fenômeno, pois somente assim fará progressos.

O homem a esquerda da foto é Sir Eric Gairy - Arquivo IPECOM

A ONU E O FENÔMENO

Pena que poucos se lembrem (se é que algum dia souberam) que quase 15 anos já se passaram desde que talvez a
mais importante reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) ocorreu para discutir o fenômeno OVNI. Cabe
lembrar que, a discussão sobre tema na ONU, já havia ocorrido previamente pelo secretário geral U. Thant durante a
sua gestão entre 1961 e 1971, sendo posteriormente reatado pelo primeiro ministro de Granada, Sir Eric Matthew
Gairy (que teve experiência relativas ao fenômeno OVNI), em 1975, quem considerava que a investigação científica
do fenômeno deveria ser parte integrante das atividades da ONU em relação a sua importância mundial. Sendo
assim, durante a 32ª assembléia geral do Comitê Político Especial das Nações Unidas, ocorrido em 28 de Novembro
de 1977, Sir Eric Gairy, juntamente com o embaixador Wellington Friday, propuseram o estabelecimento de uma
agência ou departamento na ONU para promover, coordenar e disseminar os resultados das pesquisas sobre OVNI’s
e fenômenos relacionados.

No dia 27 de Novembro de 1978, durante a 33ª assembléia geral do Comitê Político Especial das Nações Unidas
estabeleceu finalmente uma agenda sobre o assunto OVNI, passando a ouvir cientistas envolvidos com a
investigação do fenômeno. Nessa reunião histórica, participaram como defensores do assunto o ex-astronauta Leroy
Gordon Cooper Jr. (comandante das missões Faith 7 e Gemini 5), o astrofísico Jacques Vallée, o engenheiro Claude
Poher, chefe do projeto francês de investigação (GEPAN), o Dr. Joseph Allen Hynek, o Tenente Coronel Lawrence
Coyne e outras tantas personalidades internacionais. Na reunião, iniciada por volta das 11:00 horas da manhã, teve
como item número 126 da agenda, discutir a possibilidade de se criar uma agência ou um departamento dentro das
Nações Unidas para realizar, reunir, coordenar e distribuir informações e resultados da investigação sobre a presença
dos Objetos Voadores Não-Identificados e fenômenos vinculados a nível mundial. Porém, curiosa e
lamentavelmente o Departamento de Estado dos EUA já se encontrava pronto para destruir essa possibilidade, sendo
que a delegação norte-americana não compareceu ao evento. Na reunião, o Sr. Eric Gairy, alentado por uma
favorável reação geral em relação a suas propostas, insistiu na necessidade de um trabalho científico a respeito do
assunto, buscando que a ONU adota-se uma resolução oficial para desenvolver novos e mais profundos estudos
sobre o fenômeno. Mesmo com a intervenção e exposição das personalidades cientificas presentes o resultado foi
negativo.

No dia seguinte, 28 de novembro de 1978, um artigo no jornal “New York Post” aparecia com a manchete “Estados
Unidos veta OVNI’s na ONU”, demonstrando a recusa norte-americana a qualquer atitude oficial frente ao
fenômeno. Como conseqüência, durante a reunião plenária da ONU realizada no dia 18 de dezembro de 1978 foi
firmada a decisão 33/426 que no item 2 dizia: “A Assembléia Geral convida os estados-membros interessados a dar
passos apropriados para coordenar em um nível internacional a pesquisa e investigação científica sobre vida
extraterrestre, incluindo objetos voadores não-identificados, e informar o secretário geral das observações, pesquisas
e avaliações de tais atividades”. O item 4 deste documento especificava que o Comitê de Usos Pacíficos do Espaço
Exterior permitiria que o representante de Granada, Sir Eric Gairy apresentasse suas idéias no ano seguinte (1979)
durante a realização da 34ª assembléia, para a efetivação das deliberações. Porém, a delegação norte-americana
prontamente alegou não querer destinar qualquer tipo de investimento para esse fim (mesmo tendo gastado mais de
US$ 500.000,00 dos cofres públicos só na realização do tal "estudo científico" realizado entre 1966 e 1968, e
conhecido por "Colorado Project Report" ou mais popularmente por "Relatório Condon - Condon Report", pela
Universidade do Colorado que, aliás, eu poderia contar em uma mão as pessoas que conheço, que leram este
trabalho de ponta a ponta), negando sua participação e desaprovando definitivamente a tentativa. Coincidência ou
não, naquele mesmo ano, o governo de Sir Eric Gairy sofreu um golpe através de uma revolução marxista
comandada por Maurice Bishop que tomou o poder acabando de vez com a idéia de se criar algo na ONU para
estudar o fenômeno OVNI. Mas o assunto não foi esquecido, outra reunião da ONU ocorreu em 1992, aonde este
assunto foi novamente, mas timidamente, tratado e aonde mais uma vez não houve nenhum resultado significativo.
Talvez se o assunto em pauta fosse para decidir invadir o Iraque ou aumentar o preço do petróleo, com certeza, não
acabaria sem uma decisão, unânime!

Pensar na possibilidade de existirem outros mundos habitados, além do nosso, sempre foi um tema concebido
apenas por filósofos, idealistas ou pelos adeptos da ficção-científica, mas quase sempre negado pelas religiões.
Escritores como Júlio Verne, Herbert George Wells e muitos outros, imaginavam, bem antes do século XX, uma
vida extraterrestre dentro de um contexto tecnológico além de qualquer realidade, porém, com alienígenas
formatados dentro de um comportamento ambicioso e individualista, às vezes similar ao humano, quase sempre
violento, agressivo e até com fixação por uma invasão para o domínio total da Terra. E esta linha de pensamento, se
manteve acesa durante décadas, propiciando e alimentando o surgimento de livros, histórias em quadrinhos, novelas
e mais tarde, filmes no cinema e na televisão, praticamente calcados numa visão escatológica e absurda aonde, a
ambição extraterrestre pelas riquezas do nosso mundo, ignoram totalmente o respeito pela vida humana.

Representação de “Ashtar Sheran” em imagem que teria sido


supostamente plasmada na maquina fotográfica do “contatado”
Eugênio Siragusa
© Eugênio Siragusa

Meu interesse particular pelos OVNI’s vem desde a infância, aonde alguns estranhos fenômenos ocorreram e que
hoje procuro relembrar e criticar com mais propriedade e imparcialidade. Devido a estas e outras experiências e a
minha facilidade autodidata, passei a estudar, pesquisar e criar métodos próprios de pesquisa que renderam algumas
situações fascinantes e ímpares. Uma delas foi estar frente a frente com um objeto esférico de cor vermelha que
surgiu de repente no meio da mata aonde eu me encontrava e por cerca de 10 segundos fez evoluções “erraticamente
inteligentes”, voltou para dentro da mata e retornou fazendo mais evoluções e alterando sua cor para laranja-
amarelo, para depois simplesmente desaparecer emitindo um “flash” (potente como o de uma máquina fotográfica).
Eu não estava sozinho e tampouco sob efeito de alguma droga ou processo alucinatório. Muito menos era o objeto
um vaga-lume; relâmpago esférico; fenômeno atmosférico; “minha capacidade paranormal”; etc. Era simplesmente
um Objeto Voador Não-Identificado que conseguiu excitar o magnetômetro que eu carregava; deixar a bússola
desorientada e ainda como que “sugar” ou “super-energizar” a lanterna que eu carregava, queimando sua lâmpada.
Para se ter uma idéia este fenômeno foi idêntico a aquele mostrado no clássico “Contatos Imediatos do Terceiro
Grau”, aonde uma pequena bola vermelha faz evoluções e acompanha as aeroformas maiores. Acredita-se que estas
esferas ou bolas sejam algum tipo de “sonda” utilizada para fazer algum tipo de varredura espectral no ambiente em
foco. Na verdade, tenho minha própria hipótese do que sejam estes objetos. Estas experiências e as pesquisas me
levaram a compreender e a se aprofundar numa das faces do fenômeno OVNI pouco explorada e muito mais
complexa, focada no choque de civilizações e relações interculturais, através de um estudo transdiciplinar. Devido a
isso e a circunstâncias em que acabei envolvido, passei a estudar os chamados “contatados” (termo que não creio ser
correto) e seus “contatos”. Os “contatados” são pessoas interessantes, pois não somente alegam ter tido avistamentos
de OVNI’s bem como mantido contatos próximos com seus supostos tripulantes, tornando-se estes, muitas vezes,
mais um “amigo” do que um extraterrestre. Um dos supostos extraterrestres que ficou “famoso” no cenário
ufológico seria "Ashtar Sheran" que é o assunto deste trabalho. A princípio pode parecer que este é um tema de
malucos e que esta entidade não passa de uma fantasia, mas, como veremos mais adiante, existem evidências que
indicam que algo de muito estranho, complexo e por vezes perigoso está acontecendo.

As inúmeras narrativas de alguns “contatados” demonstram que estes acreditam ouvir e perceber imagens, vozes e
sons dentro de suas mentes, como se estivessem submetidos a uma fonte externa que parece dominar o
conhecimento parapsicológico e manipular a pessoa em foco através de uma espécie de telepatia (4). Para o leigo
pode parecer que estes tipos de contatos se enquadram perfeitamente na doutrina espírita, aonde os médiuns dizem
receber espíritos de pessoas mortas e, ocasionalmente até de entidades que se dizem extraterrestres, mas, como foi
demonstrado através de várias pesquisas e trabalhos, principalmente os conduzidos pela pesquisadora brasileira
Gilda Moura (5), os “contatados” demonstram diferenças marcantes na maneira como “recebem” as informações, o
que os distanciam de qualquer associação com as práticas espíritas.

Como a questão dos OVNI´s e seus tripulantes parecem esbarrar em conceitos que a revolução quântica trabalha e
descobre a cada dia, não posso deixar de citar as diversas outras hipóteses que devem ser seriamente levadas em
consideração e que são as possibilidades de formas de vida que habitariam outros “planos de ocorrência” (como
denomino) ou dimensões e que conseguem ou por acidente ou por vontade própria acessarem estas diversas
realidades e assim se passar ou serem confundidos com santos, aparições, anjos, duendes, gnomos, extraterrestres,
mestres ascencionados, etc. O assunto é vasto e poderá ser explorado numa próxima oportunidade. Um trabalho que
muito recomendo, para se ter uma melhor idéia deste assunto são os livros do físico Prof. Newton Milhomens (veja
box nesta edição), que através de hipóteses de trabalho aborda a questão da existência de seres “dimensionais”, com
maestria e vão de encontro ao que penso sob o tema.

Esta é uma das últimas fotografias de Thelma “Tuella” Terrel


© Astral Resarch Org

ASHTAR SHERAN: FATO EVIDENCIADO OU MITO IDEALIZADO?

Voltando ao tema "Ashtar Sheran" que no idioma Sânscrito significa: “O SOL QUE MAIS BRILHA”, acreditava-se
que a primeira menção a esta entidade teria sido feita pelo “médium” alemão Herbert Victor Speer, em 1958, líder
de um movimento em Berlim conhecido por "Space Brothers Movment", através da obra psicografada “A Grande
Missão Celeste de Ashtar Sheran”, aonde consta que "Ashtar Sheran" seria “Comandande-em-chefe da Frota
Extraplanetária, da Confederação Intergaláctica da Grande Fraternidade Branca Universal” mas, a pesquisa mais
atenta mostra que menções a esta entidade foram feitas alguns anos antes pelo suposto “contatado” norte-americano
George W. Van Tassel que era piloto de testes da Howard Hughes, Douglas Aircraft e inspetor de aeronaves da
Lockheed-Martin, uma das maiores empresas de tecnologia aeroespacial do mundo. George Van Tassel morava no
sul da Califórnia e já aposentado, começou a fazer “canalizações” (6) e a difundir o chamado contato psíquico com
supostas entidades de origem alienígena.

O ano era 1952, quando George publicou seu primeiro livro intitulado “I Rode a Flying Saucer”. Neste livro,
baseado praticamente nas “comunicações” psíquicas de George está escrito que o “Comandante Ashtar Sheran”
anunciava sua presença e chegada “oficial” a Terra em 18 de Julho de 1952. Segundo as descrições do "contatado",
"Ashtar Sheran" seria um extraterrestre de nível "etéreo", ou seja, de consistência puramente em forma de energia,
devido a sua "escala vibratória superior". Também é descrito que “Ashtar Sheran” teria aspecto andrógeno; com
estatura entre 1,90 e 2,20 metros; cabelos longos e de cor loiro claro ou branco azulado; sua roupa seria formada por
uma espécie de macacão com botas de aspecto dourado; no peito, ostentaria um símbolo formado por sete estrelas e
na cintura, uma espécie de cinto com uma pedra ou objeto em alto-relevo a mostra. Na verdade, as descrições
atribuídas a este ser são várias, já que a sua forma aparentemente física variaria de acordo com a galáxia ou Planeta
que ele estivesse atuando. Este ser também se apresenta dizendo estar a serviço de “Sananda”, que seria o Jesus
Cristo que os católicos e cristãos falam, já que para os judeus, não existia um “Jesus Cristo”, somente uma pessoa
conhecida por Ieshu ou Jesus; o termo “Cristo” é criação do polêmico apóstolo Paulo ou Saulo de Tarso. Voltando a
“Ashtar Sheran”, este ser também diz ser representante das civilizações extraplanetárias, sendo o “Comandante-em-
chefe” da “frota de espaçonaves confederadas”, entidades esta que seria formada por inúmeras formas de vida de
diferentes civilizações e com as mais variadas aparências e formas e que decidiu atuar a partir do momento em que
habitantes do Planeta Terra começaram a fazer testes com artefatos atômicos e termo-nucleares. Algumas das
funções mítica deste ser seriam então, a de enviar mensagens aos habitantes do Planeta Terra, para que estes
tomassem consciência de suas ações; orientar e ajudar durante os períodos de transição da Terra para uma
“dimensão superior” e resgatar seres-humanos que estivessem “preparados” ou em perigo, para serem novamente
recolocados na Terra, após um inevitável cataclismo que estaria se aproximando. George acreditava que este ser
procedia de Vênus (embora em algumas passagens e comunicações existe a menção de que “Ashtar Sheran” viria de
um Planeta de nome Methária que orbitária o sistema trinário de Alfa do Centauro), aonde, esotericamente, existiria
um tipo de forma de vida de natureza dimensional e distinta da humana. Em 1954 George Van tassel, sob orientação
das entidades que o contatavam promoveu um evento no deserto de Mojave, perto de Landers na Califórnia, num
local denominado Giant Rock que reuniu milhares de simpatizantes, místicos, curiosos, “contatados”, agentes do
FBI e fanáticos pelo tema. Em 1956, chegou a publicar outro livro, chamado “Into this World and Out Again”,
aonde forneceu mais informações “canalizadas” sobre vários aspectos filosóficos do mundo. Como a maioria dos
“contatados” George Van Tassel também parece ter sofrido da chamada “Síndrome do Contatado” (7) e passou a se
dedicar à criação de movimentos “cósmicos” e ao desenvolvimento de aparelhos e instrumentos que teriam a
finalidade de ampliar as capacidades mentais e adormecidas dos seres-humanos (esta, aliás, torna-se uma prática
constante em pessoas que dizem manter contatos com extraterrestres, aonde estes induzem a construção de aparelhos
estranhos que jamais funcionam ou que empregam conceitos teóricos distorcidos a respeito de um assunto). Um
destes aparelhos denominado “Integratron”, que segundo as palavras de George Tassel o descreve como: “The
purpose of the Integratron is to recharge energy into living cell structure, to bring about longer life with youthful
energy". Infelizmente esta sua invenção jamais chegou a ser finalizada e George faleceu em 9 de Fevereiro de 1978.
Mas, as investidas de “Ashtar Sheran” não terminaram por aí. Existe muita similaridade entre os contatos de George
Tassel e um outro famoso “contatado” chamado George Adamski, polonês que veio para os EUA em 1893 e que
também dizia manter contatos com seres de Vênus e também de Marte e Saturno, sendo que algumas descrições de
"Ashtar Sheran" ditas por George Tassel, se assemelham aos seres descritos por George Adamski. Curiosamente
Adamski morava na Califórnia e teria começado a ter algumas experiências em 1946. Após seu famoso contato de
1953, também no deserto da Califórnia(!), Adamski passou a divulgar uma filosofia messiânica e cósmica, baseada
no que os seres lhe transmitiam, chegando a fundar uma organização denominada IGAP (International Get
Acquinted Program) e um outro culto denominado “Royal Order of Tibet” e chegou a escrever 3 livros sobre suas
aventuras: “Flying Saucers Have Landed” (1953), “Inside the Space Ships” (1955) e “Flying Saucers Farewell”
(1961). Adamski faleceu em 26 de Fevereiro de 1965. Outro “contatado” famoso também dos EUA fundou a
chamada “Sociedade Aetherius” em 1955, baseado em informações transmitidas por supostos alienígenas, entre eles,
novamente “Ashtar Sheran”. Coincidência ou não, o nome deste “contatado” era George King que faleceu em 1997.
Aliás estas coincidências de George’s são um tema interessante, quem sabe para uma próxima oportunidade. Vale
observar que novamente, coincidência ou não foi logo após a produção do clássico filme “The Day the Earth Stood
Still” (O Dia em que a Terra Parou), em 1951 que a era “moderna” do “contatismo”, aonde seres de aspecto
humanóide e com mensagens de alerta para a humanidade, se iniciou de forma pública e evidente. Antes disso, um
filme francês produzido em 1902 por George Mélies (outro George!) chamado “La Voyage dans la Lune” (A
Viagem a Lua) deve ter sido o primeiro a falar de contatos entre seres-humanos e extraterrestres.

Uma outra “contatada” famosa, foi a pessoa que na Terra recebeu a “autorização” da própria entidade "Ashtar
Sheran", para ser sua biógrafa oficial. Me refiro a Thelma Terrel (falecida em 1993), conhecida nos meios esotéricos
e místicos pelo codinome “Tuella” que dizia ter pertencido a frota de espaçonaves do “Comandante Ashtar” numa
existência passada. Como muitos outros "contatados", Thelma Terrel se auto-intitulava uma pessoa de origem
extraterrestre, acreditando ser uma “entrante” ou “walk-in”(8) .Um dos livros de Tuella, chamado “Ashtar -
Brotherhood of Light” , totalmente canalizado, descreve que “Ashtar Sheran” é comandante de uma colossal
astronave que está próxima a atmosfera da Terra e que na história da Terra, ele seria conhecido como sendo o
“Arcanjo Michael ou Miguel” citado nos livros bíblicos e a serviço do “Governo do Grande Sol Central desta
Galáxia”. É importante destacar que toda comunicação mental está sujeita a inúmeras interferências, advindas de
paradigmas, formação moral e cultural da pessoa que diz estar recebendo a mensagem. Sendo assim, é possível que
os nomes dos supostos extraterrestres possam estar sendo interpretados de forma errada e contato após contato, a
confusão se perpetua.

Segundo alguns seguidores, o melhor “canal” da entidade “Ashtar Sheran” teria sido o também alemão Hermann Ilg
de Reutlingen, Alemanha, que faleceu em 1999 com 80 anos. Este “contatado” acreditava estar em contato com os
chamados “Santinians”, de onde “Ashtar Sheran” seria originário e que teriam dito que habitavam o terceiro Planeta
a orbitar a estrela Alfa Centauro A (chamado Methária). Segundo o próprio “Ashtar Sheran”, este Planeta teria um
clima equilibrado e uma fauna/flora mais diversa do que a da Terra. Os habitantes deste Planeta passariam a maior
parte de suas vidas no espaço, como pesquisadores. A função deles seria algo parecido com a missão protagonizada
pelos tripulantes da espaçonave “Enterprise” da série “Jornada nas Estrelas”: buscar, reconhecer e estudar outras
formas de vida. Esta civilização teria o desejo de ajudar a civilização da Terra, sempre respeitando o nosso “livre-
arbítrio”, e jamais nos forçando a algo, como, segundo estes seres, fazem as entidades extraterrestres de Órion,
conhecidos na Terra como “Grays” ou “Greys”. A entidade “Ashtar Sheran” também teria contatado o alemão Ethel
P. Hill e o suíço Karl Schönenberger.

Esta é a capa da obra “Oahspe”, uma espécie de bíblia confusa e


polêmica

Neste ponto é bom observar que grande parte dos “contatados” aqui citados e seus seguidores sempre deixaram claro
que nada tem a ver com uma organização conhecida por “Ashtar Command” ou “Comando Ashtar” e a
personificação que estas fazem da entidade “Ashtar Sheran”. Esta organização teria sido iniciada por um homem
chamado Robert Short (ou também conhecido por Bill Rose) que era o editor de uma revista veiculada nos anos 50
chamada “Interplanetary News”. Robert Short era amigo de George W. Van Tassel e insistia a este que as
comunicações de “Ashtar Sheran” deveriam se tornar populares e comerciais, para que Tassel e ele ficassem
“famosos” e não para trazer alguma verdade ao público, ou seja, o foco deveria ser lucro para eles. Como George
Van Tassel, parecia não concordar com estes termos, criou o seu próprio “Ashtar Sheran”, através da organização
“Ashtar Command”, o que, segundo as pessoas incumbidas de preservar o trabalho de George Van Tassel acabou
por criar uma aura de misticismo e fanatismo em torno da figura de uma entidade clonada de “Ashtar Sheran”,
transformando-o num “filósofo metafísico” aonde alguns poucos “escolhidos” aqui na Terra fariam parte de uma
“elite espiritual”. Mais uma vez a vaidade humana entra em cena.

No Brasil, existem várias entidades e pessoas que dizem manter contato com a entidade “Ashtar Sheran” e são
orientadas a seguir seus ensinamentos. O mais conhecido e talvez mais antigo seria o CEEAS – Centro de Estudos
Exobiológicos Ashtar Sheran, localizado em Salvador, Bahia e com filiais em Brasília, São Paulo, Curitiba e Natal.
Foi fundado por Paulo Fernandes, em 1973, que teria mantido “contatos” físicos e telepáticos com “Ashtar Sheran”
desde 1969 e teria sido o próprio “Ashtar Sheran” que teria pedido para que Paulo Fernandes fundasse a entidade
com o objetivo de estudar e divulgar a presença de extraterrestres na Terra e suas supostas mensagens. Hoje a
entidade é coordenada por Ana Santos e Marco Vinicius Almeida e segundo este a entidade não é nenhuma forma de
seita ou religião e também não gosta de ser vinculada a chamada “ufologia mística”, que cultua “Ashtar Sheran”
como um novo messias, mas acredita na versão que até o próprio Jesus Cristo seria membro da equipe do
“comandante” extraterrestre. Nestes termos, Jesus Cristo ou “Lord Sananda” seria o representante da Terra na
“confederação intergaláctica”.

Outro “contatado” brasileiro que garante manter contato com “Ashtar Sheran” é o professor Lúcio Valério Barbosa
que reside no Mato Grosso do Sul, aonde realiza trabalhos na Colônia Boa Sorte. Lúcio diz que esta entidade se
apresenta como sendo “comandante de uma frota de naves estelares em missão na Terra”. A história é a mesma:
poderes paranormais; ajuda humanitária, etc, tudo “doado” pela entidade. Como curiosidade, no Chile, vive um
“contatado” que diz ser filho de “Ashtar Sheran”, seu nome é Aaron Sheran!

Mas a verdade é que as referências ao nome Ashtar podem estar relacionadas as descrições feitas pelo auto-
proclamado médium e dentista norte-americano, que vivia em Nova Iorque, chamado John Ballou Newbrough que
teria psicografado ou “canalizado” a obra "Oahspe", no ano de 1882. Nesta obra John Ballou, que alegava que as
“sagradas escrituras” foram reveladas a ele por “entidades angelicais”, faz referência a estes seres espirituais que
viajariam em naves “etéreas” e que teriam a missão de proteger mundos menos desenvolvidos. O nome destes seres
seriam "Ashar" e o plural seria "Ashars". As descrições destes seres os mostram como altos, corpo atlético e de
morfologia humanóide, aparência nórdica, cabelos loiros ou alvos e olhos azuis. Possuem um olhar penetrante e
desafiador, sendo que estariam interessados em pesquisar e compreender as formas de vida existentes no Universo e
assim compreender a sua própria existência. Seriam na verdade como uma espécie de “antro-arqueo-psico-exo”
cientistas! Outra menção interessante é que existem referências nesta obra a um místico local chamado de “Sham”
que é muito coincidente com o nome que “Ashtar Sheran” designa para a Terra: o Planeta Shan. Anos mais tarde,
John Ballou fundou uma religião própria, chamada de “Faitismo” (Faithism) a qual, até os dias de hoje, ainda possue
um pequeno número de seguidores. O “Faitismo” e a obra “Oahspe” não são conhecidas do público em geral, pois
não são feitas propagandas em torno do assunto, permanecendo mais numa condição sectária. A própria obra
“Oahspe” é volumosa, pois contêm mais de 900 páginas e centenas de ilustrações bizarras e de difícil compreensão.

Outras referências interessantes sobre "Ashtar Sheran", estão nos trabalhos do peruano Dr. Victor Yañez Aguirre,
médico e parapsicólogo do Hospital da Polícia do Peru, tendo sido ainda presidente da Associação Peruana de
Parapsicologia e presidente da Sociedade Teosófica. Uma de suas pesquisas é relativa à experiência vivida pelo
“contatado” Eugênio Siragusa (mestre do famoso estigmatizado e que se diz “contatado”, Giorgio Bongiovanni) na
Itália. Os “contatos” de Eugênio Siragusa ocorreram a partir de 30 de Abril de 1962 aonde ele alegava ter mantido
contato com várias entidades de origem extraterrestre, entre elas "Ashtar Sheran" nos arredores do vulcão Etna
localizado na Sicília. Mais adiante veio a contatar, de forma casual, um ser chamado "Adoniesis" que também se
comunicava de forma telepática e, de acordo com as descrições do “contatado”, não pertencia à nossa dimensão. As
descrições de Eugênio para "Ashtar Sheran" é a de um ser de aspecto atlético perfeito, vestindo uma espécie de
macacão de cor cinza prateado, com braceletes luminosos nos pulsos e tornozelos. Ainda segundo Eugênio, o ser
"Ashtar Sheran", acompanhado de seu “primeiro tenente”, o ser “Ithacar” teria dito que era o “Comandante dos
Povos Confederados” em missão sobre a Terra. Disse que tinha uma importante mensagem para os cientistas e
chefes de estados: que deveriam cessar com todos os experimentos nucleares na atmosfera e no subsolo e convidava
a humanidade do Planeta Terra a viver em paz, justiça e fraternidade.

Um outro caso pesquisado pelo Dr. Aguirre envolveu o engenheiro Enrique Castillo Rincón na Colômbia que
chegou a contatar dois extraterrestres denominados de "Cromacan" e "Krisnamerk", que se diziam provenientes de
um grupo de estrelas localizadas nas Plêiades. Estes contatos na Colômbia se iniciaram devido a outra experiência
ocorrida em 1973 nos EUA com uma pessoa de carro que circulava por uma rodovia quando repentina mente, sem
razão aparente, o veículo saiu da pista e colidiu violentamente contra uma árvore. Imediatamente outros carros
próximos pararam na intenção de socorrer o motorista. Mas qual não foi a surpresa de todos ao ver que não havia
ninguém no interior do veículo. A polícia identificou os restos do carro como sendo de propriedade de um jovem
venezuelano radicado nos EUA. Segundo sua ficha de estudos e pelos depoimentos recolhidos, o jovem havia sido
um brilhante estudante de engenharia, muito querido pelos seus amigos e colegas e que, até recentemente, trabalhava
numa usina nuclear local.

Durante as semanas seguintes ao incidente, a polícia e autoridades do governo norte-americano foram mobilizadas
na tentativa de elucidar o caso, mas, após longas e trabalhosas investigações, não conseguiram chegar a nenhuma
conclusão que esclarecesse o mistério. O corpo simplesmente havia desaparecido. E o pior, o que complicava tudo,
era que o desaparecimento não deixara qualquer vestígio e ocorrera na presença de todos os que naquele momento
transitavam pela rodovia.

As buscas continuaram durante meses, mas sem obter nenhum resultado. As autoridades haviam comprado uma
incômoda dor de cabeça. Os órgãos diplomáticos exigiam um desfecho e uma conclusão. A pressão dos parentes e
amigos se avolumava.

A família, que morava numa pequena e pacata cidade na periferia de Caracas, recebeu, algum tempo depois, um
comunicado oficial, o qual ratificava as estranhas condições em que o jovem engenheiro desaparecera. As
informações eram contraditórias e difusas, assim como um tanto obscuras, já que as autoridades norte-americanas
consideravam o sumiço como um caso de vingança, provavelmente seguido de assassinato. Porém, como não havia
um corpo a remeter, limitaram-se a enviar todos os seus pertences e bens pessoais. Sem mais esclarecimentos e em
vista do ocorrido, os familiares tiveram de se conformar com a perda.

Sendo espíritas, e insatisfeitos com a cruel e triste forma de terem sido despojados do seu jovem e querido filho, os
familiares decidiram realizar uma sessão mediúnica, na qual convocariam a alma do suposto falecido para saber
detalhadamente do acontecido e, assim, despedirem-se finalmente, desejando-lhe os melhores votos de paz e
felicidade nessa sua nova condição! O médium receptor seria um jovem estudante de medicina, amigo e antigo
colega do falecido.

Este é o aparelho denominado “Integratron”, cuja construção teria sido instruída pela
entidade “Ashtar Sheran”

A expectativa era grande, todos aguardavam estreitar seus laços com o infortunado rapaz. Conforme o tempo
transcorria, uma curiosa e estranha névoa azulada formava-se ao lado do sensitivo, assumindo vagarosamente a
forma de uma nuvem circular. Essa forma gasosa emitia uma luz tênue, lembrando fumaça de cigarro iluminada ou
fosforescente que, a intervalos, aumentava sua intensidade. Parecia que pulsava. Rapidamente a névoa compactou-se
formando uma semi-esfera e do seu interior surgiu uma sombra. Lentamente, do desconhecido, uma forma
humanóide aparecia. Era um ser semelhante a um ser-humano mas de aspecto “angelical”. O rosto era belo, de
traços suaves e bem delineados, mas sem perder o ar sério e severo. Os olhos eram claros e ligeiramente rasga dos, o
cabelo era comprido e loiro, penteado para trás. Seu corpo era proporcional, esguio e atlético, sua altura beirava 1,80
metros aproximadamente com os membros perfeitamente normais e mostrando o contorno dos músculos. Vestia-se
de forma simples, ostentando um macacão folgado com as mangas acabando em punhos apertados, botas
semelhantes ao couro, de cano longo sem folga, e um cinto largo na cintura.
A figura humanóide colocou-se à frente da luz, em pé, olhando sério para o grupo que, totalmente atordoado, não
conseguia compreender o que estava se passando. O ser de origem desconhecida, olhou para o médium que em
seguida começou a falar, como se estivesse recebendo uma mensagem através da telepatia: “Não temam, não lhes
farei nenhum mal, meu nome é ASHTAR SHERAN, sou Comandante da frota de espaço naves de Ganímedes. Seu
filho não está morto e nem perdido, encontra-se entre nós. Veio por livre vontade e deseja permanecer conosco, não
se preocupem pois ele estará bem”. O ser continuou a falar, oferecendo um panorama de eventos que deveriam se
concretizar ao longo dos anos seguintes até que terminou dizendo: “Estes fatos [referindo-se à autodestruição da
humanidade] serão concretizados como conseqüência dos seguintes aspectos: aparecerá um líder político no futuro,
dentro do conglomerado social dos países unidos que dominará as massas e regerá os destinos sociais e econômicos
dos demais países. O seu poder estará auxiliado por mecanismos que ele mesmo colocará em jogo, como conhecedor
das leis metafísicas e, em seguida, se produzirá a invasão dos continentes. E quero avisá-los que a paz assina da na
região que chamam de Vietnã, servirá de degrau imediato para o conflito bélico seguinte entre árabes e judeus. A
isso se seguirão terremotos que devastarão cidades e que tentaremos alterar para evitar piores danos” e dito isto,
retornou à luz e desapareceu.

Este incrível acontecimento foi bem pesquisado pelo investigador colombiano Eng. Enrique Castillo Rincón que,
após algum tempo, aproveitaria o acontecido na Venezuela para fazer uma experiência similar na Colôm bia,
reunindo, para isto, uma equipe de sensitivos selecionados, os quais buscariam entrar em contato telepático com
alguma inteligência extraterrestre e cujos resultados obtidos foram satisfatórios, sendo que novamente o ser
denominado "Ashtar Sheran", voltou a se manifestar.

Outra pesquisa, digna de conhecimento é a que acompanhei bem de perto por quase 15 anos em torno dos irmãos
peruanos Sixto José Paz Wells, Carlos Roberto Paz Wells e Rose Marie Paz Wells, sendo estes filhos de José Carlos
Paz Garcia Corrochano, fundador do IPRI – Instituto Peruano de Relações Interplanetárias (9).

Numa das muitas experiências que este grupo alega ter vivido, está uma em particular que considero interessante em
vários aspectos e que se reporta ao tema que ora desenvolvemos. Estes acontecimentos teriam ocorrido em 1974, no
deserto de Chilca, Peru, aonde uma aeroforma de formato lenticular teria pousado e dela uma forma humanóide teria
surgido e se identificado como sendo o comandante da frota de espaçonaves que estão destacadas para trabalhar no
Sistema Solar. Seu nome seria ANTAR SHERART, nome muito parecido ao de ASHTAR SHERAN, que se
identificava como comandante da frota de espaçonaves de Ganímedes, satélite natural de Júpiter.

Segundo as informações fornecidas pela entidade, as sílabas "SH" e "ER" do sobrenome significam "comando" e
"dignidade" respectivamente e a sílaba "SHER" faria parte da composição de ambos os nomes como indicativo da
“função” desempenhada por estas entidades. As sílabas finais como "ART" e "AN" determinariam a “jurisdicão”,
“alçada” e “competência” de seu comando. Estes dois nomes em particular têm provocado muita confusão, pelo fato
de serem parecidos.

Porém, a figura de "Ashtar Sheran" erroneamente ganhou maior abrangência através do espanhol Juan José Benitez
López, que antes de ser um escritor famoso era um repórter desconhecido e sem expressão de um periódico chamado
“Gaceta del Norte de Bilbao”. Quando as notícias sobre "Ashtar Sheran" e OVNI´s vindas da América do Sul,
através das experiências dos irmãos Wells já estavam chegando na Espanha, Benitez foi enviado à América do Sul
para levantar mais informações. Isto ocorreu porque a Espanha a pouco havia sido bombardeada com o "ufo-culto"
dos "ummitas" ou "umnitas" e o assunto estava ainda em evidência. Assim o jovem e pretensioso repórter
acompanhou várias experiências de grupos de “contatados” ocorridos no Peru, Espanha, Venezuela e Colômbia, e
foi devido a isto que escreveu seus dois primeiros livros contando estas aventuras. O primeiro se chamava “OVNIS:
SOS A LA HUMANIDAD” e contava exclusivamente as experiências dos irmãos Wells que haviam fundado uma
organização chamada “Misión Rama” e que aqui no Brasil ficou conhecida por “Missão Rama” e mais tarde por
“Projeto Amar” e um outro livro chamado “100.000 KM TRAS LOS OVNIS”, contando mais situações de grupos
de contato que ele mesmo teria investigado. Nestas duas obras foi aonde Benitez misturou muitas informações e
inventou outras tantas que acabaram por dar a entidade “Ashtar Sheran” uma fama que não existia. Isto nos mostra,
através de um exemplo real, como uma informação errada pode provocar grandes confusões e ainda se transformar
numa espécie de lenda que mesmo com muita explicação e esclarecimento não consegue reparar os estragos
causados.

Esta é uma imagem do “contatado” norte-americano, George W.


Van Tassel

Outro dado interessante e que acredito seja de pouco ou nenhum conhecimento reside no fato curioso de quem em
1973 ou 1974 foi lançado um livro justamente no Peru, chamado "Yo Visite Ganimede" de Yosip Ibrahim,
pseudônimo do “contatado” peruano José Roscielos. Este livro, segundo o autor, narra suas experiências de supostos
contatos com extraterrestres ("Ashtar Sheran" inclusive) vindos de Ganímedes. Yosip diz que viajou até Ganímedes
em uma nave destes seres, aonde lhe foi informado a presença extraterrestre desde a antiguidade da Terra (Sumérios,
Egípcios, na Bíblia, etc); as idéias de resgates de pessoas que teriam sido “eleitas” para serem salvas; as famosas
previsões de fim de mundo, que segundo estes seres, ocorreria em 2001 e outras alegações fantásticas. O fato é que
esta obra foi a que teria influenciado quase todo o país e boa parte da América do Sul mas, curiosamente, não
chegou no Brasil. Sendo assim, com tantas fontes diversas de informação, resulta difícil averiguar o que de fato
ocorreu naqueles anos e o nível de contaminação que pode ter ocorrido o fato é que coincidentemente a conhecida
“Misión Rama” também surgiu em 1974 e contando uma história parecida.

Ainda contando um pouco mais sobre Benitez, ao que parece ele teria manipulado um grande número de
informações a seu favor simplesmente para ficar famoso. É difícil admitir a idéia de que ele, como pesquisador que
se dizia ser, tivesse ignorado a existência deste livro, pois sabe-se hoje que esta obra chegou a ser bastante
comentada no Peru nos anos 70. Tudo parece indicar que foi mais uma vítima da "doença fatal da certeza" que
acomete muitas pessoas, sejam cientistas ou não e ninguém está livre deste "mal", que é fácil de ser adquirido;
demorado de ser reconhecido e difícil de ser tratado e eliminado.

O fato é que ainda sobre "Ashtar Sheran", muitas pessoas públicas, famosas e do meio artístico (inclusive muitas de
nacionalidade brasileira) estão envolvidas em "ufo-cultos" e outros movimentos de estilo messiânico e escapista.
Existem basicamente duas vertentes de informações sobre a situação do Planeta, do ser-humano e do provável futuro
que nos aguarda e ambas estas vertentes são atribuídas a "Ashtar Sheran". Este é o ponto que considero crucial para
separar o prestável do imprestável. As informações vindas das duas faces de “Ashtar Sheran” são tão antagônicas e
contraditórias que resulta difícil acreditar que venham da mesma fonte. Uma das faces desta entidade se apresenta
como “comandante” de uma frota de milhares de naves e distribui promessas de evacuação e resgate de pessoas aqui
da Terra quando a mesma estiver na eminência de uma destruição total. Um dos projetos criados por fanáticos desta
face de "Ashtar Sheran" seria o chamado "Project World Evacuation", do qual muitos artistas famosos, como Nina
Hagen, fizeram parte e que retiraria da Terra, alguns poucos "escolhidos" para que escapassem da destruição e
voltassem quando a situação estive normalizada, como se retirar o problema, fosse a solução. Foram também
divulgados vários "mandamentos" do referido ser por diversas comunidades e agrupamentos esotéricos bem como
foram realizadas várias “previsões” por porta-vozes de "Ashtar Sheran" que, claro, nunca ocorreram.

Talvez uma contribuição negativa que agravou ainda mais o problema tenha vindo de uma boa intenção de um
brasileiro, o falecido radialista e repórter da Rede Bandeirantes de Rádio e TV de São Paulo, Alexandre Kadunc.
Sempre interessado pelos assuntos metafísicos e pelo fenômeno OVNI e ainda preocupado com a situação ecológica
do Planeta, Alexandre utilizou a imagem de "Ashtar Sheran" que já estava conhecida como uma espécie de protetor
do Planeta e nos anos 80 começou a divulgar a famosa “Mensagem de Ashtar Sheran” (10) como forma de chamar a
atenção das pessoas para os problemas sociais e políticos do mundo. Foi assim que muitas pessoas passaram a captar
e a gravar a tal mensagem em seus aparelhos caseiros de gravação. Com o tempo, a situação começou a ficar
conhecida e cada vez mais pessoas apareciam com as mensagens gravadas, obtidas nas mais diversas situações.
Algumas diziam estar gravando uma música de um disco e a mensagem aparecia quando se ouvia a gravação; outras
diziam que a mensagem aparecia gravada mesmo com o aparelho desligado da tomada; outras ainda diziam ter
recebido instruções do próprio “Ashtar Sheran” para fazer a gravação; e muitas diziam que um amigo de um amigo
de outro amigo tinha feito uma gravação de algo. Eu cheguei a analisar várias destas gravações e a quantidade de
versões, acréscimos e cortes em comparação com a mensagem original eram gritantes. Muitas versões mostravam
até os nomes das pessoas que haviam feito a gravação como as representantes oficiais de "Ashtar Sheran"; outras
ainda colocavam atributos de super-herói a suposta entidade e outros colocavam que a “salvação” estava em ouvir
suas idéias pessoais. Ocorre também que muitas pessoas munidas de estações de rádio amadoras (rádios piratas,
faixa do cidadão – PX, etc), conseguiam gerar interferências e ter potência suficiente para sobrepujar o sinal de
rádios e assim, conseguir transmitir várias versões da tal mensagem e, quanto mais perto destas estações irregulares,
mais nítido e forte era o sinal captado. Quantas pessoas conseguiram fazer estas transmissões; quantas versões
existem desta mensagem e quantas pessoas se sentiram especiais, nunca iremos saber!

Uma outra interpretação de Ashtar Sheran, segundo uma organização


que prega sua existência. A descrição diz que Ashtar Sheran é uma
entidade de elevada espiritualidade e comandante do grande esquadrão
cósmico de 10 milhões de espaçonaves
© Cosmic People

Enfim estava claro e evidente que foi um longo período em que mensagens com um teor apocalíptico alternavam-se
com outras messiânicas, estimulando gradualmente, e de maneira perigosa, a fantasia e os egos de cada pessoa. A
situação do mundo estava fragilizada politicamente pelo fantasma da chamada “guerra fria” e a cada dia que
passava, muitos ficavam esperando o “apertar de botões” das duas maiores potências da época, iniciando assim o
confronto nuclear, tão aguardado por uns e temido por outros. Não faltavam pessoas que já se consideras sem
diferentes ou escolhidas por "Ashtar Sheran", sentindo-se seres especiais numa missão mais especial ainda, o que
hoje sabemos tratar-se de um fenômeno conhecido por “dissonância cognitiva”(11). Considero importante ter em
mente que todo este período de contatismo poderia ter mesmo sido propositalmente elaborado e utilizado por
inteligências terrestres ou quem sabe extraterrestres, para nos testar, procurando medir ou conhecer nossas
fraquezas. Isto se enquadra no que é conhecido por PWT (Phsycological Warfare Techniques).

De qualquer forma, as extensões e desdobramentos de alguns grupos que se dizem ligados a "Ashtar Sheran" e
outras supostas entidades são realmente preocupantes. Estas manifestações servem para corroborar uma hipótese
conhecida desde os anos 70 por quem estuda a UFOlogia pelo ponto de vista psico-social. Segundo esta hipótese, no
caso dos contatados, isto é, pessoas que não só alegam avistamentos de OVNI’s e seus tripulantes, mas que
passaram a manter contatos posteriores com os mesmos, existe a possibilidade de que, em existindo realmente
extraterrestres atuando, estes estivessem manipulando seus contatos com seres-humanos com o objetivo de manter o
assunto OVNI desacreditado na sociedade humana e com isto favorecer o “modus operandi” dos extraterrestres entre
nós, em que a clandestinidade parece ter sido a única forma de fazê-lo e mantê-lo.

Outro fato é que o descaso, desinformação e desinteresse que certos governos pregam em torno do assunto OVNI e
o crescente número de seitas baseadas em motivos ufológicos é gritante. Como partilho das mesmas idéias e
conceitos presentes na formulação da "Teoria da Decepção", esboçada por Jacques Vallée, John Kell, Jacques
Bergier e outros, que são trabalhos pouco comentados, considero que existe muita gente interessada em difundir
uma antipatia incontrolada sobre o assunto OVNI e suas manifestações e em contrapartida, temos um crescente
número de abordagens "extraterrestres" disfarçadas em cultos e seitas. O que resta saber é realmente o porque e até
aonde se consegue vislumbrar isto é mesmo muito preocupante, pois já estamos vivendo as consequências de tantas
mentiras, desinformações e até objetivos escusos de agências de inteligência pois a medida em que o fenômeno que
"não existe" interage e atinge cada vez mais um público leigo, este mesmo público não possui nenhuma informação
fidedigna, pois a experiência objetiva desse público leigo é simplesmente interpretada como subjetiva pela
comunidade científica e descartada (pois a ciência é levada a se intimidar com o assunto). Neste ponto, vemos que a
ciência acadêmica passa a se encaixar no chamado "mito da neutralidade científica", aonde é observado que muitas
vezes o "cientista neutro" é vítima de simpatias ou antipatias incontroladas e assim, tende a aceitar o que é
simplesmente aceito como verdade ou falso consenso do momento científico em que vive. Se algo viola isto, então
só pode ser mentira ou indigno de interesse científico. Mais uma das armadilhas de nossa sociedade dita
“civilizada”.

E em virtude destas incoerências da racionalidade, o enorme e crescente público, cada vez mais leigo de
conhecimento (pois informação existe até demais!) passa a duvidar da Ciência, da UFOlogia, dos Ufólogos e adere à
chamada "pseudociência" e assim, assistimos ao nascimento de seitas, cultos, movimentos, agremiações, etc, que
passam a interpretar o fenômeno OVNI como bem entendem, gerando um caos e uma distância cada vez maior de
um entendimento real sobre o fenômeno o que os que "estão no comando" parecem querer, pois hoje temos provas
suficientes de como a CIA e outras agências se aproveitaram e ainda se aproveitam do fenômeno OVNI para testar
suas técnicas de guerra psicológica e controle de massas. Seria como alguém (humano ou não) estivesse habilmente
conduzindo o "dividir para vencer" e assim, criando um chamariz aterrorizante (abduções) enquanto que uma legião
de "colaboradores" (contatados) é sutilmente criada e implanta as idéias absurdas que vemos por aí. E note que estas
pessoas perdem, muitas vezes, o seu poder de questionamento, e passam até a não se sentir mais "terrestres",
encarando cada um de seu semelhante como um inimigo em potencial dos "irmãos cósmicos". Claro que existem as
exceções, pois acredito que um contato inteligente e consciente entre civilizações diferentes não somente é possível
como também pode já estar ocorrendo há tempos!

Muitas pessoas que pesquisei sobre o assunto "Ashtar Sheran" dizem que os extraterrestres estão “jogando” conosco
o que eu considero plausível pois é fato que, neste caso, quem detêm as cartas na manga são “eles” e que sem nós,
os outros “jogadores”, não existe “jogo” mas, é bom que fique claro que estes tipos de “jogos” não são
acontecimentos transparentes e estão "viciados", isto é, são "jogos de cartas marcadas". Quem ler o trabalho do
Psicólogo Eric Berne, que "inventou" a Análise Transacional, talvez entenda o que quero dizer. Uma das obras deste
psicólogo trata do assunto "Games People Play" que está ligado ao trabalho de outro grande pesquisador chamado
John A. Kell que escreveu o excelente livro "UFOS - Operation Trojan Horse". Um dos capítulos deste livro se
chama: "Games Non-People Play" (o "non-people" seria uma referência a "extraterrestres") e isto, em palavras mais
simples significa que nós, seres-humanos, fomos lançados no "tabuleiro" de um grande "jogo de roleta", aonde quem
"dá as cartas" não é necessariamente "humano" e aonde esta "roleta" pode estar viciada! Ocorre na sub-cultura dos
“contatados” uma espécie do conceito sociológico do termo “massificação” que não tem nada a ver com “produção
ou transmissão de algo em massa” e sim seria a perda de proteção dos meios sociais intermediários, tornando o
indivíduo vulnerável a comandos vindos de fontes desconhecidas. Isto é algo muito sutil e de difícil detecção, mas, é
comum que nestes movimentos sempre exista a presença dirigida por “entidades extraterrestres”.

Devido a isso que pesquisadores se assustam com o comportamento apresentado por alguns "contatados" e
"abduzidos", sobre o que falam em palestras e congressos. São típicas táticas de propagação de "pensamentos
alienígenas" que podem ser altamente perigosos.
Representação artistica da nave “quartel-general” de Ashtar Sheran que estaria
nas proximidades da Terra. Seu tamanho, segundo as fontes canalizadas, seria de
42 x 13 x 8 Km

Não existe nenhuma contestação e/ou questionamento sobre a origem da "mensagem", que sempre é de natureza
telepática. Para se ter uma idéia de onde o absurdo pode chegar, eu assisti a uma recente palestra de Sixto Paz Wells
aonde este mostrou uma série de fotografias dizendo ser uma das colônias de extraterrestres. O problema é que Sixto
alegava que as fotos eram de Ganímedes, uma das luas de Júpiter mas, na verdade, as fotos era de outra lua de
Júpiter: Europa. Por várias vezes ele repetiu, olhou para as imagens e nada falou e ninguém presente sequer
contestou (eu fiquei calado propositalmente para observar). É a isto que me refiro quando digo que grande parte dos
“contatos” com “extraterrestres” são realizados com pessoas pouco instruídas ou despreparadas e a provável razão é
que assim não há possibilidade de se criticar ou questionar qualquer tipo de informação passada por supostos
extraterrestres. Exemplo disso temos de sobra: Howard Menger, Hermínio e Bianca, George Adamski, Rael, Barney
e Betty Hill, Comando Ashtar, etc. Como escreveu John Keel, se de um aparelho estranho, do qual saísse uma
pessoa também absolutamente estranha, pousasse no quintal de uma dona de casa de classe média e dissesse a esta
que é de Vênus, quem seria ela para contestar isto? Iria acreditar, sim, que os extraterrestres vieram de Vênus, ou
ainda de algum Planeta em torno de estrelas inadequadas para se ter Planetas, como as Plêiades ou ainda de uma
estrela que não é uma, mas sim duas estrelas binárias fraquíssimas como é o sistema Wolf 424, apontado como
origem dos ufonautas do caso UNMO, ocorrido na Espanha na década de 70. Este caso é muito interessante pois
nem os pesquisadores do exterior, gabaritados e experientes da época, se deram ao trabalho de ver que a base de
todo este caso estava sustentada numa mentira dita pelos supostos extraterrestres ou por quem inventou o caso;
bastaria ter verificado sobres as estrelas do sistema Wolf e descoberto a engenhosa armação e quem descobriu isto
foi o físico e ufologista brasileiro Alberto Francisco do Carmo.

Enfim, poucas são as pessoas que se dizem "contatadas" que estão transmitindo idéias realmente positivas e com
certa coerência. Certos pesquisadores de renome dizem que "contatados" e "abduzidos" são a “Linha de Frente” de
propagação de idéias e totemismos de procedência incerta. Se são extraterrestres, militares terrestres, jogos e táticas
de guerra psicológica, “entidades dimensionais” ou outra manifestação qualquer, ainda não se sabe.

O que se sabe e muito bem, é que muitas das pessoas que se dizem “contatadas” e que alegam manter contato com
“Ashtar Sheran”, não adquirem nenhum ganho ou benefício direto com isto; muito pelo contrário, tais pessoas
passam por exposição ao ridículo; crises nas relações interpessoais, inclusive com ruína de casamentos e situação
econômica; fenômenos do tipo “poltergeist”; interferências em aparelhos eletro-eletrônicos por EMI (interferência
eletro-magnética); sensação de ser monitorado; estímulo a criar comunidades alternativas ou epistêmicas que
funcionam por algum tempo; instruções para construir aparelhos estranhos; previsões de guerras e catástrofes e (com
exceção de alguns poucos “espertos”) não ficam ricos com tudo isso, pelo contrário! Sabe-se também que quem
manipula as situações de “contato” e no caso de “Ashtar Sheran” pode-se constatar isso, conhece muito bem as
técnicas de PNL (12).

E a outra face do fenômeno "Ashtar Sheran" ? Aonde entra? Será que no caso da existência de extraterrestres e da
possibilidade de que já estejam de fato contatando alguns seres-humanos operariam desta maneira? Sem respeito à
vida humana? Será que a evolução de uma civilização Galáctica do Tipo(13) II, III e remotamente IV é ainda de
disputas sociais, egos, competições e guerras, como a epopéia fictícia “Guerra nas Estrelas”? Se o futuro de
civilizações hiper avançadas com uma tecnologia inimaginável para nós é desta forma então o que esperar de nós,
“simples” seres-humanos? Como seria então o outro lado de "Ashtar Sheran" e do “contato” que investiguei e quais
as possibilidades da existência do mesmo? Isto tudo reside na real possibilidade de que algo realmente de anormal e
externo ao Planeta Terra (aliá, hoje acredito até em externo a este Universo ou ainda Plano de Ocorrência –
Dimensão) esteja mesmo ocorrendo. Como uma das minhas especialidades é em Física de Partículas, estou sempre
em contato com cientistas, pesquisadores e estudiosos do cada vez mais bizarro universo quântico e a par das
últimas descobertas a respeito que dificilmente são compreendidas por quem estuda o tema, imagine então quem
apenas gosta do assunto, ou ainda uma pessoa totalmente leiga? Como explicar que 90% do Universo é formado por
algo que tem massa, é matéria mas é invisível e ninguém tem a mínima idéia do que seja?

Representacao artistica das supostas naves do Planeta Metharia de onde seria


originario Ashtar Sheran (c)

Diante de todas estas pesquisas e informações, é totalmente cabível e prudente declarar então que o Fenômeno
OVNI é REAL. A chamada “hipótese extraterrestre” como responsável pelo mesmo não invalida as demais. Tão
pouco explica todos os casos. Porém, além de ser a mais “simples e aceitável”, é a que tem recebido mais “respaldo”
das evidências apresentadas. Reais são as aeroformas; os seres; os efeitos físicos advindos da interação OVNI-SER
HUMANO; os registros em radar, filmes, fotos; etc. As “abduções” e “contatos” também são reais. Se são produto
de somatizações, delírios mentais, estados alterados de consciência, extraterrestres, entidades de outras dimensões,
não se sabe, o fato é que reais são as cicatrizes, os temores, as testemunhas independentes, as marcas, etc. A
“contaminação” de informação feita através de pessoas inescrupulosas, ignorantes ou mesmo mal-(in)formadas não
justifica o ceticismo doentio que por vezes atinge a simples menção do tema e igualmente condenável é o chamado
comportamento “ufolátrico”. Sendo assim, o quarteto conhecimento-percepção-discernimento-paciência parece ser a
chave para que, algum dia, possamos abrir as portas que encerram os mistérios deste autêntico enigma que hoje
responde pela classificação de Fenômeno OVNI.

Quando se estuda assuntos como "Ashtar Sheran" e “contatos” com extraterrestres, é necessário entender que o
importante não é não errar e sim cometer erros diferentes e é por isso que enveredei por assuntos paralelos ao tema
que a princípio podem parecer que nada tem a ver mas, uma atenta leitura e reflexão poderia gerar subsídios que se
fossem realmente compreendidos por quem se atreve a estudar o fenômeno OVNI ou por quem insiste em rebatê-lo
sentado confortavelmente em uma cadeira atrás de um computador ligado a Internet, já teria nos tirado do marasmo
de mais de 50 anos em que a UFOlogia se encontra e, quem sabe, já ter gerado as condições necessárias para que um
verdadeiro “salto quântico” acontecesse gerando assim condições para que um “contato inteligente” ocorresse entre
a civilização do Planeta Terra e civilizações extraterrestres. Ao meu ver é fácil compreender porque uma civilização
mais adiantada em relação a nós e que regularmente faz incursões por aqui, ainda não manteve um contato oficial:
não existe nível para um diálogo nem entre nós, seres-humanos que habitamos o mesmo espaço de sobrevivência,
imagine com entidades anos-luz da compreensão humana? Quando nos “encontramos”, com certeza “encontraremos
eles”! Não se pode ter medo! Como disse o ex-governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque em seu livro “Na
Fronteira do Futuro - O Projeto da UnB”: “o medo e os riscos do ridículo são inerentes aos grandes saltos”.

O pouco que pude aprender nestes últimos anos, me deixou ainda mais consciente de que representa apenas uma
ínfima parte de um todo que NÃO PODE ser conhecido numa única existência! Porêm, esta mesma diminuta parte,
bem compreendida não poderia ser a melhor conclusão obtida em uma existência. Depois que se aventura neste
fascinante terreno do Fenômeno OVNI que insistentemente tenta nos tirar da grande “Matrix” que a humanidade
construí em torno de si, para justificar seus erros, vaidades e egoísmos, não há como voltar atrás e fingir que nada
aconteceu. O Universo dá ao ser-humano o que ele, em seu coração, encontra e assim, é como a famosa cena do
épico “Guerra nas Estrelas”, aonde o jovem sedento por conhecimento rápido, Luke Skywalker pergunta ao Mestre
Yoda o que existe dentro de uma caverna escura e sombria que ele deveria entrar e, o mestre, com astúcia e
perspicácia responde: “lá existe o que você levar consigo”!

Representacao artistica de Ashtar Sheran e uma de suas ajudantes


chamada de Ester (c)

ALTERNATIVAS POSSÍVEIS

As alternativas sobre “Ashtar Sheran” se resumem a dois pontos básicos para tentar se chegar a uma possível
compreensão do que realmente está ocorrendo:

- No caso da necessidade de provas sobre a existência ou não do suposto ser, tais provas não seriam obtidas da
forma tradicional que a pesquisa acadêmica está acostumada, ou seja, o erro básico é insistir continuamente que o
Fenômeno OVNI e suas extensões sejam apenas um problema científico. A ciência se preocupa da observação de
fenômenos naturais que se modificam aleatoriamente e sua posterior descrição, através da reprodução ou
compreensão das partes que nele integram. Se, por um momento, admitirmos que alguns dos OVNI´s são
“pilotados” por “extraterrestres” ou entidades inteligentes, isto de imediato implica que o fenômeno está fora e
muito alêm do âmbito da ciência tradicional, pois não obedece a regras específicas e nem aleatórias, pois está sendo
operado e controlado por alguém e só este “pequeno detalhe” já inválida toda a parafernália de metodologia
científicas vigentes: é fácil estudar um pássaro ou sapo em seu habitat; é fácil capturá-los e dissecá-los em
laboratório e é fácil concluir como eles funcionam mas, não se pode realizar os mesmos procedimentos naquilo que
não responde a instintos naturais; naquilo que é controlado e manipulado. E é neste ponto que insisto que temos de
avançar para compreender os OVNI´s e os prováveis “Ashtar Sheran´s” que se manifestam nesta nossa realidade
tridimensional. Colher casos; pesquisar; realizar vigílias e tirar conclusões destas observações é lindo e maravilhoso,
mas, está se esquecendo que do “outro lado” do fenômeno pode existir algo ou alguém muito mais inteligente do
que nós que pode estar simplesmente “jogando” aquilo que temos capacidade para processar e compreender, ou seja,
qual é, para os ufólogos, a maior fonte de informações sobre o Fenômeno OVNI? Não se originam dos próprios
OVNI´s, das testemunhas e vítimas de “contatos” e “abduções” (ou seqüestros como preferem alguns)? Então, quem
garante que a informação adquirida, quer seja em modo consciente, quer seja através de hipnoses regressivas é
fidedigna e não implantada por hábeis mãos mágicas?

- O outro ponto reside no fato de que pessoas de várias etnias e credos que mencionam ou fazem alusão ao suposto
ser “Ashtar Sheran”, também não significa evidência de sua existência. Sobre isto, temos as possibilidades do que
denomino "campos informacionais" (uma espécie de campo morfogenético) e de transferência coletiva de
informação; lendas; sonhos; e nada garante que alguém não tenha obtido informações sobre o suposto ser, mesmo
que seja de forma inconsciente, que aliás é o estado que passamos a maior parte de nossa existência! Todo relato não
pode apenas se basear no caráter da testemunha, tem de se avaliar o contexto em que o fenômeno está ocorrendo. É
na análise do contexto que estão os detalhes e é nos detalhes que estão os fragmentos de explicação do Fenômeno
OVNI. Hoje temos muitos detalhes do quebra-cabeça espalhados pelo Planeta; resta-nos agrupa-los e encaixa-los
nos lugares corretos só que aqui tem outro detalhe! A própria ciência já chegou a conclusão de que o todo é muito
mais do que a soma das partes e assim, montar todas as peças do quebra-cabeças dos OVNI´s, poderá nos dar um
quadro muito mais surpreendente e fascinante do que a soma das peças. Quem sabe um dia!
E assim, estudar a existência deste e outros supostos seres é um trabalho titânico e extremamente complicado, pois
as variáveis são imensas e as possibilidades de se "escorregar" e enveredar por becos sem saída é muito grande. Para
investigar este assunto não é conhecendo apenas o lado científico da questão. O problema é muito mais de cunho
sócio-cultural e chega a ser preocupante. Por outro lado, deixar o assunto de lado e considerá-lo simplesmente uma
"farsa" ou "coisa de lunáticos" é realmente uma tentação muito forte, mas, eu diria que é uma tentação perigosa e
leviana.

Uma possível conclusão é a de que se “Ashtar Sheran” foi uma invenção ingênua, os rumos que tomaram são
preocupantes. Se foi algo intencional, foi muito bem bolado e planejado, pois tornou-se um excelente sistema
manipulador de mentes. Se foi ou é obra de "inteligências extraterrestres" é um assunto delicado e sua pesquisa está
alêm do estudo multidisciplinar, entrando no transdiciplinar; atratores estranhos; bio e nanotecnologia; mecânica
quântica; teorias relativísticas; psicologia; parapsicologia; teoria dos jogos entre outras e todas utilizadas em
conjunto e não separadas como no processo multidisciplinar e o tratamento das informações e conclusões deve ser
feito de forma mais imparcial e impessoal possível. E, sempre tendo em mente que provar que “Ashtar Sheran”
realmente existe, não prova que este ser seria um extraterrestre! Assim como provar que um OVNI existe não prova
que em seu interior existam seres extraterrestres. Aliás, neste mundo altamente manipulável em que nos
encontramos, deveríamos constantemente nos perguntar a quem interessa provar a existência de vida Inteligente e
Consciente fora da Terra? Ou será que nós também e ainda acreditamos que não existem meios de se gerar energia
de forma limpa e econômica?

Uma coisa é certa o assunto “Ashtar Sheran” não é apenas cultuado por pessoas "simples" ou "do povo". Artistas de
renome, internacional até, estão envolvidos nisso. Todos, sem exceção são pessoas altamente manipuláveis e
propensas a comandos autoritários anônimos, como bem definiu Erich Fromm em seu livro “Medo a Liberdade” e
brilhantemente Theodor Adorno, em “The Authoritarian Personality”. A classificação se encaixa muito bem em
vários aspectos da questão ufológica, na criação de grupos e seitas e no padrão seguido por muitos “contatados”,
principalmente aqueles que se dizem serem extraterrestres em missão na Terra!

Pode-se observar, em grupos regidos por um comando central (seja extraterrestre ou não) um verdadeiro fenômeno
de transe hipnótico regressivo onde a devoção, a cerimônia e a obediência são ditadas e utilizadas pelos membros de
uma elite de pessoas extremamente fechada. O comportamento destes grupos são psicologicamente contagiosos,
tanto no plano cultural como no plano das crenças sociais e dessa forma, espalham-se através da massa histérica, da
massa hipnotizada e da mídia de massa. O psicólogo Gustavo Le Bom afirmou: “Num grupo, muitos sentimentos e
atos são contagiosos , e contagiosos num nível que um indivíduo prontamente sacrifica seus interesses pessoais em
função do interesse coletivo”.

Reunião histórica ocorrida na ONU , para debate do Fenômeno OVNI-UFO -


Arquivo IPECOM

Theodor Adorno dá conta da psicologia regressiva de grupos organizados que se ajustam à característica de
autoritarismo camuflado em “boas intensões”: o que acontece quando as massas são carregadas por uma propaganda
messiânica não é uma expressão espontânea primária do instinto mas, uma revitalização quase cientifica de suas
psicologias – a regressão artificial descrita por Freud em sua discussão sobre os grupos organizados. A coletivização
e institucionalização do encantamento, fazem a transferência mais e mais indireta só que a hipocrisia da
identificação entusiástica e a dinâmica da psicologia do grupo são tremendamente incrementadas, por sentirem-se
pessoas especiais, participes de uma experiência fascinante e assim, se dispõem a fazer qualquer coisa, inclusive ir
contra sua própria identidade e espécie! Quem viu o filme "Independence Day", deve se lembrar que os
"colaboradores" controlados por "ufo-cultos" eram aqueles que estavam no topo do primeiro prédio destruído! E,
temos trabalhos de peso que nos mostram bem este lado do ser-humano: pessoas autoritárias adoram misticismos e
"poderes"! Quem pensar um pouquinho vai enxergar este tipo de conduta e posturas em várias pessoas bem aqui no
Brasil, algumas bem famosas, inclusive!

O conteúdo analisado de todo material que chegou às minhas mãos, como sendo procedente de “Ashtar Sheran”,
descontado os prováveis mentalismos, filtros e paradigmas, mostra que algo de anormal está realmente ocorrendo e,
como já disse, as origens podem ser várias e até apostaria muito, em algumas. Um exemplo do erro de tentar se
interpretar algo, com uma visão limitada e de acordo com a “nossa” lógica, baseada no conhecimento atual, está na
típica comunicação, atribuída a “Ashtar Sheran”, que nos anos 50/60, alertava sobre os perigos da utilização da
energia nuclear. Oras, alguns poderão dizer que isto é óbvio, pois todos sabem destes perigos mas, nos anos 50 e até
o final dos 60, alguém realmente sabia? Pelo que eu saiba, foi depois de Chernobyl em 1986, que o terror atômico
ficou realmente conhecido pelo público em geral! Outros ainda dirão que melhor do que alertar para os perigos da
energia nuclear, seriam os extraterrestres poder impedir o “aperto de botão”; o lançamento de uma bomba ou ainda
inutilizar todas as usinas nucleares existentes! Oras, será então que a função de uma suposta entidade extraterrestre é
a de ficar intervindo como um “anjinho da guarda” em tudo que os “moleques” humanos fazem de errado? Será que
um pai ou mãe que constantemente tem de intervir a favor de um filho, está tendo um comportamento mais saudável
do que alertá-lo e deixá-lo decidir seu próprio caminho? Limitar o desenvolvimento do filho, cerceando suas ações é
produtivo? E após a morte dos pais, quem irá conduzir o agora dependente filho? Quais são os limites da relação de
dependência entre as formas de vida? E mais ainda, quais são os limites de atuação de nosso “livre-arbítrio” e o que
significa e pode ser classificado realmente como uma “interferência”? O que interfere mais: uma ação direta e
concreta ou uma “mensagem telepática” que não se sabe a real origem?

Claro que não estou querendo defender a existência de “Ashtar Sheran” e outras supostas entidades e mensagens,
mas sim, ampliar os limites de nossa ignorância frente ao fascinante tema. Afinal, como diria Daniel Coleman, a
nossa realidade está conformada daquilo que somos capazes de sintonizar! E, infelizmente não tem jeito: o cérebro
humano é um “simples” detector de energia eletromagnética e toda informação que chega até ele, é obtida pelo
sistema nervoso central que a obtêm de sensores bioelétricos, mas e, como cada corpo biológico é diferente, as
interpretações para um mesmo estímulo externo, também o são! Felizmente, existem as percepções “extra-
sensoriais”, isto é, que acreditamos serem “extras” mas na verdade estão inclusas no “pacote” genético humano,
apenas ainda não aprendemos a utilizar corretamente estes sensores e, sem utiliza-los de maneira adequada, com
frequência as nossas concepções se interpõem ante nossas percepções.

Ao longo deste trabalho, com certeza inacabado, tentei traçar o início das referências a entidade “Ashtar Sheran” e
ao modo como um acontecimento, que pode ter sido real ou não, tomou inúmeros caminhos, versões, acréscimos e
cortes de acordo com a cultura, ignorância e esperteza de quem recebeu ou viu neste assunto uma maneira de ficar
famoso e rico. Mostrei também como o público leigo, que também não recebe a mínima explicação da dita ciência,
fica literalmente perdido e passa então a duvidar dessa mesma ciência, da ufologia, do governo e assim nascem as
conspirações, seitas, ufo-cultos, etc, que interpretam o que acham que estão percebendo, da maneira que querem e
como já deixou bem claro Hynek, é difícil, senão impossível entender o Fenômeno OVNI com a nossa ciência atual.
É preciso encontrar uma nova fórmula para encarar o problema, e o primeiro passo é abandonar as idéias pré-
concebidas. Isso contrasta com o pensamento do físico e ufólogo Alberto Carmo, quando diz que o Fenômeno OVNI
é uma incógnita como outra qualquer, mas, só se descobre se uma incógnita é válida ou não, quando ela verifica a
equação e para saber isso, tem-se de resolver a equação. Falar que a equação “não existe” ou pior “que não tem
solução” é uma heresia, na ciência e então, ficar discutido se OVNI´s e “Ashtar Sheran” são ou não dignos de estudo
científico, é na verdade, uma questão de preconceitos interesseiros. A idéia é fácil de entender: quando perguntaram
a Wernher Von Braun porque ir até a Lua, algo que era uma “loucura impossível”, ele simplesmente e
“cientificamente” respondeu “oras, porque ela está lá”!

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