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[00:00:33] Pessoa 1 Legal, Fernanda. Entã o, acho que antes até de falar
do momento atual, só um breve, poderia dizer que enquanto psicó logo, inclusive pelo
Conselho Regional de Psicologia, eu tenho o título de psicó logo clínico, tenho toda uma
vertente também institucional, quando começaram aquelas qualificaçõ es do conselho, até
pela experiência. E os meus vínculos enquanto psicó logo e talvez com a ênfase, como falou,
da ênfase clínica, ele se estende tanto por um vínculo na saú de pú blica, onde eu digo que
tive quase 35 anos de um emprego, mas vá rios serviços, nunca foi numa coisa só , passei
por hospitais, clínicas de especialidades e uma série de outros campos que acho que ao
longo vai ficando claro. Ao mesmo tempo, desde o início, desde que eu me formei, no final
de 1987, eu tenho um consultó rio particular que foi evoluindo também, e desde o terceiro
ano da faculdade, também num aspecto clínico, de terceiro para o quarto ano, eu já
comecei a exercer um trabalho de acompanhamento terapeuta, nã o sei os detalhes, é um
trabalho onde a gente vai e acompanha uma pessoa que teve uma internaçã o psiquiá trica,
tem algum risco de autoagressã o ou sisofrenia, e a gente vai na casa, à s vezes essas pessoas
moram só . Entã o eu fiz todo esse trabalho, já era um trabalho particular, já no quarto,
quinto ano da faculdade. Entã o eram trabalhos desde quase uma família substituta, de
chegar, entrar à s 19, sair pela manhã , voltar para a faculdade, entã o eu sempre tive essa
dinâ mica, e eu sempre fui apaixonado pela psicologia, quando decidi, e nesse sentido
também muito grato pela PUC. Fiz a PUC, que foi uma faculdade muito transversal, no
primeiro ano a gente tinha vá rias faculdades tendo aula juntos, entã o fez essa formaçã o
mais ampla. Entã o, só essa contextualizaçã o, por quê? Ao longo desses 35 anos na
prefeitura, três anos antes, de 89 a 91, eu trabalhei com meninos em situaçã o de exclusã o,
entã o trabalhei com aconselhamento, com trabalhos de grupo, eu sempre, já na faculdade,
estudei muito grupo, eu sou um cara que até tem esse gosto, eu tenho uma especialidade
em gestaltosserapia, em abordagens fenomenoló gicas, mas sou alguém conhecido por
gostar das abordagens, realmente buscar sempre conhecer o ponto que cada autor pegou
para desenvolver o seu trabalho no mundo. E nesse sentido, isso se reflete em também
maneiras diferentes de entender a clínica no seu cotidiano. Desde os meninos em situaçã o
de exclusã o, foi um vínculo no Estado, até que, é mais raro hoje, mas teve o concurso
também na prefeitura, passei nesse concurso, num momento importante do mundo da luta
antimanicomial, nos anos 90, início, passei aqui em Santos, que é minha terra natal, mas
falei, já estou em Sã o Paulo, tenho meu consultó rio começando, trabalhava há uns dois
anos e pouco, como falei, em acompanhamento terapêutico, e em psicoterapia breve
dentro de empresas, como a professora da PUC. Entã o comecei de uma maneira muito
intensa, e nesse ponto vim evoluindo na prefeitura, fiquei seis anos em hospital, onde eu
trabalhava na clínica médica, na enfermaria de psiquiatria, e dava interconsulta na
enfermaria de cirú rgica, na pediatria, no pronto-socorro, depois foram mais cinco anos em
que fui da equipe que coordenou a implantaçã o das unidades de AIDS em Sã o Paulo,
naquele momento intenso, porque no hospital eu atendia, foram os primeiros seis leitos
oficiais de AIDS, e nesse hospital coordenei também, e começou esse paralelo que vai ter
sentido em falar o que eu faço hoje, coordenei a saú de mental do hospital, a parte de
está gio, sempre atendendo, nã o parava nunca de atender, até poder também evoluir para a
coordenaçã o de programas, depois ir para esse central da prefeitura, depois de seis anos,
quando entra um outro governo, também a AIDS estava mais controlada, no final, já anos
2000, eu vou para um ambulató rio de especialidades onde fico por dia, e nesse
ambulató rio que eu acabei exercendo tanto a clínica individual, como casais, grupos, tudo
que eu faço no meu consultó rio particular sempre fiz na saú de pú blica, que sou de uma
geraçã o em que cada unidade bá sica de saú de, hoje a gente tem as unidades de saú de da
família, tinha um psicó logo, um assistente social, um psiquiatra, tinha uma equipe mínima,
onde a gente tinha a nossa agenda de atendimentos e também de atuaçõ es fora, extra
muros, onde a gente podia ir em uma instituiçã o, fazer um trabalho também com toda a
equipe de uma instituiçã o, uma creche, uma escola, toda uma á rea mais ampla. E de 2015
para cá , eu fui novamente convidado a estar na parte de coordenaçã o, com á reas técnicas,
como coordenaçã o de idoso, coordenaçã o da assistência à pessoa em situaçã o de violência,
assistência à pessoa em situaçã o de acumulaçã o, toda a á rea de prá ticas integrativas e
complementares em saú de, e junto, claro, sempre atuando com a saú de mental, com a
psicologia na escola, outras á reas, a populaçã o negra, entã o sã o á reas que eu nã o coordeno,
mas a gente trabalha junto. Entã o esse é o meu contexto atual, por exemplo, eu sou de uma
supervisã o técnica de saú de, aí nã o atendo direto, eu coordeno equipes, acabo tendo um
trabalho de discussã o de casos, todo um processo de dar suporte aos profissionais que
atendem, ou à rede, e tenho um trabalho no meu consultó rio particular que nunca parou,
ele sempre continuou, e fora as aulas na pó s. Muita coisa, mas é só para se dar um contexto,
eu acho que é legal para as pessoas verem as vá rias direçõ es que a psicologia pode ter.
Tudo bem? Falei muito? Voltou, tinha dado uma travadinha. Será que voltou? Acho que
nã o estou ouvindo o teu á udio. Oi?
[00:08:04] Pessoa 2 Eu acho que pode fazer de uma vez, a gente faz esses
cortes enquanto a gente bate papo, e eu estou aqui espantadíssima, desenvolvendo tanta
coisa, na profundidade, nã o só ...
[00:08:48] Pessoa 1 Estou sim, estou sim. Eu vi até que você tinha
comentado, da pergunta 2C, onde e como é o meu local de trabalho. Acho que até respondi
junto. Sim, sim. Hoje eu tenho o meu consultó rio particular e sou membro de uma equipe
técnica de supervisã o de saída. Trabalho com a vigilâ ncia sanitá ria, trabalho em uma á rea
mais ampla.
[00:25:07] Pessoa 1 Vou parar aqui, vou ver se gravou, e aí eu falo para
baixar, nã o é isso?