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entrevista psico parte p01.

m4a

[00:00:00] Pessoa 1 Vou agravar agora, ok.

[00:00:04] Pessoa 2 Foi aí?

[00:00:05] Pessoa 1 Foi.

[00:00:05] Pessoa 2 Beleza, vamos lá , entã o. A caracterizaçã o do campo,


que é o contexto e a á rea de atuaçã o. Entã o, a gente pede que nessa primeira questã o, para
a gente entender todo esse contexto, você descreva todas as suas atividades como
psicó logo, descreva especificamente o que você faz e como você faz como profissional
nesse contexto.

[00:00:33] Pessoa 1 Legal, Fernanda. Entã o, acho que antes até de falar
do momento atual, só um breve, poderia dizer que enquanto psicó logo, inclusive pelo
Conselho Regional de Psicologia, eu tenho o título de psicó logo clínico, tenho toda uma
vertente também institucional, quando começaram aquelas qualificaçõ es do conselho, até
pela experiência. E os meus vínculos enquanto psicó logo e talvez com a ênfase, como falou,
da ênfase clínica, ele se estende tanto por um vínculo na saú de pú blica, onde eu digo que
tive quase 35 anos de um emprego, mas vá rios serviços, nunca foi numa coisa só , passei
por hospitais, clínicas de especialidades e uma série de outros campos que acho que ao
longo vai ficando claro. Ao mesmo tempo, desde o início, desde que eu me formei, no final
de 1987, eu tenho um consultó rio particular que foi evoluindo também, e desde o terceiro
ano da faculdade, também num aspecto clínico, de terceiro para o quarto ano, eu já
comecei a exercer um trabalho de acompanhamento terapeuta, nã o sei os detalhes, é um
trabalho onde a gente vai e acompanha uma pessoa que teve uma internaçã o psiquiá trica,
tem algum risco de autoagressã o ou sisofrenia, e a gente vai na casa, à s vezes essas pessoas
moram só . Entã o eu fiz todo esse trabalho, já era um trabalho particular, já no quarto,
quinto ano da faculdade. Entã o eram trabalhos desde quase uma família substituta, de
chegar, entrar à s 19, sair pela manhã , voltar para a faculdade, entã o eu sempre tive essa
dinâ mica, e eu sempre fui apaixonado pela psicologia, quando decidi, e nesse sentido
também muito grato pela PUC. Fiz a PUC, que foi uma faculdade muito transversal, no
primeiro ano a gente tinha vá rias faculdades tendo aula juntos, entã o fez essa formaçã o
mais ampla. Entã o, só essa contextualizaçã o, por quê? Ao longo desses 35 anos na
prefeitura, três anos antes, de 89 a 91, eu trabalhei com meninos em situaçã o de exclusã o,
entã o trabalhei com aconselhamento, com trabalhos de grupo, eu sempre, já na faculdade,
estudei muito grupo, eu sou um cara que até tem esse gosto, eu tenho uma especialidade
em gestaltosserapia, em abordagens fenomenoló gicas, mas sou alguém conhecido por
gostar das abordagens, realmente buscar sempre conhecer o ponto que cada autor pegou
para desenvolver o seu trabalho no mundo. E nesse sentido, isso se reflete em também
maneiras diferentes de entender a clínica no seu cotidiano. Desde os meninos em situaçã o
de exclusã o, foi um vínculo no Estado, até que, é mais raro hoje, mas teve o concurso
também na prefeitura, passei nesse concurso, num momento importante do mundo da luta
antimanicomial, nos anos 90, início, passei aqui em Santos, que é minha terra natal, mas
falei, já estou em Sã o Paulo, tenho meu consultó rio começando, trabalhava há uns dois
anos e pouco, como falei, em acompanhamento terapêutico, e em psicoterapia breve
dentro de empresas, como a professora da PUC. Entã o comecei de uma maneira muito
intensa, e nesse ponto vim evoluindo na prefeitura, fiquei seis anos em hospital, onde eu
trabalhava na clínica médica, na enfermaria de psiquiatria, e dava interconsulta na
enfermaria de cirú rgica, na pediatria, no pronto-socorro, depois foram mais cinco anos em
que fui da equipe que coordenou a implantaçã o das unidades de AIDS em Sã o Paulo,
naquele momento intenso, porque no hospital eu atendia, foram os primeiros seis leitos
oficiais de AIDS, e nesse hospital coordenei também, e começou esse paralelo que vai ter
sentido em falar o que eu faço hoje, coordenei a saú de mental do hospital, a parte de
está gio, sempre atendendo, nã o parava nunca de atender, até poder também evoluir para a
coordenaçã o de programas, depois ir para esse central da prefeitura, depois de seis anos,
quando entra um outro governo, também a AIDS estava mais controlada, no final, já anos
2000, eu vou para um ambulató rio de especialidades onde fico por dia, e nesse
ambulató rio que eu acabei exercendo tanto a clínica individual, como casais, grupos, tudo
que eu faço no meu consultó rio particular sempre fiz na saú de pú blica, que sou de uma
geraçã o em que cada unidade bá sica de saú de, hoje a gente tem as unidades de saú de da
família, tinha um psicó logo, um assistente social, um psiquiatra, tinha uma equipe mínima,
onde a gente tinha a nossa agenda de atendimentos e também de atuaçõ es fora, extra
muros, onde a gente podia ir em uma instituiçã o, fazer um trabalho também com toda a
equipe de uma instituiçã o, uma creche, uma escola, toda uma á rea mais ampla. E de 2015
para cá , eu fui novamente convidado a estar na parte de coordenaçã o, com á reas técnicas,
como coordenaçã o de idoso, coordenaçã o da assistência à pessoa em situaçã o de violência,
assistência à pessoa em situaçã o de acumulaçã o, toda a á rea de prá ticas integrativas e
complementares em saú de, e junto, claro, sempre atuando com a saú de mental, com a
psicologia na escola, outras á reas, a populaçã o negra, entã o sã o á reas que eu nã o coordeno,
mas a gente trabalha junto. Entã o esse é o meu contexto atual, por exemplo, eu sou de uma
supervisã o técnica de saú de, aí nã o atendo direto, eu coordeno equipes, acabo tendo um
trabalho de discussã o de casos, todo um processo de dar suporte aos profissionais que
atendem, ou à rede, e tenho um trabalho no meu consultó rio particular que nunca parou,
ele sempre continuou, e fora as aulas na pó s. Muita coisa, mas é só para se dar um contexto,
eu acho que é legal para as pessoas verem as vá rias direçõ es que a psicologia pode ter.
Tudo bem? Falei muito? Voltou, tinha dado uma travadinha. Será que voltou? Acho que
nã o estou ouvindo o teu á udio. Oi?

[00:07:53] Pessoa 2 Está me ouvindo?

[00:07:54] Pessoa 1 Agora sim.


[00:07:56] Pessoa 2 Voltou.

[00:07:57] Pessoa 1 Eu nã o sei se à s vezes é bom ir parando, baixar o que


está gravado e mandar, ou já faz tudo de uma vez.

[00:08:04] Pessoa 2 Eu acho que pode fazer de uma vez, a gente faz esses
cortes enquanto a gente bate papo, e eu estou aqui espantadíssima, desenvolvendo tanta
coisa, na profundidade, nã o só ...

[00:08:22] Pessoa 1 Deu uma travadinha também.

[00:08:31] Pessoa 2 No lado profissional, como tudo, mas na coragem


também. Está me ouvindo?

[00:08:41] Pessoa 1 Estou sim.

[00:08:47] Pessoa 2 Está me ouvindo?

[00:08:48] Pessoa 1 Estou sim, estou sim. Eu vi até que você tinha
comentado, da pergunta 2C, onde e como é o meu local de trabalho. Acho que até respondi
junto. Sim, sim. Hoje eu tenho o meu consultó rio particular e sou membro de uma equipe
técnica de supervisã o de saída. Trabalho com a vigilâ ncia sanitá ria, trabalho em uma á rea
mais ampla.

[00:09:11] Pessoa 2 Parabéns. Fiquei cortando um pouquinho aqui, nã o


sei até onde você conseguiu me ouvir, mas parabéns.

[00:09:17] Pessoa 1 Obrigado.

[00:09:18] Pessoa 2 A gente começa a entender que além de a saú de


mental ser algo tã o importante para a gente defender como profissional, levar isso adiante
por tanto tempo, parabéns pela coragem. É uma honra mesmo para mim, quem está
fazendo esse trabalho contigo. Acho que diante disso a gente pode ir para a 3C, para a
gente entender qual é a sua opiniã o, quais sã o as condiçõ es necessá rias para a realizaçã o
do seu trabalho, se você as tem e se você tem a autonomia nas suas decisõ es relacionadas
a essas atividades, a sua atividade. Entã o, a princípio, sã o as condiçõ es necessá rias para
que o seu trabalho se desenvolva, se você tem essas condiçõ es.

[00:10:09] Pessoa 1 Sim.

[00:10:10] Pessoa 2 E se você tem a autonomia nas decisõ es


relacionadas à atividade que você desenvolve.
[00:10:16] Pessoa 1 Perfeito. E eu vou até, acho que um pouco para a
gente organizar, tentar sempre focar um pouquinho mais no consultó rio particular, acho
que é a ênfase, mas nunca esquecer o outro lado, que é um lado, saú de mental nã o é só o
que acontece dentro de uma sala. Até a minha experiência em acompanhamento
terapêutico quase lembrava o Freud dos primeiros artigos da histeria e tal, atendendo
numa praça, caminhando, atendendo num momento de lazer dele nas montanhas, onde
uma das funcioná rias do hotel vem conversar com ele sobre a vida, e tem vá rios artigos do
Freud importantíssimos que vã o além até do enquadre analítico que ele vai elaborando,
mas vejo entã o as condiçõ es, a principal condiçã o, inclusive, para a realizaçã o de um
trabalho, vai além do espaço, vai na forma como você se vincula e deixa claro para o outro
o que você vai estar ajudando ou dando suporte ou sendo via de um autoconhecimento. A
condiçã o principal é o encontro de duas pessoas ou de um grupo, onde fica claro o papel e
o objetivo do que a gente quer, e claro, nesse sentido, ló gico, as questõ es de sigilo, as
questõ es do ambiente, um ambiente adequado, um ambiente que possa ser confortá vel,
onde a pessoa, de fato, se sinta em condiçõ es de entrar em contato com suas questõ es e
compartilhá -las. Entã o, as condiçõ es, a autonomia, tem tanto essa noçã o de, olha, no meu
consultó rio, claro, eu ordeno todo esse lado, tenho um espaço importante, cuidadoso na
forma de receber, como na saú de pú blica, sim, tenho, porque nã o entram nem questõ es,
muitas vezes, partidá rias nisso, nã o porque a minha referência é saú de pú blica, nesse
ponto. Mas acho que é uma questã o importante, é uma questã o muito ampla essa até, e
autonomia, eu sempre falo, como eu estou falando do encontro de duas pessoas, eu
sempre comento no enquadre terapêutico a seguinte questã o, tanto que eu digo o que eu
faço no consultó rio, o que eu sempre fiz no ambulató rio pú blico, nos atendimentos.
Primeiro, esse encontro de duas pessoas, eu lembro que no ambulató rio da AIDS, por
exemplo, quando a gente chegava, quase que virou para mim um símbolo de contato, um
paciente me pedia um copo d'á gua, simples copo d'á gua, eu ia lá fazer um contrato
terapêutico, se ele podia conversar comigo. Era uma época que as pessoas nem entravam
no quarto, eu já tinha amigos que tinham entrado em contato, minha mulher atual, a gente
já namorava, tinha amigos que tinham entrado, já tinha uma certa familiaridade, mas
muitos nem entravam na sala, eu ia no quarto, e só um símbolo que eu acho bonito para
compartilhar, quando um paciente pedia um copo d'á gua, geralmente você vai dar a á gua,
você está segurando aqui, e o paciente, o que ele fazia? Ele pegava na mã o para pegar o
copo, ver se você puxava, no momento que eu deixava aquela mã o pousar na minha,
segundos à s vezes, e a pessoa falava, nossa, ele nã o tem medo de mim, e pegava esse copo,
o contrato terapêutico estava dado. Entã o o contrato terapêutico também é, quando eu me
mostro a serviço do outro, quando eu me ponho aberto ao que esse outro vai trazer. E
nisso desenvolveu algumas imagens, por exemplo, que eu sempre falo, por exemplo, na
saú de pú blica, isso no consultó rio eu nã o estou usando um crachá , na saú de pú blica à s
vezes a gente usa, eu sempre falei para o paciente assim, você sabe quem é a autoridade na
sala? Aí a pessoa olhava para o crachá e falava, entã o, isso aqui tem a ver com poderidade,
e tudo bem, para poder portar esse crachá , eu fiz faculdade, eu fiz especializaçõ es, eu
prestei um concurso, eu levo o meu trabalho de forma séria, mas a autoridade na sala é
você, nã o é o paciente, por quê? Porque autoridade nã o começa com a palavra autor por
acaso, o autor da sua vida é você, e eu vou estar te ajudando a buscar olhar por diferentes
pontos de vista, que é uma visã o que eu tenho de saú de mental, que é a arte de você poder
olhar por diferentes pontos de vista, quando você é fixa num desconfio disso. E para, como
a minha abordagem em psicologia, talvez você pergunte isso depois, eu sim fui paciente de
aná lise, estudei muito grupos, psicodrama, gestalt é algo grupal, e é uma abordagem
fenomenoló gica, ela é dialó gica, entã o eu falo um pouco mais, eu falo com o paciente.
Muito importante uma abordagem analítica, que ela vai entrar por outra via, uma via onde
você vai associar livremente, o analista também vai ter uma atençã o influente para
realmente criar uma condiçã o de transferência, mas na abordagem mais fenomenoló gica,
existencial, o diá logo tem. E eu sempre falava, quando o psicó logo estiver falando muito e
você nã o entender, eu falo assim, desce daí que eu nã o estou entendendo nada.
Geralmente a pessoa ria, e eu falei, pronto, agora ela está tranquila, ela nã o vai considerar o
que eu falo uma verdade, mas uma possibilidade de ela olhar para ela. Todas essas
pequenos pontos sã o as condiçõ es que a gente cria também no trabalho, que vã o muito
além do espaço físico, importante também. Alonguei um pouquinho mais, mas acho que
ele dá uma noçã o também do conceito de enquadre, de enquadramento, que vai além do
espaço, do local, nesse sentido.

[00:16:10] Pessoa 2 A condiçã o é uma condiçã o, além de espacial, de


ambiental, ela também é humana.

[00:16:17] Pessoa 1 Sim.

[00:16:18] Pessoa 2 Entendo que é uma condiçã o. Perfeito, perfeito.


Entã o a gente pode ir para a pró xima. Entender nessa questã o nú mero 4, você, nas suas
atividades, trabalha com outros profissionais, e você trabalha quais sã o esses profissionais,
como que é feito esse momento interdisciplinar, a gente acaba vendo outras disciplinas.

[00:16:48] Pessoa 1 Eu me considero até um privilegiado nisso, tanto


porque eu que falo, a minha atuaçã o pínica tem, desde o consultó rio particular, à saú de
pú blica. Entã o, na saú de pú blica, sempre atuei numa questã o interdisciplinar mesmo,
porque como psiquiatra, STO, assistente social, médico, nã o só médico psiquiá trico, o
médico que é psiquiatra, mas o médico de todas as questõ es psicossomá ticas, como hoje,
reconhecidas na Dermato, na Uro, toda a questã o do endó crino. Entã o sempre, no
ambulató rio de especialidades, trabalhei com vá rias especialidades. Também nas equipes
de atendimento, eu dei muito, nã o sei se vocês já estudaram isso, mas matriciamento, eu
fui um dos primeiros matriciadores de Sã o Paulo, ou o primeiro, talvez, a primeira equipe
que matriciou a Unidade de Saú de da Família no ano 2000, e a gente trabalhava com
agente comunitá rio também, com outros profissionais fundamentais, enfermeiro, auxiliar
de enfermagem, para ter uma imagem do paciente. No meu consultó rio particular nã o é
diferente, porque eu tenho uma rede há muito tempo, eu tenho médicos psiquiá tricos,
psiquiatras que me encaminham, médicos clínicos, tenho outros profissionais, e a gente
troca sempre o que é necessá rio sobre os pacientes. Entã o é nessa amplitude, e eu digo
que em alguns projetos da prefeitura a gente foi além do interdisciplinar, fomos quase para
o transdisciplinar, porque a gente trabalha junto com a cultura, junto com a educaçã o,
projetos mais amplos de cuidado, de ir para uma classe que, por exemplo, está trabalhando
com as crianças, sobre sua cultura. E uma coisa muito bonita, eu vou te falar, eu falo um
pouquinho, depois você dá uma editada, mas uma coisa legal que eu vivi agora,
recentemente, um pouquinho antes da pandemia, a gente dentro de uma classe, e as
equipes que eu coordeno foram, mas eu sempre fui com as minhas equipes, eu nunca falei,
ah, vai lá faz, eu vou lá e faço junto, e dentro da sala de aula, quando viram assim, ah, quem
é? É a enfermeira da UBS tal, auxiliar de enfermagem, agente comunitá rio, aí quem é você?
Ah, sou o Ney. Ah, o que você faz? Sou psicó logo. Ah, psicó logo? Eu acho que tem a ver com
algumas das perguntas provavelmente aí, ah, entã o, atende esse aqui que é louco, nã o,
atende aquele ali que é isso, que é aquilo. E eu falei, gente, sabe o que precisa, tem a ver
com aquela pergunta do enquadro também, sabe o que precisa para ir no psicó logo? Ah, o
quê? Tal, chorar, sofrer, nã o, precisa ter curiosidade de si. Se você tiver a curiosidade de si,
você está já com grande abertura para ir no psicó logo e começar um caminho de
autoconhecimento, de autocuidado, nã o é? Entã o tem muito nesse nível, Fernanda. Nã o
está sendo mais sucinto, nã o?

[00:19:50] Pessoa 2 Que lindo isso. Que lindo, é verdade, a curiosidade


de si é o primeiro elemento aí, a gente pode ver que é o primeiro elemento.

[00:20:00] Pessoa 1 Sim, as neuroses, quando a gente se cristaliza em


uma alta imagem, à s vezes negativa, a gente fica curioso, porque acha que eu sou isso, e
ninguém é nada, a gente precisa dos có digos, do SID, mas isso nunca vai, aí tem um viés da
minha abordagem, mais humanista existencial, você nunca vai reduzir uma pessoa, mas eu
digo, na psicaná lise também, e um bom psiquiatra nã o faz isso, o diagnó stico é sempre um
retrato de um momento, nã o um atestado de uma totalidade de uma pessoa.

[00:20:38] Pessoa 2 Muito bom. Estou emocionada. Vamos para a quinta


questã o, entã o. Pergunta, acho que você já respondeu, mas essa eu vou ouvir

[00:20:56] Pessoa 1 Quantas vezes,

[00:20:58] Pessoa 2 Para aquecer um pouco no meu coraçã o também.


Primeiro, porque eu adoro te ouvir, e segundo, porque eu amo a psicologia, as psicologias
como um todo, se você se considera satisfeito com o que eu trabalho atualmente, e para
você dissertar um pouquinho dessa sua forma nobre e sobre os motivos pelo qual você se
considera satisfeito.

[00:21:25] Pessoa 1 Sim, eu digo que a psicologia sempre foi a minha


paixã o, à s vezes minha perdiçã o, a paixã o tem um pouco da perdiçã o, a gente sai um pouco
de si, vai além, mas satisfeito pelo poder ter tido já contato com tantas pessoas, e confiar
num trabalho, poder ajudar a dar um passinho ali, além, poder ajudar a de fato poder
conhecer um pouco mais de si. Entã o sim, graças a Deus, eu vivo da psicologia há 35 anos,
eu pude fazer os estudos com o que eu ganho no consultó rio, tenho algumas
especializaçõ es, nunca fiz mestrado e doutorado, porque nem tinha tempo, já tive, do
Einstein, faça gratuito um doutorado, porque é um trabalho com idosos que eu fazia junto,
nã o dá , porque sã o 40 horas, as horas de consultó rio, mas estou muito satisfeito com essa
possibilidade hoje, que nã o é fá cil, é uma dá diva poder ter um consultó rio consistente, um
lugar reconhecido na saú de pú blica, e estar em quatro pó s que eu dou pontual, sã o pó s
pontuais no semestre. Mas é isso. Eu estou um pouquinho preocupado, Fernando, eu
entrei depois, e já está dando três, talvez os outros blocos a gente tenha que fazer depois,
pode até ser amanhã , para a gente nã o correr. Eu já pensei, uma hora vai ficar curtinho,
porque você já viu que eu falo muito e sou muito apaixonado.

[00:23:08] Pessoa 2 Imagina, mas você tem um compromisso agora,

[00:23:14] Pessoa 1 Nã o é? Eu tenho uma paciente agora, eu tenho uma


reuniã o com essa Uniafras 4, tenho um paciente presencial à s 5, a das 6 é que mudou o
horá rio, e o das 7 eu tenho que viajar, entã o estou um pouquinho melhor mais tarde, mas
podemos falar amanhã também, dependendo de ser feliz, nã o tem problema.

[00:23:33] Pessoa 2 Imagina, amanhã é o trabalho, amanhã é o momento


que eu tenho trabalho, mas vamos fazer assim, entã o.

[00:23:40] Pessoa 1 Ou na semana, você aproveitar o wi-fi.

[00:23:44] Pessoa 2 Vamos fazer o seguinte, nó s já aproveitamos, nó s já


conseguimos ver até entã o a questã o nú mero 5, entã o a gente já está um pouquinho
adiantado, e aí a gente volta a se falar à s 18, e aí até lá eu tenho um tempinho de de
repente encontrar ali perto de casa, um lugar tranquilo que eu consiga ter acesso a um wi-
fi ali para a gente finalizar entã o essas questõ es. E aí também eu consigo aproveitar um
pouquinho do meu domingo para, enfim, dar continuidade à transcriçã o. Se você nã o se
importa da gente falar à s 18, e aí a gente termina entã o as perguntas.

[00:24:26] Pessoa 1 Perfeito. Como é um paciente que à s vezes ainda


acompanha, mais idade, talvez 18, 18 e 5, aí eu já entro em contato.

[00:24:36] Pessoa 2 Tranquilo, aí depois das 18 fico aí disponível, e aí a


gente tenta até dar uma... Eu adoro te ouvir, eu por mim queria te ouvir. Entã o tá bom,
amigo. Te agradeço muito pelo seu tempo.

[00:24:53] Pessoa 1 Parabéns, parabéns por sua dedicaçã o. Você sabe


que eu torço por você na psicologia.
[00:24:58] Pessoa 2 Ah, muito obrigada. Eu também torço por ti.

[00:25:02] Pessoa 1 Valeu.

[00:25:02] Pessoa 2 Até mais. Tchau, tchau.

[00:25:07] Pessoa 1 Vou parar aqui, vou ver se gravou, e aí eu falo para
baixar, nã o é isso?

[00:25:13] Pessoa 2 Isso.

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