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1- Camila de Barros Cardozo Dias, assistente social formada pela federal Fluminense

pós-graduada em saúde mental e atenção psicossocial pela FIOCRUZ formada desde

2013 no município atua a seis anos e pós-graduada a três anos. Saúde mental é campo

mais amplo da área da saúde, se lida com todos os campos, hoje no município agente

tem procurado fazer uma ação em saúde mental não voltada aos muros das unidades

de saúde e sim fora, então fazemos o que chamamos em saúde de interceptualidade

que seria a discussão com outras politicas em outros espaços, até porque quando se

trata de saúde mental não se pode pensar nela só por dentro, ela precisa ficar exposta

porque ela tá na vida e não apenas a crise, ela promoção de vida e de bem estar. A

graduação é importante pontuar, que o serviço social em si me ajudou nos princípios

sobre o código de ética na parte da autonomia, da ampliação dos valores humanos

genéricos, o respeito as diversidades e aos direitos humanos, principalmente na

política de saúde mental e na reforma psiquiátrica antimanicomial, estando no cargo

de coordenação facilita ter contato com diversidades e outras culturas.

2- Como coordenadora eu faço essa mencionada anteriormente da interceptualidade e

além da gestão de pessoas que é um desafio constante, você dialogar mostrar para

outros setores que a história da saúde mental não é só “lapada” ou o patinho feio que

ninguém quer atender as vezes é o paciente em crise que ninguém quer atender, no

caso é falar para o paciente que ele tem visibilidade, que ele tem direito, que ele tem

voz, hoje eu estou coordenadora mas minha formação é de assistente social, é de certa

forma que o meu legado seja conversando com secretario seja conversando com

usuário mostrar para essa pessoa a importância da saúde mental a importância de

olhar o ser humano na sua multiplicidade no ser humano como um todo, e também

lidamos bastante com as leis tipo o estatuto do idoso, LDB, o SUS, leis da reforma

psiquiátricas, pega as portarias e começa ter que aprender outras áreas, é uma área que
te pede o tempo todo a buscar conhecimento. Eu não posso em atuação sem pensar em

um marco legal, tem muitos serviços que diz que faz, mas não faz, se está em contato

com outros municípios eu as vezes olho algumas coisas externas e internas, como eu

faço a avaliação da criança ou do adolescente sem usar o ECA (Estatuto da Criança e

do Adolescente).

3- Quanto assistente social a psicopatologia ela interfere para mim muito pouco,

conforme eu falei avalio o sujeito como um todo eu procuro observar os

determinantes sociais, não que saber que ele tem um diagnostico me ajuda muito

mais, para que ele tenha acesso a um direito, por exemplo, o esquizofrênico

dependendo do quadro se isso impossibilita ele para a vida colaborativa, por que eu

posso ouvir vozes e ainda assim não ser esquizofrênico e como seria isso? Isso seria

prejudicial? No caso o uso abusivo do álcool seria uma patologia? A gente precisa

pensar que psicodiagnóstico para mim hoje como uma forma de direcionar melhor

como por exemplo a questão do PPC, ou o caso de mães de autistas para poder

auxiliar nos direitos e vamos chamando, então para mim o diagnostico eu procuro

nem saber eu lido com ser humano, para mim tem casos que estão além do

diagnostico humano que vão direto para o sofrimento humano. Quando você

considera os sinais e sintomas talvez fique mais fácil para você entender alguns

aspectos mas sempre precisa estar associado a alguma coisa, não tem como olhar para

a pessoa e dizer que por ela ouvir vozes ela é esquizofrênico todos ouvem vozes, ele

precisa estar associado a um arca bolso ele precisa estar associado a uma observação

que não é imediatista que leva tempo, na minha vida profissional eu tomo cuidado

com os diagnósticos pois isso as vezes serve de base para outras pessoas usarem de

justificativas para o uso de violência, e coloca o sujeito em uma caixinha como se ele

fosse apenas aquilo.


4- Vantagens são uma das coisas mais interessantes que eu faço da minha vida, eu sou

apaixonada por saúde mental eu falo dela com paixão, eu me emociono, como o caso

de um paciente que eu conversei com ele pela forma como ele comia, eu disse a ele

que se ele comesse assim na rua as pessoas iriam chamar ele de maluco e ele me disse

que foi dessa forma que ele aprendeu a comer quando estava no hospício e eu falei

mas aqui você não está no hospício, tem horas que nesses casos o meu maior desafio é

que muitas vezes você irá levar o seu trabalho para casa e elaborar estratégias de

como não apenas tirar ela do manicômio mas também tirar o manicômio dela, ou seja,

incluir esse indivíduo novamente na sociedade, e outro ponto é fazer com que a

sociedade na estigmatize ou problematize a loucura, não excluir essas pessoas por

seus defeito.

5- Trabalhem em grupos, busquem o SUS, não se limitem a uma pratica consultoria, é

importante falar sobre a importância do atendimento em grupo, a importância do

atendimento em comunidade, da importância da visita domiciliar, de estar em outro

território, e dialogar com outros setores porque hoje a saúde mental está muito

delegada a algumas profissões psicologia e psiquiatria, que tive paciente que o

objetivo dele era fumar cigarro em serviços gerais, então o outro conselho, não se

predam a um diploma, a profissão de vocês é extremamente importante, é

fundamental pensar ela dentro de um contexto na sociedade e ver sempre como viés

crítico. Sempre estimulem a pensar é uma área que vocês sempre estarão aprendendo,

por isso não se prenda a uma técnica estejam sempre dispostos a evoluir, aprendendo

e ouvindo.

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