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FERRAMENTA DE
INTERVENÇÃO À CRISE
Modelo colaborativo de cuidado
Plano de ação pessoal e cartão de crise/SOS
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FERRAMENTA DE
INTERVENÇÃO À CRISE
Modelo colaborativo de cuidado
Plano de ação pessoal e cartão de crise/SOS
brasília, 2021
!!! SOBRE O LUGAR DE ENCONTRO !!!
!
O LUGAR DE ENCONTRO é uma clínica territorial de acompan-
hamento terapêutico em Brasília-DF. Conectamos acompanhantes
terapêuticos (AT’s) a pessoas que desejam superar os sofrimentos
psíquicos: crianças, adolescentes, jovens, adultos ou idosos que ne-
cessitam de cuidado em saúde mental e que por algum motivo estão
impossibilitados de seguir suas vidas e seus projetos.
https://lugardeencontro.com.br/
@lugar.de.encontro
(61) 98154-9133
!!! NOTAS SOBRE AS AUTORAS
Sara Letícia Bessa, psicóloga e supervisora clínica, acompan-
hante terapêutica, uma das fundadoras do Lugar de Encontro, tra-
balha na perspectiva do cuidado libertário de base territorial desde
sua graduação, especialista em psicopatologia e saúde pública pela
FSP/USP,foi trabalhadora e sempre militante do SUS, experiência
em CAPS adulto e infantil na cidade de SP, coordenação de centro
de convivência em saúde mental, álcool e outras drogas em Brasília,
idealizadora do curso de formação em acompanhamento terapêu-
tico do Lugar de Encontro. Tem dedicado o seu trabalho e estudos
em novas abordagens de cuidado em saúde mental voltadas para a
participação ativa das pessoas com experiência vivida de sofrimento
psíquico.
6 Cidadania ......................................................................................................... 16
7.1 O que é?
11 Depoimento .................................................................................................. 26
Rosa Luxemburgo
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REFLEXÃO
Em um desses dias ensolarados de acompanhamento terapêu-
tico no cerrado, estava acompanhando uma pessoa numa consulta
com o psiquiatra, e lá ele estava contando sobre a origem etimológi-
ca da palavra doutor, e o porquê da necessidade de usar esse título
para se referir aos médicos. O doutor então disse que antes do século
XVIII, os médicos, para ingressarem num vestibular da faculdade de
medicina, precisavam ter um doutorado em filosofia e logo no século
seguinte, em teologia. Isso mostrava a necessidade de preparo para
lidar com as questões da sociedade, as relações pessoais e duas ad-
versidades, os conflitos, situações de violência e extrema vulnerabili-
dade na nossa sociedade. Após o século XIX, o doutorado deixou de
ser obrigatório, mas o título permaneceu como herança da profissão.
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Plano de ação pessoal e cartão de crise/SOS
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NOSSO CONVITE
Há muito para se pensar sobre o nosso papel enquanto profis-
sionais da saúde, terapeutas, psicólogos, médicos, familiares e amigos
de pessoas em sofrimento psíquico. Trabalhar e conviver com pessoas
que experienciam crises nos fazem encontrar com o nosso íntimo do
cotidiano, e é algo pesado, que nos pega. Escancara a nossa fragili-
dade diante da vida. De todos nós!
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O QUE É CRISE?
Quando falamos de crise falamos sobre uma mudança abrupta
em algum aspecto. Quando algo ocorre conforme um padrão regular
e sem muitas alterações, falamos de estabilidade e a oscilação é cos-
tumeiramente chamada de crise. A palavra crise é usada em diversos
contextos, quando ocorre um imprevisto negativo ou grave. Na saúde
mental, podemos dizer que a crise advém de um elemento ou novi-
dade, balançando o equilíbrio e gerando a crise. Miranda (2017), fala
que por mais que a palavra crise esteja associada a um contexto neg-
ativo, as possibilidades de um tratamento humano, digno e de qual-
idade, embasados nos princípios da Constituição Federal mostram
diferente.
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COMO LIDAR?
Muitas vezes é difícil deixar claro a ajuda que desejamos rece-
ber em momentos de crise, como gostaríamos de sermos tratados,
de que forma desejamos ser cuidados, e muitas pessoas que passam
por crises acham difícil receber e aceitar ajuda, já que na maioria das
vezes, ela vem de maneira imposta e desconsiderando o desejo indi-
vidual.
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Para que não exista a tutela é necessário que haja uma con-
strução horizontal entre a pessoa em sofrimento, sua família e tam-
bém observar as orientações dos profissionais que lhe cuidam e
acompanham. A linha é tênue e é importante estar em constante ob-
servação sobre os limites dessa linha.
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CIDADANIA
A cidadania está muito além dos direitos e deveres sociais. Pro-
mover o direito à cidadania é incentivar o acesso à informação, aos
direitos sociais, aprender sobre respeitar as diferenças e promover um
cuidado digno e humano, sem qualquer descriminação, incluindo to-
dos os grupos e suas demandas sociais.
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2. Que sentimentos experimento nesse mo- 9. Desejo que me seja administrada, em situ-
Plano de ação pessoal mento? (medo, insegurança, desamparo, ação de crise a medicação abaixo (especifi-
agressividade, outros, quais)? car dosagem).
A declaração neste plano foi por mim executa-
da de livre vontade. Peço que proceda com dis-
3. Como quero ser acolhido? (quer a proximi- 10. Essa medicação não quero que me seja ad-
crição e confidencialidade quando fizer uso dos da-
dos aqui apresentado. dade de outra pessoa, deseja ficar só, outro.) ministrada
Dados pessoais 4. Com quem quero que entre em contato em 11. Desejo ficar na posição corporal (deitado,
caso de uma crise? (familiares, profissionais sentado, de pé...)
Nome Completo:
de referência, amigos, outros)
Filiação: 12. Ventilação/Hidratação: (desejo beber água,
Nome de familiar que deseja que seja contatado: algum tipo de ventilação extra...)
Nome dessa (s) pessoa (s):
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DEPOIMENTO
O cartão S.O.S e eu
Luci Afonso
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse tipo de ferramenta nos auxilia e nos leva a um cuidado de
fato restaurador, que visa uma vida significativa e produtiva. Recon-
hece amplamente o direito de pessoas em sofrimento psíquico de
participarem plenamente das decisões e da sociedade.
Queremos, com esse ebook, expandir cada vez mais essa ferra-
menta que tanto acreditamos e vemos resultados, mas além disso,
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GRIGOLO, T.; ALVIM, S.; CHASSOT, C.; SILVA, V. Plano pessoal de ação
para bem-estar e Recovery: Experimentando o “WRAP” no Brasil.
Cad. Brasileiros de Saúde Mental, Florianópolis, v. 9, n. 21, p. 300-320.
Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/
view/69552>. Acesso em: 23 fev. 2021.
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scielo.br/pdf/ape/v27n4/1982-0194-ape-027-004-0300.pdf>. Acesso
em: 23 fev. 2021.
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