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CURSO DE PSICOLOGIA
SÃO PAULO
2021
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo trazer uma entrevista com uma
psicóloga que atuou na área social, atendendo em dois Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS), a fim de elucidar e confrontar alguns Estigmas na Saúde
Pública, este sendo também o tema do presente artigo.
ENTREVISTA
F. Além da questão estrutural do prédio, o que poderia ter sido feito com a
verba?
F. Como profissional, você teve alguma questão que você teve que
aprimorar pra poder atuar no CAPS, algo voltado a questões pessoais?
E. O CAPS ele é porta aberta, mas como já tinha instituído alguns grupos
que já vieram no ambulatório e são vários profissionais, éramos em 13
profissionais então davam em média ali 40 pacientes por dia, às vezes chegava a
50, às vezes 35, então dependia muito do dia em que se atuava.
E. A maior parte deles era masculino, a idade, como nós não tínhamos um
CAPSj, infanto-juvenil, era separado um dia para os adolescentes para que não
tivesse contato com os adultos, então às terças-feiras a gente fazia o grupo de
família desses adolescentes e atendimentos adolescentes, então variava entre 14
e 15 anos até 70-80, dependendo da idade que a pessoa tinha da dependência,
mas vai até a terceira idade. Grau de escolaridade muito baixo, poucos tinham
níveis de segundo grau completo, nível superior, tivemos casos de engenheiros
que perderam tudo, perderam família, cargo, questões financeiras, carro. Mas a
maior parte deles tinha o nível de escolaridade muito pequeno, sócio-econômico
também de médio a baixo, até porque o município que eu trabalho é um município
considerado pobre, mas tinha sim pessoas com um nível sócio-econômico
razoável.
E. Sim, prestava pro concurso público pra você ser aprovado e esperar ser
chamado pra começar a trabalhar, o concurso que eu prestei ele não foi
direcionado pra saúde, nem pro social, nem pra educação, o concurso que eu
prestei ele foi aberto, foi contratado “X” psicólogos, “X” assistentes sociais, então
você pode atuar em qualquer área, não fui específico para saúde, ou para o
social.
V. Passando agora pra uma parte mais específica, uma parte de
atendimento, sobre os atendimentos multidisciplinares, como eles eram feitos no
CAPS?
E. Tem vários casos, um dos casos de CAPS que tem aparecido e que a
gente tem trabalhado em conjunto com a saúde, o social, a habitação, educação e
etc, foram de duas munícipes de CAPSad que tinha que desenvolver por conta
das drogas, a esquizofrenia, veio uma potencialização dessa esquizofrenia, e
junto com o procedimento de acumuladores, uma nós tivemos sucesso que foi
bem bacana, hoje ela tem toda uma autonomia, tem o cuidado da saúde
ambulatorial, ela não participa do CAPS mais, porque ela teve alta do CAPSad,
então ela só é ambulatório de saúde mental mesmo, mora com o filho, tem todo
um acompanhamento medicamentoso que ela toma, mas ela tem toda uma
autonomia que foi desenvolvida, foi bem bacana. Hoje não acumula mais, mas
tem uma vigilância permanente, do filho e da saúde, porque o acumulador ele
pode voltar a acumular a qualquer momento, e ele acumula em qualquer cantinho
que não se perceba, ele é muito ágil pra isso, então tem que ter um
acompanhamento incisivo da saúde. E temos outro de uma idosa que hoje ela
está num ILPI, numa Instituição de Longa Permanência, porque o caso dela se
agravou muito, inclusive ela pegou Covid, e teve que ter todo um trabalho
novamente da rede, então foi serviços urbanos, teve a proteção social especial da
assistência, teve o CREAS pela violação, teve o CRAS pelo benefício, então
todos os materiais reciclados, que apesar de serem organizados e limpos,
estavam dentro da casa, tiveram que ser investigados, porque foram encontrados
quase 4 mil reais ali em moedas e dinheiros miúdos, 2 reais, 10 reais, 5 reais, 1
real, então esse dinheiro teve que ser contado, ela não pagou água, não pagou
luz, o imóvel era alugado, a gente teve que prestar contas de tudo isso porque o
aluguel estava pago, mas a água e luz ela não pagou, então a gente teve que
fazer ainda, ta terminando esse processo, porque a gente ta processando toda a
computação desse dinheiro que foi pago, mostrando as contas e etc, porque isso
vai ser prestado contas pro ministério público, porque o caso está no ministério
público, e hoje ela está nessa Casa de Longa Permanência, bem adoecida, está
em recuperação, mas eu acho que se tivesse tido o acompanhamento da saúde
incisivo como foi no primeiro caso que eu citei agora, essa senhora talvez não
tivesse chegado nesse estado que chegou, infelizmente a gente chegou nesse
estágio, a gente conseguiu “salvá-la”, ela teve todo um acompanhamento
medicamentoso, todo um cuidado, hoje por ser uma idosa está num ILPI, e ta
tendo os cuidados necessários.