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FMU

Entrevista e Observação

T
rabalho apresentado à disciplina
Musicoterapia Preventiva e Social ministrada
pela Professora Ana Maria Caramujo, como
forma de Atividade prática supervisionada.

São Paulo, SP
2021

Ana Luiza - 1435220

Juliana Cabulon - 521741

Mariana Pereira - 3416390

Mayara Saraiva - 3813300

Tainá Vieira - 3252124

São Paulo, SP
2021

Entrevistado: André Pereira Lindenberg

Estudou música na Escola Municipal de Música de São Paulo (EMMSP), Graduado em


Musicoterapia (FPA), Pedagogia (Claretiano), especialista em Neurociência aplicada à
Educação, (FMUSP) e graduando em Artes Visuais (Claretiano).Foi Presidente da Associação
de Musicoterapia do Estado de São Paulo (APEMESP -2014/2018), Co – fundador da Cia Pé
no Canto de teatro (2000 - 2021), trabalhando com Georgete Fadel, Regina Galdino, Ilu Krug
e André Capuano. Contemplado com os prêmios; FUNARTE Artes cênicas de rua; Prêmio
Mirian Muniz (FUNARTE), Programa Municipal de fomento ao Teatro; Caravana FUNARTE e
Prêmio Zé Renato. André Pereira Lindenberg é pesquisador em nível nacional e
internacional, com publicações, nos Congressos Latino Americanos de Musicoterapia, CLAM
(2010/2013/2016), no III Fórum Latino Americano de Qualidade e segurança do Paciente -
Música e Humanização (2017), em países como Colômbia e Índia. Pesquisa e expõe
instalações e instaurações Sonoras, em instituições como no MAM SP - exposição de
WALTER SMETAK (2008), na rede SESC SP com o grupo CHELPA FERRO (2010), AS PALAVRAS
E O MUNDO (2010 - 2012) e TATIANA BELINK (2012). Com o núcleo de investigação ICMUS
(Buenos Aires - AR - 2011/ 2016), com a Instauração Sonora em Santiago - Chile (2011),
Sucre- Bolívia (2013) e com o grupo Laborinter (2014/ 2021), pela Universidade Federal de
Goiás - UFG. Atualmente, leciona nos cursos de Pós Graduação em Musicoterapia
(CENSUPEG e FENIX), dirige o ateliê flutuante a Oficina do Dedéco e coordena as Áreas de
Artes (Teatro, Música e Artes visuais) em uma rede de escolas na capital de São Paulo.

Lindenberg, André . BATUKEKE - processo. Youtube, 2 de agosto de 2016.


Disponível em: <BATUKEKE - processo>.

Lindenberg, André . Instauração Sonora 2009/2015. Youtube, 2 de agosto de 2016.


Disponível em: <Instauração Sonora - 2009/2015>.
Atividade 1

1-) quando decidiu que queria atuar na área preventiva e social?

R) Atuar na área preventiva e social partiu de um trabalho que já ocorria com um


trabalho comunitário que eu exercia desde os 18 anos atuando como arte educador,
então fez todo sentido a minha pesquisa e quando eu entrei na área de atuação da
musicoterapia eu já sabia que minha investigação ia partir por ai.

2-) Atua nessa área há quanto tempo?

R) Eu atuo nessa área desde 2008. Enquanto Arte educador eu atuo desde 2000
na área social e na área da da musicoterapia social eu atuo desde 2008, então
naturalmente o mesmo processo de 2008 agora eu me formei em musicoterapia,
então conforme eu fui pesquisando e descobrindo coisas eu obviamente fui
aplicando dentro da minha pesquisa etc.

3-) qual o maior desafio de atuar nessa área? E algo que você veja como
vantagem/benefício dessa área?

R) O maior desafio de atuar nessa área eu acredito que são os investimentos em


tecnologia social e investimentos de recursos mesmo para atuar na área social,
assim como qualquer situação relacionada ao sistema único de assistência social ,
relacionados às ong 's no terceiro setor. Os recursos são sempre limitados em
comparação com as áreas da saúde propriamente dita, se a gente fizer um
comparativo eu acho os recursos um grande desafio para se manter nela.

Algo que eu vejo como vantagem dessa área eu acho que é você conseguir fazer o
trabalho em rede, você conseguir fazer uma atuação que não fica só em um espaço
da patologia ou de uma reabilitação específica, de você estar lidando só com a dor
ou com o ambiente mesmo até às vezes saudável mas você está lidando com isso
em rede. Eu estou atendendo o paciente, a família do paciente, o espaço que o
paciente convive, as outras partes, então é um atendimento em rede e aí você
consegue ter um impacto muito bonito de ganho mesmo, não só de prevenção mas
de promoção de saúde também.

4-) qual a situação do mercado em relação a essa área?

Olha, cresceu muito! É uma área que se desenvolve, eu atualmente trabalho com a
pesquisa em relação a ela e ela cada vez ganha uma potência maior. A situação do
mercado em relação a essa área é de um mercado desconhecido, a gente tem que
toda hora ainda explicar qual a diferença de um músico estar atuando na área social
e um musicoterapeuta estar atuando na área social, essa é uma grande questão
para o mercado se tornar mais claro. Não é um mercado tão direto quanto a área
clínica ou área da saúde para as pessoas poderem entender a potência ainda.

5-) o que é geralmente um ponto em comum nas sessões preventivas e sociais?


( algo em comum que acontece em diferentes grupos ou lugares)

Acho Que é muito interessante a gente pensar o tipo de sessão, porque às vezes a
gente atua de forma clínica se for dentro de uma UBS ou de um posto de saúde,
pois eu estou atuando dentro de um ambulatório de saúde de uma comunidade,
mas ao mesmo tempo,como é uma ação em rede/uma ação social, eu não posso
trabalhar isoladamente, então eu atuo com aquele paciente, depois eu atuo na
própria escola dele, depois a gente atua na praça num final de semana, depois a
gente gera um grupo de composição de jovens com aquele mesmo paciente que
também tem um atendimento individualizado e temos o atendimento individualizado
com a família, pode ser com a tia, com o primo e a gente vai aumentando cada vez
mais essa rede, O que é muito em comum é a análise de ambiência sonora, isso é
recorrente e declarado nas sessões, a improvisação, que é uma ferramenta muito
potente, porque acontece desde as intervenções nas praças, nas ruas , até mesmo
no trabalho clínico. A improvisação é muito direta! A composição de jingles, a
análise de campo notável e a estética social, são pontos recorrentes.
Atividade 2

1-) qual o papel do musicoterapeuta preventivo psicossocial e sua atuação?

O papel desse musicoterapeuta é conseguir identificar o que está enfermo, o que


está saudável na sociedade/ naquela comunidade em si, ele precisa ter isso muito
claro para ele conseguir fazer um trabalho de rede, de prevenção e promoção de
saúde. Eu considero que essa é a atuação dele, que é muito ampla entre pensar em
promoção e prevenção de saúde que é gente cuidar não só do que está enfermo,
mas cuidar do que está saudável e atuar nesses âmbitos que eu falei de uma
intervenção clínica-social, de uma intervenção de rua, ele saber trabalhar e atuar
nessa atuação às vezes pelas mídias e saber trabalhar muito bem em grupo
também.

2-) qual o setting musicoterapêutico?

O setting é extremamente amplo e pode ser inovador! Desde o que está na


comunidade ( um banco de uma praça, um carro…) até os instrumentos que usam.
É um setting vivo.

roupas sonoras, instrumentos feitos a mão, instrumentos melódicos, harmônicos e


rítmicos.

3-)Quais são e como se dão as relações estabelecidas pelo paciente com o


musicoterapeuta/estagiário? E com os instrumentos?

com os musicoterapeutas são relações que demandam delicadeza, pois você vai se
envolver naquele âmbito comunitário de uma forma ampla e em rede, então a
formação de vínculos é muito maior. A relação é bem mais próxima do que quando
um paciente fala por exemplo “vou ir pra fono ou pra t.o”, geralmente é “ eu vou para
o meu grupo de música”.

com os instrumentos é algo divino nesses projetos, as vezes a gente tem tempo
para construir instrumentos com esses pacientes e isso é muito importante para o
grupo no geral, já em relação aos instrumentos musicais são uma relação pessoal,
pois a gente recebe doações e os pacientes podem levar esses instrumentos pra
casa então a musicoterapia não acaba ali, ela se posterga por muito mais tempo.

4-) Quais são os temas das sessões?

São temas de uma complexidade do que há de comum naquele âmbito social,


podem ser diversos. ( partem de “qual a temática? qual a ferida?Qual é a dor? o que
eles têm em comum uns com os outros e com a comunidade?”). Os temas da
sessão são geralmente sobre a realidade social, sobre a ferida social, sobre uma
dor do coletivo que nasce do pessoal também.

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