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INTRODUÇÃO

O INSS (Instituto Nacional de Segurança Social) é o órgão responsável pela


administração dos recursos e benefícios previdenciários. Cada benefício é organizado de
acordo com sua categoria e cada uma dessas categorias, como a de pensão do INSS,
possui regras próprias. Deste modo a contabilidade como uma ciência de registo e
controlo das mutações decorrentes dentro de uma organização, é-lhe incumbida a
missão de manter a ordem nos procedimentos de pagamento das devidas percentagens
associadas ao INSS. A contabilidade em função das suas ferramentas de gestão permite
manter uma característica organizada do processo de pagamento das devidas taxas
associadas ao INSS, contudo mantendo a quantidade de contribuições e dos pensionistas
activos na senda correcta da contribuição das suas pensões.

O INSS em Angola tem tido um desenvolvimento significante cada vez mais


abrangente, o fundo de pensões desde os anos 90 o seu desenvolvimento no quadro
legislativo foi notável, o mesmo não se pode dizer da implementação prática do sistema
se segurança social que tem falhado os seus objectivos, não obstante elevados encargos
impostos às empresas e cidadãos que contribuem para o seu financiamento. Num artigo
desta natureza é impossível analisar de forma detalhada as falhas do sistema de
segurança social. Neste trabalho pretende-se concentrar as forças para um aspecto que
tem vindo a merecer a devida atenção para os contabilistas, as ferramentas de
contabilidades utilizadas no processo de gerência das contribuições disponibilizadas
pelas empresas, sendo que, durante um tempo árduo de trabalho o Homem espera
receber de forma clara as suas contribuições, sejam elas vindas de uma empresa pública
ou privada.

IDENTFICAÇÃO DO PROBLEMA

O processo de gerência dos fundos de pensões configura um aspecto de muito


risco para as empresas públicas e privadas, sendo que, para tratar dos seus registos e
pagamento necessita do devido tratamento contabilístico, que levam a utilização de
ferramentas e procedimentos já existentes na contabilidade e outras ferramentas
disponibilizadas pelo INSS, deste modo desencadeou-nos a seguinte pergunta de partida

Que ferramentas de Gestão Contábil são utilizadas no processamento de


pensões Pelo Instituto Nacional de Segurança Social?

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OBJECTIVOS

Objectivo geral

Conhecer as ferramentas de Gestão Contábil e suas praticidades no


processamento de pensões.

Objectivo especifico

1- Socorrer-se das diferentes teorias que abordam sobre o tema em questão;


2- Conhecer as ferramentas de gestão contábil que o INSS utiliza;
3- Apresentar os benefícios e entraves ao uso de ferramentas de gestão contábil.

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

A contabilidade é uma ciência que se cinge sobre as mutações decorrentes


dentro de uma empresa, os processos e tratamentos contabilísticos são de grandes
importâncias para as respectivas instituições. O presente trabalho tem uma importância
teórica baseando-se na quantidade de conteúdo exploratório científico que trará sobre o
aspecto segurança social, sendo um tema de pouco estudo em território nacional.

O presente estudo tem uma importância prática para o âmbito das técnicas
contabilísticas aplicadas para o tratamento das informações necessárias das
contribuições no INSS, de forma a fazer a representatividade dos procedimentos todos
utilizados pelos contabilistas.

DELIMITAÇÃO DO TEMA

O presente estudo delimita-se para aquilo que é o Instituto Nacional de


Segurança Social, bem como o processo de gerência de fundo de pensões e técnicas
contabilísticas utilizadas pela instituição. No decorrer da elaboração do projecto foi
caracterizado por três capítulos, sendo que no capítulo I foi demonstrada uma
abordagem directa sobre o Instituto Nacional de Segurança Social e a contabilidade
angolana. O capítulo II é caracterizado pelo lado da metodologia utilizada no trabalho
como: Modo de investigação, Hipóteses, Variáveis, Objecto de estudo, instrumento de
investigação, processamento e tratamento da informação. O terceiro capítulo realça
sobre terceiro e a apresentação e análise crítica dos resultados.

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DEFINIÇÃO DE CONCEITOS

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CAPÍTULO-I

FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA

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1.1. ABORDAGENS HISTÓRICAS SOBRE O INSS EM ANGOLA

O INSS é um instituto que prevê o bem estar futuro dos funcionários sejam eles
públicos ou privados, desde que estejam a exercer uma actividade remunerada
considerada oficiosa associados a uma instituição ou não.

«O Instituto Nacional da Segurança Social é a entidade responsável pela gestão


do Sistema de Protecção Social Obrigatória. Constituído em 1992, é um Instituto
Público integrado na Administração indirecta do Estado, dotado de autonomia
administrativa, financeira, patrimonial e de gestão». (INSS, 2022, p.1)
O INSS possui a responsabilidade de gerir todo o sistema associado a
proteção social, é uma instituição que foi constituída em 1992, com o propósito de
manter organizada as contribuições e prever o futuro dos assegurados, de forma a
proporcionar a sua estadia sadia no processo de aposentadoria a tempo
determinado ou por antecedência.

Prossegue as atribuições do Ministério da Administração Pública, Trabalho e


Segurança Social, sob a superintendência do respectivo Ministro. Como organismo
central, tem jurisdição sobre os serviços provinciais e municipais em todo o
território nacional. Anselmo Monteiro é o quarto Director Geral do INSS, desde a
sua constituição, em 1992, depois dos Directores Abraão Cordeiro Benchimol,
Sebastião Mixinge e Hugo Brás pela ordem. (INSS, 2022, p.1)

As atribuições dos cargos no momento da constituição do INSS foram incumbidas


determinadas responsabilidades por intermédio do Ministério da Administração Pública,
dando assim jurisdição para todo a regulamentação de todo o território Nacional sobre a
gerência dos fundos de pensões, que permitiram uma maior organização.

1.1.1. História da Segurança Social

A história da segurança social vem desde os primórdios do processo colonial


registando de forma progressiva um grande desenvolvimento e expansão,
consubstanciado na melhoria das condições da protecção social e, simultaneamente, na
garantia da sustentabilidade financeira do sistema. A proteção social já com
características de avanços mesmo em época de guerra, o país procurava manter uma
proteção para aqueles que exerciam actividades trabalhistas, preocupados com essa
situação foi desencadeando cada vez mais a necessidade de assegurar es proteção.
(INSS, 2022)

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Segundo o site INSS.gov.ao (2022, p.1) o histórico da Segurança Social remonta
um aspecto pertinente para os grandes estudiosos, que apresentam várias fases podendo
ser caracterizadas da seguinte maneira:
• Antes da Independência (até 1975)
• Entre 1975 a 2002
• A partir de 2002
• Antes da Independência (até 1975)
• A partir de 2002.
Antes da Independência (até 1975)

A Segurança Social era de natureza corporativista, dirigida sobretudo a


funcionários públicos. Com enfoque protector a grupos profissionais, estava
organizada por Caixas de Providência Social, como sejam os funcionários dos
correios e telecomunicações, das alfândegas, entre outros nessa época, foram
criadas as condições para um sistema de protecção de base formal, associado ao
trabalho, para uma minoria de trabalhadores urbanos assalariados. ( INSS, 2022,
p.1)

Antes da independência o processo de segurança social em Angola era de forma


restrita aplicada apenas para as instituições públicas, que eram limitadas em função das
poucas funções existentes durante esse período.
Entre 1975 a 2002
«Com a visão de institucionalizar uma política nacional de segurança social, o
Governo de Angola desenvolveu estudos e tomou medidas pontuais de alargamento
quer do âmbito pessoal da Segurança Social quer do âmbito da protecção material».
Com o passar da independência o Governo angolano teve a preocupação de alargar
os seus serviços associados para aquilo que é a protecção social, dando ênfase a
valorização do trabalhador no exercício das suas funções como sejam:
• Integração no Sistema dos Trabalhadores por Conta de Outrem, além dos
funcionários públicos;

• Direito à licença de maternidade a todas as mulheres trabalhadoras (1978);

• Subsídio por morte e funeral (1978);

• Uniformização e generalização do montante do abono de família a todos os


trabalhadores por conta de outrem (1978).

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Todos os pontos aplicados durante o processo de expansão do serviço de
segurança social convinham olhar para o bem estar e protecção dos funcionários
ou dos trabalhadores por conta de outrem, com a aplicação destes termos a
protecção social manteve uma estrutura mais organizada.

Com a aprovação da Lei 18/90 de 27 de outubro, primeira Lei de Bases,


institucionalizou-se o Sistema Nacional de Segurança Social, entendido como um
sistema, fundamentado nos aspectos integrados de gestão, financiamento e
normativo. Enquadrada com a Norma Mínima de Segurança Social (Convenção n.º
102 da OIT), esta lei estabeleceu a progressividade do Sistema de Segurança Social
e veio a consagrar a: doença ou acidente comum; protecção na maternidade; pensão
de velhice; pensão de invalidez; pensão de sobrevivência; prestações às famílias
(subsídio de funeral, morte e abono de família); protecção no desemprego;
protecção nos acidentes de trabalho e e doenças profissionais. (INSS, 2022, p.2)

A Lei 18/90 de 27 de outubro trouxe consigo grande expansão dos serviços de


protecção social, implementando consigo algumas características que não eram
consideradas no processo de protecção social como a doença ou acidente de trabalho,
protecção na maternidade, desemprego bem como outros aspectos que não constavam
para a lista dos assegurados sociais.

A partir de 2002

«Com a PAZ, tornou-se imperioso restabelecer o desenvolvimento e


fortalecimento da sociedade angolana, de modo a impulsionar a progressiva melhoria
dos níveis de bem-estar social e da qualidade de vida dos cidadãos». (INSS, 2022, p.2)

Com a vinda da paz, Angola precisava manter o seu desenvolvimento constante,


com isso a melhoria do estatuto social não poderia ficar de fora, com a intenção de
melhorar todos os aspectos de protecção social, o Estado angolano manteve o seu
desenvolvimento não só focado para o aspecto económico, mas também para os
cidadãos que mantinha o seu oficio de forma regulamentar e exerciam as suas
actividades constantes, proporcionando o seu bem estar futuro.

«Estavam criadas as condições para o surgimento de uma nova era para a


Segurança Social, consubstanciada na Lei de Bases – lei 7/04 -, a qual permitiu
avançar de forma efectiva para a consolidação do Estado-Previdência em Angola,
entendido como um sistema integrado, universal e contributivo». (INSS, 2022, p.2)

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A Lei de Bases – lei 7/04 veio trazer consigo um processo de protecção social
mais alargado, considerando outros pontos como os funcionários por conta própria, que
era um aspecto fora daquilo que era a protecção social. Entre as várias medidas levadas
a cabo neste período, destacam-se:

• Instituição do dia do Idoso (30 de novembro);


• Regulamentação da protecção dos acidentes de trabalho e das
doenças profissionais;
• Regime de vinculação e contribuição ao sistema;
• Regime dos trabalhadores por conta própria;
• Regime do clero e religioso;
• Regime jurídico das prestações familiares, o qual integra o
princípio da diferenciação positiva;
• Subsídio de Pré-Maternidade;
• Manutenção do direito às prestações sociais pensões de
velhice, sobrevivência, aleitamento e abono de família.

Todos estes pontos que foram aplicados por intermédio da lei de base 7/04
manteve uma estrutura mais abrangente do processo de segurança social, que culminou
para uma valorização do funcionário por conta própria bem como olhar para a Mulher
que estaria fora dos seus aposentos trabalhistas no pós-parto. Com toda essa nova
implementação houve a possibilidade de apresentar um sistema de protecção social mais
grandioso e vasto, não limitado por apenas os funcionários públicos que possuíam maior
parte dos benefícios existentes para a protecção social, permitiu um crescimento
significante para a protecçaõ social.

1.2. O INSS EM ANGOLA NOS DIAS ACTUAIS

O INSS em Angola nos dias actuais tem sido uma instituição de grande
profundidade quanto ao assunto gerencia de pensões, tida como a única instituição
pública de gerencia de pensões, possui diversos aspectos de expansão.

«O Sistema Público de Segurança Social, uma componente basilar do Sistema


de Protecção Social do país, registou nos últimos anos um claro desenvolvimento e
expansão, consubstanciado na melhoria das condições da Protecção Social e,

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simultaneamente, na garantia da sustentabilidade financeira do sistema». (INSS, 2022,
p.2)
Nas duas últimas décadas o processo de crescimento do INSS tem tido uma
expansão significante com as mudanças decorrentes internamente, considerando o
processo de aplicação de novas técnicas que facilitam o processo de registo dos
pensionistas. Na última década, Angola deu passos importantes para a consolidação do
sistema de Proteção Social através da criação de um Plano Nacional de
Desenvolvimento, criando condições para um crescimento económico inclusivo.
Nos últimos anos, o governo angolano tem demonstrado um maior interesse em
melhorar os indicadores socioeconómicos do país e, para que isso aconteça, tem
adotado medidas de reforço do sistema nacional de proteção e assistência social. A
adoção do Plano Nacional de Desenvolvimento (2013-2017), tornou prioritária a
implementação de programas de rendimento mínimo e outras formas de proteção
social. Neste sentido, o país está a realizar diversos esforços, a começar por
consolidar o quadro legal de proteção social de Angola. Nesse contexto, a Lei de
Bases da Proteção Social pode ser considerada, o marco temporal através do qual
Angola busca a consolidação do sistema de proteção social integrado e universal, o
qual visa sobretudo, o bem-estar social da população. (Gomes. Valverde, Castro
& Martins, 2018, p.1)

Com a preocupação do bem estar social o Estado angolano tem vindo a aprimorar
os processos todos de protecção social, que tem permitido o reconhecimento de um
crescimento significante do número de pessoas a serem salvaguardadas no recinto de
protecção social, permitindo uma maior responsabilidade para com os trabalhadores.
Angola está a conquistar avanços significativos no desenvolvimento dos setores
económico e social.

Desde 2005, que o Governo de Angola tem vindo a materializar e consolidar a


modernização, adequabilidade e sustentabilidade da Segurança Social, através da
implementação de um conjunto de Planos, primeiramente o Plano para a Modernização
e Desenvolvimento Institucional do Instituto Nacional de Segurança Social (PMDI) e,
mais recentemente, o Plano para a Qualidade e Sustentabilidade da Segurança Social
(PQ3S). (INSS, 2022)
Segundo Gomes. Valverde, Castro e Martins (2018, p.1) A Lei de Bases
estabelece a proteção social em três níveis:
• Básica
• obrigatória e complementar.

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Os mesmos autores definem também as instituições gestoras em função da lei de
bases, prestações adequadas, bem como outras disposições relevantes. O sistema de
proteção social do país está estruturado da seguinte maneira:
Figura 1- Sistema de protecção social de Angola

Fonte: Gomes. Valverde, Castro & Martins (2018, p.2)

A figura acima faz menção das respectivas incumbências existentes para cada
departamento, de forma segmentada foi dada a cada instituição a sua respectiva função
quanto ao assunto protecção social em função da lei de bases nº 7/5 de 15 de outubro.

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Tabela 1- Cobertura dos Benefícios, por Tipo de Beneficiário do Sistema de Segurança Social

Trabalhador
Trabalhador
Trabalhador por Clero & Trabalhador da Actividade
Modalidades por Conta de
Conta Própria Religioso Doméstico de Baixo
Outrem
Rendimento
Geral Todos os - - - -
subsídios e
pensões
previstos no
sistema.
Parcial - Abono de Velhice Abono de Velhice Abono de Velhice -
Pensão de Reforma Pensão de Reforma por
por Velhice Pensão Reforma por velhice Pensão de
de Sobrevivência Velhice Subsídio sobrevivência
Temporária Pensão de Funeral temporária e Pensão
de Sobrevivência Subsídio por de sobrevivência
Vitalícia Subsídio de Morte vitalícia Subsídio
Funeral por morte
Alargada - Subsídio de Pré- Pensão de Subsídios de Pré- Reforma por
Maternidade Sobrevivência maternidade velhice
Subsídio de Temporária Subsídios de Subsídio por
Maternidade Pensão de maternidade morte
Subsídio de Sobrevivência Subsídio de
Aleitamento Vitalícia aleitamento Abono
Subsídio por Morte de família Subsídio
por morte Subsídio
de funeral

Fonte: INSS (2022, p.2)

A tabela acima faz menção das modalidades em que os pensionistas estão


associados em função do seu regime, por conta própria, de outrem bem como outros
trabalhadores que exercem uma actividade de forma oficiosa remunerada.

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Segundo Gomes. Valverde, Castro & Martins (2018, p.1):
O Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) é responsável pela gestão da
proteção social obrigatória dos seguintes programas: Abono de Família, Abono de
velhice, Pensão de reforma Antecipada, Pensão de reforma por velhice, Pensão de
Sobrevivência Temporária, Pensão de Sobrevivência Vitalícia. Subsídios:
Maternidade, Funeral, Aleitamento e Morte.

A proteção social dos programas de abono de Família, Abono de velhice, Pensão de


reforma Antecipada, Pensão de reforma por velhice, Pensão de Sobrevivência
Temporária, Pensão de Sobrevivência Vitalícia. Subsídios: Maternidade, Funeral,
Aleitamento e Morte. Ficam de forma clara a cargo do Instituto Nacional de Segurança
social, possuindo a incumbência de gerir os fundos para de forma bilateral.

1.3. ABORDAGENS CONCEITUAIS DA CONTABILIDADE


ANGOLANA

A Angola enfrentou duas grandes fases na sua evolução histórica contabilística:


a fase colonial e a fase pós colonial, estas fases representaram um aspecto importante
para a estabilização da contabilidade em território nacional, permitindo uma evolução
considerável.

Angola enquanto província de Portugal, a sua contabilidade era dependente de


Portugal através da Direção dos Serviços de Fazenda Nacional até março de 1976,
altura em que se deu a troca da moeda do Escudo para o Kwanza. Neste mesmo
ano foi criado o Ministério das Finanças que efetuou uma reforma fiscal, com
maior incidência no Código de Contribuição Industrial, assim como exarou
Decretos e Decretos-Leis, que permitissem determinar o resultado líquido e a
publicação do novo Plano de Contas Nacional, tais como o Decreto nº49381 que
vigorou até 1977. Em 1978 foi criado um Plano de Contas pelo Ministério do
Comércio Interno e pelo Decreto nº 250 7/9 de 19 de outubro do Conselho de
Ministros, aprovou-se o Plano de Contas Nacional, que vigorou no sistema político
socialista. (Benjamim, 2017, p.21)

Angola em época de colonização mantinha a sua contabilidade em função dos


aspectos de Portugal, depois da criação do Ministério das Finanças foi possível a
certificação da reforma fiscal necessária, que permitia a criação determinado o resultado
líquido e aplicação do plano de contas que se considerava novo.

Com o intuito de atingir o desenvolvimento, crescimento económico e social que


Angola tem registado, após o término da guerra civil em 2002 e a inexistência de um
órgão de normalização contabilística nacional, fez com que e como sempre, o Ministério
das Finanças chamasse a si a responsabilidade de ajustar novamente as bases da

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normalização contabilística de Angola à realidade internacional. Foi assim que por
Decreto nº82/01 de 16 de novembro, se aprovou o Plano Geral de Contabilidade de
Angola (PGCA), que vigora até à presente data, aplicável às sociedades comerciais e
empresas públicas, que exerçam actividade em Angola ou noutros países, mas que
tenham a sua sede em território nacional. A trajetória das Finanças Públicas da
República de Angola tem um marco histórico importante: a implementação em janeiro
de 2004 da nova plataforma informática do Sistema Integrado de Gestão Financeira do
Estado – SIGFE, adaptando- 21 se o sistema de partidas dobradas, no âmbito do
Programa de Modernização das Finanças Públicas – PMFP. (Benjamim, 2017)

1.4. A CONTABILIDADE E AS SUAS FERRAMENTAS NO


PROCESSO DE PAGAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES EM
ANGOLA NO INSS

A contabilidade no âmbito do pagamento das taxas aplicadas as prestações de


pensões é um dos principais pilares para as empresas, sendo que a regularização das
pensões passa por um processo de lançamento de informações. Sendo que, sempre que
um trabalhador iniciar actividade laboral contractual com uma Entidade Empregadora,
deve o empregador inscrever ou vincular, e os descontos e pagamento das contribuições,
têm início a partir da data declarada como início de vínculo.

«O objectivo do Fundo é o de alcançar, numa perspectiva de longo prazo, a


valorização do capital com vista ao pagamento de pensões, visando a maximização do
bem-estar futuro dos participantes». (Ageas pensões, 2019, p.5)

Com este ponto de vista é demonstrado o verdadeiro sentido do fundo de


pensões, o pensamento futuro do bem estar do trabalhador, poder fornecer uma melhor
estadia financeira para os participantes.

De acordo ao Decreto presidencial nº227/18 de 27 de setembro, são expostos os


seguintes pontos:

Taxa Contributiva
«A taxa contributiva é fixada em 8% para Entidade Empregadora e 3% para o
trabalhador, do total das remunerações do trabalhador sobre os quais incidem as
contribuições». (INSS. 2022, p.2)

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As taxas efectivas do pagamento da segurança social configuram um montante
de 3% para os funcionários e 8% para a empresa, fazendo menção de que alberga os
trabalhadores por conta de outrem. A taxa total de pagamento do INSS afectiva as
empresas configuram um total de 11%, cabendo a área da contabilidade dar conta de
todo o procedimento de registo e pagamento.
Incidência Contributiva
Considera-se incidência contributiva, a remuneração ilíquida do trabalhador,
nomeadamente todas as prestações pecuniárias que, nos termos da relação jurídica-
laboral, são devidas pela Entidade Empregadora aos trabalhadores. No caso de parte
dessa remuneração for em espécie, esta deve ser referenciada em dinheiro, para efeito
de incidência contributiva. (INSS. 2022)
Segundo o Decreto Presidencial n.º 227/18, de 27 de setembro, considera-se base
de incidência subjectiva e objectiva bem como as prestações que são consideradas
inseridas para as contribuições segurança social contributiva as seguintes:

Incidência Objectiva

• A remuneração ilíquida do trabalhador, nomeadamente todas as


prestações pecuniárias que, nos termos da relação juridico-laboral, são
devidas pelas entidades empregadoras aos trabalhadores.
• No caso de o trabalhador auferir parte da remuneração em espécie, esta
deve ser referenciada em dinheiro, para efeito de base de incidência
contributiva.

Não integram a base de incidência contributiva as seguintes prestações


pecuniárias:

• As prestações sociais pagas pelas entidades empregadoras no âmbito da


Protecção Social Obrigatória – Decreto Presidencial n.º 8/11, de 7 de janeiro
(subsídio de maternidade e pré-maternidade e abono de família).
• O valor correspondente ao Subsídio de Férias;
• Os valores correspondentes à subscrição ou participação efectuada pelos
trabalhadores e pelas entidades empregadoras de modalidades de protecção
social complementar previstas em legislação própria.

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Incidência subjectiva

São abrangidos os seguintes grupos de trabalhadores e pessoal equiparado:

• Os trabalhadores que exercem actividade profissional renumerada ao abrigo de


contrato de trabalho, nos termos da legislação laboral;
• Os funcionários públicos, agentes administrativos e os trabalhadores contratados
na função pública;
• As pessoas singulares que em função das características específicas da
actividade exercida sejam consideradas trabalhadores por conta de outrem;
• As pessoas singulares titulares de empresas agrícolas, de comércio, indústria ou
prestação de serviços, os sócios, os gerentes ou administradores ou membros de
órgãos sociais e os directores contratados de pessoas colectivas, com ou sem
finalidade lucrativa, que sejam remunerados; O contratado por empresa de
trabalho temporário, que presta serviço para atender à necessidade transitória de
substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de
• serviço de empresas;
• O trabalhador contratado no âmbito da legislação nacional que presta serviços
no exterior em instituições que representam o Estado Angolano;
• O estagiário que presta serviços à Entidade Empregadora contribuinte da
Protecção Social Obrigatória;
• Os trabalhadores que prestam actividade de carácter temporário ou sazonal
legalmente estabelecido;
• O reformado que retomar à actividade laboral.

O contabilista, lhe é incumbido a missão de fazer a recolha de informação e


lançamento de todos esses dados para a facilidade de manuseamento das informações,
cabendo-lhe a noção dos subsídios que são afectos pelas taxas decretadas (3 e 8%) de
um modo a prosseguir com a sua missão de registo e lançamento das contribuições
feitas no INSS.

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1.4.1. Procedimentos contabilísticos utilizados no decorrer do pagamento
das prestações no INSS (Empresas públicas e privadas)

O processo de contabilização das principais operações do INSS transcende do


princípio de que, existem procedimentos a serem cumpridos e obrigações por serem
realizadas.

As entidades empregadoras devem apresentar mensalmente uma folha de registo de


remunerações à Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória, na qual se
declara: A relação dos trabalhadores ao seu serviço; O valor da remuneração que
constitui a base de incidência contributiva; A taxa contributiva aplicável. A folha
de registo de remunerações deve ser elaborada através do sistema electrónico
disponibilizado pela Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória. Na
eventualidade de a entidade empregadora não declarar a base de incidência
contributiva real de um ou de vários trabalhadores num determinado mês (sem que
faça qualquer declaração de suspensão ou desvinculação correspondente), o valor
da remuneração que constitui a base de incidência contributiva é a última
remuneração declarada, sem prejuízo do apuramento oficioso do valor real.
(Delloite, 2018, p.47)

O pagamento das contribuições pode ser feito de forma manual ou digital, o portal
do INSS disponibiliza ferramentas para a declaração do valor que realmente incide
sobre os trabalhadores da empresa, de uma forma obrigatória devem deslocar-se para as
instituições de protecção social ou ao site do INSS ferramenta essa que é utilizada pelos
contabilistas no momento da declaração do pagamento da contribuição dos funcionários
e da empresa. O pagamento das contribuições, quer as devidas pelo empregador, como
as respeitantes ao trabalhador é da responsabilidade da Entidade Empregadora, devendo
esta fazer o desconto directo na remuneração do trabalhador. As contribuições devem
ser pagas mensalmente, através da liquidação da guia de pagamento, até ao dia 10 do
mês seguinte àquele a que as contribuições dizem respeito, salvo nos regimes especiais
em foram determinados outros prazos.

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Figura 1- Pagamento das obrigações afectas ao INSS

Fonte: Delloite (2018, p.47)


Juros de Mora

A Entidade Empregadora que não cumpra com a obrigação contributiva no prazo,


está sujeita ao pagamento de juros de mora de 1% ao mês sobre o valor do capital
inicial da dívida. Começam a ser contados dia seguinte a data limita do pagamento
das contribuições. Os juros de mora são calculados e aplicados automaticamente
pelo sistema electrónico da Entidade Gestora da Protecção. Social Obrigatória, sem
prejuízo da actuação dos serviços de Inspecção do INSS. (INSS, 2022, p.1)

Os juros de mora são caracterizados pelo atraso do pagamento das devidas


contribuições da segurança social, a taxa aplicada é equivalente a 1% dos rendimentos
que incidem sobre a segurança social, que de forma sancionaria começam a ser contados
no dia a seguir.

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Folha de Remunerações

A folha de remuneração é uma ferramenta utilizada para o processo de registo das


remunerações feitas na segurança social, proporciona para o contabilista maior rapidez,
eficiência e rigor no processo contributivo ao INSS, o trabalhador ter o registo da
carreira contributiva para efeitos de recepção de uma prestação social.
A Folha de Remunerações é o instrumento legal definido para efectuar o registo
mensal das remunerações dos trabalhadores e apurar as contribuições à Segurança
Social. Este instrumento emite a Guia de Pagamento, a fim de efectuar o
pagamento das contribuições. A elaboração da Folha de Remunerações electrónica
é obrigatório. A falta da elaboração da folha de registo de remunerações ou a
insuficiência das informações prestadas na mesma podem ser supridas
oficiosamente pela Entidade Gestora da Protecção Social Obrigatória, por recurso
aos dados de que disponha no seu sistema de informação, no sistema de informação
fiscal ou decorrente de acção de fiscalização ou, ainda, por comunicação do
trabalhador devidamente comprovada. (INSS, 2022, p.12)

A folha de remuneração é a ferramenta final do processo decorrido para o


pagamento das prestações da segurança social, ela emite a guia de pagamento, de forma
a efectivar o pagamento das prestações. Sendo da obrigatoriedade do contabilista de
fazer o pagamento das prestações para os benefícios que os segurados e seus familiares
(dependentes) têm direito nas situações de perda de rendimentos do trabalho definidas
por lei. Cobertura dos Benefícios, por tipo de Beneficiário do Sistema de Segurança
Social.

Determinação da matéria colectável do INSS

A determinação da matéria colectável da Segurança Social passa pelo processo


da isolação do valor em que será aplicado as taxas efectivas, para a contribuição social
da empresa e dos trabalhadores, podendo ser demonstrado da seguinte forma:

MCSS= Salário Bruto-Subsídio de férias- Outros subsídios com a incidência


isenta

MC (SS) X (3%) = Trabalhadores

SS

MC (SS) X (8%) = Patronal

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Com o processo de cálculo da matéria colectável poderá fazer o lançamento das
taxas aplicáveis para a contribuição da segurança Social.

1.5. RELATÓRIO FINANCEIRO DOS FUNDOS DE PENSÕES

O relatório financeiro dos Fundos de pensões vem fazer o relato sobre a situação
dos contribuintes bem como a quantidade de empresas que se encontram inscritas no
sistema do INSS, mas que não cumprem com as sus obrigações.

Figura 2- Quantidade de contribuintes que não possuem dívida

Fonte: Portal INSS.gov.ao (2022)

De acordo com o relatório apresentado pelo INSS no ano de 2022 no primeiro


trimestre, reporta que 164.209 empresas, são de forma assídua consideradas empresas
que fazem o pagamento das prestações obrigatórias pelo INSS.

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Figura 2- Quantidade de contribuintes que possuem dívida

Fonte: Portal INSS.gov.ao (2022)

De acordo com o relatório financeiro dos Fundos de pensões apresentado pelo


INSS no ano de 2022 no primeiro trimestre, reporta que 164.006 empresas, não são de
forma assídua no processo de pagamento das prestações exigidas obrigatórias pelo
INSS.

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