Estigma e discriminação em saúde mental
Origens do estigma  Adquire novos direitos preservando os
 No Passado as pessoas com doença
metal eram vistos como “alienados” e
como tal estavam institucionalizados
pelo que a sociedade começou a criar
ideias erradas, porque como não
contactavam com eles.
 Exclusão da sociedade
 Ausência de Contacto entre o doente e a Doente mental
sociedade
 Este afastamento físico, também levou a
um afastamento da compreensão da
pessoa e da sua patologia.
Ignorância: desconhecimento dos
verdadeiros factos e da autêntica realidade
das coisas
Ideias erradas: fruto de crenças
religiosas, ideias filosófico-metafísicas da
realidade e da estrutura social (política e
económica)
(Pre)conceito: consequência do erro de
interpretação e do seu perpetuar no tempo
Marginalização – Por exemplo, a “loucura”
não é objeto da ciência durante muitos
séculos. Nem o “louco” tem direito a viver
com os restantes membros da sociedade
“ALIENADOS”: aqueles que estão
separados ou isolados da comunidade. Seres
que perderam os Direitos Humanos porque a
doença lhes consumiu o espírito.
Doente somático
É um doente que tem por exemplo uma dor
de barriga, ou seja, é um doente que tem
algum problema orgânico que não tem
compromisso do comportamento/interação
 Continua integrado na sociedade
 Inspira cuidados
 Merece a atenção especial por parte da
sociedade
que já tinha, embora possa estar
limitado no exercício dos mesmos
FATALIDADE (ficou doente, aconteceu e
a sociedade aceita)
 Perdeu a “razão” logo deixa de ser
merecedor dos mesmos direitos que os
demais membros da sociedade
 Comporta-se de forma diferente, não
aceitando ou reconhecendo os seus
problemas.
 Não reconhecem que tem problemas de
saúde pelo que não pedem e/ou não
aceita ajuda dos outros
 Sintomas estranhos “ouvir vozes”
“debitar discursos” “isolar-se” “ataques
de fúria” “ideias delirantes” etc
ANORMALIDADE DE
CAUSA SUPRANATURAL
Evolução do conceito – estigma
Dos gregos – sinais corporais com os
quais
Épocase tentava
cristã exibir algo errado
– incapacidades físicaseou
pouco habitual
simbologia no status
de marcas moral de quem
divinas/questões
os apresentava
religiosas/ demonios
Progressivamente passaram a ser vistas
como pessoas maltratadas, desfiguradas
fisicamente ou que apresentavam uma
conduta diferente / desviada daquilo que
a sociedade entende como correto e o
conceito foi evoluindo
Estigma
 Um atributo profundamente
depreciativo, que degrada e rebaixa a
pessoa portadora do mesmo.
 Os indivíduos estigmatizados possuem
(ou crê -se que possuem) algum atributo
ou característica que implica uma
identidade social, a qual é desvalorizada
num determinado contexto social
 Consiste no processo pelo qual se
identifica e rotula uma pessoa ou
grupo, em virtude de um atributo ou
característica, não necessariamente
visível. (…). O estigma relacionado com a
com doença mental provém do medo do
desconhecido, e um conjunto de falsas
crenças que origina a falta de
conhecimento e compreensão
O estigma inclui:
Estereótipos: categorização dos grupos
(Ex: as pessoas que não tem ensino superior
são pouco inteligentes)
Preconceitos: julgamento prévio negativo
A componente emocional que os
preconceitos geram na pessoa que originam
a discriminação
Discriminação: comportamento associado ao
preconceito
A estigmatização e os 3 componentes:
 Cognitiva: crenças infundadas,
esta relacionada com o
preconceito.
 Afetiva/emocional: receio, evitamento
pelo contacto com os doentes. A
sociedade identifica o indivíduo como um
ser pelo qual tem preconceito, gerando
emoções, habitualmente negativas, que
origina comportamentos.
 Discriminadora: recusa em prestar apoio
ou acolhimento.
Fases da estigmatização
1ª: “carimbar” as pessoas com uma condição
2ª: estereotipar as pessoas com essa
condição
3ª: criar uma divisão- nós e eles
4ª: criação de respostas emocionais- medo,
ansiedade, raiva
5ª: discriminação contra pessoas baseadas
nesse “carimbo”
(!!) Porque é que a doença mental é
estigmatizada?
 Há quem acredite que a doença mental é
resultante de maus estilos de vida
(escolhidos pela pessoa).
 Crença de que as pessoas com doença
mental são perigosas e imprevisíveis,
menos competentes, incapazes de
trabalhar, devem ser institucionalizadas
e nunca irão melhorar…
Estigma e os profissionais
O estigma vindo de um profissional de saúde
tem mais pessoa para a pessoa com doença
mental do que o estigma vindo da população em
geral.
O estigma contribui para a não aceitação da
doença e por vezes os doentes criam eles
próprios autoestimas
 Estudos evidenciam que a estigmatização
resulta não só das atitudes da população
em geral, mas também dos familiares,
das próprias pessoas com doença mental
e até os profissionais
 Profissionais são uma fonte de
experiências de discriminação relatado
por pessoas com doença mental
 As atitudes dos profissionais por vezes
são mais prejudiciais do que as atitudes
da população geral
A consciência do dente do estigma pode
interferir em vários aspetos:
 Autoestima
 Confiança intra e interpessoal
 Qualidade das Relações
 Desempenho Social
 Qualidade de vida
 Dificulta a integração social das pessoas
com doença mental e dos seus familiares.
 Pode levar a comportamentos de
autoexclusão, problemas cognitivos,
comportamentos autopunitivos e de risco,
etc
Algumas consequências sociais e de saúde
resultantes do estigma
Consequências de saúde
 A doença mental é comum, mas apenas
um terço das pessoas procuram apoio
terapêutico devido ao medo da
discriminação;
 As pessoas negam sintomas dolorosos e
são relutantes em procurar ajuda numa
fase inicial da doença;
 A taxa de não adesão ao tratamento
psiquiátrico é elevada porque as pessoas
não querem ser vistas na consulta de
psiquiatria;
 As pessoas com doença mental
frequentemente têm as mesmas crenças
que a restante sociedade e culpam-se
pela sua doença;
Consequências sociais
 A forma mais frequente das pessoas
lidarem com o estigma é reterem
informação àqueles que os poderiam
ajudar; a pessoa com doença mental não
dá toda a informação que possa ser
considerado patológico, uma vez que
começam a perceber que não é bem
aceite e acabam por se defender
 As pessoas com doença mental esperam
ser rejeitadas pela sociedade e por isso
são relutantes em relacionar-se com
outros;
 O efeito do estigma pode ter um maior
impacto na pessoa do que a doença
propriamente dita;
 A família é também frequentemente
estigmatizada e podem ser
culpabilizados por ter causado ou
contribuído para a doença;
 A atitude da comunidade pode afetar
negativamente as taxas de recuperação.
Sem o estigma os doentes aceitariam
melhor a sua doença e iram participar
mais no seu tratamento e iriam
recuperam mais rápido
 Os profissionais de saúde são também
frequentemente estigmatizados, detém
um status menor aos olhos dos seus
colegas, o que dificulta a contratação de
pessoal para esta área;
 As pessoas com doença mental são mais
frequentemente não diagnosticadas em
relação a outros problemas de saúde,
porque desvalorizam os ser sintomas e as
suas queixas.
 As instituições, governos e políticas de
saúde contribuem para o estigma por
sistematicamente subfinanciarem os
serviços de saúde mental; (a psiquiatria
é o parente pobre da medicina)
 A discriminação das pessoas com doença
mental leva a menores oportunidades de
emprego, estagnação nas carreiras, e
hostilidade no local de trabalho
 O estigma ainda contribui para o
persistente subfinanciamento da
investigação na área. Para quê investir
naqueles malucos?!
 Muitos profissionais de saúde mental
partilham uma atitude negativa em
relação à pessoa com doença mental;

Consequências:
 Sentir que devem
esconder a doença
 Depressão
 Ansiedade social
 Agravamento da doença
 Menos acesso habitação
 Menos acesso a emprego
 Isolamento social
 Menos acesso ao sistema
de saúde
Como diminuir o estigma?
Modificar políticas públicas e leis
Modificar as atitudes das pessoas
 Protesto: combater conceções negativas
- Diminuir imagem estigmatizantes
- Menos eficaz na promoção de novas
atitudes positivas
Como futuros profissionais de saude
 Educação: transmitir informações que
contrariem preconceitos
- Melhorar as atribuições sobre pessoas
com doença mental
- Período de ação restrito no tempo
 Contacto: interação com pessoas com
doença mental. Quanto mais contacto
com pessoas com doença mental menor o
estigma
Medidas mais eficazes:
- Redução de preconceitos
- Diminuição do estigma
- Aumento das atitudes positivas
 Melhorar a psicoeducação dos utentes
e das suas famílias (como conviver com
distúrbio) se os doentes e as famílias
souberem o que é o estigma e que existe
este rótulos que não são verdadeiros
estes também aprendem a defender-se
 Educar o público (campanhas de
sensibilização)
 Envolver as comunidades, família e os
utentes para integrar as pessoas
 Preparar recursos humanos (literacia em
saúde mental, formação, equipas
multidisciplinares,)
 Estabelecer parcerias com outros
sectores (câmaras, escolas,...)
 Monitorizar a saúde mental na
comunidade (indicadores e sistemas de
informações) programas de rastreio de
saúde mental por exemplo
 Apoiar a investigação, (melhor
compreender o doente mental)
 Incentivar estratégias de tratamento
(melhor a qualidade de vida, controlar a
sintomatologia, evitar recaídas e efeitos
secundários)
 Envolver utentes e famílias na
identificação de comportamentos
discriminatórios (utentes, família,
profissionais de saúde e sociedade e
geral)
como podemos diminuir o estigma
 Evitar pré-conceptualizaras pessoas
com doença mental baseado nos média e
nos estereótipos sociais;
 Aprender mais sobre a doença mental;
 Aprender mais sobre a estigmatização e
discriminação da doença mental;
 Falar sobre o estigma associado à
doença mental;
 Ouvir as pessoas que experimentaram a
doença mental;
 Cuidado com a linguagem –falar primeiro
da pessoa, depois da sua doença…
 Falar abertamente sobre a doença
mental (ajudar a pessoa a falar sobre a
sua própria doença ou a de alguém
querido);
 Promover suporte e desenvolvimento das
organizações que combatem a doença
mental.
É essencial que:  As doenças mentais não são contagiosas

 Valorize a dignidade individual;

 Integração familiar, social e profissional;
 Promova um maior contacto em contexto
informal com os doentes psiquiátricos;
 Promover a educação das famílias, sendo
estas as primeiras a interromper com o
estigma da inutilidade;
 Legislação não - descriminatória.

Defesa dos Direitos em Saúde Mental

Advocacia em Saúde mental

Ajudar a pessoa a defender-se desta questão

do estigma e da discriminação, isto é nos
enquanto sociedade temos que trabalhar a nível
individual e da pessoa que é vitima dando lhe
instrumentos para ele se defender disso, saber
identificar e defender-se

É importante ensinar uma pessoa com doença

mental a ter uma voz ativa, a expressar o seu
ponto de vista

Processo de apoiar e possibilitar às pessoas:

 Expressar os seus pontos de vista e

preocupações;
 Aceder à informação e aos serviços;
 Defender e promover os seus direitos e
responsabilidades;
 Explorar opções e fazer escolhas.

Redução de estigma relacionado com

a doença mental
FAZER!!

Comente as frases

 Não vires a cara à doença mental

 Integrar é tratar!
 Vergonha é não aceitar a doença mental
 A depressão é uma doença comum e tem
tratamento
 A doença mental não é um bicho papão
 O preconceito faz mal à doença mental
 Na doença mental pedir ajuda é normal
 Assumir faz parte da cura