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O Texto I é uma definição sobre o que é saúde mental em oposição à doença mental, feita pela
Secretaria de Estado de Saúde do Paraná.
O Texto II traz uma definição histórica sobre o significado da palavra estigma e sua relação com
as doenças mentais.
O Texto III é um infográfico que traz dados acerca da depressão no Brasil e no mundo.
SOBRE O TEMA
O Manual de Doenças Mentais (DSM-V, 2013, p. 20) traz a seguinte definição de doença mental
(transtorno mental):
Quando não houver a expressão “doenças mentais” ou seus sinônimos diretos, será
considerada, apenas para tangenciamento, a menção:
ATENÇÃO! A menção ao termo suicídio ou à expressão “Setembro Amarelo” não é válida para a
abordagem do universo da saúde mental.
Sobre o termo “estigma”
O estigma desempenha o papel de designar aqueles que pertencem e os que não pertencem a
um grupo social determinado. O grupo que detém o poder de categorizar os demais atribui a si
próprio características de superioridade, ao passo que o estigma é a marca de exclusão, de
marginalização e de inferiorização do grupo categorizado. De acordo com Norbert Elias e John
Scotson (2000, p. 22), em Os estabelecidos e os outsiders, “a exclusão e a estigmatização dos
outsiders pelo grupo estabelecido eram armas poderosas para que este grupo preservasse sua
identidade e afirmasse sua superioridade, mantendo os outros firmemente em seu lugar”.
Para vencer o estigma imposto às pessoas com doenças e transtornos mentais, é preciso
reconhecer que as características negativas associadas a essas pessoas não são características
intrínsecas, essenciais, mas são resultantes da imposição social, cultural, política e econômica
de grupos hegemônicos.
Abordagem do tema
Fuga ao tema
Será configurado como fuga ao tema qualquer encaminhamento que não trate do tema, nem
de assunto a ele relacionado, discorrendo, por exemplo, exclusivamente sobre:
• estigma, de modo geral, sem qualquer referência a elementos do universo da saúde
mental;
• estigma sobre doenças em geral, sem qualquer referência a elementos do universo
da saúde mental;
• problemas de saúde e doenças em geral, sem qualquer referência a elementos do
universo da saúde mental;
• redes sociais, sem qualquer referência a elementos do universo da saúde mental;
• sociedade brasileira, sem qualquer referência a elementos do universo da saúde
mental.
Tangenciamento ao tema
• saúde mental (com ou sem menção a estigma), sem referir-se às doenças mentais;
• doenças mentais, sem relação com o estigma.
As mais diversas formas de intervenção serão consideradas para a avaliação – desde uma
sugestão de encaminhamento até um projeto concreto que contemple a questão em foco.
Ações nulas:
• “É preciso fazer alguma coisa”;
• “Tem de haver uma nova maneira”;
• “Medidas devem ser tomadas”;
• “Muitas coisas devem ser melhoradas”;
• Ações na negativa (por exemplo: “O SUS não deve negar acesso [...]”).
Agentes nulos:
• “Alguém”, “ninguém”, “alguns”, “uns”, “uns e outros”;
• “Você” – desde que não haja uma especificação que identifique o agente;
• Verbo no imperativo – desde que não haja vocativo que identifique o agente.
Os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos que contemplam de forma mais
específica o tema deste ano são:
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e
favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe
assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que
se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família
saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços
sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez,
velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu
controle.
Artigo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades
estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a
qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer
ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
A fim de elencar os direitos das pessoas com doença mental, destacam-se os seguintes artigos
da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que “dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental”:
Art. 1º Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata
esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo,
orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e
ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
Art. 2º Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus
familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no
parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I – ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas
necessidades;
II – ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua
saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;
III – ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV – ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
V – ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou
não de sua hospitalização involuntária;
VI – ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII – receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu
tratamento;
VIII – ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
IX – ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
Art. 3º É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a
assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a
devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de
saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde
aos portadores de transtornos mentais.
Art. 4º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os
recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
Referências bibliográficas
BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que “Dispõe sobre a proteção e os direitos das
pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental”.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm>. Acesso em:
17 jan. 2021.
FIRST, Michael. Considerações gerais sobre a doença mental (2017). Disponível em:
<https://www.msdmanuals.com>. Acesso em: 17 jan. 2021.
Organização das Nações Unidas (ONU). Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948.
Disponível em: <https://www.unicef.org>. Acesso em: 17 jan. 2020.