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Expectativa de resposta para a proposta de redação do ENEM 2020

O ESTIGMA ASSOCIADO ÀS DOENÇAS MENTAIS NA SOCIEDADE BRASILEIRA

SOBRE OS TEXTOS MOTIVADORES

O Texto I é uma definição sobre o que é saúde mental em oposição à doença mental, feita pela
Secretaria de Estado de Saúde do Paraná.
O Texto II traz uma definição histórica sobre o significado da palavra estigma e sua relação com
as doenças mentais.
O Texto III é um infográfico que traz dados acerca da depressão no Brasil e no mundo.

SOBRE O TEMA

Sobre o termo doenças mentais (transtornos mentais)

A primeira tentativa de padronizar o diagnóstico de doenças mentais ocorreu pela publicação


da terceira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and
Statistical Manual of Mental Disorders – DSM-III), em 1980. A edição mais recente, o DSM-V, de
2013, propõe a classificação das doenças mentais em categorias diagnósticas orientadas pela
descrição dos sintomas e do curso da doença. A inclusão dessas categorias diagnósticas na
Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças (International Classification of
Disease, 10th Revision) — CID-10 — sugere que o diagnóstico das doenças mentais tem ocorrido
de forma mais padronizada, ou seja, observa-se uma evolução na abordagem de doenças ou
transtornos mentais pelos profissionais de saúde.

O Manual de Doenças Mentais (DSM-V, 2013, p. 20) traz a seguinte definição de doença mental
(transtorno mental):

Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por perturbação


clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no
comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos
processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes
ao funcionamento mental. Transtornos mentais estão
frequentemente associados a sofrimento ou incapacidade
significativos que afetam atividades sociais, profissionais ou outras
atividades importantes. Uma resposta esperada ou aprovada
culturalmente a um estressor ou perda comum, como a morte de um
ente querido, não constitui transtorno mental. Desvios sociais de
comportamento (p. ex., de natureza política, religiosa ou sexual) e
conflitos que são basicamente referentes ao indivíduo e à sociedade
não são transtornos mentais a menos que o desvio ou conflito seja o
resultado de uma disfunção no indivíduo, conforme descrito.

Será aceita como “doença mental” a menção:

• ao termo “doença mental”


• à constatação de falta da saúde mental ou de prejuízo relacionado a ela (apenas com
o uso do termo "saúde mental", especificamente); "não ter saúde mental", "ter a saúde
mental afetada";
• ao termo “doença” ou aos seus sinônimos diretos (mal, moléstia, patologia, distúrbio,
problema, transtorno, perturbação, disfunção, síndrome) relacionados ao universo da
saúde mental ou a algum sentimento/emoção. Por exemplo, entre outros:
· doenças psiquiátricas;
· distúrbios psicológicos;
· problemas psicológicos;
· perturbações mentais; LISTA NÃO
· disfunções mentais; EXAUSTIVA
· transtornos mentais;
· transtornos psiquiátricos;
· transtornos de saúde mental;
· patologia psiquiátrica;
· transtorno que deixa a pessoa triste.
• a exemplos de doenças/transtornos mentais ou às pessoas acometidas por elas:
· síndrome do pânico, síndrome de Burnout;
· depressão/depressivo;
· ansiedade/ansioso;
· compulsão/compulsivo;
· obsessão/obsessivo;
· esquizofrenia/esquizofrênico; LISTA NÃO
· psicose/psicótico; EXAUSTIVA
· sociopatia/sociopata;
· autismo/autista;
· dependência química/dependente químico;
· transtorno de bipolaridade/bipolar;
· neurose/neurótico;
· mania/maníaco;
· vício/viciado.
• às siglas referentes a doenças mentais:
· TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade);
· TDO (Transtorno Desafiador Opositivo);
· TEA (Transtorno do Espectro Autista);
· TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo;
· TDI (Transtorno Dissociativo de Identidade).
• a termos não científicos ou informais que remetem a pessoas acometidas por doença
mental: doido, maluco, pinel, lelé, pancada, tantã, noia, aluado, abilolado etc.

Universo da saúde mental

Quando não houver a expressão “doenças mentais” ou seus sinônimos diretos, será
considerada, apenas para tangenciamento, a menção:

• ao termo “saúde mental”;


• aos termos “mente”/“mental”;
• a psicologia e a palavras com esse mesmo radical;
• a psiquiatria e palavras derivadas;
• manicômio, hospício, hospital psiquiátrico.

ATENÇÃO! A menção ao termo suicídio ou à expressão “Setembro Amarelo” não é válida para a
abordagem do universo da saúde mental.
Sobre o termo “estigma”

O termo “estigma” é claramente definido no Texto Motivador II da proposta de redação e


remete à marcação corporal dos escravos e criminosos na Grécia Antiga. Na Era Cristã, o termo
passou a referir-se às chagas do sofrimento físico de Jesus Cristo ou “a sinais corporais da graça
divina” (GOFFMAN, 1963, p. 5).

Para a sociologia, o termo refere-se à categorização como inferior, menos valorizado ou


desqualificado de um grupo social por outro. Dito de outro modo, o estigma relaciona-se à
identidade social. O caráter perverso do estigma refere-se ao processo em que o indivíduo ou o
grupo social passa a atribuir para si, ou a internalizar, o estigma que lhe foi atribuído.

O estigma desempenha o papel de designar aqueles que pertencem e os que não pertencem a
um grupo social determinado. O grupo que detém o poder de categorizar os demais atribui a si
próprio características de superioridade, ao passo que o estigma é a marca de exclusão, de
marginalização e de inferiorização do grupo categorizado. De acordo com Norbert Elias e John
Scotson (2000, p. 22), em Os estabelecidos e os outsiders, “a exclusão e a estigmatização dos
outsiders pelo grupo estabelecido eram armas poderosas para que este grupo preservasse sua
identidade e afirmasse sua superioridade, mantendo os outros firmemente em seu lugar”.

A negação de direitos ao grupo ou ao indivíduo estigmatizado é um efeito perverso dessa


dinâmica social. Dessa forma, a frase temática propõe que o participante aborde o estigma
associado às doenças mentais ou o estigma conferido às pessoas com doenças ou transtornos
mentais na sociedade brasileira. Tanto a sociedade inflige um estigma às pessoas que sofrem
com doenças ou transtornos mentais quanto a própria pessoa em sofrimento pode reproduzir
esse estigma:

Ainda que se tenha alcançado grandes avanços na compreensão e no


tratamento das doenças mentais, o estigma que as rodeia ainda
persiste. Por exemplo, a pessoa com doença mental pode ser culpada
pela sua doença ou considerada preguiçosa ou irresponsável. A doença
mental pode ser interpretada como menos real ou legítima do que a
doença física, gerando desinteresse no que diz respeito ao pagamento
do tratamento por parte dos responsáveis de saúde e das companhias
de seguros. No entanto, a crescente conscientização sobre o quanto a
doença mental afeta os custos dos planos de saúde e o número de dias
de trabalho perdidos está mudando essa tendência.
(FIRST, 2017).

Para vencer o estigma imposto às pessoas com doenças e transtornos mentais, é preciso
reconhecer que as características negativas associadas a essas pessoas não são características
intrínsecas, essenciais, mas são resultantes da imposição social, cultural, política e econômica
de grupos hegemônicos.

Serão aceitos como “estigma”:

• a menção ao termo “estigma”;


• a referência à forma negativa como a doença mental é vista pela sociedade ou pelo
próprio indivíduo doente:
· frescura/bobagem;
LISTA NÃO
EXAUSTIVA
· algo sem valor;
· menos real/legítimo que a doença física;
· um tabu.
• a referência à forma negativa como o doente mental é visto pela sociedade ou pelo
próprio indivíduo doente:
· inferior;
· incapaz; LISTA NÃO
· desqualificado; EXAUSTIVA
· culpado pela própria doença;
· fraco;
· preguiçoso.
• a termos que recuperam a ideia de “estigma”:
· preconceito;
· discriminação;
· exclusão; LISTA NÃO
· inferiorização; EXAUSTIVA
· descaso;
· desconhecimento.
• a processos relacionados ao estigma associado às doenças mentais: LISTA NÃO
· negação de direitos a indivíduos com doenças mentais; EXAUSTIVA
· dificuldade de acesso ao diagnóstico e ao tratamento;
· discriminação e exclusão social dos indivíduos com doenças mentais: na
família, no trabalho, na convivência com outros indivíduos;
· supressão ou redução de políticas públicas para a promoção da saúde mental
e para o tratamento de pessoas com doenças mentais;
· corte de verbas destinadas à promoção da saúde mental ou ao tratamento e
acolhimento de pessoas com doenças mentais;
· promoção de tratamento indigno ou desumano em instituições
manicomiais;
· vergonha de procurar ajuda ou negação do problema (indivíduo);
· ignorar o problema.

É fundamental destacar que há desafios a serem superados, como a dificuldade de acesso a


diagnóstico e tratamento, o fato de os indivíduos resistirem em buscar ajuda, o preconceito
social contra as doenças mentais e a escassez de políticas públicas voltadas ao acolhimento e à
abordagem multidisciplinar. O termo “estigma” delimita a abordagem, pelos participantes, das
doenças mentais na sociedade brasileira.

Abordagem do tema

Fuga ao tema
Será configurado como fuga ao tema qualquer encaminhamento que não trate do tema, nem
de assunto a ele relacionado, discorrendo, por exemplo, exclusivamente sobre:
• estigma, de modo geral, sem qualquer referência a elementos do universo da saúde
mental;
• estigma sobre doenças em geral, sem qualquer referência a elementos do universo
da saúde mental;
• problemas de saúde e doenças em geral, sem qualquer referência a elementos do
universo da saúde mental;
• redes sociais, sem qualquer referência a elementos do universo da saúde mental;
• sociedade brasileira, sem qualquer referência a elementos do universo da saúde
mental.

Tangenciamento ao tema

Será configurado como tangenciamento ao tema o encaminhamento que aborde ou apresente


apenas:

• saúde mental (com ou sem menção a estigma), sem referir-se às doenças mentais;
• doenças mentais, sem relação com o estigma.

Abordagem completa do tema

Será configurado como abordagem completa do tema o encaminhamento que aborde:

• doenças mentais e algum aspecto que se refira ao estigma ou à estigmatização a


elas relacionada.

EXPECTATIVA DE PERTINÊNCIA DO REPERTÓRIO

Será considerado pertinente ao tema o repertório sociocultural que estiver relacionado:


• ao universo da saúde mental;
• a doenças mentais;
• a estigma.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO POSSÍVEIS

As mais diversas formas de intervenção serão consideradas para a avaliação – desde uma
sugestão de encaminhamento até um projeto concreto que contemple a questão em foco.

São exemplos de ações válidas possíveis:


• Fortalecimento de políticas públicas já existentes de apoio à saúde mental;
• Promoção de políticas públicas para a saúde mental e para o tratamento e o
acolhimento das pessoas com doenças mentais;
• Grupos de apoio para pessoas com doenças mentais e para a sensibilização da sociedade
acerca das doenças mentais e da importância de cuidar da saúde mental;
• Ações de conscientização, promovidas por entidades estatais ou por organizações
sociais e não governamentais, sobre a importância de procurar diagnóstico das doenças
mentais e do tratamento das pessoas com doenças mentais;
• Promoção do acesso à psicoterapia a pessoas de baixa renda;
• Ações estatais e da sociedade civil de acolhimento e tratamento humanizado de pessoas
com doenças mentais;
• Manutenção, ampliação e fiscalização do Modelo de Atenção em Saúde Mental e da
Reforma Psiquiátrica, que promovem a desinstitucionalização do atendimento do
paciente com doenças mentais, como o fim da política manicomial e a utilização da
internação apenas em casos específicos;
• Manutenção, ampliação e fiscalização da Rede de Cuidados em Saúde Mental, Crack,
Álcool e outras Drogas, que prevê os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), os Serviços
Residenciais Terapêuticos, os Centros de Convivência e Cultura, as Unidades de
Acolhimento e os leitos de atenção integral em Hospitais Gerais;
• Fiscalização e implementação da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que “dispõe sobre
a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo
assistencial em saúde mental”;
• Políticas de promoção da integração social de pessoas com doenças mentais em espaços
públicos;
• Políticas de inclusão e integração de pessoas com doenças mentais no mercado de
trabalho;
• Políticas de inclusão de pessoas com doenças mentais na educação;
• Campanhas públicas contra a estigmatização das doenças mentais;
• Promoção de atividades que debatam a estigmatização de transtornos mentais em
instituições de ensino;
• Manutenção, ampliação e fiscalização de postos de trabalho voltados a pessoas que
sofrem de problemas psíquicos;
• Busca por ajuda médica.

Observação: caso o participante aborde terapias polêmicas, como o eletrochoque ou a


internação involuntária, a argumentação tem que deixar explícito que não há desrespeito aos
direitos humanos, uma vez que se trata de intervenções extremas, utilizadas em casos
específicos, previstos em lei e intermediados por alguma instituição ou por médicos/hospitais.

São exemplos de agentes válidos possíveis:


• Ministério Público, Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde, Comissão
Intersetorial de Saúde Mental (Cism), Rede de Atenção Psicossocial (RAP), Centros
de Atenção Psicossocial (CAPs), Ministério da Justiça, Ministério da Cidadania,
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Conselho Nacional de
Direitos Humanos (CNDH), Ministério da Educação, secretarias estaduais e
municipais;
• Instituições de ensino (universidades, escolas), centros culturais;
• Organizações Não Governamentais (ONGs), Organizações Sociais (OSs), associações
de bairro;
• Profissionais ligados à saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, e assistentes
sociais;
• Mídias;
• O próprio indivíduo que apresenta uma doença mental ou pessoas relacionadas a
ele (familiares, tutores etc.).

Essas possibilidades NÃO são exaustivas.

Atenção aos elementos nulos:

O caráter de nulidade se aplica à ação e ao agente.

Ações nulas:
• “É preciso fazer alguma coisa”;
• “Tem de haver uma nova maneira”;
• “Medidas devem ser tomadas”;
• “Muitas coisas devem ser melhoradas”;
• Ações na negativa (por exemplo: “O SUS não deve negar acesso [...]”).
Agentes nulos:
• “Alguém”, “ninguém”, “alguns”, “uns”, “uns e outros”;
• “Você” – desde que não haja uma especificação que identifique o agente;
• Verbo no imperativo – desde que não haja vocativo que identifique o agente.

Desrespeito aos direitos humanos

Os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos que contemplam de forma mais
específica o tema deste ano são:

Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.

Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 23

1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e
favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.

2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.

3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe
assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que
se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.

Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família
saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços
sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez,
velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu
controle.

Artigo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades
estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a
qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer
ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

Alguns exemplos de desrespeito aos direitos humanos:


• Negar ou relativizar quaisquer dos direitos humanos;
• Negar tratamento digno ou acesso à saúde da pessoa com doença mental;
• Discriminar a pessoa com doença mental, sugerindo tratamento degradante e
tortura, ou qualquer ação que fira a dignidade da pessoa humana.

A fim de elencar os direitos das pessoas com doença mental, destacam-se os seguintes artigos
da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que “dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental”:

Art. 1º Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata
esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo,
orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e
ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
Art. 2º Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus
familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no
parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I – ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas
necessidades;
II – ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua
saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;
III – ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV – ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
V – ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou
não de sua hospitalização involuntária;
VI – ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII – receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu
tratamento;
VIII – ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
IX – ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
Art. 3º É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a
assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a
devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de
saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde
aos portadores de transtornos mentais.
Art. 4º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os
recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.

Referências bibliográficas

BRASIL. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que “Dispõe sobre a proteção e os direitos das
pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental”.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm>. Acesso em:
17 jan. 2021.

ELIAS, N.; SCOTSON, J. L. Os estabelecidos e os outsiders. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.

FIRST, Michael. Considerações gerais sobre a doença mental (2017). Disponível em:
<https://www.msdmanuals.com>. Acesso em: 17 jan. 2021.

GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de


Janeiro: LTC, 1981.
Organização Mundial de Saúde. Manual Diagnóstico de Doenças Mentais (DSM-V), 2013.
Disponível em: <http://www.niip.com.br>. Acesso em: 17 jan. 2020.

Organização das Nações Unidas (ONU). Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948.
Disponível em: <https://www.unicef.org>. Acesso em: 17 jan. 2020.

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