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TSP II

Psicologia Humanista

Profª Natália Franco


Quando você pensa em Teoria Humanista
na Psicologia, o que te vem à cabeça?
A psicologia humanista surgiu no final da
década de 50 e início da de 60, na América
do Norte, conhecida como 3ª força =
contrária ao que julgava ser uma
desumanização determinista da imagem de
ser humano promovida pelo Behaviorismo e
pela Psicanálise
A psicologia humanista não é uma escola de
pensamento, mas um conjunto de diversas
correntes teóricas que tem em comum sua
visão de Homem, numa convergência
humanizadora e não determinista ou
mecanicista.
Humanismo
Movimento intelectual que aparece em vários
momentos da história.

As ciências humanas começam a surgir a


partir da segunda metade do sec. XIX

- O movimento humanista teve forte influência


das filosofias existenciais e da fenomenologia
Humanismo e a problemática com o método
científico:
Manter adesão ao método científico que não
se adequa a seu objeto de pesquisa OU
Transformar a imagem de ciência que pratica
para adequá-la à imagem humanista de ser
humano

(modelo científico da época – baseado no


positivismo/ ciências naturais)
Breve histórico da Psicologia Humanista
Início no ambiente acadêmico norte-americano
do pós-guerra.
Os humanistas eram contra a imagem de Homem
e de método científico defendidos pelo
Behaviorismo – dominante no campo da
psicologia experimental
- Contra a imagem de Homem e de método
terapêutico da Psicanálise – dominante no campo
da psicoterapia
Oposição ao Behaviorismo:
Consideravam uma teoria que via o homem
como um ser inanimado, um organismo
puramente reativo, uma coisa passiva,
perdida sem responsabilidade por seu
próprio comportamento; tinham uma visão
limitada do homem
Se opunham ao Behaviorismo em 4 pontos
fundamentais:
1) Não concordam com a pesquisa com animais como
acesso a uma compreensão adequada do ser humano
2) Humanistas exigem que os temas de pesquisa da
Psicologia não sejam escolhidos por sua adequação ao
método experimental, mas sim por sua importância
para o ser humano e sua relevância para o
conhecimento psicológico
3) Se opõem à concepção reativa e mecanicista
behaviorista do ser humano, propondo uma concepção
proativa da natureza humana: argumentam que a
motivação humana é intencional e auto-motivada
4) Mesmo que os behavioristas realizassem um catálogo
completo dos comportamentos humanos, não
conseguiriam descrever a natureza humana.
Oposição à Psicanálise

- Reconheciam na psicanálise um valor relativo,


visto que proporcionou uma revolucionária visão
da motivação humana
A psicanálise era considerada pelos humanistas
como determinista, reducionista e
“psicopatologizante”.
Consideravam que a visão da natureza humana
em Freud era pessimista, fatalista e
excessivamente centrada no lado negativo do ser
humano. Argumentavam que: “para Freud, nada
além da destruição, incesto e assassinato poderia
se seguir se uma natureza básica humana
encontrasse expressão completa”
- Criticavam que para Freud, a pessoa
permaneceria para sempre fixada em emoções
originadas de traumas da infância. O homem
não seria nada além de um produto de
poderosas pulsões de fundo biológico que se
manifestariam de acordo com a história do
passado de cada um.
Acusavam a psicanálise de estudar somente
indivíduos perturbados: neuróticos e
psicóticos.
- Consideram que a psicanálise estabeleceu
fundamentos teóricos responsáveis pela
disseminação de uma visão pessimista do ser
humano e suas potencialidades
Objetivo da terapia nas 3 correntes:
Behaviorismo:

A terapia é bem sucedida ao propiciar o descondicionamento dos


comportamentos indesejados e a aprendizagem do repertório que
propicie melhor adaptação e atenda ao desejado.

Psicanálise:

A terapia visa obter um equilíbrio entre a voracidade irracional das


forças do id, as restrições culturais internalizadas no superego e as
condições objetivas da realidade, mediante as articulações
parcialmente conscientes do ego e seus mecanismos de defesa.

Humanismo:

A terapia busca levar a pessoa a ser ela mesma. Propiciar a conquista


de uma existência autêntica, autoconsciente, transparente,
espontânea, verdadeira, congruente e natural, sem máscaras, jogos,
couraças ou divisões internas. Retomar as rédeas da própria vida.
(*Vídeo Vander Lee – Meu jardim)
VISÃO DE HOMEM – Psicologia Humanista

Para os humanistas, o Homem é um todo


indivisível e único; princípio gestaltista de que a
totalidade da pessoa humana é sempre maior
que a soma de suas partes tomadas
isoladamente.

Afirma-se em um compromisso com uma visão


otimista e engrandecedora, na qual as melhores
qualidades e potenciais positivos manifestados
pelos homens sejam valorizadas como a própria
essência da natureza humana.
Entende que a psicologia deveria se voltar para o
estudo das qualidades positivas do homem, como
a alegria, o altruísmo, satisfação ou êxtase.
Deveriam estudar o homem sadio e não apenas a
psicopatologia.

Concebem o homem como marcado pela


necessidade, que veem como intrínseca a todo
organismo vivo, de atualizar seu potencial e se
tornar a totalidade mais completa, organizada e
autônoma de que for capaz.

O homem é um ser essencialmente livre e


intencional, além de ser responsável pelo que é.
Os humanistas “rejeitam concepções estáticas da
natureza humana, considerada antes como algo
fluido: uma tendência para crescer, um movimento
de sair de si, um projetar-se, um devir, um
incessante tornar-se, um contínuo processo de vir
a ser” (Boainain, E.)
Rogers: “O ser humano, como todos os organismos, tende a crescer e a se

atualizar. É claro que todos os fatores sociais, econômicos e familiares podem

interromper esse crescimento, mas a tendência fundamental é em direção ao

crescimento, ao seu próprio preenchimento ou satisfação. Costumo exemplificar esse

processo lembrando batatas que guardávamos no porão da nossa casa na fazenda.

Elas criavam brotos porque havia uma janelinha no quarto. Era uma tentativa inútil,

mas parte da tentativa do organismo de se satisfazer. Você consegue um produto

muito diferente quando planta uma batata na terra, e comparo esse processo ao que

pode ser encontrado em delinquentes e em pessoas que são tidas como doentes

mentais: o modo como suas vidas se desenvolveram pode ser muito bizarro, anormal;

no entanto, tudo o que elas estão fazendo é uma tentativa para crescer, para

atualizar seus potenciais. O fato de essa tentativa causar maus resultados

situa-se mais no meio ambiente do que na tendência básica do indivíduo. A

pedra fundamental da Psicologia Humanista pelo menos como eu vejo, é, portanto

essa crença de que o ser humano tem um organismo positivo e construtivo.”

(entrevista a Veja, 1977)


Influências na Psicologia Humanista

a) Neuropsiquiatra Kurt Goldstein:


- visão holística do organismo humano,
autoatualização e tendência ao crescimento

- O organismo é um todo unificado,


afetado em sua totalidade pelo o que quer
que aconteça em qualquer uma de suas
partes
b) Psicologia da Gestalt (Kholer; Wertheimer; Kofka): O
homem é uma totalidade irredutível; o todo é mais
que a soma das partes

c) Existencialismo (Kierkegaard, Hidegger, Sartre,


Buber): O homem é concebido como se livre e
responsável por construir a própria existência. “ A
existência precede a essência”

d) Fenomenologia (Husserl) : não elucidar a realidade e


o mundo tomados em si mesmos, mas as relações
vividas e efetivas que se estabelecem, ao mesmo
tempo necessária e livremente entre o homem e o
mundo.
A fenomenologia traz uma ideia de recomeço, de
retorno “às coisas mesmas”; sem julgamentos
apriorísticos.
Psicólogos Humanistas

Fritz Perls
J. Levy Moreno
Carl Rogers
Maslow
Vídeo - Humanistas Clássicos
Meu Filho Saber que sou a tua origem,
basta...
Meu filho, enquanto fores um
E basta-me que perpetues a
fedelho
casta dos meus,
acalentar-te-ei, nos ternos
que em ti dei continuidade.
braços...
Mas quando fores homem e
E quando a morte, ao caminho
eu velho,
que trilho
que se desfaçam, logo, os
puser um fim, eu deixo em ti,
nossos laços.
meu filho,
Espero não criar-te o começo de minha
embaraços, eternidade!
na tua vida, não meter
bedelho...
Nem quero que tu sigas os
meus passos, Escípio da Cunha Lobo
porque não quero ver-te um
mero espelho.

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