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Escritor autônomo
Avaliadoras:
Juliana de Fátima Donofre Lino dos Santos (38 anos). Psicóloga e Especialista em
Neuropsicologia.
Danitiele Maria Calazans Marques (40 anos). Mestre e Doutora em Educação Especial.
MEU PARECER:
Sobre a competência profissional de vocês duas, eu gostaria de dizer que, a meu ver, vocês se
mostraram muito competentes ao realizar essa avaliação. Mas, é claro, sempre há campos para melhora,
razão pela qual eu faço algumas sugestões de melhoria para vocês duas. No caso de você, Juliana, eu
destaco o seguinte: sua formação acadêmica é compatível para realizar essa avaliação; você domina
bem os conceitos, métodos, técnicas e instrumentos aplicados nas sessões que fiz com você, e
apresentou muito bem os resultados; como evangélica, você tem conhecimentos bíblicos que são úteis
para você compreender minha crença na predestinação; suas atitudes de respeito, altruísmo, empatia,
gentileza, assertividade e educação tornaram as sessões muito produtivas e agradáveis; e como campos
para melhora eu sugiro que você seja mais específica nas entrevistas (no meu caso não ia adiantar
muito porque as pessoas entrevistadas não queriam se envolver) e que utilize os apontamentos que fiz
nesse parecer para refinar sua forma de interpretar os resultados encontrados pelos testes aplicados. No
caso de você, Danitiele, eu destaco o seguinte: sua formação acadêmica também é compatível para
realizar essa avaliação, aliás, as AH/SD é a sua especialidade principal; você demonstrou domínio dos
conceitos, métodos, técnicas e instrumentos aplicados nas sessões que fiz com você, e também
apresentou muito bem os resultados; como católica, você também acredita em Deus e na Bíblia, e seus
conhecimentos bíblicos também são úteis para você compreender minha crença na predestinação; suas
atitudes de respeito, serenidade, maturidade, sinceridade e firmeza foram as que mais contribuíram
durante as sessões e, mormente, na devolutiva; e como campos para melhora eu sugiro que você utilize
as sugestões dadas nesse parecer para avaliar melhor a questão da criatividade e do estilo de
aprendizagem. Em resumo, essa é a tríade de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (CHA), muito
utilizada na gestão por competências, que posso destacar sobre vocês duas (SANTOS, 2011; SANTOS;
ALMEIDA; CRUZ, 2012).
Instrumentalização utilizada:
memorizar sequências alfanuméricas, etc., está bem melhor preparado do que eu, que nunca tive esses
hábitos, para realizar o APM e vários testes e subtestes do WAIS III; e daí por diante. Isso explica
porque até mesmo crianças e adolescentes conseguem scores maiores do que os meus nesses testes,
atualmente.
Se o nível de preparação do avaliado, no momento em que ele realiza os testes, for considerado
para se interpretar os resultados encontrados, as conclusões serão mais precisas. No meu caso, que
apresentei baixo nível de preparação para a maioria dos testes, isso significa que na medida em que eu
for me preparando, eu conseguirei aumentar proporcionalmente meus scores. No caso de uma pessoa
bem preparada e que obtém baixos scores, esse deve ser considerado o seu real nível de inteligência,
percepção, velocidade de processamento, etc.. Pode-se afirmar também que, ao considerar o nível de
preparação do avaliado, no momento da realização dos testes, é possível estimar o seu real nível,
mesmo quando ele está pouco preparado e seus scores atuais são tratados como relativos. Cálculos
estatísticos apropriados podem ajudar muito nesse sentido. Essas sugestões podem trazer contribuições
sobre a forma de se interpretar os resultados obtidos em determinados testes como o APM, o WAIS III,
o Cognifit, dentre outros.
Ainda sobre o Cognifit, eu percebi que para cada ítem avaliado, a característica é explanada no
relatório e exemplificada. Esses exemplos de atividades cotidianas mostram que, para os psicólogos
especializados criadores do Cognifit, a execução delas demandam basicamente as mesmas habilidades
exigidas pelas atividades propostas pelos seus respectivos subtestes. Assim, percebe-se que eles
acreditam que, se o avaliado é capaz de executar bem um determinado subteste do Cognifit, espera-se
que ele seja capaz de executar bem, também, a atividade cotidiana exemplificada e associada a ele.
Mas, na prática, constata-se outra coisa: tanto pode ser que o avaliado tenha um péssimo desempenho
num subteste do Cognifit, mas tenha um excelente desempenho na atividade cotidiana associada a ele;
quanto pode ser que o avaliado tenha um excelente desempenho num subteste do Cognifit, mas tenha
um péssimo desempenho na atividade cotidiana associada ao mesmo. Por exemplo, na percepção
espacial, consta o seguinte exemplo: você decide visitar a nova cafeteria no shopping. Quando chegar,
dê uma olhada no mapa, localize a cafeteria em questão e siga o caminho certo para chegar lá. Na
prática, eu já fiz esse exercício muitas vezes, principalmente quando eu morei em São Paulo capital,
durante 1 ano e meio, trabalhei lá, estudei lá, visitei mais de 30 parques, 60 museus, 20 bibliotecas,
encontrei usando mapas lugares de difícil localização, e com maestria. Vocês não acham que o
resultado baixíssimo que eu apresentei nesse quesito é incoerente com a minha realidade? Porque se no
meu dia a dia, a minha percepção espacial é elevada, não faz sentido que no Cognifit não seja. Isso
mostra que esse subteste do Cognifit não foi eficaz para captar a minha real percepção espacial no dia a
dia, e que, para gabaritar esse quesito não é uma questão de eu melhorar a minha percepção espacial no
dia a dia, que já é elevadíssima, mas simplesmente treinar esse joguinho, chamado Cognifit, até
conseguir ir bem nele e refazer o teste. Isso é semelhante com a situação em que uma pessoa que nunca
jogou vídeo game vai tentar passar de fase de primeira e não consegue, morre várias vezes, dá game
over, enfim, mas quando ela treina o joguinho ela consegue passar de fase; de modo que a pessoa não
tem que, por exemplo, aprender a pular, voar, sair de labirintos, salvar a princesa, matar os chefões
malévolos, etc., no seu dia a dia, mas sim treinar o joguinho até passar; foi assim que eu consegui
passar nas 196 fases do Super Mário World, quando eu era adolescente (também depois disso eu nunca
mais joguei vídeo game). O mesmo raciocínio eu utilizo para os 22 quesitos avaliados pelo Cognifit,
cujos resultados obtidos foram completamente incoerentes com a minha realidade. No caso do ítem
coordenação olho-mão tem-se o seguinte exemplo: quando você precisa retirar dinheiro de um caixa
eletrônico, deve coordenar as mãos e os olhos para pressionar os botões corretos na tela. Mas isso é
uma ação rotineira minha, que eu domino. Eu não sou nenhum deficiente físico para não conseguir
retirar dinheiro de um caixa eletrônico por não saber coordenar as minhas mãos e meus olhos. Então
como que o Cognifit aponta que eu sou moderado nesse quesito?
Para aprender a dirigir na autoescola ou para praticar um esporte (futebol, vôlei, basquete,
handebol, tênis, etc.), que são algumas atividades cotidianas, o aluno precisa demonstrar boa
coordenação olho-mão. O que dizer, por exemplo, de um bom motorista ou um bom atleta que tem um
péssimo desempenho no subteste do Cognifit que avalia essa habilidade cognitiva? Vocês diriam que
os resultados dele no referido subteste conseguiu medir o seu desempenho em atividades cotidianas,
como dirigir ou praticar um esporte, por exemplos? Certamente que não. Vocês diriam que a
coordenação olho-mão do avaliado no Cognifit tem alguma relação com a sua coordenação olho-mão
nas atividades cotidianas? Percebe-se que não. Então, para que tipos de atividades servem os resultados
do Cognifit? Para atividades equivalentes aos seus subtestes. Como assim? Por exemplo, para passar de
fase num jogo de vídeo game é preciso boa coordenação olho-mão; essa é uma atividade equivalente ao
referido subteste do Cognifit porque tanto para realizá-lo quanto para jogar vídeo game são exigidos
basicamente os mesmos exercícios: enquanto uma mão está ocupada com um teclado, controle ou
mouse, a outra está ocupada com outro teclado, controle ou mouse, enquanto, simultaneamente, os
olhos precisam se manter focados na tela. Em contrapartida, no meu trabalho como escritor, por
exemplo, eu nunca precisei fazer os três exercícios ao mesmo tempo: ou minhas mãos estão no teclado
e meus olhos na tela, ou uma mão minha está no mouse e os olhos na tela; mas os três exercícios juntos
não; assim, os exercícios do Cognifit, neste subteste, não são equivalentes aos exercícios praticados por
um escritor, mas são equivalentes aos exercícios praticados por um gamer. Em outras palavras, a meu
ver, para ser ter um excelente desempenho no Cognifit basta ser um excelente gamer, o qual, por sua
vez, mesmo conseguindo um excelente desempenho no Cognifit não necessariamente vai conseguir ter
o mesmo desempenho em atividades não equivalentes, tais como dirigir, praticar um esporte ou editar
um livro no Word, para as quais são exigidas até mesmo outras habilidades cognitivas, tais como
memória, atenção, avaliação sistemática do ambiente e outras habilidades visuoespaciais, verbais e de
processamento de informações, tomada de decisões, resolução de problemas, entre outras
(CAPOVILLA; GUTSCHOW; CAPOVILLA, 2004; BALBINOT; ZARO, TIMM, 2011; SIMÕES,
2017). Notem que eu nem considerei aqui o nível de coordenação olho-mão exigido para cada uma das
atividades mencionadas, o que tornaria essa análise mais complexa, visto que é muito difícil mensurá-
lo (até mesmo nas principais bases de dados encontramos muitas pesquisas que mensuram a
coordenação olho-mão do avaliado, mas não o nível dessa habilidade cognitiva exigida em cada uma
das atividades executadas). Porque se fôssemos considerar essa variável, para respondermos qual
atividade é mais ou menos difícil em relação às outras, precisaríamos mensurar o nível de cada
habilidade cognitiva exigida nela(s) e, ainda, considerarmos o nível de preparação/facilidade/
dificuldade do avaliado em cada uma delas. Pois, desse modo, é possível compreender porque um
avaliado é capaz de executar bem uma atividade considerada complexa (de acordo com os níveis de
habilidades cognitivas exigidos nela) e de executar mal uma atividade considerada simples: isso
significa que o seu nível de preparação para a atividade complexa é alto, enquanto para a atividade
simples é baixo.
Em outras palavras, quando eu conseguir gabaritar o Cognifit, não será porque meus traços
melhoraram no dia a dia, mas sim porque o meu nível de preparação para realizar os subtestes do
Cognifit aumentou. Quando eu conseguir gabaritar o subteste de coordenação olho-mão, por exemplo,
significa que a minha coordenação olho-mão aumentou para o referido subteste do Cognifit, e não no
meu dia a dia, em que ela já é elevada. Dá para se perceber, desse modo, que o Cognifit não consegue
medir os traços do avaliado nas suas atividades cotidianas, mas tão somente nas atividades que ele
propõe nos seus subtestes. Aqui se percebe um distanciamento entre o desempenho do avaliado no
Cognifit e o seu desempenho nas atividades cotidianas. Nesse caso, posso afirmar que dois fatores
contribuíram para os meus baixos scores no Cognifit: o meu baixo nível de preparação para realizar os
seus subtestes, e a ineficácia do Cognifit para medir o desempenho do avaliado nas suas atividades
cotidianas. Por essa razão, ao passo que, por um lado eu confio na validade de conteúdo, de critério e
de construto, bem como na precisão do Cognifit, com relação ao desempenho do avaliado nas
atividades propostas pelos seus subtestes (NORONHA; FREITAS; OTTATI, 2002; CALDEIRA,
2018), por outro lado, quanto à validade e à precisão desses subtestes com relação ao desempenho do
avaliado nas suas atividades cotidianas, a meu ver elas são questionáveis. Ele até pode ser considerado
eficaz para melhorar a cognição do avaliado nas atividades propostas por seus subtestes, como aponta
Embon-Magal et al (2022), mas ele não é eficaz para medir seu desempenho nas atividades cotidianas.
O mesmo eu posso dizer dos subtestes do WAIS III que apontaram problemas na minha percepção,
sendo que no meu dia a dia eu não apresento esses problemas. O contrário também pode ser constatado:
o avaliado pode apresentar um excelente desempenho em todos os testes aplicados nessa avaliação,
mas um péssimo desempenho no seu dia a dia. Isso sim significa ser teórico, e não pragmático.
No teste Raven, meu percentil foi de 95%, encontrado na Tabela 40 do seu manual.
Comparando as Tabelas 40 e 41, que a Juliana me passou pelo whatsapp, eu percebi algumas
incoerências, quais sejam: a) Na Tabela 40, em que a amostra é geral e com tempo livre, um avaliado
que acerta 29 itens tem um percentil de 95%, enquanto na Tabela 41, que é para homens e com tempo
controlado, esse mesmo avaliado, acertando 29 itens, tem um percentil de 90%; mas, naturalmente,
resolver os itens com tempo controlado é mais difícil do que com tempo livre, o que nos mostra que,
pela lógica, era para o percentil ser maior com tempo controlado do que com tempo livre; b) Em ambas
as tabelas, quando o avaliado acerta os 36 itens (gabarita o teste Raven), o seu percentil é de 99%,
enquanto o lógico é que seu percentil seja de 100%; c) Comparando o número de acertos com o seu
respectivo percentil, em cada uma das tabelas, percebe-se que foram feitas aproximações e
arredondamentos nos resultados calculados, e que o nível de dificuldade de cada ítem foi considerado
para se converter o número de acertos em percentis, embora na Tabela 40 (amostra geral) as variáveis
sexo e idade não tenham sido consideradas; d) Para se apurar se houve um erro no raciocínio do criador
do teste seria preciso conhecer as fórmulas estatísticas que o mesmo utilizou para padronizá-lo.
Apesar de todos esses pressupostos apresentados, não acredito que “o problema” sejam os testes
realizados, mas apenas que eles possuem limitações que precisam ser consideradas para se interpretar
adequadamente os resultados encontrados.
fenômenos cotidianos e nos meus sólidos conhecimentos das Escrituras Sagradas Cristãs, a Bíblia; já
consegui descobrir que não possível mudar o destino; já formulei conceitos importantes (constructos)
para elaborar a minha futura teoria da predestinação (quando for possível eu testar as muitas hipóteses
que eu levantei para explicá-la), tais como: destino absoluto passado, presente, futuro, individual e
coletivo; destino relativo passado, presente, futuro, individual e coletivo; predestinadores; eu decidi que
só falta agora eu ter mais clareza de qual é o meu destino absoluto futuro, para que eu possa começar a
produzir os meus primeiros artigos científicos sobre essa temática, que vou investigar a minha vida
toda. A minha crença na predestinação, e minhas conclusões sobre ela, mostram justamente o oposto da
esquizofrenia, revelam que minha percepção da realidade é extremamente maior do que a das pessoas
ao meu redor, algo impossível de ser alcançado por um esquizofrênico.
Durante meses conversando com o Dr. Jorge, no hospital de Marília, eu conheci bem as
alegações que ele utilizou para me dar tal diagnóstico. Ele afirmou que eu tive dois tipos de delírios: o
persecutório e o de grandeza, além de ter alucinações.
O DSM-5 (APA, 2014, p. 87) define os delírios persecutórios como “crenças fixas, não
passíveis de mudança à luz de evidências conflitantes”, de que o indivíduo irá ser prejudicado,
assediado, e assim por diante, por outra pessoa, organização ou grupo; envolve também se sentir
perseguido ou alvo de uma conspiração. Mas eu questiono: e se o paciente tiver reais motivos para crer
que alguém irá lhe prejudicar, não é verdade que o seu psiquiatra consideraria sua crença como sendo
um delírio persecutório? Com certeza que sim, mesmo na realidade não sendo. Não é o meu caso, pois
não acredito que serei prejudicado por alguém, nem me sinto perseguido, ou alvo de uma conspiração.
Mas esse raciocínio que faço é para mostrar que o conceito de delírio persecutório precisa ser refinado
para não prejudicar os pacientes por suas crenças fixas bem fundamentadas em fatos. O Dr. Jorge
utilizou o fato de eu ter questionado que fui injustiçado muitas vezes na minha vida, na UFSCar, na
organização de Jeová, e em vários trabalhos; para ele eu tenho mania de perseguição, me sinto
perseguido, alvo de uma conspiração, o que não é verdade. De fato eu fui injustiçado muitas vezes, mas
não me sinto perseguido por isso e nem alvo de uma conspiração.
O DSM-5 (APA, 2014, p. 87) define os delírios de grandeza como “crenças fixas, não passíveis
de mudança à luz de evidências conflitantes”, de que a pessoa possui habilidades excepcionais, riqueza
ou fama. Mas aqui eu questiono novamente: Mas e se o paciente realmente possui habilidades
excepcionais, como no meu caso, por exemplo, mas não tem nada que comprove isso no momento,
como um laudo de superdotação? Concordam que o conceito de delírio de grandeza definido pelo
DSM-5 é pobre o suficiente para fazer um superdotado ser confundido com um esquizofrênico? Que é
justamente o que tem acontecido comigo. Então, nesse caso, os conceitos de delírios, alucinações,
pensamento (discurso) desorganizado, comportamento motor grosseiramente desorganizado ou
anormal (incluindo catatonia) e sintomas negativos, precisam ser muito bem refinados, com exemplos
objetivos e claros, para que os psiquiatras não tenham dúvida do que, de fato, é esquizofrenia, e do que
não é. O Dr. Jorge alegou que eu tive delírio de grandeza pelo fato de eu ter afirmado várias vezes, para
várias pessoas, que minha capacidade cognitiva e intelectual é de superdotado, numa época que eu não
tinha nenhum laudo de superdotação; então, para ele, eu me achava muito grandioso, era arrogante, foi
essa a interpretação dele; e também por eu ter afirmado para vários professores que eu entendia de
didática mais do que eles, por ter feito várias sugestões para eles melhorarem o ensino, conforme
conversas que eu tive com os coordenadores de Estatística e de Matemática da UFSCar, e com a
ouvidoria da universidade.
O DSM-5 (APA, 2014, p. 88) define as alucinações como:
[…] experiências semelhantes à percepção que ocorrem sem um estímulo externo. São vívidas e
claras, com toda a força e o impacto das percepções normais, não estando sob controle
voluntário. Podem ocorrer em qualquer modalidade sensorial, embora as alucinações auditivas
Com base nessa definição de alucinações do DSM-5, o Dr. Jorge alegou que minha crença na
predestinação é, simultaneamente, delírio, por ser uma crença fixa, e alucinação, por estar relacionadas
a experiências que, para ele, são anormais, não condizentes com a realidade. Mas, minhas conclusões
de que a vida humana é predestinada e imutável (concluí esse último aspecto no dia 08.06.23, por meio
de uma análise bíblica profunda) se baseiam na minha observação de determinados fenômenos
cotidianos e em meus sólidos conhecimentos das Escrituras Sagradas Cristãs. É sim uma crença fixa,
mas muito bem fundamentada em fatos e na Bíblia, por isso ‘não passível de mudança à luz de
evidências conflitantes’, mas pouco ou nada fundamentadas; por isso não consiste num delírio. E tem
sim relação com experiências da minha vida, mas totalmente normais e condizentes com a realidade;
portanto, também não é alucinação. Eu nunca tive nenhum tipo de alucinação, nunca ouvi vozes, nunca
tive visões (como pontos, luzes, raios ou até mesmo vultos e sombras), nem outras alucinações, como
as táteis (espetadas, coques, insetos ou pequenos animais correndo sobre a pele), as olfativas ("sentir" o
cheiro de coisas podres), as gustativas (“sentir” na boca o sabor ácido, de sangue, de urina, etc., sem
qualquer estímulo gustativo presente), as cenestésicas (“sentir” o cérebro encolhendo, o fígado se
despedaçando ou sentir uma víbora dentro do abdome), as cinestésicas (“sentir” o corpo afundando, as
perna encolhendo ou um braço se elevando), ou as denominadas funcionais (ocorrem na ausência do
objeto, diferenciando-se assim de ilusão, mas desencadeada por um estímulo real, como “ouvir” vozes
quando abrem o chuveiro).
Dito isto, eu reafirmo que nunca tive delírios, nem qualquer uma das demais características de
esquizofrenia, razão pela qual o Dr. Jorge se equivocou ao me dar um laudo de esquizofrenia. Esse
laudo precisa ser refutado, pois me prejudica no mercado de trabalho, na organização de Jeová, em
âmbito acadêmico, e até em casa. Por me julgarem um esquizofrênico, as pessoas no geral não levam a
sério o que eu falo, tratam as demais pessoas como superiores a mim, eu sou tratado como imaturo,
problemático, arrogante, inexperiente, deficiente, etc.. Daí a razão por eu me sentir tão insatisfeito no
momento.
Primeiramente, é preciso ressaltar que nenhuma teoria nasce por acaso, ou simplesmente pela
vontade de um cientista. Ela nasce da observação de fenômenos cotidianos, como uma maçã cair no
ângulo de visão do cientista Isaac Newton (embora para outros tenha caído na cabeça dele, e ainda para
outros seja meramente uma lenda), que faz questionamentos sobre ela (por exemplo: “Por que razão
uma maçã desce sempre de forma perpendicular ao chão?”), elabora hipóteses (exemplo: existe uma
força exercida pela Terra que puxa, ou atrai, todos os objetos para baixo em sua direção; outro
exemplo: o ''poder" responsável pela queda da maçã atua também na Lua, de modo que ela estaria
continuamente ''caindo" para a Terra, o que a impediria de se afastar), daí elabora construtos e leis
(exemplo: lei da gravidade, lei inverso do quadrado), então testa as hipóteses (no caso da lei da
gravidade, Newton usou a indução, a dedução e método experimental), que, após verificadas
verdadeiras, então torna-se uma teoria (RAQUEL, 2006; CANI, 2019). Sobre esse caso específico da
lei da gravidade, Raquel (2006, p. 29) explana:
Portanto, a solução encontrada por Newton foi, partindo de simples casos idealizados, ir
passando progressivamente para outros casos mais complicados, também idealizados e depois
percorrer o caminho oposto, isto é, através do desmembramento dos casos mais complicados,
provar os casos mais simples, embora sempre em direção à verdade. Smith (2001, p.287),
acreditaria que Newton teve uma extraordinária visão do caminho pelo qual uma seqüência de
recursos matemáticos derivados da proposição if-quam proxime-then-quam proxime permitiria
que o mundo empírico, principalmente o fenômeno do movimento planetário, respondesse,
primeiramente, mesmo que por aproximação, a questões sobre a força que governava este
movimento e depois às questões relativas ao movimento em geral […].
mesmo que eu prove cientificamente que a vida humana é predestinada e imutável, isso não é suficiente
para ser aceita na Organização de Jeová pelo seu Corpo Governante (liderança máxima aqui na Terra,
que fica na sede mundial, localizada na cidade de Warwick, Estado de Nova Iorque, nos EUA); d) para
que o Corpo Governante aceite a predestinação como doutrina bíblica, é necessário que eu venha a ser
membro desse seleto grupo de anciãos, o que significa que eu preciso ser ungido pelo Espírito Santo de
Jeová para viver no céu; e) mesmo que eu consiga vencer as quatro barreiras anteriores, é preciso
avaliar os efeitos desse novo ensino bíblico na vida dos servos de Jeová; f) eu não sou teólogo, nem
cientista da religião, nem doutor em área alguma, nem ancião, e ainda tenho um laudo de esquizofrenia
que me diminui a credibilidade das minhas pesquisas. Mas, no momento, eu tenho restrições na
Organização de Jeová: eu não posso ser pioneiro (oficialmente, com uma petição assinada), nem servo
ministerial, nem ancião, nem betelita, nem missionário, nem superintendente viajante, muito menos
membro do Corpo Governante. Sendo assim, eu me questiono: Será que, diante de todas essas
barreiras, vale a pena eu dedicar minha vida toda, usar todos os meus conhecimentos e know how,
pesquisando a predestinação? Como seria possível eu realizar tais pesquisas sem ser desassociado da
Organização de Jeová? Como eu tenho um laudo de esquizofrenia, certamente minhas pesquisas serão
tratadas como delírios e alucinações pelos cientistas e, mormente, pelos servos de Jeová: nesse caso,
não seria melhor eu desistir já por agora de levar isso adiante? Quais os efeitos de uma nova Teoria da
Predestinação, sobre os servos de Deus, caso ela seja um dia adotada como doutrina das Testemunhas
de Jeová? Será que ela serviria para aumentar o amor dos humanos por Jeová Deus, ou afastaria a
humanidade ainda mais dele? Veja que minha preocupação maior é com a espiritualidade do povo de
Jeová, é com a relação que temos com Ele.
Por esses motivos, eu não sei se vale a pena eu persistir nesse objetivo não. Talvez se, antes de
eu publicar alguma coisa sobre predestinação, caso eu decida publicar, seja melhor eu publicar algum
artigo científico defendendo as doutrinas das Testemunhas de Jeová, para mostrar ao Corpo Governante
o quanto eu defendo e prezo a adoração verdadeira. Mesmo assim, ainda é possível que o Corpo
Governante interprete a minha atitude como afronta, rebelião, apostasia. Então, não sei o que vou fazer.
Preciso pensar muito sobre esse assunto ainda.
O parecer da Danitiele afirma que meu estilo de aprendizagem é teórico, e eu concordo com
essa afirmação. Contudo, eu sou muito mais pragmático do que teórico, pois sou muito prático, realista,
sem rodeios, com alvos bem definidos, sem subterfúgios. Essa é a razão de eu escolher cursos práticos
como Ciências Contábeis, Estatística, Finanças, etc.. Embora meus primeiros artigos científicos
publicados tenham sido 100% teóricos, meus últimos artigos são aplicados a casos empresariais reais,
mostrando meu pragmatismo científico. Inclusive posso destacar que minha maior insatisfação com
alguns professores com os quais eu discuti na UFSCar foi justamente por eles serem demasiadamente
teóricos, dificultando meu entendimento; se eles fossem pragmáticos como eu, certamente eu teria
concluído o curso de Estatística na UFSCar. Minha trajetória profissional também confirma que sou
pragmático, característica essa que não foi captada pelos testes realizados. Esse tipo de situação foi
encontrado nos estudos de Bruno (1995) e de Noronha (2002).
Utilidade do laudo:
Outra questão é sobre a utilidade do laudo de superdotação que vocês me veram: por causa dos
trechos que falam da predestinação, eu não posso apresentá-lo na organização de Jeová, pois serei
expulso novamente; por causa dos trechos que falam da esquizofrenia, e ae sobre medicamentos que eu
tomo, eu não posso apresentá-lo em uma entrevista de trabalho, pois ao passo que a superdotação me
favorece, a esquizofrenia, que eu não tenho mas não consegui refutar ainda, ela me desfavorece. Então,
talvez as únicas utilidades desse laudo, nesse momento, sejam apresentá-lo ao CAPS e a universidades,
para tentar descontos, bolsas de estudo e aceleração curricular. Por essa razão, eu gostaria que vocês
retirassem esses trechos citados.
Quanto à ortografia e à gramática, poucos e pequenos erros foram cometidos: meu nome é
Álaze Gabriel do Breviário (e não Brenário como consta nos 2 pareceres); o nome da minha mãe é
Sônia Maria do Breviário (e não Brenário como consta no parecer da Juliana); na parte do Cognifit, o
ítem Coordenação está duplicado, consta os resultados de uma tal de Camila, possivelmente outra
avaliada pela Danitiele, em seguida os meus; na parte que apresenta o QIIAHSD, no segundo
parágrafo, ao apresentar os meus assuntos de interesses há dois erros ortográficos, na palavra
metodologia (está escrito metodoligia) e na palavra financeira (está escrito finaceira); sobre a minha
medicação, no parecer da Danitiele: Biperideno (está escrito Biperidona) e Risperidona (está escrito
Risperidoma); no parecer final da Danitiele há vários erros também: financeira (está escrito finaceira),
diagnósticada (não tem acento), especialista (faltou o “s” para concordar com a contração prepositiva
“pelos”), apresentados (o correto aqui é “apresentadas”, para concordar com os substantivos femininos
“capacidades” e “sobreexcitabilidades”), psiquiatrica (faltou o acento); e vários espaços a mais (entre
as palavras e a pontuação). Esse parágrafo aqui foi só para mostrar o meu bom senso de humor.
Outras observações:
Quando eu falei que ia enviar um relatório para vocês daqui a dois anos foi imaginando que,
talvez, daqui a 2 anos eu consiga ter mais clareza de qual é o meu destino absoluto futuro. Aí eu queria
fazer um relatório completo desses meus achados e compartilhá-los com vocês. Mas, aqui em casa, eu
decidi enviar-lhes esse feedback agora, e quando eu obter a resposta que eu preciso sobre a
predestinação eu lhes envio um novo relatório.
Saudações finais:
Por fim, declaro que faço esse breve relatório sobre a avaliação que vocês fizeram no intuito de
fazer apontamentos úteis para a melhor aplicação dos testes e interpretação dos seus resultados, o que,
sem dúvida, pode contribuir para outras avaliações semelhantes que vocês vierem a fazer.
Sem mais para o momento, reitero meus agradecimentos pelo bom trabalho prestado.
REFERÊNCIAS:
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dirigir e sua importância para os motoristas no trânsito. Ciências & Cognição, Rio de Janeiro, v. 16, n.
2, p. 13-29, 2011.
BRUNO, M. L.. Utilização de testes em orientação vocacional. Boletim de Psicologia, São Paulo, v.
45, n. 102, p. 81-84, 1995.
CALDEIRA, P. M. S. F.. Autoria de ambientes virtuais realistas através de imagens para treino
cognitivo. Dissertação de mestrado em Engenharia de Software. Faculdade de Ciências, Universidade
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CANI, R. C.. Newton e a causa da gravidade: realismo e antirrealismo. Revista Outras Fronteiras,
Cuiabá-MT, v. 6, n. 2, p. 7-24, 2019.
CONTARATO, T. S. R.. Único universo ou universos alternativos: por que os filósofos clássicos
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EMBON-MAGAL et al. The effect of co-dependent (thinking in motion [TIM]) versus single-modality
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