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O COMBINADO CIRÚRGICO

O combinado cirúrgico é o nome dado à combinação: cirurgião + seus auxiliares, incluindo o


instrumentador + anestesiologista + enfermeirx circulante, todos sob liderança e responsabilidade
do cirurgião.

1. CIRURGIÃO

Operação é um procedimento de risco onde o trabalho em equipe suplanta o individual em


relação à segurança, reduzindo a ocorrência de erros e acidentes, pois o trabalho em equipe exige
diretriz, organização meticulosa e sistematização dos procedimentos. Isso requer um líder: o
cirurgião, que planeja, organiza, confere, ensina, atualiza e detém a técnica cirúrgica.

O cirurgião sistematiza o procedimento para cada membro saber sua função. Deve ser sereno, pois
o stress pode gera erros. Informar com clareza, aos pacientes e familiares, as opções de TTO,
expectativas, riscos. Evitar comportamento frio e descontraído.

Solicitar auxílio de outras especialidades médicas para tratar pacientes graves e com doenças
complexas, mas mantendo o cirurgião no comando das decisões.

2. PLANEJAMENTO

É o primeiro –e mais importante- passo no procedimento operatório, determinando o sucesso da


terapêutica. A padronização da conduta gera uniformidade BA realização das tarefas de cada um.

3. ORGANIZAÇÃO

Correta avaliação do paciente + da equipe + da instrumentação possibilita cirurgia num ambiente


de conforto e segurança. Clareza nos registros é importante para o paciente e equipe cirúrgica.

4. CONFERÊNCIA

Antes de iniciar, o cirurgião deve conferir a presença de todos os membros e a disponibilidade de


equipamentos, instrumental e material de consumo. Solicitação prévia à enfermagem de
equipamentos e materiais evita o improviso ou mesmo suspensão da cirurgia. Revisão sistemática
do campo operatório, antes de fechar a via de acesso, é imprescindível: conferência da
hemostasia, retirada e contagem de todo material e instrumental usados (atenção a compressas e
gazes) conferidos pelo instrumentador e pelo enfermeiro circulante, prevenindo corpos estranhos.

5. ENSINO E ATUALIZAÇÃO

Revisão de literatura médica pertinente, a intervalos regulares é uma forma de manter a equipe
atualizada.

6. TÉCNICA CIRÚRGICA

A boa técnica cirúrgica começa com o preparo do paciente e seu transporte seguro ao CC e
procedimentos básicos: lavar, escovar e enxugar as mãos e antebraços; vestir aventais, calçar
luvas, dispor o instrumental na mesa cirúrgica, fazer anti-sepsia do paciente, colocar os campos de
acordo com a região a ser operada, expondo completamente o campo operatório com manobras
manuais e equipamentos. Iluminar para não fazer manobras às cegas.

Após via de acesso: explorar TUDO evitando conduta errônea.

Instrumentos utilizados voltam ao instrumentador que os limpa e recoloca na mesa, não deixando
sobre o paciente. Gazes e compressas devem estar fora do campo operatório e, quando
necessário, montadas em pinças.

Não desperdiçar material. A velocidade ótima se consegue com objetividade. Cirurgião veloz é o
que não perde tempo, diferente do apressado. Comando = orientação ordenada da equipe ->
operação + rápida.

Meticulosidade = atenção ao detalhe, não confundida com lentidão. A dissecção cirúrgica deve
deve se iniciar na região de melhor definição anatômica/menos risco para a mais
obscura/perigosa. Trabalhando com estruturas vitais, deve-se prevenir o inesperado.

Revisão da região é importante: permite refazer procedimentos defeituosos, NUNCA podendo ser
omitido, mesmo após operações demoradas e difíceis. A revisão rigorosa das cavidades evita
corpos estranhos.

Estética é sempre desejável, mas só possível após galgados os degraus da segurança do ato
operatório , com preservação da função dos órgãos: sempre buscar a perfeição.

7. AUXILIARES

Devem obedecer a rotina da sala de cirurgia e atuando de forma coordenada.

- ROTINA NA SALA DE CIRURGIA

Toda rotina deve ser sistematizada, evitando esquecimentos importantes e perda de tempo.

Os procedimentos usuais, de toda operação, constituem atribuições do primeiro auxiliar, podendo


ser compartilhada sob supervisão do cirurgião.

Importante na rotina: identificar o paciente, recebê-lo, conferir o prontuário, verificar o


diagnóstico e o lado correto do procedimento a ser realizado, confirmar reserva de sangue,
confirmar o estado de sobreaviso do Serviço de Anatomia Patológica, preencher previamente
pedidos necessários, verificar o preparo e a medicação pré-operatória, expor RX necessários no
negatoscópio, preparar a mesa cirúrgica para eventual RX peroperatório, posicionar corretamente
o paciente (evitar estiramento de plexos nervosos, compressão de genitália e membros, zelar pelo
pudor do paciente; lavar e enxugar mãos e antebraços, vestir avental, calçar luvas estéreis,
monitorizar o paciente (cateterismo vesical, acesso central, dissecção de veia periférica, punção
intra-arterial, cateterismo gástrico, antissepsia do campo operatório, posicionar placa e pedal do
eletrocautério, colocar campos estéreis sobre o paciente; ao fim da operação, verificar a correta
fixação de drenos, equipos, bolsas coletoras e curativos; descrever a operação em prontuário,
gravar em alta resolução, encaminhar peça extirpada para a anatomia patológica, transportar o
paciente para a sala de recuperação

- ATUAÇÃO NO CAMPO CIRÚRGICO

Parte mais nobre do ato operatório, cabendo a todo o combinado: facilitar as manobras do
cirurgião (boa exposição do campo, antecipar providências referentes às manobras, conhecer a
técnica para não “ser guiado” pelo cirurgião, trocar de função com outro auxiliar quando a
complexidade da manobra o exigir.

7.1.: PRIMEIRO AUXILIAR

Cuida da boa exposição da área operada; Está apto a substituir o cirurgião (sabe fazer o
procedimento); Posicionado de frente para o cirurgião; Coordena a ação dos demais auxiliares S/N;
Manter o campo cirúrgico limpo (enxugar/aspirar secreções ou sangue); Fazer hemostasia;
Apresentar as pinças para o cirurgião fazer as ligaduras; Cortar os fios usando tesoura reta.

7.2.: SEGUNDO AUXILIAR

Segura os afastadores; Colabora com o 1º na manutenção do campo limpo; Corta fios usando
tesoura reta, quando solicitado pelo cirurgião.

7.3.: TERCEIRO AUXILIAR

É requerido em procedimentos de maior complexidade, tendo função parecida com a do segundo


auxiliar.Eventualmente assume papel de 1º auxiliar quando a equipe atuar em dois campos
operatórios simultaneamente.

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