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A MEDICINA LEGAL
• Definição ampla:
– Áreas de atuação da Medicina na interface com o Direito.
A DEONTOLOGIA MÉDICA
• Art. 20 - Todo aquele que mediante anúncios, placas, cartões ou outros meios quaisquer
se propuser ao exercício da medicina, em qualquer dos ramos ou especialidades, fica
sujeito às penalidades aplicáveis ao exercício ilegal da profissão, se não estiver
devidamente registrado.
• Art. 18 - Aos profissionais registrados de acordo com esta lei será entregue uma carteira
profissional que os habitará ao exercício da medicina em todo o País.
Reumatologia pediátrica 56. Sexologia 57. Toxicologia médica 58. Transplante de medula
óssea 59. Ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia.
a) Nome do profissional;
b) Especialidade e/ou área de atuação, quando registrada no Conselho Regional de
Medicina;
c) Número da inscrição no Conselho Regional de Medicina;
d) Número de registro de qualificação de especialista (RQE), se o for.
a) Anunciar, quando não especialista, que trata de sistemas orgânicos, órgãos ou doenças
específicas, por induzir a confusão com divulgação de especialidade;
d) Permitir que seu nome seja incluído em propaganda enganosa de qualquer natureza;
e) Permitir que seu nome circule em qualquer mídia, inclusive na internet, em matérias
desprovidas de rigor científico;
g) Expor a figura de seu paciente como forma de divulgar técnica, método ou resultado de
tratamento, ainda que com autorização expressa do mesmo, ressalvado o disposto no
art.10 desta resolução;
a) Angariar clientela;
b) Utilização da mídia, pelo médico, para divulgar métodos e meios que não tenham
reconhecimento científico;
• Art. 12 - O médico não deve permitir que seu nome seja incluído em concursos ou
similares, cuja finalidade seja escolher o “médico do ano”, “destaque”, “melhor médico” ou
outras denominações que visam ao objetivo promocional ou de propaganda, individual ou
coletivo.
• Art. 13-
§2º É vedada a publicação nas mídias sociais de autorretrato (selfie), imagens e/ou áudios
que caracterizem sensacionalismo, autopromoção ou concorrência desleal.
RESPONSABILIZAÇÃO ÉTICA
• Art. 22 - As penas disciplinares aplicáveis pelos Conselhos Regionais aos seus membros
são as seguintes:
• VII - O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar
serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas
as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou
quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente.
• Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração, desrespeitar sua dignidade
ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer pretexto.
• Art. 33. Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em casos de
urgência ou emergência, quando não haja outro médico ou serviço médico em condições
de fazê-lo.
MEDICINA LEGAL E DEONTOLOGIA MÉDICA Vinícius Moura – MED XVIII 7
No exemplo citado
• Art. 18. Desobedecer aos acórdãos e às resoluções dos Conselhos Federal e Regionais
de Medicina ou desrespeitá-los.
- Art. 102. Deixar de utilizar a terapêutica correta, quando seu uso estiver liberado no País.
- Art. 111. Permitir que sua participação na divulgação de assuntos médicos, em qualquer
meio de comunicação de massa, deixe de ter caráter exclusivamente de esclarecimento e
educação da sociedade.
• Art. 113. Divulgar, fora do meio científico, processo de tratamento ou descoberta cujo
valor ainda não esteja expressamente reconhecido cientificamente por órgão competente.
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No exemplo citado
- Art. 30. Usar da profissão para corromper costumes, cometer ou favorecer crime.
• Art. 38. Desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais.
• Perícia médica: todo ato médico com o propósito de contribuir com as autoridades
administrativas, policiais ou judiciárias com conhecimentos específicos da área médica;
– Colabora com a investigação policial: pode oferecer provas objetivas para uma
investigação.
Peritos oficiais
Necropsia
– Necropsia X autópsia
• Art. 158: Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 159: O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial,
portador de diploma de curso superior.
– § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas,
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
• Art. 277: O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo,..., salvo
escusa atendível.
• Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos,
pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o
que declararão no auto.
Art. 167: Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
• Art. 182: O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou
em parte.
• Art. 93 – É vedado ao médico ser perito ou auditor do próprio paciente, de pessoa de sua
família ou de qualquer outra com a qual tenha relações capazes de influir em seu trabalho
ou de empresa em que atue ou tenha atuado.
– Crime doloso:
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
– Crime culposo:
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou
imperícia.
- Homicídio simples:
• Art 121. Matar alguém:
Pena: reclusão, de seis a vinte anos.
- Homicídio culposo:
§ 3o Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena: detenção, de um a três anos.
TIPOS DE MORTE
• Morte suspeita: “quando há possibilidade de não ter sido natural a sua causa”.
DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS
Art.5º: É vedado assumir responsabilidade por ato médico que não praticou ou do qual
não participou.
Art 11º: É vedado receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a
devida identificação de seu número de registro no Conselho Regional de Medicina da sua
jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados, laudos ou
quaisquer outros documentos médicos
PARECER CONSULTA
3575/2008
ATESTADO MÉDICO
•Definições:
Art 73º: Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua
profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento, por escrito do paciente
Art 74º: Revelar sigilo profissional relacionado a paciente criança ou adolescente, desde
que estes tenham capacidade de discernimento, inclusive a seus pais ou representantes
legais, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente.
- Art 80º: Expedir documento médico sem ter praticado o ato profissional que o justifique,
que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade
- Art 82º: Usar formulários institucionais para atestar, prescrever e solicitar exames ou
procedimentos fora da instituição a que pertençam tais formulários
- Art 83º: Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente ou quando não tenha
prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista,
médico substituto, ou em caso de necropsia e verificação médico legal
- Art 84º: Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto
quando houver indícios de morte violenta
-Art. 85º: Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não
obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade.-Art. 87: Deixar de
elaborar prontuário legível para cada paciente.
§1º O prontuário deve conter os dados clínicos necessários para a boa condução do caso,
sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem cronológica com data, hora, assinatura e
número de registro do médico no Conselho Regional de Medicina.
§2º O prontuário estará sob a guarda do médico ou da instituição que assiste o paciente.
§3º Cabe ao médico assistente ou a seu substituto elaborar e entregar o sumário de alta
ao paciente ou, na sua impossibilidade, ao seu representante legal.
- Art 88º: Negar ao paciente ou, na sua impossibilidade, a seu representante legal, acesso
a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe
dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao
próprio paciente ou a terceiros
- Art 90º: Deixar de fornecer cópia do prontuário médico de seu paciente quando de sua
requisição pelos Conselhos Regionais de Medicina
- Art 91º: Deixar de atestar atos executados no exercício profissional, quando solicitado
pelo paciente ou por seu representante legal.
MEDICINA LEGAL E DEONTOLOGIA MÉDICA Vinícius Moura – MED XVIII 14
ATESTADO FALSO
•Finalidades
–Confirmar a morte.
–Determinar a causa da morte.
–Satisfazer interesses de ordem civil, estatístico demográfica e político-sanitária.
Morte e o Direito
“Nenhum sepultamento será feito sem certidão oficial de registro do local de falecimento,
extraída após lavratura do assento de óbito, em vista de atestado médico, se houver no
lugar, ou, em caso contrário, de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou
verificado a morte”
b) Nas localidades sem SVO: A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos
do serviço público de saúde mais próximo do local onde ocorreu o evento na sua ausência,
por qualquer médico da localidade.
MEDICINA LEGAL E DEONTOLOGIA MÉDICA Vinícius Moura – MED XVIII 15
a)A Declaração de Óbito deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo médico que
vinha prestando assistência ao paciente
b) A Declaração de Óbito do paciente internado sob regime hospitalar deverá ser fornecida
pelo médico assistente e, na sua falta por médico substituto pertencente à instituição.
Em caso de morte fetal, os médicos que prestaram assistência à mãe ficam obrigados a
fornecer a Declaração de Óbito quando a gestação tiver duração igual ou superior a 20
semanas ou o feto tiver peso corporal igual ou superior a 500 ( gramas e/ou estatura igual
ou superior a 25 cm.
Art 1º: É vedado aos médicos conceder declaração de óbito em que o evento que levou à
morte possa ter sido alguma medida com intenção diagnóstica ou terapêutica indicada por
agente não médico ou realizada por quem não esteja habilitado para fazê-lo, devendo,
neste caso, tal fato ser comunicado à autoridade policial competente a fim de que o corpo
possa ser encaminhado ao Instituto Médico Legal para verificação da causa mortis.
Composição do laudo
Quesitos (Definições):
Perguntas objetivas que buscam direcionar a conclusão da perícia em determinado sentido
(enquadramento em determinado crime, defesa de determinado ponto de vista, etc).
Quesitos –necropsia
Decreto Estadual 5.141 de 25/10/56
1º) Houve morte? Ex.: sim, não, sem elementos para afirmar.
2º) Qual a causa da morte? Ex.:TCE contuso, hemorragia interna secundária a...,
indeterminada...
3º) Qual o instrumento ou meio que produziu a morte? Ex.:Pérfuro-contundente,
contundente, corto-contundente, físico-químico, biodinâmico, sem elementos para
afirmar...
4º) A morte foi produzida com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou
outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar em perigo comum? Ex.: sim, não,
sem elementos para afirmar, prejudicado.
–Ausência de circulação;
–Ausência de respiração;
–Acidificação dos líquidos tissulares;
–Ausência de funções encefálicas.
MEDICINA LEGAL E DEONTOLOGIA MÉDICA Vinícius Moura – MED XVIII 17
FENÔMENO DE LÁZARO:
– Retorno espontâneo da circulação após parada de manobras de reanimação
– Geralmente ocorre dentro de 10 min da parada das manobras
Art 1º: Os procedimentos para determinação de morte encefálica (ME) devem ser
iniciados em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de
reatividade supraespinhal e apneia persistente, e que atendam a todos os seguintes pré
requisitos
Art. 2º: É obrigatória a realização mínima dos seguintes procedimentos para determinação
da morte encefálica
a) dois exames clínicos que confirmem coma não perceptivo e ausência de função do
tronco encefálico
b) teste de apneia que confirme ausência de movimentos respiratórios após
estimulação máxima dos centros respiratórios
c) exame complementar que comprove ausência de atividade encefálica
MEDICINA LEGAL E DEONTOLOGIA MÉDICA Vinícius Moura – MED XVIII 18
Art 3º: O exame clínico deve demonstrar de forma inequívoca a existência das seguintes
condições:
§1º: Serão realizados dois exames clínicos, cada um deles por um médico diferente,
especificamente capacitado a realizar esses procedimentos para a determinação de morte
encefálica
§3º: Um dos médicos especificamente capacitados deverá ser especialista em uma das
seguintes especialidades medicina intensiva medicina intensiva pediátrica, neurologia,
neurologia pediátrica, neurocirurgia ou medicina de emergência Na indisponibilidade de
qualquer um dos especialistas anteriormente citados, o procedimento deverá ser concluído
por outro médico especificamente capacitado
§4º: Em crianças com menos de 2 ( anos o intervalo mínimo de tempo entre os dois
exames clínicos variará conforme a faixa etária dos sete dias completos recém nato a
termo até dois meses incompletos será de 24 horas de dois a 24 meses incompletos será
de doze horas Acima de 2 ( anos de idade o intervalo mínimo será de 1 ( hora
Art 4º: O teste de apneia deverá ser realizado uma única vez por um dos médicos
responsáveis pelo exame clínico e deverá comprovar ausência de movimentos
respiratórios na presença de hipercapnia PaCO 2 superior a 55 mmHg)
Parágrafo único: Nas situações clínicas que cursam com ausência de movimentos
respiratórios de causas extracranianas ou farmacológicas é vedada a realização do teste
de apneia, até a reversão da situação.
Art 5º: O exame complementar deve comprovar de forma inequívoca uma das condições
§3º: O laudo do exame complementar deverá ser elaborado e assinado por médico
especialista no método em situações de morte encefálica
Art 8º: O médico assistente do paciente ou seu substituto deverá esclarecer aos familiares
do paciente sobre o processo de diagnóstico de ME e os resultados de cada etapa
registrando no prontuário do paciente essas comunicações
Parágrafo único: Nos casos de morte por causas externas a DECLARAÇÃO DE ÓBITO
será de responsabilidade do médico legista, que deverá receber o relatório de
encaminhamento médico e uma cópia do TERMO DE DECLARAÇÃO DE MORTE
ENCEFÁLICA.
MEDICINA LEGAL E DEONTOLOGIA MÉDICA Vinícius Moura – MED XVIII 20
MEDICINA LEGAL E DEONTOLOGIA MÉDICA Vinícius Moura – MED XVIII 21
Art. 1º: é legal e ética a suspensão dos procedimentos de suportes terapêuticos quando
determinada a morte encefálica em não-doador de órgãos, tecidos e partes do corpo
humano para fins de transplante, nos termos do disposto na Resolução CFM nº 1.480, de
21 de agosto de 1997, na forma da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.
Art 17: A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano poderá ser
efetuada após a morte encefálica, com o consentimento expresso da família, conforme
estabelecido na Seção II deste Capítulo
§ 1º: O diagnóstico de morte encefálica será confirmado com base nos critérios
neurológicos definidos em resolução específica do Conselho Federal de Medicina CFM
§ 5º: Caso a família do paciente solicite, será admitida a presença de médico de sua
confiança no ato de diagnóstico da morte encefálica
Art 19º: Após a declaração da morte encefálica, a família do falecido deverá ser
consultada sobre a possibilidade de doação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo
humano para transplante, atendido o disposto na Seção II do
MEDICINA LEGAL E DEONTOLOGIA MÉDICA Vinícius Moura – MED XVIII 22
Capítulo III
Parágrafo único: Nos casos em que a doação não for viável, por quaisquer motivos, o
suporte terapêutico artificial ao funcionamento dos órgãos será descontinuado, hipótese
em que o corpo será entregue aos familiares ou à instituição responsável pela necropsia,
nos casos em que se aplique
Art 20º: A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano, após a morte,
somente poderá ser realizada com o consentimento livre e esclarecido da família do
falecido, consignado de forma expressa em termo específico de autorização
§ 2º: Caso seja utilizada autorização de parente de segundo grau, deverão estar
circunstanciadas, no termo de autorização, as razões de impedimento dos familiares de
primeiro grau.
Art 21: Fica proibida a doação de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano em
casos de não identificação do potencial doador falecido
Art 25: A necropsia será realizada obrigatoriamente no caso de morte por causas externas
ou em outras situações nas quais houver indicação de verificação médica da causa da
morte
§ 1 º A retirada de órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano poderá ser efetuada
desde que não prejudique a análise e a identificação das circunstâncias da morte
DOADOR VIVO