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GRAN FINALE
Livro 3 | Ordem Escarlate
Deisy Monteiro | São Luís
Coordenação Editorial:
João Garcia e Deisy Monteiro
COPYRIGHT © 2021
SINOPSE
SUMÁRIO
PREFÁCIO
PRÓLOGO
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
CAPÍTULO XI
CAPÍTULO XII
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XIV
CAPÍTULO XV
CAPÍTULO XVI
CAPÍTULO XVII
CAPÍTULO XVIII
CAPÍTULO XIX
CAPÍTULO XX
CAPÍTULO XXI
CAPÍTULO XXII
CAPÍTULO XXIII
CAPÍTULO XXIV
CAPÍTULO XXV
CAPÍTULO XXVI
CAPÍTULO XXVII
CAPÍTULO XXVIII
CAPÍTULO XXIX
CAPÍTULO XXX
CAPÍTULO XXXII
CAPÍTULO XXXIII
CAPÍTULO XXXIV
CAPÍTULO XXXV
CAPÍTULO XXXVI
CAPÍTULO XXXVII
EPÍLOGO
OUTRAS OBRAS DA AUTORA
SOBRE A AUTORA
PREFÁCIO
Cambridge, 1989
Doce Melinda,
Senhorita Aston,
Sinta-se convidada a participar da sessão que ocorrerá hoje.
Tudo será feito em sua homenagem. Esperamos que o tempo que
passe conosco seja agradável.
“Era assim que tudo acabaria?” Thor pensava “Tudo pelo que
tinha lutado, tudo que acreditava. Tudo se resumiria num final
solitário”.
Thor Price tinha deixado uma carta para Hector explicando o
porquê faria o que estava prestes a fazer.
A Ordem tinha mandado que, após declarar a culpa de
Melinda, deveria sair da cidade, mas, culpado como o inferno, não
conseguiu sair da cidade sem deixar para Hector uma carta que
inocentasse Melinda de tudo. Na carta confessava o caso com
Miranda, confessava que a tinha mandado matar e confessava não
ter conseguido viver longe de Melinda, depois do mal que fez a ela.
Sabendo que teria colocado um abismo, entre os dois, eterno.
Numa das curvas para sair da cidade, passando pelos
montes, Thor vê o mar, vê a cidade ao longe, e vê suas próprias
esperanças se despedindo. Toma mais um gole do destilado barato
que levava no carro e vai até a curva mais extrema e mais alta.
Embriagado, com reflexos lentos, fecha os olhos por um
segundo. E não percebe quando os freios do carro param de
funcionar. Ao virar a curva extrema, perde o controle. Seu carro
desliza suavemente, sem ninguém que o impeça, até chocar-se com
o chão desfiladeiro abaixo.
CAPÍTULO XXVI
Hector,
Imagino que à esta altura esteja me buscando pela cidade
feito um louco, não faça isso. Pare e leia com atenção tudo o que
escrevo. Eu estive pensando muito em tudo o que todas as pessoas
da minha vida significaram para mim. Você, Melinda, e até mesmo
os meus colegas de trabalho ultraconservadores.
Você foi meu melhor amigo desde que botamos o olho um no
outro. Sempre gentil, namorador, roubador de conquistas (ainda não
te perdoei por ter ficado com a líder de torcida mesmo sendo um
perdedor que escrevia poesias e eu sendo o quarterback do time de
futebol da faculdade). Nestes últimos momentos, vi tudo com
clareza, eu sou o pior amigo do mundo. É verdade. Eu procuro por
uma razão, uma apenas, que justifique tê-lo colocado no meio do
inferno e não encontro. Por quê? Porque não tem nenhuma. Se
tivesse, eu saberia. A única coisa que encontro sou eu próprio,
ridículo, egoísta, interesseiro e doente, afundando o meu amigo num
mundo do qual eu achei que nunca iria querer sair, me perdoe.
Melinda é a chama da minha vida. Uma mulher simplesmente
espetacular. E eu tive coragem de matar um pouco desse brilho
quando a violentei no nosso quarto há poucos dias. Ela está sendo
culpada pela morte de Miranda Kiel, minha aluna e minha amante.
Fui eu mesmo quem a denunciei à polícia com provas falsas que a
ligavam ao crime. Como se fosse possível que Melinda pudesse
matar Miranda! Eu sempre soube que não machucaria o menor dos
animais. Eu matei qualquer resquício de chance de voltarmos às
boas, eu matei o amor que sentia o tempo todo e negava.
Miranda foi morta por overdose, me disseram. Eu mandei
cocaína pura e heroína. Eu sempre mandei aquela garota não
misturar as coisas, mas a burra não me ouviu. A garota se fodeu
quando achou que eu seria capaz de deixar minha mulher por causa
de uma drogada. Uma puta barata.
É, Hector, eu sou um puto de um viciado. Ou era? Eu era o
senhor do pó, não tinha para ninguém.
Como você vê, eu matei Miranda. E eu faria de novo, qual é?
Ela estava me irritando. Ela foi bem gostosinha no começo, mas foi
se apaixonar, onde já se viu puta apaixonar? Ela encheu meu saco,
queria droga e dinheiro, e dei um fim nela.
Eu estou cansado de fingir, cansado de lutar contra tudo e
represar o que sou. Eu não aguento mais a pressão e para não
meter uma bala no miolo de todo mundo que já me olhou torto, eu
vou acabar comigo.
Miranda tem me atormentado em sonhos, ela tem sede do
meu sangue e quer se vingar. Ela prometeu que vai destruir minha
vida e ela está certa. Ela vai. Antes que essa puta destrua minha
vida, eu vou fazer isso. Vou acabar com aquela vagabunda no
inferno.
Adeus, amigo.
— Hector?
— Sim, posso entrar, por favor? – Hector estava arfando.
Tinha subido as escadas do hotel correndo quando viu que o
elevador estava cheio. Seis andares completados apressadamente.
Quando chegou, estava esgotado.
— Entre. – Melinda disse assustando-se com a aparência do
professorLujak – Posso pegar alguma coisa para você? Uma água?
Um suco? Você está com uma aparência péssima, parece que
correu uma maratona.
— Eu acho que corri. – Hector disse e respirou fundo –
Preciso de água, por favor.
Melinda pegou no frigobar do quarto uma garrafa d’água e
uma garrafa de suco e estendeu para Hector.
— O que posso fazer por você, Hector? Não acredito que
tenha corrido tanto à toa.
— Melinda, – Hector disse depois de terminar de tomar o
líquido da garrafa de uma só vez – eu estou desesperado. Eu acho
que a vigilância do hotel pode bater em seu quarto qualquer hora,
eu não lembro de ter me identificado.
— Por quê? – Melinda perguntou preocupada.
— Eu já te falei antes, mas não sei se acreditou muito. Eu
preciso resgatar alguém daquilo, da Ordem.
— Quem?
— Lucine Fester. Lucine era minha aluna e foi levada à essa
situação degradante. Melinda, estas meninas não se dispõem a isso
por querer. Muitas são obrigadas, coagidas a todo tipo de
atrocidade. Não importando com quem tenham que fazer, sempre
farão. Não importa se homem, mulher, pouco importa. São
obrigadas.
— Por favor, Hector...
— É a verdade. – Hector disse esperando que Melinda não o
mandasse ir embora. – Melinda, é a verdade. Thor, eu, tantos outros
que utilizam estes malditos anéis. Nós é que somos os vilões da
história. Sei que está magoado pelo que Thor fez,e tem toda razão,
mas esta garota, ela não tem culpa.
— Então vai admitir que não é apenas uma aluna por quem se
apaixonou, exatamente como Thor fez com a garota que mandou
matar?
— Sim, Melinda. Estou terrivelmente apaixonado por Lucine,
mas não estou destruindo um casamento por isso. Sou livre para
amá-la e ela é livre para me amar. – Disse sabendo bem que o
noivado de Lucine era provavelmente outra coisa à qual tinha sido
submetida - Eu não quero morrer e pensar que não fiz de tudo para
poder resgatá-la. Eu a amo, Melinda. Se eu perder Lucine, morrerei
junto com ela.
— Hector, não diga tolices. – Melinda brigou – Já morreram
pessoas demais na minha vida. Não pretendo perder você também.
Sabe que odeio o que é, mas não quem sempre foi.Eu... Eu apenas
não sei como posso te ajudar. Eu não quero me envolver nisso, não
quero mesmo. Eu preciso apenas de paz para minha vida. Eu já
enterrei toda essa história com Thor. Não vou exumá-la.
— Por favor, Melinda, não me vire as costas.
— Eu não sei o que posso fazer. O que quer?
— Eu preciso de dinheiro.
— Dinheiro?
— Sim, Melinda. Muito dinheiro. Tanto que não terei como
pagar nesta vida.
— Eu não tenho tanto dinheiro comigo. De quanto precisa?
Hector falou o valor para Melinda. Melinda realmente não
tinha tanto com ela, nem dispunha desse valor imediatamente.
Precisaria entrar em contato com os advogados. Porém, sua índole
não lhe permitia colocar valor em uma vida humana. Tinha uma
maneira de ajudar Hector e o faria.
— Eu vou te ajudar – Melinda disse como se falasse para si
mesma – Vou pedir que tragam o quadro...– Melinda ligou para
Bernard que estava no mesmo hotel, no quarto ao lado – Bernard!
Venha aqui.
Bernard não demorou muito, logo se apresentou para
Melinda. Tinha o uniforme sempre impecável. Hector ficou se
perguntando se o jovem não dormia, afinal, sempre parecia estar
disponível.
— Senhora... Professor Lujak. – Bernard cumprimentou-os
calmamente, esperando pelas ordens que receberia.
— Meu amigo Hector quer salvar alguém da maldita Ordem
Escarlate.
— Senhora?
— Sim, como sua amiga Julie, ou Delilah... O que seja. Estou
cansada disso tudo.
— O que posso fazer?
— Peça que tragam imediatamente, seja de helicóptero, o
Modigliani.
Série Triplo A
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Apostasia
Eu te direi essas palavras
Cartas para Daniel
O Livre Arbítrio
Até Você Chegar
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