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esse mundo.
perigo.
cuidado.
Franka
Aquele dia foi um que eu queria esquecer rapidamente.
Eu tinha poder.
Oh meu.
1
Jig - é uma forma de animada dança popular, assim como a música que a acompanha. Foi
desenvolvida no século 16, na Inglaterra, e foi rapidamente adotada no continente.
E o que eu soube enquanto assistia isso, foi que
acabaram de ter relações, e, pelo menos para Circe que agora
é do outro mundo, ela gostou.
Muito.
Executado.
Todas as quatro.
Sair.
Eu cuidaria dele.
Então…
Um homem em bilhões.
Em dois universos.
Eu tive isso, não tive, meu amor. Nós tivemos isso. Não
é? Fiquei inquieta até mesmo através da dor, sacudida com a
incerteza. Eu dei-lhe isso, meu Antoine?
Como foi o caso a cada vez que mandei minhas
mensagens cegamente aos deuses, na esperança de que eles
se sentiriam generosos e as enviasse onde deveriam ser
recebidas, mesmo antes de morrer depois de suportar tal
crueldade, eu não tinha resposta.
Dias.
Semanas.
2
Ao Céu.
3
Meu coração, em francês.
Parei novamente, a meio caminho pelo corredor, quando
a voz profunda, polida de Antoine soou na minha cabeça em
resposta.
Eu só não o faria.
Solidão.
O que eu precisava.
Solidão, minha mente sussurrou.
Ah não.
Indesculpável.
—Perdão?
—―Ei‖, ―Baby‖, — eu disse. —O que essas palavras
significam?
Ele sorriu.
—Meninas. Mulheres.
Mas eu gostei.
—Com quem?
—Besteira.
—Desculpe? —Rebati.
Bem.
***
—Mandar texto?
—Isso é ridículo.
—Baby...
Curiosidade.
—Franka...
—Entendi.
Todo mundo.
—Você faria?
—Modesto. —Expliquei.
—Noctorno...
Contudo.
Foi então que seu olhar caiu para a minha boca antes
de voltar para os meus olhos e sussurrar: —Baby, você tem a
boca mais bonita que eu já vi.
O rancor.
Deus.
Que mortificante.
Como um gambá?
Eu não perguntei.
—Besteira.
Para sempre.
Muito gentil.
Vulnerável.
—Desde que eu não dormi bem desde que ele foi levado,
eu duvido que esta noite vai ser diferente, independentemente
do whisky. — Respondi.
—Eles têm coisas que você possa tomar aqui, você sabe,
que ajuda você com isso? — Perguntou.
—Provavelmente. — Respondeu.
—Sim. — Disse em um aceno sucinto. —No entanto, eu
os evito. Há aqueles que os utilizam que se tornam
dependentes deles. Não quero arriscar isso.
—Claro. — Murmurei.
Para um plebeu.
—Noite, Franka.
E me virei.
Franka
Na tarde seguinte, seguindo um dos guardas reais,
caminhei tranquilamente pelos corredores em direção ao
escritório da rainha.
Eu fui convocada.
Nem Hawkvale.
Sem maquinações.
Era simpatia.
Quanto eu mudei.
Mesmo fazendo minha pequena parte para salvar o
mundo, não pensei em usar essa possibilidade para melhorar
minhas circunstâncias. Antes de Antoine, este mesmo
pensamento seria a primeira coisa em meus lábios, antes
mesmo de ir para Ilha do Espectro enfrentar as três bruxas
mais malignas, e mais poderosas de todo nosso hemisfério.
Pelos deuses!
Nada.
Ninguém.
—Eu aprecio que você fez este pedido, visto que não
parecia se importar com demandas aos servos, que estavam
correndo por semanas pelo Palácio em preparativo para o
Baile de Gala, sem mencionar os acontecimentos realmente
terríveis e milagrosos que aconteceram ontem, para que eles
atendessem seus caprichos, — Rainha Aurora retornou.
Era rancoroso.
Eu deveria sair.
Imediatamente.
Eu fui dispensada.
Diferente de mim.
***
Valentine
Intrigante.
***
Noc
Princesa Cora, para ser mais exato. Sua irmã gêmea era
o próprio mal, e agora estava morta, vítima dos dramas de
ontem, não sendo uma grande perda.
Louco.
E ela era.
Fino.
Delicado.
Elegante.
Noc teve que admitir que seria uma merda deixar este
mundo, e não ser capaz de colocar sua boca naqueles lábios.
Era por isso que sabia que todos estavam errados sobre
ela.
Noc não era aquele cara que sempre tinha que estar
certo, ele só passou algumas horas com a mulher.
Ele se sentiu traído por ela não ser quem ele sabia que
era, por fazer o que tinha certeza que Franka não faria.
Tudo isso significava que ela provavelmente estaria indo
embora amanhã.
Porra.
E lá estava.
Uma misteriosa.
Uma triste.
Franka
Sentei-me encolhida em uma poltrona ao lado da lareira
no meu quarto vestindo minha camisola de seda, meu xale de
lã com laço segurando firme em torno dos meus ombros
descobertos, olhando para o fogo, pensando que a casa de
Kristian era um passeio de trenó de oito dias a partir
Fyngaard, onde o Palácio de Inverno estava localizado.
Ou bondade.
Esperei. Escutei.
Derrota.
***
Ah não.
Deuses não.
Atirei-me sentada e joguei as cobertas de cima de mim,
o meu olhar correndo pela sala.
Estou perto.
Oh deuses. Deus.
Pelo que eu sabia que estava por vir, senti saliva encher
a minha boca e engoli-a para baixo enquanto abria a porta.
Fazia anos.
Nunca cair.
Esperança.
E no próximo.
A voz de Noc.
Ele não podia estar aqui. Eu tinha que ter apagado.
—Você não fará tal coisa! — Meu pai retrucou, sua voz
profunda não espantada, mas irritada.
Deuses!
Kristian!
—Não! — Gritei.
—Noc...
—O que em...?
Esta era uma voz feminina, e eu abri meus olhos e virei
minha cabeça para ver a bruxa verde correndo em nossa
direção.
—Perdão?
Fechei os olhos.
Não respondi.
Isso, eu respondi.
Oh bolas.
Eu não tinha certeza, mas pensei que sim, por isso dei
um ligeiro aceno de cabeça.
—Perdão?
—Tem tecido cicatricial que ele não conseguiu abrir
desta vez, Frannie, então não ache que pode me passar a
perna nisso. Esta não é sua primeira vez. Quantos anos você
tinha quando começou?
Ele se levantou.
Imediatamente.
Não de ninguém.
Ainda assenti.
Noc
—Eu...
Frey assentiu.
—Você me chamou?
—Devolva, Valentine.
—Josette.
—Certo Josette, você deverá estar pronta para oferecer
seus cuidados quando ela acordar. Então você provavelmente
deve dormir agora.
***
Franka
Diabos.
Aquilo foi…
Isso foi…
Pela Deusa.
Mas…
Bem!
Muito irritado.
—Isso era quando não tinha ninguém cuidando de você,
mas isso não será mais o caso. Então é assim que vai ser, —
anunciou.
Oh meu.
O calor estava enchendo minha barriga.
Hmm.
Que audácia!
Ah não.
Ele riu.
Insuportavelmente grosseiro.
Droga.
***
Ela podia.
Eu!
A mortificação de tudo!
Sim.
A rainha falando comigo como uma rígida, mas
preocupada babá.
Eu!
Não.
Ninguém fazia.
Sério.
Seu rosto ficou sério. —Se você sentir dor, diga. Josette
ou alguém vai estar perto. Nós daremos a você mais daquele
chá.
Fiquei em silêncio.
Eu não estava.
Suspirei.
***
Era noite.
Estava dormindo.
—Tudo mudou.
Eu não aguentava mais.
Frey se levantou.
Lá estava.
A Prova.
Os deuses me abandonaram.
Ele e outros.
Merda.
Seguir as Regras
Franka
—Está tudo bem, minha senhora? — Perguntou Josette.
—Josette?
Que curioso.
E…
Diabos.
Eu não era uma ogra, mas ela está comigo há cinco
anos.
Puta merda.
Sim.
Eu nunca esqueceria.
Sei que isso não é verdade. Embora, seja isto o que você
pensa, você está livre para explorar os sentimentos que vêm
crescendo por Noc.
Ao ouvir estas palavras na minha cabeça, minhas costas
dispararam em linha reta tão rápido que uma onda de dor
aumentou e foi tão feroz que tive que morder o lábio em um
esforço para não gemer.
Eu olhei.
Comprovado.
E nauseantes.
—Então, leia.
Eu precisava…
—Eu não consigo ver como desejar uma visita aos meus
pais é perder minha mente.
Foi surpreendente.
E saboroso.
Eu não iria?
—É gíria, — explicou.
—Não tudo.
—Sim? — Solicitei.
Revirei os olhos.
Diabos!
***
—Josette? — Chamei.
Diabos.
Bem…
Inimaginável.
—Desculpe?
Sim.
Inimaginável.
—Não, senhora.
—Josette, — chamei.
—Sim, — respondi.
Deus.
—Não.
—Perdão? — Perguntei.
Maravilhoso.
Eu sorri. Amplamente.
Valentine
Os olhos de Valentine Rousseau se abriram e ela olhou
para o teto escuro.
Não.
Todos eles.
Havia outro.
A fumaça desapareceu.
***
Franka
Não.
Não.
Eu não me importava.
—Absoluta, — respondi.
Querida deusa.
Mas…
Por quê?
Louco.
Desconheço!
—Montar? — Perguntou.
—Uau. Legal. Queria ter dado uma volta com você antes
que eu tivesse que deixar o nosso mundo, — ela comentou.
4
Hawg é como motocicletas são conhecidas, principalmente os modelos Harley Davidson.
5
Harley Davidson, marca de motocicleta.
—Não consigo pegar muito nela em Seattle, — comentou
Noc. —Imagino que isso vai mudar em NOLA6. Pelo menos
espero que sim.
Bem.
Que rude.
Noc sentiu.
8
Um coque na base da nuca.
virada para cima (como não estava agora) cobrindo não
apenas o meu pescoço, mas até além de meus ouvidos.
Que estranho.
Frey levou-nos para além de sua cela, mas parou-nos na
parede entre as dela e aquele ao lado dela. Lá eu vi meu pai
na última cela no corredor.
Nada.
—Eu acredito, tio, que lhe escapou que você não está em
posição de fazer exigências, — Frey respondeu calmamente.
—Você não pode desejar isso para seu pai e eu. — Ela
continuou a falar naquele tom calmo, tímido, com
dificuldade, que, obviamente, eu nunca escutei.
Lá estava eu.
E em nove dias ela simplesmente definhou.
Não.
—Infelizmente, — murmurei.
Olhei-o.
Eu simplesmente fiz.
Isto foi virar a cabeça e inclinar para trás.
Amplamente.
***
9
Lady, além de ser um título de nobreza, também significa senhora. Em alguns momentos Josette usa
no sentido do título, em outras horas como sinônimo de educação, por isso os dois estão no texto.
Um rubor de prazer pincelou suas bochechas quando
disse, —Eu nunca vou deixá-la.
Franka
Eu estava na cama com a minha bandeja de café da
manhã, quando veio uma batida na porta.
Sério.
Que irritante.
Não.
Ele atravessou pelo pé da cama para o outro, o lado
vago, e assisti em silêncio atordoado quando colocou seu
traseiro nela, girou, colocou seu corpo inteiro nela, se
estendeu e se acomodou de lado, mas com o corpo apoiado
em seu antebraço, de frente para mim.
—Relaxe, — explicou.
Oh.
Humm.
Suspirei.
—Perdão?
—Diga de novo?
Meu bacon ficou no alto, eu voltei minha atenção para
Noc.
Olhei em sua direção para ver que ele tinha o olhar fixo
à minha bandeja, mas seus olhos estavam distantes.
—Sim.
—Terminemos juntos?
—Noc! — Bati.
Revirei os olhos.
***
Noc
Ele tinha.
Porra.
Porra.
—Vejo por que ela quer isso, mas ainda não é a escolha
certa.
—Ela vai fazê-lo. Parece ser uma pessoa fria, mas ela é
todo coração.
Não.
Esse olhar em seu rosto, onde ela não escondia sua
excitação, foi provavelmente o que derrubou Frey. Aquele
olhar que você gostaria de ver todos os dias. Aquele olhar era
um pelo qual você mataria e morreria.
***
Franka
—Três, — eu disse.
—Então é a três.
A porta se fechou.
Eu sorri.
***
Brikitta Drakkar.
Ou rir.
Eu vi o olhar congelado no rosto dela e sabia que era a
sua tentativa de esconder o medo que tinha de mim.
—Irmão, — sussurrei.
—Irmã, — sussurrou de volta.
Diabos.
Eu ia chorar.
Eu precisava escapar.
Imediatamente.
—Foi ruim.
—Foi, — afirmei, querendo tocá-lo, para puxá-lo para
mim, para envolver meus braços em torno dele e tê-lo
envolvendo os seus em volta de mim como fazíamos quando
éramos jovens, antes de minha mãe e meu pai colocar um fim
a isso.
***
—Irmão, você sabe que não é uma boa ideia. Sou muito
melhor estando no meu próprio lugar, — respondi
rapidamente, desejando que eu não tivesse que fazer isso e
desejando mais ainda que tais assuntos privados não fossem
partilhados em público.
—Não está.
—Está.
—Não está.
—Está sim.
—Não! — Exclamei.
Ela continuou.
Eu?
Merda!
Valentine
Valentine estava na janela de sua adorável casinha de
campo, fora de Fyngaard e olhou para o sombrio país das
maravilhas geladas da neve e do gelo cintilante ao luar.
10
Ela não precisaria trabalhar como garçonete para viver.
—E será eu ou Noc que sugerirá isso para ela? —
Valentine continuou.
—Meus agradecimentos.
E então intervir.
Não.
***
Franka
Suspirei na janela.
—Por que você não veio para o nosso quarto como nós
combinamos? — Ele disparou de volta.
Balancei a cabeça.
Mas ele não era aquele homem. Ele não era o Frey para
minha Finnie, Lahn para minha Circe, Tor para minha Cora,
Apollo para minha Madeleine.
Sentei-me.
—Tudo bem, Noc, você disse que tinha uma ideia, então
talvez você quebrará o suspense e compartilhar? — Perguntei
enquanto ele bebia um gole do seu copo.
—Eu...— Comecei.
—Babe...—
Ele continuou.
Talvez milhares.
Diabos.
Mas perguntei.
—O que é pizza?
—Picante molho de tomate, queijo suave, linguiça
picante, todos assados no topo de uma massa recheada com
crocantes bordas boas para mastigar. Você tem comida
assassina aqui, Frannie, mas no minuto que eu chegar em
casa, vou pegar uma fatia, e se você estiver comigo, estou
pegando-lhe uma também. Queijo extra e pepperoni.
Merda.
Nossa.
Eu fiz o mesmo.
—Pizza. Telefones. Motos, — a voz de Noc voltou. —
TELEVISÃO. Filmes. Computadores. Futebol. — Virei a
cabeça para ele no exato momento de vê-lo fazer o mesmo em
minha direção. —E saberá que gosto de você quando prometo
levá-la para a loja de departamentos de sapatos na
Nordstrom.
Nossa.
Maravilhoso.
Tirei meus olhos dele em uma forma de desprezo Franka
Drakkar patenteada, e tomei outro gole de meu uísque, só
para fazer isso ouvindo a risada de Noc.
Deus.
Saltos altos?
Intrigante.
—Pare. — Exigi.
Ele me ignorou.
—Pare. — Repeti.
11
É um tipo de padaria francesa ou belga especializada em doces e tortas
—Etoufée de camarão12.
Eu amava camarões.
—Quieto.
—Quieto!
—Jambalaya13 picante-quente.
Eu tinha o suficiente.
Droga!
12
É um prato clássico de Nova Orleans.
13
Jambalaya é uma espécie de paella típica de Nova Orleans e de toda a Louisiana, em que os principais
ingredientes são, além do arroz, frango, linguiça, lagostim de água doce ou camarão, e vegetais,
14
O vestir seria uma analogia a ela jogar a bebida nele.
E ele estava certo.
Franka
Na manhã seguinte, entrei na sala de café da manhã
para ver apenas Brikkita lá, terminando seus crepes.
—Claro, — concordei.
Mas eu merecia.
Quando ela não falou mais, senti que era minha vez
para convidá-la a fazê-lo.
Ela fez isso, mas não saiu disso e disse o que queria
dizer. Portanto, acrescentei: —Em outras palavras, Brikitta,
você é minha irmã. Você é minha família. E, portanto, é
absolutamente da sua conta dizer o que está em sua mente.
—Perdão? — Perguntei.
—Você... Eu amo meu marido, — ela declarou.
Até então.
E lá estava ele.
—Perdão?
—Eu não falei com esta bruxa por isso não estou
realmente ciente qual o custo que viagem teria, — retruquei.
Suspirei.
Nunca.
***
Valentine
—Não tomei.
Humm.
Valentine esperou.
—Absolutamente.
***
Franka
Suspirei.
Estranho.
Ah bem.
Casa.
Com ele.
—Besteira, — decretou.
—Provavelmente.
E nós fomos.
***
Valentine
—Decidi que você vai vir para o meu mundo com mais
frequência e da próxima vez que vier, vou levá-la para o
Arnaud.
—É, de fato.
Com isso, sua amiga não tirou o olhar de Dax Lahn
enquanto caminhava para o Mercedes reluzente-preto
lustroso que esperava estacionado no meio-fio.
—Minha querida...
E falhou.
Franka
—Minha nossa, quase no alvo.
Merda!
Droga.
Ela entendeu.
—Verdade, — respondi.
Ainda gentilmente.
Contudo.
Ele fez o que fez pelo emprego porque ele era bom no
que fazia e porque gostava. Havia uma boa possibilidade de
que ele acabaria por procurar outras diversões.
E, tão desconcertante quanto fosse perceber, havia
igualmente uma boa possibilidade de que eu fizesse também.
Quieto, rebati.
Era bom.
***
—Fora de questão.
—Kristian...
Eu esperei.
Meu irmão não disse nada.
Fiquei impaciente.
Balancei a cabeça.
Um de seus braços me soltou para que ele pudesse com
o punho levantar levemente meu queixo. Ele se inclinou para
trás quando o levantou para me olhar.
Deus.
***
Droga.
Oh merda.
—Repita?
—Noc...
Droga.
Pelos deuses.
Maldito Noc.
—Perdão?
Oh.
Bem, isso explica o nome da referida manobra.
Suspirei.
—Claro.
—Mm..., — murmurei.
Balancei a cabeça.
Ele sorriu.
***
Mais tarde, naquela noite, depois de Josette ter me
preparado para cama e ido para sua própria, eu estava na
frente do espelho no quarto de vestir e fechei os olhos.
E ignorá-la.
Eu fiz isso!
Excelente.
***
—Josette, — chamei.
Ela sorriu.
—Estarei aqui.
Valentine
Valentine estava sentada, com as pernas cruzadas, o
apartamento na penumbra, o gato de Circe no colo, um com
pelos longos vermelho e olhos inteligentes (como eram todos
os gatos, considerando que eram criaturas espirituais e há
muito foram inteligentes o suficiente para permitir-se estar
próximo às bruxas).
Ela não ficaria com raiva por mais tempo. Isto, ela
encontrou, sua linda companhia tinha o poder de refrear seu
comportamento tão bem e sendo tanto capaz de dar, bem
como receber.
Por isso, Circe tinha sorte.
Não.
Merde17.
Ela sabia.
Incomodava.
Adorável.
Com esperança.
Cuidando.
Preocupando-se.
Que revoltante.
Suavemente.
***
Quando a hora atingiu meia-noite em Lunwyn,
Valentine apareceu no lugar designado vendo um trenó por
perto, quatro cavalos atrelados a ele, cobertores cobrindo o
dorso dos corcéis para protegê-los do frio, seus dois
compatriotas já lá e esperando.
18
Minha bruxa.
—Isto é porque a sua linhagem foi superior como auto
decretada, não nobre, salvo a magia oferecida aos Frey e que
os Drakkars produzem, — Valentine explicou.
Já era tempo.
—Somos o vento.
—Somos a chuva.
Progresso.
Excelente.
Valentine se separou.
Foi bonito, como sabia que seria. Tinha sido uma honra,
como sabia tão bem. Seria algo, como Franka, e ela estava
certa de Lavinia, que Valentine nunca esqueceria.
Hora de aquecer.
Não um caso.
Com Laurent.
***
Franka
Uma vez que ele nos levou lá, também não hesitou em
me aproximar dele e dizer: —Eu sei. É por isso que eu
perguntei se você está bem. Você parece... — a cabeça
inclinada para o lado, conforme seu escrutínio no meu rosto
se intensificou, —acesa.
—Acesa?
—Vamos, Lábios-açucarados.
Franka
Chegou a hora.
E desprovida.
19
Hurricane - ou ‘furacão’ é uma bebida alcoólica feita com rum, suco de fruta e xarope ou
groselha. É uma das muitas bebidas populares servidas em Nova Orleans.
firmemente em seu abraço e segurou lá contra a lã macia de
seu suéter grosso.
Oh.
Que delícia!
—Veremos, — respondi.
Prendi a respiração.
Argh.
Isto significava que fiz algo que nunca fiz na minha vida.
—Direi, — prometi.
Mau agouro?
Eu não perguntei.
—Bom, todo mundo sabe que você está atraída por ele,
mas a verdade é que você está muito atraída por ele, — ela
continuou.
—Mm ...— Repeti.
***
A bola de cristal.
Que clichê.
Decepcionante.
***
E dominá-lo.
E estranhamente insultuoso.
—Sei, — confirmei.
E nós assistimos.
***
Noc
Um mês depois
Tor também tinha lhe dito que, para que essa carta
viesse através de entrega real ─ algo que significava que as
expedições chegavam muito mais rápido do que o correio
normal, e Aurora gentilmente havia permitido que Franka se
aproveitasse disso ─ ela tinha que tê-la escrito semanas antes
dele sair.
Mas percebeu pelo seu tom que seus treinos como bruxa
estavam indo bem.
Como você sabe, Valentine tem me feito companhia uma
grande parte do tempo. Eu gosto de sua presença e de nossas
conversas.
Kristian concorda.
Sempre sua,
Franka
E retirou papel.
E lá foi ele com Cora, tendo que fingir ser Tor até que
eles deixassem a cidade e galopassem através de um campo
onde o ar brilhava.
A porra do ar brilhava.
Era fantástico.
Ele sentia falta de Franka. Sentia falta de apenas olhar
para ela, mas ainda mais de quão engraçada ela era, quão
bonita poderia ser e como confiava nele do jeito que fazia, a
maneira como ela demonstrava que confiava, a maneira como
ele sabia que ela não deu isso a ninguém (apenas talvez a
Josette, e talvez ao falecido Antoine, mas Noc não iria para lá)
o fazia sentir.
Mas ele com certeza estava feliz que ela tomou a decisão
que tomou.
***
Franka
Hey, Lábios-açucarados,
Que estranho!
E perigoso!
Minha nossa.
Mas vai ser difícil deixar isso aqui. Nós estamos indo
para Benies para encontrar com Apollo e Maddie. Eu acho que
meu tempo está ficando curto, no máximo, eu tenho três meses
restantes e leva uma eternidade para chegar a algum
lugar. Veremos. Eu gostaria de absorver tudo o que posso, mas
se Benies for metade tão impressionante como o resto da
Fleuridia é, eu tenho que passar algum tempo comendo e
bebendo durante meu caminho até lá. Então talvez nós
pudéssemos convencer Valentine a nos enviar para Korwahk
em alguma outra ocasião. Seria bom encontrar com Lahn e
Circe e conhecer a sua recém-nascida depois que ele ou ela
nascer.
Excelente.
Ok, não há muito mais a dizer. Fico feliz em ler que você
está continuando com as coisas e está gostando do que está
fazendo. Ansioso para ter mais detalhes, baby. Parece que o
tempo voou ao mesmo tempo que parece que está se
arrastando. Há muita coisa que eu gostaria de saber sobre o
que está acontecendo com você e não posso esperar para ouvir.
Em breve.
Muito amor,
─Noc─
Em breve.
Sim.
Em breve.
Noc.
Eu.
E pizza.
***
Um mês depois
—Empurre, — eu cobrei.
***
Noc
Querido.
Noc?
É, ela concordou.
Ele riu.
Você está…?
—Obrigado, Frannie.
Franka
—Pelos deuses! Olhe suas roupas!
Eu podia imaginar.
Me sentia nua.
E os sapatos.
Eles eram como de Josette no sentido de ter pequenas
tiras (precisamente, três). Um que cobria parcialmente os
dedos dos pés, que era um pouco largo e duas que surgiam a
partir dos lados do calcanhar e enrolavam no meu tornozelo,
bem delicados.
Literalmente.
Ou semanas.
Eu a ignorei. —Valentine...
E nesses sapatos.
Ridículo.
Eu parei abruptamente.
—Antoine? — Eu chamei.
Franka Drakkar.
Estava.
E não estava.
—Então eu...
—Valentine. — Rebati.
Minha nossa.
Bem ali.
Eu ia explodir em lágrimas.
Maldito Noc.
21
Que a diversão comece.
Ele se inclinou para trás, enquanto seus olhos viajaram
pelo meu corpo e vi sua expressão mudar.
Deus.
Agora, no entanto...
—Foda.
Mas se ele não tivesse, ele faria com essa palavra, junto
com sua expressão facial e o tom com o qual ele pronunciou.
E em apenas segundos, todas as inseguranças
(lamentações, ansiedades, medos, trepidações) que eu tive
sobre nós, nesse encontro, ele respondeu em uma palavra.
Não pressionando.
Intimidade.
Conexão.
Apenas Noc.
Pelos deuses.
—Sim, — eu sussurrei.
—Duas pessoas?
—Só duas.
Para cima.
Mais magia!
—Noc...
Pisquei surpresa.
—Noc...
Ele sentiu.
—E eu de você, — respondi.
Sim.
Não.
Noc assumiu.
E eu não queria.
Eu precisava de mais.
Duro.
Forte.
Essa deliciosa fricção viajou do meu mamilo para o
clitóris, zumbindo lá com tanta intensidade, que não
conseguia pensar. Senti minha roupa subir e encostar
levemente na minha garganta, mas a extrema sensibilidade
da minha pele fez parecer como se tivesse uma mão me
acariciando.
A espessura...
Meu.
—Noc! — Exigi.
Ele me cobriu.
Eu sabia.
—Querido, — sussurrei.
Até agora.
—Noc, — sussurrei.
—Por favor.
E de novo. E de novo.
Mais. E mais.
Bom demais.
—Querido, estou...
—Querido, — implorei.
—Querido, — implorei.
Noc parou.
Por quê?
Sem…. Nenhuma.
Com fervor.
—Perdão? — Perguntei.
Pisquei.
22
Beignets = Comida de massa frita. Uma carolina. É um doce
tradicional francês, uma minibomba recheada com creme de chocolate,
doce de leite ou creme de confeiteiro.
amor. Embora, eu não consiga explicar... — ele me deu um
sorriso que nunca tinha visto antes, um que fez meus
mamilos arrepiarem, —eu poderia demonstrar. Então vamos
fazer as duas coisas até que a deixe esgotada. Temos um
plano?
Franka
Depois que Noc me deu um roupão para colocar, na
estalagem (uma utilidade incomum, mas adorável), me
sentou ao lado da cama e tirou meus sapatos (uma ternura
que eu não esqueceria por um bom tempo), ele me despojou
das roupas que me deu e me guiou para a pequena sala
ligada ao nosso quarto.
Pelos deuses.
Brilho puro!
Sempre… quente?
E foi extraordinário.
23
Chopped é uma série de reality show de culinária americana criada pela produtora executiva Linda
Lea, junto com Dave Noll e Michael Krupat.
Ele balançou a cabeça, mas disse:
— Verdadeiramente? — Eu perguntei.
Foi mal-educado.
Engolindo, eu chorei:
E prontamente me negou.
24
Étouffée é um prato típico da culinária cajun, uma espécie de guisado tradicionalmente preparado
com um roux, vegetais e peixe ou mariscos
— A caixa tem dez.
Eu pisquei.
Rapidamente.
Noc me beijou.
Oh meu.
— Mais tarde.
— Noc...
Dito isso, a última vez que ouvi falar dela (alguns meses
antes), o pai de Frey havia oficialmente cortado seus laços
com ela − o que significava terminar o casamento deles − não
era um acontecimento indesejado para Valeria.
— Talvez devêssemos...
Ele me interrompeu.
Explodi!
Eu afirmei:
Hmm.
Foi raiva.
— Desculpe-me?
Um insulto.
Pelos deuses!
— Você disse.
— Eu não.
Puta merda!
Eu o interrompi.
— Você terminou?
— De falar.
— Sim, — eu respondi.
Deus.
Droga.
— Sim?
Por que, oh, por que nós tivemos que entrar nisso?
Noc.
Irritante.
— Não é.
— É o que você diz a si mesma para não perder o
controle de tudo o que sabe, e eu entendo isso, querida. A
maneira como a sua realidade mudou nos últimos meses,
tudo o que você conheceu desapareceu em um piscar de
olhos, isso deve ser muito assustador. Mas todo mundo sabe
que tudo foi um ato. Foi sempre um ato. Eles conhecem a
verdadeira Franka. A única quem não conhece é você.
Nova.
Eu estremeci.
Eu tremi novamente.
Aparentemente, estava.
Oh.
Surpreendente.
Então Noc.
— Verificar? — Eu murmurei.
— Noc? — Eu chamei.
— Sim, Frannie.
— O que?
Noc
— O que isso faz?
Completo silêncio.
Então.
— Uma balança?
— Uma balança.
— Um ...
Noc teve que dar meio passo para trás (levando Frannie
com ele) e curvar um pouco a cintura para aliviar a dor em
seu lado de tentar controlar seu riso.
— Querida, — Frannie murmurou, mas não disse mais
nada, e ele podia ouvir nessa única palavra que ela achava
isso hilário também.
— Que pena.
Franka prosseguiu:
E ele partiu.
Rápido.
—Não.
Cristo.
Alma da meia-noite.
Oh sim.
Ele gostava de tudo isso.
— Bom?
— Sim, bom.
— Suba, querida.
Ela subiu.
Ele fechou a porta atrás dela, rodeou o capô e levou
suas duas garotas do outro mundo para encontrar tacos.
Ele assentiu.
— Sim, Franka.
26
Carteira para festa, para noite.
para tocá-la, ter seu gosto em seus lábios, mas ganhou um
outro olhar de satisfação suave que sentiu em seu pau.
— Sim.
E ele sabia que estava certo quando ela não disse nada,
mas seus dedos flexionaram em sua mão.
— Perdão?
Ela não disse nada e isso durou tanto tempo que ele
olhou dela para o GPS que ele programou, algo que ele
precisava porque uma semana em NOLA27 não estava perto
de ser o suficiente para saber como se locomover.
27
Nova Orleans.
— Nada para se envergonhar, Frannie. Mais uma vez,
apenas cuidando de você.
— Divertindo no volante?
Porra.
Porra.
Porra.
— Eu não acabei.
— Sim.
— Cristo.
Merda.
— Perdão?
— Oh, — ela sussurrou, e isso foi tudo que ela deu a ele
depois daquela notícia gigantesca.
— Sim. Oh.
— Valentine pensa...
— Mas é claro!
Noc suspirou.
Porra.
Isso funcionou.
Muito mais.
Minha Ordem
Franka
—Noc?
—Mm?
Pedaços dele.
Eu não ri muito.
Querida deusa!
—A bordo? — Perguntei.
—Como assim?
—Eu espero que isso seja uma coisa boa, baby, e isso
não deve te deixar maluca, porque é uma coisa boa e você
deve se alegrar com isso, — ele aconselhou.
Olhei para seu belo perfil e anunciei de repente e com
um pouco de fervor, —Eu quero filhos, Noc. Meninas.
Rapazes. A maior quantidade deles que eu puder ter,
parando apenas quando eu sentir que não posso dar-lhes o
amor e a atenção que mereçam se eu tivesse outro.
Uau.
Um belo toque.
—Casa de espingarda28, — declarou Noc enquanto eu
continuava a admirar a sua casa enquanto ele me guiava
até lá. —Disse a Valentine que eu estava me mudando para
NOLA, eu queria viver em algo que fosse de NOLA. A única
outra condição que tinha de atender era eu ser capaz de
comprá-la e viver nela rápido, tão rápido quanto a
velocidade em que o dinheiro muda de mão. Seu agente
encontrou isso para mim e é ótima.
28
Uma " casa de espingarda " é uma residência doméstica estreita e retangular, geralmente com não
mais do que 3,5 m de largura, com salas dispostas uma atrás da outra e portas em cada extremidade da
casa. Foi o estilo de casa mais popular no sul dos Estados Unidos desde o final da Guerra Civil Americana
(de 1861 a 1865) até a década de 1920.
Ele abriu a porta e eu vi através de hectares de pisos
de madeira reluzente, uma lareira de tijolos com um
protetor de madeira belamente esculpido que estava
independente numa sala que ia ao longo da casa. Sala de
estar em primeiro lugar, lareira delineando uma sala de
jantar e, em seguida, a cozinha deste mundo era
inteiramente visível na parte de trás.
Poderia, de fato.
Esperto.
—Quê?
Eu não tinha.
E afastado.
—Mm…
E era maravilhoso.
—Agora, — eu repeti.
Ele resistiu.
—Noc, — eu respirei.
—Diga, querida.
—Absolutamente, — eu respirei.
Noc sorriu.
***
Eu choraminguei.
Senti o calor dele. Sua força. Seu afeto por mim. Tudo
isso simplesmente deitado em nossos lados, seu braço em
volta de mim.
Não.
—Ela iria.
Ele disse que tudo o que era dele era meu. Ele era
Noc, por isso acreditei nele.
Bem!
Ou me excitando.
—Sim, — respondi.
—Sim, — menti.
Eu o interrompi. —Querido?
—Sim?
E me regozijei nele.
E isso me incomodou.
Profundamente.
Todo segundo
Franka
—Vou deixá-la fazer suas coisas. — Noc declarou. —
Quando estiver quase acabando mande mensagem e eu
voltarei para pegá-las. Mas, apenas para dizer, se cortarem
muito do seu cabelo, eu vou perder a cabeça. Esteja avisada
e certifique-se de que isso não aconteça, Lábios-açucarados,
porque se essa merda acontecer, juro que não vai ser bonito.
Nem Josette.
Posso ir?
Com precisão.
—Sim, Noc.
Com cobiça.
Exultantemente.
***
Eu simplesmente mereci.
Eu ia deixar de temê-la.
Eu ia abraçá-la.
Cada segundo.
***
—Concordo, — declarei.
Pois bem.
Ela me encarou.
—Você é da Inglaterra?
Maravilhoso.
Ah Noc.
Meu Noc.
—É a verdade.
Então o fiz.
—Até eu.
Eu também.
Pela deusa.
Eu também.
***
—Uma pergunta, Franka: chegamos na terra dos
deuses? — perguntou Josette reverentemente.
Noc o fez.
Noc riu.
Isso me confundiu.
—Não.
—Interessante, — murmurei.
—Sim? — Perguntei.
Ele sorriu.
***
Eu fiz de novo.
E de novo.
Sorri para mim mesma no uso engenhoso do espaço
que incluía um compartimento escondido encantador e
depois o abri novamente para colocar os produtos que
comprei no shopping dentro dele.
—Completamente.
—Precisa de ajuda?
—Noc? — Chamei.
***
Sentei-me em cima de Noc, meu dorso para cima, meus
olhos nos meus dedos, que estavam a correr
preguiçosamente pelos fios escuros espalhados à perfeição
em seu peito. Então os arrastei, meus polegares
mergulhando nos cumes de seu abdômen, rastreando cada
músculo, tomando meu tempo. E mais uma vez, meus dedos
roçando reverentemente os sulcos de suas costelas.
Não.
—Hammm. — Eu me limitei
Não era.
O salão era.
E foi delicioso.
—Você me escolheu.
—Noc? — Indaguei.
Ora bolas.
Isso não.
—Querido, tivemos um dia adorável e uma noite muito
encantadora. Não vamos arruinar com essa conversa.
Eu respirei fundo.
Isso era outra coisa que eu sabia que não estava pronta
agora ou depois ou talvez nunca.
—Noc. — Eu sibilei.
—Isto é perfeito.
—E isso é perfeito.
Eu fiquei quieta.
Uma de muitas.
O que ele fez foi mover-se para cima para que sua boca
estivesse na minha orelha.
Permaneci em silêncio.
—Você não sente muito em suas costas. Eu tenho que
apalpar duro se quiser que você saiba que estou te tocando
lá. E a razão de ser perfeita é que você pensa que essa
imperfeição é que eles tiraram isso de você. Eles a afligiram
aqui. Isso nunca será o mesmo, — disse ele, e eu podia
sentir sua mão passando pelas minhas costas, colocando
pressão no seu toque para que eu pudesse experimentá-lo.
—Eles fizeram isso, Frannie. Eles tomaram isso. E você
sobreviveu.
—Você sobreviveu.
Eu me aquietei.
Deuses.
—Pare de falar.
—Noc...
Eu assenti.
—Eu sei.
A arrogância de suas palavras me fez soltar um sorriso
vacilante.
Exausta.
Eu assenti.
—Não muito.
—Então...
Eu balancei a cabeça.
O que me satisfazia.
Eu estava lá, realmente lá, com ele, onde ele queria que
eu estivesse, onde ele gostava que eu ficasse, um lugar bom,
seguro e saudável. E ele desejava que eu estivesse ali, e um
homem como Noc não escolheria uma mulher para estar ali
se ela não merecesse estar lá.
O som da televisão estranhamente não me distraiu de
cair adormecida.
Franka
Sentei-me sozinha em uma mesa numa das salas de
estar de Valentine, olhando minha bola de cristal no topo de
um adorável travesseiro de veludo azul-safira.
Eu não concordei.
—Irmã—, eu chamei.
—Você pratica?
Ela se esqueceu!
Valentine continuou.
—Para apaziguar completamente sua curiosidade, o
Frey deste mundo vive em Boise, Idaho com sua esposa, que
é estéril. Seu negócio de móveis personalizados é bem-
sucedido agora que colocou uma boa quantidade de seu
tempo, esforço e talento nele. Vende móveis para todo país.
Eles criam três filhos, todos descendentes vietnamitas que
adotaram daquele país. Ele é muito feliz, bastante
apaixonado e orgulhoso de sua família, não tendo ideia que
possui um filho e filha de sua semente, nem nunca saberá.
No entanto, Sjofn sabe já que ela viu fotos do doador que
selecionou, foi uma das razões de sua escolha. Se possível, o
equilíbrio deve ser mantido e isso não é perdido por nossa
princesa deposta.
Virou-se e saiu.
E preocupação.
Esse negócio.
Parei de me mover.
—E o que seria?
Não havia ilusões com Noc. Ele não pensava que seria
menos homem por compartilhar suas emoções. Era uma
beleza, um presente que ele concedia a qualquer um que
tinha a sorte de testemunhá-lo, e o valorizei mais ainda.
Sorriu e me explicou.
***
Então compartilhei.
Ignorei e continuei.
***
—Perdoe-me? — Perguntei.
Considerei a informação.
—O quê? — Cortei.
Merda!
Bem!
Suspirei.
***
Fascinante.
—A esposa ganha um anel também? — Perguntei.
—Piloto de fuga?
Que chato!
Estava horrorizada.
Olhei para ele. —Você acha que não posso fazer isso.
Noc sorriu.
Embaraçoso
E excitante.
Merda!
Bem então.
Bem.
***
—Frannie.
Sim.
Noc.
Dominante.
E divino.
—Rápido, — rosnou.
Levei uma mão para seu rosto, era meu, eu sabia, era
sério.
—Eu espero que você o sinta tão pouco quanto eu, mas
mesmo assim, não gosto disso. Não gosto dele entre nós.
Quando você me der sua semente, eu a quero. Mesmo que
não floresçam, eu quero isso no meu ventre. Quero que seja
uma parte de mim. Então preciso pedir a Valentine para
voltar ao meu mundo e conseguir algum pennyrium para
mim.
Noc não.
Eu odiava chorar.
Ulk.
Mortificação.
E então me beijou.
***
Na noite seguinte, fiquei na parte de trás do vestíbulo
de Valentine, os braços cruzados no peito, dando-lhe o meu
melhor olhar proibitivo para o intensamente bonito (eu tinha
que admitir) Glover quando ele pôs uma mão nas pequenas
costas de Josette levando-a porta a fora.
—Sim —confirmei.
Franka
—Temos pouco tempo, Josette, — avisei enquanto
Josette entregava o dinheiro ao simpático cavalheiro com o
sotaque estranho que, segundo ele, era do ―Ay-tee‖29. Ele era
motorista do táxi, Josette me explicou.
Uma benção.
—O quê? — Eu perguntei.
29
Haiti.
—Eu vou explicar depois. — Ela murmurou.
Meu relógio era fino, com uma cinta preta e sua face,
como a vendedora explicou, era um art deco, de ouro branco
e diamante. Não sabia o que art deco significava. Imaginei
ser algo elegante.
Eu não acreditei.
Irritante.
Oh bolas!
—Sim —confirmei.
Merda.
Como?
Explosão!
Excelente!
Puta merda.
Bravo!
Deus.
***
—Eu falo que você é quem você é, mas faço isso porque
não tenho escolha, e também porque você tem meio bilhão
de dólares, e pode doar um milhão a eles. Porém, vou lhe
dar o número dela, você a chama para o jantar. Mas eu não
vou levá-la sozinho ao Selvagem.
—Noc.
Contamos a história.
Eu estava de fato.
Nenhuma mesmo.
Estou dentro
Franka
—Estou pensando em escola de beleza. — Declarou Jo
no banheiro de Noc, onde me inclinava para frente na pia e
colocava brilho labial, enquanto ela contorcia-se e ajeitava os
fios de cabelo que pendiam ao redor de meu rosto, enfiando
os grampos com mais segurança no grande coque que
descansava em meu pescoço.
—Desculpe?
—Jo. — Cortei.
—Sim, — Concordei.
—Sim.
—Eles têm máquinas de lavar roupas. E ferros que
ficam quentes, ligando-os na parede. Você não tem que
colocá-los no fogo para aquecer.
Meu Noctorno.
Tão protetor.
Balancei a cabeça.
Ele entendeu.
E eu adorava isso.
Sorri novamente.
Pegamos Josette.
***
Eu não.
—Noc...
Oh, merda.
—Talvez, — respondi.
Apertei os lábios.
Ou viu.
Ou ambos.
Bem, era...
Selvagem.
E, obviamente, caro.
Assim, tropeçou.
Ele nem sabia que ela estava vindo para nossa mesa.
Sorri.
Encantador.
Eu segurei a respiração.
Desta vez…
Para frente.
Mas ouvi.
—Meu.
Droga!
Droga!
Nada de Circe.
Porcaria!
—Circe. — Chamei.
Ah!
Eu não entendi.
Que absurdo!
Ela sentiu.
Ah, não.
Puta merda.
Um decepcionado.
E um alerta.
Longe disso.
E oh, sim!
—Sim, faça isso, mas fique sabendo que vou querer uma
explicação sobre porquê sinto que acabei de ser julgado e
coisa pior, — ele ergueu um longo braço e apontou o dedo
grosso na direção onde Circe fugiu, — por ela.
Ah não!
Categoricamente…
Não.
Foi quente.
Ele se endireitou.
Quando passei por Dax (não muito perto, claro, pois não
sou tola), lembrei de algo e parei.
***
Subi a escada de Valentine com meus saltos vermelhos.
Bem!
Era seguro dizer que sou, bastante.
—Merde. — Sussurrou.
Finalmente.
Excelente.
Conseguimos convencê-la.
—Baby.
—Noc. — Indaguei.
—Eu sei o que você disse para Maddie, bem na cara dela.
Lo me disse. Ele conhece a sua história agora, Frannie. Como
todo mundo, mudou sua impressão sobre você. Dito isto, ainda
está chateado e nunca irá te perdoar por isso, porque esse é o
cara que ele é. Ama muito sua esposa, e você a feriu, ele nunca
deixará isso para lá.
Sou do Noc.
—Você duvidava?
—Perdão?
—Sim. — Concordei.
Ele ia ajudar!
Encantador!
***
Éramos lindos!
Senti seus dedos emaranhando nos meus no balcão,
enquanto seus lábios escovavam meu pescoço.
Ele pegou.
Assenti.
Só então ele separou nossos corpos, mas logo me
procurou novamente, se enrolando em mim no calor de sua
cama.
E nós dormimos.
Apenas um cara
Noc
Noc bateu na porta e deu um passo para trás, apenas
no caso de atearem chamas, ou talvez dispararem feixes de
laser mágico nele.
—É, mas você tem que saber, eu percebi como isso fez
você se sentir na noite passada e eu sinto muito sobre a
parte que eu joguei.
Quando ela voltou a lhe dar atenção, seu rosto era uma
máscara e seus olhos estavam irritados.
Porra.
Ele a interrompeu.
Noc continuou.
—Noc...
—Noc...
—Sim, claro.
Era a verdade.
E não totalmente.
—Noc...
—Este cara tem isto nele, Circe. Ele pode ser esse cara
para você. Pode ser o único nos dois universos que pode ser.
Ele é um guerreiro e é um protetor. Você sabe onde estou
com você. Eu não diria isso que se não sentisse em meu
estômago que é verdade.
—Então, o que é?
—Ele é tudo.
Novamente, inesperado.
—Eu nunca, nem uma única vez, fui feliz, — disse ela.
Cristo.
—Baby.
Não era.
Merda.
O quê?
—Você disse que esse Dax seria o único que teria sorte
se eu tivesse uma chance. Pergunto, se perguntasse a
Franka quem ela acharia que é o sortudo entre ela e você.
Ele a seguiu.
—Amanhã, Noc.
Ou outro pensamento.
***
30
É um modelo de SUV da Chevrolet
tem certeza de que ele não vai atrás dela e ele não foi, mas
ela não tem o poder de ler seus pensamentos.
—Mandarei.
Dax desligou.
—Eu sei que você acha isso, mas é quem ela é. — Ele
inclinou sua cabeça mais perto dela. —Antes de irmos ao
mercado, você quer ligar para ela? Checar?
Ele assentiu.
—Então me agradaria fazer isso antes de irmos ao
mercado.
Noc sorriu.
Franka
—Não aquele, o outro que você tinha antes, — declarou
Josette.
Eu fiquei tensa.
Eu continuei.
E eu faria.
—Estou feliz.
—Certamente, — eu respondi.
***
Eu estava impaciente.
E com raiva.
Eu não me importei.
Eu já tive o suficiente.
Eu contei.
Com Noc.
Apertei os lábios.
—Você acha que ele não está no espaço dela agora, ou,
como é que ele pode ficar sem lançá-la fora? — Noc
perguntou.
Nossa.
Excelente.
Eu segurei a respiração.
Eu fiquei tensa.
Ele estava tão perto que senti meu braço escovar seu
peito quando fiz isso. Também quando fiz isso, ele tirou a
mão das tiras e olhou para mim.
Eu balancei a cabeça.
Eu o apertei de volta.
***
—Não.
E oh.
Nossa.
Caramba.
Minha nossa.
Eu endureci.
Em risos.
Oh, sim.
Eu estava muito certa.
Que delícia.
Franka
No começo da manhã, um barulho horrível soou,
arrancando-me do sono assustada, com medo deste som ser
o anúncio do fim do nosso mundo.
Levantei na cama.
—Baby.
E eu fiz.
Deliciosamente.
Meu.
Tão amável.
Eu balancei a cabeça.
Não tinha ideia do que ―as coisas boas‖ eram, mas vendo
como ele as descrevia, levei uma mão a seu bíceps e
murmurei: —Excelente.
Noc sorriu.
Eu não.
Casa.
Sim.
***
Muito.
—Perdão?
Balancei a cabeça.
Murchei
***
—Frannie?
Não estava mais irritada que outra pessoa estava me
chamando assim, agora era Circe.
Fiquei em silêncio.
Oh meu.
Então desligamos.
Para Noc.
***
Dois dias depois, à tarde, caminhava por uma sala da
casa que a corretora estava nos mostrando, sentindo isso.
Ela encontrou.
Era perfeita.
—Farei isso.
—Sim, — respondi.
—Sim.
—Sim, Noc.
Sim.
Perfeição.
Eu não era.
Noc havia iniciado seus casos e isso significava que nós
acordaríamos mais cedo. Significava também que voltaria
mais tarde. Ele até mesmo fez telefonemas e trabalhou em
seu laptop depois de chegar em casa.
Eu sabia.
***
—Querido? — Eu chamei.
Ali.
Mesmo assim.
***
—Frannie.
—Sim querido.
—Sim querido.
Silêncio.
—Sim querido?
Não vi chegando a mão que tomou o aparelho que eu
segurava.
Envolvendo línguas.
Eu me derreti nele.
—Não fui eu. Josette que fez isso antes de pegar um táxi
para encontrar algum amigo de Glover. Eles estão em um
estabelecimento que tem vinho e pintura. Não entendo o que
isso significa, mas disse-me que estará bebendo e pintando,
mesmo que nunca tenha pintado nada na vida antes.
Gostei de hambúrgueres.
Presumi.
Você teria que olhar bem para saber que ele sofria.
Mas eu olhei.
Então sabia.
Só não estava fazendo nada sobre isso.
—Eu sei que será a primeira vez que perco, pai, mas
tenho um monte de coisas acontecendo, — continuou. —No
próximo ano, veremos sobre isso. Mas você sabe que tenho
outras coisas na minha vida agora, não sendo tudo sobre
mim. Não estou aí do lado, então não é tão fácil para eu estar
lá, visto que agora estou do outro lado do estado. E se
conseguir um tempo livre, tenho que dividi-lo da maneira que
queremos, Franka e eu, não apenas sair tomando decisões.
—Sei o que isso significa para você. Claro que sei, — ele
rosnou enfurecido, e chocantemente desrespeitoso.
Mas ele não iria querer isso. Não nesse momento. Tudo
nele gritava.
—Querido? — sussurrei.
Eu respirei e o segui.
***
Noc me puxou para baixo em seu pênis, eu ofeguei com
a sedosa violência dele assistindo enquanto gozava.
Nutrir
Cuidar.
Eu não.
Franka
—Franka.
—Claro, — murmurei.
Não estava.
Oh não.
Definitivamente não.
Mas tenho.
—Eu pensei que você disse que, o que era seu era meu.
—Noc...
—Mas...
E não o segui.
Estou te avisando.
Avisando-me de quê?
Lábios-açucarados,
Te vejo a noite.
– Noc –
Eu concordei e levantei.
Fui dispensada, e feliz por isso, fui da sua sala especial
para ir ao quarto abaixo, onde minha bola de cristal estava
esperando por mim.
Pensamentos sombrios.
Pensamentos temerosos.
Pensamentos inseguros.
Boa mágica.
Então onde quer que essa magia me leve, bem dentro de
mim, eu sinto que é seguro segui-la.
Lud?
Lud.
Ah não.
Bolas!
—Sr. Hawthorne?
—Franka?
Deuses!
Droga!
Data?
—A morte de Judy.
—Lud. — Sussurrei.
—Sei que ele não pode ir esse ano, mas o fiz prometer
fazer algo para lembrá-la onde estiver. Considerando que ela
está conosco todo tempo, na única forma que pode estar, ou
seja, nas nossas lembranças, pedi que ele encontre um lugar
bonito e pacífico, fique quieto e deixe-a estar com ele. E me
garantiu que faria isso. Talvez ele esteja apenas querendo
apaziguar seu velho, mas tenho que dizer, por mais que saiba
que ele não gosta disso, ainda espero que o faça. E porque eu
sou teimoso e amo meu menino e minha esposa, o primeiro
eu ainda tenho, graças a Deus, a ela perdemos de uma
maneira que nos levou muita coisa para ultrapassar e ainda
não estamos bem, então eu o quero aqui no próximo ano. E
quero que ele traga você. Quero que Judy te conheça.
E esperançosamente.
—Maldição!
—Como?
Ah não.
—Ééé... Lud...
Deuses.
Deuses!
—Não, — ele disse, de novo não para mim. —Estou
dando tchau. Se falar com ela no telefone, você falará por um
ano.
Ohh...
Bolas.
Pelos deuses.
O que eu fiz?
Ele desliga.
Maldita Bola.
Escrevi:
QUERIDO, TIVE UMA CONVERSA QUE PRECISO
DIVIDIR COM VOCÊ. POR FAVOR, LIGUE-ME.
E encarar as consequências.
***
E então entrei.
—Eu...
—Não? Então você ligou para o meu pai só para dizer oi?
Eu não confirmei.
—Quero.
—Esqueça.
Meu Noctorno.
Escárnio.
Oh Deus!
Deuses.
—Querido. — Eu sussurrei.
—Meu amor...
—Eu...
Eu fechei a boca.
—Ótimo. — Sussurrei.
Avancei rapidamente.
Finalmente.
—De fato.
Franka
Noc escolheu a hora e o lugar.
Era meia-noite.
Franka
—Eu diria que foi um trabalho bem feito, — observou
Valentine.
No primeiro encontro.
Eu estava horrorizada.
Eu também.
***
Korwahk
—Hum?
—Baby.
—Sim?
Ele estremece ao dizer: —Frannie. — Estava com um
braço apertando ao redor dos meus ombros, enrolada na
frente de Noc, significava que eu precisava parar de olhar o
guerreiro Korwahk.
E seus filhos.
Eu a entendia
Bem!
Foi ele…?
Eu olhei.
Não era.
E eu sabia.
—Verdade, — murmurei.
—Sim, querido?
Diandra assentiu.
De certa forma.
***
Fleuridia
Cordiais.
Não amigáveis.
Mas precisava.
Por Noc.
***
Noc
***
Lunwyn
Franka
Exatamente igual.
Noc sentiu.
Foi mesmo.
—Certo, mas, você diz a Sue que ela não pode usar um
chapéu maluco para algum passeio, — ele retornou. —E por
falar nisso, estar casado aqui não é legal em meu mundo.
Isso não me fez sorrir. Mas fez Noc lançar sua boca na
minha e me dar um beijo profundo e aquecido.
Esse nome.
Tão belo.
—Um presente?
Esplendidamente.
***
Eu estava dividida.
—É.
Os deuses a amam.
Oh, sim.
Sim.
De fato.
***
Nova Orleans
Noc
—Te deixei acordado o suficiente. É hora de encontrar
minha cama... E minha esposa, e você a sua. — Kristian
declarou.
—Sim, minha querida, seu pai fez isso. Ele fez isso e
muito mais. Muito mais.
—O que?
—Ele é valente.
Quatro meninos.
Uma garota.
—Meu herói.
FIM