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O que diabos eu estava pensando?

Tentando invocar um demônio sexy na


Véspera de Todos os Santos como pesquisa
para o livro que estava escrevendo?
Na calada da noite.
Em um maldito cemitério assustador.
Nunca pensei que funcionaria.
Ou que eu traria um serial killer de volta
dos mortos.
Agora que ele está aqui, vivo e comigo à sua
mercê, não há nada que eu possa fazer além
de me submeter.
Ceda aos seus desejos mais sombrios e
banque a boa presa.
A boa presa com uma infinidade de desejos
sombrios próprios.

O que está morto deve permanecer morto.


Relíquias do Mal
OS PECADOS DO DIA DAS
BRUXAS
EMMALEIGH WYNTERS

Nunca tema as sombras, em vez disso,


abrace-as. A escuridão não é uma inimiga,
mas uma aliada oculta que permite que você
realmente vagueie livremente.

FELIZ DIA DAS BRUXAS


Prólogo

Welcome To The Circus – Five Finger Death


Punch

A noite deveria esconder nossos demônios,


mantendo-os escondidos das mentes puras que nos
enforcariam pela moralidade que habita em seus
corações escurecidos.
A noite deveria ser o único lugar onde você
encontraria seus monstros vagando nas sombras
sinistras.
Foi o que nos disseram.
Todos os dias de nossas vidas, as coisas
encharcadas de carmesim eram as coisas das quais
deveríamos ter cuidado. Que o feio e o depravado são
os pecados que devemos queimar com água benta, e
todo pensamento malicioso deve ser expurgado das
nossas mentes e das nossas almas com uma cruz de
ferro.
Mas quando você sabe como jogar, a noite
também pode ser o vazio que deixa nossos demônios
pessoais brincarem, com ninguém para testemunhar
uma arte tão incrível e sombria da maldade. A
sociedade não poderia condená-lo pelos pecados
encobertos pelo véu de um abismo letal.
Fomos ensinados a pensar que qualquer coisa
profana é errada.
Mas isso era uma mentira e qualquer um que
ainda estivesse acostumado a tais formas distorcidas
tinha minha piedade. Todos nós mantínhamos isso
dentro de nós.
Um parasita que esperava o momento certo para
consumir seus ossos murchos e se instalar em você
com a força de um monstro capaz de livrar este mundo
de todos os seus males.
A noite?
Sempre foi a minha coisa favorita, não importa de
que lado eu estou.
Assim como a noite cobria meus braços com a sua
escuridão, o mesmo acontecia com o sangue que
corria em rios pelos meus pulsos enquanto o plasma
carmesim espirrava contra meus lábios.
Olhei para a parede, vendo estrelas no caos, e
sorri para mim mesma.
Por que o sangue era tão bonito?
Hmmm.
Corri os dedos dos pés ao longo do chão sedoso e
espalhei a essência que me cercava enquanto
caminhava. Cantarolando a música tema de Stranger
Things, lambi meus dedos antes de chutar o corpo aos
meus pés. Então, como um demônio possuído, me
joguei sobre o cadáver e desferi socos
enlouquecedores, lambendo o ar que parecia se
eletrizar em meu estado psicótico. Tudo tinha um
sabor doce e glorioso, mas eu precisava de mais.
Deixei escapar um sorriso gutural, deixando o filme de
terror e sua cena super envergonhados enquanto me
perdia na euforia rejuvenescedora que veio com o
derramamento de sangue nessa carnificina.
Ninguém falava sobre como a morte era uma
coisa linda.
Como era no seu final e o quão completa.
Poderia um cérebro humano compreender a
magnitude de tal coisa?
Como estávamos aqui, até que não estávamos
mais.
Até que as luzes se apagavam e então onde
estávamos?
Em nenhum lugar e em todos os lugares?
Bem, eu tenho um segredo para você, doçura.
Não havia nada após a morte. Nada além do
tormento da coisa que te matou.
Como tantos outros, aquele idiota felizmente
nunca ficaria cara a cara comigo, e nunca precisaria
encarar meu sorriso sinistro e sexy pra caralho.
Enquanto esculpia o coração de seu peito, segurei-o
em minha mão. Seu rosto pálido era deslumbrante sob
a luz da lua, rompendo como rachaduras. Com olhos
escuros como chocolate cobertos por um brilho
amarelo de bolas cristalizadas, ela olhou para mim.
Não achei que seria assim. O coração era duro, envolto
por bordas onduladas ... com curvas e fendas que
escondiam todas as pequenas válvulas que outrora
mantinham essa coisa inútil batendo.
Agora, eu estava cara a cara com ele, segurando-o
diante do meu rosto com uma mão firme colocada
sobre meu próprio coração. Eu simplesmente não
conseguia sentir a conexão.
O horror.
O medo.
O que eu presumi que uma pessoa normal sentia.
Tudo o que eu tinha era uma curiosidade desenfreada
que corria em minhas veias como brasas de um grande
incêndio. Eu precisava saber mais. Eu precisava
romper a barreira da curiosidade que me mantinha
acordada à noite. Eu precisava entender como eu
estava viva, com um coração que batia na palma da
minha mão e que era a única diferença entre mim e a
cadela morta abaixo de mim.
De qualquer maneira.
Chega de falar de mim.
Bem-vindo ao matadouro, o lugar nascido de
desejos sangrentos e uma curiosidade que
definitivamente mataria o gato.
Feliz dia das Bruxas!
Capítulo 01

Ophelia
Monsters - Shinedown

Uma névoa escura se enrolou ao meu redor


enquanto eu me ajoelhava no solo frio e encharcado
que se infiltrava pelo tecido da minha calça jeans. A
lua arredondada parecia um farol de luz prateada que
me inundou, destacando partes do cemitério sombrio
e sinistro em Hallows Point. Nuvens sinistras
circulavam acima, quebrando o abismo e formando
imagens de aparência sinistra no céu que faziam meu
pulso trovejar sob minha pele. Pulsando com uma
sensibilidade aguda na minha garganta com tanta
força, começava a doer como se eu tivesse sido
esfaqueada com uma agulha.
Eu não deveria estar aqui.
Eu não deveria estar brincando com os mortos.
Foi desrespeitoso, para não mencionar
assustador pra caralho.
As almas nessas sepulturas foram abençoadas
pelos céus ou amaldiçoadas pelo próprio diabo. Havia
uma sensação que queimava na minha nuca, olhos
enganosos me observavam das sombras. Estava na
minha cabeça, eu estava sozinha aqui. Eu sabia. Eu
sabia que não deveria estar aqui e a coisa mais
inteligente a fazer seria arrumar minhas coisas e ir
embora.
Mas eu simplesmente não podia evitar.
Eu queria saber... precisava saber.
Quão reais realmente podiam ser aquelas
palavras perversas proferidas naquela noite especial
chamada All Hallows Eve. Todos nós brincávamos
com as histórias naquela noite tão profana.
Brincávamos com jogos como Maria Sangrenta e
também com as navalhas de Candyman, como
naquele filme em que ele usa as lâminas de barbear
para cortar tanto os seus doces como também algumas
gargantas.
Mas e o resto?
E os demônios das trevas?
Meu coração batia freneticamente, mais selvagem
do que os garanhões cavalgando no outono, agitando
aquelas folhas douradas. Eu podia sentir meu pulso
batendo contra a pele tensa na coluna do meu pescoço
enquanto tentava criar coragem para brincar com
todas as coisas assustadoras.
Era uma ideia estúpida, mas não tinha como
voltar atrás agora.
Se eu quisesse que meu próximo livro
Summoning Hell in the Shits & Giggles da série
Purgatório fosse mais um sucesso para mim, eu
precisava fazer a pesquisa de campo.
Eu precisava saber como é na calada da noite
quando você está sozinha, mas nunca sem companhia.
Quando a escuridão esconde seus piores pesadelos e
você se convence de que algo permanece ali, nas
sombras, esperando para destruí-la com todas as
coisas doentias e distorcidas que você pensava ter
mantido em segredo, mas não conseguiu neste exato
momento de uma noite muito sombria.
O ritmo indomável do seu coração horrorizado,
que queria qualquer desculpa para tirá-lo
completamente do jogo, em vez de ficar ocioso e
experimentar esses sentimentos agudos de terror.
Porque ser nada era mais do que ser uma humana
patética crivada de tanto medo, forçava você a ceder
às chamadas emoções irracionais que atormentavam
a simplicidade de uma mente humana.
Eu me sentia assim agora, como se estivesse
prestes a sucumbir ao meu terror auto induzido e cair
no caminho sobre o túmulo de uma pessoa
desconhecida.
Anotei tudo no meu caderno.
Cada pequena contração e piscar de olhos e cada
pequena vibração e pequena crise de medo.
Detalhei cada sensação e pensamento que estava
destruindo minha mente caótica.
Tudo, desde o frio que desce pela minha espinha
até o tremor em minhas mãos. O livro ao meu lado
tremeluzia ao vento enquanto as páginas viravam em
um arco apressado, como se um vento forte tivesse
acabado de soprar sobre ele com lábios ásperos e
implacáveis. Engoli em seco, pulando para trás,
trazendo uma mão trêmula para o meu peito enquanto
o ar ao meu redor queimava como gelo em meus
pulmões, — Pelo amor de Deus, controle-se, Ophelia.
— Eu bati minha mão nas velhas encadernações de
couro e bufei para a noite. Encontrei o livro em algum
site que se autodenominava Olden Truths Of Wiccan
Ways, algo que significava verdades antigas das
bruxarias. Eu comprei a única coisa que eles
realmente anunciaram no site, na verdade. A
descrição dizia que esta era a única cópia existente e
que apenas aquela de sangue puro poderia exercer os
feitiços que continham ali.
Parecia uma merda de marketing se você me
perguntasse, mas eu tinha que definir o cenário.
Depois de vagar sem rumo pelo cemitério, escolhi
um lugar nos fundos. Era estéril, com folhas secas,
podres e murchas espalhadas pelo chão. Não fui
desrespeitosa o suficiente para fazer isso sobre o
túmulo de alguém.
Sheesh.
Um salgueiro-chorão que pairava ali roçava as
costas das minhas mãos. O tronco era enorme e
espiralava na terra além do dossel de amentilhos que
choravam.
A folhagem parecia brilhar com uma espécie de
néon verde profundo e escuro, sob a escassa luz da lua
que refletia de volta para mim como um tipo fosco de
prata, agora escondido do meu campo de visão.
Vasculhei minha bolsa e tirei as três velas vermelho-
sangue, depois as coloquei no chão, enterradas no solo
nas três pontas de uma triquetra, que é um símbolo da
bruxaria que tem três pontas. Então salpiquei sal
preto ao redor do pentagrama de ferro enterrado sob
a terra na base da árvore.
— Puta merda. Sentir que você está prestes a ter
um maldito aneurisma enquanto os mortos se
levantam para comer sua carne definitivamente
precisa ser explicado no livro, — eu pronunciei com
um pequeno sussurro baixinho como se o abismo
fosse me ouvir e vir para minha alma se eu
pronunciasse as palavras muito alto. — As coisas que
faço pelos meus leitores.
Minha respiração estava áspera e gelada. Uma
explosão de fumaça branca e nublada sussurrou de
meus lábios enquanto eu balancei minha cabeça e
baixei meus olhos de volta para o livro, sentada sobre
os meus joelhos.
Corri meus dedos hábeis sobre a capa gravada.
Bordados folheados a ouro contornavam a borda,
curvados e entrelaçados como os símbolos de uma
triquetra. A amarração era uma cobra longa e
escorregadia enrolada em outra. Lábios grossos que
pareciam estar saindo da própria capa mais do que
sendo adicionados de alguma forma, ficavam no canto
inferior direito, e o título Wicked Words Spoken On
All Hallows, palavras perversas faladas para todas
as santidades, era escrito em um vermelho tão
profundo e escuro acima dele que você mal se
conseguia ler as palavras. Eu levei um momento para
apreciar a beleza única do livro antes de abri-lo e
encontrar a página de que precisava.
Anima Summoner
Um feitiço que havia sido traduzido para Soul
Summoner em latim. Os ingredientes eram o sangue
do conjurador, o desejo pela escuridão e a ideia do
assunto que você desejava levantar. No meu caso, um
Deus obsceno lá do fundo. Em seguida, puxei a faca e
segurei as páginas abertas com os joelhos, enquanto
lutava contra a velocidade do vento que se afunilava
em pequenos tornados ao meu redor e levantava toda
a terra do chão. Minha mente entrou em espiral se
dando conta de que merda de lugar eu tava, mas eu
tinha que ver isso. Eu precisava experimentar
absolutamente tudo se fosse escrever com tanta
precisão, minhas palavras pareceriam exatamente
com o como eu estava me sentindo agora. Meu cabelo
chicoteou ao redor do meu rosto, os fios afiados
pareciam farpados quando eu os afastei e puxei a
lâmina na palma da minha mão. O sangue escorria,
pequenos riachos se espalhavam contra o solo,
encharcando-o com as lágrimas vermelhas de minha
própria essência. Eu gritei, a dor não totalmente
desagradável, mas antinatural enquanto a picada se
espalhava por mim como veias de desejo fodido e
excitante.
Mas não falamos sobre isso.
— Ouça-me, venha até mim, algo perverso está
por vir, — comecei a cantar, as palavras cruas e
poderosas enquanto saíam de minha garganta. Eu
senti isso correndo por mim, quase como se o
pensamento desse trabalho por si só fosse suficiente
para me fortalecer com um tom vicioso que indicava
determinação. Foi o suficiente para me fazer de idiota
dentro de um cemitério assustador também. — Ouça-
me, venha até mim, algo perverso está por vir. — O
tom da minha voz aumentou de volume quando caiu
para uma oitava mortalmente baixa, um zumbido
baixo que soava como o ronronar de um motor. —
Ouça-me, venha até mim, algo perverso está por vir.
— Eu olhei para a noite enquanto me concentrei com
todas as minhas forças em invocar esse Deus demônio.
Arrisquei uma rápida olhada nas páginas e li o
próximo encantamento como uma profissional.
Será que fui uma bruxa na vida passada?
Huh.
— Venha para mim, demônio perverso. Uma alma
das trevas, um pecador pagão. Eu chamo você, nesta
noite sagrada, para lhe dar vida e conceder-lhe um
indulto. Manche esta terra de vermelho com meu
sangue em seu cadáver, cause sua destruição
enquanto esta noite segue seu curso. Eu chamo por
você agora, então deixe acontecer, levante-se das
cinzas e responda a mim.
O som de uma explosão machucou meus ouvidos,
mas nada parecia fora de lugar. Jogada para trás, bati
no chão com força e gemi enquanto rolava para o lado
e apoiava os joelhos para poder me levantar de volta
sobre eles. — Que porra foi essa? — Eu perguntei no
mesmo momento em que um raio caiu e eu gritei como
uma sereia sendo atingida pelo navio cheio de
marinheiros que ela esperava devorar.
O céu brilhou em um azul neon quando o raio que
caiu ao meu lado brilhou em um roxo angelical
semelhante a purpurina. Foi lindo, tirando o fato de
que quase me matou.
Acho que eu estava no lugar certo para desmaiar,
certo?
Meu peito queimava enquanto minha garganta
ficava seca, dolorida, enquanto eu engolia o caroço
grosso que parecia estar alojado dentro dela. O suor
escorria pela minha testa, caindo em meus cílios
enquanto eu os afastava e tentava acalmar minha
respiração que me marcava como um ferro quente. O
trovão ressoou pelos céus como um rugido de mortes
dementes chamando pela noite e eu estremeci, então
me encolhi quando caí de bunda e levantei meus
joelhos até o peito, numa tentativa estranha de me
defender.
Satã profano, isso não deveria acontecer.
O que deveria acontecer?
Porra, como se eu soubesse.
Mas a mãe natureza me assustando pra caralho
no exato momento em que decidi fazer alguma
pesquisa de campo para o meu próximo livro não era
pra acontecer. Eu tremi quando vi algo que parecia
uma pedra cinza cutucando o solo. Eu rastejei em
direção a ela e limpei toda a sujeira úmida e recuei
quando vi que era uma lápide.
Uma lápide muito negligenciada.
Merda, porra, caralho de Halloween!
Aqui jaz Blake Colton.
Não era exatamente poético e sensível.
Eu fiz isso no túmulo de alguém.
Droga.
— Oh merda, — eu respirei, enquanto tropecei
para trás e me forcei a levantar com as pernas
instáveis. — Desculpe cara, não queria te desrespeitar!
— Tá tranquilo. Mas você não poderia ter batido
primeiro, avisando o cara? Quero dizer, venha agora,
amor. Eu nem estou usando meu melhor rosto, —
uma voz profunda e taciturna saiu da escuridão
quando um homem saiu das sombras e atravessou a
saliência do salgueiro. Engoli em seco, sem saber se
deveria colocar meu rabinho entre as pernas e sair
correndo ou me fingir de morta para o homem que
veio em minha direção com metade de um rosto
esculpido com os ossos expostos, moldando sua forma
esquelética. Ele se uniu, se regenerou e se conectou
para se parecer com o lado de seu rosto felizmente
coberto por carne normal.
A dor começou no meu pescoço enquanto minha
coluna travava de terror. Tudo dentro de mim se
apoderou de medo e descrença, mas o horror não
impediu que a palavra escapasse. — Demônio, — eu
suspirei enquanto o pedaço final de sua carne se
enrolava, se entrelaçava, formando e exibindo um
Adonis de um homem diante de mim.
Ele era impressionante, com olhos mais escuros
que ônix, com maçãs do rosto tão esculpidas quanto
as do Spike, aquele personagem da série de caça
vampiros Buffy. A carne bronzeada brilhava sob os
raios da noite, seu corpo inteiro coberto de tatuagens.
Não do tipo que não deixa espaço na pele, mas do tipo
que você anseia por passar a língua no coração de um
pecador e nunca mais falar durante a noite. Seu peito
e abdômen estavam à mostra enquanto ele usava uma
jaqueta de couro que caía de seus ombros. Minha
boceta descarada vibrou enquanto eu apertava
minhas coxas.
Ele estava sem sapatos, com os dedos dos pés
entrelaçados no solo, com jeans pretos pendurados
nos quadris esculpidos. O V, que era mais afiado do
que qualquer lâmina, mergulhava entre a cintura e
roubou meu foco por um momento. Havia algo mais
que aumentava o ar sinistro ao nosso redor. Algo que
aumentou a sensação de deslizar por toda a minha
pele.
Sangue.
Ele estava coberto de sangue.
Quando me recuperei da visão diante de mim, já
era tarde demais.
Ele estava lá, na minha frente com uma
respiração áspera que beijava minha pele e uma mão
cruel que se enrolou em meu cabelo até que ele me
puxou para trás o suficiente para expor minha
garganta a ele. Olhos gananciosos me avaliaram e tudo
ficou em silêncio. A única coisa a ser ouvida era o
trovão do meu coração martelando mais alto do que o
trovão real que batia ao nosso redor.
Seus lábios estavam a uma fração dos meus
quando meu ar quente soprou contra eles suavemente
e ele rosnou: — Demônio não, amor. Mas você acabou
de se tornar uma assassina em série. Quer me contar
como você me trouxe de volta dos mortos? Porque
tenho certeza de que quando minhas luzes se
apagaram, elas nunca mais se acenderiam.
Quando seus lábios tocaram os meus, nada mais
importava. O mundo caiu, quebrando pedaço por
pedaço enquanto era levado pela brisa que levou todos
os meus segredos pecaminosos para o vazio e eu
esperava que eles ficassem longe deste homem
pecador.
Capítulo 02

Ophélia

Cradle to the Grave – Five Finger Death Punch

Senti meu corpo tremer como se eu estivesse


fugindo de um maremoto que se ergueu como as
torres do Inferno acima de mim, pronto para me
destruir com um estrondo brutal, — Mas. Que. Porra.
— Eu pronunciei com os lábios dormentes, sem saber
o que diabos aconteceu ou porque eu permaneci
frouxa no aperto implacável deste homem. Foi brutal,
dominador e direto e isso mexia com a minha boceta
de uma forma totalmente selvagem.
— Você continua dizendo isso, mas isso não
responde à minha pergunta, não é? — Ele zombou
quando seu aperto aumentou a ponto de doer e um
silvo de angústia escapou de mim. — Por. Quê. Porra.
Estou vivo e aqui, é a melhor pergunta, você não acha?
- Ele rangeu os dentes cerrados e o tom frio e distante
de sua voz fez minha boceta doente vibrar com o som.
— Você realmente é um demônio? Funcionou? O
feitiço funcionou! — Eu não pude conter a estranha
excitação em minha exclamação quando soltei um
suspiro forte, bem em seu rosto, e a força disso o fez
piscar seus cílios em aborrecimento.
— Mulher, — ele reclamou enquanto me sacudia.
— Foco. Eu não sou um maldito demônio. Eu sou um
homem. Um homem feito de pesadelos pecaminosos,
lindos e depravados que vai levar suas fantasias mais
românticas e destruí-las enquanto vejo a vida deixar
seus olhos tingidos de amarelo. Mas eu morri. Eu
ainda sinto isso, correndo através de mim. Esses
últimos momentos me trouxeram nada além de gelo.
Um calafrio que parecia que estar me matando — ele
parou, essas últimas palavras saíram como se ele
estivesse a um milhão de milhas de distância, perdido
nas nuvens escuras e angustiantes que pareciam estar
caindo do céu sobre nós como uma mortalha. — Eu
ainda posso sentir isso... Então... Droga... Frio. — Ele
estremeceu, seus olhos estavam fixos nos meus com
um foco intenso e minha alma pulou do barco e
correu. — Acho que agora o trabalho de me manter
aquecido é seu, Soul Raiser, pequena levantadora de
almas. — Ele sorriu enquanto avançava e não me deu
outra opção a não ser aceitar seus lábios pressionados
firmemente contra os meus. Minha mente queria
protestar, mas meu corpo traidor estremeceu de
desejo por seu domínio. Meus lábios esfriaram contra
os dele quando senti a frieza a que ele se referia e
entendi exatamente o que ele quis dizer. Essa frieza
pode me destruir se eu deixar.
Mas isso não me afastou. Eu parecia desejar mais
disso.
É claro que eu perdi a porra da minha mente.
Talvez algum assassino em série sangrou das sombras
e me nocauteou com clorofórmio. Um serial killer
vivo. Se isso não passa de uma alucinação, seria tão
mortal da minha parte brincar com essa minha
fantasia sombria?
Aquela sobre a qual não falamos.
A sensação de gelo que se infiltrou em mim estava
despertando, preenchendo, e de alguma forma, apesar
da queda da temperatura do meu corpo, eu nunca me
senti tão quente. Como se lava corresse em minhas
veias em rios ferventes de carmesim borbulhante. Ele
trabalhou sua língua em minha boca com uma paixão
implacável, que me fez choramingar e colocar minha
perna para cima para me curvar em torno de seu
quadril. Ele olhou para mim com olhos escuros e
insensíveis, e os meus se abriram em um aviso. Foi um
erro olhar para aquelas poças de morte e violência,
naquele momento, ele havia roubado minha alma e
me deixado com o mesmo vazio que o consumia.
Havia uma confusão tão absoluta e sombria ali
que eu não poderia nem começar a descrever o quão
aterrorizante aquele olhar era, na calada da noite,
dificilmente escondido pelas sombras enquanto as
pupilas se dilatavam, explodindo como um maníaco
reagindo ao primeiro raio de luz depois de ser
trancado e preso em uma masmorra escura e suja por
anos.
Com um grunhido e uma mão, ele me levantou.
Suas mãos embalaram os lados arredondados da
minha bunda enquanto ele girava e nos empurrava
para o véu do Salgueiro, os amentilhos roçando minha
bochecha enquanto ele colocava minhas costas retas
contra o tronco. Eu gemi, seus dedos finos tecendo
através das mechas escuras de seu cabelo. Eu estava
perdida nos espasmos de uma paixão antinatural que
escureceu minha alma além do abismo sombrio que
eu sabia que mantinha escondido bem no meu íntimo.
Ele poderia usar esses meus segredos obscuros
contra mim.
Eu não tinha certeza se teria medo ou prosperaria
com esse pequeno fato.
Tudo o que restou foi um profundo desejo, fome.
Eu senti como se estivesse pegando fogo, meu corpo
estava ganhando vida sob sua intensidade. Então
notei meus braços enrolados em volta de sua cabeça.
Minha pele estava azul, a vida correndo para a
superfície e sendo absorvida por seu toque. Eu tentei
me afastar, colocar distância entre nós, mas como uma
língua que ficaria grudada ao lamber um poste em um
dia frio, eu estava congelada.
Ao redobrar meus esforços, consegui me libertar:
— Não! Já chega! — Eu ordenei enquanto me
contorcia como um gato tentando se livrar de um
abraço indesejado. Minhas costas rasparam contra a
casca áspera quando a madeira lascada se estilhaçou
em minha pele através do tecido da minha camisa. Ele
tentou se mover novamente, mas parecia que algo o
estava segurando. Aquelas feições esculpidas ficaram
escuras, mais escuras do que o ar maligno que girava
ao nosso redor nos instigando a pecar. Consegui me
libertar enquanto tentava fugir dele. Ele girou em um
círculo, mas não fez nenhum movimento para me
seguir. Não até eu contornar uma árvore e achatar
minhas costas contra ela, me escondendo, então ele
apareceu através da névoa que havia subido mais alto
do chão e quase me matou de susto e um maldito
ataque cardíaco.
— Que porra foi essa? — Ele perguntou, eu gritei
e saí correndo de novo, na outra direção, me
perguntando que porra de Halloween tava rolando
nessa merda.
— Por que você está fugindo de mim? — Ele
sussurrou por cima do meu ombro, no meu ouvido,
enquanto eu caia no chão depois de tropeçar em uma
lápide. Meu coração batia contra minhas costelas e eu
juro que uma delas rachou com o ataque.
— Por que você está me seguindo? — Eu
choraminguei enquanto tentava desajeitadamente
ficar de pé nas minhas pernas que tremiam. Era óbvio
o porquê de eu estar fugindo, não era? Acho que
qualquer pessoa fugiria de caras mortos que te
perseguem nos cemitérios. — Pare! — Gritei
enquanto fugia do homem esqueleto bonitão. Ele
parecia sentir a necessidade de me perseguir e eu
esperava que isso fosse algum tipo de paranoia mental
induzida pelas sombras.
Eu o tinha convocado, o serial killer que agora
estava me perseguindo estava ali porque eu o tinha
chamado, a porra do meu cérebro fodido fez o favor de
me lembrar.
Enquanto eu olhava por cima do meu ombro para
ver quanto espaço havia crescido entre nós, ele já não
estava mais no meu campo de visão.
Como um momento de clareza, parecia que uma
lâmpada havia acendido sobre a minha cabeça ao
mesmo tempo que iluminava todos os meus
pensamentos.
Oh meu Deus, este é o melhor resultado que eu
poderia ter pedido e que fosse possível da minha
pesquisa. Pena que tive que ter um surto psicótico
para conseguir.
Não consigo entender como que alguém tem um
minuto de insanidade, experimenta esse tipo de
merda e não aproveita completamente a oportunidade
de usar isso para se tornar um autor incrível.
Porque eu fiquei assustada pra caralho, mas
aproveitarei a oportunidade.
Quando me virei, meu nariz esbarrou no dele e caí
de bunda de novo.
— Caralho, você tem uma pele sólida, — eu
resmunguei, a parte acima do meu nariz latejando
enquanto ele se elevava alguns metros acima de mim.
— Você é corpóreo?
— Parece que sim, amor. Também parece que
estou apegado a você. Eu sempre quis um bichinho de
estimação, então isso parece que vai ser divertido, —
ele sorriu enquanto se inclinava para me levantar do
chão com facilidade. — Minha pequena travessa, Soul
Raiser. Eu vou me divertir quebrando você. Eu posso
sentir isso no ar, quão fodidamente doce você ficará
coberta de sangue por mim.
Capítulo 03

Ophelia

Bones - Imagine Dragons

— Você poderia parar com isso! — Eu repreendi


enquanto observava esse cara dançar como um
maluco ao som da música que tocava nos alto-falantes
do meu Jaguar. Descobri que seu método de matar era
irritar alguém até a morte. — Se você acha que eu te
controlo, por que diabos você não ficou para trás como
eu disse? — Eu questionei, todo o meu corpo rígido e
crivado de tensão enquanto eu segurava o volante.
— Porque estou amarrado a você, Soul Raiser. Por
qualquer razão distorcida e catastrófica que fez sua
pequena mente curiosa me convocar aqui, acho que
vim para ficar. Não posso dizer que sinto muito por
esse fato. Já faz um tempo desde que eu consegui
segurar meu pau. — Ele brincou enquanto movia a
mão sobre o apêndice sob aquele jeans preto dele.
— Não se atreva! — Eu explodi, com as bochechas
escarlates enquanto o olhava de soslaio.
Ele franziu a testa, fazendo beicinho como o diabo
que prometeu entregar um mundo de dor sensual
antes de dar um tapa na bunda de seu animal de
estimação, como se incentivasse o mau
comportamento.
Com um acesso de raiva, ele se jogou de volta no
assento, — Onde está a diversão nisso?
— Eu não posso lidar com isso. Um demônio. E
fui eu que pedi. Eu pedi um demônio sexy pra caralho.
— Eu murmurei sem sentido, falando sozinha, com os
olhos focados na estrada escura à frente, mas também
na coisa estranha e assustadora que estava sentada ao
meu lado. Porque não importa o que ele era, eu sabia
que ele não era humano. Não mais. Não depois que vi
o esqueleto que sustentava a estrutura da pele.
Eu não poderia dizer que não estava curiosa, ou
que nunca estive tão profundamente intrigada sobre
como tudo isso poderia ter se tornado possível.
Ou que eu não estava atraída por este homem
monstruoso.
Mas eu poderia negar enquanto fosse possível,
com certeza.
Como alguém poderia provar algo diferente?
Quando estiver perdida em um mar de
insanidade, surfe nas ondas como um profissional
usando um nariz de palhaço, imaginei.
— Demônio é subjetivo, meu bem. Tenho certeza
de que muitas das minhas vítimas dirão que
definitivamente viram o inferno antes de eu matá-las.
O mundo ao meu redor parou. — Você realmente
fez isso? — Eu perguntei humildemente. — Matar
pessoas, quero dizer?
— Claro que sim, doçura. Foi um tumulto. Agora,
você vai me dizer por que estava brincando com magia
negra tentando invocar um demônio?
Eu brinquei com a ideia de responder a ele. Mas
se ele gostava de matar pessoas, eu com certeza nunca
irei querer ser o alvo dessa ira.
Que. Porra.
— Eu sou uma autora. Eu estava pesquisando
para um livro que estou escrevendo, — eu pronunciei
na escuridão do carro enquanto virava à direita em
uma estrada irregular.
— Uma autora de sucesso, então? — Ele riu
sombriamente e eu queria tanto socá-lo na garganta
até a morte que agarrei o volante até que o couro
guinchou sob meu punho.
— Algum dia, idiota. — No momento em que o
insulto escapou mordi a língua tão forte que chegou a
sair sangue. Meus olhos se arregalaram como o
oceano e se viraram para os dele enquanto ele me
criticava estoicamente.
Merda. Vou morrer.
Ele ia me matar.
Bem aqui dentro do meu lindo Jaguar.
Então ele começou a rir e meu desconforto
cresceu a cada quilometro — Idiota, hein? Você tem
uma língua doce aí, Soul Raiser. Mal posso esperar
para prová-la novamente, — ele meditou enquanto
meu coração afundou e senti minha maldita bunda
cair no assento que estava úmido do suor do meu mal-
estar.
— Nunca. Vai. Acontecer, — eu afirmei enquanto
lutava por uma respiração suave que nunca veio. De
repente, a estrada desapareceu diante de mim e fiquei
olhando para o teto. Minha cadeira reclinou e caiu
debaixo de mim enquanto eu colava minhas costas
nela. Uma batida depois, ele estava lá, em cima de
mim com meu assento empurrado para trás, meu pé
pisando fundo no freio e seu joelho firmemente entre
minhas coxas com uma mão em volta da minha
garganta.
— Nunca diga nunca, querida. É uma palavra tão
horrível. Você é minha agora. Minha paixão, meu
desejo mais sombrio e meu doce brinquedinho. Seja
uma boa menina, e talvez eu deixe você viver em vez
de esquartejar esse seu corpinho pecaminoso. Seria
uma pena. Você entendeu? Faça como eu digo e esta
será uma noite divertida, negue-me e só será divertida
para um de nós.
Eu tentei engolir.
Eu tentei falar.
Tentei pensar em uma saída para isso, mas era
como se meu corpo ansiasse por uma morte sangrenta
e brutal porque não fiz nenhuma das opções acima.
Em vez disso, eu levantei meu próprio joelho e o
enterrei em seu pau e sorri quando ele gemeu, sua
mandíbula apertada enquanto sua bochecha se
contorcia, então seu rosto bronzeado ficou com um
tom preocupante de vermelho. Algo quente vazou da
minha boceta enquanto meu corpo estremecia com o
poder que eu sentia naquele momento. Ele me
prendeu no seu aperto e algo cru e fodidamente
selvagem fez meu sorriso crescer e tentá-lo a usar mais
pressão. Eu dei uma joelhada nele novamente,
regozijando-se com o grunhido rouco que saiu dele
enquanto ele bombeava seus quadris e empurrava
contra mim para uma sensação mais forte e firme
enquanto ele balançava na dor em vez de fugir dela.
Eu arqueei minhas costas e me recusei a desviar
meus olhos quando eles se encontraram com os dele
em um desafio. Um desafio de quem gostou que
doesse mais. Nunca aleguei ser inocente e, se ia ficar
presa dentro das paredes da minha mente por um
tempo, por que não aproveitar enquanto podia?
Decidi naquele momento que me entregaria à
deliciosa e tortuosa atração desta noite. Se eu
acordasse amanhã e tudo tivesse sido um sonho, com
certeza teria sido inspirador. Se isso é real...?
Bem, eu poderia mentir para mim mesma por
mais algum tempo, não poderia?
Ele me cheirou, inclinando-se um pouco mais, um
pouco mais perto. O ar era íntimo de uma forma
sinistra. — Hmm, há algo perverso em você, menina
bonita. Eu posso sentir o cheiro.
Eu levantei uma sobrancelha, um sorriso
puxando meus lábios. Eu me senti um pouco mal,
cansada de sempre bancar a boazinha. Esta noite era
um tipo especial de noite, onde os monstros estavam
soltos e livres para vagar por esta terra contaminada
em toda a sua glória.
Hoje à noite, eu queria ser um desses monstros,
fodida e livre da pele de ovelha de uma vadia enquanto
entrava no Halloween como uma versão sexy de
Michael Myers.
— Você quer brincar, garotinha? Vamos brincar,
porra.
— E como quero, ó escuridão, você quer brincar?
— Eu sussurrei, meus lábios brincando contra os dele.
— Da única maneira que você pode brincar,
amor. Com muito sangue e muitos gritos.
Capítulo 04

Blake
Daredevil - Stellar

Oh, como era bom ser um morto-vivo, de volta


dos mortos sob o feitiço de uma linda bruxinha.
Com um brinquedo novo e brilhante para brincar.
Garganta perfeita.
Corpo perfeito com curvas em todos os lugares
certos.
Seios tão grandes quanto um homem morto
poderia sonhar.
Porra, sim, esta ia ser uma maldita noite
maravilhosa.
Ela era tão deslumbrante quanto surpreendente.
Eu vi ali, demorando-se naqueles olhos verdes
que pareciam pedras preciosas.
A curiosidade. A necessidade de saber.
Havia algo perverso na minha pequena Soul
Raiser. E eu estava fodidamente atraído com isso.
Como diabos ela me trouxe de volta dos mortos,
eu não sabia e não queria saber.
Minha mãe me criou dizendo que cavalo dado não
se olhava os dentes.
Apenas costumava puxar a língua para fora e
fazer uma festa com ela.
Cavalos e raves.
Um bom tempo.
Faça o que tem vontade, deixe seu íntimo se
manifestar, solte suas feras e tudo mais.
Esse era o meu lema.
— Você quer que eu mate alguém com você? —
Ela perguntou e eu sorri para ela como a besta que eu
era. Eu queria muito mais do que isso, eu queria tudo.
Toda aquela escuridão, toda aquela imoralidade, eu
sabia que ela se controlava demais. Eu queria todos os
seus pecados e muito mais.
— Eu quero que você me veja matar alguém e
então grite meu maldito nome quando eu te foder a
um segundo da vida de algum cadáver de filho da puta
cair morto e que saiba que ele nunca terá o prazer de
sentir o quão apertado estaria se sentindo preso em
torno da tua boceta, — eu disse a ela, certificando-me
de que minha voz revelasse todos os contos sinistros e
desejos depravados que esta longa noite
testemunharia. Que eu iria puxá-la para tudo isso.
Eu a vi suplicando dentro daqueles olhos cheios
de escuridão dela, os olhos que estão me implorando
para não deixar escolha. Permitir que ela experimente
como é viver do outro lado do que é considerado certo
e errado, sem ter que aceitar as consequências que isso
tem na alma.
Eu nunca fui homem de negar uma coisa tão doce.
Por que eu começaria agora?
Então, eu obrigaria e mostraria a ela exatamente
como é libertador tirar uma vida.
Eu me inclinei, beijando-a duramente antes de
uma risada sombria escapar de mim e eu
lamentavelmente sai de cima dela e me recostei no
meu assento. Ela se levantou, com um olhar de horror
em seus olhos arregalados enquanto ela olhava para
mim. — Você é louco pra caralho. Isso é doentio! Isso...
Eu a cortei com um encolher de ombros. — É a
vida. Todos vivemos e todos morremos. A velhice é
apenas um mito, querida. Seja uma doença que te
pega ou as mãos de um demônio sexy e gostosão,
todos nós morremos no final.
Isso não era um fato?
Eu nunca fingi ser um homem gentil, na verdade,
eu estava longe disso pra caralho. E o mal é subjetivo
como uma vadia de nariz empinado que o julga. —
Pegue seu telefone, — eu ordenei e ela olhou para mim
com aqueles falsos olhos de corça em confusão. —
Agora, Soul Raiser. A noite está esperando.
— Por que diabos eu precisaria do meu telefone?
— Ela perguntou com uma atitude que eu mal podia
esperar para dar umas palmadas nela.
— Blake Colton. Pesquise no Google.
Ela olhou para mim novamente e eu bati meus
dedos contra o painel em aborrecimento. — Sou um
homem tão paciente quanto bom, amor. Não me deixe
esperando.
Com um bufo, seus dedos voaram sobre a tela e o
clique irritante das teclas me fez apertar minha
mandíbula em agitação. Sua postura tensa murchou
enquanto eu a observava ver todos os resultados da
pesquisa. Ela relaxou e afundou na cadeira enquanto
folheava artigo após artigo. Eu sorri, sabendo o que ela
estaria lendo e adorando que eu pudesse pegar sua
percepção e distorcê-la para fazer minha vida
distorcida e corrupta fazer algum tipo de sentido
distorcido.
— Você matou os bandidos, — ela sussurrou em
um murmúrio baixo, quase para si mesma. — Então...
você é um cara legal?
Eu recuei como se ela tivesse jogado água benta
em mim. — Que porra eu sou, mulher. Eu posso matar
o pior mal, mas nem pense por um segundo que eu não
sou exatamente isso... Maligno.
Lenta e controladamente, seus olhos
encontraram os meus enquanto compartilhamos um
momento que deixou minha pele arrepiada de uma
forma que eu não conhecia. Estremeci, afastei isso e
acenei com a cabeça em sua direção enquanto me
virava para olhar pela janela. — Escolha um.
— Escolha um de quê?
— Escolha uma vítima, — eu disse e um momento
de silêncio caiu entre nós. Eu sabia que ela queria
discutir, que ela se recusava a se mudar com a
intenção de que tudo isso acabasse e ela pudesse voltar
para a vida de mentira, mas eu nunca daria essa opção
a ela. — Não é como se você tivesse escolha, e se eu
tiver que continuar me repetindo, vamos ter um
problema, doçura. — Abri a porta do carro e saí,
pronto para contornar o carro e sentar no banco do
motorista quando os pneus cantaram e o veículo
disparou na estrada. Algo do centro do meu peito se
soltou, a alma de um pecador que se esticou como um
elástico e incorpóreo como as quebras em uma nuvem
de fumaça. Antes que eu pudesse rosnar, eu estava de
volta no carro, seu corpo preso entre minhas coxas
mais uma vez enquanto eu era jogado de volta no
volante ao mesmo tempo em que minha cabeça batia
contra o teto.
Ela gritou e pisou no freio.
Porra, eu poderia estar morto, mas a dor era tão
real como se eu ainda estivesse vivo. A dor nas minhas
costas se espalhou, passando pelas minhas omoplatas
e eu tive que torcer o pescoço e cerrar os dentes para
não a estrangular.
Que pena seria.
Mas eu não vou matá-la.
Não até que eu visse o sangue que logo mancharia
suas mãos.
Meu pau endureceu, engrossando com o
pensamento enquanto se movia contra ela quando
flexionei para trás e tentei afastar a ternura da minha
coluna.
— Porra, — eu reclamei. — Que parte do “estou
amarrado a você” você não entendeu, mulher?
— A parte do amarrado, agora sai de perto de mim
caralho, — ela retrucou, e isso me deixou ainda mais
animado para corromper essa coisinha bonita
embaixo de mim.
— Oh sim, esta noite vai ser muito boa. Agora.
Escolha a porra da vítima, mulher, ou eu prometo que
você será minha primeira morte da noite.
Capítulo 05

Ophelia
Super Villain - Stiletto & Silent Child

Como eu poderia escolher uma vida para dar fim?


O que me dava o direito de bancar a juíza e o júri?
Mas eu não podia negar que havia um desejo
profundamente enraizado dentro de mim que queria
bancar o carrasco. Para livrar o mundo de mais um
mal. Mais uma pessoa doente e pervertida que
manchava esta terra.
Olhei para Blake e sabia que não haveria saída
para isso. Não havia como escapar do homem que
estava ligado a mim e se eu quisesse viver para ver o
Halloween, precisaria entrar no jogo. Que oficial
poderia me salvar de um homem morto? E
honestamente, eu realmente queria ser salva? Havia
algo frio dentro de mim, nas profundezas do mar da
humanidade e eu não poderia mentir e dizer que
nunca havia pensado nisso.
Acabar com uma vida.
Ver as luzes se apagarem nos olhinhos redondos
de um homem repulsivo.
Pisquei e olhei para o telefone no banco do
passageiro.
Nem precisei pegá-lo para saber aonde queria ir.
Quem eu queria matar.
Ele agarrou minha mandíbula, seu torno brutal
enquanto lutava contra seu temperamento na minha
tentativa interminável de me livrar dele.
Eu bufei em resignação e acenei com a cabeça. —
Ok. Eu tenho alguém, — eu sussurrei, tão baixinho
que esperava que o mundo engolisse tudo e nunca
usasse essas palavras contra mim pelo resto dos meus
dias.
— Boa menina. Uma menina realmente muito,
muito boa, — elogiou ele com aprovação em suas
piscinas escuras que giravam como a isca de um
abismo de ônix. Ele aprimorou seu aperto até que
minha boca se abriu e ele colocou o polegar dentro. Eu
me apertei em torno dele por instinto. Seu toque
gelado aqueceu minha boca quente e eu estremeci,
chupando profundamente até minha boca engolir seu
polegar inteiro. A sensualidade de um momento tão
estranho tinha algo quente em meu peito.
Eu não tinha ideia do que meu corpo traidor
estava jogando enquanto eu estava tentando o diabo.
Por que me senti eufórica com a promessa de êxtase.
Ele era uma droga, uma que eu queria perseguir
na toca do coelho apenas para sentir o gosto amargo
do chapeleiro e sua visão fanática do mundo.
Eu gemi, minha língua girando para cima, para
baixo e ao redor de seu polegar enquanto sua outra
mão agarrava meu cabelo escuro, usando seu poder
como um guia para me mover à sua vontade. — Em
breve, isso será mais do que meu polegar e, quando
for, você engolirá tudo. Fui claro, querida?
Eu balancei a cabeça, impotente e à sua mercê. Eu
precisava de um alívio, precisava que a dor entre
minhas coxas diminuísse apenas para poder pensar
direito novamente e lembrar que tudo isso era errado.
Tão fodidamente errado.
— Agora saia. Eu vou dirigindo, — ele ordenou, e
eu escutei. Como um cordeiro indo para o matadouro,
dei a volta para o lado do passageiro do Jaguar e selei
meu destino quando fechei a porta atrás de mim.
— Hmm, ser minha boa garotinha sangrenta fica
ótimo em você, amor. Agora, diga-me quem vamos
matar nesta bela noite de Véspera de Todos os Santos?
— Ele ergueu uma sobrancelha e me observou com
expectativa enquanto eu lhe contava a rua. Ele parecia
saber, o que significa que ele era daqui, o que não é
nada surpreendente, considerando que os artigos me
disseram isso.
Ele foi assassinado quando tinha vinte e sete
anos. Feito refém por um policial desonesto.
Torturado até a morte, a pele arrancada de sua carne.
O policial era mais demente do que o homem sentado
ao meu lado, disso eu tinha certeza. A única coisa
sobre o método de punição do policial era a injustiça
de tudo. Ele só fez o que fez porque Blake matou seu
parceiro.
Um cafetão.
Já foi tarde, se você me perguntasse.
O mundo não era preto e branco. Às vezes, eu
invejava aqueles corajosos o suficiente para entrar no
cinza.
Eu balancei minha cabeça, querendo me livrar
das partes de mim que poderiam entender isso. As
partes que poderiam aceitar o que estava prestes a
acontecer esta noite.
Viramos à esquerda e entramos na rua de minha
escolha, uma enorme igreja se estendia diante de nós.
Elevando-se no alto como se estivesse em busca dos
céus, mas mesmo aqueles que adoravam aqui não
eram puros o suficiente para tocá-lo.
Engraçadinhos.
— Um padre, hein? A boa garota se tornou má ...
eu gosto disso.
Revirei os olhos e engoli em seco, minha
inquietação crescendo enquanto os nervos em meu
núcleo se enrolavam em uma confusão quente que me
fez temer trazer à tona o jantar de ontem com repulsa.
— Vamos então, amor, a morte nos espera agora,
gatinha assustada.
Quando saí do carro, me encolhi na esperança de
poder me misturar com as sombras, na esperança de
que ele pudesse esquecer que eu estava aqui. Mas não
tive essa sorte. Uma mão pesada caiu sobre minha
nuca e fui direcionada para as portas da frente da
igreja e hesitei, apenas para vê-lo me empurrar para
frente até que tropecei por elas e caí de joelhos.
— Dê uma olhada em você. Talvez você devesse
ficar aí enquanto eu mostro como se faz, que tal,
querida? — A arrogância do Adônis diante de mim era
sufocante e eu estreitei meus olhos para meras fendas
de fúria enquanto me levantava.
— Vai se foder, — eu sibilei.
— Fogo. Quanto fogo. Hmmm, você pode sentir o
cheiro? — Ele riu profundamente e sombriamente,
enviando calafrios pela minha espinha.
— Você é louco pra caralho.
— Hmm, venha agora. Vamos pegar um corpo.
Eu o segui pelo corredor lentamente, mantendo
alguns metros entre nós. Como um rato rastejando
sobre um gato na selva, dei cada passo hesitante.
Quando contornamos o banco da frente, ele olhou em
volta em busca do padre e eu bati como um cão do
inferno quando pulei em suas costas e enfiei sua
cabeça na tigela de água benta.
Eu quis dizer ... não era realmente uma tigela,
mas eu também não era uma pessoa religiosa, então
sabe-se lá como se chamava. Tudo o que eu sabia era
que era para enviar esse filho da puta de volta ao
purgatório.
— Volte para o Inferno, filho da puta, e volte como
um demônio sexy como eu pedi em primeiro lugar, —
eu sibilei como um felino demente tendo um ataque.
Desejar um demônio provavelmente ainda era muito
idiota, considerando que eu não conseguia nem lidar
com um cara que já foi humano.
Mas ei.
Eu queria poder.
Ele lutou sob o meu peso, a água espirrando sobre
a tigela e espirrando aos nossos pés. O som de
respirações quebradas e pulmões cheios de água
ecoou ao meu redor e eu me encolhi porque aquele
som... era o som da morte e foi exatamente por isso
que ele me trouxe aqui.
Com um rugido, ele me jogou de costas e eu caí no
chão com um chiado. Ele se virou devagar,
metodicamente e as sombras pareciam correr em seu
auxílio em um manto de malícia tão assustador que
levei um momento para substituir o medo em meu
coração pela vontade de sobreviver à sua raiva.
Embora não fosse raiva que me encarava, era diversão
distorcida quando ele soltou uma respiração profunda
e limpa, tossindo a água armazenada no fundo de sua
garganta.
Riachos dele percorriam suas sobrancelhas e uma
gota perdida amarrada na borda da ponta de seu nariz
definido. Seu cabelo escuro ondulava e brilhava com
os raios de luz do líquido que o umedecia. Engoli em
seco enquanto tentava esconder a luxúria subindo em
minhas veias. A necessidade queimando em minha
boceta. Minhas unhas cravaram no longo tapete
sagrado que cobria a passarela em uma tentativa de
permanecer estoica. Para não ter que mostrar a este
homem a guerra em meu âmago.
— Eu definitivamente sou o seu demônio, Soul
Raiser. Mas vou deixá-la saber de um pequeno fato
divertido. Você não pode matar seus demônios
afogados quando eles sabem nadar. — O sorriso em
seus lábios era uma batalha contra tudo que era
impuro dentro de mim lutando por tudo que era
sinistro e que me atormentava como uma doença.
O diabo no meu ombro estava ganhando e estava
ganhando com as pernas bem abertas em um convite
mais do que pronto para sua doce e depravada
invasão.
Porra.
Ele se lançou em mim, ambas as mãos apertadas
em meus quadris em um aperto contundente
enquanto suas impressões digitais marcavam minha
carne. Ele me ergueu do chão como se eu não pesasse
nada, alto no ar e acima de sua cabeça com alguma
força desumana. Chutei e gritei, batendo em seus
braços antes que ele me colocasse de pé, agarrasse
meu cabelo no alto da cabeça e enfiasse meu rosto na
torrente de água que girava ao meu redor como um
tsunami. Queimou, queimou tanto quanto eu respirei
na água que não foi feita para ser inalada como se
fosse gás hilariante. Eu me debatia e me contorcia
enquanto lutava para me segurar. Meus olhos estavam
arregalados e queimando quando vi meu próprio
reflexo no final dos abismos sem fim que tentavam me
matar.
Consuma e devore-me em sua sepultura aquosa.
Eu entrei em pânico. Eu subi e até me senti um
pouco eufórica.
Tão perto da morte, tão perto de me sentir viva,
mesmo quando minha luta diminuiu e meus pulmões
se encheram com o fim da minha vida como eu a
conhecia, eu ainda não pude deixar de me sentir livre.
Foi uma foda mental.
Uma sensação distorcida de um poço de emoções
que eu não conseguia nem começar a navegar.
Eu não queria morrer. Mas também não queria
perder esse sentimento.
— O que está acontecendo aqui? — Uma voz
murcha perguntou, e eu mal pude ouvi-la através do
bloqueio em meus ouvidos.
Mas, claro como o dia, ouvi a resposta de Blake:
— Oh, você sabe, apenas tentando matar nossos
pecados. Quer experimentar?
Então eu caí no chão, ofegando a cada respiração
enquanto Blake perseguia o padre como um ceifador
cruel levantado para a véspera de Todos os Santos.
Capítulo 06

Blake
Devil Inside – CRMNL

Foi uma coisa linda.


Primeiro a confusão e depois o medo.
Tornou-se tão potente que você podia sentir o
cheiro no ar.
Não dê ouvidos quando alguém lhe disser que as
emoções não têm cheiro porque isso é mentira.
Essa doçura? A coisa que subiu ao seu nariz e te
deixou todo nervoso?
Foi pavor.
E você foi a causa.
— Desculpe por isso, cara. Minha garota queria
brincar. Agora, eis o que está acontecendo porque eu
sei que essa é a pergunta que você está entoando
dentro dessa sua cabeça doente e pervertida. — Eu
bati na minha têmpora e dei a ele meu sorriso
vencedor enquanto caminhava em direção a ele com o
sorriso de um maluco em meus lábios tortos enquanto
ele tropeçava em seus próprios pés. — Nós vamos
brincar de doçura ou travessura. Se você escolhe
travessura e me engana, você morre. Se você escolhe o
doce, bem... eu vou te dar o melhor doce de todos. Sua
vida. — Eu estava diante dele, as pontas dos meus pés
descalços tocando seu tornozelo enquanto ele estava
deitado de costas olhando para mim com olhos cheios
de horror, mudos como as chamas do Inferno que
ameaçavam consumi-lo e arrastá-lo para baixo.
Ah, essa era a melhor parte. Eu podia sentir isso
em minhas veias geladas. Esse cara, ele era mais
perverso do que parecia. Eu podia ver no vazio de seus
olhos. Como seu cabelo despenteado caía para tocar
seus cílios em cachos desgrenhados em um esforço
para que ele pudesse parecer mais moderno. Mais
acessível para as crianças inocentes que ele colocou
sob sua proteção. Nas linhas de corvo ao redor de seus
olhos que foram formadas por muitos dias se
entregando demais ao que o fazia mais feliz.
Mas eu não vou dizer isso.
Não vou contar as coisas doentias e imorais que
esse pervertido fez.
Eu não vou colocar seus pecados no mundo.
Eu não podia.
Porque se eu fizesse, eu ficaria desequilibrado.
Tão desequilibrado que se tornaria uma compulsão
para matar. Eu seria um homem possuído e perderia
metade da diversão em assassinar esse pedaço de
merda e mostrar à minha garota o que ela estava
perdendo interpretando a beleza formal e adequada
que nunca pôs sangue sob as unhas.
Quem diabos poderia viver assim?
— Então, vamos começar, certo?
— E... eu, eu não...— ele soluçou, aquelas
lágrimas cem por cento autênticas. Eis por que filhos
da puta como esse pareciam inocentes e tão genuínos
quando eram chamados para seu julgamento. Eles
caminharam pela vida que consideravam natural,
querendo ou não, erradicando vidas inocentes com
suas perversões. Foi um dom meu ver através dessas
perversões. Uma vantagem de ser um homem morto.
Porque você nunca poderia mentir para os
mortos.
Homens assim?
Eles pegavam e nunca devolviam.
Eles destruíram, mas nunca consertaram.
Mas por que, porra, por que, eles choravam
tanto?
Foi porque eles estavam tão drogados em seu
vício distorcido, eles realmente nunca pensaram duas
vezes na morte e quando ela bateu, a visão foi o
suficiente para fazê-los implorar como um idiota, mas
nunca o suficiente para limpar as mãos de seus
pecados.
Eles temiam o que pensavam que nunca os
tocaria.
Pessoas como eu, no entanto, davam as boas-
vindas à morte.
Homens como eu?
Convivíamos com a morte.
Nós dançamos com a morte sob a linda lua e a
recebemos de braços abertos quando nossa hora
chegou.
Filhos da puta assim?
Bem, para simplificar, eles sentiram que o mundo
lhes devia algo.
Novidades. Este mundo não lhe deve nada.
Você queria?
Você mereceu pra caralho.
Mereça, então receba, porra.
Assim como eu estava prestes a ganhar a vida
deste homem com o prêmio de manchar minhas mãos
em seu lindo carmesim. Outra alma para adicionar à
contagem das que roubei.
Olhei por cima do ombro e pisquei para Ophelia.
— Preste atenção, amor. Estou prestes a mostrar-lhe
uma obra de arte. — Então olhei para trás, para a
bagunça que era o idiota chorando aos meus pés.
Repugnante. Eu podia sentir como ele era patético
daqui. — Quais são os seus pecados, padre? Eles
depravam os meus?
— E... eu sou inocente! Um homem Santo! Um
homem de Deus! — Ele gritou, os olhos dele estavam
vermelhos enquanto eu inclinei minha cabeça com
olhos frios e mortos. Eu dei a ele uma chance de
consertar aquele truque antes que lhe custasse mais
do que uma mentira perversa dita.
Quando ele não o fez, eu fodidamente sorri.
— Então é travessura. — Eu me virei e ajudei
minha Soul Raiser a se levantar e a trouxe para o meu
lado. — Você vai querer ver isso, doçura.
Seu suspiro foi a coisa mais alta na igreja quando
estalei meu pescoço e convulsionei em energia estática
que fez minha aparência piscar entre o homem bonito
que eu era e a forma da morte, coagulada, decadente e
esquelética que parecia estar apodrecendo sob a pele.
A mudança deste plano para o próximo me
permitiu encontrar as mentiras que gritavam por
justiça dentro das pequenas partículas do ar, invisíveis
a olho nu. Era apenas uma coisa que eu poderia fazer.
Agora que eu estava vivo, eu podia sentir que havia
muitas coisas que eu poderia fazer.
Todos nós os tínhamos, pecados que gritavam
para serem responsabilizados pelas coisas mais
sombrias que fizeram na calada da noite. Os humanos
nunca os viram flutuando em suas cabeças,
implorando por atenção, implorando por absolvição.
Era aí que homens como eu entravam.
— Demônio! O filho de Satanás! Oh senhor,
salve-me! Salve-me deste homem profano! —
Enquanto ele segurava a cruz que caía em seu pescoço
e descia pelo peito, revirei os olhos com desgosto.
Talvez eu precise repensar essa coisa de demônio.
Se Ophelia quisesse que eu fosse seu pesadelo, eu
mostraria a ela o lado sombrio assim que terminasse
aqui. Eu seria o demônio dela e quando ela corresse
para as colinas gritando porque mordeu mais do que
podia mastigar, eu a manteria de qualquer maneira.
— Campeão, campeão, o mentiroso pecaminoso
contou histórias para um assassino fodido, — eu falei
antes de olhar para minha garota novamente.
— Apenas sou um homem morto detector de
mentiras, querida. A fato é, este é um homem muito,
muito mau. Ele faz coisas ruins, muito ruins. A
pergunta é: você consegue ler nas entrelinhas? —
Esperei que ela entendesse o que eu queria dizer,
entendesse minhas palavras e quando o padre tentou
rastejar para trás, chutei-o preguiçosamente no peito
ao ouvi-lo cair de volta no chão sem nunca tirar meus
olhos dela.
Os olhos de Ophelia se arregalaram quando
finalmente se deu conta. — Ele não é! Não fez nada!
— Ela gritou indignada enquanto olhava para ele com
desgosto, uma nova consciência em seu olhar feroz.
Ele desviou os olhos, incapaz de encontrar os dela com
medo de que ela visse a verdade que ele desejava
manter escondida dentro deles.
— Oh, mas ele é e fez, amor. Quinze minutos
atrás, para ser preciso. Olhe para as calças dele. — Eu
já tinha visto a mancha de esperma por toda parte. —
Então, garota linda. Quer que eu liberte este homem?
Um teste.
Uma escolha.
A mão do diabo.
Ela aceitaria?
Eu sabia que ela iria...
Agora, ela se tornaria quem eu sabia que ela
desejava ser, não importa o quanto ela negasse, eu
havia acordado uma criatura sombria dentro dela que
prosperava para todas as coisas ruins.
Após um momento de silêncio, uma guerra
interna contra a moral, ela endireitou os ombros e
trouxe suas frias complexidades para segurar as
minhas. — Mate ele. — Então ela se virou, sentou-se e
cruzou uma perna sobre a outra enquanto se
preparava para assistir.
Tenho que admitir, ela cedeu muito mais rápido
do que eu pensava, mas com toda a honestidade, seres
humanos decentes não brincam quando se trata dessa
merda.
Nós protegemos as crianças.
Quando era verdade de que havia monstros que
apareciam durante a noite, mas eles são cem por cento
humanos e não uma besteira tipo Monstros S.A., isso
era diferente.
Tornou-se muito real e a necessidade de proteger
o próximo filho tornou-se muito maior do que a
necessidade de proteger nossas almas.
— Essa é a minha garota, — eu disse baixinho e
olhei para ele. — Parece que o All Hallows trouxe uma
passagem para você sair daqui. Diga ao diabo que eu
disse oi enquanto você descer. — Então, eu tomei meu
tempo. Agradável e lento para que ele pudesse sentir
a pressão aumentando antes que eu o matasse com a
opressão da intensa antecipação.
Cordas douradas grossas pendiam das vigas
detestáveis que se arqueavam no alto, amarradas em
um corredor que lhes permitia amarrar enormes
cruzes bordadas e obtusas de cada lado de onde ele
ficava todos os domingos, como um deus para seu
povo. Puxei a alavanca, os cruzamentos ofensivos
caíram no chão. Amarrando seus tornozelos com a
corda, puxei a alavanca mais uma vez e pendurei-o
diante de nós pelos tornozelos e sorri quando o sangue
imediatamente drenou de seu rosto, deixando-o ainda
mais pálido do que momentos antes.
Ele berrou e gritou, esperando que alguém que
passasse nesta noite terrível viesse em seu auxílio. O
filho da puta estava sem sorte porque tudo que ele
tinha era nós.
E eu não sabia o significado da palavra
misericórdia e logo, ela também não.
— O que você vai fazer? — Ela perguntou em um
sussurro quase sensual e meu pau endureceu.
A cena, os sons e, por Satanás, seu maldito cheiro,
foi o suficiente para deixar meu pau pesado e duro,
dominado por uma dor brutal. Eu podia senti-lo
pulsando, todo o sangue estava no meu pau e exigindo
toda a atenção dela. Cada centímetro dele. Eu era um
homem desesperado, um homem desesperado que
precisava de um alívio para a luxúria violenta que me
despedaçava em uma alma queimando, em uma
profunda excitação.
Em breve.
Eu consertaria isso logo.
Agora, eu queria ouvir a resposta dela.
— Corte a garganta dele, — ela ordenou sem
hesitação desta vez. Como uma rainha real sentada em
seu trono. Qualquer compaixão que ela tivesse por ele
antes de saber sua verdade havia sumido. Ela ficou
sentada, calma, e concentrou aquele ódio em uma
energia que era obstinada.
Ela queria sangue.
Suas palavras foram fodidas e estavam enterradas
sob uma camada de gelo que continuou imóvel,
endurecendo seu coração.
— Hmm, — eu gemi, ajustando-me. Então tive
uma ideia melhor e abri o zíper da calça. Meu olhar
encontrou o dela em um pedido silencioso. Ela se
levantou e se aproximou, parou bem na minha frente,
onde caiu de joelhos com poças de luxúria tão densas
em suas complexidades que escureceram o verde da
sua íris, tornando-as negras.
Aqueles lindos olhos eram de desejo não
carregado.
Minha porra de sombra favorita.
E foda-se se não ficou ótimo nela.
Dedos finos se curvaram ao meu redor e eu
estremeci, a frieza de seu toque era uma absolvição
bem-vinda. Um tipo engraçado de absolvição quando
meu pau é culpado pra caralho por querer usá-la da
maneira que eu quiser.
Apalpei meu bolso de trás procurando minha
faca. Achei que se eu apareci do jeito que era quando
morri, todo hippie-rock e descalço e toda essa merda,
menos a carne esfolada, que deve ser a razão pela qual
eu poderia ficar todo esquelético e tal, então alguns
dos brinquedos legais que eu tinha comigo quando
morri ainda deveriam estar comigo. — Bingo! — eu
rosnei, enquanto o padre balançava para frente e para
trás tentando se libertar e obter um alívio da
amarração. Ele se debatia tão selvagem quanto um
tubarão pendurado em uma doca desejando respirar a
água salgada mais uma vez.
— Oh Deus não! Por favor, Deus, não, não, não.
Não faça isso. Não me mate. Eu não quero morrer! —
Ele gritou, perdido em seu terror, e porra, era uma
coisa linda.
Isso eletrificava meu sangue, deixando o maldito
sólido e congelado, frio como gelo.
— Deus não vai te salvar, idiota. Você só tem a
mim e ao diabo esta noite, — eu pronunciei, meu olhar
focado apenas em Ophelia. Seus olhos caíram meio
carregados de luxúria, pesados enquanto ela se perdia
neste momento sensual entre nós. Seu peito arfava, e
cada respiração suave fazia seus seios fartos crescerem
com o esforço. Lábios grossos se separaram
suavemente, sons doces sussurrando por eles e sua
cabeça caiu para trás em seus ombros.
— Abra sua boca, gostosa, — eu encorajei,
enquanto a cabeça do meu pau deslizava pelos seus
lábios suave como seda. Eu olhei para a piñata
balançando e respirei fundo tentando me centrar na
sensação dela tão perto de onde eu mais precisava
dela. Quando ela inclinou a cabeça para trás e abriu
para mim com a oferenda pela qual um homem
mataria, sem um pingo de incerteza eu recuei e cortei
a garganta do padre. Assim que os primeiros raios de
seu sangue sedoso espirraram para fora em um arco
impressionante como um guarda-chuva que borrifou
seus lábios grossos e fodíveis de vermelho, eu projetei
meus quadris para frente e empurrei profundamente
na parte de trás de sua garganta. Seus ombros se
levantaram quando ela me chupou, puxando meu pau
tenso enquanto ela inalava e me chupava
impiedosamente enquanto eu fodia mais fundo o
carmesim de sabor doce no fundo de sua boca com
uma bela selvageria. — Ah, caralho. É isso, Soul
Raiser, traga meu pau de volta à vida.
A intensidade em seu olhar queimava, tudo estava
tão fodidamente quente. Muito quente para um
homem tão fodidamente frio.
O calor de sua boca quente, o ar ao nosso redor.
Os gritos de um monstro e o sentimento sinistro que
me encheu de euforia.
Era tudo muito sufocante.
Tudo muito compressivo.
E eu mal podia esperar para entrar em combustão
sob suas chamas.
Eu suguei o calor do corpo dela, o suficiente para
levá-la àquele lugar de felicidade que eu sabia que ela
havia sentido no cemitério, mas não o suficiente para
matá-la. Apenas o suficiente para nos levar ao lugar do
nada pelo qual ansiamos. O lugar onde tudo era quieto
e você finalmente tinha a paz.
Eu balancei e girei, fodendo sua boca em todos os
ritmos possíveis. Ela lambeu e provocou a parte
inferior do meu pau inchado, fazendo coisas
impensáveis com a boca, considerando que eu nunca
puxei o suficiente para ela sequer beijar a cabeça da
minha fera furiosa.
Brutal, cru, implacável. Eu não mostrei a ela nem
um pingo de misericórdia enquanto a usava, enquanto
eu sádico e ferozmente a fazia sentir cada porra de
parte minha. Cada centímetro grosso e endurecido
deslizou com facilidade para o fundo de sua garganta
como se eu pertencesse àquele lugar.
Eu sabia que pertencia.
Lágrimas brotaram em suas esmeraldas escuras,
enquanto eu enfiava minha mão nas mechas sedosas
de seu cabelo castanho, e enrolava as pontas em volta
do meu pulso para poder puxar, com força. Ela caiu,
dando-me tudo o que eu exigi. Eu sorri, acariciando
sua bochecha com um polegar macio enquanto
enxuguei as lágrimas que caíram antes de trazê-las aos
meus lábios.
— Hmm, você tem um gosto tão fodidamente
bom, baby. Tão fodidamente perfeito quando você
chora por mim.
Seus cílios longos tremularam. Estendi a mão,
batendo na ponta de seu queixo para ela ver o que eu
tinha feito. Ver o homem morrer enquanto ele
sangrava em cima de nós como um sacrifício ao
universo que tornou possível a ressurreição na
véspera de Todos os Santos.
Estávamos cobertos e ficamos sob sua chuva
carmesim enquanto ele gaguejava e engasgava. O som
foi um dos sons mais angustiantes que uma pessoa
viva jamais poderia ouvir.
Era o som de uma pessoa morrendo em tamanha
angústia, que dava para sentir na alma, ou mesmo na
falta de alma. Chegava até você na escuridão, no vazio
de um abismo que se tornou você e te fez sentir algo,
mesmo que você não sentisse nada.
Ele estava vivo, mas já morto e sabia disso.
Mostrava-se no branco amarelado de seus olhos como
um relógio de areia, seu tempo corria para o fim.
E eu o estava forçando a sentir cada segundo
disso.
Ter sua garganta cortada não era nada fácil. Era
confuso, brutal e o fazia ele sentir cada centímetro da
porra da dor antes de roubar a última coisa viva dentro
de dele.
Esperança.
Era longo e uma das torturas mais bárbaras que
se pode infligir a uma pessoa. Foi um prazer
testemunhar cada maldito segundo disso.
O choque, a confusão, o momento em que tudo
ficou dormente apenas para a dor despertá-lo com um
corte forte em seus sentidos, fazendo ele engasgar,
esquecendo que não tinha mais ar para salvá-lo. O
momento em que o rosto bronzeado de um humano se
transforma em um homem pálido e depois no cadáver
manchado de amarelo que esperava que o diabo
chegasse e reivindicasse sua alma podre.
Eu perdi o controle, este jogo que eu estava
jogando com ela ferveu a um ponto sem volta. Eu fodi
sua boca apertada com vontade. Nunca fui santo,
sempre com um pé na cova, e foda-se, o lugar de onde
vim não tinha cantinho de gente boa. Eu andei ao lado
do diabo, destruindo os monstros na noite e agora eu
estava aqui, fodendo o túnel para o céu e não pude
mais segurar.
Com um rugido, soltei meu demônio e afundei
profundamente, segurando a parte de trás de sua
cabeça e me alojando no fundo de sua garganta com
tanta força que sabia que o ar era uma luta. Então,
belisquei seu nariz, tornando-me a mão de seu destino
e o demônio que ela adoraria enquanto decidia se ela
viveria ou morreria neste momento de êxtase.
Olhei em seus olhos, mostrando-lhe a minha
escuridão. Não havia nada gentil em meu olhar.
Apenas uma pergunta e com o olhar que ela tinha, eu
sabia que tinha todas as minhas respostas.
De qualquer maneira, eu estava me divertindo
muito para matá-la agora, especialmente
considerando o quão fodidamente bonita minha
garota ficava de joelhos.
Eu não sabia como essa noite terminaria.
Se eu continuaria um morto-vivo ou se voltaria
para o Inferno.
De qualquer maneira, eu poderia não ter matado
ela neste momento, mas se a noite decidisse me levar
para casa novamente, eu sabia que a levaria comigo.
Enquanto eu jogava minha carga e a sentia
engolir tudo o que eu tinha a oferecer, me ordenhando
até secar, puxei para fora e tracei a costura de seus
lábios com o polegar. — Essa é minha boa menina, —
eu elogiei enquanto ela sorria de volta para mim com
um sorriso tímido, mas também com a luxúria de uma
sereia em seus olhos escuros.
Linda pra caralho.
Capítulo 07

Ophelia
Bad - Royal Deluxe

Eu estava fraca. Provei a semente do diabo e


agora precisava de mais. Além da pesquisa, além da
curiosidade humana, eu estava em chamas em um
desejo sombrio que lambia minha carne sensível de
uma forma tão ruim que eu estava rapidamente
esquecendo como era ser boa.
Pelos padrões humanos, eu deveria ter me
sentido diferente do que poderosa por ter permitido
um assassinato. Algo diferente de excitação e uma
curiosidade distorcida que fez meu interesse
aumentar e meu coração disparar.
Um maldito assassinato.
Mas ufa, eu estava livre do fardo de ter sentido
uma gota de tristeza ou arrependimento.
Foda-se, era impossível. Eu nunca precisei de
Blake para me dizer qualquer coisa. Esse cara era a
porra da escória. Um clichê, caso eu já tivesse visto
um.
Mas é assim que acontece, certo?
Esperamos que pessoas assim estejam por toda
parte. Nunca ao nosso alcance. Não à nossa porta.
Trouxe Blake aqui para afogar seu traseiro em água
benta e me livrar do monstro que invoquei
acidentalmente, não para matar um pedófilo.
Mas aqui estávamos.
Bem na minha frente, pendurado como uma
guloseima de Halloween.
Como ele prometeu, ele me mostrou o outro lado
do impulso humano. Ele instigou a curiosidade do que
aconteceria se testássemos todos aqueles
pensamentos sombrios que temos no silêncio e nunca
contamos a ninguém.
Porque seria errado, não é?
Tirar uma vida?
Porquê?
Porque algum babaca sentado atrás de uma
escrivaninha decidiu dividir a humanidade e deu
privilégios especiais para quem está no poder e com
um distintivo, então esperava que nós, gente pequena,
impotente, presas ao julgamento, nos fizéssemos de
vítima ao invés de tomar nossa própria justiça?
Eu me levantei e saltei na ponta dos meus pés.
Havia um novo tipo de energia que corria em minhas
veias e não era apenas o zumbido de ter um homem
como Blake segurando todo o poder. Meus pulmões
queimaram quando ele cortou minhas vias aéreas,
mas nunca me senti mais no controle. Me sentia mais
fortalecida sabendo que eu era a razão pela qual ele
conseguiu terminar. Tudo sobre mim era um desejo
que ele não conseguia resistir.
Eu estava com medo, perdida para o que deveria
ser e não para o que eu queria ser.
Um anjo negro, uma vigilante e uma salvadora
para os fracos que prosperaram nas sombras da
escuridão. Eu queria ser mais do que uma autora
escrevendo sobre a bela profundidade de palavras
profundas. Eu queria ser uma autora que os vivesse,
porra.
— Você parece excitada, querida. Vê algo de que
goste? — Blake questionou e o tom sombrio de sua voz
me trouxe de volta à realidade. Eu estava vivendo
dentro da minha mente. Em uma fantasia de uma
noite sendo o expurgo e me permitindo deixar tudo
sair.
Mas isso não era o expurgo.
Era Halloween e conforme a noite avançava,
ficava cada vez mais assustador.
Agora, eu estava com mais medo de mim mesma
do que de qualquer outra coisa.
Eu nunca soube que era capaz de tanto ódio.
Que eu era capaz de dizer a ele para matar um
homem.
E, no entanto, aqui estávamos nós.
Eu nunca nem questionei isso. Quando os
pensamentos sombrios de choros inocentes e almas
manchadas de sangue que foram quebradas por um
homem que fez um voto com Deus para sempre
protegê-los vieram à tona, algo dentro de mim estalou.
Digo as primeiras palavras, o primeiro sentimento de
ódio que consumiu minha alma e, além disso, deixo
todo o resto desmoronar. Não senti nada além da
necessidade de ver esse homem doente chorar por
nós. Implorar pela misericórdia que ele nunca deu a
nenhuma daquelas crianças. Eu não podia. Não havia
espaço para misericórdia quando minha alma estava
cheia de tanto ódio.
— Está tudo bem, Soul Raiser. Tudo bem querer
ferir quem faz coisas ruins. Afinal, o diabo pode ser
real, mas Deus não é. Se não fosse por nós, quem
diabos conseguiria justiça para aqueles que foram
feridos? Porque com certeza não seria o governo, e
com certeza não seria uma invenção do bem que
nunca mostrou a este mundo um pingo de graça. —
Ele caminhou em minha direção e ergueu meu queixo
com a ponta do dedo indicador. Olhei para cima e
encarei suas complexidades sombrias e profundas,
minha respiração desacelerou quando ele olhou para
mim, e tudo que vi ali foi a verdade, a verdade deste
mundo sombrio e odioso. — Eles gostam de nos pintar
de preto, amor. Fazer de nós os monstros que andam
nesta terra... As criaturas frias e imorais que fazem
coisas erradas e depravadas, mas a verdade é que
somos nós que os salvamos.
Fiquei muda porque nunca tinha pensado nisso
dessa maneira antes.
Era uma verdade que havíamos sido
condicionados a ignorar, a questionar quando ela
penetrou nos recessos escuros de nossas mentes e
então nos convencemos de que havia algo errado
conosco. Sempre que tínhamos esse desejo violento de
corrigir nossos erros.
A verdade é que todos nós éramos capazes de
matar, o que importava era quem matamos.
Eu inalei profundamente, então virei meu rosto
em seu aperto, abri sua mão com o nariz e descansei
meu rosto em sua palma fria. — Eu não sei quem
diabos você é, Blake, ou de onde você veio, mas eu sei
que preciso de você para manter esse sentimento vivo,
— sussurrei.
Quando você só tinha uma noite para se libertar,
você a desperdiçaria?
Julgue-me ou junte-se a mim, mas todos nós
morremos no final de qualquer maneira.
Recuso-me a encontrar meu criador com
arrependimentos.
— Então temos mais trabalho a fazer, meu amor.
Porque não sei por quanto tempo você vai poder
aproveitar. — Ele roçou meus lábios enquanto me
provocava. Eu não era ingênua o suficiente para saber
que isso não era uma foda mental, uma maneira de ele
se infiltrar dentro de mim e me agarrar com garras
brutais.
Se eu fosse uma mulher sensata, lutaria contra
isso.
Mas agora, eu era uma mulher se afogando e
queria que ele me mantivesse sob controle.
— Eu sei como isso termina, Blake. Mas eu não
serei sua vítima, — eu o avisei e ele sorriu contra mim.
Meus olhos se fecharam, afundando na sensação dele
que me cercava em total êxtase.
— Garota esperta, — ele meditou. — Menina
travessa. Eu acredito que a punição é adequada para
tentar me afogar, não é? — O humor sensual mudou
em um segundo quando ele me levantou. Minhas
pernas instintivamente envolveram sua cintura
enquanto eu engasgava.
Ele me carregou até um confessionário e abriu a
porta com um chute, prendendo-nos no pequeno
espaço enquanto a fechava novamente atrás de nós.
Com uma força sobre-humana, ele me ergueu bem
acima de sua cabeça enquanto me prendia contra a
parede de madeira surpreendentemente resistente.
Eu tive que esticar meu pescoço, a parede não oferecia
qualquer altura além de uma pessoa. Eu estava
posicionada com a minha boceta em sua boca, eu
estava quase beijando o teto e quando ele respirou
fundo contra minha boceta quente, eu não poderia
dizer que ia reclamar.
— Para cada pecado, que você confessar, eu vou te
conceder um orgasmo. Para cada mentira, vou fazer
você implorar pelo inferno, — ele sussurrou enquanto
eu tentava me concentrar naquelas palavras sobre a
pulsação em meus ouvidos, o sangue correndo para
minha cabeça. Meu coração batia freneticamente,
dolorosamente, enquanto minhas costelas doíam em
protesto. Eu estava nervosa, quente e pesada, e
precisava de algo para dar.
Eu tinha um fogo, um que eu precisava de ajuda
para apagar.
— Blake, — eu respirei, nunca tendo me sentido
assim antes. Era como se ele estivesse dentro de mim,
me despertando e tocando cada parte profunda de
mim que estava escondida por todos esses anos. Ele
me iluminou com euforia. Ele tinha um tipo antigo de
poder que se infiltrava sob a superfície e afundava
garras cruéis em minha espinha, mantendo-me
enraizada em nada além dele.
— Confesse, Ophelia, — ele exigiu, seu tom
áspero e tão fodidamente quente enquanto seu aperto
no topo das minhas coxas aumentava. Eu podia sentir
o contorno de seus dedos marcando-se em minha
carne e eu flexionei, esperando que eles deixassem
uma bela marca.
Eu balancei minha cabeça, rolando de um lado
para o outro sem saber o que eu poderia dizer. Eu não
sabia se queria fugir dessa sensação avassaladora ou
me entregar a ela, de joelhos com a alma aberta. Eu
estava com calor e incomodada, minha mente era uma
névoa espessa e ele ainda nem havia me tocado. Eu
ainda estava usando meu jeans, e o ar frio de sua
respiração penetrava no tecido. Algo afiado cavou em
meu quadril, meus olhos se abriram quando seu
rosnado reverberou através de mim e ele arrastou a
mão pelas minhas coxas enquanto eu me sentava
ordenadamente em seus ombros. A costura da minha
calça jeans se dissolveu quando ela saiu de mim com
facilidade, caindo sobre seus braços que me
seguravam. Então... Follow Me Down, de The Pretty
Reckless, começou a sussurrar ao nosso redor e eu
estremeci como se a voz fosse uma pluma sensual que
acariciava minha carne hipersensível.
— Você tem poderes? — Perguntei, porque
tirando a coisa esquisita de caveira de lado, ele parecia
tão humano. Assim como eu pensei, ele se mexeu
novamente e era o homem meio esquelético que
estava diante de mim.
— Tenho capacidade de fazer o que eu quiser,
afinal, sou um homem morto. Temos que ter algumas
vantagens, — ele meditou humildemente enquanto
seu olhar estava paralisado em minha boceta que
chorava por sua atenção, quase como se estivesse
ausente em sua mente e o único espaço que ele tinha
para pensar, era o que tremulava diante dele.
Eu estremeci, flexionando meus quadris para me
aproximar de sua boca.
Minha boceta era a coisa que mais queimava no
meu corpo.
Ele se afastou e voltou aqueles olhos inegociáveis
para os meus. — Confesse.
— Que porra você quer que eu confesse? — Eu
perguntei enquanto me contorcia de excitação.
— Um pecado...
— Tá bom! — Eu respondi e disse a primeira
coisa que me veio à mente. — Assassinos em série
gostosos e esquisitos me excitam!
Ele riu contra mim e eu resisti com a sensação
inesperada. Uma língua fria passou pela minha
boceta, molhando minha calcinha antes que dentes
pecaminosos a rasgassem de lado. Então ele se
banqueteou comigo como se eu fosse sua última
refeição, o ar que ele precisava para respirar.
Uma tábua de salvação.
Uma dose da melhor porra de uísque que te
acompanha até o final de uma noite gloriosa.
— Um orgasmo por uma confissão, — ele
murmurou em minha boceta e as vibrações me
transformaram em algo selvagem. Eu não conseguia
balançar ou encontrar um ritmo. Fui tomada e fodida
por uma língua antinatural que extraía de mim
sensações inumanas como um maremoto que se
despedaçava contra a costa.
Gozei com mais força do que jamais gozei em
minha vida. As estrelas caíram do céu e dançaram na
minha visão. A escuridão invadiu, e eu desapareci por
um momento antes de um grande tumulto eletrizar
meu sangue e me fazer voltar para a posição de alerta.
— Outro, — ele exigiu.
Eu balancei minha cabeça em recusa. — Não, eu
não posso, — eu ofeguei.
— Outro pecado, Ophelia. — Porra, a maneira
como ele disse meu nome foi um pecado.
Esta maldita noite inteira era um pecado.
Ele beliscou meu clitóris e eu tive um espasmo,
me contorcendo para longe de seu toque.
— Está bem, está bem! — Eu gritei enquanto
tentava pensar. — Eu gostei, — respirei no silêncio
que caiu.
Ele o deixou lá com o que parecia ser um convite
carinhoso em sua mente, antes de perguntar: —
Gostou de quê, amor?
Ele já sabia. Eu sabia que ele sabia.
Mas o filho da puta me faria dizer isso de qualquer
maneira.
— Gostei de ver você matar um homem. Eu gostei
de saber que fazia parte daquele bastardo nunca poder
andar na terra novamente. Eu gostei de como você me
usou, como você me agradou. Gostei de tudo, ok! —
Soltei um suspiro áspero e, por um momento, nada
aconteceu. Então me vi acrescentando mais à minha
confissão do que planejava. — Parecia que eu tinha
acabado de pular de um penhasco apenas para
mergulhar nas águas geladas e não bater como um
personagem de quadrinhos caindo do céu. Eu senti
como se tivesse sido esfaqueada por um pico de
adrenalina que iluminou todo o meu corpo de dentro
para fora. Eu nunca tinha sentido nada parecido
antes. Como se eu fosse uma viciada e isso fosse o que
eu precisava. Eu me senti entorpecida, crua e
totalmente elevada além da depravação. Eu, eu me
senti feliz. Eu me senti livre.
Uma vez que a tensão foi drenada do meu corpo e
o peso daquele fardo foi removido, eu olhei para ele
apenas para vê-lo sorrindo de volta para mim.
Então ele me fez gozar de novo. Esguichando em
sua boca enquanto ele chupava meu clitóris como um
homem possuído e a pressão ali me fez desmaiar.
Língua de um homem morto, eu não acho que
poderia sobreviver a outro orgasmo, mesmo que
tentasse.
Capítulo 08

Ophelia
Kill the lights – Set it off

Eu não tinha mais nada. Minha mente estava em


branco quando me senti sendo carregada. Sussurros
suaves e pecaminosos de louvor se filtraram ao meu
redor enquanto minha cabeça pendeu contra um
ombro rígido. Algo frio e úmido se arrastou contra o
meu núcleo e eu teria estremecido se não estivesse
demorando no limbo. O material se enrolou em volta
das minhas coxas e eu nem tive energia para abrir os
olhos e ver o que estava acontecendo.
Enquanto eu oscilava dentro e fora de um estado
de êxtase, consegui piscar para abrir meus olhos
apenas para ver as estrelas passarem por mim como
tiros de líquido prateado. Um zumbido baixo vibrou
através de mim e uma mão forte envolveu a parte
superior da minha coxa. No momento em que ouvi
algo se fechando atrás de mim e senti a sensação de
ser carregada novamente, fiquei mais lúcida.
— O... onde estamos? — Eu murmurei em seu
peito, então comecei a me perguntar se eu realmente
tinha tomado algo porque um orgasmo que fazia uma
garota viver em um vazio de prazer por tanto tempo
certamente não era natural.
Bem, o cara está morto, então imaginei que isso
também não fosse natural.
Enquanto ele me carregava escada acima, a
consciência voltou rapidamente para mim. — Minha
casa? Como diabos você sabia onde eu morava? — Eu
quase gritei, já era a ideia de ficar longe dele agora e
ter um porto seguro para se esconder.
Mas, sinceramente, não tenho certeza se queria
me esconder mais. Eu nunca matei o padre. Não
deveria haver nenhuma evidência que me ligasse ao
crime e a escória que era ele, porque era apenas isso,
uma escória de merda que merecia morrer. Quando
Blake voltasse para o túmulo... o que eu tinha certeza
que ele tinha que fazer em algum momento ou
estaríamos entrando na zona da terra zumbi e do pau
zumbi, o que seria simplesmente errado... então todos
os seus crimes deveriam ir junto com ele. Por que não
devo mergulhar mais fundo na minha pesquisa? Por
que eu não deveria ver o que significava e o que era
necessário para ser uma assassina? Salvando
lentamente a juventude de nossa igreja, um padre
fodido de cada vez?
Era realmente tão errado quando pensamos
nisso?
Moral à parte.
Ninguém poderia discutir com a porra da moral.
Foda-se.
Minha cabeça estava girando. Eu não sabia mais
o que diabos eu deveria sentir ou pensar. Eu estava
perdida em um tipo distorcido de confusão que tinha
o poder de me infundir força tanto quanto tinha o
poder de me matar sob o peso da imposição.
Eu estava em guerra comigo mesma.
A única saída que tive foi ceder o controle. Afinal,
eu estava sendo mantida como refém por um homem
morto.
Um serial killer morto.
Não seria mais fácil colocar a culpa nele?
Iludir-me com isso é um jogo de sobrevivência e
não um jogo de desejos reprimidos e curiosidades.
Você estaria mentindo se dissesse que nunca
pensou em como seria tirar uma vida ou assistir a uma
sendo fodida enquanto você ficava de braços cruzados
e absorvia tudo.
Não vamos borrar as linhas.
Homens maus merecem morrer.
Às vezes, era realmente simples assim.
Eu respirei fundo e olhei para ele enquanto ele
olhava para frente estoicamente, nenhuma fratura
naquele rosto corpulento e esculpido dele. — Eu vi
seus documentos, — ele murmurou antes de abrir um
sorriso torto e meus ovários se contorcerem.
— Certo, — eu disse.
— Eu limpei você na igreja, depois nos trouxe
para casa. Você estava meio fora de si, — ele explicou
quando chegou à minha porta da frente. Eu deslizei
em seus braços em um esforço para procurar minhas
chaves, mas ele me segurou com mais força. Tão
apertado que eu mal conseguia respirar enquanto me
fundia ao seu corpo como se fôssemos um, então como
se não fosse nada, ele passou pela porra da porta
fechada e meu coração parou.
Esperei pelo impacto. Para o meu corpo quicar na
moldura e mandar minha bunda de volta escada
abaixo. Nada disso aconteceu. Em vez disso, uma
frieza rastejou através de mim. Eu me senti leve como
se a brisa tivesse acariciado minha bochecha e eu
tivesse me tornado parte do vento e quando cheguei
do outro lado, fiz o que qualquer pessoa sã faria.
Eu gritei como um lince.
— Que porra foi essa!? — Eu gritei, então
estremeci incontrolavelmente. — Você acabou de
passar pela porra de uma porta. Comigo em seus
malditos braços!
— Ok, Capitã do óbvio. — Ele riu com um olhar
estúpido e arrogante em seu rosto sexy pra caralho.
Eu estava longe de me divertir. — Eu não estou
morta, idiota! Não fui feita para atravessar portas. Eu
me sinto... eu me sinto... violada! Eu murmurei
enquanto me livrava de seus braços. Ele me colocou
no chão com uma risada sombria e eu fiz uma careta
para ele.
— Depois de todas as coisas que fiz com você,
Soul Raiser, passar por uma porta fez você se sentir
suja?
— Ergh! — Eu bufei com o esforço enquanto
jogava minhas mãos para o ar. — Isso está errado,
muito, muito errado!
— Ou tão lindamente, muito fodidamente certo,
— ele rebateu com facilidade como se este fosse
apenas um dia comum para ele.
— Você é trazido de volta dos mortos com
frequência? — Eu questionei com uma sobrancelha
arqueada de repente pensando que deveria ter feito
essa pergunta tão óbvia antes.
— Não posso dizer que sim, — ele disse e minha
ira só aumentou.
— Por que estamos aqui, afinal?
— Você precisa descansar e eu preciso escolher
nossa próxima vítima, — ele me disse enquanto
vagava pela minha sala olhando para tudo com um
olhar atento e eu tremi, um calafrio sensível percorreu
minha espinha enquanto ele avaliava onde eu estava.
Ele folheou os papéis na minha mesa e eu corri
até ele, derrubando-os de sua mão com os olhos
semicerrados. — Você é muito desorganizada, — ele
disse. — Se essa bagunça não significa que você é uma
grande autora, então não sei o que é. — Então ele
colocou a folha que estava segurando de volta ao
monte de folhas jogadas na mesa. — Vá descansar,
vou encontrar nossa próxima vítima .
— Próxima? Não vamos fazer isso de novo. — Eu
ri como uma pessoa louca. Minha sanidade se
desgastando enquanto eu zombava em diversão, mas
mentalmente tensa.
— Oh meu amor. Nós definitivamente vamos.
— Não.
— Você pode ir e discutir consigo mesma
enquanto dorme? Isso nos poupará tempo para
quando chegarmos ao nosso próximo local. Porque
com certeza vamos continuar.
— Claro, tudo bem. Tanto faz. Quero dizer, não é
como se você pudesse me obrigar. — Eu sorri
enquanto caminhava em direção ao meu quarto. Antes
que eu fosse sonhar com o impossível, parei e me virei
para ele, que agora olhava as fotos espalhadas com
uma pitada de inveja e tristeza em seu olhar. — O
Diabo é realmente real?
— Sim, — ele respondeu sem olhar para mim.
— Mas Deus não é?
— Não.
— Como?
— Humanos, querida, — ele suspirou no que
parecia ser um cansaço profundo da alma e foi tão
potente que me fez sufocar fisicamente um bocejo. —
É da sua natureza justificar as coisas ruins com algo
bom. Eles criaram este ser, esta coisa, para lançar sua
fé cega em não saber que, em si, era o verdadeiro
monstro. Sua própria capacidade de mentir para si
mesmos.
Eu pisquei para ele, não muito certa de como
responder porque a negação era a característica mais
tóxica de um ser humano.
Ele fez muito sentido esta noite e eu não tinha
certeza se vibrei com isso.
Esperançosamente, depois que eu dormisse, com
as pernas dormentes e os membros trêmulos, ele teria
ido embora.
Sem chance de eu ter essa porra de sorte.
Capítulo 09

Blake
What He don´t Know - Anarbor

Tola, pecaminosamente linda, merda de sorte,


minha mulher.
Ela pensou que isso iria parar.
Que eu pararia.
Estou apenas começando a mostrar a ela como é
viver sem suas inibições.
Estar livre dos fardos cada vez maiores da
humanidade.
A total falta de se importar com o que a sociedade
pensava, porra.
Sua casa era definitivamente um lugar que
mostrava como ela era criativa. Havia notas sobre
ideias para histórias e personagens arcs por todo o
lugar. Foda-se o que fosse um personagem arc, eu não
sabia. Eu passei o dedo no canto de uma nota sobre
uma mulher com olhos de corça invocando um
demônio do inferno na véspera do dia de Todos os
Santos e tive que segurar meu estômago enquanto ria.
Bem, ela pode não ter pego seu demônio, mas
certamente pegou seu monstro.
Eu me joguei no sofá e joguei meus pés na mesa
de centro, levantando mais porcaria que ela havia
deixado lá. Coloquei minha cabeça para trás, olhando
para o teto. Eu não poderia dizer que ser trazido de
volta dos mortos era uma ocorrência normal, mas
definitivamente era interessante. Foi divertido
corromper minha Soul Raiser. Assistindo a guerra da
inocência com sua depravação. Era uma fodida forma
de arte, honestamente, eu teria aquele policial
desonesto me esfolando um milhão de vezes se
acabássemos de volta aqui.
Ela era meu novo brinquedinho e eu estava me
divertindo demais para desistir de tudo agora.
Eu não me sentia tão vivo desde minha última
morte, aquela em que matei o parceiro corrupto do
meu assassino. Ele era o próximo na minha lista.
Ele me pegou antes que eu chegasse a ele.
Isso não aconteceria duas vezes.
Eu sorrio cruelmente só de pensar nisso.
Sobre todas as coisas doentias e vis que eu faria
com ele.
Todas as coisas doentias e vis que aquele filho da
puta fez comigo.
Eu não poderia dizer que a raiva era uma emoção
que eu tinha muito. Eu estava mais familiarizado com
o tipo de emoção 'é o que é'.
Eu era esse tipo de cara.
E o que foi para mim, o que sempre foi para mim
foi... emoção.
Júbilo. Paixão.
Um trabalho que eu adorava fazer.
Tornando o mundo um lugar melhor, uma porra
de cada vez.
Depois que descansei, meus pensamentos
dispararam e minha excitação aumentou.
Eu queria que isso fosse tão bom para Ophelia
quanto seria para mim. Então levantei minha bunda e
voltei para a mesa dela e peguei seu laptop.
Foda-se se vou sentar lá, porém, até o assento do
escritório estava bagunçado. Voltei para o sofá, me
joguei nele e coloquei meus pés de na mesa de centro
antes de abrir o laptop. Naturalmente, era protegido
por senha, mas caras mortos não precisam se
preocupar com essa merda. Coloquei meu dedo sobre
o scanner e cancelei a porcaria elétrica e então entrei.
Abrindo o navegador da web, franzi meus lábios
enquanto a antecipação crescia.
Oh, isso ia ser bom, eu podia sentir isso.
Prisões locais.
O mecanismo de busca trouxe páginas de
resultados do meu pedido e eu passei por elas
enquanto tentava identificar a melhor vítima. A lista
de acusações era interminável. O roubo é
insignificante, mas não justificou os impulsos que eu
precisava para purgar.
Estupro. Hmm, imaginei que poderia massacrar
um pau ou dois. Quero dizer, se você não poderia lidar
com o presente que era ter um pau, então você
realmente não merecia um na minha humilde opinião.
Quero dizer, a vida sem uma boa foda?
Mate-me duas vezes.
Eu estava procurando algo um pouco mais
interessante.
Algo um pouco mais criativo do que a merda
padrão.
Havia todos os tipos de pessoas fodidas neste
mundo, eu queria mostrar a Ophelia o pior deles.
Afinal, quanto pior o crime, mais eufórica a punição
para quem tem o privilégio de decretá-la.
Bingo.
Esse caso seria perfeito.
Guardei aquela pequena pepita para mais tarde e
continuei rolando.
Oh merda, eu ri quando virei minha cabeça para
olhar para fora das enormes janelas da sala de estar de
Ophelia. Na rua tranquila, onde vizinhos inocentes
dormiam durante a hora das bruxas sem a menor ideia
da severa torpeza que os cercava.
Quero dizer, eu sabia que bandidos estavam a
poucos passos de distância, mas até eu fiquei surpreso
que este caso fosse tão local.
Esse cara era um assassino certo. Um assassino
com fetiche por comer suas vítimas.
A reportagem ainda o citou dizendo que não
podia comer uma das bocetas de suas vítimas porque
era muito mastigável.
Quero dizer…
Agora fui insultado.
Outro idiota que não apreciava os belos aspectos
de um corpo humano.
Ele era definitivamente o próximo na minha lista
de alvos. Mas primeiro, eu tinha que colocar minha
cabeça no jogo e me livrar dessa irritação para os filhos
da puta que escapavam impunes dos assassinatos que
cometeram.
E por estarem impunes por isso, eu quis dizer,
viver com ar ainda em seus pulmões atrás das grades
pelo resto de suas vidas.
Quando fechei o laptop, coloquei-o ao meu lado e
fiquei de pé, andando pela sala e saindo para o
corredor. A casa era peculiar, desordenada, mas
acolhedora. Nada digno de nota. Uma vez que você viu
uma casa, você viu todas elas. Mas essa em particular
pertencia à minha mulher, então me vi olhando ao
redor enquanto a procurava.
As paredes eram de um cinza claro, mas a maior
parte do lugar era de tijolos mais escuros, cinza
granizo. Era uma casa construída com uma estética
aconchegante e fundamentada e eu meio que curti
isso.
Quando cheguei às portas, empurrei-as com a
ponta dos pés descalços e olhei para dentro, parando
assim que encontrei o quarto dela.
Ela estava lá, esparramada na cama sem
absolutamente nada. Em uma pilha de membros
emaranhados nos lençóis, ela parecia ter acabado de
chegar em casa depois de uma noite na cidade e se
despiu, sem saber de seus arredores.
Um orgulho de macho alfa queimou em meu peito
sabendo que eu dei a ela um bom momento no
confessionário. Eu estremeci, um rosnado baixo
escapou quando o gosto dela começou a provocar
meus sentidos mais uma vez.
Eu não estava reclamando.
Ela estava exatamente onde eu precisava dela.
Com a luz da lua para me guiar pela escuridão das
sombras.
Andei em direção ao pé da cama e parei, apenas
olhando para ela e apreciando cada curva fina e
delicada de sua carne cremosa. Duas covinhas
estavam baixas em suas costas, os globos
arredondados de sua bunda estavam gordos e
salientes e eu me coçava para apertá-los. Devagar e
metodicamente, eu abaixei, como um rei na selva que
habilmente espreitava sua presa, rastejei em direção a
ela. Minha mão foi impressa no colchão, mas
permaneci em silêncio. Baixei a cabeça, coloquei-a
entre suas coxas e respirei fundo. Desenhando sua
doçura para os pulmões mortos que prosperavam por
tal prazer. Eu gemi baixinho, um estremecimento
passou através de mim enquanto eu lutava contra o
desejo de atacar. Lentamente, eu espalhei sua bunda e
movi meu rosto para cima, esmagando meu rosto
entre sua bunda e dissipando a respiração que prendi
dentro do meu peito ardente. A pequena rajada de ar
fez cócegas nela e ela choramingou, com os olhos
fechados enquanto permanecia em um sono
tranquilo. Eu soprei mais uma vez, permitindo que ela
sentisse as sensações em sua alma antes de projetar
minha língua para fora e lamber sua estrela acenando.
Uma, duas, três vezes até ela ronronar.
Então eu me movi para baixo mais uma vez
enquanto circulei sua boceta em uma provocação que
seu cérebro adormecido não conseguia entender antes
de espetá-la com isso. Lambendo, chupando e
penetrando-a por trás.
Porra, ela tinha um gosto fodidamente bom.
Mais doce do que o pecado.
A definição de fato.
Ela era tudo e eu era um homem murcho sob a
maldade de sua glória.
Eu rosnei e o som vibrou através de mim e dentro
dela, uma conexão compartilhada que a fez se
contorcer. Eu me afastei lentamente, querendo
brincar com ela mais do que jamais quis brincar com
alguém.
Eu queria torturá-la tanto quanto eu a agradasse.
Eu queria suas lágrimas e queria seu elogio.
Eu queria seu corpo coberto por uma camada de
suor, exalando nossos aromas entrelaçados.
Eu queria tudo.
Sua dor e sua satisfação.
Para uma garota que estava convocando os
mortos, ela deve ter algumas velas por aqui. Eu
vasculhei suas gavetas, passando de cômoda em
cômoda até achar.
Sim.
Seria perfeito.
Eu tinha um isqueiro na minha jaqueta de couro,
então foi bom começar a festa. Tirei-o do bolso interno
e voltei para a cama. Sua bunda estava mais saliente
agora, os joelhos quase no peito enquanto ela abraçava
o travesseiro e suspirava baixinho.
Ela me odiaria por isso quando acordasse.
Ela também me amaria por isso.
Inclinei-me, colei minha frente nas costas dela e
sussurrei em seu ouvido: — Acorda, acorda, Soul
Raiser. A noite ainda é uma criança.
Ela gemeu e se aninhou mais perto do travesseiro,
enfiando a bunda na minha virilha e se esfregando
contra mim. Eu rosnei em contenção e ela sussurrou
sonolenta, — Eu pensei que você tinha ido embora.
— Pouco provável, meu amor. O próprio homem
da morte teria que vir e me tirar de você.
— Você está morto, — ela brincou.
— Ainda assim, aqui estou... Com você, —
respondi. — Você confia em mim? Confia em mim
para fazer você se sentir bem? — A tom da minha voz
era como uma carícia ao lado de seu rosto.
— Tudo tá acontecendo porque eu confio em
você, — ela respondeu e eu sabia que ela estava
acordada o suficiente, me dando consentimento para
fazer isso com ela.
Para ela.
— Bom, agora fique quieta porque isso vai ser um
choque para essa sua mente sonolenta, doçura. — O
som presunçoso em minha voz me deixou ainda mais
orgulhoso. Eu massageei sua bunda antes de separá-
las. Então eu chupei meus dedos e me certifiquei de
que sua bunda estava bem molhada. Embora algo me
dissesse que minha mulher adoraria a sensação da
queimadura que estava por vir.
Lentamente, experimentalmente, coloquei a
ponta do bastão de vela em sua bunda e ela engasgou,
seu corpo reagiu tentando atirar para frente, mas eu a
segurei firme com meu peso.
— Que porra é essa? — Ela gritou, então ofegou
e um pequeno gemido de prazer escapou.
— Confie em mim, — eu disse asperamente,
grosso e pesado com luxúria. — Apenas confie em
mim.
Eu podia sentir isso quando seus dedos dos pés se
curvaram e suas pernas se esticaram. Enquanto sua
respiração se tornava sensual e ela relaxou na cama.
Eu vi quando suas costas arquearam e seus dedos
finos agarraram os lençóis e sua cabeça rolou para o
lado, seus olhos fechados de prazer enquanto ela se
encostava na cama.
Porra, minha mulher é quente.
— Você pode sentir isso, baby?
— Hmm-mm, — ela cantarolou. — O que é isso?
O sono era a melhor hora para mostrar a uma
mulher como sentir tudo o que a sexualidade tinha a
oferecer. Era o único momento que sua mente estaria
tão relaxada que ela estaria disposta a tentar qualquer
coisa. Quando sua cabeça lhe dizia que ela poderia
conquistar o mundo e nada poderia machucá-la.
O medo se foi.
A luxúria era imensa e meu pau doía para afundar
as bolas naquela boceta pronta e esperando.
— É uma vela. Vou acender o fim, e não importa
o que eu faça com você, você não pode gozar até que a
chama se apague, — eu disse enquanto lambia a parte
de trás de seu ombro e ela estremeceu em choque, os
olhos dela se abriram e me procuraram.
— O que? — Ela estava mais alerta agora, mas
ainda cheia da névoa com a qual eu poderia brincar. —
Jesus, — ela se apressou, e sua respiração era pesada
e crua, pois soava áspera quando foi dissipada de sua
garganta.
— Ele não está conosco, querida. Mas o diabo
com certeza está.
— Você é doente, — ela respirava com uma
excitação rouca. — Muito doente. Então, por que é tão
fodidamente bom?
— Porque você está deixando rolar. Você está
pronta, Soul Raiser? — Eu alisei um dedo em sua
espinha e ela resistiu, sua bunda estava empinada
para fora no ar enquanto ela se levantava sobre os
joelhos.
Perfeito.
Segurei seus quadris com tanta força que sabia
que alguns hematomas apareceriam. O pensamento
dela coberta com as minhas marcas deixou meu pau
incrivelmente duro. — Fique de joelhos, baby, eu
preciso chegar ao prato principal.
Então eu torci, deitei de costas e deslizei entre
suas coxas sedosas. — Isso aqui, isso é amor. E estou
prestes a me afogar nele, — eu rosnei, logo antes de
cegamente acender o pavio da vela, em seguida, olhei
de volta para Ophelia, que agora estava acima de mim,
estilo cachorrinho e com um olhar de luxúria
soprando dos seus olhos tão arregalados, eu me
perguntei como eles jamais dilatariam. — Lembre-se,
não goze até que você possa sentir a queimadura,
querida. Seja minha boa menina, faça o que estou
dizendo e você será recompensada.
Então eu ataquei. Lambi e provoquei, tudo até
que ela estava gritando e se contorcendo em cima de
mim. Montando meu rosto e cortando meu
suprimento de ar. Ela foi descarada em pegar o que
precisava e eu fui brutal em esconder isso dela. Eu
recuei e belisquei seu clitóris, ela gritou e bateu as
mãos ao lado da minha cabeça em frustração. Então
comecei tudo de novo, circulando onde ela mais
precisava de mim, levando-a a um estado sem sentido,
confuso sobre o que ela mais precisava.
Sobre onde ela mais precisava de mim.
O lado plano da minha língua a acariciou,
lambendo seu clitóris escondido entre sua boceta, e só
deu a ela o suficiente para gritar novamente,
implorando, gritando que ela precisava de mais. —
Porra, porra, porra! Não posso! Eu preciso de mais, eu
preciso de mais! Mais fundo, baby, eu preciso de você
mais fundo! — Sua cabeça estava jogada para trás, o
rosto contorcido em êxtase, as costas arqueadas e nem
um pouco de preocupação sobre como ela poderia
aparecer para mim enquanto meus olhos queimavam
em cada parte dela que eu podia ver. Eu saboreei,
permiti que deslizasse sob esta minha estranha pele
enquanto a usava de uma forma que a levava a perder
o controle total e respeitar os seus limites.
— Você me transforma em uma vagabunda
despudorada, Blake. Você me faz precisar! — Ela
gritou em um tom agudo que saiu ofegante. O ritmo
mudou e ela tentou pular no meu rosto, em busca dos
dedos que a atormentavam.
Garota safada.
Eu parei, puxei minha língua e meus dedos para
longe antes de beliscar seu clitóris e bater em sua
bunda, fazendo-a sibilar. Eu podia sentir a
queimadura correr por ela e direto para mim. — Você
quer que eu implore? — Ela gemeu. — Quer que eu
seja sua boa menina? Qualquer coisa, eu faria
qualquer coisa. Apenas deixe-me gozar, Blake, por
favor, apenas deixe-me gozar! — A carência dentro
dela era como uma bomba para o meu pau e eu cresci
em centímetros ao som de seu desespero.
Eu precisava dela.
Eu precisava atormentá-la tanto quanto precisava
estar profundamente dentro dela.
Eu precisava dela ao meu lado, mais do que eu
precisava de qualquer outra coisa. Nesse momento,
percebi que precisava dela mais do que de qualquer
outra coisa.
— Você acha que poderia lidar com ser minha boa
menina e minha putinha imunda, Ophelia? Você acha
que pode lidar comigo no meu pior, com qualquer lado
sombrio de mim mesmo que eu queira mostrar a você?
— Eu murmurei, minha respiração fria contra seu
núcleo quente e choroso.
— Sim! — Ela respondeu.
— Você estará ao meu lado quando eu tirar outra
vida, Soul Raiser? Por sua própria escolha?
— Sim! Sim, Blake. Porra, sim. Ok? Eu prometo.
Eu estarei lá, vou ver tudo. Eu serei sua vadia boa e
imunda se você apenas me fizer gozar!
Agora ela estava frenética, tão perto da beira de
um acidente tão brutal de seu alto, ela acabaria
voltando ao sono antes que eu estivesse pronto. Eu
persisti e me agarrei ao seu núcleo enquanto afundava
três dedos dentro de sua boceta apertada sem aviso
prévio. Um grito cru saiu de sua garganta enquanto
uma lágrima solitária caiu em minha bochecha com
um respingo de sua satisfação depravada.
— Blake! — Ela gritou, o som fodidamente
musical quando ela encontrou seu conforto e começou
a pular novamente. — Estou tão cheia que queima!
Querido, isso queima. É tão bom, tão errado. Por que
é tão bom quando isso é tão sujo e errado? — Ela
murmurou incoerentemente, uma bagunça total em
seu prazer e eu prosperei no estado em que ela estava.
Eu a puxei ao mesmo tempo que puxei a vela de sua
bunda, levantei meus ombros e nos virei.
Ela pousou com um baque no colchão e em um
movimento rápido a vela estava do outro lado da sala,
minha posição mais precisa enquanto eu devorava sua
boceta e a fazia gozar simultaneamente com minhas
ações. Ela estava no meio de um suspiro quando a
atingiu. Quando seu corpo a traiu e trancou com tanta
força, pensei que ela quebraria um osso. Sólida como
uma rocha, ela convulsionou quando a onda de
excitação a percorreu como uma onda implacável de
um tsunami.
No auge de sua euforia, subi em seu corpo e tirei
minha calça jeans com um pensamento em mente. Em
um golpe selvagem de meus quadris, eu estava dentro
dela. Minha cabeça pendia pesada enquanto eu gemia
em seu ombro. Formigamentos consumiram todo o
meu corpo enquanto eu precisava de um momento
para me acalmar. Para respirar e não perder o controle
total do momento de ternura.
Eu nunca havia sentido nada tão
instantaneamente eufórico.
Como tinta na água, espalhou-se por mim mais
rápido do que pensava, pois eu estava tão perto da
borda que o precipício estava mostrando sua língua
desagradável para mim. Eu desliguei todos os meus
pensamentos, então recuei, e voltei metendo nela com
força.
Selvagem, brutal, fodidamente cru. Eu dei a ela
tudo de mim. Eu dei a ela o meu pior. Envolvi minha
mão em torno de sua garganta até que seus olhos
rolaram para trás em seu crânio. Os brancos leitosos
de euforia olharam de volta para mim enquanto eu
puxava seu corpo para outro orgasmo e jogava nós
dois sobre a borda. — Boas garotas que seguem
ordens são recompensadas com um bom pau, Soul
Raiser, — eu sussurrei em seu ouvido enquanto a
enchia tão completamente que estava escrevendo meu
nome em seu ventre.
Desta vez, ela gritou.
Nosso grito de prazer compartilhado deve ter
acordado todo o bairro dela.
Inferno, acho que podemos até ter acordado os
mortos.
— Boa menina, querida. Essa é a minha boa, boa
garota safada por vir atrás de mim como minha boa
putinha.
Capítulo 10

Ophelia
Control – Halsey

— Sua atenção e cuidado posterior são uma


grande contradição com sua personalidade fodida, —
eu murmurei enquanto Blake me limpava mais uma
vez. Eu não sabia o que deu em mim, mas não havia
como voltar atrás agora. Eu literalmente deixei meu
corpo e dancei com as estrelas.
É o que é, eu imaginei.
Eu era dele enquanto ele estivesse aqui e eu estava
lutando contra isso.
Eu gostei de ser mau. De me sentir suja e
depravada. De ser elogiada, gostei de tudo.
Ele era meu e eu lutaria como uma cadela feroz se
alguém tentasse tirá-lo de mim.
Ele substituiu toda a minha apreensão por
emoção e agora, eu só queria tudo o que ele estava
disposto a me dar. Ele tirou todas as minhas
preocupações. Com ele sendo tão fodido, isso me deu
mais espaço para ser menos do que perfeita neste
mundo mais do que perfeito e eu sabia que era isso
que mais me atraía nesse homem muito, muito mau.
Ele me pegou, me amarrou e rastejou para dentro
da minha cabeça.
Agora, não havia como escapar dele.
Ele morava lá sem pagar aluguel.
— Eu cuido das minhas coisas, meu amor, e é
melhor você acreditar que você é minha. Cada parte
pecaminosa deste corpo trabalhado a partir das artes,
— ele meditou lentamente, paralisado enquanto
corria um dedo pelas minhas costelas, sob a curva do
meu peito e entre o meu esterno, para colocar a mão
sobre o meu coração. — Mesmo a escuridão que
habita aqui. Eu vejo isso, a curiosidade, a depravação.
Aceito porque é meu.
Soltei um suspiro e ri desconfortavelmente. —
Você vê demais, — eu meio que brinquei, extasiada
por uma forte excitação que ainda estava vazando do
meu corpo.
— Eu vejo tudo, — ele rebateu. — Como eu disse,
a noite é uma criança e tenho uma lista de mortes para
nós.
Tive a sensação de que ele me salvaria da queda
que viesse a seguir. Eu me entreguei a ele de todas as
formas possíveis e agora estava seguindo seu exemplo,
sem fazer perguntas. Eu o seguiria até o penhasco se
ele me pedisse também. Afinal, isso é muito melhor do
que viver sem nunca ter vivido. Porque é isso que
fazemos, vamos dia a dia sem nunca ter parado para
nos perguntar qual foi o catalisador daquele dia. O que
faz nossos corações dispararem, nossas mentes se
acalmarem e nossas mãos suarem? — Ok.
— Ok? — Ele repetiu com uma sobrancelha
erguida como se não acreditasse em mim. — Nenhum
protesto?
— Eu ganharia se houvesse? — Eu contra-
ataquei.
— Você ganharia contra um serial killer que você
trouxe de volta dos mortos e sonha em matar com você
tanto quanto ele sonha em foder você sem sentido?—
Ele perguntou enquanto olhava para o nada como se
estivesse realmente pensando sobre isso antes de
encolher os ombros e se virar para mim. — Porra, não.
Revirei os olhos e sorri. — Bem, há uma falha
nesse plano, serial killer espertão.
Ambas as sobrancelhas desapareceram sob a
linha do cabelo. — Ah, sim, e o que é?
— Não sinto minhas pernas e minha bunda tá
queimando. — Eu ri quando envolvi minhas pernas
em torno dele e puxei-o para perto. Minhas mãos
percorreram os músculos definidos de suas costas
nuas e bronzeadas. Ele era um maldito deus.
Cinzelado à perfeição. Cada curva e definição era
esculpida da maneira certa e minha boca encheu de
água ao senti-lo contra mim.
— Eu posso beijar onde tá doendo? — Ele
ofereceu com um sorriso arrogante.
— Calma aí garotão. Foi isso que nos colocou
nessa confusão. Inclinei-me para a frente e mordi seu
lábio inferior, puxando-o para dentro da minha boca
antes de morder e tirar sangue. Ao mesmo tempo,
cravei minhas unhas para desenhar linhas artísticas
de seda carmesim em seus ombros.
— Eu tenho outra confissão, — eu sussurrei
docemente, sensual. — Eu também gosto que seja
rude. Adicionar sangue à mistura? Eu irei atrás de
você apenas pelo gosto.
Ele olhou para mim com os olhos estreitados e um
pequeno levantamento no canto dos lábios. Ele sibilou
e eu soltei o lábio inferior com um estalo.
— É mesmo?
— Ahammm, — eu meditei sonhadoramente,
absorvendo tudo diante de mim com olhos que ardiam
por ele em um desejo que poderia derrubar toda a
terra ao nosso redor.
Eu quase podia ouvir o desmoronar dela agora.
— Prove, — ele ousou, enquanto eu trancava
minhas pernas nas costas dele e nos virava para que
ele ficasse embaixo de mim.
Enfiei a mão na gaveta da cabeceira e tirei o
canivete que guardava lá por segurança e, em seguida,
abaixei-me no chão para pegar a vela. Ele segurou
meus quadris para me impedir de cair. Pegando seu
isqueiro, acendi o pedaço que restava do pavio e sorri
para ele. — Lide comigo se puder. — Eu ousei
retribuir quando comecei a deixar cair a cera quente
sobre seu peito nu. Ele sibilou e gemeu, sua primeira
reação foi se enrolar em si mesmo, mas depois de um
momento, ele resistiu e se deitou com uma provocação
em seus olhos escuros. Um olhar feroz em seu rosto
enquanto ele cerrava os dentes com tanta força que eu
podia ouvir a fragilidade deles do meu trono em seu
colo.
— Soul Raiser, — ele rosnou, as narinas dilatadas
e o rosto sombrio e feroz.
— Sim, baby. Você queria que eu provasse, então
eu vou provar, — eu sussurrei de volta em uma
sedução baixa. — Pulso, por favor.
Ele trouxe para mim timidamente, e eu fiz um
pequeno corte na carne macia que se abriu como
manteiga e sangrou tão lindamente para mim. Então
abaixei a mão e o queimei com a cera para que o calor
fosse mais intenso. A cera vermelha endureceu em sua
carne, cobrindo a extensão em lágrimas vermelhas
que endurecem contra mim, e cada gemido e silvo que
rasgou de sua garganta fez meu clitóris pulsar e minha
boceta apertada vibrar. Então eu trouxe seu pulso para
minha boca e lambi uma linha de sangue de sua ferida
enquanto meu corpo inteiro detonava como uma
explosão e me balançava até minha boceta. Eu gemi e
gritei para o quarto enquanto estremecia e me
contorcia sobre ele pela crueza do orgasmo depois de
tantos outros tenros.
— Eu serei amaldiçoado, — ele sussurrou em
aprovação sexy. — Minha linda psicopata. Acho que a
água benta falhou com nós dois, hein? — Essa risada
sombria só aumentou a excitação que eu estava
vazando em cima dele.
Eu abri meus olhos ferozes e olhei para ele com a
luxúria me consumindo. Queimava tão fodidamente
quente. — Hmm... hmm... — Foi tudo o que consegui
fazer enquanto descia do meu ponto alto.
— Minha sedutora sedenta de sangue. Vamos
pintar a cidade de vermelho, querida. Encontrei
alguns filhos da puta de verdade que acho que você vai
adorar me ver matar.
O engraçado foi...
Eu não temia mais se ele poderia estar certo.
Capítulo 11

Blake
Venom – Icon For Hire

Enquanto caminhávamos pela rua, fiquei


maravilhado com todas as decorações de Halloween.
De uma propriedade para outra, os mortos estavam
em todos os lugares. Se as pessoas soubessem que em
uma noite tão profana os mortos caminhavam ao lado
deles. Se observassem de perto, veriam as sombras
crescerem e dançarem, girando na noite, finalmente
livres para brincar no parquinho do diabo.
Oh, foi uma noite perversa, tudo bem, e isso foi
lindo pra caralho.
Todos pensavam que o próprio Halloween era a
noite a temer.
Como estavam errados.
Era a hora das bruxas que deveria instalar o terror
em seus corações.
— Onde estamos indo? — Ophelia sussurrou ao
meu lado. Eu olhei de soslaio para ela, algo sinistro em
meu olhar enquanto eu sorria cruelmente para sua
leveza e voz suave.
— Bem, Soul Raiser, estou disposto a apostar que
quando você pesquisou meu nome no Google, você
também leu como eu morri.
Ela parou, os olhos vazios rolando para encontrar
os meus quando a resposta finalmente ocorreu a ela.
— Você vai matar o policial? Aquele que matou você?
— Ela perguntou lentamente, intrigada.
Eu não a culpei.
Este não seria fácil.
Mas com certeza seria emocionante.
— Claro que sim, querida.
— M...mas...— ela gaguejou.
— Mas o que, meu amor?
— Ele está na prisão. — O olhar em seu rosto
angelical era cômico.
As pupilas estavam dilatadas, um leve tom
escarlate em suas bochechas lisas, e aqueles malditos
lábios perfeitos fizeram beicinho lindamente em
estado de choque.
Meu pau doía para estar entre eles novamente.
— E? — Eu provoquei.
— E, como diabos vamos entrar lá? Isso é como o
cordeiro acordando de madrugada e dizendo 'ei,
fazendeiro, não precisa de escolta. Vou passar por
aqui e me levar para o matadouro', — ela falava
histericamente. O sussurro feroz de sua voz era um
trovão na calada da noite.
Eu ri, com as narinas dilatadas enquanto tentava
conter a risada escandalosa que queria sair da minha
garganta.
Minha criadora de almas era tão cativante quanto
deslumbrante.
— Mas essa é a graça, não é?
— Querido, você está morto. Eu seria presa e
internada em alguma enfermaria psicótica pela merda
distorcida que você está prestes a fazer. Por mais que
eu esteja disposta a passar uma noite brincando com
o pecado assassino, não vou ser tão tola e não vou
levar a culpa por um crime que não estou cometendo...
Bem, não estou cometendo ativamente. — Ela franziu
a testa enquanto pensava sobre essas palavras.
Meu rosto ficou frio e sério, enquanto eu
caminhava em direção a ela. Ela engoliu em seco, sua
garganta trabalhando enquanto seu corpo inteiro
ficava tenso. Enquanto eu a perseguia, um predador
com sua linda presa, lentamente levantei minha mão
para remover uma mecha solta de seu cabelo e
coloquei atrás de sua orelha. — Não me insulte, meu
amor. Eu nunca permitiria que nada te machucasse. —
A casca áspera da minha voz era profunda, crua e caiu
doze oitavas enquanto o vento ao nosso redor se
transformava em gelo.
O ar ficou mais denso e, apesar de minhas
palavras encorajadoras, o sentimento de malícia para
com eles era evidente. Eu não gostava de ser
questionado e com certeza não gostava que minha
mulher pensasse que eu permitiria que qualquer coisa
nessa merda de mancha chamada mundo a
machucasse.
Eu queimaria todo este planeta e a levaria comigo
antes que isso acontecesse.
Ela limpou a garganta e eu tirei minha mão de sua
bochecha, deixei-a cair em seu pescoço e acariciei a
carne macia ali antes de pegá-la gentilmente. Quando
seus olhos tremeram, fechei meu aperto e puxei-a para
mim, pressionando sua traqueia. Ela choramingou, e
um gemido abafado sussurrou em seus lábios
enquanto sua excitação flutuava no ar com meu
domínio sobre ela.
— Você confia em mim, Soul Raiser? Eu pensaria
com muito cuidado sobre essa resposta, doçura.
Ela assentiu e eu sabia exatamente o que ela
estava fazendo, como sua boceta quicando no meu
pau, ela enfiando a garganta na palma da minha mão
pela mesma sensação da pressão que ela perseguia. —
Boa menina. Agora venha aqui. Eu a puxei para mim
com mais força, meus lábios fundidos com os dela.
Áspero e cru, eu a fiz sentir cada parte de mim.
Aqui, envolto na escuridão, cercado pelas
decorações dos mortos, reivindiquei os lábios mais
sedosos que já senti. Um circuito de sacos de lixo
brancos, montados para parecerem garotinhas
dançando em vestidos esvoaçantes, formou um
círculo como um carrossel, começou a gritar e cantar
uma canção de ninar de som muito distorcido.
Você é meu vício.
Tonto desde que cortei seus lábios
Bem-vindo à véspera de Todos os Santos
Nós vamos roubar toda a sua magia
Cinzas às cinzas, faca ao osso
Não bata aqui, o Candyman está em casa.
Pronto para comer e devorar, aquela porra de
alma gloriosa.
A gargalhada que se seguiu a essa melodia
arrepiante me fez franzir a testa. Eu sabia que as
pessoas gostavam de ganhar o fator assustador no
Halloween, mas que porra foi essa?
— Porra, — Ophelia exclamou enquanto se
afastava de medo. — Jesus. Essa é a coisa mais foda
que eu já ouvi. As crianças passam por aqui, pelo amor
de Deus. O que eles estão fazendo ameaçando cortar
seus lábios e comer suas almas?
Não poderia dizer que discordava de seu processo
de pensamento. Com um encolher de ombros, virei-
me para encará-la. — Espere aqui. — Então caminhei
em direção à casa pela porta da garagem.
Quando ressurgi, foi com um golpe de sorte. Uma
lata de gasolina em uma mão, uma caixa de fósforos
na outra e um sorriso bobo no rosto. Eu me arrastei de
volta para uma Ophelia de aparência presunçosa. —
Não é a pior ideia que você teve esta noite. — Ela riu.
— Quer fazer as honras? — Eu perguntei,
imaginando o quão longe minha mão de corrupção a
trouxe. Ela me encarou por um momento e, como não
respondeu, comecei a encharcar o display com
gasolina. Quando terminei e as coisas estranhas
pareciam ratos afogados, acendi um fósforo e segurei-
o diante de mim. Uma mão delicada envolveu meu
pulso e eu olhei para baixo para ver Ophelia parada ao
meu lado, olhando para tudo, e eu sabia que era uma
aceitação silenciosa.
Faríamos isso juntos.
Eu não pressionaria por mais.
Então, como um só, jogamos o fósforo e nos
afastamos enquanto o gramado inteiro pegava fogo.
Meus olhos escuros dançaram com o tom de fogo
laranja e azul. O calor lambeu minha pele fria e eu
sorri enquanto estávamos sobre as ruínas. O fogo era
uma coisa tão bonita.
Mortal também. Um pouco como a minha Soul
Raiser.
Acho que posso até dizer: um pouco como minha
paixão por ela também.
Porque queimar uma vitrine de merda de
Halloween era o mínimo que eu faria quando algo a
desagradasse.
Um grito estridente veio da direção da casa e nós
dois nos viramos para ela. O pânico começou a rastejar
em suas deslumbrantes esmeraldas e eu coloquei
minhas mãos em seus quadris e a puxei de volta para
mim.
— Temos que garantir que o fogo não se espalhe,
— ela sussurrou.
— Glen! — Uma mulher gritou. — Glen, acorde,
sinto cheiro de fumaça! — Então houve uma comoção
e passos altos puderam ser ouvidos trovejando em
direção à porta.
— Eu acho que eles estão seguros, meu amor, —
murmurei em seu ouvido e me deliciei com o arrepio
que deslizou por sua espinha.
— Devemos correr, — ela ronronou.
Aparentemente, o fogo também a deixou quente em
outras áreas e eu estava mais do que feliz em ajudar a
conter o fogo que se formou em seu núcleo bem diante
dos meus olhos.
— Calma, eu acho que já estamos seguros. — Eu
sorri quando a segurei mais perto e permiti que a
escuridão nos escondesse, roubando-nos do espaço e
do tempo enquanto nos cuspia no Valley Of The
Corrupt. Ophelia tropeçou em meus braços,
desorientada e adorei saber que ainda poderia
surpreendê-la.
— Que porra é essa? — Ela falou lentamente,
sonolenta, enquanto girava em um círculo. Ela
estremeceu como se alguém tivesse acabado de passar
por cima de seu túmulo e eu sorri ainda mais. — Onde
estamos? Como chegamos aqui?
— Do lado de fora da prisão, querida. E eu estou
morto, lembra? Eu tenho dons especiais. — Eu
pisquei e ela franziu a testa, as sobrancelhas franzidas
com um olhar que poderia queimar.
— Algum outro truque na manga? Quero dizer,
além de se tele transportar e atravessar malditas
portas. — O grito foi baixo, mas eu poderia dizer que
seu choque estava diminuindo.
— Eu não diria agora, não é? Fique por aqui para
descobrir o que vem a seguir. — Quando eu pisquei
para ela novamente, ela bufou e revirou os olhos, o que
me fez rir.
Ela se endireitou, olhou para a prisão à distância
perdida nas nuvens malignas da escuridão, então se
virou para me encarar com recusa em seu rosto. — De
jeito nenhum. Você não vai fazer aquela coisa
fantasmagórica estranha comigo de novo. De jeito
nenhum. E em uma prisão? Você é louco? Seríamos
pegos! — Ela se agitou, frustrada com meu plano, e
quando meu rosto ficou firme, ela jogou a cabeça para
trás e zombou. — Sim, eu confio em você. Não, eu não
quero vomitar, — ela acrescentou e eu grunhi em
diversão. — Você não pode simplesmente... eu não sei.
Tipo, trazê-lo aqui? — Suas sobrancelhas dançaram
enquanto ela franzia o rosto.
— Eu poderia, mas seria chato. Eu não faço nada
chato. Eu faço coisas emocionante. Além disso... — Eu
andei em direção a ela, minhas feições eram as feições
da morte vindo para reivindicar sua alma, então enfiei
minha mão em seus cabelos escuros no topo de sua
cabeça e puxei para trás enquanto eu murmurava, —
Eu vou matar qualquer um que implorar. Vou pintar a
cena com minha arte perversa e depois vou te foder
com meu lindo carmesim, querida. E quando eu fizer
tudo isso…— Eu me inclinei um pouco para frente,
meus lábios roçaram os dela e ela estremeceu em
antecipação. — Vai estar longe de ser chato pra
caralho. — Então eu a soltei e me afastei, permitindo
que ela ofegasse atrás de mim em doce desespero.
Capítulo 12

Ophelia
High - Zella Day

Aqui estava um tom de vermelho infernal no céu


assustador acima de nós. Os tons deslumbrantes se
entrelaçaram em uma mistura sinistra e tive a emoção
de um tipo mortal de excitação correndo pela minha
espinha. Era impressionante, magnífico até, pois
exalava uma sensação assustadora e oca para a
trepidação que o cercava. Dado o tempo, não deve
haver nada além de escuridão acima de nós. Os tons
vermelhos, um aceno do homem lá embaixo, eu
imaginei. A prisão estava escura, escondida em uma
noite assustadora e silenciosa ao longe. Meu coração
batia brutalmente em meu peito enquanto os nervos
em meu estômago vibravam como as asas selvagens
de um corvo.
Eu estava apavorada.
O que ele me pediu para fazer excedeu minha cota
de diversão ingênua e sedenta de sangue.
Fechei os olhos e encarei o chão. Enquanto
lambia meus lábios, tentei acalmar o zumbido que era
feroz dentro de meus ouvidos. A batida do meu pulso
que martelava sob a minha pele. Mas nada do que eu
estava fazendo funcionou. O mundo ao meu redor
começou a desaparecer quando meu ataque de pânico
me envolveu em seu casulo. Blake deu um passo à
frente e passou os braços em volta de mim. No
segundo em que sua pele tocou a minha, a casca dura
que estava me envolvendo se dissipou, retraída pelo
gelo de seu toque e eu pude finalmente respirar
novamente.
— Respire, Soul Raiser, — ele sussurrou e a
vibração áspera de seu tom tremeu no lado da minha
garganta. — Você está comigo.
A tontura fez meus olhos nadarem e meu
estômago revirar, mas finalmente pude ver o que
estava à minha frente. Blake se moveu para a minha
frente, uma carícia suave ao longo da minha nuca
enquanto ele massageava a dor da minha
preocupação.
— Eu prometo, você vai adorar isso assim que
sairmos de lá sem sermos vistos. A emoção, querida?
É uma maldita corrida que você vai começar a desejar,
— ele disse, um sorriso perverso de alegria retorcida
em seus lábios grossos.
— Acho que estou começando a desejar um
homem morto, — sussurrei ao vento, esperando que
a brisa o engolisse inteiro.
Mas ele me ouviu. Porque ele ouve tudo.
— Bom, porque eu não tenho nenhuma intenção
de deixar você ir.
Essas palavras deveriam ter me assustado.
Se eu estivesse prestando atenção em vez de me
afogar em seu olhar sombrio e angustiante, eu estaria.
— Preparada? — Ele perguntou e eu balancei a
cabeça enquanto eu soltava uma respiração profunda
e o segurava como refém dentro de meus pulmões.
Eu o abracei e ele me consumiu, movendo-me
através das fibras do tempo e quando a escuridão
recuou, eu estava atrás de barras de ferro retorcidas
enquanto olhava de volta para a prisão por dentro.
Olhei para as muitas fileiras de celas, empilhadas
como uma montanha alta.
Nuvens sujas tingidas em uma sombra escura e
marrom se ergueram do chão e eu recuei ao ver como
parecia assombrado. Como eu esperava que fosse uma
prisão, eu não sabia. Mas um direto de um maldito
filme de terror não era.
— Qual é o problema, querida? Não é o que você
esperava? — Ele sussurrou e eu estremeci quando sua
respiração fria fez cócegas contra a curva da minha
garganta.
— De jeito nenhum, — eu murmurei de volta,
meu sussurro tão baixo quanto o dele.
A cela em que estávamos ficava em um nível alto,
a área comum abaixo perdida em um abismo. O
silêncio era assustador, nenhum prisioneiro estava
acordado e isso parecia mais assustador do que o fato
de eu estar cercada pelo pior do pior da sociedade
humana. O Valley Of The Corrupt era uma prisão de
segurança máxima acerca de trezentos quilômetros de
Black Wood, em Hallows Point. A prisão mais próxima
de nós e a única que abrigou os seres humanos mais
vis, malévolos e diabólicos que já caminharam nesta
terra.
Eu limpei minha garganta para afastar o mal-
estar quando uma respiração soou atrás de mim e eu
pulei para fora da minha pele. Blake pressionou
minhas costas contra seu peito enquanto curvava a
palma da mão sobre minha boca para abafar meu
grito. Um homem, descuidado, grande em tamanho
com uma barriga arredondada deitado de costas com
uma perna pendurada na cama de armação de metal,
roncando para os malditos leões com o som que
estalava por toda a cela, dormindo sem qualquer
indício de que estávamos aqui demorando acima dele.
Porra, meu coração acabou de fugir.
Provavelmente de volta para encontrar a porra da
minha sanidade.
Eu arfava, meus ombros subiam a cada respiração
irregular. Então eu convulsionei enquanto tremia em
seu aperto firme quando sua outra mão arrastou do
meu peito e colocou em minha boceta. — Que tal, meu
amor? — Ele murmurou, enquanto flexionava seu
aperto e segurava minha boceta aquecida. — Você tem
sido uma garotinha tão boa seguindo todas as minhas
ordens. Você acha que poderia seguir mais uma? —
Eu tremia, a excitação cravada em minhas veias
enquanto minha pele esquentava ao toque como um
inferno. — Responda-me, Soul Raiser. — Eu balancei
a cabeça, cantarolando sim em sua palma. — Bom,
então fique quieta. — Ele tirou a mão e a envolveu em
volta do meu pescoço, a outra mão mergulhando sob
a cintura da minha calça.
Primeiro, ele contornou onde eu mais precisava
dele.
Onde eu mais sofria por ele.
Em seguida, arrastou uma carícia suave na parte
superior da minha coxa e eu me contorci e quase corri
para o outro lado da cela, a fim de escapar da sensação
avassaladora para os meus sentidos. Ele me puxou de
volta para ele com a palma da mão na minha pélvis e
eu tentei ao máximo me acomodar em seu toque
estelar. Um gemido rastejou no fundo da minha
garganta e eu tive que me contentar em liberá-lo
dentro das paredes da minha mente. Minha cabeça
pendeu em seu ombro e uma nuvem de
contentamento caiu ao meu redor.
Ele cantarolava em meu ouvido e eu podia jurar
que soava como...
Nós vamos matar esta noite.
Luar, brilho de sangue.
Nós vamos matar esta noite.
Foder, foder, foder durante toda a noite.
Minhas sobrancelhas atingiram a linha do cabelo
com a falta de neurônios na cabeça desse homem. —
Você é louco, não é? — Eu sussurrei em perplexidade.
— É seu hino da morte?
— Certamente que sim, com certeza. Agora fique
quietinha, — ele murmurou assim que um toque
quase imperceptível deslizou pelas minhas dobras e eu
tremi em seus braços. Estava em meus lábios implorar
a ele, implorar que me desse mais.
Eu sabia o que ele queria, sabia o que ele
precisava e era submissão total.
Eu simplesmente não estava com vontade de dar
a ele.
Eu queria me sentir tão forte e iria forçá-lo a me
dar isso.
— Blake, — eu murmurei em um tom sensual que
o deixou tenso atrás de mim. — Dá para mim, ou eu
darei para mim mesma. — Com ele, senti como se
tivesse encontrado minha voz. Eu estava mais aberta,
mais em contato com minhas necessidades e até
ousada o suficiente para exigi-las.
Sua mão apertou ameaçadoramente em volta da
minha garganta e eu sorri, esfregando minha bunda
de volta em sua virilha, a espessura ali era um
incentivo para balançar ainda mais forte. — Isso não
é ficar quietinha agora, é? Você quer que esse filho da
puta nojento e vil acorde e me veja fazer essas coisas
sujas e pecaminosas com você e a sua bocetinha,
amor? — Ele rosnou e o pensamento dele ficando com
raiva que eu poderia dizer sim para isso foi uma
grande excitação. — Porque eu garanto a você, eu
queimaria os olhos dele primeiro. — Eu gemi, meu
coração frenético e minha boceta encharcada. — Seus
ouvidos seriam os próximos. — Eu nunca tive tempo
de me preparar, de processar, antes que a provocação
parasse e ele enfiasse três dedos grossos e habilidosos
dentro de mim. Assim que eu engasguei, ele colocou a
mão sobre minha boca mais uma vez e capturou meus
sons libertinos com sua palma pesada. — Porque até
os seus sons são meus, Soul Raiser.
Porra, acho que minha alma acabou de sair do
meu corpo.
A penetração era o que eu precisava. O que eu
desejava e quando ele me deu, tudo o mais veio à tona.
Este homem, esta criatura além do véu da vida era
uma entidade que prosperava em minhas veias. Eu
podia senti-lo em todos os lugares, uma droga que
derretia minhas inibições e afastava meus
pensamentos tortuosos. Com Blake, não havia linha a
pé de uma sociedade normal, não havia dor em meu
coração em outro dia terrível amanhecendo.
Ele me deu um propósito.
Ele me deu luxúria e agora, ele me deu o desejo
irresistível de gozar.
Assim como esta prisão, minha mente estava
quieta e eu senti como se estivesse flutuando em águas
tranquilas, o frescor contra minha pele. — Faça isso,
— eu murmurei enquanto me flexionava, balançando
minha boceta contra seus dedos grossos enquanto
meu clitóris procurava por sua palma. — Me faça
sentir sua, baby. Dê-me o gosto da morte.
— Paciência, meu amor, — ele murmurou em
meu ouvido. — Só boas garotas podem gozar. — Então
ele puxou e me girou. — Só boas garotas pegam esse
pau também.
Olhei para ele com indignação quando meu
desafio levou a melhor sobre mim. Filho da puta, tão
pecaminosamente perverso, me deixou irritada e
pronta para sentir as chamas. Eu arrastei meu dedo
hábil ao longo da minha clavícula, descendo a curva
dos meus seios e indo direto para a minha boceta. Eu
estava quente, queimando com uma necessidade que
doía. Quando encontrei meu clitóris, ele sorriu para
mim. Enquanto ele se encostava nas grades da cela,
um olhar malicioso de desvio em seu rosto, eu estreitei
meus olhos, mas continuei assim mesmo, porque
aquele era um olhar que me fazia navegar no
precipício. Enfiei meus dedos inábeis ... não
qualificados em comparação com os dele ... dentro de
mim e circulei meu clitóris com a outra mão. Eu gemi
e balancei, minha pele em chamas pela excitação que
me fez precisar gritar minha libertação. Porra, eu
nunca precisei tanto gritar quanto precisava gritar
agora. Os momentos de nosso tempo depravado
juntos pareciam uma apresentação de slides em
minha mente enquanto me fodeu com força. Minha
mente estava um tumulto e minha libido era uma
fanfarrona tentando me jogar de costas como uma
vaqueira.
Mas eu não podia.
Não há como eu gritar pelos animais ao nosso
redor.
Os monstros que eu podia sentir pairando nas
sombras.
Em vez disso, mordi o lábio e fechei os olhos com
força. Porque eu estava lá, pronta para mergulhar de
cabeça naquele penhasco e na emoção de que Blake
estava assistindo, que o homem que dormia a poucos
metros de nós nunca saberia, tudo tinha o doce sabor
da salvação em minha boca.
Minha boceta apertou e vibrou e o gemido sensual
cresceu em minha garganta, então, de repente, tudo se
foi.
Meus dedos, minha palma. O pico que gritava
para que eu voltasse e saltasse aquela última colina
para o êxtase. Minhas costas estavam contra uma
parede de cimento frio, meus braços presos acima da
minha cabeça e meus pulsos presos em uma mão
grande. Lágrimas brotaram em meus olhos e a
vontade de gritar era muito mais forte, um soluço
borbulhou, e assim que eu permiti que escapasse,
aquela maldita mão... aquela que agora cheirava
fortemente a minha excitação ... estava de volta sobre
minha boca, capturando meus sons mais uma vez.
— Cuidado agora, meu amor. Homens mortos
não sabem brincar. Você gozará ... oh, como você irá
gozar docemente para mim ... assim que aprender a
ser minha boa menina novamente. Siga minhas
ordens. Você entende isso, meu amor? Que seu prazer
é meu? — Blake raspou contra meus lábios e a frieza
de sua respiração acariciou contra eles em uma carícia
maldita e eu estremeci. — Responda-me, doçura.
Deixe-me ouvir essas palavras.
Eu balancei a cabeça, e a primeira lágrima caiu
quando abri meus olhos para encontrar os dele. — Eu
acho... eu acho que não te odeio mais, — eu sussurrei
e esse foi meu maior pecado ... minha maior confissão
... de todas elas.
Eu estava me apaixonando por um monstro e isso
me fez querer nunca mais sentir o amor de um santo.
Eu simplesmente não podia dizer isso ainda. Eu
nunca saberia como.
— Tudo bem, querida. Os bons que são
secretamente maus normalmente o fazem. — Então
ele me beijou e um caleidoscópio de cores explodiu
atrás dos meus olhos. Eu gemi em sua boca, minha
língua duelando pelo domínio com a dele e finalmente
me submetendo ao seu poder.
Eu fui vítima do meu desejo e estaria mentindo se
ele dissesse que não me pegou perfeitamente.
— Agora, devo ressuscitar dos mortos para que
possamos nos divertir um pouco? — Ele gemeu com
moderação enquanto se afastava, sua testa
descansando contra a minha enquanto sua respiração
ficava pesada.
Eu cantarolava, mais necessitada do que nunca
para dar a ele exatamente o que ele queria, e verdade
seja dita...
Eu também queria.
Capítulo 13

Blake
Back From The Dead - Halestorm

Eu me inclinei sobre Dale Rogers. O porco de um


homem dormia como um cordeirinho diante de mim
e isso me fez torcer o lábio em desgosto. Eu ainda
podia sentir o cheiro da Ophelia. Sua excitação era
densa no ar e pela primeira vez na minha vida ... vida
de morto-vivo ... eu me encontrei querendo acabar
logo com isso. A matança não era mais tão doce
quanto o cheiro em sua pele.
O perfume que era cem por cento dela.
Esta noite deveria ser uma noite de caos e
assassinato e tudo o que meu coração assassino queria
fazer novamente era afundar as bolas profundamente
dentro de sua boceta lisa e apertada. Mesmo que ela
estivesse sendo malcriada agora. Eu precisava dela
mais do que eu precisava de controle. Eu precisava do
seu gosto, seu cheiro, a sensação da sua pele contra a
minha.
Afinal, presumi que não me restava muito tempo.
O que era normal em voltar dos mortos e quais
regras se aplicavam?
Eu rosnei. Eu não podia pensar nisso agora.
Agora, eu precisava jogar.
Peguei meu canivete e enfiei no nariz do Dale,
uma narina de cada vez, então olhei para trás, para
uma ofegante Ophelia que estava escondida nas
sombras com olhos que observavam cada movimento
meu, olhos que viam tudo. — O seu cheiro é todo meu
também, Soul Raiser. Todo meu, porra.
Quando os olhos de Dale se abriram e ele abriu a
boca para gritar, eu sorri e enfiei a lâmina em sua
garganta e o fodi com ela. — Ei, colega. Quanto tempo,
não está morto, tá? — Eu sussurrei em uma risada
sinistra e o branco de seus olhos se arregalaram, o
horror do choque fez suas pupilas murcharem. Eu
joguei minha cabeça para trás, e o riso torceu
enquanto eu prosperava naquele olhar. A confusão o
consumiu e eu brinquei com isso, jogando-o como um
violino para minha lâmina enquanto eu a pintava de
vermelho cereja.
— Você se lembra? De todas as coisas doentias
que você fez comigo? — Eu perguntei enquanto
cantarolava baixinho, porque com certeza eu
lembrava. Meus olhos escuros se voltaram para
Ophelia. — Preciso de uma ajudinha, meu amor.
Ela rondava das sombras como um anjo da morte
sensual e Dale tentou virar a cabeça, ardendo de dor,
para ver com quem eu estava falando, mas empurrei a
faca com mais força e me recusei a deixá-lo pronunciar
uma única palavra doentia e vil. — Segure seus braços,
— eu exigi. Uma vez que ela estava atrás dele, ainda
perdida na escuridão dentro desta cela mal iluminada,
eu cortei sua língua e puxei-a de sua boca podre.
Erguendo-o ao nível dos olhos, examinei-o. — Elas
parecem muito mais ásperas quando cortadas da
boca, Soul Raiser. Quer sentir isso? — Eu provoquei e
pude ouvir sua mordaça simulada através dos
sussurros da cela e ri ainda mais alto. — Justo. —
Então joguei a coisa sem valor para trás. Ele não
precisaria disso e agora, para qualquer um que
acordasse, ele soaria como uma bagunça babando.
Como uma puta sentindo a culpa de seus pecados
neste lugar, ou muito provavelmente uma puta que
precisava chorar só para terminar na palma da mão de
alguém. — Perfeito, — eu pensei enquanto me
afastava e ficava de joelhos ao lado dele. — Dois quilos
de carne para cada quilo que você tirou da minha? —
Eu questionei enquanto ele balançava a cabeça
freneticamente. O sangue escorria em rios de sua
boca. Ele agora parecia um palhaço com uma língua
de sangue pintada no queixo.
Eu cavei isso.
O septo nasal havia desaparecido, rasgado em
pedaços, então tudo o que restava era um enorme
buraco que parecia uma porta de entrada para o vazio
do Inferno, porque você não podia ver merda
nenhuma através das sombras de sangue que
jorravam dele. O filho da puta deveria ter pensado
melhor antes de ousar cheirar minha mulher.
Idiota.
— Machucou? — Ophelia perguntou no silêncio
da noite e eu retive minha atenção em trazer o braço
de Dale para longe dela para que eu pudesse cortá-lo.
Eu não estava interessado na poética esta noite. Eu só
queria sangue.
Vingança.
Paz.
Eu não olhei para ela, não precisava. Eu sabia o
que ela estava perguntando. — Não me lembro de
nada, querida.
Nada mais precisava ser dito enquanto eu cravava
minha faca e a curvava sob a superfície de sua carne.
Ele gritou, o som nada além de um gorgolejo horrível
e úmido que borbulhou de sua garganta retalhada e
respingou em meu rosto em pequenas manchas de seu
plasma. Lambi meus lábios e afastei a primeira
camada de sua pele.
— Veja, baby, consegue ver como isso pode ser
bonito? — Eu perguntei enquanto olhava para a carne
cremosa que de um lado parecia pertencer a um
vagabundo, mas ainda era um pouco brilhante e lisa.
No entanto, do outro lado, uma parede de
protuberâncias e carne podre coalhada.
— Isto não deveria me fascinar, — Ophelia
pronunciou. Eu gemi enquanto meus olhos rolaram
para trás na minha cabeça enquanto sua respiração
emplumava contra mim. — Ainda assim, você nunca
pareceu tão sexy quanto quando coberto de vermelho.
— Morte é vida, querida. Nós a tememos sem
nunca tê-la compreendido. Não somos diferentes das
mentes curiosas de um agente funerário. Apenas
nossos súditos estão vivos. Eu pisquei para ela e ela
balançou a cabeça.
— Como você faz isso? Como você faz o
assassinato parecer tão normal?
Dei de ombros com um olhar presunçoso e com
meus lábios tortos. — É um presente, — eu meditei.
Os olhos de Dale rolaram para trás e a mudança
neles me disse que ele a viu. Minha mulher estava
acima dele como um véu de escuridão. Eu cortei e
esquartejei seus olhos em um rosnado cruel que voou
de mim em um arco salpicado de saliva. O som poderia
rivalizar com qualquer animal selvagem protegendo
sua companheira. Mas eu era pior do que um animal
selvagem.
Eu era pior do que o pior.
Eu era o que trazia alívio.
Não me importo com os atos atrozes que cometi.
A única coisa em que pensaria duas vezes era na
vítima sob minha lâmina.
Se eles merecessem, eu serviria com muito
prazer.
Com um sorriso sádico e um grande foda-se.
Fiquei tão consumido em minha sede de sangue
que não notei o dano até que fosse tarde demais.
Assim como eu temia com o padre, a escuridão me
roubou da luz cinza turva dos meus sentidos quando
se tratou desse bastardo olhando para o que era bom
e o que era todo meu. Eu sabia que era subjetivo,
drástico. Mas ela era tudo o que eu tinha e queria
mantê-la para mim.
Eu o brutalizei de uma forma que as palavras
nunca descreveriam. Quando terminei, arfando e
prosperando a cada respiração, olhei para cima para
ver Ophelia.
Ela deu um passo à frente, admirada, com ofegos
sexuais de excitação saindo de sua boca aberta. Seus
olhos estavam arregalados e cheios do êxtase de uma
mulher que sentia o desejo e sabia o que era se sentir
desejada. Ela estava coberta, uma imagem espelhada
de mim mesmo enquanto o sangue pintava
artisticamente seu rosto. Fiquei de pé, com pressa de
chegar até ela.
Para senti-la.
Eu precisava dela agora. Mais do que eu precisava
de outra morte.
Uma mão deslizou entre os fios de seu cabelo, a
outra pousou em seu quadril enquanto eu a levantava
do chão e subia suas coxas em volta da minha cintura.
Quando me virei, nos apoiei contra a parede da cela e
abri suas pernas, fiquei com os joelhos fracos. Não
houve preliminares, nem pretensão quando tirei suas
calças e me enfiei dentro dela, embainhado ao máximo
enquanto soltei um rugido que acordou todos os
prisioneiros dentro deste bloco de celas. Como um
homem desesperado, eu me lancei contra ela com uma
força selvagem e me esforcei para o fim que ambos
ansiávamos.
Punição de merda. Eu precisava tanto dela, que
teria levado um homem inferior às lágrimas.
— Você é linda pra caralho, Ophelia. Perfeita pra
caralho, — eu exclamei em um sussurro ofegante em
seu ouvido.
O bloco de celas estava enlouquecido, revoltando-
se além de suas grades e gritando suas piadas sobre
tudo o que pensavam que estava acontecendo dentro
desta cela. Eu a beijei, a consumi e roubei cada
ronronar e choramingar para mim.
— Você tem sido mais do que uma boa menina
para mim, meu amor. Tão fodidamente fodível
pintada de vermelho. Goze! Goze, baby, porra, goze e
cubra meu pau quando fizer isso!
Cada luz dentro do bloco de celas piscou e vacilou.
Era uma massa de eletricidade estática
sobrecarregada e curtos-circuitos.
Ninguém a ouviu.
Ninguém me ouviu.
Na verdade, ninguém sabia que estávamos aqui.
Capítulo 14

Ophelia
Parasite Eve – Bring Me The Horizon

Minha mente estava gritando, meu peito


bombeando, e tudo dentro de mim se revoltou com a
sensação dele se movendo dentro de mim. Ele estava
enraizado tão profundamente que eu podia sentir sua
essência enquanto ela percorria todo o meu corpo e o
iluminava de dentro para fora. Eu estava quente,
muito quente e isso era o que eu mais precisava dele.
Para me dar um alívio da sensação e tirar todos os
meus sentidos. Eu queria seguir a linha e me sentir
mais conectada a ele do que jamais me senti conectada
a qualquer pessoa. Eu queimei viva sob a imposição,
mas meu coração permaneceu frio e fresco como o
hálito de uma hortelã-pimenta.
Um beijo antigo que puxou minha alma para
frente e para trás.
Este homem me levou a novas alturas, que
ultrapassaram em muito o plano astral e eu estava
lutando para não derreter sob a imposição das
sensações cruas correndo por mim. Foi quando ele me
tocou da maneira que ele me tocou pela primeira vez.
A frieza de sua mão se infiltrou no inferno em minha
pele e me gelou até a alma.
Senti frio, e isso parecia um casulo de conteúdo.
Como quando você fica ociosa por um banho quente
por muito tempo, quando se volta para aquela
sensação nítida circulando por você, você não pode
deixar de se deitar por mais alguns momentos.
Eu ansiava por isso.
A leveza que veio com isso.
— Eu preciso de você, Soul Raiser, — ele
sussurrou em meu ouvido e meu coração parou de
bater completamente. — Você me faz um homem mau
e isso, meu amor, quer dizer alguma coisa. Antes de
você, eu não sabia que podia ser tão mal.
— As pessoas marcam o mal como algo sinistro,
você me mostrou que o mal é a ferramenta que
precisamos para lutar contra os demônios das piores
partes do Inferno. Você é o que este mundo precisa, e
se eu tivesse que convocá-lo novamente, eu o faria, —
eu sussurrei de volta antes de morder o lóbulo de sua
orelha com um gemido devasso.
Que concepção distorcida de assassinato.
Ele gemeu. A cabeça descansava na curva dos
meus seios fartos enquanto ele se amassava em mim e
eu sorria enquanto passava os dedos por seus cabelos
escuros. Assim que terminamos, no momento em que
o bloco de celas estava em alvoroço, ele me carregou
pelas paredes mais uma vez e saiu para o ar fresco da
noite. Ele ainda estava vestido como quando o
convoquei.
Peito sem camisa, tatuagens gloriosas e pés
descalços.
Ele era deslumbrante. Um contraste mais escuro
com a noite já escura.
Só agora, ele estava banhado em sangue.
Mais sangue do que no primeiro segundo em que
pus os olhos nele.
— Eu me sinto um pouco louca, — eu admiti, de
repente tímida com tudo o que eu tinha feito e
testemunhado.
Tudo o que tínhamos feito.
Com que rapidez o coração do meu pesquisador
se tornou corrupto.
— Timidez não fica bem em você, querida, — ele
disse com um sorriso. — Perversidade com certeza fica
melhor. — Enquanto ele passava as costas da jaqueta
de couro na boca, fiquei paralisada.
Limpei a garganta e caminhei alguns passos à
frente dele, precisando encontrar o ar para respirar
novamente depois de ser tão consumida por ele em
todos os aspectos da minha alma. Eu nunca pretendi
que este homem se enterrasse tão profundamente e,
sinceramente, ainda não tinha certeza de como ele o
fez. — Então, o que vem a seguir nesta turnê de
assassinato de doces ou travessuras? — Eu perguntei
enquanto inclinei minha cabeça para trás e olhei para
a lua. Uma rajada de vento soprou e aumentou o
cheiro de cobre no ar.
Eu girei sobre ele quando o silêncio caiu. Ele
olhou para mim, os olhos frios e a cabeça pendurada
com uma inclinação de sua sinistra mecha de cabelo,
e então, quando pensei que nunca mais respiraria, ele
sorriu para mim. — Você já provou uma bunda? Já
mordeu uma? — Ele perguntou e eu estreitei meus
olhos nele em confusão. — Carnuda, peluda? Já
cravou os dentes em alguma carne docemente
amarga?
— Que. Porra. De. Pergunta., NÃO, claro que não,
— eu enunciei com desgosto.
Seu sorriso se alargou. — Bom. Aposto que não
tem um gosto tão bom assim.
— Tem algum propósito para essa pergunta
horrível?
— Sempre, — ele brincou.
— Qual é?
— Fatos.
— A bunda é nojenta se estiver morta.
Porra, minha cabeça está girando, parece estar
nas rodas de uma tecelagem de lã. Presa em uma teia
de aranha do que diabos ele estava dizendo agora.
Minha mente foi para lugares escuros de seu pecado
mais sombrio e me perguntei se ele tentaria me fazer
comer alguém esta noite. Porque isso foi o suficiente
para me fazer correr de volta para os sentidos que
pareciam me abandonar há muito, muito tempo. Bem
junto com os malditos neurônios que eu deveria ter.
— Eu prometi a você esta noite que iria te mostrar
o pior do pior. Então a próxima parada é o café
canibal.
— Canibal?
Ele riu sombriamente e de repente eu temi o que
eu poderia encontrar a seguir. — Quando eu estava
navegando na internet, sabe, encontrando novas
vítimas e tudo mais, me deparei com um canibal. Um
em Hallows Point. Ele foi liberado do condado não faz
muito tempo.
— Caralho, — eu zombei. — De jeito nenhum há
um canibal em Hallows Point, muito menos em
Blackwood, isso não é uma coisa comum, você sabe.
Como um ateu e um hippie. — Balancei a cabeça e
revirei os olhos.
Porra, até parece.
Quando ele não compartilhou do meu humor,
meu rosto caiu. — Você está falando sério?
— Sim. Tão sério quanto estou morto. — Ele
piscou e eu engoli em seco.
Ai credo.
Essa foi a coisa mais nojenta que eu já ouvi.
Eu queria entrar na toca carnal de um maníaco?
Não.
Eu queria que Blake o limpasse deste mundo?
Sim.
Dilema. Dilema.
— Ok, eu estou dentro. — Dei de ombros com um
beicinho depois de uma consideração muito
necessária e cuidadosa. Ele riu de mim e eu o encarei.
Isso levou momentos preciosos do meu tempo para
tomar essa decisão.
Afinal, o que mais eu estaria fazendo esta noite?
Escrevendo sobre os mortos em vez de trepar com
eles.
Porra.
Não.
Duplo não!
Eu também não conseguia pensar assim.
Não havia uma boa maneira de descrever o quão
fodida esta noite tinha sido.
— Ok, garota safada. Vamos perseguir um
perseguidor, — ele resmungou quando estendeu a
mão para mim.
— O que você quer dizer? — Eu perguntei com
hesitação.
— Ele está à espreita, então precisamos salvar
uma vida antes de pegar uma, linda garota.
— Como você sabe disso? — A cada passo, ele
tinha uma nova superpotência distorcida.
— Estou morto, doçura. Eu sei tudo.
Então ele continuou me dizendo.
Capítulo 15

Blake
Appetite for Destruction - Vo Williams

Esta noite estava convocando para ser melhor do


que qualquer noite que passei vivo nesta terra.
Minha boa menina era tão complacente, tão ávida
por saber mais, por ceder à curiosidade distorcida da
mutilação sangrenta. Foi a perfeição e eu não poderia
estar mais agradecido a esta Noite de Todos os Santos
por me presentear com este lindo novo animal de
estimação que se curvou tão facilmente à minha
vontade.
Eu vi a apreensão, a incerteza, mas nada mais era
do que um brilho em suas esmeraldas escuras quando
ela disse sim a tudo que eu tinha a oferecer.
Era inebriante.
Emocionante.
Eu estava contra a parede de tijolos, um pé
descalço atrás de mim enquanto eu esfriava nas
sombras. Ophelia dançou na ponta dos pés com os
dedos batendo enquanto sua antecipação crescia. Eu
chupei meus dentes, entediado de esperar que este
homem mostrasse seu rosto enquanto uma lata de lixo
caía no beco e fazia barulho durante a noite. Ophelia
gritou e eu sorri, decidindo que seria divertido ver seu
lindo rosto se contorcer em um choque de horror mais
uma vez.
Aquele momento sem contenção foi pura euforia.
Era desenfreado e descuidado. Era um momento em
que você via o rosto de uma pessoa que estava sem o
peso de sua mente.
Deixada apenas com seu instinto e sem inibições.
Foi a primeira visão da alma sem arrancá-la do
corpo humano.
Oh, como fodidamente deslumbrante ela usava
aquele visual.
Quando ela se virou para olhar para trás, estalei o
pescoço e mudei meu rosto, deixando o homem
esquelético brincar. A carne do lado esquerdo do meu
rosto se dissipou em cinzas leitosas, expondo os ossos,
enquanto o lado direito permaneceu brilhante e
intacto. Ophelia estava segurando o peito quando ela
se virou para mim enquanto eu cantava — Boo — . Ela
gritou, pulando no ar apenas para eu pegá-la e nos
girar até que suas costas estivessem pressionadas
firmemente contra os tijolos frios.
— Seu idiota malvado, — ela disse e eu lambi
meus lábios pronto para beijar o pecado por conta
própria.
— Malvado, sim. Idiota? Eu acho que não, — eu
gemi enquanto balançava meu pau muito grande em
sua virilha e ela ronronava, a cabeça jogada para trás
para expor sua garganta esbelta enquanto suas costas
se irritavam contra a parede.
Eu mordisquei a tenra coluna onde seu pescoço
encontrava o ombro, puxando sua carne doce em
minha boca enquanto ela ria.
— Você não consegue ser sexy e um idiota, — ela
proferiu, então estalou os dentes para mim em um
beicinho doce e desejável. — Isso simplesmente não é
justo com a humanidade.
— Mas isso é exatamente o que eu sou. Um
babaca sexy, — eu corrigi e ri quando ela fez uma
careta para mim. Mordi seu lábio, soltando-o com um
estalo no momento em que outro gemido de excitação
passou por seus lábios entreabertos. — E quem se
importa com a humanidade?
Enquanto estávamos ali, sob o véu da noite que se
aproximava, os céus se abriram e nos banharam na
chuva de um mundo que nunca seria purificado.
Perdi-me ali, rodeado pelo ambiente, pelo clima que
era sensual, e nos olhos de um mar verde que me
puxava para a sua corrente implacável.
Alguma coisa mudou. Morto ou vivo, eu era um
homem com aquele ar de emoção que me
acompanhava por toda parte.
Uma emoção que se enraizou em meu âmago e se
espalhou alto dentro de mim até atingir aquela parte
oca de seu peito e libertar os minúsculos corvos que
esvoaçavam descontroladamente ali.
Foi uma sensação que eu não poderia nomear.
Porque o que quer que fosse, era indescritível.
E quando uma fênix surgia, maior que aqueles
corvos ferozmente em meu âmago, eu sabia que
estávamos em apuros.
Que eu estava com problemas.
Lentamente, levantei minha mão e acariciei sua
bochecha em uma carícia suave, memorizando cada
centímetro de sua beleza sem comparação. As mechas
sedosas ficaram escorregadias, presas ao lado de seu
rosto angelical enquanto a água se acumulava em seus
cílios longos e escuros.
Pensei na música Middle of the Night, de Elley
Duhé tocada nas finas vinhas do vento, um
instrumento definitivo que rivalizava com todos os
outros. Assim que pensei nisso, o universo tocou para
nós.
Estar morto não era tão ruim assim. Tinham
algumas vantagens.
Dei um passo para trás, minha mão caiu de sua
bochecha, para baixo de seu braço até alcançar seu
pulso e pegar sua mão na minha, então a puxei
comigo. Teria sentido seu toque gelado se eu já não
fosse tão frio.
Pisquei por causa da chuva, a água fria
escorrendo por nossas roupas. Meu peito estava nu e
brilhava sob a luz fraca enquanto as gotas corriam em
riachos pelo meu abdômen.
Ela olhou para mim com os maiores olhos de
corça que eu já tinha visto. Tanta coisa espiralava
dentro deles, girando diante de mim como o tique-
taque de uma hipnose que eu não conseguia escapar.
Um pequeno sorriso se espalhou por seus lábios
grossos e carnudos enquanto eu a girava, dançando
sob as lágrimas salpicadas do mundo. As estrelas eram
lindas enquanto eu a segurava perto, movendo-nos
como um só, nunca tirando meus olhos dela. Eu dei a
ela naquele momento uma parte de mim que nunca
havia dado a ninguém.
De repente, fiquei desesperado, a necessidade de
rastejar dentro dela e me tornar sua própria essência
era um desejo mais forte do que matar.
Eu precisava de tudo que esta mulher pudesse me
dar e mais um pouco. Eu precisava do ar que ela
respirava e dos olhos através dos quais ela via este
mundo distorcido. Eu precisava de sua mente, sua
carícia delicada.
Eu precisava consumi-la.
Para senti-la de dentro para fora.
— Eu não consigo parar, — eu rosnei enquanto a
puxei para mais perto de mim, minha palma
espalmada no centro de sua espinha. — Não posso
parar até ter tudo. Não posso parar até que você me
dê. — Eu levantei minha mão livre e a coloquei em seu
peito, bem sobre seu coração.
— Dar o que para você? — Ela respirou e seu
hálito quente se espalhou pela minha pele macia como
uma pena de seda.
Estremeci, fechando os olhos e inalando uma
respiração calmante, mas eu estava quase selvagem
com a necessidade de reivindicá-la. Para roubá-la
dela.
— Tudo isso. Sua mente e sua alma. Seu coração
e seu... — Eu parei, meu aperto sobre ela era como se
eu não pudesse ter o suficiente. Que se eu não
conseguisse o suficiente, algo selvagem explodiria da
minha pele e conseguiria o que desejava de uma forma
que eu não poderia. Minha mão flexionou, e seu
coração batia firmemente sob minha palma. — Seu
amor.
Os cílios de Ophelia vibraram, o pulso em sua
garganta batia em um padrão que meus olhos não
conseguiam desviar. — Eu só preciso de tudo e sinto
que mataria para conseguir. Você me torna um
homem perigoso, Ophelia. Não tenho certeza se posso
deixar você ir.
Olhamos um para o outro, uma severidade em
meu olhar quando a noite caiu em silêncio. Momentos
de ternura se passaram e nada além de nossa
respiração pesada preencheu lentamente o espaço
entre nós. Então, de repente, outro barulho chamou
nossa atenção e o momento de intensa intimidade se
desfez como a lasca de uma árvore sob um machado.
Ophelia recuou, movendo-se para olhar ao meu
redor enquanto eu me virava no quadril, olhando por
cima do ombro e para fora da entrada do beco. Um
grito angustiante e cheio de angústia ressoou ao nosso
redor e Ophelia empurrou meu peito para me mover
para trás. Eu tropecei, minhas sobrancelhas franzidas
enquanto eu a seguia na esquina. Uma mulher teve a
bochecha esmagada contra o tijolo. Sangue respingou,
escurecendo as pedras já vermelhas enquanto ela se
debatia descontroladamente, chutando as pernas e
gritando assassinato sangrento enquanto ela lutava
contra um homem três vezes seu tamanho delicado.
Ophelia já estava se movendo, mas fiquei para trás
para assistir com curiosidade. A mulher rastejou pelo
chão, com alguns arranhões abrindo feridas sensíveis
em seus braços enquanto ela sangrava. Minhas
sobrancelhas arquearam em diversão.
Chick era um lutador.
Ela ergueu o joelho e chutou o filho da puta na
cara, ele voou para trás e com um rosnado de
ressentimento, atirou-se sobre ela com brutalidade
redobrada. Ambas as mãos agarraram seu cabelo,
acima de sua orelha enquanto ele a levantava do chão
e batia sua cabeça na calçada pavimentada.
Nocauteou-a.
— Cadela burra, — ele resmungou justo quando
Ophelia rondava mais perto atrás dele.
— Boceta burra, — ela sibilou, chamando sua
atenção e quando ele se virou para ver quem estava de
pé sobre seu ombro, ela girou sobre o pé de trás, virou
para o lado com habilidade dominada e o chutou de
lado no rosto.
Um dente voou de sua boca ensanguentada e eu
sibilei em choque real e muita excitação. — Que droga,
baby, — eu encorajei, torcendo por ela com a
crescente necessidade de ver mais sangue ser
derramado.
— Por que os homens pegam o que nunca
queremos dar? — Ela questionou com veneno. —
Quero dizer, você pode culpá-la por não querer a porra
do seu toque tóxico queimado em sua pele? Você é
patético. Menos do que patético porque ser patético
significa que você vale mais do que ser um perdedor.
Mas você? — Seu tom ficou baixo, calmo e
fodidamente mortal. Ela pronunciou cada palavra e eu
fiquei chocado com esse lado ruim dela.
Eu adorei pra caralho.
Puta merda.
Minha mulher era uma lutadora por justiça
sozinha.
Ela acabou de servir com um combate sexy pra
caralho.
— Você não vale nada. Uma mancha nesta terra e
nenhuma lágrima seria derramada se você corresse de
volta para a sarjeta de onde saiu rastejando, — ela
terminou.
Ele piscou, agora o único rastejando para longe
enquanto tentava recuperar seus sentidos com o
choque dela chutando-os para fora de seu crânio.
— Levante-se, tente com uma garota que vai
revidar, — ela desafiou. — Eu te desafio, porra. —
Naturalmente, ela teve que lançar uma provocação
quente pra caralho.
Uma que ele não poderia resistir.
Ele tropeçou em seus pés e levantou os punhos
trêmulos. Eu me endireitei, pronto para intervir
quando ele investiu contra ela, mas ela apenas dançou
como uma ninja e eu fiquei um pouco burro demais
para fazer qualquer coisa além de encará-la. Ela
manteve a guarda enquanto girava em torno dele
como um boxeador, fazendo-o persegui-la.
Ele caiu para a frente quando ela se inclinou para
trás.
Era uma fodida forma de arte e eu estava
chateado por não ter ideia de que ela conhecia.
Quando ele golpeou, ela afastou o punho dele
como se fosse um incômodo e então contra-atacou
quando a guarda dele caiu com um gancho de direita
balançando. Ele girou e, quando deu a volta completa,
ela deu um chute alto, acompanhado de um golpe que
o deixou de joelhos.
Essa coisa... essa paixão que eu tinha por essa
mulher havia se tornado uma obsessão completa. Eu
estava salivando e pronto para aprender tudo o que ela
tinha para me mostrar. Esta era para ser uma noite de
horror e ela a transformou em uma espécie de paixão
mortal. Nesta vida, ou na próxima, eu faria esta
mulher minha e nunca a deixaria ir.
Eu estava viciado.
Sem nenhuma intenção de ficar sóbrio.
Foda-se tudo o mais, e que acabasse a porra do
mundo.
Ela podia acabar com todas as minhas pílulas de
alegria.
Eles eram meus.
Ela era minha.
— Acho que devo tirar o que você não merece. —
Ela sorriu, com o dedo do meio balançando na frente
do rosto atordoado dele.
Ele cambaleou para frente e para trás. Ophelia
deu a ele um momento para voltar a si e quando ele
pronunciou: — Puta merda! — E tentou agarrá-la
novamente com as mãos esfoladas. Ela o derrubou e
rapidamente levantou o joelho direito, quebrou o
nariz dele e o mandou para a terra dos sonhos fodidos.
— Faca, — ela exigiu e eu coloquei em sua palma
aberta enquanto ela olhava para ele com desgosto. Ela
caiu de joelhos e o esfaqueou uma e outra vez em seu
pau com uma vingança que só uma mulher poderia
abrigar.
Demoníaca.
Só as mulheres podiam ser demoníacas.
Surgiu uma mancha molhada de sangue na sua
calça jeans, que crescia e escorria por sua perna e caía
na rua abaixo dele. Os sons de carne úmida, junto com
o cheiro invadiram o meu redor e eu estremeci.
Por mais alto, corpulento e assassino que eu seja,
girei e arfei com a visão. Meu próprio pau latejando da
dor fantasma do que acabei de testemunhar. Eu me
segurei, sussurrando pra mim mesmo: — Está tudo
bem, amigo. Ela ama nosso pau.
— Você está falando sozinho? — Ela questionou
com um suspiro exausto soando toda doce nas minhas
costas. Sua respiração quente emplumada em minha
nuca e eu quase gritei como uma cadela quando me
virei para vê-la passando as costas da mão em sua
testa suada, removendo uma mecha molhada de
cabelo. O sangue corria em riachos pela calçada. Poças
vermelhas nos cercaram quando ela o deixou lá para
sangrar.
Eu grunhi, limpando minha garganta enquanto
tentava encontrar uma resposta espirituosa e viril
para isso quando uma sombra se moveu na rua e eu
tive que empurrar Ophelia para trás e fora da vista das
duas pessoas deitadas no chão. Nós os deixamos lá,
com muitos problemas mais urgentes para resolver.
Alto e corcunda ele desceu a rua, banhado nas
sombras com o ar de assassino cruel, cercando-o e eu
sabia que era hora do show.
Capítulo 16

Ophelia
One Hell Of a Team - AmaLee

— Nós formamos um time infernal, Soul Raiser,


— Blake sussurrou em meu ouvido enquanto passava
um braço em volta de mim e nos mantinha escondidos
nas sombras. Minha respiração era pesada e sensual.
Um pequeno tentáculo do humor momentos atrás
ainda girava em torno de mim em uma carícia gentil
que fez meu coração mergulhar e minha pele
endurecer. — Onde você aprendeu a lutar assim?
— Eu sou uma autora, Blake. Cada uma das
minhas heroínas é mortal e letal. Elas sabem como
lutar, então, naturalmente, eu também. Eu sou o meu
trabalho. Por que você acha que eu estava no cemitério
quando chamei você? Eu me torno meus personagens
para poder escrevê-los de forma justa. — Eu respondi
sem fôlego, minha garganta um pouco áspera.
— Huh, — ele proferiu e eu sorri por ter tido uma
maneira de confundi-lo.
Foi cativante, na verdade. Observando-o todo
afobado. Estendi a mão para trás e apalpei seu pau que
murchou mais do que um camarão tentando manter
sua casca.
— Ah, baby. Você estava certo. Eu amo seu pau.
Ele se afastou de mim e eu ri tanto que ele teve
que colocar a mão sobre minha boca.
Tudo que eu precisava agora era a outra em volta
da minha garganta. Assim como eu pensei, ele
obedeceu e eu estremeci com a estimulação. — Não
brinque comigo, querida, — ele rosnou com uma
cadência perigosa em seu tom e eu ronronei em sua
palma. Quando ele se afastou, olhei para ele por cima
do ombro e sussurrei de volta: — Por quê? Quando eu
gosto tanto das suas punições.
Seus olhos se estreitaram e se arregalaram ao
mesmo tempo, seus lábios grossos estavam franzidos
enquanto ele balançava a cabeça em diversão. —
Cuidado, meu amor. A perversidade em você está
começando a aparecer.
— Ah, mas não é assim que você me quer? — Eu
provoquei. A tensão sexual entre nós queimou mais do
que um vulcão. Lutei para manter minhas mãos para
mim mesma, a necessidade de percorrê-las em cada
mergulho e curva de seus músculos definidos era uma
compulsão. Ele despertou algo dentro de mim que era
difícil de explicar. Algo primitivo e cru que era puro
desejo e absolutamente nada mais. Quando ele me
cercou, o silêncio caiu e minha mente finalmente se
acalmou. Meu combustível era a energia dele, e tudo a
que ele me levava eu entrava voluntariamente, sedada
por sua embriaguez.
O fato de agora estarmos perseguindo um cara
que comia carne era uma sensação distante no fundo
da minha mente. A noite estava mais escura, pouco
antes das horas rastejantes do amanhecer que logo
nos invadiriam. Névoa escura serpenteava ao longo do
solo, subindo cada vez mais alto. Quando espiei para
trás da caverna de nossa escuridão, vi uma figura alta
andando pela rua. Ele estava cantarolando, vestido
com um longo casaco preto que se arrastava pelo chão
atrás dele, e uma cartola que honestamente o fazia
parecer que pertencia a uma era diferente. O som de
sua melodia distorcida soou pelo ar e enviou um
arrepio na minha espinha. Quem diabos cantarola
antes de comer a bunda de alguém?
Blake.
Ele faria isso...
— Você sabe o que ele vai fazer a seguir? — Eu
sussurrei, incapaz de desviar meus olhos da sombra
que se aproximava de nós.
— Sim, — ele sussurrou de volta. — Você confia
em mim? — Ele perguntou pela centésima vez esta
noite e cada vez que eu respondi que sim, ele me jogou
em águas ainda mais profundas. Havia uma pitada de
humor em seu tom e isso me fez esticar o pescoço para
trás para encará-lo com desconfiança.
— Não, não quando você fala desse jeito, — eu
respondi. O som de sua voz era zombeteiramente
sinistro. Como se ele tivesse algum jogo distorcido na
manga de couro e eu tivesse essa sensação assustadora
de que seria o alvo dessa piada.
— Lembre-se, amor. Torná-lo conveniente. — Ele
riu antes de me soltar abruptamente e me empurrar,
fazendo-me cambalear para a rua.
Merda.
Eu girei em um círculo, precisando ver o quão
longe esse bastardo assustador estava de onde eu
estava, apenas para gritar e pular para trás quando seu
nariz estava praticamente tocando o meu. O doente
esguio de um metro e oitenta e sete estava curvado,
curvado ainda mais na minha altura, e quando eu
estava prestes a gritar, a aberração me cheirou e tudo
que pude fazer em resposta a isso foi jogar minha
cabeça para trás em meus ombros em descrença. Ele
gemeu e girou a cabeça como se estivesse em uma vara
giratória. Então ele lambeu o ar, fez uma pequena
dança feliz e girou em seu próprio círculo maníaco,
agitando as mãos no ar como um palhaço demente
fazendo um truque de festa.
— Ooo, travessuras, travessuras porque acabei de
encontrar uma guloseima deliciosa!
Porra não.
— Ouça, maluco!
— Não, não! As refeições não falam. Silêncio
agora, nós vamos colocar você na panela em breve, —
ele repreendeu e minhas sobrancelhas atingiram a
linha do meu cabelo nas bolas desse cara de pau
comedor de carne humana.
Será que ele já…
Não. Não. Não esta noite, Satanás.
— Nós? — Eu questionei enquanto dei um passo
hesitante para trás e examinei a rua ao meu redor
esperando ver alguém pulando na calada da noite.
Confiei em Blake para não me avisar que eu estaria
lutando contra uma porrada de malucos.
— A bochecha! — Ele exclamou em protesto
acalorado.
— O nariz! — Ele gritou em resposta amarga.
— Os lábios!
— O peito!
Então a parte de Jekyll e Hyde parou e ele ficou
lá estranhamente ainda olhando para o nada
enquanto parecia pensar sobre o que diabos ele estava
discutindo consigo mesmo. — Hmm, o peito. Eu
poderia comer um peito esta noite.
Minha cabeça virou para o canto que eu estava há
cinco segundos com Blake e o vi encostado no tijolo
tão casualmente, a perna levantada como se estivesse
momentos antes de me girar em uma dança que ainda
tinha minha mente nebulosa depois de ter chutado o
traseiro de um pervertido. O filho da puta demente
estava rindo de mim. Eu estreitei meus olhos, pronta
para apenas nocautear esse cara esquisito para que
pudéssemos continuar com a parte matadora de
minhas aventuras selvagens na véspera de Todos os
Santos, mas quando me virei para ele, o cara balançou
a mão e prendeu no meu cabelo, me arrastando na rua
enquanto eu ia chutando e gritando.
— Dá o fora daqui! — Eu gritei, cravando meus
calcanhares e arranhando os pulsos escondidos de sua
carne que estava perdida atrás do tecido de seu
sobretudo. — Me larga! — Por tudo o que aconteceu
esta noite, por todas as coisas doentias que eu vi
acontecer, isso foi o que mais me apavorou.
Estar impotente.
Nada que eu fiz me ajudou. Nenhum dos meus
movimentos extravagantes de autodefesa poderia
funcionar quando eu era um macarrão longo, solitário
e flácido se debatendo ao vento. Ele me arrastou com
uma facilidade anormal, e meu coração batia em um
ritmo frenético em minha caixa torácica. Meu peito
inteiro doía brutalmente, a dor penetrou em minhas
costelas e se enraizou em meu estômago.
A bile queimava no fundo da minha garganta e
cada vez que subia mais alto, pronta para vomitar, eu
temia cair morta caso a próxima respiração viesse tão
tarde por causa disso.
Apenas quando eu encontrei o meu equilíbrio,
consegui torcer em seu aperto e puxar para trás, ele
puxou um punhado do meu cabelo e segurou-o em seu
aperto inabalável.
Foda-se.
Eu poderia viver sendo careca. Eu não poderia
viver estando morta.
Quando me esforcei para ficar na frente dele e me
endireitei, afastando o cabelo do rosto e tentando
recuperar o fôlego, ele riu e me empurrou no peito. A
confusão deixou meus olhos arregalados, então eu
voei para trás, embora não fosse o pavimento que me
cumprimentou. Foi uma cobertura de escuridão e um
baque de metal quando bati minha cabeça em algo que
ecoou de volta para mim com um ding.
Enquanto eu piscava para abrir meus olhos
atordoados, notei que tinha sido jogada na parte de
trás de uma van, e o motor que ronronou para a vida,
vibrando debaixo de mim, incutiu medo em meu
coração horrorizado.
Eu chutei meus pés e corri de joelhos. O solavanco
no veículo me fez voar para frente e, quando caí com o
peito encostado no chão, virei a cabeça no último
segundo para evitar quebrar o nariz. Eu parei quando
uma porta de vidro em uma pequena geladeira zumbiu
ao meu lado.
Uma cabeça decapitada com um olho faltando
olhou para mim.
Engoli em seco e rolei de costas imediatamente.
Eu congelei enquanto olhava para o teto quase como
se eu pudesse fingir que nunca vi tal coisa e que aquela
coisa com certeza nunca me viu, — Blake! — Eu gritei
descontroladamente. — Eu vou te matar!
— Eu já estou morto, querida! — Sua voz
sussurrou em torno de mim com uma provocação que
me fez bater meus punhos contra a lateral da van e
gritar assassinato sangrento.
Capítulo 17

Blake
Follow Me Down - The Pretty Reckless

Permaneci nas sombras, muito empolgado com


os gritos e insultos de Ophelia para intervir ainda. Ela
está amarrada nua à mesa. Uma vez que ele a trouxe
de volta para seu matadouro, ele a jogou em uma cela
e disse a ela para se despir. O fato de ele ainda não a
ter tocado era a única razão pela qual eu estava
fingindo.
Ela ansiava pela emoção e, mais do que tudo,
ansiava pelo poder.
Acabei de assistir isso ser roubado dela, então sei
que nossa próxima morte será gloriosa. Eu queria
mais dela do que dar alguns chutes e socos.
Eu a tinha exatamente onde eu mais a queria.
Dependente total e dependente da minha
misericórdia.
Depois que ela disse a ele para ir comer sozinho
... o que parecia o maior insulto possível ... ele ligou
um interruptor na parede e o chão da cela começou a
esquentar sob seus pés. Ele disse a ela para se despir
ou fritar tão naturalmente, com uma calúnia dos
insultos mais degradantes conhecidos pela
humanidade, ela se despiu e depois jogou as roupas na
cara dele.
Eu ri, balançando a cabeça com a frustração
gravada nas feições de seu rosto bonito.
— Blake, seu babaca! Se você ainda pode foder
com esse seu pau, eu ainda posso cortá-lo! — Ela jurou
em um berro furioso e eu me encolhi, cobrindo meu
pau daquelas palavras escaldantes.
O que havia com essa garota que queria cortar
paus?
Estremeci e olhei por cima do ombro. Enquanto
eu olhava duas vezes, a bile subiu no fundo da minha
garganta. Uma fileira de paus mutilados nadava em
alguns frascos com um líquido de aparência vil, lado a
lado na estante que continha outras partes do corpo.
Corações, fígados e por alguma razão, bocetas, que
estavam completamente intactas. Estremeci, temendo
pensar por que diabos ele os guardaria se afirmasse
em seu artigo que não podia comê-los.
— Aberração, — eu disse baixinho enquanto
tremia de desgosto.
Ophelia se debateu em suas restrições. Tiras
pretas grossas cruzavam seus seios amplos, pélvis e
testa. A mesa de metal chacoalhou e revirei os olhos.
Ela quebraria um osso se continuasse.
Mas aquela era a minha mulher.
Uma lutadora.
Porra, eu prosperei com isso sobre ela.
A visão de sua carne leitosa foi o suficiente para
trazer meu pau de volta à vida, tive que reajustá-lo em
meu jeans. A dureza era uma dor que se estendia
contra o jeans enquanto ele esfolava.
Pequena bruxa.
— Sério, Blake. Isso não é engraçado! — ela
gritou e eu soltei um suspiro pesado.
Acho que era hora de libertá-la antes que ela
tivesse um aneurisma, antes que eu pudesse terminar
de me divertir com ela. A melhor coisa sobre ela era
que, embora seu medo fosse evidente, ela mantinha
uma irritação mais forte.
Desafio.
Ela não deixaria esse homem louco ver seu medo.
Ela não daria a ele o que ele mais queria. Ela preferiria
morrer a ser vítima mais do que ela era.
Isso era o que mais a irritava.
Ser presa em tudo.
E a injustiça.
Bonito.
Assim que saí das sombras, Barry voltou para a
sala batendo em uma bandeja de aço ao passar. Com
uma enorme garrafa de algo claro em suas mãos, ele a
colocou na mesa ao lado de Ophelia antes de abrir a
tampa e erguê-la novamente.
— Afaste-se de mim, seu maldito filho da puta! —
ela fervia de veneno. Eu quase podia sentir o veneno
em suas palavras lambendo contra mim enquanto ela
as cuspia no ar ao nosso redor.
— Hum, hum, hum. Comida, comida, comida —
, retruquei quando ele começou a cantar em um tom
tão baixo e prolongado que parecia uma criatura
marinha atraindo marinheiros para a morte.
— Não, não! Porra, não! Ela gritou quando ele
despejou meio galão daquele líquido claro em sua
carne e, em seguida, estendeu a mão para trás para
pegar grandes frascos de tempero que ele espalhou
sobre ela.
Eu estava mudo demais para reagir tão rápido
quanto pretendia e antes que eu pudesse piscar,
aquelas mãozinhas insidiosas e vis estavam em toda a
minha mulher. Amassando o óleo e temperando a sua
pele com dedos hábeis que estavam familiarizados em
massagear a carne antes de cortá-la.
Porra, não, Barry O Cannibal precisava morrer.
Eu tinha certeza de que Ophelia estava me
observando, mas quando meus olhos furiosos se
voltaram para ela, para que ela soubesse que eu estava
chegando, seus olhos estavam fixos no teto. Seu corpo
inteiro estava frouxo enquanto ela gemia em uma
sensação sensual, — Oh, sim. Por toda a pele. Esse é o
ponto. — Quando o homem se acalmou, com uma
confusão franzindo suas sobrancelhas, ela
resmungou: — Não, não. Continue agora, é
exatamente onde eu mais precisava de você. —
Pequena atrevida…
Uma vez eu disse que a raiva não era uma emoção
com a qual eu estava muito familiarizado.
Eu menti.
A fúria me consumiu como um incêndio florestal
destruindo uma extensão de uma floresta de
quilômetros de extensão e com a mesma facilidade e
rapidez com que a folhagem daquelas florestas
queimava, eu fui consumido pelas chamas da minha
raiva.
Saí das sombras com o canivete na mão. Quando
eu apunhalei o ombro do homem e rosnei, ele gritou
de dor. Passei a lâmina pela nuca dele e criei pequenas
e dolorosas feridas que teriam queimado assim que eu
o arrancasse dela segurando sua nuca. Toda a
desordem que ele tinha ao nosso redor desmoronou
em meu temperamento, eu não estava limpo ou
mantido quando o debati como um peixe fora d'água
morrendo pelas primeiras gotas de chuva. Eu cortei e
cortei, estripando-o em todos os lugares que minha
lâmina poderia alcançar em meu ataque
desorganizado e ele lutou desleixadamente para se
defender.
— Nunca! — Eu assobiei, incapaz de manter meu
tom furioso. — Toque no que é meu. — Quando girei,
vi a enorme panela que fervia no canto. Era maior que
um pote industrial e eu levantei meus lábios em
violação sabendo para o que ele estava prestes a usá-
la. Eu corri para frente, o estalo borbulhante e o
assobio do fluxo brilhante era uma música doce para
meus ouvidos enquanto eu enfiava a cabeça dele nela.
A água borbulhava, espirrando ao redor de sua
cabeça enquanto ele gritava no calor que estava
arrancando a carne de seus ossos com uma angústia
tão angustiante que eu teria sentido uma pontada de
algo humano se ele não tivesse apenas suas mãos vis
em minha mulher. Uma das minhas mãos segurava a
cabeça dele na panela, minha pele estava escondida
sob o caos e fria como sempre. A outra pegou o cutelo
pendurado acima de nossa cabeça com outros tipos de
facas de açougueiro e eu puxei-o do gancho para
derrubá-lo com força em seu pulso direito, removendo
uma de suas mãos antes de passar para a outra.
No momento em que cheguei ao segundo
ponteiro, ele estava parado, não mais lutando
enquanto caía imóvel na água fervente. Eu passei
minha lâmina em sua garganta para garantir,
querendo ter certeza de que ele estava morto antes de
me virar e voltar para Ophelia com uma ira vingativa
em minhas complexidades sombrias. — Agora, meu
amor... tenho certeza de que ouvi mal, porque não
havia como minha boa menina encorajar outro
homem a tocá-la, certo? — Eu perguntei lentamente
enquanto meus olhos percorriam seu peito arfante,
querendo ver o que estava escondido embaixo dele.
— Agora, meu amor... tenho certeza que entendi
mal a situação porque não havia como o meu homem
me jogar para um canibal para se tornar um lanche
delicioso dele, certo? — ela respondeu com um olhar
arrogante em seu rosto e eu zombei enquanto pairava
sobre ela.
— Que jogos perigosos você joga, querida. —
— Ahh sim. Estou pronta para o meu castigo
agora. — Ela sorriu e eu estreitei meus olhos para ela.
Ela nunca deixava de me surpreender. Nunca parecia
não me deixar raivoso com uma necessidade tão
inebriante que queimava como carvão em meu núcleo.
Um parasita que se alimentava dos meus ossos. Ela
estava arraigada, esculpida e gravada nas próprias
fibras do meu ser morto e eu não tinha como expurgá-
la do meu sistema. — Você realmente teria deixado ele
me comer? — ela perguntou, todo seu senso de humor
se foi.
— O pensamento de outro homem tocando você
me levou a cortar as duas mãos dele... O que você acha,
amor?
A insegurança sangrou em seu olhar e eu sorri,
sabendo a maneira perfeita de apagá-la. A lâmina de
aço brilhava sob as luzes baixas e fracas na casa que
estávamos era semelhante a uma masmorra. Coloquei
a ponta logo acima da tira grossa que se curvava ao
redor de seu osso pélvico e ela respirou fundo,
segurando o som agudo e frio como refém dentro de
seus pulmões. Lentamente, muito lentamente,
arrastei aquela lâmina de aço fria até seu núcleo, sobre
seu umbigo e logo abaixo da ponta de seu esterno.
Foi uma carícia suave, que eu planejei para deixá-
la na dúvida, até o momento em que a enfiei sob a alça
que segurava seu peito e a soltei, permitindo que seus
seios fartos saíssem do suporte e se expusessem aos
meus olhos escuros e famintos. — Só quem pode
comer esses seios lindos, doçura, sou eu , — disse
antes de descer como um abutre do céu devorando sua
presa. Eu levei seu broto enrugado em minha boca e a
provoquei com o redemoinho da minha língua.
Ela engasgou, todo aquele ar que ela tinha
guardado no fundo de seu peito explodiu dela com
uma rajada quente de excitação que a fez gemer alto.
Ela se contorceu o máximo que pôde, o que não era
muito, considerando que sua metade inferior estava
presa à mesa. Enquanto eu brincava com um mamilo
de sabor doce, belisquei o outro e ela sibilou.
— Porra! Oh Deus! — ela ronronou.
Eu parei. Puxei ela para trás e olhei bem nos seus
olhos. — Eu pareço um santo, querida? — Eu
perguntei com olhos estreitos e perigosos. — Porque
eu definitivamente classificaria isso como um pecado.
— Diga, — eu ordenei. — Diga que eu sou seu
demônio.
— Você é meu demônio! — ela gritou, suas coxas
tremeram enquanto ela estremecia. — Blake, eu não
posso, não com meus seios. Isso me deixa louca, vai
direto para o meu clitóris e sinto que vou explodir se
não gozar. Por favor! Por favor me ajude!
Quão linda ela soava quando implorava com
aqueles lábios grossos e desejáveis dela. Os lábios tão
sensualmente se separaram e se abriram para mim.
Meu pau doía, estava pesado e pulsava sob a
necessidade de entrar em sua boceta molhada. Eu me
libertei, permitindo que ela saltasse contra meu
núcleo, então tremi quando o ar frio beijou minha
cabeça quente de excitação. — Você faz coisas tão
depravadas e perversas com meu corpo, Soul Raiser.
O corpo que não está vivo há tantos anos. Por que eu
deveria te dar um alívio quando não consigo escapar
dessa sensação que você plantou dentro de mim? —
Eu me movi ao redor da mesa para ficar ao lado de sua
cabeça, a ponta do meu pau ao longo das costuras de
seus lábios grossos.
— Por favor! — ela implorou. — Começou e não
consigo parar!
— Não pode parar o que, meu amor? — Eu
perguntei enquanto balançava e ela abriu a boca para
me perseguir.
— A necessidade de ter você!
— Ah, que dilema, — eu meditei enquanto seus
olhos frenéticos seguiam os meus enquanto eu descia
novamente e lentamente para seu peito esquerdo,
empurrando meu pau totalmente no fundo de sua
garganta. — Mas eu estou faminto, querida. Acho que
você vai ter que esperar. — Eu brinquei com seu
mamilo perfeito, com ponta de rosa e arrastei minha
lâmina de volta para seu centro, na mesma carícia
provocadora que tinha lágrimas escorrendo por suas
bochechas. Ela engasgou, lutando para se ajustar ao
meu tamanho e intrusão abrupta difícil.
Mas ela fez isso e gloriosamente pra caralho, com
um entusiasmo que fez minhas bolas ficarem tensas.
Não havia lágrimas mais doces do que as lágrimas
de prazer.
Quando a lâmina parou no topo da alça ao redor
da curva de suas coxas, continuei até que pudesse
deslizar a faca por baixo dela. Ela moveu a cabeça para
o lado enquanto eu puxava meus quadris para trás e
deslizava livre de sua boca perfeita. — Blake!
— Esse é o meu nome, querida — eu sussurrei
contra ela quando me afastei de seu peito também,
sabendo que meu hálito frio iria atormentá-la. — Oh,
como você implora maravilhosamente por mim. Diga-
me, Ophelia. Diga-me o quanto você precisa. O quanto
você precisa de mim. — Virei minha faca, trazendo a
ponta do cabo para sua boceta chorosa, movendo-me
ao redor da mesa para ter um ângulo melhor. Eu tive
que me segurar no meu aperto enquanto deslizava por
seu calor facilmente com a maciez de sua excitação.
Ela gemeu e soou selvagem, como se os receptores de
seu cérebro estivessem lhe dizendo que ela foi
seduzida e a transformou em uma selvagem que
lutaria pelo prazer que ela mais desejava.
— Eu preciso disso! Eu preciso disso, Blake, eu
preciso de você! Por favor, oh Satanás, por favor! —
ela chorou, e eu sorri. Enquanto eu corria meu polegar
ao longo da curva de sua bochecha, juntei as lágrimas
ao mesmo tempo em que enfiei o cabo da faca em sua
boceta pronta, devassa e gananciosa. — Oh sim! —
Suas costas arquearam quando sua boceta apertou.
Suas coxas tremiam, a invasão era apertada enquanto
suas pernas eram forçadas juntas.
— Tão fodidamente linda, amor, — eu murmurei
enquanto retirava a faca e enfiava a ponta em sua boca
enquanto chupava meu polegar.
Juntos, nós dois gememos e foi inebriante.
— Prove você mesma, doçura. Prove como você é
fodidamente deliciosa para mim quando estou
devorando um néctar tão viciante quanto o seu. — Eu
cantarolei, a vibração descendo pelo meu polegar
flexionado. — Essas lágrimas de luxúria? Tão
viciantes quanto.
Então fui até o pé da mesa e cortei as alças. Ela
suspirou de alívio e então engasgou quando usei o
tecido rasgado para amarrar seus tornozelos em cada
perna da mesa de aço, aberta como uma águia. Meu
dedo hábil circulou seu clitóris, uma carícia sensual
que tinha um gemido sussurrando no fundo de sua
garganta. Sua cabeça se debateu de um lado para o
outro e seus joelhos dobraram enquanto tentavam me
fechar e me segurar onde ela mais precisava de mim.
Eu estava em transe, meu olhar totalmente
focado em seu núcleo liso e sua boceta cativante. Eu
estava enfeitiçado, incapaz de desviar o olhar de suas
suculentas dobras rosadas que brilhavam e floresciam
como as pétalas de uma rosa, expondo-me sua boceta
encantadora. Eu inseri o cabo da faca mais uma vez
em seu núcleo encharcado e comecei a fodê-la
lentamente, experimentalmente. Arrebatado ao
observar a maneira como entrava e saía dela tão
perfeitamente. Fiquei fascinado enquanto ela ofegava
e ronronava, gritando de prazer que eu estava dando a
ela.
— Então, fodidamente molhada para mim, — eu
notei com apreciação que a fez choramingar com o
meu elogio. — Então, fodidamente bom para mim.
— Blake!
— Só mais um momento, amor. Eu quero me
lembrar disso, — eu sussurrei enquanto me dobrava
lentamente na cintura para encaixar meu rosto entre
suas coxas. Conforme os tenros segundos passaram,
eu movi meu rosto mais perto, observando a faca
intensamente antes de envolver minha boca fria em
torno de seu clitóris e chupá-la ainda mais lentamente
do que poderia ser considerado uma provocação.
Era mais como um homem faminto comendo as
migalhas de sua última fatia de bolo, saboreando cada
pedacinho com a intenção de fazê-lo durar para
sempre.
Eu podia sentir o cabo deslizando rapidamente
dentro dela e fortemente contra o meu queixo.
— Blake! — ela rugiu, a mesa de aço tremendo
enquanto ela se contorcia com a minha notável
habilidade de levá-la ao penhasco e pendurá-la na
beirada sem nunca soltá-la.
— Você me trouxe de volta dos mortos, Soul
Raiser. Deixe-me aproveitar isso, — eu cantarolei
contra ela e ela choramingou, flexionando os lábios e
empurrando firmemente seu núcleo em mim para que
sua boceta estivesse montando meu rosto com a
pressão que ela mais precisava.
Eu perdi minha merda, todo o meu controle
murchou e morreu, transformando-se em cinzas que
flutuaram ao nosso redor enquanto eu a consumia.
Acelerei o passo e a fodi selvagemente com o cabo
enquanto me deliciava com seu clitóris como um
homem possuído.
E eu estava…
Possuído.
Possuído pela necessidade de provar sua
liberação enquanto ela descia pela parte de trás da
minha garganta, pingando do meu queixo.
— Sem mais jogos, Ophelia. Goze. Goze pra mim!
— Eu exigi em um rosnado vicioso que disse a ela que
eu estava perto do meu fim.
Como a boa menina que ela era, ela nunca me
deixou esperando. Ela explodiu, jorrando em minha
boca enquanto eu zombava como um homem bárbaro
sem nenhum controle. Engoli sua liberação e desejei
mais quando me afastei, subi em seu corpo e enfiei
meu pau profundamente em seu núcleo. Totalmente
sentado, eu gemi em seu ouvido, o prazer era um fardo
demais para suportar.
Mas eu sofreria porque não importa o quão
torturante isso fosse, ela ainda era a melhor coisa que
eu já senti. Envolvi minha mão em sua garganta e, ao
contrário de todas as outras vezes, desta vez eu queria
que ela visse o abismo de onde ela me arrastou. Ela
balbuciou e engasgou quando eu flexionei meus
quadris e mergulhei nela enquanto me aventurava
além do punho, querendo estar tão profundamente
dentro dela quanto eu pudesse ir. Ela gaguejou e
engasgou, seus olhos rolaram para trás em sua cabeça
e eu grunhi e gemi, tão perto do meu fim enquanto me
afundava nela com um abandono selvagem e
indomável que fez a mesa ranger abaixo de nós.
— Venha, Ophelia, — eu exigi asperamente.
Desesperadamente. — Eu quero que você goze para
mim de novo, meu amor. Porra. Agora, — eu cerrei
meus dentes, então abri meus olhos que estavam bem
fechados para observar os detalhes de seu rosto se
contorcer em um tipo de prazer frenético e
desenfreado enquanto eu beliscava seu clitóris e
juntos, nós nos desfizemos em uma explosão cósmica.
A entidade das galáxias caiu sobre nós enquanto
dançávamos entre as estrelas.
— Puta merda, Soul Raiser, — eu respirei
enquanto caía em cima de sua forma trêmula. — Eu
nunca vou me cansar de você.
Quando soltei sua garganta, seus olhos grogues se
abriram lentamente enquanto ela murmurava: — Eu
deveria permitir as mãos de outro homem em mim
com mais frequência para uma foda doce como essa,
baby.
Que porra ela disse para mim?
Com um grunhido, eu cortei o resto de suas
restrições e a virei de joelhos. Quando desci da mesa,
puxei-a, trazendo-a comigo. Quando seus pés tocaram
o chão, minha mão entre suas omoplatas, eu a
empurrei para dobrar sobre a mesa novamente e me
enfiei em sua boceta apertada, macia e crua por trás.
Eu agarrei seu cabelo, puxei sua cabeça para trás e
soprei uma respiração fria ao longo da coluna de sua
garganta.
— Então, querida. Acho que preciso te lembrar
por que diabos você é minha.
A música Make Hate To Me, do Citizen Soldier,
berrou ao nosso redor e foda-se se essa música não era
o clima para nossa próxima foda dolorosamente boa.
Capítulo 18

Ophelia
Bring Me to Life - Evanescence

O suor brilhava em minha pele, meu peito arfava


enquanto eu lutava por cada respiração com uma
dificuldade crescente. Vibrações sensuais ainda
acariciavam minha pele. Eu ansiava por mais, meu
corpo doía, mas minha alma protestava, ainda em
choque por ter sido puxada para fora do meu corpo
enquanto eu dançava sobre ele nas mãos de um filho
da puta que estava fora deste mundo.
Apesar da crueza disso, nunca me senti mais
apreciada e desejada. Mais cuidada do que uma flor
delicada segurada com ternura, mesmo com a
perspectiva de abrigar pétalas venenosas.
Quando estava perto dele, nunca sabia se eu era a
cura ou a doença. Ele me fez querer ser tão ruim,
mesmo depois de ter passado toda a minha vida sendo
moderadamente boa.
Blake era um tipo especial de homem. Um
homem que me levou aos meus limites e nunca falhou
em me trazer de volta do limite querendo mais.
Implorando por mais.
Ele roubou minha essência e a infundiu com a
dele. Eu estava obcecada e sabia que, neste exato
momento, faria qualquer coisa que ele me pedisse.
Eu me tornaria tudo o que ele precisava que eu
fosse.
Porque ele agora era meu tudo.
O ar que eu precisava para respirar.
Eu nunca o abandonaria ou as coisas que ele me
ensinou. Tornei-me dependente da adrenalina, da
adrenalina que corria em minhas veias. Quando ele
olhou para mim, me senti como a única pessoa no
mundo que importava. Que se o mundo queimasse em
cinzas, ele ficaria em meio às chamas ainda olhando
para mim com aqueles olhos intensos e profundos da
alma. Era algo fora deste mundo, algo que nenhuma
palavra poderia tocar. As constelações dançaram na
minha visão e depois de um momento, todas
começaram a se parecer com ele.
O morto que me salvou de uma vida chata e
tediosa de regras e moral.
A mutilação sangrenta e o desejo orgástico são
uma mistura letal e fui contaminada com sua fumaça
perigosa.
Corri minhas mãos por seu cabelo úmido, crivado
com o suor de nosso calor combinado e eu gemi, a
sensação dele contra mim era sensacional. —
Obrigada, — eu sussurrei. — Obrigada por esta noite.
— Eu pensei que o seu gosto seria melhor do que
matá-la, — ele murmurou e eu podia ouvir o sorriso
em seu tom. — Estou feliz por estar certo.
— Hmm, hmm, — eu cantarolei.
— A noite ainda não acabou, amor. Quase, mas
não totalmente.
— O que? Blake, quantas pessoas mais podemos
matar? — Eu perguntei sonolenta, cansada das
atividades da noite e caindo rapidamente em um sono
profundo.
— Só uma, querida. Uma especial.
Ele me deixou intrigada, mas eu estava cansada
demais para protestar ou fazer mais perguntas. Ele se
moveu para o meu lado e me puxou em seus braços
enquanto rastejávamos de volta para a mesa de aço. O
número de pessoas que provavelmente foram
massacradas nesta mesma mesa não era nem mesmo
um pensamento vil em minha mente quando me
aconcheguei mais perto dele e deitei minha cabeça em
seu peito enquanto acariciava minha pele macia com
suas mãos. A sensação sem esforço de seu núcleo
perfeito agia como um hipnotismo de seda negra que
me fazia flutuar em um mar de conteúdo sonhador. —
Blake.
— Eu sei, doçura. Durma agora, vou protegê-la de
todas as coisas mortas, além de mim.
Eu sorri contra sua pele fria e fiz exatamente isso,
caindo em um sono profundo.
Quando acordei, estava aninhada na curva de seu
braço, seus olhos escuros me encarando enquanto ele
afastava o cabelo do meu rosto para poder acariciar
minha bochecha. — Quanto mais eu observo você,
mais bonita você fica.
Eu limpei minha garganta suavemente e sorri
para ele, — Eu nunca soube que um assassino em série
poderia ser tão doce.
— Então você nunca conheceu o serial killer
certo. — Ele piscou antes de se mexer para se sentar e
me puxar com ele. Eu joguei minha perna sobre sua
cintura e sentei em seu colo enquanto suas grandes
mãos acariciavam minhas costas. — Você está pronta
para terminar a noite, meu amor? O amanhecer está
próximo.
Eu balancei a cabeça, então estreitei meus olhos,
— Você continua falando como se fosse embora.
Ele franziu a testa, então desviou o olhar. —
Talvez eu precise. Não tenho certeza de quanto tempo
você me convocou aqui.
Eu nunca pensei nisso e isso apunhalou o medo
em meu coração. Medo envolto em uma tristeza
profundamente penetrante de que eu possa perder
isso. Eu abri minha boca para dizer exatamente isso
quando ele colocou um dedo contra meus lábios
entreabertos. — Não querida. Não vamos pensar
nisso. Vamos aproveitar nossa próxima matança.
Virei meus olhos, afastando as lágrimas que se
acumularam dentro deles. Eu não choraria e não o
perderia. Eu o convoquei uma vez, eu o invocaria
novamente se fosse preciso.
Porque esse serial killer era meu.
E mesmo tendo certeza de tudo isso, eu ainda não
conseguia rastejar de seu colo sem pronunciar as
palavras que se infiltraram em meu coração e o
mantiveram em um torno desde então.
Eu o segurei mais perto, minhas mãos enroladas
nas mechas grossas de seu cabelo, um desespero para
nunca deixá-lo ir, um demônio arranhando minhas
entranhas. Senti que se ele murchasse e desaparecesse
de meu domínio, eu desapareceria com ele. — Acho
que me apaixonei por você, — eu sussurrei, meus
olhos nos dele enquanto esperava que ele pudesse ver
a devoção ali. Eu não poderia fugir disso, eu não
poderia esconder o fato de que este era o meu coração
na ponta da manga. Eu tinha que dizer a ele, eu
precisava que ele soubesse.
Assim como eu sabia.
— Bom, porque acho que me apaixonei por você
no momento em que você tentou me afogar na água
benta, — ele disse em um tom profundo de mel. Eu
esperava que ele sorrisse para mim com aquele sorriso
taciturno e perigosamente letal dele, mas em vez
disso, ele olhou para mim com tanta seriedade, que
meu coração falhou uma batida e minha respiração
ficou presa no fundo da minha garganta.
O diabo me leve, eu não queria que esse olhar
desaparecesse.
— Ok, — eu sussurrei, então ele finalmente sorriu
para mim com diversão naqueles olhos escuros. — Ok,
uma última morte.
— Apenas as palavras que adoro ouvir saindo da
boca da minha mulher. Tão sexy, amor. — Ele sorriu
quando me puxou para mais perto e eu gritei antes de
rir da energia excitante por trás disso. — Vamos
então. — Quando ele fez aquela merda
fantasmagórica de novo, eu nunca me senti tão mal
quanto da primeira vez e sorri ao pensar que poderia
me acostumar com a loucura.
Acabamos em uma rua residencial. Minha roupa
foi costurada de volta ao meu corpo e presumi que ele
fez isso quando nos tele transportou para cá. Ele
parecia nunca parar de me surpreender e essa foi uma
das coisas que me fez anzol, linha e chumbada,
completamente pescada. Eu estava perdida no
primeiro momento em que me tocou e em todos os
momentos frios que ele me tocou desde então.
A rua estava às escuras, cada casa suburbana
envolta em um abismo que mal podíamos ver passar
sob a fraca iluminação dos postes de rua. Ele pegou
minha mão e juntos caminhamos pela calçada como
ceifeiros da noite. Seguindo seu exemplo, observei
cada casa e procurei por qualquer tipo de movimento.
Eu ouvia qualquer tipo de som.
Lá.
Era um soluço sussurrante que atravessava o
silêncio. O som suave de um grito silencioso de
socorro veio de uma pessoa que tentou esconder a
devastação com um travesseiro. Sua alma clama por
uma mão para ajudá-la, mas sua boca mortal a
impediu de gritar e capturar a ajuda daqueles que a
cercavam, aqueles que realmente poderiam ajudá-la.
Eu me virei para Blake, a confusão vincou as
linhas do meu rosto e meus olhos estavam cobertos
com sobrancelhas franzidas. — O que é isso? — Eu
perguntei baixinho.
Ele nos virou, colocou as mãos em volta da minha
cintura e me puxou de volta para seu peito frio. Ele
apoiou o queixo no meu ombro e sussurrou: — Dentro
daquela casa há uma mãe que tem uma criança
deficiente. A mãe abusa dela. Usa metade da
medicação para sedar a filha e a outra metade para si
mesma. Ela isolou a garota. Nos momentos tranquilos
da noite, é a única vez que ela está livre para gritar. —
Um arrepio percorreu minha espinha e estremeci com
suas palavras. — Ela sabe que se chorar muito alto, se
sua mãe souber que há momentos de alívio, será pior.
Que ela iria matá-la. Durante a noite, é o único
momento em que ela pode se libertar das paredes de
sua mente. Ela se mantém quieta porque perdeu toda
a esperança de que alguém pudesse salvá-la.
Fiquei horrorizada, enfurecida até. Eu tinha
acabado de ter meu poder roubado de mim. Amarrada
a uma mesa por um louco que queria me comer. Eu
estava fraca, indefesa e precisava ser salva. Blake me
salvou, embora fosse sua maldita culpa que eu
estivesse lá em primeiro lugar. Esta noite inteira tem
me mostrado o que significa andar do outro lado da
escuridão. Ser um vigilante fazendo coisas deploráveis
a outro ser humano e, por sua vez, salvando inúmeros
outros.
Todos que matamos esta noite mereciam.
Não havia justiça por trás das grades de ferro de
uma cela.
Eles ainda conseguiriam ver o nascer de outro sol.
Não importava que eles pudessem ter momentos
de miséria, alguém vivo e capaz de rir de outra piada,
mesmo contada por outro preso, era uma injustiça
demais para eu aceitar.
Justiça? Foi no corte de uma lâmina empunhada
por um homem ainda pior que fez bom uso desses
talentos malignos.
Agora, eu me deparava com mais do que apenas
observar e aprender.
Observando o que significava para outro ser
humano cometer tais atos perversos com outra alma
viva.
Agora eu estava chateada e não sabia o que fazer
com aquele sentimento maníaco que fermentava
dentro de mim.
Blake me apertou mais em seus braços, e
estávamos no corredor de uma tranquila casa
suburbana um segundo depois. Tudo estava
silencioso, exceto por aqueles pequenos soluços que
eu ainda podia ouvir tocando em meus ouvidos como
o eco de um tambor de guerra me levando para a
batalha.
— Blake, — eu respirei.
— Sim, Soul Raiser?
— Faça isso doer pra caralho. Ninguém que faz
isso com uma criança inocente deveria saber como é
uma morte pacífica — O tom insensível da minha voz
teria me assustado se eu já não estivesse perdida na
violência e no derramamento de sangue desta noite.
— Uh-ah, amor, — ele respondeu asperamente e
minhas costas se endireitaram quando me virei para
olhar para ele por cima do meu ombro. — Este é todo
seu, doçura.
Por um momento, tudo o que pude fazer foi
encará-lo.
Uma guerra travada dentro da minha mente.
Então, um segundo depois e mais leve sem o peso
que veio com o fardo de grande turbulência e conflito,
entrei no quarto da mãe com um sorriso selvagem no
rosto.
Capítulo 19

Bonnie
Killer in te Mirror - Set It Off

A noite deveria esconder nossos demônios,


mantendo-os escondidos das mentes puras que nos
enforcariam pela moralidade que habita em seus
corações escurecidos.
A noite deveria ser o único lugar onde você
encontraria seus monstros vagando nas sombras
sinistras.
Foi o que nos disseram.
Todos os dias de nossas vidas, as coisas
encharcadas de carmesim eram as coisas das quais
deveríamos ter cuidado. Que o feio e o depravado são
os pecados que devemos queimar com água benta, e
todo pensamento malicioso deve ser expurgado das
nossas mentes e das nossas almas com uma cruz de
ferro.
Mas quando você sabe como jogar, a noite
também pode ser o vazio que deixa nossos demônios
pessoais brincarem, com ninguém para testemunhar
uma arte tão incrível e sombria da maldade. A
sociedade não poderia condená-lo pelos pecados
encobertos pelo véu de um abismo letal.
Fomos ensinados a pensar que qualquer coisa
profana é errada.
Mas isso era uma mentira e qualquer um que
ainda estivesse acostumado a tais formas distorcidas
tinha minha piedade. Todos nós mantínhamos isso
dentro de nós.
Um parasita que esperava o momento certo para
consumir seus ossos murchos e se instalar em você
com a força de um monstro capaz de livrar este mundo
de todos os seus males.
A noite?
Sempre foi a minha coisa favorita, não importa de
que lado eu estou.
Assim como a noite cobria meus braços com a sua
escuridão, o mesmo acontecia com o sangue que
corria em rios pelos meus pulsos enquanto o plasma
carmesim espirrava contra meus lábios.
Olhei para a parede, vendo estrelas no caos, e
sorri para mim mesma.
Por que o sangue era tão bonito?
Hmmm.
Corri os dedos dos pés ao longo do chão sedoso e
espalhei a essência que me cercava enquanto
caminhava. Cantarolando a música tema de Stranger
Things, lambi meus dedos antes de chutar o corpo aos
meus pés. Então, como um demônio possuído, me
joguei sobre o cadáver e desferi socos
enlouquecedores, lambendo o ar que parecia se
eletrizar em meu estado psicótico. Tudo tinha um
sabor doce e glorioso, mas eu precisava de mais.
Deixei escapar um sorriso gutural, deixando o filme de
terror e sua cena suuuper envergonhados enquanto
me perdia na euforia rejuvenescedora que veio com o
derramamento de sangue nessa carnificina.
Ninguém falava sobre como a morte era uma
coisa linda.
Como era no seu final e o quão completa.
Poderia um cérebro humano compreender a
magnitude de tal coisa?
Como estávamos aqui, até que não estávamos
mais.
Até que as luzes se apagavam e então onde
estávamos?
Em nenhum lugar e em todos os lugares?
Bem, eu tenho um segredo para você, doçura.
Não havia nada após a morte. Nada além do
tormento da coisa que te matou.
Como tantos outros, aquele idiota felizmente
nunca ficaria cara a cara comigo, e nunca precisaria
encarar meu sorriso sinistro e sexy pra caralho.
Enquanto esculpia o coração de seu peito,
segurei-o em minha mão. Seu rosto pálido era
deslumbrante sob a luz da lua, rompendo como
rachaduras. Com olhos escuros como chocolate
cobertos por um brilho amarelo de bolas cristalizadas,
ela olhou para mim. Não achei que seria assim. O
coração era duro, envolto por bordas onduladas ...
com curvas e fendas que escondiam todas as pequenas
válvulas que outrora mantinham essa coisa inútil
batendo.
Agora, eu estava cara a cara com ele, segurando-o
diante do meu rosto com uma mão firme colocada
sobre meu próprio coração. Eu simplesmente não
conseguia sentir a conexão.
O horror.
O medo.
O que eu presumi que uma pessoa normal sentia.
Tudo o que eu tinha era uma curiosidade desenfreada
que corria em minhas veias como brasas de um grande
incêndio. Eu precisava saber mais. Eu precisava
romper a barreira da curiosidade que me mantinha
acordada à noite. Eu precisava entender como eu
estava viva, com um coração que batia na palma da
minha mão e que era a única diferença entre mim e a
cadela morta abaixo de mim.
Eu nunca fui assim. Matar com uma arma sempre
foi muito mais fácil. Mas agora, aproximando-me dos
corpos que mancharam minhas mãos de vermelho,
tenho um sorriso malicioso nos lábios e minha mente
correndo loucamente com as possibilidades do que
mais eu poderia encontrar ao cortar uma cadela.
De qualquer maneira.
Chega de falar de mim.
Bem-vindo ao matadouro, o lugar nascido de
desejos sangrentos e uma curiosidade que
definitivamente mataria o gato.
Feliz Dia das Bruxas!
Capítul0 20

Clyde
Hit Me With Your Best Shot - Pat Benatar

Foi uma coisa deliciosa ver o amor da minha vida


coberta com o sangue de suas vítimas. Hoje à noite, ela
realmente deixou ir. Ela deu o melhor de si, e eu não
poderia estar mais orgulhoso do jogo que jogamos.
Embora doentio e pervertido, esse jogo de morto,
morto, filho da puta realmente deixou meu pau duro.
Hoje à noite, ela pegou seu papel e fez dele sua
cadela. A cada morte, ela realmente me fazia acreditar
nesse jogo psicótico que jogávamos.
Eu realmente acreditei que ela era inocente até o
momento em que ela soltou e matou a cadela que
machucou a própria filha.
Entenda, nós dois estávamos mortos.
Baleados em nosso auge, oh, tantos anos atrás.
A injustiça, caramba, aquela cadela picou.
Então, nós aumentamos o nosso jogo. A única
gangue de que precisávamos era uma de duas pessoas.
Só eu e minha Bonnie. A necessidade de violência só
cresceu e construímos um bom show da vida após a
morte.
Tudo isso?
Essa noite?
Bem, isso tudo foi apenas nossas preliminares,
querida.
Todos os anos, na véspera de Todos os Santos, nos
levantamos na hora das bruxas.
Voltamos à terra e nos matamos como um casal
apaixonado deveria e todos os malditos anos,
fingíamos ser alguém que não éramos.
Este ano, Bon escolheu a doce autora toda
madura e pronta para o grande serial killer vir e
corrompê-la. A mulher que ela interpretou? Estava
viva e por aí em algum lugar, escrevendo todas as suas
pesquisas para algum romance. Nós andamos pela
casa dela mais cedo esta noite, mas é claro, ela não
podia nos ver.
Porque nunca quisemos que ela o fizesse.
Você notou essa parte?
Todas as migalhas de pão que deixamos para você
em nossa aventura doentia.
Havia uma razão pela qual a confusão foi a
primeira coisa que Dale sentiu e não horror.
Eu?
Bem, eu interpretei o homem chamado Blake.
Pegou o nome. Mas o caso e o policial? Isso foi tudo
real. O serial killer nos pagou muito bem no fogo do
Inferno para vingar seu assassinato, então nós
fizemos.
Conseguir ser quem quisermos ser, e no final da
noite, ainda voltarmos para os braços um do outro, ah
... só estremeci. Foi uma coisa linda de carnificina
total.
Caminhamos pelo cemitério, meus dedos dos pés
descalços afundados no solo enquanto segurava sua
mão delicada na minha, — Bem, amor? Este ano
supera todos os outros? — Eu perguntei quando voltei
meu olhar para suas feições impressionantes.
— Ah, Clyde. Este ano é definitivamente um dos
melhores, foi tão sexy como você foi dominador e
apaixonado. Não consigo me lembrar da última vez
que gozei com tanta força que pude sentir a vida real
voltando através de mim. Com certeza foi um
sentimento para prosperar, — ela respondeu com um
sorriso perverso e um sotaque sulista sexy como a
amante do diabo.
Eu rosnei quando a puxei em meus braços.
— Alguma ideia de quem você quer ser no
próximo ano, querida? — Eu questionei enquanto
colocava uma mecha solta de seu cabelo atrás da
orelha para então acariciar sua bochecha macia.
— Hmm, — ela cantarolou enquanto pensava
sobre isso. — Bem, isso depende de quem será minha
vítima, não é? Sabe, nunca entendi por que nenhum
dos outros nunca quis voltar à Terra no Halloween.
— Eles gostam demais no Inferno, não precisam
sentir nada além de contentamento. A emoção
humana é nojenta, e uma vez que você morre e essa
merda desaparece, por que diabos você iria querer
viver de novo? Para nossa sorte, isso nunca torna
nosso retorno entediante. — Eu ri, enquanto colocava
um beijo carinhoso em seus lábios grossos.
Juntos, de mãos dadas, caminhamos sob o
salgueiro e voltamos para a sepultura.
— Até o próximo ano, amor. —
Epílogo

Bonnie
Crazy Bitch - Buckcherry

— Ele está morto? Meu estuprador está morto?


— Kelsie perguntou enquanto estalava os lábios e o
barulho irritante de seu chiclete flutuava ao meu
redor.
Eu me encolhi, torcendo meu pescoço enquanto a
sensação de irritação com o som tomava conta de
mim.
— E a minha mãe? Você a matou? — Aime gritou
sobre Kelsie com uma atitude malcriada que me fez
revirar os olhos. Na vida após a morte, suas
deficiências desapareceram. Ela estava diante de mim
em um chuteira de merda Doc Martins, shorts curtos
e um top curto que mostrava um pouco demais de
carne. Quando sua mãe a matou, ela tinha acabado de
completar dezesseis anos.
Por que ela estava no inferno?
Porque o fato engraçado é que podemos escolher.
Não havia céu, visto que Deus era uma invenção
da imaginação humana criada para ajudá-los a
encontrar forças para não temer o Diabo que espreita
sob seus pés. Como um santo salvador, você contaria
a seus filhos sobre a hora de dormir, para impedi-los
de gritar que o bicho-papão ia pular do armário e
comê-los.
A verdade era que havia apenas o véu entre os
mundos chamado plano cósmico, ou você tem aqui
embaixo.
Inferno.
Uma merda queimando em muita diversão.
No plano cósmico, você basicamente ainda estava
na Terra, se lamentando como um tolo enlouquecido
e solitário, onde ninguém podia vê-lo e a interação era
impossível. Você se tornava um fantasma ou algum
outro tipo de merda esquisita se você se tornasse
poderoso o suficiente como um poltergeist.
Eu matei a mãe dela a pedido dela e seu doce
pagamento foi o fogo do inferno, exatamente da
mesma forma que ela sonhou em matá-la por todos
aqueles anos em que esteve sob a mão de sua tortura.
Então, acho que você poderia adicionar pensamentos
impuros à lista se realmente precisasse de um motivo
que fizesse sentido para a simplicidade da mente
humana.
— E o Dale? Esse filho da puta está morto?
Espero que você o tenha esfolado exatamente como eu
pedi! — Robbie grunhiu, uma excitação doentia
brilhando em seus olhos geralmente opacos de serial
killer.
— Não exatamente, — Clyde respondeu. — Ele
olhou para minha mulher, então tive que improvisar.
— O quê? — Ele zombou em indignação. — Esse
não foi o maldito acordo, cara. Ele deu um passo em
direção a Clyde e levantou o braço, o punho cerrado e
assim que ele balançou, eu estava lá, quebrando seus
ossos enquanto eles se desintegravam na palma da
minha mão. Ele sibilou, um pequeno grito de dor
deixando-o quando eu o empurrei para longe de mim
enquanto ele puxava sua mão quebrada contra seu
peito.
— Se você queria que fosse do seu jeito, você
deveria ter subido, idiota, — eu disse em um tom
entediado, desafiando-o a vir para mim em seguida.
Ele arregalou os olhos e recuou em desgosto. —
Foda-se, não. O inferno é muito mais divertido,
porque vocês dois gostarem tanto de ir lá é uma
loucura. Todos esses fardos? Toda a merda pesada? O
tumulto e a emoção humana? Não, foda-se isso. Aqui
embaixo é simples. Não há angústia, apenas muita
buceta e um pouco de diversão, porra, diversão! Ele
sorriu enquanto dançava seus ombros e flexionava
seus quadris.
— Então cala a boca. — Eu sorri e ele sorriu de
volta com uma piscadela de presunção em seus olhos.
— Sério, no entanto. Estão todos mortos? Você
matou o canibal? Aquele maldito idiota realmente
teve a coragem de dizer que minha boceta não era
muito mastigável. Que porra é isso? Ele me degrada e
me mutila e depois reclama que minha boceta não é
macia o suficiente? Ele é o fodido filho da puta, eu vou
te dizer isso, — Alex se enfureceu quando ela cruzou
os braços sobre o peito magro.
Robbie olhou para ela, um brilho perverso em
seus olhos. — Bem, querida. Posso dizer com certeza
que a sua boceta tem o gosto certo. — Ela deu um soco
no braço dele e ele riu como um atleta idiota, embora
estivesse longe disso.
— Você pagou, nós fornecemos e com certeza nos
divertimos pra caralho fazendo isso. Todos foram
assassinados conforme os pedidos e entregues em
mãos ao próprio Diabo. Vocês podem assistir à tortura
deles assim que passarem pelo processamento.
Outro fato engraçado?
O inferno também era como uma prisão para as
pessoas más na terra.
Todos aqueles bastardos que matamos? Eles são
enviados para Devil's County. Os melhores demônios
de Satanás irão, então, prendê-los, processá-los, jogá-
los em suas respectivas celas e, em seguida, abrir suas
telas para o público que poderá assistir à sua execução.
Tudo.
E.
Tudo.
De novo.
Por toda a eternidade. Doce maldita felicidade.
Também poderíamos comprar essas almas pelo
preço certo e escravizá-las.
Lockie era bom para nós assim.
Aime pulou no lugar enquanto ela batia palmas.
— Porra, sim. Eu tenho economizado para isso. Essa
puta vadia é minha!
Então todos nós nos dispersamos e eu beijei Clyde
com uma paixão que desafiou as próprias chamas do
Inferno e me movi em direção à pista de dança após
nossa recepção em casa.
Crazy Bitch, de Buckcherry, ecoou pelo fosso no
centro do Inferno. Eu dancei, movendo meus quadris
ao som do baixo que ecoava ao meu redor, estalando
meus lábios enquanto mastigava um chiclete e cortava
minhas unhas com a ponta da minha lâmina.
Não era tão irritante quando eu fazia isso.
Almas que escolheram o fogo do Inferno
festejaram, se contorcendo umas contra as outras em
uma mistura de desejo selvagem e luxúria desenfreada
com uma tonelada de energia maníaca. A multidão
rugiu, trovejando com passos pesados enquanto
aplaudiam.
A barra de sangue se estendia por quilômetros,
circulando o perímetro do purgatório enquanto as
almas se alinhavam e pegavam suas bebidas, prontas
para se preparar para a luta que todos esperavam.
A multidão berrou de excitação, selvagem e
primitiva quando Satanás, o melhor demônio de
Lockie, entrou no ringue. Sua estrutura de nove pés se
elevava sobre Clyde, que descansava, relaxado, contra
as paredes do fosso. Ele parecia entediado, mas não
sentia nada. Eu sabia disso, tão bem quanto eu
mesma.
Eletricidade corria por suas veias enquanto ele
esperava para fazer um show – um tipo de show único
na vida dos mortos-vivos.
— Uau! — Eu gritei. — Esse é o meu docinho,
chuta a bunda dele, baby!
— Como se ele tivesse uma chance. Ronagorg é o
melhor demônio de Lockie! — Rory pronunciou em
indignação quando ele virou os olhos de fúria para
mim. A multidão se aproximou de mim, a multidão
que se dedicou como nosso séquito.
Aqui em baixo, éramos um grande negócio.
O subalterno Rei e Rainha das almas condenadas,
se preferir.
Eu bufei, nem um pouco intimidado pela
hostilidade que se aproximava de mim, desse demônio
de baixo nível e também amigo de Ronagorg. — Você
claramente não conhece o meu homem. Clyde limpará
o chão do Inferno com o rosto de Ronagorg e depois
nos animará com uma rodada de seu sangue. Mas não
se preocupe, como amante dele, tenho certeza de que
Clyde lhe dará a primeira chance. — Indiferente, eu
me virei, levando toda a minha atenção comigo. Isso
enfureceu o idiota que me atacou com o punho
cerrado, nem um pouco preparado para que eu
sacasse uma espingarda Remington Modelo 11
semiautomática e abrisse um buraco em seu peito,
fazendo seu corpo deslizar de volta para o ringue, onde
Clyde sorriu para mim com um tipo de sorriso cruel e
predatório.
A excitação crescia em meu núcleo e eu estremeci,
animada para ver esta luta até o fim para que eu
pudesse levar meu homem para casa e mostrar a ele
exatamente o que ele significava para mim.
— Ei, Bon? — Tyler perguntou enquanto se
aproximava de onde eu dançava sem se importar, nem
um pouco afetada pelo que acabara de acontecer.
Os homens e demônios que juraram lealdade a
mim e a Clyde, apertam seu círculo ao meu redor,
mesmo do príncipe do inferno, até que eu acenei para
eles e peguei meu uísque. — Deixem-o passar, — eu
exigi. — Sim?
— Eu sei que você acabou de voltar, mas eu queria
saber, alguém te contratou para o próximo All
Hallows? — ele perguntou enquanto se acomodava no
assento ao meu lado, cotovelos no bar enquanto
examinava a multidão barulhenta que adorava Clyde,
mas nem de longe tanto quanto eu.
Aqui embaixo, tínhamos subsetores.
Diferentes bairros, digamos assim.
Humanos em uma metade do Inferno, demônios
e outras criaturas mágicas na outra. E todas as noites,
nossos mundos se cruzavam enquanto as lutas
ocorriam na área comum que chamávamos de fosso.
Era o ponto de encontro do ponto quente. Bebida,
mulheres, homens e uma tonelada de entretenimento
e um abismo de sexo suado. Embora nossos mundos
se cruzassem mais do que você pode imainar,
especialmente se um demônio arrancasse uma das
almas do leilão que eles têm acesso às almas humanas
que são colhidas ou diretamente do próprio Condado
do Diabo.
Tyler estalou o pescoço, um calafrio de excitação
percorreu sua espinha enquanto a expectativa
iluminava seus olhos azuis, era quase contagioso, mas
eu estava de folga o ano todo.
— Você sabe como é, no segundo em que
colocamos um pé na cova os cães descem, tivemos
mais do que alguns se aproximando de nós. — Eu
meditei enquanto tomava um grande gole de uísque,
meus olhos treinados em Clyde, que me observava
como um homem faminto.
— Achei que sim, mas ouça. Vou triplicar o lance
mais alto de Hell's Fire e colocarei quatro dos meus
melhores homens para você e Clyde dividirem. Eles
são gritadores, — ele negociou e eu virei os olhos
avaliativos para ele enquanto pensava sobre isso.
— Com que rapidez eles curam? — Eu perguntei.
Aqui embaixo, todo mundo se cura. Até aquele
idiota que acabei de explodir e o fogo do inferno? Era
uma moeda demoníaca em força. Há uma razão pela
qual somos tão poderosos e podemos ser vistos
quando voltamos dos mortos. Outros, se não injetados
no material, só podiam se mostrar por pequenos
períodos de tempo.
— Eles diferem, mas duram o suficiente para
atender à sua fantasia.
— Quadruplicar o Fogo do Inferno, me dar dez de
seus melhores homens e fazer um convite para ir ao
castelo no aniversário de Lockie. O Clyde não é muito
tolerante, ele sempre quis festejar com o Devil, mas
cuidado ao que me propõem.
Ele olhou para mim e franziu a testa. — Você sabe
que ele é meu irmão, certo?
— Certo.
— Então, essa é fácil, — acrescentou. — Além
disso, vocês são convidados todo ano, não sei por que
você tem que perguntar. Você traz para ele o maior
número de almas que ele já teve aqui.
— Nunca esperei que fosse difícil, — eu ri
enquanto me levantava. — Mas eu espero que você vá
implorar a Lockie para fazer de tudo e fazer um grande
gesto com o convite. Eu sei que vai te irritar ter que
pedir qualquer coisa a ele, então é a cereja no meu
bolo.
— Você é uma cadela má, sabia disso? Este ano ele
está trazendo a rainha súcubo, você tem certeza que
quer seu homem por perto?
— Então, eu estou sabendo. Você realmente acha
mesmo que uma prostituta poderosa poderia desviar
meu homem?
Ele olhou para Clyde e deu uma gargalhada
profunda. — É, não. Ele pegaria a cabeça dela e daria
o coração dela para o pervertido mais próximo para
foder enquanto ele contava tudo a você. Vocês dois são
obstinados. Literalmente, considerando que vocês
morreram juntos.
Eu zombei de uma pequena risada e revirei os
olhos. — Que original. Para que você poderia precisar
de nós, afinal? Você sabe qual é o nosso show.
Qualquer pessoa na terra que você quisesse matar,
você poderia fazer isso com um estalar de dedos.
— Sim, bem, este é um jogo que você entende.
Um entre mim e Lockie. Temos peões lá em cima,
humanos possuídos com nossos melhores demônios
vivendo como se fossem normais e todas essas
merdas. O problema é que isso faz parte do jogo. Ficar
escondido daquele que te persegue. Portanto, preciso
que vocês dois farejem, eliminem e depois declarem
que tive absolutamente tudo a ver com isso. Isso...
seria parceria de morte.
— Vocês dois são loucos, você sabe disso?
— Isso não é metade da diversão, boneca. — Ele
sorriu e eu sorri para ele. — Esses demônios, eles
fodem tudo. Apesar de viverem como humanos, eles
aparecem como o pior tipo. Então, bem na sua rua da
justiça. As coisas deploráveis que eles fazem serão
perfeitas para os jogos sexuais fodidos que vocês dois
jogam.
— Aquelas em casas de vidro, Tyler, — eu
desprezei em uma voz cantada que o fez sorrir de
orelha a orelha.
— Virão os cacos de vidro que os apunhalarão
quando se estilhaçar, eu sei, eu sei. Eu preciso me
apressar e quebrar o meu.
— Seu filho da puta desgraçado. — Eu ri.
— Ei, atenção. Seu homem está prestes a chutar
alguns traseiros.
Nós dois nos viramos para o fosso, Ronagorg
rugiu e Clyde soltou um bafo turvo de seu cigarro. Ele
ainda estava olhando para mim, aqueles olhos escuros
cheios de amor, luxúria e desejo. Meu coração
acelerou e eu sorri porque assim que Ronagorg o
atacou, Clyde perfurou seu peito, arrancou seu
coração e soprou uma nuvem de fumaça em seu rosto.
Nunca tendo desviado o olhar de mim uma única
vez.
Ele cavalga ou morre.
Ele é a porra do rei.
Se você olhasse todos os assassinatos, teria
notado que esta é apenas a nossa vida depois, fodida e
distorcida, história de amor deplorável.

O fim

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