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Fecundação, segmentação ou clivagem

Fecundação

Fecundação é o termo utilizado para denominar o processo em que o gameta masculino une-se ao
feminino, o que inicia o desenvolvimento do embrião. Por envolver gametas, a fecundação é um processo
observado apenas na chamada reprodução sexuada.

→ Tipos de fecundação

 Fecundação interna: Nesse tipo, observa-se a junção do gameta masculino ao feminino no interior do


corpo daquele que produz o gameta feminino. Esse é o caso dos seres humanos, espécie em que a
fecundação ocorre dentro do trato reprodutor feminino.

 Fecundação externa: A fecundação externa ocorre fora do corpo, no ambiente. Esse é o caso, por
exemplo, dos sapos. Nesses animais, o macho e a fêmea unem-se, o macho abraça a fêmea e ambos
liberam os gametas juntos. Os espermatozoides, então, fecundam os ovos, que se desenvolvem no
ambiente. O local de desenvolvimento dos ovos depende do tipo de espécie.
 Fecundação cruzada: Na fecundação cruzada, os gametas fecundados são originados de indivíduos
diferentes. Como exemplo, podemos citar os cordados.
 Autofecundação: Na autofecundação, os gametas que se fundem são produzidos pelo mesmo
indivíduo. Um exemplo de autofecundação é a que ocorre com as tênias.

Tipos de ovos (óvulos)

Pode-se definir ovo como sendo o zigoto resultante da fecundação do óvulo. Este zigoto é formado devido à
união de dois gametas, ou seja, é produzido pela fertilização entre duas células haploides, um óvulo de uma
fêmea e um espermatozoide de um macho, que se juntam para formar uma única célula diploide. O ovo
formado contendo o embrião, pode se desenvolver internamente como também externamente, dependendo
da espécie.    

Os ovos, ou zigotos, podem ser classificados utilizando como critério a quantidade e a forma de
distribuição de vitelo nessas células. O vitelo é a substância nutritiva presente no ovo que ajuda
no desenvolvimento inicial do embrião.

O vitelo pode estar distribuído por todo o ovo, ou então concentrado em polos. O polo animal é aquele
em que estão presentes o núcleo e as organelas. No polo vegetal, observa-se apenas vitelo. O padrão de
distribuição do vitelo está diretamente relacionado com a forma como a clivagem ocorre.

→ Tipos de ovo quanto à distribuição de vitelo

De acordo com a distribuição de vitelo, podemos classificar os ovos em:

 Alécitos: Os ovos alécitos são aqueles que não apresentam vitelo. Como exemplo, podemos citar os
mamíferos placentários.
 Oligolécitos: Ovos oligolécitos, também conhecidos como isolécitos, são aqueles que apresentam
pouco vitelo, distribuído de forma homogênea. Esse tipo de ovo está presente em muitos
invertebrados, tais como anelídeos, platelmintos, moluscos não cefalópodos e equinodermos e em
anfioxos e tunicados.
 Heterolécitos (Mesolécitos): Esses ovos apresentam uma quantidade moderada de vitelo. Nesses
ovos, há a maior concentração de vitelo na região chamada de polo vegetal. Anfíbios apresentam esse
tipo de ovo.
 Telolécitos: Esses ovos, também chamados de megalécitos, apresentam grande quantidade de vitelo,
que ocupa quase toda a célula. O núcleo e as organelas ficam restritas a um pequeno disco bem
próximo à membrana plasmática, chamado de disco germinativo. Moluscos cefalópodes, peixes
ósseos, répteis, aves e mamíferos não placentários apresentam esse tipo de ovo.
 Centrolécitos: Possuem uma grande quantidade de vitelo, que ocupa a maior parte do ovo,
concentrando-se no centro. Esse tipo é encontrado em artrópodes, principalmente em insetos.

Segmentação ou Clivagem

Após ocorrer a fecundação, começa a fase de desenvolvimento do embrião.

As divisões mitóticas do zigoto são chamadas de segmentação ou clivagem, formando duas células-filhas,
chamadas blastômero, que sofrem sucessivas divisões, formando a mórula, que contém de 12 a 16
blastômeros.

Existem dois tipos de segmentação:

→ Segmentação holoblástica

Este tipo de segmentação ocorre em todo o ovo e pode ser subdividida em holoblástica igual, desigual e
subigual. Normalmente ocorre em ovos isolécitos, heterolécitos e alécitos.

 Holoblástica igual: Na terceira clivagem do zigoto são formados oito blastômeros de tamanhos iguais.
Os mamíferos apresentam este tipo de segmentação.

    

 Holoblástica desigual: Os oito blastômeros formados possuem tamanhos diferentes, os menores são
chamados de micrômeros e os maiores de macrômeros. Anfíbios possuem este tipo de segmentação.

    

 Holoblástica subigual: Também forma oito blastômeros diferentes, porém não há grandes diferenças
no tamanho.
      

  
→ Segmentação Meroblástica 

Esta segmentação é subdividida de acordo com a diferença de distribuição de vitelo nos ovos.

 Meroblástica discoidal: Ocorre em ovos telolécitos, mas apenas na região sem vitelo.

    

 Meroblástica superficial: Ocorre em ovos centrolécitos. As células embrionárias se localizam na região


superficial do ovo.

Segmentação em Seres Humanos

Ocorrendo a fecundação, o ovócito secundário completa sua meiose e forma o zigoto. O desenvolvimento do


zigoto ocorre ainda da tuba uterina. Os mamíferos possuem a segmentação do tipo holoblástica igual, ou seja,
as células são do mesmo tamanho e o zigoto se divide completamente.

Alguns dias após a fecundação, o embrião é chamado de mórula. As células da mórula recebem um líquido
proveniente do útero através dos espaços formados entre as células, que neste estágio estão unidas entre si
mais frouxamente. A cavidade cheia de líquido recebe o nome de blastocela, e inicia-se o estágio de blástula.
A entrada deste líquido faz com que as células se separem em duas partes: o trofoblasto, que vai dar origem à
placenta, e o embrioblasto, que vai dar origem ao embrião. A estrutura formada é chamada blastocisto, que se
nutre de secreções uterinas e após alguns dias fixa-se no endométrio.
A fixação do embrião na mucosa uterina recebe o nome de nidação. Após a fixação, o trofoblasto (camada
externa de células) se prolifera rapidamente, dando origem a duas camadas: o citrofoblasto, camada que
envolve o embrião e o sinciciotrofoblasto, massa de citoplasma com vários núcleos. O sinciciotrofoblasto
auxilia na fixação e nutrição do embrião, produzindo enzimas que digerem alguns tecidos do útero, abrindo
espaços para o embrião se fixar. Este processo também provoca uma vascularização da região, auxiliando na
vascularização para nutris o embrião.

Após a implantação do embrião na parede do útero, inicia-se a formação dos tecidos, do saco vitelino,
do celoma e da cavidade amniótica.

Gastrulação, Neurulação e Organogênese


Gastrulação

Gastrulação é o nome do processo pelo qual ocorre uma invaginação nos tecidos do embrião, formando
os folhetos embrionários.     

Para falarmos da gastrulação, vamos tomar como exemplo o que ocorre em animais cordados, representados
pelo anfioxo e pelas rãs.

Os cordados são animais que possuem notocorda, um bastonete flexível que fica no dorso do embrião. A
notocorda persiste no adulto de alguns animais cordados, como é o caso do anfioxo. Nos animais vertebrados,
excluindo alguns peixes, a notocorda regride totalmente ou quase totalmente e a coluna vertebral se
desenvolve a partir da mesoderma.
O anfioxo é um animal de cerca de 6 cm de comprimento que vive enterrado na areia em águas rasas do
ambiente marinho, deixando para fora apenas a região anterior do corpo. Esses animais têm sexos separados e
a fecundação é externa.

O ovo do anfioxo é oligolécito e a sua segmentação é total subigual. A gastrulação ocorre por um
processo denominado invaginação dos blastômeros para o interior da blastocele, como se um dedo
empurrasse a parede de uma bexiga. A blastocele se reduz e chega a desaparecer. No ponto de invaginação
surge um orifício denominado blastóporo; a cavidade interna que se forma é o intestino primitivo ou
arquêntero.

Na gastrulação, diferenciam-se os folhetos germinativos ou embrionários, que darão origem a todos os


tecidos e órgãos. Esses folhetos são: ectoderma (o mais externo), mesoderma (o intermediário)
e endoderma (o mais interno).

Os animais que possuem três folhetos germinativos são chamados triblásticos ou triploblásticos, como é
o caso dos cordados. Existem entretanto, animais que possuem apenas dois folhetos germinativos: o
ectoderma e o endoderma. Esses animais são chamados diblásticos ou diploblásticos, como e o caso dos
cnidários.

O esquema acima descreve de forma simplificada a gastrulação em anfioxo. Neste caso, a camada interna que
reveste diretamente o arquêntero é chamada mesentoderma e dará origem, logo a seguir ao mesoderma e ao
endoderma. (Há quem considere o mesentoderma como endoderma e o mesoderma formado a partir do
endoderma.)

Nas rãs a fecundação é externa, os óvulos são heterolécitos e a segmentação é total desigual. Os óvulos


possuem um envoltório gelatinoso que desseca em contato com o ar. Assim, todo o desenvolvimento
embrionário ocorre na água. Forma-se uma larva aquática, o girino que sofre metamorfose, originando o
adulto. Fala-se, nesses casos, em desenvolvimento indireto, pois há uma fase larval. Quando a fase larval não
está presente, fala-se em desenvolvimento direto.
A gastrulação das rãs ocorre por invaginação e também por epibolia. Por invaginação forma-se uma fenda: o
blastóporo. Por epibolia os micrômeros passam a se dividir rapidamente e acabam por recobrir os
macrômeros. Os micrômeros insinuam-se primeiramente pelo lábio ventral. O blastóporo adquire o aspecto de
um círculo. Os micrômeros insinuam-se para dentro da blastocele, delimitando o arquêntero. Ocorre também
a diferenciação dos três folhetos germinativos: o ectoderma, o mesoderma e o endoderma.

Assim, na gastrulação das rãs, além de o embrião aumentar de volume, três outras características são
fundamentais:

 formação dos folhetos embrionários ou germinativos, que darão origem a todos os tecidos e órgãos;
 formação do arquêntero ou intestino primitivo;
 formação do blastóporo, orifício de comunicação do arquêntero com o exterior.

Em humanos, a gastrulação dá origem a um disco embrionário com três lâminas, ou três folhetos
germinativos: endoderma, mesoderma e ectoderma, sendo caracterizados como triblásticos.    

O endoderma dá origem aos tecidos de revestimento do sistema digestório, respiratório e às células de


glândulas de órgãos como o fígado e pâncreas.

O ectoderma origina o sistema nervoso e a epiderme.

O mesoderma origina quase todo o restante.

Durante a gastrulação há a formação da notocorda e o embrião recebe o nome de gástrula.

Em humanos, na terceira semana forma-se a linha primitiva, que é um acúmulo de células do epiblasto e sua
extremidade anterior forma o nó primitivo, evidenciando um eixo cefálico-caudal. A partir das células da linha
primitiva formam-se as células do mesênquima, que origina o mesoderma. O epiblasto origina o ectoderma e
o hipoblasto origina o endoderma.
A notocorda começa ser formada quando algumas células do mesênquima migram na região do nó cefálico e
crescendo entre o mesoderma e o ectoderma.

Na região caudal da linha primitiva forma-se a membrana cloacal, que dará origem ao ânus.

A linha primitiva degenera, porém se persistir em humanos dá origem a um tumor chamado teratoma.

Por volta da segunda semana forma-se o alantóide, que tem função na atividade respiratória e é local para
armazenar urina de embriões de répteis, aves e alguns mamíferos. Em humanos está relacionado com o
desenvolvimento da bexiga urinária.

Na gastrulação também temos a formação do arquêntero, que pode se chamado de intestino primitivo, e a
formação do blastóporo, que é o ponto de invaginação da gastrulação.

Em alguns animais, o blastóporo dá origem à boca, e são chamados de protostômios. Quando o blastóporo dá
origem ao ânus, são chamados de deuterostômios.

Neurulação

A neurulação é a etapa em que ocorre a formação do tubo nervoso, estrutura que dará origem ao sistema
nervoso.    

Sabemos que o desenvolvimento embrionário é um processo que envolve várias fases. Após a formação da
mórula, da blástula e da gástrula, inicia-se a etapa em que se forma a nêurula. Nessa fase ocorre a formação
do tubo nervoso, estrutura de fundamental importância no desenvolvimento embrionário.

No final da fase de gástrula, é possível observar um achatamento das células do ectoderma da face dorsal. Elas
dão origem à chamada placa neural, que se desenvolve em direção à porção posterior do embrião.

A placa neural inicia um processo de dobramento na região central, que formará o sulco neural. A medida que
essa fenda aumenta, as bordas laterais começam a se aproximar até se fundirem. O sulco, então, fecha-se e dá
origem ao tubo neural, também conhecido por tubo nervoso. Essa estrutura é responsável pela formação do
sistema nervoso.

Paralelamente a esse processo, está sendo formada, logo abaixo ao tubo nervoso, a notocorda, uma estrutura
maciça de células do mesoderma em forma de bastão. Ela está relacionada com o suporte do tubo nervoso,
além disso, define o eixo corporal do embrião.

Um fato importante relacionado com os cordados diz respeito à notocorda. Em pelo menos uma fase de vida
do animal, ela aparecerá, todavia, na maioria das espécies, ela não está presente na fase adulta.

Durante a formação dessas estruturas, o mesoderma (folheto germinativo) desenvolve-se e torna-se


responsável pelo preenchimento dos espaços entre o ectoderma e o endoderma. De acordo com sua posição
no embrião, ele pode ser classificado em: epímero, mesômero e hipômero.

O epímero (mesoderma dorsal) é o mesoderma que se localiza na região dorsal do embrião, ocupando as
posições laterais ao tubo nervoso e notocorda. É ele que origina o chamado somito, evaginações do
mesoderma que se destacam e que dão origem às vértebras, nervos e músculos esqueléticos.

O mesômero (mesoderma intermediário) fica localizado nas regiões laterais do embrião. É a partir dessa região
que surge o sistema urogenital embrionário.
Por fim, temos o hipômero (mesoderma ventral), que se localiza na porção ventral do embrião. Ele origina
duas camadas de células: a somatopleura e a esplancnopleura. O espaço entre essas duas lâminas celulares é o
chamado celoma.

É durante o processo de neurulação que se inicia a diferenciação dos folhetos embrionários, que dão origem a
todos os tecidos que são encontrados em um organismo adulto.

Organogênese

A Organogênese é parte do processo de desenvolvimento embrionário no qual os três folhetos germinativos


(ectoderme, mesoderme e endoderme) se diferenciam e dão origem aos órgãos internos do organismo.    

Durante a organogênese, ocorrem divisões e especializações celulares. Os três processos embrionários dão
origem a órgãos e estruturas do corpo do embrião, além dos anexos embrionários (folhetos
germinativos). Nessa perspectiva, é válido afirmar que:

 A ectoderma origina a epiderme e seus anexos (pelos, unhas, etc.), outras três são: mucosas corpóreas


(oral, anal e nasal), o esmalte dos dentes, o sistema nervoso (através do tubo neural),
nos olhos (retina, cristalino e a córnea) a hipófise, entre outros;
 A mesoderma, por sua vez, é dividida em epímero, mesômero e hipômero. O epímero forma o
esqueleto axial, a derme (tecido conjuntivo) e o tecido muscular. O mesômero, rins, gônadas e ureteres.
Por fim, o hipômero, que origina os músculos lisos e cardíacos, além de três serosas: pleura (reveste
externamente o pulmão), o pericárdio (revestimento cardíaco) e peritônio (abdômen).
 Já a endoderma é o processo do qual surgem os alvéolos pulmonares e as seguintes
glândulas: fígado, tireoide, paratireoide; também é a básica formação do revestimento interno dos
tratos digestório e respiratório.

Anexos embrionários
O que mantém um embrião no interior de um ovo? E dentro do útero? Como alimento e oxigênio chegam ao
feto? Aprenda isso e muito mais nesta aula de Biologia para o Enem!

Todo mundo tem umbigo. Mas, você sabia que, na verdade, o umbigo é uma cicatriz? Essa cicatriz marca o
local onde durante a sua gestação havia um anexo embrionário: o cordão umbilical. Ele manteve você
nutrido(a) durante seu desenvolvimento embrionário. Mas, o cordão umbilical não era a única estrutura a te
manter vivo(a). Outros anexos embrionários também fizeram seu papel, assim como ocorre em todos os
animais vertebrados.

Aprenda mais sobre os anexos embrionários nesta aula de embriologia para mandar bem nas questões de
biologia do Enem!

Durante o desenvolvimento embrionário dos vertebrados, existem estruturas que ajudam a sustentar a vida do
novo organismo que está sendo gerado. Essas estruturas, chamadas de anexos embrionários, são derivadas
dos folhetos embrionários do próprio embrião.

Os anexos embrionários, apesar de se originarem do embrião, não fazem parte do seu corpo, mas são
essenciais ao seu desenvolvimento. Vamos estudá-los com mais detalhes:

Saco vitelínico

Também chamado de vesícula vitelínica, o saco vitelínico é uma estrutura membranosa que se origina do
folheto embrionário mais externo do embrião, a ectoderme. Esse anexo embrionário armazena substâncias
nutritivas essenciais para o desenvolvimento do embrião.

Encontramos sacos vitelínicos bem desenvolvidos em peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos ovíparos.
Porém, nos mamíferos placentários (aqueles que desenvolvem a placenta, que veremos mais a seguir) essa
estrutura é pouco desenvolvida.

Isso porque, depois que se fixa ao útero e os demais anexos embrionários se desenvolvem, o embrião passa a
receber alimento através da placenta e do cordão umbilical. Dessa maneira, o saco vitelínico nestes animais
funciona como fonte nutricional somente no início do seu desenvolvimento, quando ainda não se fixou no
útero.

Após a sua fixação, o saco vitelínico passa a ter outra função, passando a produzir as hemácias, que são as
primeiras células sanguíneas do embrião.

Figura 1: Embrião de galinha com 5 dias sobre seu grande saco vitelínico. Nessa imagem
podemos ver o enorme saco vitelínico amarelado embaixo do embrião. Vemos também uma série de vasos sanguíneos que levam os
nutrientes até o embrião. Lembre-se que as aves possuem ovos megalécitos, ou seja, que possuem uma enorme quantidade de vitelo.
 
Figura 2: Embrião humano de 9 semanas com placenta, saco amniótico e
saco vitelino (indicado pela seta). Como a placenta e o cordão umbilical já estão perfeitamente desenvolvidos, o embrião não precisa
mais do saco vitelínico como fonte nutricional. Sendo assim, ele tem a função de produzir as células sanguíneas do embrião. Note a
enorme diferença de tamanho entre os sacos vitelínicos das aves e dos mamíferos.
Âmnio

Você já deve ter visto nas novelas todo aquele ~drama~ que envolve o parto. Para ficar mais “emocionante”,
sempre rola aquela frase: “a bolsa rompeu”. Depois disso, segue-se todo aquele corre-corre. Apesar de os
partos humanos em sua maioria não transcorrerem dessa maneira, esse exemplo provavelmente te ajudou a
entender o que é o âmnio. Ele é justamente a bolsa que se rompe (ou não) nos partos.

Popularmente chamado de “bolsa”, o âmnio ou bolsa amniótica é um anexo embrionário que envolve os
embriões de répteis, aves e mamíferos. Esta estrutura é composta por uma membrana que se forma, assim
como o saco vitelínico, da ectoderme.

O âmnio é preenchido pelo líquido amniótico, que protege o embrião contra desidratação e choques
mecânicos. Ele também permite os movimentos do feto em seu interior. Nos mamíferos placentários, o líquido
amniótico é constantemente renovado pelo organismo materno, que o absorve e secreta novamente.

O saco amniótico foi uma adaptação importante na conquista definitiva do ambiente terrestre pelos
vertebrados. Os répteis foram os primeiros animais a conquistarem definitivamente esse ambiente sem
depender da água em seus ciclos reprodutivos.

E, isso se deu especialmente por terem ovos capazes de manterem seus embriões protegidos contra o
ressecamento. Enquanto anfíbios e peixes tinham embriões sem sacos amnióticos e precisavam que seus ovos
se desenvolvessem na água; répteis, mamíferos e aves podem ter seus filhotes sem dependerem do ambiente
aquático.

Figura 3: Dentro do saco amniótico, envolvendo o feto, encontramos


o líquido amniótico, que o protege contra choques mecânicos e ressecamento. Na imagem podemos observar um bebê ainda envolto
em seu saco amniótico após o parto. Bebês nascerem envoltos com seu saco amniótico ainda intacto é algo muito raro. Chamamos
esse tipo de nascimento de parto empelicado.
Cório
O cório é caracterizado por uma película muito fina que envolve e protege o embrião e seus anexos
embrionários. É um anexo embrionário que, assim como o saco amniótico, ocorre em répteis, aves e
mamíferos.

Nas aves, répteis e mamíferos ovíparos, o cório também tem a função de superfície respiratória. Através dele, o
ovo troca gases com o ambiente. A superfície porosa da casca dos ovos permite a passagem dos gases e o
cório faz a seleção do que atingirá a parte mais interna do ovo.

Alantoide

O alantoide ocorre em répteis, aves e mamíferos. É um anexo embrionário que surge a partir de uma
evaginação (dobra para fora) do fim do intestino do embrião.

Nos vertebrados ovíparos, o alantoide é responsável por armazenar as excretas produzidas pelo embrião
durante seu período de desenvolvimento. Além disso, o alantoide também realiza a transferência de cálcio da
casca do ovo para o esqueleto do animal que pouco a pouco está se desenvolvendo. O alantoide pode ainda
auxiliar nas trocas gasosas que ocorrem entre o embrião e o ambiente.

Nos mamíferos placentários, o alantoide se funde com o cório. Isso forma uma estrutura chamada de
alantocório que formará a parte fetal da placenta.

Placenta

Encontrada exclusivamente em mamíferos placentários, a placenta é a estrutura responsável por realizar as


trocas de várias substâncias entre embrião e mãe. Através da placenta, o embrião recebe da mãe oxigênio,
nutrientes, hormônios e anticorpos. Já a mãe receberá do embrião o gás carbônico e as excretas do embrião,
que deverão ser eliminadas por seu organismo.

Para que essas trocas entre o embrião e a mãe ocorram, dentro da placenta, vasos sanguíneos da mãe e do
feto correm paralelamente. Sendo assim, através de difusão e osmose, os sangues dos dois organismos trocam
substâncias. Dessa maneira, é importante você lembrar que não há contato direto do sangue da mãe com o
sangue do bebê durante a gestação.

Além de realizar essas trocas fisiológicas, a placenta também atua como uma barreira, que chamamos de
barreira placentária. Essa barreira, na verdade, funciona mais como um filtro que impede a entrada da maioria
dos microrganismos patogênicos para dentro do ambiente uterino.

Figura 4: Bebê ainda ligado à placenta após o parto.


 

Cordão umbilical
O cordão umbilical é o anexo embrionário que liga o embrião (e posteriormente o feto) à placenta. Como ele
está relacionado à placenta, também estará presente apenas nos mamíferos placentários.

Dentro desse anexo embrionário há três vasos sanguíneos: duas artérias e uma veia. O sangue do
embrião/feto vai até a placenta através das duas artérias e volta através da veia.

Figura 5: Cordão umbilical da minha filha sendo cortado por mim após o parto.
Embriologia humana
Embriologia humana

→ Fecundação humana 

A fecundação é a união do espermatozoide, gameta masculino, e do ovócito secundário, gameta


feminino. Normalmente a fecundação, também chamada de fertilização, ocorre nas tubas uterinas, em uma
região mais dilatada chamada de ampola uterina.    

A fertilização e a implantação do embrião na parede do útero, que dá início à gravidez, constituem a


concepção.

O Passo-a-Passo da Fecundação

O processo de fertilização envolve diversos aspectos até que seja formado o zigoto. Na relação sexual, os
espermatozoides são lançados dentro do corpo da mulher e começam uma verdadeira maratona até
chegarem ao óvulo.

Esquema mostrando as fases da fecundação humana desde a ovulação até a nidação.

Os espermatozoides são atraídos por substâncias químicas liberadas pelo óvulo e nadam em busca dele.

Além disso, substâncias do sêmen estimulam as contrações da musculatura do útero, que juntamente com
os movimentos dos flagelos, levam os espermatozoides até a tuba uterina.
Representação dos gametas masculino (espermatozoide) e feminino (óvulo).

Milhares tentam chegar ao óvulo, mas só um consegue!

Milhares de espermatozoides morrem no caminho, uma vez que o ambiente vaginal é ácido e há células de
defesa prontas para eliminar os "invasores".

No entanto, outros milhares de "sobreviventes" continuam juntos a lutar contra as barreiras para entrarem no
óvulo.

Ao encostar nas camadas mais externas do óvulo (zona pelúcida), acontece uma reação no acrossomo dos
espermatozoides liberando enzimas digestivas que ajudam a dispersar as células foliculares. Essas enzimas
permitem que o espermatozoide entre em contato com a membrana plasmática do ovócito.

Quando a cabeça do espermatozoide entra em contato com o ovócito, os grânulos corticais liberam seu
conteúdo, uma situação conhecida como reação cortical. Isso faz com que a zona pelúcida altere-se e
ocorra o bloqueio da entrada de um novo espermatozoide. Ou seja, quando o primeiro espermatozoide
atingir a membrana vitelínica, mais interna, impedirá a entrada de outros. 

O processo de fertilização do óvulo.

Acontece a Fertilização

Inicia-se o fenômeno chamado fertilização com a fusão das membranas dos gametas, além da secreção dos
grânulos corticais que formam barreira à entrada de outros espermatozoides.
Com a entrada do espermatozoide suas estruturas fundem-se ao óvulo, assim os corpos basais do flagelo
originam os centríolos do zigoto, o resto do flagelo e as mitocôndrias degeneram.

O ovócito secundário (na verdade, o óvulo é um ovócito secundário, uma vez que a divisão meiótica é
interrompida durante a ovulogênese) completa sua divisão, formando um corpo polar secundário e o
pronúcleo feminino.

O núcleo do espermatozoide aumenta de volume originando o pronúcleo masculino.

Acontece a união dos conteúdos dos pronúcleos masculino e feminino, processo chamado cariogamia. É


nesse momento que é originado o zigoto, a primeira célula do novo ser.

Essa etapa costuma ocorrer nas primeiras 24 horas após a entrada dos espermatozoides no útero.

Clivagens do Zigoto

Clivagens e formação do embrião.

A partir da formação do zigoto começa um processo de divisões celulares que originará muitas células.

Essas segmentações ou clivagens do zigoto marcam o início do desenvolvimento embrionário.

Quando chega a um estágio chamado blastocisto, o embrião poderá se implantar na parede uterina.

A primeira clivagem ocorrer cerca de 24 horas após a fertilização, portanto no 2º dia após as relações sexuais e
o blastocisto é formado entre o 4º e o 7ºdia.

Nidação e Início da Gravidez

Se houver implantação ou nidação do blastocisto na parede do endométrio uterino, iniciará a gravidez, caso
contrário ele será eliminado junto com a menstruação. A nidação ocorre por volta de 1 semana após
fecundação.

Gestação

Três a quatro dias após a fecundação, o embrião chega ao útero na fase mórula, formado por
aproximadamente doze a dezesseis blastômeros, após dois a três dias, ele está implantado no útero sendo
considerado blástula (blastócito ou blastocisto). Nessa fase, há uma camada mais externa de células, sendo
conhecidas como trofoblasto, esta dará origem ao córion, e a camada celular interna, conhecida como botão
embrionário, formará o embrião e os anexos embrionários (Figura 1).

Figura 1: Fase inicial de formação do embrião 

No trofoblasto, ocorre modificação nas camadas externas e internas (sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto


respectivamente), o sinciciotrofoblasto secreta enzimas responsáveis por abrir uma extensão nas células do
endométrio e nutrir o embrião, já na camada mais interna, o endométrio que nesse tempo cobre o embrião,
forma vilosidades do córion que origina a placenta (Figura 2). Outras modificações ocorrem, ao mesmo tempo,
como as camadas de células no embrioblasto – o epiblasto, responsável por participar na formação do
embrião e do âmnio e o hipoblasto, que tem função na formação do saco vitelínico e da alantoide.

Figura 2: Sinciciotrofoblasto

Por volta do 14º ao 19º, ocorre a gastrulação e formam-se os três folhetos embrionários (ectoderme,
endoderme e mesoderme). Na fase organogênese, ocorre a formação dos principais órgãos do embrião, e na
9º semana, o embrião é chamado de feto e tem aparência tipicamente humana (Figura 3).
Figura 3: Fases embrionária e fetal

No momento do parto (aproximadamente após 9 meses), a mulher sente as contrações musculares do útero, a
bolsa de água se rompe, é a forma que o corpo tem de expulsar a criança para fora do corpo.

Leite materno

O leite materno é importante por vários motivos, a digestão do leite é mais fácil, além disso, a probabilidade
de reação alérgica e de causar prisão de ventre no bebê é muito reduzida. O leite materno contém anticorpos
que previnem a criança de obter doenças infecciosas.  

A amamentação é uma ação essencial que traz vários benefícios, como o aumento de contato da criança com
a mãe e, além disso, diminui as chances de câncer de mama e hemorragias após o parto. Até os seis meses, a
mãe deve alimentar o bebê exclusivamente de leite materno como recomendado pela Organização Mundial da
Saúde.

Gêmeos

Os gêmeos chamados de monozigóticos são também conhecidos como univitelinos ou idênticos, pois se
formam de um único óvulo (ovócito II) fecundado de um único espermatozoide originando dois ou mais
embriões. Os gêmeos univitelinos são geneticamente idênticos e por esse motivo são sempre do mesmo sexo. 

Geralmente, durante a fase inicial do desenvolvimento embrionário, por volta do 8º dia, as células se separam
tornando-os grupos independentes sendo que cada grupo forma um embrião completo. Quando essa
separação se dá mais tarde, ocorre a formação de duas massas celulares que têm em comum o mesmo
trofoblasto, sendo assim, os gêmeos compartilham o mesmo córion e placenta, mas não a mesma cavidade
amniótica. Quando ocorre antes, os gêmeos possuem dois âmnios, dois córions e duas placentas.

Em casos raros, quando ocorre a separação tardiamente, os embriões compartilham o mesmo âmnio, córion e
placenta geralmente estes não sobrevivem ou podem surgir gêmeos chamados de irmãos siameses que ficam
presos por uma parte em comum.
Os gêmeos fraternos ou dizigóticos são originados por apresentarem dois ou mais ovócitos II na tuba uterina,
sendo que cada um foi fecundado por um espermatozoide. Neste caso, os gêmeos se desenvolvem em
células-ovo distintas, e por isso não são tão parecidos quanto os gêmeos univitelinos, podendo ter ou não o
mesmo sexo.

Fertilização Artificial

Na espécie humana a fecundação acontece naturalmente durante a relação sexual, mas também pode ser feita
artificialmente em laboratório, através de um processo chamado fertilização in vitro.

Na fertilização in vitro os óvulos são fertilizados fora do corpo da mulher e depois introduzidos dentro do
útero para que ele possa se desenvolver.

Entretanto, muitas vezes o óvulo fecundado não consegue se fixar na parede do endométrio e se desenvolver,
por isso é comum que tenha que se repetir o processo.

Tecido epitelial
A Histologia é a parte da Biologia responsável por estudar a anatomia, as funções e as interações dos tecidos.
A associação de várias células com características semelhantes e que desempenham as mesmas funções
formam os tecidos.

Em 1819, Mayer criou o termo histologia, que se originou a partir da junção dos termo gregos hystos, que
significa “tecido”, e logos, que quer dizer “estudo”.

O francês Xavier Bichat denominou de tecido as estruturas macroscópicas encontradas no corpo que
apresentavam diferentes texturas. Segundo Bichat, os seres humanos possuíam no corpo cerca de 21 tipos
diferentes de tecidos.

A histologia se desenvolveu simultaneamente à evolução dos microscópicos, uma vez que para realizar o
estudo da histologia, o uso de equipamentos que possibilitaram a visualização das estruturas microscópicas foi
necessário. À medida que os microscópios foram melhorados, mais descobertas foram feitas.

Tipos de Tecidos

A histologia organiza os tecidos dos seres humanos em quatro grupos básicos:

1. Tecido epitelial;
2. Tecido conjuntivo;
3. Tecido nervoso;
4. Tecido muscular

Tecido epitelial

O tecido epitelial caracteriza-se pela presença de pouca matriz extracelular e células justapostas, ou seja,
células intimamente unidas.

O tecido epitelial caracteriza-se por apresentar células unidas e com pouca matriz extracelular entre
elas. Nesse tecido, são encontradas células responsáveis pelo revestimento de superfícies e pela secreção de
substâncias. Essas células possuem formato variado, o qual é, geralmente, acompanhado pelo núcleo. Em
células com formato cúbico, por exemplo, o núcleo tende a ser esférico. Já em células achatadas, o núcleo
apresenta-se também com formato chato.
Outra característica importante do tecido epitelial é o fato de que ele possui dois lados distintos, ou seja, é
polarizado. O lado voltado para o lado de fora do órgão (cavidade) é chamado de superfície apical. Já a
porção voltada para o lado oposto recebe o nome de superfície basal.

Geralmente, a superfície basal está apoiada em tecido conjuntivo, que está relacionado com o
fornecimento de nutrientes para o tecido epitelial. Como a maioria dos epitélios não apresenta vasos
sanguíneos, seus nutrientes chegam por meio dos capilares presentes no tecido conjuntivo subjacente.

Outro ponto que merece destaque é o fato de que o tecido epitelial possui algumas especializações (junções
intercelulares), que permitem a adesão e a comunicação entre as células. Além disso, a superfície das células
epiteliais pode conter especializações, como microvilosidades (pequenas projeções do citoplasma), cílios e
flagelos. que aumentam a superfície de contato e facilitam a movimentação de partículas.

→ Funções do tecido epitelial

A epiderme, uma das camadas que formam a pele, é constituída de tecido epitelial.

Por apresentar células bastante unidas, o tecido epitelial atua, principalmente, como
uma barreira, garantindo proteção contra micro-organismos, contra a perda excessiva de água, além de
proteção mecânica. O tecido epitelial atua ainda na formação de glândulas, as quais exercem diversas
funções no organismo. A glândula sudorípara, por exemplo, produz suor, que permite o controle da
temperatura corpórea.

→ Tecido epitelial de revestimento

O tecido epitelial de revestimento é responsável por revestir o corpo e as superfícies dos órgãos. Por
esse motivo, está relacionado com a proteção, absorção de substâncias e, até mesmo, com a percepção de
certos estímulos.

→ Classificação do tecido epitelial de revestimento

O tecido epitelial de revestimento pode ser classificado de diferentes formas, de acordo com a quantidade de
camadas de células e com o formato celular. No que diz respeito às camadas de células, o tecido epitelial
pode ser dividido em:

 Simples: apresenta apenas uma camada de células.


 Estratificado: apresenta múltiplas camadas celulares.
 Pseudoestratificado: apresenta apenas uma camada de células, entretanto, possui um aspecto que dá
a falsa impressão de possuir várias camadas celulares. Isso ocorre porque as células possuem tamanhos
variados, e a localização do núcleo é diferente em cada célula.
Observe a diferença entre tecido epitelial simples, estratificado e pseudoestratificado.

O tecido epitelial de revestimento pode ser ainda classificado de acordo com o formato das células. De acordo
com essa classificação, temos:

 Epitélio cúbico: tecido com células em formato cúbico.


 Epitélio colunar: tecido com células alongadas.
 Epitélio escamoso: tecido com células achatadas, que lembram azulejos.
 Epitélio de transição: tecido com formato de células que varia de acordo com a distensão do órgão
no qual é encontrado. No tecido da bexiga urinária, por exemplo, as células tornam-se mais achadas
quando esse órgão está cheio. Já quando a bexiga está vazia, as células ficam com formato mais
globoso.

Observe os diferentes formatos de células epiteliais.

→ Tecido epitelial glandular

O tecido epitelial glandular forma as glândulas, sendo responsável por secretar substâncias. Vale
destacar que as células desse tecido nem sempre estão agregadas formando glândulas complexas. A célula
caliciforme, por exemplo, é uma célula epitelial glandular e é chamada por alguns autores de células de
glândulas unicelulares.

As glândulas multicelulares, que são as glândulas propriamente ditas, podem ser classificadas em três
tipos:
 Glândula endócrina: São glândulas sem ductos que produzem secreções lançadas diretamente no
sangue. Como exemplo, podemos citar a tireoide.
 Glândula exócrina: São glândulas que possuem ductos e liberam sua secreção em cavidades ou na
superfície do corpo. Como exemplo, podemos citar a glândula sebácea.
 Glândula mista: Essa glândula possui uma porção endócrina e uma porção exócrina. Como exemplo,
podemos citar o pâncreas.

Observe as estruturas de uma glândula endócrina e de uma exócrina.

Tecido conjuntivo propriamente dito


Tecido conjuntivo propriamente dito

O tecido conjuntivo propriamente dito é o  mais indiferenciado de todos e está presente em todos os
órgãos e abaixo da epiderme. Suas funções principais são: preencher os espaços entre os órgãos e outros
tecidos; dar suporte e apoio aos epitélios de revestimento e glandular, vasos sanguíneos, linfáticos, nervos e
componentes do tecido muscular; unir os músculos esqueléticos aos ossos formando sob a forma de tendões;
proteger e conter os órgãos a partir da formação de cápsulas; servir de meio de troca para restos metabólicos,
nutrientes e gases; e auxiliar na defesa e proteção do organismo.

O principal constituinte deste tipo de tecido é a matriz extracelular rica em colágeno, fibras reticulares, fibras
elásticas, glicoproteínas e integrinas. Esta grande diversidade de moléculas presentes na matriz extracelular
exerce um importe papel na reserva de vários fatores que controlam a proliferação e diferenciação celular.
Além da matriz extracelular abundante, o tecido conjuntivo propriamente dito possui uma população bastante
heterogênea de células tais como fibroblastos, fibrócitos, macrófagos,
mastócitos, linfócitos, plasmócitos, adipócitos e células mesenquimais indiferenciadas. Devido a sua função de
integração funcional, trocas gasosas e fornecimento de nutrientes, o este tecido é ricamente vascularizado e
inervado.

O tecido conjuntivo propriamente dito pode ser dividido em tecido conjuntivo frouxo (Aureolar) e tecido
conjuntivo denso:

O tecido conjuntivo frouxo é um tecido delicado, flexível, bem vascularizado e não muito resistente a trações
sendo o mais comum dos tecidos conjuntivos e possui a maior distribuição no organismo. É ele quem
preenche os espaços entre a fibras e feixes musculares, serve de apoio ao tecido epitelial, apoia e nutre as
células epiteliais, envolve nervos, vasos sanguíneos e linfáticos, reveste as cavidades peritoneais e pleurais. Este
tipo de tecido faz parte da estrutura de diversos órgãos, tem grande importância no isolamento de infecções e
está intimamente associado ao processo de cicatrização.

Não há predominância de nenhum elemento estrutural típico do conjuntivo, desta maneira ele é formado por
células, fibras e substância fundamental em proporções muito próximas. As células mais numerosas são
os fibroblastos e macrófagos, mas todos os outros tipos celulares do tecido conjuntivo também estão
presentes, além de fibras dos sistemas colágeno, elástico e reticular. Além dos componentes citados
anteriormente, o tecido conjuntivo frouxo também é constituído de substância fundamental amorfa, que
envolve as células e as fibras.

O tecido conjuntivo frouxo suporta estruturas sujeitas a pouca pressão e atrito, geralmente preenche espaços
entre as células musculares e dá suporte ao tecido epitelial, é encontrado também nas papilas da derme, na
hipoderme, nas membranas serosas que revestem as cavidades peritoneais e pleurais e nas glândulas.

O tecido conjuntivo denso, ao contrário do tecido conjuntivo frouxo, é adaptado para oferecer resistência e
proteção aos tecidos. Sua constituição é a mesma do tecido frouxo, porém, existem menos células e uma
predominância de fibras colágenas. Este tipo de conjuntivo é menos flexível e mais resistente à tensão. De
acordo com a organização das fibras colágenas presentes em sua matriz extracelular o tecido conjuntivo denso
pode ser classificado em modelado e não modelado.

O tecido conjuntivo denso não modelado possui suas fibras colágenas sem orientação definida formando
uma rede tridimensional. Este arranjo oferece resistência ao tecido quando submetido a trações vindas de
diversas direções. Este tecido é encontrado na derme profunda da pele.

O tecido conjuntivo denso modelado apresenta seus feixes de colágenos de maneira paralela e alinhados
aos fibroblastos. Este tipo de tecido modelou suas fibras em resposta às trações exercidas em um sentido
determinado. Devido à essas forças, os fibroblastos orientam as fibras produzidas de modo a oferecer maior
resistência. Temos como exemplo de tecido modelado os tendões.

Os tendões dão estruturas alongadas que ligam os músculos aos ossos e por serem ricos em fibras colágenas
tem alta resistência e são inextensíveis. O colágeno encontrado nestas estruturas forma feixes densos e
paralelos. As células presentes no tendão são classificadas como fibrócitos e possuem núcleo alongado e
paralelo às fibras de colágeno, seu citoplasma é delgado e frequentemente envolve os feixes de colágeno.

O tecido conjuntivo denso oferece resistência e proteção aos tecidos, é menos flexível que o tecido conjuntivo
frouxo e mais resistente às tensões.

Tecido adiposo
Tecido adiposo

O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo com propriedades especiais. Possui muitos adipócitos, células
especializadas, que têm função principal de reserva energética para o organismo, entre outras.
No tecido adiposo multilocular há várias gotas de gordura no citoplasma celular

Tecido Adiposo Unilocular

Geralmente, quando se fala da “gordura do corpo” é esse tecido que está sendo citado. Ele é o principal
reservatório de lipídios do corpo.

É o mais comumente encontrado, sendo distribuído por regiões como as camadas mais profundas da pele e
ao redor de órgãos da cavidade abdominal. Há diferenças de distribuição entre homens e mulheres, definindo
a forma do corpo.

As gotas de gordura se reúnem formando uma grande gota. Por isso recebe o nome de unilocular. Também é
conhecido como gordura amarela, coloração que se deve à gordura, que contém pigmentos e vitaminas.

A gota de gordura ocupa quase todo espaço nos adipócitos, com isso o núcleo assume posição mais periférica
e há pouco citoplasma na célula.

Tecido Adiposo Multilocular

Esse tipo de tecido adiposo é responsável pela regulação da temperatura corporal. É encontrado
principalmente em animais que hibernam. Nos seres humanos está presente em recém-nascidos, fica restrito a
regiões específicas nos adultos.

Recebe o nome de multilocular por causa das várias gotas de gordura suspensas no citoplasma dos adipócitos.
Eles ficam com aparência esponjosa quando observados ao microscópio. Também é conhecido como gordura
marrom ou parda.

As gotas de gordura ocupam quase todo espaço da célula, restando pouco citoplasma ao redor. O núcleo fica
no centro ou na periferia. Também estão presentes muitas mitocôndrias e capilares.

As mitocôndrias transformam a energia dos lipídios em energia térmica. Essa energia é liberada no sangue,
aumentando a temperatura corporal e ajudando a acordar os animais em hibernação.

Funções

 Reserva Energética: a principal função do tecido é de reserva energética. O depósito de gordura é


feito nas células adiposas também chamadas adipócitos;
 Isolante Térmico: ajuda a regular a temperatura corporal, protegendo contra o frio;
 Preenchimento: é encontrado ao redor de órgãos e preenchendo espaços, de forma que mantém as
estruturas fixas no lugar.
 Proteção contra impactos: evita traumatismos, protegendo os órgãos internos.
Características

O tecido conjuntivo adiposo é composto por matriz extracelular e células adiposas, os adipócitos.

A matriz é composta de fibras reticulares (colágeno tipo III) bem finas, que formam redes e não se observam
facilmente ao microscópio. Essa substância intercelular envolve os inúmeros adipócitos presentes.

Os adipócitos são células que acumulam gordura no interior. Possuem vasos sanguíneos, especialmente
capilares.

Os lipídios ali encontrados são especialmente triglicerídeos (moléculas de glicerol unidas a cadeias de ácidos


graxos). Formam gotas suspensas no citoplasma e sem membrana ao redor.

Tecido cartilaginoso
Tecido cartilaginoso

O tecido cartilaginoso é um tipo de tecido conjuntivo rígido e flexível encontrado em diversas partes do corpo.

O tecido cartilaginoso é um tipo de tecido conjuntivo que se destaca por ser rígido, mas flexível. Esse tecido
não apresenta nervos ou vasos sanguíneos e linfáticos, diferentemente da maioria dos tecidos conjuntivos. A
cartilagem pode ser encontrada em diversas partes do corpo, tais como nariz, orelhas e discos intervertebrais.

→ Principais características do tecido cartilaginoso

O tecido cartilaginoso, também chamado de cartilagem, apresenta células distribuídas na matriz


cartilaginosa. Essa matriz é rica em glicoproteínas e contém fibras elásticas e colágenas. São essas fibras que
garantem a flexibilidade do tecido.

A principal célula desse tecido é chamada de condrócito, uma célula ovoide, com poucas organelas na fase
adulta e rica em lipídios no citoplasma. Os condrócitos ficam localizados em lacunas denominadas de
condroplastos e, portanto, ficam aprisionados na matriz. A célula que dá origem ao condrócito é chamada
de condroblasto, que se destaca por produzir uma grande quantidade de fibras proteicas. Quando sua
atividade metabólica torna-se reduzida, ela passa a ser chamada de condrócito.

Como já dito, o tecido cartilaginoso não possui vasos sanguíneos e, portanto, não recebe nutrientes por essa
via. Os nutrientes são levados até a cartilagem por vasos sanguíneos presentes em um tecido conjuntivo
adjacente denominado de pericôndrio.

→ Funções das cartilagem no corpo humano

A cartilagem, por ser um tecido resistente e flexível, está bastante associada à sustentação de alguns tecidos
moles. Além disso, relaciona-se também com a formação e crescimento dos ossos. Ela também apresenta
papel fundamental no deslisamento dos ossos uns sobre os outros, uma vez que reveste superfícies articulares.
Também está associada à absorção de impactos, como é o caso da cartilagem disposta entre as vértebras.

→ Tipos de cartilagem

Existem três tipos básicos de cartilagem:

 Cartilagem hialina: Essa cartilagem apresenta matriz formada por colágeno tipo II e é envolvida pelo
pericôndrio. Destaca-se por formar o esqueleto do feto durante o início do desenvolvimento.
Posteriormente, é substituída por ossos em um processo chamado de ossificação endocondral. Além
de ser encontrada no esqueleto fetal, a cartilagem hialina está presente nos brônquios, nariz e
traqueia. 
 Cartilagem elástica: Como o nome sugere, essa cartilagem destaca-se pela grande presença de fibras
elásticas em sua matriz, mas também pouca quantidade de colágeno. Assim como a cartilagem hialina,
essa cartilagem é revestida pelo pericôndrio. Pode ser encontrada na epiglote, na laringe e no pavilhão
auditivo.
 Cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem: Essa cartilagem não apresenta pericôndrio e destaca-se pela
grande quantidade de fibras de colágeno tipo I. Pode ser observada nos discos intervertebrais, na
ligação dos tendões e ossos e nos discos articulares do joelho,  amortecendo os choques mecânicos e
conferindo flexibilidade motora ao organismo.

Tecido ósseo

O tecido ósseo é uma forma especializada de tecido conjuntivo, no qual as células ósseas encontram-se em
uma matriz extracelular rica em colágeno, fosfato de cálcio e íons.

É o principal constituinte do esqueleto.

Apesar de sua estrutura rígida, os ossos são elementos vivos e dinâmicos que estão em constante
remodelação.

Classificação do Tecido Ósseo

O tecido ósseo pode ser classificado quanto à sua estrutura macroscópica (observada a olho nu) e
microscópica.

Quanto à estrutura macroscópica, o tecido ósseo pode ser classificado em osso compacto e osso
esponjoso:

Osso Compacto

É formado por partes sem cavidades visíveis.

Estão tipos ósseos estão relacionados com proteção, suporte e resistência.

Geralmente, são encontrados nas diáfises (haste longa do osso).

Osso Esponjoso

É formado por partes com muitas cavidades intercomunicantes.

Representa a maior parte do tecido ósseo dos ossos curtos, chatos e irregulares.

A maior parte é encontrada nas epífises (as extremidades alargadas de um osso longo).

Quanto a estrutura microscópica, o tecido ósseo pode ser classificado em primário e secundário:

Tecido ósseo primário

Também chamado de não-lamelar ou imaturo.

Apresenta disposição irregular das fibras de colágeno, não forma-se lamelas.

Possui menos minerais e maior quantidade de osteócitos, comparado com o tecido ósseo secundário.
É o primeiro tipo de osso que se forma, ainda durante o desenvolvimento embrionário. Este tecido é pouco
frequente em adultos, persistindo em locais de intensa remodelação, como os alvéolos dentários e regiões de
inserção de tendões.

Tecido ósseo secundário

Também chamado de lamelar ou maduro, é encontrado nos adultos.

Apresenta as fibras colágenas organizadas em lamelas, que ficam paralelas umas às outras. Os osteócitos se
dispõem no interior ou na superfície de cada lamela.

Esse tipo de tecido é composto por um conjunto de camadas de lamelas circulares, concêntricas e com
diferentes diâmetros, chamadas de sistemas de Havers ou sistema harvesiano.

Tecido ósseo secundário. Os pontos mais claros representam os sistemas de Havers e os pontos pretos são osteócitos

Composição do Tecido Ósseo

O tecido ósseo é formado por células e material extracelular calcificado, a matriz óssea.

As células deste tecido podem ser de três tipos: osteoblastos, osteócitos e osteoclastos.

Os osteoblastos localizam-se periferia do osso e possuem longos prolongamentos citoplasmáticos que tocam


os osteoblastos vizinhos.

São responsáveis pela produção da matriz óssea que se deposita ao seu redor. Quando aprisionados pela
matriz recém-sintetizada, passam a ser chamados de osteócitos.

Os osteócitos são as células mais abundantes do tecido ósseo. Ao ficarem retidos na matriz celular, as
projeções citoplasmáticas de cada célula diminui. Assim, os canais onde esses prolongamentos estavam
situados servem de comunicação entre uma lacuna e outra.

Também é através desses canais que as substâncias nutritivas e o gás oxigênio chegam às células ósseas. Os
canais ósseos constituem uma complexa rede, responsável pela manutenção e vitalidade da matriz óssea.

Os osteoclastos são células volumosas e multinucleadas (6 a 50 núcleos). Originam-se da fusão das células do


sangue, os monócitos. Entram em atividade na fase de reabsorção óssea, pois podem se mover nas superfícies
ósseas e destruir áreas lesadas ou envelhecidas.

Com isto, permitem a atividade dos osteoblastos que continuam a produção da matriz óssea. A ação dos
osteoblastos e osteoclastos faz com que os ossos estejam em contínua remodelação.

A matriz óssea é composta por uma parte orgânica e inorgânica. A parte orgânica é constituída por fibras
colágenas, proteoglicanos e glicoproteínas. Enquanto, a parte inorgânica é composta por íons de fosfato e
cálcio. Além de outros íons em menor quantidade, como o bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato.

Revestimentos dos Ossos


A superfície externa dos ossos é envolvida por uma camada de tecido conjuntivo, o periósteo.

O tecido ósseo é altamente vascularizado. No periósteo existem vasos sanguíneos e nervos que penetram nos
ossos através de pequenos orifícios.

A superfície interna dos ossos é revestida pelo endósteo, formado por osteoblastos e osteoclastos.

Funções do Tecido Ósseo

 Suporte para as partes moles e protege órgãos vitais;


 Locomoção do corpo;
 Reservatório de cálcio para o organismo.

Além disso, no interior dos ossos se aloja a medula óssea, que origina células sanguíneas.

Tecido sanguíneo
Tecido sanguíneo

O  tecido sanguíneo  pode ser considerado um tecido conjuntivo em que a substância intercelular, o plasma, é
líquida, formada principalmente por  água e proteínas, e que serve de meio de transporte de nutrientes,
hormônios, anticorpos e excretas. No plasma encontram-se os elementos celulares ou figurados, que são os
glóbulos vermelhos ou hemácias, glóbulos brancos    ou leucócitos, e plaquetas ou metabolismo celular,
trombócitos. Há um excelente vídeo que trata de forma bastante didática sobre  o que é o sangue.     

O sangue é um tecido conjuntivo especial que é constituído por matriz extracelular líquida, hemácias,
leucócitos e plaquetas, sendo os três últimos fragmentos celulares.

O sangue é um tipo especial de tecido conjuntivo que garante o transporte


de nutrientes, oxigênio e resíduos metabólicos pelo corpo, além de garantir os processos de coagulação
sanguínea e defesa do organismo. O sangue é formado por uma matriz extracelular líquida, na qual são
encontrados células e fragmentos celulares suspensos. Ele está contido dentro do sistema cardiovascular, o
qual garante sua movimentação em um fluxo unidirecional.

Após centrifugação do sangue, consegue-se observar a separação de sua parte líquida das células sanguíneas.

→ Componentes

O sangue é composto por plasma sanguíneo, dois tipos celulares (eritrócitos e leucócitos) e fragmentos


celulares nomeados plaquetas. Os eritrócitos, leucócitos e plaquetas são chamados elementos figurados do
sangue. Esses elementos constituem 45% do volume do sangue, enquanto o plasma constitui 55% do seu
volume.

Uma pessoa saudável apresenta um volume total de sangue de, aproximadamente, 7% do seu peso
corporal.

- Plasma sanguíneo

O plasma sanguíneo é a parte líquida do sangue e apresenta-se com uma coloração amarelo-claro. Esse
representa mais da metade do volume total de sangue do nosso corpo e é 90% constituído de água.

No plasma são encontrados ainda sais minerais, proteínas, hormônios, entre outras substâncias, como


nutrientes e resíduos do metabolismo. É no plasma que estão suspensos os elementos figurados.

- Elementos figurados

Os elementos figurados são as hemácias, os leucócitos e as plaquetas.

 Hemácias, glóbulos vermelhos ou eritrócitos

As hemácias, também conhecidas como glóbulos vermelhos e eritrócitos, são as células responsáveis
pelo transporte de oxigênio no organismo. Elas são células anucleadas, ou seja, não possuem núcleo e têm
o formato de um disco bicôncavo. Essas células são pequenas, apresentando cerca de sete a oito
micrômetros de diâmetro.

As hemácias possuem um período de vida curto, o qual dura cerca de 120 dias, sendo posteriormente
destruídas, principalmente no baço. Em condições normais, essas células não saem do interior dos vasos
sanguíneos.
As hemácias apresentam formato de disco bicôncavo.

A coloração vermelha dessas células é decorrente da presença de


uma proteína denominada hemoglobina, que, além de garantir a cor, é a responsável pelo transporte de
oxigênio no corpo.

A ausência de núcleo nas hemácias favorece o aumento do espaço para a hemoglobina nessas células. Vale
salientar que, além da ausência de núcleo, as hemácias também não possuem mitocôndrias.

Quando observamos uma redução no número de hemácias no sangue, temos uma situação conhecida
como anemia.

O sangue é vermelho devido à grande quantidade de hemácias encontrada nele. Essa célula é a encontrada
em maior quantidade, sendo observados, em cada microlitro de sangue, cerca de cinco a seis milhões de
eritrócitos.

 Leucócitos ou glóbulos brancos

Os leucócitos, também chamados glóbulos brancos, são as células responsáveis pela defesa do nosso
organismo. São incolores, apresentam formato esférico e são capazes de realizar diapedese, que é sua saída
ativa dos vasos sanguíneos, para atuarem na função de defesa em tecidos lesionados ou atacados por agentes
patogênicos. Em média, a cada microlitro de sangue, encontra-se de cinco a dez mil leucócitos.

Existem diferentes tipos de leucócitos.

Existem diferentes tipos de leucócitos, cada um realizando uma determinada função relacionada com a
proteção do corpo. Alguns deles, por exemplo, realizam o processo de fagocitose, outros são responsáveis
pela produção de anticorpos, que são proteínas de
defesa. Neutrófilos, basófilos, monócitos, eosinófilos e linfócitos são tipos de leucócitos.
Em um hemograma, o aumento dos valores de leucócitos pode representar uma infecção.

Os leucócitos são divididos em dois grupos: granulócitos e agranulócitos.

Os granulócitos caracterizam-se por apresentar núcleo com formato irregular e grânulos específicos em


seu citoplasma. Neutrófilos, eosinófilos e basófilos são leucócitos do tipo granulócito.

Os agranulócitos, diferentemente do grupo anteriormente citado, apresentam um núcleo com formato mais


regular e em seu citoplasma não se observa a presença de grânulos específicos. Linfócitos e monócitos são
exemplos de agranulócitos.

 Plaquetas

As plaquetas são fragmentos de megacariócitos da medula óssea, ou seja, não são células propriamente


ditas. Essas estruturas possuem cerca de dois a três micrômetros de diâmetro e também não possuem
núcleo.

Elas atuam no processo de coagulação e também ajudam na reparação de vasos sanguíneos que sofreram
algum tipo de lesão. Em cada microlitro de sangue, existem cerca de 150 mil a 450 mil plaquetas.

Em pacientes com dengue, percebe-se uma queda no número de plaquetas. Na dengue clássica, observa-
se que essa contagem fica abaixo de 100 mil em cada microlitro de sangue.

→ Onde é produzido

O sangue é produzido na chamada medula óssea. Essa está localizada nas cavidades dos ossos esponjosos e
também no canal medular dos ossos longos.

→ Doenças que afetam o sangue

Algumas doenças afetam diretamente as células sanguíneas, desencadeando uma série de consequências
desagradáveis e até mesmo fatais. Vejamos, a seguir, algumas dessas doenças:

 Anemia: quando há uma redução da quantidade de hemoglobina no sangue. A anemia pode ser


desencadeada, por exemplo, por carência de ferro na alimentação e hemorragias. O indivíduo anêmico
apresenta, entre outros sintomas, fraqueza, cansaço, falta de ar e tonturas.
 Anemia Falciforme: quando se observa uma alteração nas hemácias, as quais apresentam uma forma
de foice. Essa alteração pode desencadear a formação de coágulos que levam à obstrução dos vasos
sanguíneos, o que pode gerar danos em certos órgãos. Na anemia falciforme, o indivíduo pode
apresentar dores e fadiga.
 Hemofilia: é um problema genético, ligado ao cromossomo X, que provoca alterações na coagulação
do sangue. Isso significa que pessoas com esse problema podem apresentar excessivo sangramento
diante de uma lesão. O tratamento da hemofilia geralmente se baseia na reposição do fator de
coagulação que não está presente no paciente.
 Leucemia: é um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos e caracteriza-se pela produção de células
anormais. Existem, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), mais de 12 tipos diferentes de
leucemia. O tratamento da leucemia é variado e pode incluir quimioterapia, radioterapia e também
transplante de medula óssea.

Linfa
A linfa, como o sangue, é um tecido de transporte formado por uma parte líquida e uma parte celular. A parte
líquida é o plasma linfático, de composição química variável em função da alimentação; a parte celular
compõe-se basicamente de linfócitos e de alguns glóbulos brancos granulócitos.

A linfa banha as células dos demais tecidos e é drenada por um sistema especial de vasos de paredes muito
finas.

Tecido hematopoiético
Tecido hematopoiético

O tecido hematopoiético (do grego hematos, sangue, e poese, formação, origem) é um tipo de tecido
conjuntivo responsável pela produção de células sanguíneas e da linfa, e se localiza no interior de alguns tipos
de ossos. Esse tecido é o precursor da medula óssea vermelha.

Durante a infância, grande parte dos ossos do corpo possui esse tipo de medula; na fase adulta, a medula
vermelha é encontrada principalmente nos ossos pélvicos, no osso esterno, nas costelas e na clavícula. Na fase
embrionária, as células sanguíneas são formadas no baço e no fígado.

A medula óssea é dotada de fibras reticulares e células- tronco medulares. Tais células são multipotentes (ou
pluripotentes), ou seja, podem dar origem aos diversos tipos de células sanguíneas, e são descendentes
das células-tronco embrionárias. As células-tronco embrionárias são totipotentes, ou seja, não só dão origem
às células sanguíneas, como a qualquer outro tipo de célula do organismo.

A multiplicação das células-tronco produz tanto células-filhas que se comportam como células multipotentes,
quanto células que se diferenciam em vários tipos de células do sangue. Numa primeira fase dessa
diferenciação, as células-tronco dão origem a duas linhagens celulares: células-tronco mieloides, e células-
tronco linfoides. As células-tronco mieloides originam as hemácias (glóbulos vermelhos ou eritrócitos),
as plaquetas(ou trombócitos) e os leucócitos (glóbulos brancos), tais
como neutrófilos, basófilos, eosinófilos e monócitos. Já as células-tronco linfoides dão origem aos linfócitos B
e T.

Em mamíferos, os linfócitos B passam pela diferenciação na própria medula óssea. No caso dos linfócitos T,
suas células precursoras se deslocam da medula óssea para o timo, local onde a diferenciação é concluída.
O timo é um órgão que se localiza no osso esterno, dotado de tecidos linfóides.

O sangue humano é composto por: plasma, hemácias, leucócitos e plaquetas. O plasma é uma solução aquosa
de substâncias como proteínas, hormônios, gases, nutrientes, sais e excreções, e sua função é transportar tais
substâncias por todo o corpo, o que possibilita às células receber o nutriente necessário ao metabolismo e
expulsar metabólitos tóxicos.

As hemácias são as células mais abundantes no sangue, são anucleadas (seu núcleo é perdido durante
a diferenciação celular), bicôncavas e providas de moléculas de hemoglobina, proteína que confere cor
vermelha ao sangue. As hemácias são produzidas na medula óssea vermelha, a partir dos eritroblastos, células
originadas pela diferenciação de células tronco mieloides e sua produção é ditada pela ação do
hormônio eritropoetina, secretado pelos rins. As hemácias são responsáveis pelas trocas gasosas no
organismo.

Os leucócitos são células esféricas e nucleadas, de tamanho maior do que as hemácias. A principal função dos
leucócitos é proteger do corpo contra infecções por microrganismo ou outros corpos estranhos (partículas,
toxinas, etc.) que adentrem nos tecidos. Cada tipo de leucócito tem um papel específico no combate a
infecções.

As plaquetas são fragmentos citoplasmáticos que se originam na medula óssea vermelha a partir dos
megacariócitos, os quais são provenientes das células tronco mieloides. As plaquetas desempenham um papel
fundamental na coagulação sanguínea.

Tecido muscular
Tecido muscular

O tecido muscular relaciona-se com a locomoção e outros movimentos do corpo.

Entre as suas principais características estão: excitabilidade, contratilidade, extensibilidade e elasticidade.

Os músculos representam 40% da massa corporal. Por isso, em muitos animais o tecido muscular é o mais
abundante.

As células do tecido muscular são alongadas e recebem o nome de fibras musculares ou miócitos. São ricas em
duas proteínas: actina e miosina.

No estudo do tecido muscular, os seus elementos estruturais recebem uma denominação diferenciada.
Entenda cada uma delas:

Célula = Fibra Muscular;


Membrana Plasmática = Sarcolema;
Citoplasma = Sarcoplasma;
Retículo Endoplasmático Liso = Retículo Sarcoplasmático

Funções do Tecido Muscular

 Movimento do corpo
 Estabilização e postura
 Regulação do volume dos órgãos
 Produção de calor

O tecido muscular é classificado em três tipos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso ou não-


estriado.

Cada tecido é formado por fibras musculares que possuem características morfológicas e funcionais
particulares, como veremos a seguir:

Tecido Muscular Estriado Esquelético

O termo esquelético deve-se à sua localização, pois está ligado ao esqueleto.

O tecido muscular estriado esquelético possui contração voluntária e rápida.


Cada fibra muscular contém várias miofibrilas, filamentos de proteínas (actina, miosina e outras).

A organização desses elementos faz com que se observem estriações transversais ao microscópio de luz, o que
conferiu o nome estriado ao tecido.

As fibras musculares estriadas esqueléticas possuem forma de longos cilindros, que podem ter o comprimento
do músculo a que pertencem. São multinucleadas e os núcleos se situam na periferia da fibra, junto à
membrana celular.

Corte longitudinal das fibras esqueléticas, onde é possível observar suas estriações

A fibra muscular e a contração

A contração muscular permite a locomoção e os demais movimentos do corpo.

As fibras musculares contraem-se devido ao encurtamento das miofibrilas, filamentos citoplasmáticos ricos em
proteínas actina e miosina, dispostas ao longo de seu comprimento.

Esses filamentos podem ser observados em microscópio óptico, Nele podem ser observadas a presença de
estriações transversais pela alternância de faixas claras (Banda I, miofilamentos de actina) e faixas escuras
(Banda A, miofilamentos de miosina).

A essa estrutura dá-se o nome de sarcômero, que representa a unidade funcional da contração muscular.

Uma célula muscular tem entre dezenas e centenas de sarcômeros arranjados na miofibrila. Cada sarcômero é
delimitado por dois discos transversais, chamados de linhas Z.
O sarcômero e sua atuação durante a contração muscular

De forma resumida, a contração muscular refere-se ao deslizamento da actina sobre a miosina.

Isso porque a actina e miosina formam filamentos organizados que permite o deslizamento de uns sobre os
outros, encurtando as miofibrilas e levando à contração muscular.

No citoplasma da fibra muscular é possível encontrar diversas mitocôndrias, que garantem a energia
necessária para a contração muscular e grânulos de glicogênio.

As fibras musculares são mantidas unidas devido ao tecido conjuntivo. Este tecido permite que a força de
contração, gerada por cada fibra individualmente, atue sobre o músculo inteiro.

Além disso, o tecido conjuntivo nutre e oxigena as células musculares e transmite a força gerada na contração
aos tecidos vizinhos.

Tecido Muscular Estriado Cardíaco

É o principal tecido do coração.

Este tecido possui contração involuntária, vigorosa e rítmica.

É constituído por células alongadas e ramificadas, dotadas de um núcleo ou dois núcleos centrais.

Apresentam estrias transversais, seguindo o padrão de organização dos filamentos de actina e miosina. Porém,
não se agrupam em miofibrilas.

Diferencia-se do tecido muscular estriado esquelético por suas estriações serem mais curtas e não tão
evidentes.
Tecido Muscular Cardíaco em corte longitudinal. As estriações são menos aparentes

As fibras cardíacas são envolvidas por um envoltório de filamentos de proteínas, o endomísio. Não há
perimísio e nem epimísio.

As células estão unidas entre si, através de suas extremidades, por estruturas especializadas: os discos
intercalares. Estas junções permitem a adesão entre as fibras e a passagem de íons ou pequenas moléculas de
uma célula a outra.

Quase metade do volume celular é ocupado por mitocôndrias, o que reflete a dependência do metabolismo
aeróbico e a necessidade contínua de ATP.

O tecido conjuntivo preenche os espaços entre as células e os seus capilares sanguíneos oferecem oxigênio e
nutrientes.

Os batimentos cardíacos são controlados por um conjunto de células musculares cardíacas modificadas,
denominado de marca-passo cardíaco ou nó sinoatrial. A cada segundo, aproximadamente, um sinal elétrico
se propaga pela musculatura cardíaca, gerando a contração.

Tecido Muscular Liso ou Não-Estriado

Sua principal característica é a ausência de estriações.

Presente nos órgãos viscerais (estômago, intestino, bexiga, útero, ductos de glândulas e paredes dos vasos
sanguíneos).

Constitui a parede de muitos órgãos, sendo responsável por movimentos internos como o movimento dos
alimentos através do tubo digestivo.

Este tecido possui contração involuntária e lenta.

As células são uninucleadas, alongadas e com extremidades afiadas.

Ao contrário dos tecidos estriado esquelético e cardíaco, o tecido muscular liso não apresenta estriações. Isto
porque, os filamentos de actina e miosina não se organizam no padrão regular apresentado por células
estriadas.
Tecido Muscular Liso e a ausência de estriações

As células estão unidas por meio de junções do tipo gap e de zonas de oclusão.

No tecido muscular liso não é encontrado perimísio e nem epimísio.

Tecido nervoso
O tecido nervoso é o responsável por permitir a comunicação do organismo com o ambiente externo, assim
como manter a homeostase do corpo. Vem com a gente nesta revisão de biologia estudar as estruturas e
funções do tecido nervoso.

O tecido nervoso é um tecido que diferencia os animais dos demais seres vivos. Presente em quase todos os
animais (exceto nos Poríferas), esse tecido é responsável pela interação do organismo com o ambiente,
recebendo e interpretando estímulos e elaborando respostas a eles.

Além disso, o tecido nervoso é responsável por controlar uma série de processos metabólicos essenciais para
manter a homeostase do organismo. E, é no tecido nervoso que são armazenadas as memórias e onde estão
as emoções. De modo geral, é principalmente o tecido nervoso que faz de nós quem somos.

Características do tecido nervoso

O tecido nervoso é um tecido encontrado em todos os órgãos do sistema nervoso. Esse tecido é caracterizado
pela presença de pouca substância extracelular e pela presença de dois principais tipos de células: os
neurônios e as células da glia.

Imagem 1: Imagem computadorizada que demonstra a complexidade


do tecido nervoso. Em amarelo estão os neurônios, em laranja estão os astrócitos e em cinza os oligodentrócitos. Fonte da imagem:
Science Photo Library.
Neurônios
Os neurônios são as principais células do sistema nervoso. Para você ter uma ideia, só o cérebro possui mais
de 100 bilhões de neurônios. Eles são as células responsáveis por gerar e transportar os impulsos nervosos.
Sendo assim, são responsáveis pela percepção dos estímulos e pela sua compreensão. Além disso, é a
interação entre os neurônios que possibilita a elaboração de respostas aos estímulos.

Para realizarem essas funções, os neurônios irão exercer duas propriedades específicas: a excitabilidade e a
condutibilidade.

A excitabilidade é a propriedade que permite que essas células respondam a estímulos, sejam eles
provenientes do organismo ou do ambiente em que nos encontramos. A resposta à esta excitação, é o que
chamamos de impulso nervoso. Os impulsos nervosos são fenômenos tanto elétricos como químicos, como
veremos a seguir.

Já a condutibilidade é a capacidade apresentada pelos neurônios de transportar os impulsos nervosos. E, a


anatomia dos neurônios está diretamente ligada à esta capacidade.

Anatomia dos neurônios

Os neurônios são células de formato estrelado com um longo prolongamento. Ela se assemelha a uma pipa,
com uma longa rabiola.

Há, basicamente, três partes em um neurônio: o corpo celular, os dendritos e os axônios.

Imagem 2: Desenho esquemático


demonstrando a estrutura dos neurônios, que será descrita a seguir.
Corpo celular

No corpo celular, também chamado de pericário, encontra-se a maior parte do citoplasma dessas células,
assim como a maior parte das organelas celulares. O núcleo da célula, com seu material genético, também se
encontra nessa região dos neurônios.

Dentritos

Por outro lado, os dendritos são pequenos prolongamentos que partem do corpo celular e se ramificam,
assemelhando-se a pequenas raízes ou galhos. Neles encontramos os receptores para os neurotransmissores,
substâncias químicas responsáveis por propagar um impulso nervoso de um neurônio para o outro. Por isso,
dizemos que os dendritos são os responsáveis por receberem os estímulos nos órgãos sensitivos e também de
outros neurônios. Como possuem várias ramificações, os dendritos conseguem interagir com várias células
vizinhas fazendo várias conexões.

Axônios
Por fim, os axônios são a “rabiola” dos neurônios. Normalmente, um neurônio possui apenas um axônio, mas
pode haver células com mais de um. Eles são caracterizados por serem prolongamentos celulares muito longos
e são os responsáveis por transportar a parte elétrica do impulso nervoso.

Além disso, na ponta dos axônios encontramos uma região específica chamada de telodendro. Nessa região
da célula encontramos pequenas vesículas, que são responsáveis por liberarem os neurotransmissores quando
a região é estimulada.

Imagem 3: Fotomicrografia feita com microscópio óptico de neurônios encontrados


no tecido nervoso do cérebro. Na imagem é possível observar vários neurônios em cor roxa (coloração artificial) e observar os seus
corpos celulares, assim como seus dendritos e axônios. Fonte da imagem: Science Photo Library.
Assim como estudar a anatomia dos neurônios, compreender sua classificação é muito importante. Eles podem
ser classificados de acordo com o número de ramificações que apresentam ou ainda de acordo com a função
que exercem. Veja:

Classificação de acordo com a anatomia:

Multipolares: são os neurônios mais comuns. Eles possuem vários dendritos partindo do corpo celular e
apenas um axônio.

Bipolares: são os neurônios que possuem apenas um dendrito e um axônio.

Unipolares: são os neurônios que têm apenas um prolongamento partindo do corpo celular que se divide em
dois.

Classificação pela função:

Neurônios sensoriais: são também chamados de aferentes. São os neurônios responsáveis por captar os
estímulos e levar em direção aos órgãos do sistema nervoso central.

Neurônios motores: são também chamados de neurônios eferentes. São as células que levam os impulsos
dos órgãos do sistema nervoso central em direção aos órgãos efetores.

Neurônios mistos: também chamados de interneurônios. Isso porque podem tanto levar quanto trazer
informações do sistema nervoso central. São, em geral, encontrados entre os neurônios sensoriais e os
motores, fazendo as ligações entre os dois tipos no meio dos circuitos nervosos.

Células da glia

As células da glia são as demais células que compõem o tecido nervoso. Em geral, as células da glia têm a
função de auxiliar os neurônios. Elas podem envolver os neurônios, ou apenas estar ao lado deles, ajudando
em sua nutrição, proteção e transmissão dos impulsos nervosos. Para isso, elas podem atuar sintetizando
substâncias nutritivas, ou ainda fagocitando antígenos.
Astrócitos

São células que, assim como os neurônios, têm formato estrelado. Elas se “enraízam” no tecido nervoso,
auxiliando na sustentação do tecido e também atuam na manutenção dos íons presentes no ambiente fora
dos neurônios.

Oligodentrócitos

São células presentes nos órgãos do sistema nervoso central. Elas possuem prolongamentos que se enrolam
em volta dos axônios e produzem a bainha de mielina. Essa “capa” em volta dos axônios se comporta como
um isolante elétrico, melhorando a transmissão de impulsos nervosos.

Imagem 4: Desenho esquemático demonstrando um oligodentrócito envolvendo trechos do


axônio de um neurônio. Os oligondentrócitos possuem vários prolongamentos que podem envolver axônios de diferentes neurônios
ao mesmo tempo. Fonte da imagem: https://neuroibb.wixsite.com/brainy/oligodentrocitos
Células de Schwann

Assim como os oligodentrócitos, as células de Schwann criam um isolante em volta dos axônios. Todavia, essas
células estão localizadas no sistema nervoso periférico.

Do mesmo modo, as células de Schwann também se enrolam em volta dos axônios para criar o isolamento.
Mas, ao contrário dos oligodentrócitos que têm vários prolongamentos que podem se enrolar em vários
neurônios simultaneamente, as células de Schwann de enrolam completamente em volta de um único trecho
do axônio.

Entre uma célula de Schwann e outra, há um pequeno espaço que chamamos de região descontínua da
bainha. Isso faz com que haja uma espécie de estrangulamento do axônio, formando um nódulo, chamado de
nódulo de Ranvier ou nós neurofibrosos.

Esses pequenos nodos fazem com que o impulso nervoso, elétrico, salte entre as células de Schwann,
aumentando a velocidade da transmissão do impulso nervoso.

Além disso, outro detalhe importante a ressaltar sobre a bainha de mielina é que a gordura presente nessas
células confere ao tecido uma cor esbranquiçada. Dessa forma, regiões em que encontramos grande
quantidade de axônios envoltos em suas bainhas são chamados de substância branca do sistema nervoso. Por
outro lado, as regiões onde há grandes concentrações de corpos celulares são mais acinzentadas, chamadas
de massa cinza.
Imagem 5: Fotomicrografia feita com microscópio eletrônico de varredura e
coloria artificialmente. Na imagem podemos observar um corte transversal de axônios dos neurônios no tecido nervoso. Em rosa estão
os axônios. Já em verde está a bainha de mielina. Através dessa imagem podemos entender como a bainha de mielina faz um
isolamento em volta dos axônios. Fonte da imagem: Science Photo Library.
Micróglias

São células bem pequenas, com poucos prolongamentos. Têm a função de fagocitar antígenos que entrem no
sistema nervoso. São originárias de células da medula óssea e circulam entre as demais células.

Tecido nervoso e regeneração

O tecido nervoso é um tecido que possui baixa regeneração. Uma vez diferenciados, os neurônios não se
dividem mais. Assim, caso uma região do tecido nervoso seja lesionada, não há formação de novos neurônios
a partir dos já existentes, diminuindo muito a capacidade de regeneração do tecido nervoso.

Mesmo assim, alguns axônios podem se regenerar, caso sejam cortados acidentalmente. Todavia, seus corpos
celulares não podem ter sido lesionados.

Impulsos Nervosos e Sinapses

A transmissão do impulso nervoso é a forma de comunicação dos neurônios. Os impulsos são fenômenos de
natureza eletroquímica, uma vez que envolvem substâncias químicas e a propagação de sinais elétricos.

As sinapses ocorrem entre os prolongamentos dos neurônios (axônio de uma célula e dendritos da vizinha).
Ocorrem devido a substâncias químicas, os mediadores chamados neurotransmissores.

Os sinais elétricos geram um potencial de ação nas membranas dos neurônios, isso quer dizer, que há
mudança de cargas elétricas.

Visão geral da fisiologia


Visão geral da fisiologia

A fisiologia é o ramo da Biologia que estuda o funcionamento dos organismos vivos.

A palavra fisiologia é de origem grega e deriva de physis “natureza” e logos “estudo, conhecimento”.

A fisiologia envolve a compreensão das funções de células, tecidos, órgãos e sistemas de organismo, bem
como a interação entre eles e a importância para a sobrevivência.

Para isso, a fisiologia trata do estudo das múltiplas funções químicas, físicas e biológicas que garantem o
adequado funcionamento dos organismos.
A compreensão do funcionamento dos organismos vivos sempre despertou a curiosidade e interesse dos
cientistas. Os primeiros estudos sobre fisiologia foram desenvolvidos na Grécia, há 2.500 anos atrás.

A fisiologia pode ser classificada conforme o seu objeto de estudo. A Fisiologia Animal estuda o
funcionamento dos organismos animais. Nessa área encontra-se a Fisiologia Humana, voltada aos seres
humanos.

Enquanto isso, a Fisiologia Vegetal se concentra nos vegetais. Assim, é considerada como um ramo
da botânica que estuda os processos que ocorrem em plantas e de suas respostas às variações do meio
ambiente.

Fisiologia Humana

O organismo humano é constituído de diversas partes, que em conjunto garantem o seu funcionamento
adequado.

O nível de organização do organismo humano é o seguinte: moléculas - células - tecidos - órgãos - sistemas


- organismo. Todos os níveis trabalham de modo integrado, através de variadas e numerosas reações
químicas.

No estudo da fisiologia humana, deve-se reconhecer o nível de organização do organismo:

 As moléculas são fundamentais para que ocorram as reações químicas e atuam em nível celular;
 A célula é a menor unidade estrutural e funcional;
 Os tecidos são grupos de células semelhantes que realizam uma função particular;
 Quando diferentes tipos de tecidos estão unidos, formam os órgãos com funções específicas e,
geralmente com uma forma reconhecível;
 Um sistema consiste de órgãos relacionados que desempenham uma função comum;
 Todos os sistemas funcionando de modo integrado compõem o organismo, um indivíduo.

Fisiologia Vegetal

A fisiologia vegetal estuda todos os organismos vegetais e suas interações com o ambiente (solo, clima,
interações ecológicas).

Os vegetais também apresentam nível de organização composto por: moléculas - células - tecidos - órgãos -
sistemas e organismo. Essa organização, em conjunto com as reações químicas, são fundamentais para o
crescimento e desenvolvimento das plantas.

Entre os processos fisiológicos que garantem a sobrevivência dos vegetais, destacam-se: fotossíntese,


respiração, germinação e o transporte de água e nutrientes.

Homeostase

A homeostase é intimamente relacionada com a fisiologia. É definida como a capacidade do organismo em


manter o seu ambiente interno em condição estável, tanto em ritmo, como em composição química.

A homeostase garante um estado de independência relativa do organismo em relação às oscilações do


ambiente externo. Com isso, o organismo pode realizar suas funções celulares, teciduais e dos sistemas, no
momento, local, intensidade e duração adequados.

Um exemplo de homeostase no organismo humano é o controle da temperatura corporal. Em condições


normais, a temperatura é por volta de 37º C, garantindo que as funções do organismo ocorram normalmente.
Porém, um aumento da temperatura pode provocar alterações no funcionamento de algumas atividades
metabólicas. Assim, o corpo produz suor na tentativa de resfriar e retornar a temperatura adequada.

Principais Sistemas do Corpo Humano

Entre os principais sistemas do corpo humano, podemos citar o tegumentar, esquelético, muscular,
cardiovascular, respiratório, digestório, urinário, nervoso e genital.

O corpo humano é formado por diversos sistemas, que atuam juntos para garantir o funcionamento
adequado do organismo. Esses sistemas, que podem ser definidos como conjuntos de órgãos, apesar de
estarem ligados, realizam atividades específicas.

Podemos dizer que o corpo humano apresenta doze sistemas principais. São eles:

→ Sistema Tegumentar: Formado pela pele e seus anexos, tais como pelos, unhas e glândulas. Atua, entre
outras funções, isolando o corpo, evitando a perda excessiva de água e regulando a temperatura.

→ Sistema Esquelético: Constituído basicamente por ossos e cartilagens. A principal função desse sistema é
garantir a movimentação e sustentação do nosso organismo; proteger órgãos de impactos; produzir células
sanguíneas e atuar como depósito de cálcio.

→ Sistema Articular: Formado pelas articulações, esse sistema proporciona a união das peças do esqueleto
humano.

→ Sistema Muscular: Composto pelos músculos, esse sistema garante a movimentação do nosso corpo e a
contração de órgãos.

→ Sistema Cardiovascular: É composto pelo tecido sanguíneo, vasos sanguíneos e o coração. O objetivo
desse sistema é garantir que oxigênio e nutrientes sejam levados até as células e os produtos indesejáveis
sejam removidos.

→ Sistema Respiratório: Formado por nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e pulmões, esse
sistema garante a hematose e, consequentemente, que oxigênio seja levado às células.

→ Sistema Digestório: Composto pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e
glândulas associadas, tais como as salivares, o fígado e o pâncreas, esse sistema quebra os alimentos em
partículas menores para que possam ser aproveitadas pelo organismo.

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→ Sistema Urinário: Formado por rins, ureteres, bexiga e uretra, esse sistema elimina as substâncias tóxicas e
em excesso no organismo.

→ Sistema Genital: O sistema genital masculino é formado por testículos e vias espermáticas, enquanto o
feminino é formado por ovários, tubas uterinas, útero e vagina. A principal função desse sistema é garantir a
reprodução e produção de hormônios.

→ Sistema Nervoso: Formado pelo Sistema Nervoso Central, constituído por encéfalo e medula espinhal, e
pelo Sistema Nervoso Periférico, constituído pelos nervos e gânglios, esse sistema capta estímulos do meio
externo e interno, bem como formula respostas para esses estímulos.
→ Sistema Endócrino: Ele é formado por todas as glândulas endócrinas do corpo, tais como a hipófise,
tireoide, pâncreas, testículos e ovários. Sua função principal é garantir a produção de hormônios e, portanto, o
controle das funções biológicas e a homeostase.

→ Sistema Linfático: Constituído pela linfa, vasos linfáticos, linfonodos e órgãos linfoides, esse sistema
recolhe o líquido intersticial e devolve para o sangue, além de ajudar na defesa do organismo.

Sistema digestório
Sistema digestório

O Sistema Digestório é também conhecido como Sistema Digestivo ou Aparelho Digestivo. Ele é formado


por um conjunto de órgãos que atuam no corpo humano.

A ação desses órgãos está relacionada ao processo de transformação do alimento, que tem o objetivo de
ajudar na absorção dos nutrientes.

Tudo isso acontece por meio de processos mecânicos e químicos.

Órgãos do corpo humano relacionado ao sistema


digestório
Componentes do Sistema Digestório

O Sistema Digestório (nova nomenclatura) divide-se em duas partes.

Uma delas é o tubo digestório (propriamente dito), antes conhecido como tubo digestivo. Ele se divide em
três partes: alto, médio e baixo. A outra parte corresponde aos órgãos anexos.

Veja no quadro abaixo os órgãos que compõem cada parte do Sistema Digestório.

Partes Descrição
Tubo digestório alto Boca, faringe e esôfago.
Tubo digestório
Estômago e intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo).
médio
Tubo digestório Intestino grosso (ceco, cólon ascendente, transverso, descendente, a curva sigmoide e o
baixo reto).
Partes Descrição
Órgãos anexos Glândulas salivares, dentes, língua, pâncreas, fígado e vesícula biliar.
A seguir estão apresentadas mais informações e detalhes sobre cada um dos componentes do Sistema
Digestório.

Tubo Digestório Alto

Órgãos e anexos do trato digestório alto


O tubo digestório alto é formado pela boca, faringe e esôfago.

Conheça a seguir mais detalhes sobre cada um desses órgãos.

A boca é o local onde inicia o sistema digestório


A boca é a porta de entrada dos alimentos no tubo digestivo. Ela corresponde a uma cavidade forrada por
mucosa, onde os alimentos são umidificados pela saliva, produzida pelas glândulas salivares.

Na boca ocorre a mastigação, que corresponde ao primeiro momento do processo da digestão mecânica. Ela
acontece com os dentes e a língua.

Em um segundo momento entra em ação a atividade enzimática da ptialina, que é amilase salivar. Ela atua
sobre o amido encontrado na batata, farinha de trigo, arroz e o transformando em moléculas menores de
maltose.

Faringe
A faringe é o órgão que faz a ligação
entre o sistema digestório e o sistema respiratório
A faringe é um tubo muscular membranoso que se comunica com a boca, através do istmo da garganta e na
outra extremidade com o esôfago.

Para chegar ao esôfago, o alimento, depois de mastigado, percorre toda a faringe, que é um canal comum
para o sistema digestório e o sistema respiratório.

No processo de deglutição, o palato mole é retraído para cima e a língua empurra o alimento para dentro da
faringe, que se contrai voluntariamente e leva o alimento para o esôfago.

A penetração do alimento nas vias respiratórias é impedida pela ação da epiglote, que fecha o orifício de
comunicação com a laringe.

Esôfago

Movimento peristálticos do esôfago


O esôfago é um conduto musculoso, controlado pelo sistema nervoso autônomo.

É por meio de ondas de contrações, conhecidas como peristaltismo ou movimentos peristálticos, o conduto
musculoso vai espremendo os alimentos e levando-os em direção ao estômago.

Tubo Digestório Médio

O tubo digestório médio é formado pelo estômago e intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo).

Conheça sobre cada um deles a seguir.


Estômago

Anatomia do estômago sadio e de um estômago


com úlcera
O estômago é uma grande bolsa que se localiza no abdômen, sendo responsável pela digestão das proteínas.

A entrada do órgão recebe o nome de cárdia, porque fica muito próxima ao coração, separada dele somente
pelo diafragma.

Ele possui uma pequena curvatura superior e uma grande curvatura inferior. A parte mais dilatada recebe o
nome de "região fúndica", enquanto a parte final, uma região estreita, recebe o nome de "piloro".

O simples movimento de mastigação dos alimentos já ativa a produção do ácido clorídrico no estômago.
Contudo, é somente com a presença do alimento, de natureza proteica, que se inicia a produção do suco
gástrico. Este suco é uma solução aquosa, composta de água, sais, enzimas e ácido clorídrico.

A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco que a protege de agressões do suco gástrico, uma
vez que ele é bastante corrosivo. Por isso, quando ocorre um desequilíbrio na proteção, o resultado é uma
inflamação da mucosa (gastrite) ou o surgimento de feridas (úlcera gástrica).

A pepsina é a enzima mais potente do suco gástrico e é regulada pela ação de um hormônio, a gastrina.

A gastrina é produzida no próprio estômago no momento em que moléculas de proteínas dos alimentos
entram em contato com a parede do órgão. Assim, a pepsina quebra as moléculas grandes de proteína e as
transformam em moléculas menores. Estas são as proteoses e peptonas.

Por fim, a digestão gástrica dura, em média, de duas a quatro horas. Nesse processo, o estômago sofre
contrações que forçam o alimento contra o piloro, que se abre e fecha, permitindo que, em pequenas porções,
o quimo (massa branca e espumosa), chegue ao intestino delgado.

Intestino delgado

Órgãos anexos que participam do processo digestivo no intestino


O intestino delgado é revestido por uma mucosa enrugada que apresenta inúmeras projeções. Está localizado
entre o estômago e o intestino grosso e tem a função de segregar as várias enzimas digestivas. Isto dá origem
a moléculas pequenas e solúveis: a glicose, aminoácidos, glicerol, etc.

O intestino delgado está dividido em três porções: o duodeno, o jejuno e o íleo.

O duodeno é a primeira porção do intestino delgado a receber o quimo que vem do estômago, que ainda
está muito ácido, sendo irritante à mucosa duodenal.
Logo em seguida, o quimo é banhado pela bile. A bile é secretada pelo fígado e armazenada na vesícula biliar,
contendo bicarbonato de sódio e sais biliares, que emulsificam os lipídios, fragmentando suas gotas em
milhares de micro gotículas.

Além disso, o quimo recebe também o suco pancreático, produzido no pâncreas. Ele contém enzimas, água e
grande quantidade de bicarbonato de sódio, pois dessa forma favorece a neutralização do quimo.

Assim, em pouco tempo, a “papa” alimentar do duodeno vai se tornando alcalina e gerando condições
necessárias para ocorrer a digestão intra-intestinal.

Já o jejuno e o íleo são considerados a parte do intestino delgado onde o trânsito do bolo alimentar é rápido,
ficando a maior parte do tempo vazio, durante o processo digestivo.

Por fim, ao longo do intestino delgado, depois que todos os nutrientes foram absorvidos, sobra uma pasta
grossa formada por detritos não assimilados e com bactérias. Esta pasta, já fermentada, segue para o intestino
grosso.

Tubo Digestório Baixo

O tubo digestório baixo é formado pelo intestino grosso, que possui os seguintes componentes: ceco, cólon
ascendente, transverso, descendente, a curva sigmoide e o reto.

Intestino grosso

O intestino grosso é o último órgão que atua no sistema digestório


O intestino grosso mede cerca de 1,5 m de comprimento e 6 cm de diâmetro. É local de absorção de água
(tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas), de armazenamento e de eliminação dos resíduos
digestivos.

Ele está dividido em três partes: o ceco, o cólon (que se subdivide em ascendente, transverso, descendente e a
curva sigmoide) e reto.

No ceco, a primeira porção do intestino grosso, os resíduos alimentares, já constituindo o “bolo fecal”, passam
ao cólon ascendente, depois ao transverso e em seguida ao descendente. Nesta porção, o bolo fecal
permanece estagnado por muitas horas, preenchendo as porções da curva sigmoide e do reto.
O reto é a parte final do intestino grosso, que termina com o canal anal e o ânus, por onde são eliminadas as
fezes.

Para facilitar a passagem do bolo fecal, as glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco a fim de
lubrificar o bolo fecal, facilitando seu trânsito e sua eliminação.

Note que as fibras vegetais não são digeridas nem absorvidas pelo sistema digestivo, passam por todo tubo
digestivo e formam uma porcentagem significativa da massa fecal. Sendo, portanto, importante incluir as fibras
na alimentação para auxiliar a formação das fezes.

Sistema respiratório
Sistema respiratório

O sistema respiratório é o conjunto dos órgãos responsáveis pela absorção do oxigênio do ar pelo organismo
e da eliminação do gás carbônico retirado das células.

Ele é formado pelas vias respiratórias e pelos pulmões. Os órgãos que compõem as vias respiratórias são:
cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios.

Órgãos que compõem o Sistema Respiratório


Funções do Sistema Respiratório

Cada um dos órgãos do Sistema Respiratório ajuda a manter o equilíbrio do organismo. Conheça a seguir as
funções desenvolvidas pelo Sistema Respiratório.

Troca gasosa

Quando inspiramos o ar atmosférico, que contém oxigênio e outros elementos químicos, ele passa pelas vias
respiratórias e chega aos pulmões.

É nos pulmões que acontece a troca do dióxido de carbono pelo oxigênio. E, graças aos músculos respiratórios
que este órgão cria forças para o ar fluir. Tudo isso a partir de estímulos e comandos emitidos pelo Sistema
Nervoso Central.

Equilíbrio ácido-base

O equilíbrio ácido-base corresponde à remoção do excesso de CO 2 do organismo.

Nesta função, novamente temos a atuação do Sistema Nervoso, que é responsável por enviar informações
para os controladores da respiração.
Produção de sons

A produção e emissão de sons é realizada pela ação conjunta do Sistema Nervoso e dos músculos que
trabalham na respiração.

São eles que permitem o fluxo do ar das cordas vocais e da boca.

Defesa pulmonar

Ao respirar, é praticamente impossível eliminar as impurezas contidas no ambiente atmosférico. A inspiração


de microrganismos se torna inevitável.

Para evitar problemas de saúde, o Sistema Respiratório apresenta mecanismos de defesa, que por sua vez, são
realizados a partir da atuação dos diferentes órgãos.

Conheça a seguir quais são os órgãos do Sistema Respiratório e como eles atuam no nosso corpo.

Órgãos do Sistema Respiratório

Diversos órgãos atuam no Sistema Respiratório


Cavidades Nasais

As cavidades nasais são dois condutos paralelos revestidos de mucosa e separados por um septo cartilaginoso,
que começam nas narinas e terminam na faringe.

No interior das cavidades nasais, existem pelos que atuam como filtro de ar, retendo impurezas e germes,
garantindo que o ar chegue limpo aos pulmões.

A membrana que reveste as cavidades nasais contém células produtoras de muco que umidificam o ar. Ela é
rica em vasos sanguíneos que aquecem o ar que entra no nariz.

Faringe

A faringe é um tubo que serve de passagem tanto para os alimentos quanto para o ar, portanto, faz parte do
sistema respiratório e do sistema digestório.
Sua extremidade superior se comunica com as cavidades nasais e com a boca, na extremidade inferior se
comunica com a laringe e o esôfago. Suas paredes são musculosas e revestidas de mucosa.

Laringe

A laringe é o órgão que liga a faringe à traqueia. Na parte superior da laringe está a epiglote, a válvula que se
fecha durante a deglutição.

Este é também o principal órgão da fala. Nela estão localizadas as cordas vocais.

Traqueia

A traqueia é um tubo situado abaixo da laringe e formado por quinze a vinte anéis cartilaginosos que a
mantêm aberta.

Este órgão é revestido por uma membrana mucosa, e nela o ar é aquecido, umidificado e filtrado.

Brônquios

A traqueia, o brônquio, os bronquíolos e os alvéolos


desempenham importantes funções
Os brônquios são duas ramificações da traqueia formados também por anéis cartilaginosos.

Cada brônquio penetra em um dos pulmões e divide-se em diversos ramos menores, que se distribuem por
todo o órgão formando os bronquíolos.

Os brônquios se ramificam e subdividem-se várias vezes, formando a árvore brônquica.

Pulmões
Detalhes dos Brônquios, Bronquíolos e Alvéolos e das trocas
gasosas
O sistema respiratório é composto por dois pulmões, órgãos esponjosos situados na caixa torácica. Eles são
responsáveis pela troca do oxigênio em gás carbônico, através da respiração.

Cada pulmão é envolvido por uma membrana dupla, chamada pleura. Internamente, cada pulmão apresenta
cerca de 200 milhões de estruturas muito pequenas, em forma de cacho de uva e que se enche de ar,
chamados de alvéolos pulmonares.

Cada alvéolo recebe ramificações de um bronquíolo. Nos alvéolos, realizam-se as trocas gasosas entre o
ambiente, denominada hematose. Tudo isso acontece graças às membranas muito finas que os revestem e
abrigam inúmeros vasos sanguíneos bem finos, os capilares.

Doenças do Sistema Respiratório

Os pulmões podem ser atacados por diversas doenças, as quais pode ser infecciosas ou alérgicas.

Doenças infecciosas do Sistema Respiratório

As doenças infecciosas são resultado de uma inflamação em determinados órgãos. Elas são provocadas por
microrganismos, tais como vírus, bactérias, entre outros parasitas.

O processo infeccioso também pode ser desencadeado por substâncias tóxicas, como a fumaça tóxica do
cigarro, é o que acontece no enfisema, doença degenerativa crônica, geralmente desencadeada pelo
tabagismo.

Dentre as doenças infecciosas mais conhecidas destacam-se: gripe, resfriado, tuberculose, pneumonia e
enfisema pulmonar.

Doenças alérgicas dos Sistema Respiratório

O sistema respiratório é também atacado por doenças alérgicas, que resultam da hipersensibilidade do
organismo a determinado agente: poeira, medicamentos, cosméticos, pólen etc.

Como exemplo de doenças alérgicas, destacam-se: rinite, bronquite e asma.

Curiosidade sobre o Sistema Respiratório


Nenhum Sistema do nosso organismo atua sozinho. Em situações de perigo, por exemplo, o Sistema
Respiratório e o Sistema Nervoso atuam em conjunto.

Em situações de perigo, nosso corpo reage de diferentes formas, uma delas é a respiração acelerada. Isso
acontece porque o organismo tem necessidade de captar mais oxigênio.

O sistema nervoso simpático libera adrenalina e noradrenalina e, em paralelo, acontece a produção


de hormônios pela hipófise, causando essas sensações e reações no corpo.

Resumo do Sistema Respiratório

Veja no mapa mental abaixo um resumo com os órgãos do Sistema Respiratório.

Resumo sobre
os órgãos que compõem o Sistema Respiratório
Sistema cardiovascular
Sistema cardiovascular

O sistema cardiovascular ou sistema circulatório humano é responsável pela circulação do sangue, de modo


a transportar os nutrientes e o oxigênio por todo o corpo. O Sistema Cardiovascular é formado pelos vasos
sanguíneos e o coração.

Vasos Sanguíneos
Os vasos sanguíneos constituem uma ampla rede de tubos por onde circula o sangue, distribuídos por todo o
corpo. Existem três tipos de vasos sanguíneos: as artérias, as veias e os vasos capilares.

Artérias

As artérias são vasos do sistema cardiovascular, por onde passa o sangue que sai do coração, sendo
transportado para as outras partes do corpo.

A musculatura das artérias é espessa, formada de tecido muscular bastante elástico. Permite, dessa maneira,
que as paredes se contraiam e relaxem a cada batimento cardíaco.

As artérias se ramificam pelo corpo e vão se tornando mais finas, constituindo as arteríolas, que por sua vez se
ramificam ainda mais formando os capilares.

Veias

As veias são vasos do sistema cardiovascular que transportam o sangue das diversas partes do corpo de volta
para o coração. Sua parede é mais fina que a das artérias e, portanto, o transporte do sangue é mais lento.
Assim, a pressão do sangue no interior das veias é baixa, o que dificulta o seu retorno ao coração. A existência
de válvulas nesses vasos, faz com que o sangue se desloque sempre em direção ao coração.

Importante destacar que a maior parte das veias (jugular, safena, cerebral e diversas outras) transporta
o sangue venoso, ou seja, rico em gás carbônico. As veias pulmonares transportam o sangue
arterial, oxigenado, dos pulmões para o coração.

Vasos Capilares

Os vasos capilares são ramificações microscópicas de artérias e veias, que integram o sistema cardiovascular,
formando uma rede de comunicação entre as artérias e as veias.

Suas paredes são constituídas por uma camada finíssima de células, que permite a troca de substâncias
(nutrientes, oxigênio, gás carbônico) do sangue para as células e vice-versa.

Coração

O coração é um órgão do sistema cardiovascular que se localiza na caixa torácica, entre os pulmões. Possui a
função de bombear o sangue através dos vasos sanguíneos para todo o corpo.

É oco e musculoso, envolvido por uma membrana denominada pericárdio, e internamente as cavidades


cardíacas são revestidas pela membrana chamada endocárdio. Suas paredes são constituídas por um músculo,
o miocárdio, sendo o responsável pelas contrações do coração.

O miocárdio apresenta internamente quatro cavidades: duas superiores denominadas átrios (direito e


esquerdo) e duas inferiores denominadas ventrículos (direito e esquerdo). Os ventrículos possuem paredes
mais grossas que os átrios.

O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito e o mesmo acontece do lado esquerdo. No entanto, não
há comunicação entre os dois átrios, nem entre os dois ventrículos.
Para impedir o refluxo do sangue dos ventrículos para os átrios existem válvulas. Entre o átrio direito e o
ventrículo direito é a válvula tricúspide, já entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo é
a mitral ou bicúspide.

O coração possui dois tipos de movimentos: sístole e diástole. A sístole é o movimento de contração em que o
sangue é bombeado para o corpo. A diástole é o movimento de relaxamento, quando o coração se enche de
sangue.

Pulsação

A pulsação do sistema cardiovascular é observada a cada vez que os ventrículos se contraem, impulsionando o
sangue para as artérias, ou a cada batida do coração.

Por esse movimento de pulsação, também chamado de pulso arterial, é possível verificar a frequência dos
batimentos cardíacos.

Importante destacar que o coração é um órgão que funciona em ritmo constante. As irregularidades no seu
ritmo, indicam o mau funcionamento do coração, caracterizadas pelas arritmias cardíacas.

As arritmias podem se manifestar com palpitações, dificuldades respiratórias, dor no peito, tonturas e
desmaios.

Sistemas linfático e imunológico


Sistema linfático

O sistema linfático é o principal sistema de defesa do organismo. Ele é constituído pelos nódulos linfáticos
(linfonodos), ou seja, uma rede complexa de vasos, responsável por transportar a linfa dos tecidos para o
sistema circulatório.

Além disso, ele possui outras funções como a proteção de células imunes, pois atua junto ao sistema
imunológico. Outro importante papel do sistema linfático está na absorção dos ácidos graxos e no equilíbrio
dos fluidos (líquidos) nos tecidos.
Formação do sistema linfático
Como funciona o Sistema Linfático

Vasos linfáticos
Para desempenhar sua função de eliminar as impurezas do nosso corpo, o sistema linfático trabalha junto com
o sistema imunológico.

O sistema linfático atua em conjunto com diversos órgãos e elementos do organismo. É dessa forma que ele
consegue alcançar todas as parte do corpo para filtrar o líquido tissular que nutriu, oxigenou os capilares
sanguíneos e saiu levando gás carbônio e excreções.

Diferente do sangue que é impulsionado pela força do coração, no sistema linfático a linfa se movimenta de
forma lenta e com baixa pressão. Ela depende da compressão dos movimentos dos músculos para pressionar
o líquido.
É a partir da contração realizada pelo movimento dos músculos que o fluído é transportado para os vasos
linfáticos. Como eles são maiores acabam se acumulam no ducto linfático direito e no ducto torácico,
percorrendo assim para o resto do corpo.

Componentes do Sistema Linfático

Componentes do
sistema linfático
O sistema linfático é formado por diferentes componente e órgãos. Veja a seguir quais são e como cada um
deles atua no organismo.

Linfonodos

Os linfonodos (gânglios linfáticos) são chamados de nódulos linfáticos. Eles são pequenos órgãos (com até 2
cm) presentes no pescoço, no tórax, no abdômen, na axila e na virilha.

Formados por tecido linfoide e distribuídos pelo corpo, os linfonodos são responsáveis por filtrarem a linfa
antes dela retornar ao sangue. Além disso eles também atuam na defesa do organismo, impedindo a
permanência de partículas estranhas no corpo.

Linfa

A linfa é um líquido transparente e alcalino semelhante ao sangue e que circula pelos vasos linfáticos. Porém,
ele não possui hemácias e, por isso, apresenta um aspecto esbranquiçado e leitoso.

Responsável pela eliminação das impurezas, a linfa é produzida pelo intestino delgado e fígado. Seu transporte
é feito pelos vasos linfáticos num único sentido (unidirecional), filtrada pelos linfonodos e lançada no sangue.

Vasos linfáticos

Os vasos linfáticos são canais, distribuídos pelo organismo, os quais possuem válvulas que transportam a linfa
na corrente sanguínea num único sentido, impedindo assim o refluxo.
Eles atuam no sistema de defesa do organismo, visto que retiram células mortas e transportam os linfócitos
(glóbulos brancos) que combatem as infecções no organismo.

Baço

Maior dos órgão linfáticos, o baço é um órgão de ovalado, localizado abaixo do diafragma e atrás do
estômago.

Ele é responsável pela defesa do organismo e exerce as seguintes funções: produção de anticorpos (linfócitos
T e B) e hemácias (hematopoiese), armazenamento de sangue e liberação de hormônios.

Timo

O timo é um órgão localizado na cavidade torácica, próximo do coração.

Além de produzir as substâncias como a timosina e a timina, o timo produz anticorpos (linfócito T), atuando,
dessa maneira, na defesa do organismo.

É curioso notar que o timo é um órgão que ao longo da vida diminui de tamanho.

Tonsilas palatinas

Popularmente, esses dois órgãos localizados na garganta, são conhecidos como amídalas ou amígdalas
palatinas.

Elas são responsáveis pela seleção dos microrganismos que penetram no corpo, principalmente pela boca.
Nesse caso, auxiliam no processo de defesa do organismo visto que produzem linfócitos.

Algumas Doenças do Sistema Linfático

Elefantíase

A filaríase ou filariose é conhecida como “doença tropical infecciosa” e corresponde à inflamação dos vasos
linfáticos transmitida por inseto (mosquito culex).

Seu nome está associado com a retenção de líquido ou o inchaço dos membros, fazendo com que as pernas
dos doentes tenham aspecto de elefante.

Linfedema

Caracterizada pela inflamação e obstrução dos vasos linfáticos, a linfedema leva ao inchaço excessivo dos
membros.

Curiosidades sobre o sistema linfático

 Outras doenças associadas ao sistema linfático são a celulite (acúmulo de gordura), amenizada com o
tratamento da drenagem linfática; a íngua (inchaço dos gânglios linfáticos) e alguns tipos de câncer
(linfoma), por exemplo o câncer de mama.
 No corpo humano, a linfa é mais abundante do que o sangue.

Sistema imunológico

O sistema imunológico, sistema imune ou imunitário é um conjunto de elementos existentes no corpo


humano.
Esses elementos interagem entre si e têm como objetivo defender o corpo contra doenças, vírus, bactérias,
micróbios e outros.

O sistema imunológico humano serve como uma proteção, um escudo ou uma barreira que nos protege de
seres indesejáveis, os antígenos, que tentam invadir o nosso corpo. Assim, representa a defesa do corpo
humano.

Resposta Imune

Tipos de
respostas imunes do organismo
O processo de defesa do corpo através do sistema imunológico é chamado de resposta imune.

Existem dois tipos de respostas imunes: a inata, natural ou não específica e a adquirida, adaptativa ou
específica. Conheça sobre cada tipo de resposta imune nas explicações abaixo.

Imunidade inata, natural ou não específica

A imunidade inata ou natural é a nossa primeira linha de defesa. Esse tipo de imunidade já nasce com a
pessoa, representada por barreiras físicas, químicas e biológicas.

Veja no quadro a seguir quais são e como elas atuam na defesa do nosso organismo.

Barreira Ação no organismo


Pele É a principal barreira que o corpo tem contra agentes patogênicos.
Ajudam a proteger os olhos, impedindo a entrada de pequenas partículas e em alguns casos até
Cílios
pequenos insetos.
Lágrima Faz a limpeza e lubrificação dos olhos ajudando a proteger o globo ocular de infecções.
E um fluído produzido pelo organismo que tem a função de impedir que microrganismos entrem
Muco
no sistema respiratório, por exemplo.
Atuam na coagulação do sangue que, diante de um ferimento, por exemplo, elas produzem uma
Plaquetas
rede de fios para impedir a passagem das hemácias reter o sangue.
Ela possui uma substância que mantém a lubrificação da boca e ajuda a proteger contra vírus que
Saliva
podem invadir os órgãos do sistema respiratório e digestivo.
Suco É um líquido produzido pelo estômago que atua no processo de digestão dos alimentos. Devido
gástrico sua acidez elevada, ele impede a proliferação de microrganismos.
Suor Possui ácidos graxos que ajudam a pele a impedir a entrada de fungos pela pele.
A imunidade nata também é representada pelas células de defesa, como leucócitos, neutrófilos e macrófagos,
que está descrita logo abaixo.

Os principais mecanismos da imunidade inata são fagocitose, liberação de mediadores inflamatórios e ativação
de proteínas.

Se a imunidade inata não funciona ou não é suficiente, a imunidade adquirida entra em ação.

Imunidade adquirida, adaptativa ou específica

A imunidade adaptativa é a defesa adquirida ao longo da vida, tais como anticorpos e vacinas.

Constitui mecanismos desenvolvidos para expor as pessoas com o objetivo de fazer evoluir as defesas do
corpo. A imunidade adaptativa age diante de algum problema específico.

Por isso, depende da ativação de células especializadas, os linfócitos.

Existem dois tipos de imunidade adquirida:

 Imunidade humoral: depende do reconhecimento dos antígenos, através dos linfócitos B.


 Imunidade celular: mecanismo de defesa mediado por células, através dos linfócitos T.

Células e órgãos

O sistema imunológico humano é formado por diversos tipos de células e órgãos, que são divididos da
seguinte forma:

Tipos de células e
órgãos do sistema imunológico
Conheça abaixo detalhes como cada uma dessas células e órgãos atuam na defesa do organismo.

Células

As células de defesa do corpo são os leucócitos, linfócitos e macrófagos.

Leucócitos
Os leucócitos ou glóbulos brancos são células produzidas pela medula óssea e linfonodos. Eles têm a função
de produzir anticorpos para proteger o organismo contra os patógenos.

Os leucócitos são o principal agente do sistema imunológico do nosso corpo.

São leucócitos:

 Neutrófilos: envolve as células doentes e as destroem.


 Eosinófilos: agem contra parasitas.
 Basófilos: relacionado com as alergias.
 Fagócitos: realizam fagocitose de patógenos.
 Monócitos: penetram os tecidos para os defender dos patógenos.

Linfócitos

Os linfócitos são um tipo de leucócito ou glóbulo branco do sangue, responsáveis pelo reconhecimento e
destruição de microrganismos infecciosos como bactérias e vírus.

Existem os linfócitos B e linfócitos T.

Macrófagos

Os macrófagos são células derivadas dos monócitos. Sua função principal é fagocitar partículas, como restos
celulares, ou microrganismos.

Eles são os responsáveis por iniciar a resposta imunitária.

Órgãos

Órgãos do sistema imunológico


Os órgãos do sistema imunológico são divididos em órgãos imunitários primários e secundários.
Órgãos do
sistema imunológico
Órgãos imunitários primários
Nestes órgãos ocorre a produção dos linfócitos:

 Medula óssea: tecido mole que preenche o interior dos ossos. Local de produção dos elementos
figurados do sangue, como hemácias, leucócitos e plaquetas.
 Timo: glândula localizada na cavidade torácica, no mediastino. Sua função é o promover o
desenvolvimento dos linfócitos T.

Órgãos imunitários secundários

Nestes órgãos é iniciada a resposta imune:

 Linfonodos: pequenas estruturas formadas por tecido linfoide, que se encontram no trajeto dos vasos
linfáticos e estão espalhadas pelo corpo. Eles realizam a filtragem da linfa.
 Baço: filtra o sangue, expondo-o aos macrófagos e linfócitos que, através da fagocitose, destroem
partículas estranhas, microrganismos invasores, hemácias e demais células sanguíneas mortas.
 Tonsilas: constituídas por tecido linfoide, ricas em glóbulos brancos.
 Apêndice: pequeno órgão linfático, com grande concentração de glóbulos brancos.
 Placas de Peyer: acúmulo de tecido linfoide que está associado ao intestino.

Sistema imunológico baixo

Quando o sistema imunológico não funciona adequadamente, ele diminui a sua capacidade de defender o
nosso corpo.

Assim, ficamos mais vulneráveis às doenças, tais como amigdalites ou estomatites, candidíase, infecções na
pele, otites, herpes, gripes e resfriados.

Para fortalecer o sistema imunológico e evitar problemas com baixa imunidade, é preciso atenção especial
com a alimentação. Algumas frutas ajudam no aumento da imunidade, como a maçã, laranja e kiwi, que são
frutas cítricas. A ingestão de ômega 3 também é um aliado para o sistema imunológico.

É importante, ainda, praticar exercícios, beber água e tomar sol com moderação.
O sistema imunológico apresenta fortes ligações com a produção de vacina

Sistema excretor

O Sistema Excretor é o responsável por eliminar substâncias que podem ser tóxicas para o organismo
humano. Fazem parte do Sistema Excretor o sistema urinário (Rins, Bexiga, Ureteres e Uretra) e as
glândulas sudoríparas.

O ENEM sempre cobra, no caderno de Ciências da Natureza e suas tecnologias, questões relacionadas à
fisiologia do corpo humano. Dentro dessa matéria, o Beduka preparou um Resumo do Sistema Excretor para te
ajudar a se preparar para as questões que surgem sobre o tema.

O Sistema Excretor é o conjunto de órgãos e estruturas responsáveis por filtrar o sangue


humano e eliminar as substâncias em excesso e que podem ser tóxicas para o organismo. Essas substâncias
são resultantes de reações químicas que acontecem dentro das células do corpo humano, durante os
processos metabólicos que estas podem realizar.

O Sistema Excretor também é responsável pela homeostase do organismo, isto é, pelo equilíbrio químico


interno que controla a quantidade de água e de sais minerais, fazendo com que todas as etapas do
metabolismo sejam realizadas de forma correta.

O nome da eliminação de substâncias tóxicas ao organismo se chama excreção, e os produtos dessa excreção


são chamados de “excretas”, que são provenientes das células e são passadas para o sangue,
posteriormente eliminados na urina, na respiração ou no suor.

Órgãos do Sistema Excretor 


I. Rins

Os rins são órgãos em formato de feijão, constituídos por uma cápsula formada de tecido conjuntivo denso,
por uma região cortical e uma região medular. As regiões corticais e medulares recebem sangue pela artéria
renal e são drenadas pela veia renal. A região cortical é onde estão presentes os néfrons, que são as unidades
funcionais dos rins. 

As substâncias eliminadas pelos rins são: ureia, creatinina, ácido úrico e toxinas do sangue. O rim também
atua na regulação de volume de líquidos no corpo humano e na manutenção da pressão arterial do sangue.

II. Néfron

Os néfrons estão localizados nos rins em grandes quantidades (aproximadamente 1.200.000 em cada rim) e
são os responsáveis pela formação da urina, filtrando os elementos do plasma sanguíneo e,
posteriormente, eliminando a urina.

III. Formação da Urina

Em cada néfron, a formação da urina acontece em três etapas:

1. Filtração: substâncias como nutrientes, resíduos tóxicos, sais minerais e água passam para o néfron e
tornam-se parte do filtrado. Células sanguíneas e moléculas maiores de proteína não passam pelo néfron e
continuam no sangue;

2. Reabsorção: a água, os nutrientes (pequenas moléculas de proteínas, lipídios e glicose) e alguns sais
minerais são reabsorvidos e voltam para a corrente sanguínea. Essas substâncias são importantes para as
atividades celulares e, por essa razão, não são eliminadas;
3. Secreção: são eliminadas certas substâncias do plasma sanguíneo que não foram filtradas inicialmente,
como ácido úrico, sais minerais e medicamentos. Algumas substâncias, como medicamentos e drogas, são
eliminados na urina e, por esse motivo, são encontrados em maior quantidade do que no próprio sangue. 

IV. Ureteres

Os ureteres são tubos que ligam e transportam a urina do rim à bexiga. Eles realizam movimentos
peristálticos que ajudam na condução da urina até a bexiga, sendo um ureter para cada rim. 

V. Bexiga

A bexiga é o órgão que armazena a urina produzida pelos rins e transportada pelos ureteres. Ela também é a
responsável por eliminar a urina e possui uma alta capacidade elástica, podendo armazenar até 800 ml de
urina.

VI. Uretra

A uretra é responsável por expelir a urina para fora do organismo, durante a micção. Ela faz parte também do
sistema reprodutor no caso dos homens, é o local por onde o sêmen é expelido na ejaculação. Entretanto, nas
mulheres, a uretra é restrita ao sistema excretor.
Excreção da Urina

A excreção ou eliminação da urina se inicia nos rins, que têm a função de filtrar o sangue, retirando todas as
substâncias que podem ser tóxicas presentes. Após filtrado, o sangue retorna para circular por todo o
organismo, enquanto todas as impurezas são levadas pelos ureteres até a bexiga. 

Aprenda mais sobre o Sistema Reprodutor Humano.

Após a bexiga estar suficientemente cheia, a urina é transportada pela uretra para fora do organismo. As
principais substâncias que formam a urina são ureia, ácido úrico e amônia.

Excreção do Suor

O suor também é uma maneira do organismo eliminar substâncias que podem ser tóxicas para ele. Os órgãos
utilizados para eliminar o suor são glândulas sudoríparas, que são células presentes na pele espalhadas pelo
corpo todo.

O suor não está relacionado somente à excreção de substâncias, o corpo humano, que é capaz de manter sua
temperatura constante, utiliza do suor para regulá-la. As principais substâncias eliminadas pelo suor
são cloreto de sódio, ureia, ácido úrico e água.

Excreção do Gás Carbônico


O gás carbônico é proveniente do metabolismo dos lipídios e glicídios durante a respiração, e é excretado
durante a expiração.

A inspiração, que ocorre através da contração do diafragma e dos músculos intercostais, proporciona a
entrada de ar dentro dos pulmões.

A expiração, que acontece através do relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais, proporciona a
saída de ar do organismo. O ar expirado é rico em gás carbônico (CO2).

No pulmão ocorre a hematose, que é o processo que acontece nos alvéolos pulmonares e garante que o
sangue rico em gás carbônico seja oxigenado. O oxigênio é utilizado pelas células para a realização
da respiração celular, o processo no qual a célula produz energia.

Nos alvéolos pulmonares, o gás oxigênio difunde-se para o sangue nos capilares sanguíneos ao seu redor e o
gás carbônico, que está no sangue dos capilares, difunde-se para o interior dos alvéolos.

Principais doenças do Sistema Excretor Nefrite

É o processo inflamatório que acontece nos néfrons, mais especificamente nos glomérulos, e podem ser
decorrentes de vírus, bactérias ou até mesmo medicamentos. Pode levar ao aparecimento de sangue na urina
e aumento da pressão arterial.

Cálculo renal

Popularmente conhecido como “pedras”, pode acontecer em qualquer parte do sistema urinário. Essas
pedras são formadas por sais de cálcio e podem obstruir os ureteres, causando cólicas renais fortíssimas,
além de náuseas e vômitos.

Cistite

É o processo inflamatório que acontece na bexiga e, geralmente, é causado por microorganismos (vírus e


bactérias). Nesse caso, o organismo é incapaz de reter a urina por muito tempo e a elimina frequentemente e
em pequenas quantidade. 

Sistema endócrino
O sistema endócrino tem a função de sintetizar os hormônios que atuam no organismo humano. Esses hormônios agem
regulando diversas atividades do corpo e seu aumento ou déficit podem ocasionar várias alterações e doenças no organismo. 

O sistema endócrino é o sistema responsável pela síntese de hormônios do organismo. Produzidos


pelas glândulas, os hormônios são levados até os órgãos do corpo onde exercem suas devidas funções. O
aumento ou diminuição de hormônios no ser humano pode ocasionar doenças e alterações fisiológicas.

O sistema endócrino atua em conjunto com o sistema nervoso, coordenando todas as funções do


organismo. Esses dois sistemas são interligados pelo hipotálamo, que consiste em um grupo de células
nervosas que se encontram na base do encéfalo.

Aprenda mais aprofundadamente tudo sobre o Sistema Nervoso.

Glândulas do Sistema Endócrino

1. Hipófise

A hipófise é uma glândula que se encontra no centro da cabeça, abaixo do cérebro. Ela é responsável
por produzir vários hormônios, e é considerada a glândula mestre do organismo humano, uma vez que
ela estimula a atividade de outras glândulas.
A hipófise possui dois lobos, um anterior chamado adenoipófise que é o único lobo que produz hormônios, e
um posterior chamado neuroipófise, que não produz hormônios.

Hormônios produzidos pela hipófise: 

 Adrenocorticotrófico (ACTH): atua sobre as suprarrenais no controle do equilíbrio hídrico do corpo;

 Tireotrófico (TSH): atua sobre a glândula tireóide, aumentando a taxa do metabolismo;

 Folículo estimulante (FSH): no homem, contribui para a formação de espermatozóides, na presença


de testosterona. Na mulher, estimula os folículos ovarianos;

 Luteinizante (LH): atua sobre as gônadas, estimulando seu desenvolvimento. Estimula a produção de


hormônios sexuais masculinos, principalmente a testosterona;

 Hormônio do crescimento (GSH): estimula o crescimento do corpo humano. O excesso durante a


puberdade determinada o gigantismo e seu déficit provoca o nanismo. Nos adultos, o excesso desse
hormônio pode causar crescimento anormal em algumas regiões do corpo, como a mandíbula, as
mãos e os pés, anomalia denominada acromegalia;

 Prolactina: estimula a secreção de leite nos mamíferos.

2. Hipotálamo

É a região do encéfalo que produz hormônios que ficam armazenados na neuroipófise, ou que agem na
adenoipófise através do estímulo ou da inibição de suas secreções. 

Hormônios produzidos pelo hipotálamo

 Ocitocina: é o hormônio responsável por estimular as contrações uterinas;

 Hormônio Antidiurético (ADH): é o hormônio que tem por função estimular a reabsorção de água
pelos rins, deixando a urina mais concentrada. O déficit de ADH ocasiona a doença diabetes insípido,
na qual a pessoa apresenta grande aumento do fluxo urinário, provocando muita sede, e normalmente
acompanhada de grande apetite e perda da força muscular.

3. Tireoide
A tireóide é uma glândula que produz diversos hormônios responsáveis por controlar a velocidade do
metabolismo celular, manutenção do peso e temperatura corporal, crescimento e ritmo do coração. 

A tireóide pode passar pois dois processos disfuncionais:

Hipertireoidismo

O hipotireoidismo é a atividade excessiva da tiróide, em que todo metabolismo humano é afetado: o ritmo
de batidas do coração é maior, a temperatura corporal é mais alta que o usual, e o indivíduo perde peso
devido à alta atividade e gasto de energia.

O quadro de hipertireoidismo pode causar doenças cardiovasculares, uma vez que o sangue circula pelo
organismo com muito mais pressão. Se não tratada pode provocar o surgimento do bócio (inchaço no
pescoço), e também a exoftalmia (olhos saltados).

Hipotireoidismo

O hipotireoidismo é a baixa atividade da tireóide, fazendo com que o metabolismo fique mais lento, e
causando inchaço em algumas partes do corpo. O ritmo cardíaco diminui drasticamente, o sangue circula
mais lentamente e o gasto de energia é muito menor. O indivíduo tende a ganhar peso e as respostas mentais
e físicas se tornam mais lentas. 

Hormônios produzidos pela tireóide

 Tiroxina (T4) e Triiodotironina (T3): agem sobre a velocidade do metabolismo;

 Calcitonina: responsável por diminuir o teor de cálcio no sangue quando se encontra em excesso no


organismo.

4. Paratireoides

São quatro pequenas glândulas localizadas atrás da tireóide e que produzem o hormônio paratormônio. O


déficit desse hormônio diminui a quantidade de cálcio no sangue, contraindo violentamente os músculos.

Hormônio produzido pelas paratireóides

 Paratormônio: aumenta o teor de cálcio no sangue, quando este se encontra em baixa concentração


no organismo. Seu mecanismo de ação é antagônico ao da calcitonina.
5. Timo

O timo é uma glândula localizada entre os pulmões, e faz parte dos sistemas linfático e imunológico. Ele é
responsável por produzir um hormônio que age na defesa do organismo do recém-nascido contra infecções.

O timo é um órgão que é mais desenvolvido durante o período pré-natal, e que, desde o nascimento até a
puberdade, sofre o processo de involução, diminuindo de tamanho ao longo da vida.

6. Suprarrenais

As glândulas suprarrenais são duas glândulas que estão localizadas acima dos rins. A glândula suprarrenal
direita possui formato triangular, enquanto a esquerda possui a forma de meia-lua.

Hormônios produzidos pelas glândulas suprarrenais

 Glicocorticóides: estão relacionados com o metabolismo de glicose, agindo também como anti-


inflamatórios; 

 Mineralocorticóides: agem na manutenção dos níveis de sódio e potássio no sangue, interferindo na


retenção ou na perda de água pelo organismo;  

 Andrógenos: são responsáveis pelo controle das características sexuais secundárias masculinas. O


excesso desses hormônios em mulheres pode ocasionar o aparecimento de barba e de outras
características masculinas secundárias; 

 Adrenalina: entre os principais efeitos da adrenalina podemos destacar:

1. Taquicardia: aumento do ritmo cardíaco, impulsionando mais sangue para as pernas e braços, e,


consequentemente, aumentando a capacidade de correr ou de se exaltar em situações tensas;
2. Aumento da frequência respiratória e da taxa de glicose no sangue, liberando mais energia para as
células;
3. Contração dos vasos sanguíneos da pele, fazendo com que o organismo envie mais sangue para os
músculos esqueléticos e, por esse motivo, o ser humano fica pálido e gelado.

7. Pâncreas
O pâncreas pode ser considerado uma glândula mista, pois, além de participar do sistema endócrino,
produzindo hormônios, ele também participa do sistema digestivo, produzindo o suco pancreático e
desempenhando um papel importante na digestão.

Aprenda mais sobre a digestão e todo o Sistema Digestivo Humano.

Hormônios produzidos pelo pâncreas

 Insulina: controla a entrada da glicose nas células e o armazenamento no fígado, na forma de


glicogênio. A ausência ou o déficit na produção de insulina causa o diabetes, que é uma doença
caracterizada pelo excesso de glicose no sangue (hiperglicemia);

 Glucagon: possui ação antagônica à insulina, agindo no fígado e estimulando a quebra de glicogênio


em glicose. Quando o organismo fica sem se alimentar por muito tempo, o teor de glicose no sangue
diminui bruscamente, podendo gerar a sensação de fraqueza, tontura, e até mesmo desmaio. Para
evitar a hipoglicemia, o pâncreas age produzindo o glucagon. Após a quebra do glicogênio, a glicose
é enviada para o sangue, estabilizando o nível glicêmico do organismo.

8. Glândulas sexuais

As glândulas sexuais (ou gônadas) do organismo são os testículos, que fazem parte do sistema reprodutor
masculino, e os ovários, que fazem parte do sistema reprodutor feminino. Os testículos e os ovários iniciam
sua produção de hormônios através do estímulo dos hormônios produzidos pela hipófise.

Hormônios produzidos pelas gônadas

 Testículos: produzem a testosterona, que regula o aparecimento das características sexuais


secundárias masculinas, como o aparecimento de barba, voz grave, entre outras. A testosterona
também estimula a espermatogênese (formação de espermatozóides) e mantém o metabolismo
através da síntese de proteínas as no sistema muscular;

 Ovários: produzem diversos hormônios que agem no sistema reprodutor feminino.


1. Estrogênio:  Responsável pelo aparecimento das características sexuais secundárias femininas, como
o crescimento das mamas, por exemplo. O estrogênio também estimula o crescimento da parede do
útero (endométrio) durante o ciclo menstrual;
2. Progesterona: responsável por manter o endométrio desenvolvido. Seu baixo nível no organismo faz
com que o endométrio sofra a descamação, pois o baixo nível elimina o estímulo que mantinha o
endométrio bem desenvolvido.
3. HCG: responsável por estimular a produção de progesterona, que mantém a gravidez. O HCG
começa a ser produzido no início da formação da placenta e, por esse motivo, é utilizado em testes de
gravidez: como ele só é produzido quando há formação de placenta, níveis altos indicam gravidez.

Sistema nervoso
O sistema nervoso representa uma rede de comunicações do organismo.

É formado por um conjunto de órgãos do corpo humano que possuem a função de captar as mensagens,
estímulos do ambiente, "interpretá-los" e "arquivá-los".

Consequentemente, ele elabora respostas, as quais podem ser dadas na forma de movimentos, sensações ou
constatações.

O Sistema Nervoso é responsável por coordenar funcionalmente todos os órgãos e sistemas do corpo
humano. Ele pode ser dividido em Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico.    

Nervos que compõem o sistema nervoso


Como funciona o Sistema Nervoso?

O sistema nervoso atua diretamente na coordenação funcional dos órgãos e sistemas do organismo, através


do armazenamento de informações, da captação de sensações e da efetuação de reações através de
mecanismos hormonais e motores. O Sistema Nervoso pode ser dividido em dois:

1. Sistema Nervoso Central (SNC);


2. Sistema Nervoso Periférico (SNP).

O principal componente do Sistema Nervoso é o neurônio, que são especializados na condução e recepção
de impulsos elétricos, e são os responsáveis por transmitir toda a informação ao Sistema Nervoso.

O Sistema Nervoso também é responsável pela percepção das variações do ambiente pelo organismo,


difusão das modificações que essas variações produzem e executam as respostas adequadas para manter o
equilíbrio interno do corpo.

Funções do Sistema Nervoso

 Função Sensitiva: os nervos sensitivos são responsáveis por captar informações do meio interno e
externo do corpo e as conduzem ao Sistema Nervoso Central;
 Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou interpretada;
 Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC para todo o organismo (músculos
e às glândulas do corpo), levando as informações transmitidas pelo SNC. 

Estrutura do Neurônio

O neurônio é constituído por um corpo celular, denominado também de pericárdio, e também por
prolongamentos. Em seu corpo celular estão presentes o núcleo e uma grande parte do citoplasma que o
envolve. 

Existem dois tipos de prolongamentos dos neurônios: 

 Dendritos: são curtos, muito ramificados e sua espessura diminui ao passo que o dendrito se distancia
do corpo celular;
 Axônio: É geralmente único, tem espessura constante e se ramifica apenas na sua extremidade, que o
é local onde realiza sinapses.

As sinapses são locais de muita proximidade entre o axônio e outra célula. Nelas ocorrem um
grande potencial de ação pode desencadear a liberação de mediadores químicos e estimular a outra célula –
uma outra célula nervosa ou uma célula de outro tecido.

Aprenda mais sobre tecidos no artigo completo de Histologia.

Tipos de neurônios

 Sensitivo: conduz a informação da periferia em direção ao SNC, sendo também chamado neurônio


aferente;
 Motor: conduz informação do SNC em direção à periferia, sendo conhecido como neurônio eferente.
Os neurônios sensitivos motores são encontrados tanto no SNC quanto no SNP;
 Interneurônios: estabelecem conexões entre outros neurônios formando circuitos complexos.

Células da Neuróglia

Também fazem parte do Sistema Nervoso as células da Neuróglia, ou simplesmente células da glia. Existem
vários tipos de células da glia com as mais diversas funções no tecido nervoso, tais como:

 Astroglia: é constituída por astrócitos e são responsáveis pela sustentação e nutrição dos neurônios.
Existem dois tipos principais: os astrócitos protoplasmáticos e astrócitos fibrosos;

 Oligodendroglia: suas células são os oligodendrócitos e sua função principal é envolver os axônios


dos neurônios visando isolá-los dos microambiente do tecido nervoso;

 Micróglia: é constituída por células que agem como macrófagos, participando, portanto, da defesa do
tecido nervoso. 

Sistema Nervoso Central

O Sistema Nervoso Central é formado pelo encéfalo e medula espinhal, e são protegidos por partes ósseas.
O encéfalo é protegido pelo crânio e a medula espinhal pela coluna vertebral.

a) Encéfalo
O encéfalo é constituído pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico. Está presente no crânio e, em conjunto
com a medula e os nervos, constituem o Sistema Nervoso Central. O encéfalo é envolvido por membranas
denominadas meninges, que tem por função proteger o encéfalo e a medula de choques mecânicos.

Cérebro

O cérebro é o principal órgão do Sistema Nervoso, sendo responsável por controlar ações motoras,
estímulos sensoriais e atividades neurológicas como a memória, o aprendizado, os pensamentos, a fala e etc.

O cérebro é formado por duas partes, os chamados hemisférios direito e esquerdo, que são separados por
uma fissura longitudinal. O hemisfério direito é responsável por controlar o lado esquerdo do corpo, assim
como o hemisfério esquerdo é responsável por comandar o lado direito.

Cerebelo

O cerebelo tem por função manter o equilíbrio corporal, controlar o tônus muscular e comandar a
aprendizagem motora. Assim como no cérebro, o cerebelo possui dois hemisférios separados pelo vérmis,
uma fissura longitudinal estreita.
Tronco Encefálico

O tronco encefálico é formado pelo mesencéfalo, ponte e bulbo. O mesencéfalo é a menor parte do tronco
encefálico, e está localizada entre a ponte e o cérebro. A ponte está localizada entre o mesencéfalo e o bulbo.
No bulbo, a parte inferior conecta a medula espinhal e a superior com a ponte. 

b) Medula Espinhal

A medula espinhal é a parte mais extensa do Sistema Nervoso Central. Ela é determinada por um cordão
cilíndrico, composto de células nervosas, localizado no canal interno das vértebras da coluna vertebral.

A função da medula é promover a comunicação entre o organismo e o Sistema Nervoso, sendo também
responsável por coordenar os reflexos (respostas rápidas do corpo). A partir da medula espinhal se originam
outros 31 pares de nervos espinhais, que conectam a medula espinhal às células sensoriais e aos vários
músculos pelo corpo.

Meninges

O Sistema Nervoso Central é revestido por três membranas chamadas meninges, que são:

 Dura-máter: É a meninge mais externa, espessa e resistente, sendo constituída por tecido conjuntivo
abundante em fibras colágenas. A sua parte mais externa fica em contato com os ossos;
 Aracnoide: É a membrana intermediária, entre a dura-máter e a pia-máter. Seu nome se dá devido à
sua estrutura, que lembra uma teia de aranha;
 Pia-máter: É a meninge mais interna e frágil, estando em contato direto com o SNC.

Sistema Nervoso Periférico

O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é constituído pelos nervos e gânglios nervosos. Ele tem como
função ligar o Sistema Nervoso Central aos demais órgãos do organismo e, dessa forma, realizar a
condução de informações.

a) Nervos

Os nervos são feixes de fibras nervosas que são envoltas por tecido conjuntivo. Eles fazem a união dos SNC
aos demais órgãos periféricos, e também são responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos.

Os nervos podem ser divididos em:

 Nervos Espinhais: compostos por 31 pares, fazem conexão com a medula espinhal. Estes nervos
inervam o tronco, os membros e algumas partes intrínsecas da cabeça;

 Nervos Cranianos: compostos por 12 pares, fazem conexão com o encéfalo. Estes nervos são
responsáveis por inervar as estruturas da cabeça e do pescoço.

Eles também podem ser divididos em:

Nervos Aferentes (Sensitivos)

São responsáveis por enviar sinais da periferia do organismo para o sistema nervoso central. Este tipo de
nervo consegue captar estímulos como o calor e a luz, por exemplo.

Nervos Eferentes (Motores) 

São responsáveis por enviar sinais do sistema nervoso central para os músculos ou glândulas.

Nervos Mistos

São constituídos por fibras sensoriais e fibras motoras, como por exemplo, os nervos raquidianos.

Confira também o artigo sobre o que são lipídios.

b) Gânglios

Os gânglios são acumulações de neurônios localizados fora do SNC e espalhados pelo corpo.


Normalmente, eles formam uma estrutura esférica.

Divisões do Sistema Nervoso PeriféricoSistema Nervoso Somático

É responsável por regular as ações voluntárias, ou seja, que dependem da vontade do indivíduo. Ele age sob
a musculatura esquelética de contração voluntária.

c) Sistema Nervoso Autônomo


Atua em conjunto com o SNC, exercendo o controle de atividades independentes da vontade do indivíduo,
ou seja, as ações involuntárias, como as atividades realizadas pelos órgãos internos. Ele age sob a
musculatura lisa e cardíaca.

O Sistema Nervoso Autônomo é responsável por regular as atividades orgânicas, garantindo o equilíbrio
interno do organismo. Ele pode ser subdividido em:

 Sistema Nervoso Simpático: tem por função estimular o funcionamento dos órgãos. Ele é


constituído por nervos espinhais da região do tórax e lombar da medula. Os principais
neurotransmissores liberados são a noradrenalina e a adrenalina;

 Sistema Nervoso Parassimpático: é responsável por inibir o funcionamento dos órgãos. Ele é
constituído pelos nervos cranianos e espinhais das extremidades da medula. O principal
neurotransmissor liberado é a acetilcolina.
 Sistema sensorial
 Sistema sensorial
 O sistema sensorial é um conjunto de órgãos dotados de células especializadas que são capazes de
captar estímulos internos e externos.
 Todo animal tem a capacidade de perceber estímulos provenientes do ambiente externo e interno.
Esses estímulos são captados através de células altamente especializadas, chamadas de células
sensoriais; ou através de simples terminações nervosas dos neurônios. Essas células ou terminações
nervosas podem ser encontradas espalhadas pelo corpo e nos órgãos dos sentidos (olfato, paladar,
tato, visão e audição), formando o sistema sensorial.
 Embora cada órgão do sentido apresente um tipo de célula sensorial diferente, elas funcionam de
maneira muito semelhante. Ao serem estimuladas, ocorre uma alteração na permeabilidade da
membrana plasmática da célula sensorial, gerando impulsos nervosos que chegam até o sistema
nervoso central, onde serão interpretados. Esses impulsos nervosos gerados pelas células sensoriais
(através de uma luz que atinge os olhos ou de um odor que chega às narinas) são muito semelhantes.
Somente quando chegam às áreas do cérebro responsáveis, nesse caso, pela visão e pelo olfato, é que
os impulsos serão interpretados como sensações visuais e olfativas. Dessa forma, quem na verdade vê e
cheira não são os olhos e o nariz, e sim o cérebro.
 As células sensoriais que podem captar os estímulos do ambiente são chamadas de exteroceptores e
estão distribuídas na superfície externa do corpo, podendo ser encontradas nos órgãos responsáveis
pelo paladar, olfato, audição e visão.
 O quimioceptor é um tipo de exteroceptor responsável pelo paladar e pelo olfato. Ele é estimulado
quando moléculas de substâncias específicas se encaixam em proteínas receptoras presentes na
membrana da célula, num processo chamado de chave-fechadura.
 Existem células sensoriais chamadas de propioceptores e interoceptores que são especializadas na
captação de estímulos internos do corpo. Os proprioceptores são encontrados nos músculos, tendões,
juntas, cápsulas articulares e órgãos internos e têm a função de informar o sistema nervoso sobre a
posição dos membros do corpo em relação ao restante do corpo. Os interoceptores estão localizados
nas vísceras e vasos e têm a função de perceber as condições internas do organismo, permitindo-nos
sentir sede, fome, náuseas, prazer sexual, etc., além de informar sobre as pressões de CO 2 e O2 e
pressão arterial.
 A nossa pele é responsável pelo tato e nela podemos encontrar os corpúsculos de Pacini, um
mecanoceptor que capta estímulos mecânicos, transmitindo-os ao sistema nervoso central.
 Em nossa língua estão as papilas gustativas, que são as responsáveis pelo nosso paladar. Nela
podemos encontrar quimioceptores que detectam a presença de substâncias químicas. Há papilas
gustativas especializadas na percepção dos quatro sabores (azedo, salgado, doce e amargo). O olfato
também tem papel importante na percepção dos sabores.
 Nossas narinas são as responsáveis pelo sentido do olfato. Nelas está o epitélio olfativo, um tecido
especializado onde encontramos milhares de células olfativas, que possuem pelos que captam
moléculas dissolvidas no ar que respiramos.
 Os ouvidos são os órgãos responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. Nele
encontramos mecanoceptores que captam estímulos mecânicos retransmitindo-os ao sistema nervoso
central.
 Já nos olhos encontramos células sensoriais que são estimuladas pela luminosidade, chamadas
de fotoceptores,responsáveis pelo sentido da visão. Essas células são encontradas na retina e podem
ser do tipo cone ou bastonete. Os bastonetes são muito sensíveis a variações na luminosidade, mas
não distinguem cores, enquanto que os cones as distinguem.

Sistema reprodutor
Sistema reprodutor feminino

O Sistema Reprodutor Feminino ou Aparelho Reprodutor Feminino é o sistema responsável pela reprodução
humana.

Ele cumpre diversos papéis importantes:

 produz os gametas femininos (óvulos);


 fornece um local apropriado para a ocorrência da fecundação;
 permite a implantação de embrião;
 oferece ao embrião condições para seu desenvolvimento;
 executa atividade motora suficiente para expelir o novo ser quando ele completa sua formação.

Anatomia do Sistema Reprodutor Feminino

O sistema reprodutor feminino é composto por diferentes órgãos


O sistema reprodutor feminino é formado pelos seguintes órgãos: ovários, tubas uterinas, útero e vagina.

Ovários

A ovulação é o momento que o ovário liberar os óvulos produzidos


Os ovários são dois órgãos de forma oval que medem de 3 a 4 cm de comprimento. Eles são responsáveis pela
produção dos hormônios sexuais da mulher, o progesterona e o estrogênio. Nos ovários também são
armazenadas as células sexuais femininas, os óvulos.

Assim, durante a fase fértil da mulher, aproximadamente uma vez por mês, um dos ovários lança um óvulo na
tuba uterina: é a chamada ovulação.

Tubas Uterinas
A tuba uterina representa o caminho
percorrido pelo óvulo fecundado até chegar no útero
Tubas uterinas são dois tubos, com aproximadamente 10 cm de comprimento, que unem os ovários ao útero.
A partir disso, o óvulo amadurecido sai do ovário e penetra na tuba.

Se o óvulo for fecundado por um espermatozoide, forma-se uma célula-ovo ou zigoto, que se encaminha para
o útero, local onde se fixa e desenvolve, originando um novo ser.

Útero

O útero é o órgão que acomoda o embrião


O útero é um órgão muscular oco de grande elasticidade, do tamanho e forma semelhante a uma pera. Sua
principal função é acomodar o feto até o nascimento do bebê.

Na gravidez ele se expande, acomodando o embrião que se desenvolve até o nascimento. A mucosa uterina é
chamada de endométrio, que passa por um processo de descamação durante o período da menstruação.

Vagina

A vagina é o órgão que desenvolve diversas funções no sistema reprodutor


feminino
A vagina é o órgão sexual feminino e atua como o canal que faz a comunicação do útero com o meio excretor.
Ela possui aproximadamente 8 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro.

Suas paredes são franjadas e com glândulas secretoras de muco. Suas funções estão relacionadas à passagem
do sangue durante a menstruação, a penetração do pênis durante a relação sexual e o principal canal do parte,
sendo este local por onde sai o bebê.

Menstruação

A menstruação representa o início da vida fértil de uma mulher, isto é, o período em que a mulher atinge sua
maturidade e já pode engravidar.

Ela corresponde, portanto, à eliminação pelo corpo feminino do material resultante da descamação da mucosa
uterina e do sangue resultante do rompimento dos vasos sanguíneos. Ela ocorre quando não há fecundação
do óvulo.

Ciclo Menstrual

O ciclo menstrual é o período entre o início de uma menstruação e outra. Esse período dura, em média, 28
dias, mas pode ser mais curto ou mais longo.

A primeira menstruação chama-se “menarca” e na maioria das vezes, ocorre entre os 12 e os 13 anos. Por volta
dos 50 anos, fase é chamada de "menopausa", o óvulos se esgotam e cessam as menstruações e a fertilidade
da mulher

Sistema reprodutor masculino

O Sistema Reprodutor Masculino é formado por órgãos internos e externos.

Eles passam por um lento amadurecimento concluindo-se na puberdade, ou seja, quando as células sexuais
ficam disponíveis para originar outro ser.

Anatomia do Sistema Reprodutor Masculino

Anatomia do sistema reprodutor masculino


Os órgãos que compõem o sistema reprodutor masculino são: uretra, pênis, vesícula
seminal, próstata, canais deferentes, epidídimo e testículos.

Conheça abaixo mais sobre cada um desses órgãos.

Testículos
Anatomia interna do testículo
Os testículos são duas glândulas de forma oval, que estão situadas na bolsa escrotal. Na estrutura de cada
testículo encontram-se tubos finos e enovelados chamados "tubos seminíferos".

Nos testículos são produzidos os espermatozoides, as células reprodutoras (gametas) masculinas, durante o
processo chamado espermatogênese, além de diversos hormônios.

O processo de formação dos espermatozoides é denominado de espermatogênese.

O principal hormônio é a testosterona, responsável pelo aparecimento das características sexuais secundárias
masculinas, como os pelos, modificações da voz, etc.

Epidídimos

Epidídimo
Os epidídimos são canais alongados que se enrolam e recobrem posteriormente a superfície de cada testículo.
Corresponde ao local onde os espermatozoides são armazenados.
Canal Deferente

Canal deferente
O canal deferente é um tubo fino e longo que sai de cada epidídimo. Ele passa pelas pregas ínguas (virilha)
através dos canais inguinais, segue sua trajetória pela cavidade abdominal, circunda a base da bexiga e alarga-
se formando uma ampola.

Recebe o líquido seminal (proveniente da vesícula seminal), atravessa a próstata, que nele descarrega o líquido
prostático, e vai desaguar na uretra.

O conjunto dos espermatozoides, do líquido seminal e do líquido prostático, constitui o “esperma” ou


“sêmen”.

Vesícula Seminal

Vesícula seminal
A vesícula seminal é formada por duas pequenas bolsas localizadas atrás da bexiga. Sua função é produzir o
"líquido seminal", uma secreção espessa e leitosa, que neutraliza a ação da urina e protege os
espermatozoides, além de ajudar seu movimento até a uretra.

O líquido seminal também ajuda a neutralizar a acidez da vagina durante a relação sexual, evitando que os
espermatozoides morram no caminho até os óvulos.

Próstata
Próstata
A próstata é uma glândula localizada sob a bexiga que produz o "líquido prostático", uma secreção clara e
fluida que integra a composição do esperma.

Uretra

Uretra
A uretra é um canal que, nos homens, serve ao sistema urinário e ao sistema reprodutor. Começa na bexiga,
atravessa a próstata e o pênis (sua maior porção) até a ponta da glande, onde há uma abertura pela qual são
eliminados o sêmen a a urina.

Importante ressaltar que urina e esperma nunca são eliminados ao mesmo tempo graças à musculatura da
bexiga, na entrada da uretra, que impede que isso ocorra.

Pênis

Pênis
O pênis é um órgão cilíndrico externo, que possui dois tipos de tecidos: cavernoso e esponjoso. Através do
pênis são eliminados a urina (função excretora) e o sêmen (função reprodutora).

O tecido esponjoso envolve a uretra e a protege, enquanto o tecido cavernoso se enche de sangue, fazendo
com que o pênis fique maior e duro (ereção), pronto para o ato sexual, geralmente levando à ejaculação
(processo de expulsão do sêmen).

A ereção, no entanto, não ocorre apenas como preparação para uma atividade sexual. Ela pode acontecer por
diversos estímulos fisiológicos, por exemplo, quando a bexiga está cheia ou quando o homem tem um sonho
à noite.

Doenças do Sistema Reprodutor Masculino

O câncer de próstata é um dos tipos mais diagnosticados em homens a partir dos 40 anos.

Os sintomas mais comuns são: ardência ao urinar, levantar-se várias vezes à noite para urinar, diminuição do
jato urinário, sensação de não ter esvaziado completamente a bexiga após urinar, presença de sangue na
urina, entre outros.

Por outro lado, o câncer de testículo representa 1% dos cânceres masculinos, sendo que o aparecimento de
nódulos (caroços) é indolor.Dessa maneira, se notar alguma anormalidade, deve-se procurar um urologista
(médico especialista nos sistemas urinário e renal e nos problemas sexuais masculinos).

Ciclo menstrual
Menstruação

A menstruação é a descamação cíclica do endométrio, a camada mais interna do útero, caracterizada por um
sangramento com duração de 3 a 7 dias.

Ela ocorre todos os meses e representa parte do ciclo reprodutivo da mulher, pois é quando o útero se
prepara para receber o bebê, no caso de uma gravidez.

Se não houver fecundação, tudo o que foi preparado no útero para acolher o feto se desfaz e é eliminado
através da menstruação.

A primeira menstruação é chamada de menarca. Ela marca o início dos ciclos menstruais, os anos férteis da
vida mulher e se iniciam por volta dos 11 aos 15 anos de idade. A última menstruação é a menopausa,
encerrando o ciclo reprodutivo da mulher.

Ciclo menstrual

O ciclo menstrual refere-se ao período entre o primeiro dia da menstruação e o primeiro da menstruação


seguinte.

Durante o período do ciclo menstrual, o corpo passa por mudanças que o preparam para uma possível
gravidez.

A primeira menstruação é chamada de menarca e nos dois ou três primeiros anos é normal que os ciclos sejam
um pouco irregulares. Com o tempo, tornam-se mais regulares e tendem a estabilizar até chegar aos 40-45
anos.

A partir desta idade, os ciclos tornam-se novamente irregulares até a fase da menopausa, quando a mulher
deixa de menstruar.
Fases do ciclo menstrual

Fases do ciclo
menstrual
Existem duas fases principais do ciclo menstrual que diferem entre si, a fase folicular e a fase lútea. Ainda
pode-se reconhecer uma terceira fase, a ovulatória, caracterizada pelo momento da ovulação.

A duração do ciclo menstrual é em torno de 28 dias, embora existam ciclos mais curtos de 21 dias e mais
longos de até 35 dias, também considerados normais.

Fase Folicular
A primeira fase é denominada fase folicular, que dura aproximadamente 14 dias, variando de 9 a 23 dias. Esta
fase recebe este nome porque os folículos ovarianos estão em processo de desenvolvimento.

Mas, o que são os folículos ovarianos? Eles são encontrados nos ovários e abrigam os óvulos imaturos que
serão liberados gradativamente ao longo da vida reprodutiva da mulher.

A fase folicular começa no primeiro dia de sangramento até a liberação do óvulo, a fase de ovulação. A
menstruação, período de sangramento, dura em média 5 dias, embora possa oscilar entre 3 a 7 dias.

Nos primeiros dias da fase folicular ocorre grande produção do hormônio FSH (folículo estimulante),
responsável por estimular os ovários a produzir óvulos maduros.

Com o amadurecimento dos folículos, também há alta produção do hormônio estrogênio, resultando no
espessamento do endométrio e formação de vasos, condições que tornam o útero preparado para receber o
óvulo fecundado e iniciar a gravidez.

Ao final da fase, o principal folículo continua seu desenvolvimento e crescimento, secretando estrogênio cada
vez mais rápido, levando ao pico de estradiol por volta do décimo dia.

Em geral, o principal folículo continua seu desenvolvimento e aumenta de tamanho. A secreção


de estrogênio continua elevada, garantindo que o óvulo está em condições de ser liberado.

Outra característica é a mudança que ocorre no muco no colo uterino, o qual se torna fino e aquoso. Todas
essas alterações consistem na preparação do útero para a possível chegada dos espermatozoides e
consequente fecundação.

Fase Ovulatória

A fase ovulatória consiste na liberação do óvulo maduro e em condições de ser fecundado, o qual segue para
as trompas de Falópio ou tubas uterinas e se encaminha para o útero. Esse processo consiste na ovulação.

O dia da ovulação varia conforme a duração do ciclo. Em muitos casos, ela ocorre no 14º dia do ciclo. Porém,
isso não é uma regra e a maioria das mulheres ovulam em dias diferentes do ciclo.

O óvulo possui um curto período de vida, em torno de 24 horas. Para que a gravidez ocorra é preciso manter
relações sexuais no período fértil da mulher. Já os espermatozoides podem permanecer viáveis por até 5 dias
no corpo feminino.

Por esse motivo, deve-se considerar que relações sexuais sem o uso de métodos contraceptivos e até 5 dias
antes da ovulação possam resultar em gravidez.

Fase Lútea ou Luteínica


A fase lútea começa com a formação do corpo lúteo, ela compreende o período desde a ovulação até ao
primeiro dia da próxima menstruação.

A formação do corpo lúteo ou corpo amarelo ocorre após a ovulação devido a transformação das paredes dos
folículos ovarianos que se transformam em uma estrutura secretora do hormônio progesterona, o mais ativo
nessa fase.

Em geral, a fase lútea dura em torno de 12 a 16 dias. O corpo lúteo pode se degradar ou mantém-se ativo,
indicando uma possível gravidez.

A progesterona promove um maior revestimento do endométrio, preparando o útero para receber o óvulo
fecundado e fixação do zigoto.

Se de fato ocorrer a nidação, inicia a produção de hCG (Gonadotrofina Coriônica Humana), conhecido como o
hormônio da gravidez, mantendo o corpo lúteo ativo.

Se não ocorrer a fecundação, o corpo lúteo se degenera e inicia-se um novo ciclo com a vinda da
menstruação.

Calendário Menstrual

O calendário menstrual ou tabelinha é um método utilizado para prever o dia provável da ovulação, ou seja, o
período mais fértil da mulher.

Por exemplo, se o ciclo menstrual for de 28 dias, a ovulação ocorre no 14º dia após o primeiro dia de
sangramento.

Porém, considerando o tempo de vida dos espermatozoides é necessário considerar alguns dias antes da
ovulação como de alta probabilidade para o risco de gravidez.
Deve-se evitar relações sexuais cinco dias antes e cinco dias depois do provável dia da ovulação. Nos demais
dias do ciclo, as chances de engravidar são menores.

Cabe ressaltar que esse método não é seguro para evitar uma gravidez indesejada e também não previne
contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis.

Reações do corpo relacionadas ao ciclo menstrual

Durante o ciclo menstrual, o corpo da mulher sofre diversas mudanças, provocando alterações físicas e
emocionais, que por sua vez é representado pela Tensão Pré Menstrual (TPM). Esta começa no meio do ciclo
menstrual e tende a desaparecer quando chega a menstruação.

Os principais sintomas da TPM são:

 Fadiga;
 Dor de cabeça e nas mamas;
 Inchaço;
 Cólica;
 Irritabilidade;
 Ansiedade;
 Oscilação de humor.
 Métodos contraceptivos
 Métodos contraceptivos
 Os métodos contraceptivos ou anticoncepcionais têm o objetivo de evitar uma gravidez não
programada e/ou prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DST), como no caso dos preservativos.
 Tipos de Métodos Contraceptivos
 Os métodos contraceptivos podem ser naturais, de barreira, hormonais, mecânicos ou ainda definitivos
(irreversíveis).

 Tipos de Métodos contraceptivos


 A escolha do método a ser adotado deve ser feita a partir do perfil da mulher e em comum acordo com
o parceiro, além disso, é recomendada a orientação médica.
 Cada método possui características próprias de uso, vantagens, desvantagens e um nível de eficácia
que pode variar.
 Confira a seguir uma lista sobre os métodos contraceptivos e suas vantagens e desvantagens.
 Camisinha
 A camisinha é um preservativo, que pode ser masculino ou feminino, sendo considerado um método
de barreira.
 Eles são considerados os mais seguros, pois além de evitarem a gravidez, também protegem contra as
doenças sexualmente transmissíveis (DST), como a AIDS.
 Preservativo masculino (camisinha masculina)
 Camisinha masculina
 Considerado um dos métodos contraceptivos mais populares, a caminha masculina protege contra
DSTs, tem baixo custo e é fácil de usar. Além disso, ela apresenta um alto índice de eficácia quando
utilizado do modo correto.
 É um preservativo que consiste em uma capa fina de borracha cobre o pênis durante a relação sexual,
impedindo o contato do sêmen com a vagina, o ânus ou a boca. O esperma fica retido e
os espermatozoides não entram no corpo da mulher.
 Confira na tabela abaixo algumas vantagens e desvantagens da caminha masculina.

Vantagens Desvantagens
Se não usada corretamente pode rasgar ou sair durante a
É livre de hormônios.
relação sexual.
Protege contra DTS e AIDS. Pode causar reação alérgica ao látex.
Pode ser utilizada somente no momento da
relação sexual. Diminui a sensibilidade.

 Preservativo feminino (camisinha feminina)

 Camisinha feminina
 A camisinha feminina pode ser colocada até 8 horas antes do ato sexual, sendo também um método
de barreira, pois não permite que o espermatozoide entre no corpo da mulher. Se utilizado
corretamente, conforme instruções, apresenta um alto índice de eficácia
 O seu plástico é mais fino e mais lubrificado que a masculina e o seu uso não é recomendado
simultaneamente com a camisinha masculina.
 Veja na tabela abaixo algumas vantagens e desvantagens da camisinha feminina.

Vantagens Desvantagens
Protege contra DST e AIDS. Exige prática para utilizar de forma confortável.
Pode ser usado durante a amamentação. Menos eficaz que a camisinha masculina.
Não afeta o uso de outros medicamentos. Pode causar irritação ou reações alérgicas.
 Pílula anticoncepcional
 Pílula anticoncepcional
 As pílulas anticoncepcionais são feitas com hormônios semelhantes aos que são produzidos pelo
próprio corpo (estrogênio e progesterona). Elas atuam impedindo a ovulação e dificultando a
passagem dos espermatozoides para o interior do útero.
 Elas possuem uma eficácia de 99,8% quando utilizados de forma correta e regular, ou seja, é
recomendado que seja tomada uma pílula por dia sempre no mesmo horário.
 Veja na tabela abaixo algumas vantagens e desvantagens da pílula anticoncepcional.

Vantagens Desvantagens
Pode reduzir o fluxo e dores relacionadas à menstruação. Pode causar efeitos colaterais.
Podem auxiliar no controle da acne. Pode causar alterações no ciclo menstrual.
Pode ser tomada por um tempo prolongado. Não protege contra DTS e AIDS.

Anticoncepcional Injetável
 Anticoncepcional injetável
 O anticoncepcional injetável é semelhante à pílula e consiste na aplicação de uma solução oleosa que
libera a mesma quantidade diária de hormônios que a pílula. Pode ser aplicada de forma mensal ou
uma a cada três meses.
 Não interfere com a menstruação, que ocorre normalmente. É mais prático que a pílula, pois não é
preciso administrá-lo diariamente, além de causar menos efeitos colaterais. É um dos métodos
contraceptivos com maior índice de eficácia.
 Confira na tabela abaixo algumas vantagens e desvantagens do anticoncepcional injetável.

Vantagens Desvantagens
Não exige controle diário ou semanal. Pode causar aumento de peso e incômodo abdominal.
Pode reduzir o fluxo e as dores relacionadas à
Deve ser aplicada por um profissional da saúde.
menstruação.
O retorno da fertilidade, após encerramento do uso pode
Apresenta tempo de duração maior.
demorar até 1 ano.
 Adesivo anticoncepcional
 Adesivo anticoncepcional
 O contraceptivo em forma de adesivo é semelhante a um esparadrapo, sendo aplicado na pele para
que ocorra a liberação dos hormônios, que acontece de forma contínua.
 O tempo de duração do adesivo é de uma semana, devendo ser substituído durante 3 semanas,
atingindo assim, 21 dias. Assim como a pílula, a orientação é que seja feita uma pausa de uma semana
para que o processo seja iniciado.
 Confira na tabela a seguir algumas vantagens e desvantagens do adesivo anticoncepcional.

Vantagens Desvantagens
Tem alto índice de
É visível e pode descolar da pele e cair.
efetividade.
Não exige controle diário. Exige controle do número de semanas em que foi utilizado.
Não interfere na vida sexual. Pode causar irritação na pele.
 Dispositivo intrauterino (DIU)
 O DIU é método contraceptivo do tipo mecânico e pode ser de cobre ou hormonal (SIU).
 DIU de cobre

 DIU de cobre
 O DIU de cobre possui uma estrutura metálica com ação espermicida intrauterina, impedindo que o
espermatozoide alcance o óvulo e apresentando uma eficácia contra a gravidez de 99,6%.
 Inserido dentro do útero por um profissional da saúde, o DIU de cobre libera íons de cobre que
imobilizam o esperma que chega próximo do útero.
 Veja na tabela abaixo algumas vantagens e desvantagens do DIU de cobre.

Vantagens Desvantagens
Pode permanecer até 10 anos, podendo ser retirado a qualquer
Pode aumentar o fluxo menstrual.
momento.
Pode ser utilizado no período de amamentação. Pode causar infecção ou perfuração do útero.
Pode causar cólicas e/ou sangramentos
A fertilidade é retomada de forma rápida após a retirada.
irregulares.
 DIU hormonal

 DIU hormonal
 O DIU hormonal (SIU) apresenta material macio e formato de T que possui um reservatório de
hormônios, sendo estes liberados em doses baixas no útero.
 Apresentando alto índice de eficácia, é importante verificar com um profissional da saúde qual método
é o mais adequado para o perfil apresentado.
 Veja na tabela abaixo algumas vantagens e desvantagens do DIU hormonal.

Vantagens Desvantagens
Pode permanecer no útero por até 5 anos, com a possibilidade de Pode ocorrer sangramento irregular no
remoção a qualquer momento. período de adaptação.
Pode reduzir o fluxo menstrual. Pode causar cólicas.
Em alguns casos aumenta a sensibilidade e
Não interfere na relação sexual.
acne.
 Diafragma

 Diafragma
 O diafragma é um método de barreira móvel, que pode ser colocado e retirado da vagina e consiste
em uma estrutura de látex combinada com gel espermicida. É preciso consulta médica para verificação
do tamanho a ser utilizado.
 Deve ser colocada duas horas antes da relação sexual e retirada após 4 a 6 horas, sendo necessário ser
lavado com água e sabão após o uso e sua durabilidade é de cerca de 2 anos.
 Livre de hormônios e com baixo custo, o diafragma não apresenta um alto índice de eficácia, por isso, a
recomendação do uso combinado com espermicida.
 Confira na tabela a seguir algumas vantagens e desvantagens do diafragma.

Vantagens Desvantagens
Pode ser utilizado somente quando
Exige controle do número de horas de uso.
precisar.
É livre de hormônios. Requer uso combinado de espermicida para aumentar a eficácia.
Não é afetado por outras medicações. Pode causar irritação, reação alérgica e infecção no trato urinário.
 Anel vaginal

 Anel vaginal
 O anel vaginal é um método hormonal que possui uma formulação semelhante à da pílula
anticoncepcional, tendo aparência semelhante a uma pulseira, é flexível e transparente.
 É introduzido na vagina e acomodado no colo do útero no 5º dia de menstruação, onde permanece
por 3 semanas liberando hormônios que evitam a liberação dos óvulos.
 Veja na tabela abaixo algumas vantagens e desvantagens do anel vaginal.

Vantagens Desvantagens
Alto índice de eficácia. Pode causar desconforto e irritação.
Não exige controle diário. Pode causar alteração do peso.
Não interfere na vida
Pode causar dores de cabeça e alterações de humor.
sexual.

Espermicida

 Espermicida
 O espermicida é um considerado um complemento contraceptivo, o qual deve ser utilizado de forma
conjunta com outros métodos, como com o diafragma e preservativo. Sua principal ação é criar um
ambiente que dificulte a motilidade do esperma.
 São comercializados em diferentes formatos, podendo ser em creme, gel e até espumas. Devem ser
inseridos na vagina 5 a 90 minutos antes da relação sexual e, após o ato, é preciso aguardar no mínimo
6 horas para higienização.
 Confira na tabela a seguir algumas vantagens e desvantagens do uso do espermicida.
Vantagens Desvantagens
É de fácil utilização. Se utilizado sozinho tem baixo índice de eficácia.
É livre de hormônios. Pode causar irritação, reação alérgica e infecção no trato urinário.
É de fácil obtenção. Exige controle de horas antes e depois da relação sexual.
 Métodos Contraceptivos Definitivos
 Os métodos contraceptivos definitivos consistem na esterilização permanente e pode ser realizado
tanto nos homens quanto nas mulheres, impedindo assim, que os espermatozoides cheguem ao óvulo.
 De acordo com a Lei do Planejamento Familiar, pessoas com mais de 25 anos e que tiverem pelo
menos 2 filhos vivos, ou quando houver risco de vida para a mulher ou para bebê, podem usar os
métodos contraceptivos definitivos.
 Laqueadura

 Laqueadura
 É a esterilização nas mulheres, que consiste na ligadura das trompas de Falópio.
 É realizado um procedimento cirúrgico em que o médico utiliza um instrumento que bloqueia a
passagem do espermatozoide até o óvulo. Em alguns casos é removido um pedaço da trompa.
 Vasectomia

 Vasectomia
 A vasectomia é a esterilização realizada no homem. Ela consiste no bloqueio dos ductos deferentes,
responsáveis pelo transporte do esperma para outras glândulas, de modo que o sêmen não tenha mais
espermatozoides.
 A partir desse procedimento, considera-se que o organismo demore 3 meses para se livrar de todo
espermatozoide.
 Confira na tabela a seguir algumas vantagens e desvantagens do método contraceptivo permanente.

Vantagens Desvantagens
Tem duração permanente. Não tem reversão.
É livre de hormônios. É um procedimento cirúrgico realizado por médico.
Não afeta o uso de outros medicamentos. Pode haver complicações pós-cirúrgicas.

Pílula do Dia Seguinte
 Pílula do dia seguinte
 A pílula anticoncepcional de emergência só deve ser usada excepcionalmente e nunca deve ser
adotada como método contraceptivo usual.
 Cada dose é composta por duas pílulas que devem ser ingeridas com intervalo de 12 horas.
Elas concentram elevada dose hormonal (o equivalente a 8 pílulas anticoncepcionais de uso
prolongado) que retarda a ovulação, dificultando assim a gestação.
 O uso frequente da pílula do dia seguinte pode causar alterações no ciclo menstrual.
 Confira na tabela abaixo algumas vantagens e desvantagens da pílula do dia seguinte.

Vantagens Desvantagens
Maior índice de eficácia quando utilizada dentro do prazo de 12 Possui dose elevada de hormônios em uma
horas após a relação sexual. única pílula.
Pode ser utilizada até 5 dias após a relação sexual sem uso de outro
Pode alterar o ciclo menstrual.
método contraceptivo.

Tabelinha

 Tabelin
ha
 A tabelinha é um método contraceptivo natural que permite à mulher saber o seu período fértil, ou
seja, o período do mês em que ela está ovulando e pode engravidar.
 Ao adotar este método contraceptivo, a mulher opta por ter relações sexuais somente nos dias não
férteis do ciclo menstrual. É um método que exige regularidade, pois em casos de erro a eficácia de uso
chega a 76%.
 Para utilizar esse método, é preciso registrar o primeiro dia da menstruação, em pelo menos seis meses
para se ter conhecimento da duração do ciclo.
 Considera-se que o ciclo menstrual tem início no 1º dia da menstruação e termina na véspera da
menstruação seguinte.
 É importante destacar que em adolescentes o ciclo menstrual sofre muitas alterações, mas a maioria
dos ciclos tem entre 28 e 31 dias.
 O período fértil corresponde à metade do ciclo, por exemplo se o seu ciclo é de 28 dias, o 14ª dia será
o dia fértil, sendo que deve ser considerado dois dias antes e dois dias depois do dia fértil.
 Veja a seguir as principais vantagens e desvantagens da tabelinha.

Vantagens Desvantagens
É livre de hormônios. Exige um estilo de vida regrado.
Não tem efeitos colaterais. Não é confiável e apresenta alto índice de falhas.
Vantagens Desvantagens
Não interfere na
Não protege contra doenças sexualmente transmissíveis.
fertilidade.

 Coito interrompido
 Coito interrompido
 O coito interrompido é um método com baixo índice de eficácia pois exige do casal autocontrole e
experiência, especialmente do homem, que deve retirar o pênis da vagina antes da ejaculação, para
que assim, o esperma não atinja o útero. É importante destacar que antes da ejaculação pode ser
liberado pequena quantidade de espermatozoides através do líquido seminal.
 Veja na tabela abaixo algumas vantagens e desvantagens do coito interrompido.

Vantagens Desvantagens
Não interfere no uso de outros
Não é confiável.
medicamentos.
É livre de hormônios. Interrompe o sexo.
Vírus, Príons e Viroses
Vírus: o que são e características
Os vírus são desafiadores. Suas características deixam obscura a fronteira que delimita o que é ou não um ser
vivo. Saiba mais sobre esses seres (vivos, ou não) e mande bem nas questões de Biologia do Enem e dos
vestibulares!

Os vírus são responsáveis por boa parte das doenças que atingem os seres humanos. Porém, apesar de sua
fascinante capacidade de parasitar nossas células, possuem uma estrutura extremamente simples. Tão simples
que não podem nem ser considerados células. Essa existência peculiar dos vírus é intrigante e confunde até
mesmo os cientistas mais renomados. Vem comigo nesta aula de Biologia para o Enem aprender um pouco
mais sobre os vírus!

A descoberta dos vírus

Registros históricos mostram que as doenças virais assolam a humanidade há milênios. Porém, devido ao fato
de serem extremamente pequenos, sendo a enorme maioria invisíveis ao microscópio óptico, os vírus só foram
descritos mais recentemente na história.

Em 1984, um biólogo francês chamado Charles Chamberland inventou um filtro para microrganismos. Esse
filtro continha poros extremamente pequenos, menores até que as bactérias conhecidas. Chamberland usou
esse filtro quando estudava uma doença conhecida como mosaico do tabaco, que destruía as folhas dessa
planta.

Para estudar a doença, o biólogo macerava folhas doentes produzindo um extrato. Em seguida, filtrava esse
extrato, buscando retirar dele os microrganismos causadores da doença. Porém, ele notou que nenhum
microrganismo ficava retido no filtro e que o extrato já filtrado, quando inoculado em plantas saudáveis,
continuava contaminante.

Como não conseguiu observar qualquer microrganismo no extrato produzido a partir das folhas doentes, o
cientista concluiu que deveria se tratar de alguma substância química. Chamberland batizou esse agente
contagioso de vírus, que em latim significa “veneno”.

Esses somente foram realmente descritos a partir de 1935, quando o microscópio eletrônico foi inventado e
passou a ser utilizado para estudos de microbiologia. Com esse instrumento, as primeiras imagens de vírus
foram feitas. Eles são extremamente pequenos, medindo entre 20-300 ηm, sendo cerca de 100 vezes menores
que as bactérias.
Imagem 1: Na fotografia da esquerda
vemos uma folha de tabaco contaminada pelo vírus do mosaico do tabaco. Já a fotografia da esquerda é uma imagem de vários vírus
do mosaico do tabaco, feita a partir de um microscópio eletrônico.
 

Estrutura dos vírus

Eles possuem uma estrutura bastante peculiar. Ao contrário de todos os seres vivos, cujos organismos são
compostos por, pelo menos, uma célula, os vírus são acelulares. Ou seja, sua estrutura não é composta por
célula.

Os vírus são formados, basicamente, por uma cápsula de proteínas, chamada de capsídeo. Essa cápsula é
formada de várias subunidades proteicas, chamadas de capsômeros. No interior do capsídeo encontramos
uma ou mais moléculas de ácido nucleico.

Aqui temos outra diferença importante em relação aos seres vivos. Enquanto todos os seres vivos terão
obrigatoriamente DNA como material genético, nossos objetos de estudo podem ter DNA OU RNA.

Alguns vírus um pouco mais complexos podem ainda ser “envelopados”. Isso porque carregam uma parte
da membrana celular da última célula hospedeira que parasitou. Sendo assim, além de proteínas e ácido
nucleico, terão também em sua composição lipídeos e glicoproteínas.

Imagem 3: desenhos esquemáticos das


estruturas virais. No primeiro desenho vemos a estrutura básica dos vírus mais simples, compostos por um capsídeo protegendo seu
material genético. Já o segundo desenho mostra um vírus mais complexo, envolvido por um envelope membranoso.
 
Reprodução dos vírus

Pelo fato de não possuírem uma maquinaria celular, os vírus não possuem metabolismo quando estão livres
no ambiente. Para que comecem a apresentar metabolismo, precisam obrigatoriamente parasitar uma célula.

Quando conseguem fazer isso, o material genético viral irá se infiltrar no material genético da célula
hospedeira. Isso fará com que a célula passe a executar as tarefas designadas pelo material genético viral.
Dessa maneira, o vírus “escraviza” a célula hospedeira.

Por conta desse comportamento, dizemos que eles são parasitas intracelulares obrigatórios. Sendo assim,
para que realizem sua reprodução, precisam necessariamente parasitar uma célula.

Um dos ciclos virais mais estudados e o ciclo reprodutivo do vírus conhecido como bacteriófago. Esse ataca
bactérias e é facilmente cultivado em laboratório.

Imagem 4: Na figura da direita vemos a


fotomicrografia de um vírus bacteriófago feita a partir de um microscópio eletrônico. Note que a cápsula desse vírus é um pouco mais
complexa e possui uma cauda que ajuda na sua ancoragem na célula hospedeira. Na figura da esquerda, vemos um desenho
esquemático do vírus bacteriófago.
 

Para iniciar sua reprodução, o vírus primeiramente irá “enganar” a célula para conseguir inserir seu material
genético em seu interior. Para isso, ele encaixa uma parte de sua cápsula proteica em receptores da superfície
da bactéria.

Em geral, os vírus possuem em seu capsídeo proteínas que imitam coisas que as células comumente permitem
que passem por suas membranas. Logo após o encaixe, ele injeta seu material genético na bactéria, deixando
o capsídeo para fora.

Uma vez dentro da bactéria, uma enzima presente no bacteriófago irá destruir o DNA bacteriano. Com isso, o
DNA viral passa a se multiplicar utilizando os nucleotídeos presentes no citoplasma da bactéria.

Assim, a célula bacteriana passa a trabalhar para o DNA viral, obedecendo suas “ordens”. São, então,
produzidas as estruturas necessárias para a formação de novos vírus. Essas estruturas se organizam formando
novas partículas virais.

Por fim, os vírus produzidos pela célula bacteriana a destroem, arrebentando sua membrana e se espalhando
no ambiente para parasitar novas células. Esse ciclo, onde a célula hospedeira é escravizada e produz novos
vírus, morrendo em seguida, é chamado de ciclo lítico.
Para compreender melhor o ciclo lítico, veja a animação e a aula a seguir:

Curiosidades

 A palavra "vírus", do latim, significa toxina, fluido venenoso.


 O termo “vírus de computador” surgiu por analogia ao vírus biológico marcado por sua característica
parasitária.
 O “vírion” corresponde a partícula viral quando ela se encontra fora da célula hospedeira.

Além do ciclo lítico, os vírus podem também realizar uma reprodução mais “silenciosa”, que chamamos
de ciclo lisogênico. Nesse ciclo o material genético viral é introduzido na célula hospedeira da mesma forma
que no ciclo lítico. Porém, o DNA viral é incorporado ao DNA da célula hospedeira, permanecendo
“camuflado”. Quando esta célula se multiplica através de mitose, acaba duplicando também o DNA viral.

Os materiais genéticos virais produzidos a partir do ciclo lisogênico podem começar a agir dentro da célula
hospedeira, começando um ciclo lítico.

Imagem 5: Desenho
esquemático demonstrando os dois ciclos virais: lítico e lisogênico.
 

Partículas inertes ou seres vivos?

Os vírus não possuem algumas das características básicas utilizadas para identificar um ser vivo:

– Não possuem um metabolismo próprio (a não ser que estejam dentro de uma célula hospedeira);

– Não se reproduzem (a não ser que usem a maquinaria celular de uma célula hospedeira);

– Não possuem célula.


– Não são capazes de crescer.

Essas características fazem com que alguns cientistas tenham dúvidas sobre os vírus. Alguns especulam se eles
podem realmente ser considerados seres vivos, já que fora das células parecem inertes, como as partículas
inanimadas. Porém, ao parasitarem células, passam a se comportar como seres vivos.

Por conta dessas dúvidas, eles não são classificados dentro dos Reinos dos seres vivos.

Príons

Príons são moléculas proteicas que possuem propriedades infectantes. O nome príon vem do
inglês proteinaceous infectious particles, que quer dizer partículas proteicas infecciosas. Tais partículas se
distinguem de vírus e bactérias comuns por serem desprovidos de carga genética.

Existe um gene, denominado prinp, que é responsável pela síntese da proteína príon celular (PrPc). Na sua
forma normal e saudável, essa proteína, além de participar do processo de diferenciação neural, ela defende
os neurônios de condições que podem levar à sua destruição. Uma mutação do gene prinp provoca a
formação defeituosa da PrPc, que se transforma em príon. Essa molécula proteica infectante é capaz, ainda, de
alterar a forma de outras proteínas saudáveis, que, a partir daí, também adquirem um comportamento
priônico. Os príons podem até mesmo produzir réplicas de si mesmos (por mecanismos ainda desconhecidos).

Os príons possuem estruturas bastante estáveis e são resistentes a enzimas digestivas, calor,


algumas substâncias químicas e até à radiação ultravioleta, condições que normalmente degradam proteínas e
ácidos nucleicos. Também não existe nenhum mecanismo de defesa imunológica capaz de neutralizar essa
partícula infectante, o que torna ainda mais rápida a sua disseminação.

Por ser oriundo de uma proteína do sistema nervoso, os príons afetam exatamente os neurônios. A infecção
por tais moléculas pode ocorrer por herança genética, consumo da carne de animais infectados, aplicação de
hormônios, utilização de instrumentos cirúrgicos contaminados ou por uma mutação casual. E seja qual for o
mecanismo de infecção, não há procedimento de rotina que possa identifica-los.

As doenças provocadas por príons não têm cura e são frequentemente classificadas como encefalopatias
espongiformes, devido ao aspecto esponjoso que o cérebro adquire com a infecção. A mais conhecida dessas
doenças é a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida popularmente como mal da vaca louca. Essa
doença é evolutiva e provoca a degeneração dos neurônios de bovinos, que passam a apresentar
comportamentos anormais e morrem dentro de pouco tempo.

Outros exemplos de doenças causadas por príons:

 Kuru – doença de evolução rápida, que, entre outros danos, provoca perda da coordenação muscular
(ataxia) e tremores. Os indivíduios infectatados podem morrer em até 1 ano após o surgimento da
doença.
 Síndrome de Gerstmann-Straussler-Scheinker – síndrome hereditária rara, de evolução lenta e
progressiva, cujos sintomas são ataxia, perda da coordenação motora, degeneração do cerebelo e
dificuldade de locomoção. Os portadores da doença começam a desenvolver os sintomas entre os 35 e
60 anos de idade; estima-se que a sobrevida desses indivíduos seja de 5 anos, contados após o
aparecimento dos sintomas.
 Insônia Familiar Fatal – trata-se de um distúrbio do sono hereditário, caracterizado principalmente pela
incapacidade de dormir. Os sintomas aparecem, em geral, a partir dos 40 anos de idade, sendo eles,
falta de atenção, perda da coordenação motora, taquicardia, sudorese, entre outros. Tais sintomas
evoluem rapidamente para turvação da consciência, demência e morte.
 Síndrome de Alpers – doença congênita progressiva, cujos sintomas podem surgir ainda no primeiro
dia de vida da criança. O desenvolvimento lento, ataques apopléticos frequentes, perda das
capacidades muscular e intelectual e dureza dos membros são alguns dos sintomas da doença.

Graças ao seu trabalho que levou à descoberta dos príons, o cientista estadunidense Stanley Prusiner recebeu
o prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia em 1997.

Viroses

As doenças causadas por vírus, também chamadas de viroses, são aquelas que tem como agente etiológico
diversos vírus.

Algumas delas, se não foram tratadas podem levar o paciente ao óbito. Geralmente, não possuem um
tratamento específico, visto que o corpo produz anticorpos para combater o vírus.

Confira abaixo uma lista das principais doenças causadas por vírus:

Ebola

 Transmissão: pelo ar, esse vírus pode ser transmitido através do contato entre os seres humanos,
animais e materiais infectados.
 Sintomas: dores musculares, de cabeça e garganta. Além disso, o infectado apresenta febre alta,
diarreia, náuseas, vômitos e perda de apetite.
 Tratamento: através da hidratação e repouso do paciente. Não há vacinas e remédios contra o ebola.
Sendo assim, o próprio sistema imunológico cria anticorpos para combater o vírus.
 Prevenção: evitar o contato com infectados e melhoria do saneamento básico local para evitar a
contaminação dos alimentos.

Gripe Comum

 Transmissão: contato direto com os portadores do vírus, e ainda, pelo compartilhamento de objetos.
 Sintomas: febre alta, calafrios, cansaço, tosse, coriza e congestão nasal. Além disso, o doente pode
apresentar inflamação na garganta e dores no corpo.
 Tratamento: repouso e o uso de analgésicos e antitérmicos são os mais indicados. Ademais, a ingestão
de líquidos para hidratação e uma alimentação rica em vitaminas (sobretudo a C) são eficazes no
tratamento da gripe. Com o tempo, nosso corpo cria anticorpos que combatem o vírus.
 Prevenção: Uma boa alimentação e ingestão de líquidos, aliados a prática diária de exercícios físicos
podem afastar as pessoas do doença. Isso porque o fortalecimento do sistema imunológico é muito
importante. Existe também a vacina contra a gripe que pode ser tomada anualmente.

Caxumba

 Transmissão: contato com secreções do doente, e ainda, pelo compartilhamento de objetos.


 Sintomas: inchaço na região do pescoço causada pelo aumento das glândulas parótidas. Além disso,
os sintomas mais comuns são: febre alta, falta de apetite, prostração, dores no corpo, calafrios e boca
seca.
 Tratamento: não existe um tratamento específico para caxumba, pois nosso corpo cria anticorpos para
combater o vírus. Portanto, o uso de medicamentos que diminuam os sintomas é indicado por
especialistas. Além disso, repouso, boa alimentação e ingestão de líquidos melhoram o quadro da
doença.
 Prevenção: realizada através das vacinas: tetra viral e a tríplice viral. São tomadas pelas crianças entre
os 12 e 15 meses de vida.
Sarampo

 Transmissão: contato com as secreções do portador da doença, e ainda, pelo compartilhamento de


objetos.
 Sintomas: manchas avermelhadas no rosto e corpo que causam coceira. Podem aparecer também
manchas brancas no interior da boca, chamadas de "manchas de Koplik". O paciente apresenta
fraqueza, mal-estar, falta de apetite, febre alta (acima dos 38 graus), tosse, dor de cabeça e garganta,
olhos inflamados e hipersensibilidade à luz.
 Tratamento: não existe um tratamento específico contra o sarampo. Por isso, uma boa alimentação,
repouso e ingestão de líquidos são recomendados pelos especialistas. Com o tempo nosso sistema
imunológico combate ao vírus.
 Prevenção: realizada através das vacinas: tetra viral e a tríplice viral. Ambas são tomadas durante a
infância.

Catapora (Varicela)

 Transmissão: através do contato com as secreções dos portadores da doença.


 Sintomas: aparecimento de bolhas vermelhas por todo o corpo e que causam muita coceira. O
paciente também pode apresentar febre, dores no corpo, fraqueza e perda de apetite.
 Tratamento: não existe um tratamento específico para a catapora. O mais indicado é o repouso,
alimentação rica em nutrientes e ingestão de líquidos. O uso de alguns medicamentos antivirais e que
diminuam a coceira também são indicados pelos especialistas.
 Prevenção: é feita pela vacina anti-varicela ou ainda, a vacina tetra viral tomada na infância.

Varíola

 Transmissão: pelas secreções e saliva da pessoa infectada, e ainda, pelo compartilhamento de objetos.
 Sintomas: o principal sintoma são as pústulas que surgem no corpo e causam coceira. Outros sintomas
são o mal-estar, fraqueza, febre alta, náuseas, vômitos, dores de cabeça e corpo.
 Tratamento: não existe um tratamento específico para a cura da doença, portanto, o doente deve
permanecer em repouso e se alimentar bem. Nalguns casos, medicamentos que diminuam os sintomas
são indicados. Com o tempo, nosso corpo cria anticorpos para combater o vírus invasor.
 Prevenção: por meio da vacina contra varíola.

Febre Amarela

 Transmissão: transmitida através da picada dos mosquitos vetores Aedes e Haemogogus, os quais


estão infectados pelo vírus.
 Sintomas: febre alta, calafrios, mal-estar, fadiga, dores de cabeça e corpo, náuseas, vômitos e diarreia.
Nalguns casos mais graves, o paciente pode apresentar hemorragia e olhos amarelados (icterícia).
 Tratamento: não existe um tratamento específico para a febre amarela. Portanto, repouso, boa
alimentação e hidratação são indicados por especialistas. Com o tempo, nosso corpo cria anticorpos
que combatem o vírus.
 Prevenção: por meio da vacinação, e ainda, o controle do mosquito vetor.

Rubéola

 Transmissão: contato com as secreções dos portadores da doença.


 Sintomas: o principal sintoma é o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto e corpo. Além
disso, o doente pode apresentar mal-estar, febre, congestão nasal, olhos avermelhados, ínguas, dores
no corpo, na cabeça e na garganta
 Tratamento: não existe um tratamento específico para essa doença. Ou seja, com o tempo nosso
corpo cria anticorpos que combatem o vírus da rubéola. Para o tratamento, o mais indicado é o
repouso, alimentação rica em vitaminas e ingestão de líquidos. O paciente também pode tomar
analgésicos e antitérmicos para diminuir os sintomas.
 Prevenção: por meio das vacinas dupla viral ou tríplice viral, ambas tomadas na infância.

Meningite

 Transmissão: transmitida pelo contato com os portadores da doença.


 Sintomas: rigidez na parte da nuca (inflamação das meninges), além de mal-estar, cansaço, febre,
dores no corpo, diminuição do apetite, náuseas e vômitos.
 Tratamento: não existe um tratamento especifico para a cura da meningite. Os especialistas indicam
alguns medicamentos para diminuir os sintomas. Além disso, o repouso, uma boa alimentação e
ingestão de líquidos ajuda o sistema imunitário a criar anticorpos que combatem o vírus.
 Prevenção: evitar o contato com as pessoas infectadas, e ainda, o compartilhamento objetos.

Obs.: além da meningite viral, existe também a meningite bacteriana.

Pneumonia

 Transmissão: transmitida pelo ar e o contato com secreções de pessoas infectadas. Também pode ser
transmitida pelo compartilhamento de objetos.
 Sintomas: tosse seca ou com catarro, febre alta, calafrios, fraqueza, perda de apetite, falta de ar, dores
no corpo.
 Tratamento: medicamentos antivirais e que combatem os sintomas da pneumonia podem ser
prescritos pelos médicos. Repouso, boa alimentação e ingestão de líquidos também são
recomendados. Com o tempo, nosso corpo cria anticorpos que combatem o vírus.
 Prevenção: a vacina antigripal pode auxiliar na prevenção da doença, visto que a gripe pode
desencadear uma pneumonia. Uma alimentação rica em nutrientes, aliada à pratica diária de exercícios
fortalecem o sistema imunológico evitando atrair doenças.

Poliomielite (Paralisia Infantil)

 Transmissão: falta de saneamento básico, como água e alimentos contaminados. Pode também ser
transmitida pelas secreções e fezes dos contaminados.
 Sintomas: mal-estar, febre, diarreia, cansaço, náuseas, vômitos, dor abdominal, de cabeça, garganta e
membros.
 Tratamento: não possui um tratamento específico, ou seja, com o tempo o corpo cria anticorpos que
combatem o vírus. Para acelerar o tratamento é recomendado repouso, alimentação rica em nutrientes
e ingestão de líquidos. O médico pode receitar medicamentos que aliviam os sintomas.
 Prevenção: por meio da vacinação e evitar contato com as pessoas portadoras do vírus. Lavar bem as
mãos, os alimentos e consumir água tratada também podem evitar o contágio.

Hepatite (A, B e C)

 Transmissão: consumo excessivo de álcool, água e alimentos contaminados (falta de saneamento


básico). Também pode ser transmitida pelo contato com os portadores da doença. No caso das
hepatites B e C ela pode ser transmitida pelo sangue e contato sexual.
 Sintomas: mal-estar, febre, pele e olhos amarelados, náuseas, vômitos, dores abdominais, falta de
apetite, urina escura e fezes esbranquiçadas.
 Tratamento: não existe um tratamento específico para curar a doença. Alguns medicamentos podem
aliviar os sintomas. Os especialistas indicam repouso, alimentação rica em nutrientes, consumir
bastante líquidos.
 Prevenção: evitar contato com os portadores da doença, não consumir álcool, beber água tratada,
lavar as mãos e os alimentos antes de comer. Muito importante não compartilhar objetos que tiveram
contato com sangue e ainda usar preservativo durante o ato sexual. No caso da hepatite B, existe uma
vacina.

Dengue

 Transmissão: através da picada do mosquito Aedes aegypti, principal vetor.


 Sintomas: febre alta, fadiga, perda de apetite, náuseas, vômitos, manchas e coceira na pele. No caso da
dengue hemorrágica, o paciente apresenta hemorragia, problemas de circulação e aumento do fígado
(hepatomegalia).
 Tratamento: não existe um tratamento específico para curar a dengue. O uso de medicamentos que
aliviam os sintomas é prescrito pelo médico. Repouso, ingestão de líquidos e alimentação rica em
nutrientes são indicados.
 Prevenção: monitoramento do vetor, como manejo ambiental e controle químico. O uso de repelentes
em áreas afetadas pode ajudar.

Zika

 Transmissão: transmitida pelo picada do mosquito Aedes aegypti, contatos sexuais, secreções do


portador da doença e o compartilhamento de objetos contaminados.
 Sintomas: mal-estar, fadiga, febre, manchas vermelhas no corpo, coceira, conjuntivite, dor na cabeça e
no corpo.
 Tratamento: não há um tratamento específico. Nesse caso, o corpo combate o vírus com a produção
de anticorpos. Repouso, ingestão de líquidos e boa alimentação, auxiliam no tratamento. Os
especialistas podem indicar analgésicos e antitérmicos para diminuir os sintomas.
 Prevenção: uso de preservativos, de repelentes e evitar o compartilhamento de objetos. Telas anti-
mosquito e cuidado com os locais de transmissão (água parada, por exemplo), podem prevenir contra
a doença.

Chikungunya

 Transmissão: transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti  ou o Aedes albopictus.


 Sintomas: mal-estar, febre alta, dor de cabeça e nas articulações. Além disso, manchas avermelhadas
pelo corpo podem surgir, causando forte coceira.
 Tratamento: não há um tratamento específico para curar essa doença. Repouso, ingestão de líquidos e
boa alimentação são os mais recomendados. Isso porque com o tempo nosso sistema imunológico
produz anticorpos que combatem o vírus. Medicamentos como analgésicos e antitérmicos podem ser
indicados para aliviar os sintomas.
 Prevenção: uso de repelentes e eliminar locais que acumulam água, pois o mosquito se prolifera em
água parada.

AIDS (SIDA)

 Transmissão: transmitida pelo contato sexual, pelo sangue e de mãe para filho.
 Sintomas: febre, calafrios, manchas na pele, ínguas, dor de cabeça, garganta e corpo. Como afeta o
sistema imunológico, outras doenças podem surgir num estágio mais avançado como câncer,
meningite, tuberculose, etc.
 Tratamento: não existe um tratamento específico para a cura da AIDS. Mesmo assim, alguns
medicamentos para retardar a doença são prescritos pelos especialistas.
 Prevenção: uso de preservativos é o método mais eficaz para não contrair a doença. Além disso, não
compartilhar objetos que tenham tido contato com o sangue, por exemplo seringas.

HPV (Papiloma Vírus)


 Transmissão: transmitida pelo contato sexual.
 Sintomas: surgimento de verrugas, lesões e manchas na pele, sobretudo na área genital.
 Tratamento: não existe um tratamento específico para a doença. Isso porque com o tempo o corpo
cria anticorpos que combatem o papiloma vírus. Assim, a cauterização das verrugas e o uso de
pomadas na região afetada são indicados pelos especialistas.
 Prevenção: uso de preservativos é o método mais eficaz contra a doença. Fazer exame de rotina é
muito importante para detectar a doença em sua fase inicial.

Herpes

 Transmissão: transmitida pelo contacto com fluidos corporais ou feridas de uma pessoa infetada. Além
disso, pode ser passada de mãe para filho e pelo contato sexual.
 Sintomas: o herpes pode ser labial ou genital. Dependendo do local, há o surgimento de bolhas que
causam dor, ardor e coceira. Além disso, febre, dor de cabeça e musculares podem surgir.
 Tratamento: não há cura para essa doença. Assim, medicamentos antivirais e pomadas para aplicar na
região afetada são os mais indicados.
 Prevenção: uso de preservativos no caso de contato sexual. Além disso, deve-se evitar o contato com
as pessoas que apresentem o vírus e não compartilhar objetos.

Além delas, há o Coronavírus, clique aqui para saber como ele pode vir a cair no ENEM.

Reino Monera e Bacterioses


Reino Monera

O Reino Monera é um dos reinos dos seres vivos, caracterizado por organismos procariontes, unicelulares,
autótrofos ou heterótrofos.

O grupo do monera compreende as bactérias e as cianobactérias (algas azuis ou cianofíceas).

Os primeiros fósseis encontrados na natureza são de procariontes: micro fósseis de cianobactérias, presentes
na Austrália, com 3,5 bilhões de anos e também de bactérias, na África do Sul, com idade estimada em 3
bilhões e 100 milhões de anos.

Bactérias

As bactérias são microrganismos unicelulares que estão entre os menores, mais simples e mais abundantes
organismos do planeta. A maioria não ultrapassa um micrômetro – a milésima parte do milímetro.

Elas são encontradas em um grande diversidade de ambientes, como no solo, na água doce, no mar, no ar, na
superfície e no interior dos organismos e nos materiais em decomposição.

As bactérias podem viver isoladamente ou construir agrupamentos coloniais de diversos formatos. De acordo
com a forma que apresentam recebem uma denominação específica:

 Bacilos: apresentam formas alongadas;


 Cocos: com formas esféricas. Porém, eles podem se associar formando diversos tipos de colônias:
diplococos, estafilococos, estreptococos, pneumococos e tétrade.
 Espirilos: apresentam forma de espiral;
 Vibriões: em forma de vírgula.
Formatos e organização das bactérias
Muitas bactérias são úteis ao homem, como o ácido acético, usado para a fabricação do vinagre, os
lactobacilos usados na fabricação de iogurtes, queijos e coalhadas, como também as que vivem no trato
digestivo e produzem vitaminas essenciais à saúde.

As bactérias decompositoras permitem a decomposição da matéria orgânica morta, colaborando na


reciclagem de diversos elementos.

Cianobactérias

As cianobactérias apresentam diversos formatos e podem realizar


fotossíntese
As cianobactérias são organismos unicelulares, que podem viver isoladamente ou em colônias. Elas medem
apenas alguns micrômetros, só podendo ser visualizados com a ajuda de um microscópio.

Elas realizam fotossíntese, mas a clorofila não está organizada nos cloroplastos como nas plantas, e sim
dispersa pelo citoplasma assim com outros pigmentos.

Os formatos das cianobactérias variam entre esferas, bastões ou filamentos e podem ser encontradas no solo
úmido, na água doce e no mar. O acúmulo de matéria orgânica nesses ambientes favorece o aparecimento e
desenvolvimento das cianobactérias, que se proliferam rapidamente produzindo um fenômeno chamado
de eutrofização.

Algumas espécies produzem e liberam toxinas na água, as hepatotoxinas e neurotoxinas, que podem causar o
envenenamento de animais que vivem no mesmo ambiente, e até mesmo causar doenças ao ser humano que
utilizar essa água.

Monera ou Eubactérias e Arqueobactérias?

A classificação dos seres vivos mudou muito ao longo do tempo, e principalmente depois que se conheceu
mais a respeito da estrutura dos organismos, a origem e evolução das espécies.

Importante notar que dependendo do sistema de classificação adotado, o Reino Monera atualmente é
considerado por uns e desconsiderado por outros cientistas.

Assim, e alguns estudos, o Reino Monera poderia ser substituído por dois grupos:
 Eubactérias: Engloba as bactérias verdadeiras e cianobactérias;
 Arqueobactérias ou arqueas: Algumas espécies que vivem em ambientes extremos.

Bacterioses

As doenças causadas por bactérias, também conhecidas por bacterioses, tanto podem ser facilmente tratadas
através de antibióticos, como o seu agravamento pode levar à morte.

A maior parte das bactérias é transmitida pela ingestão de alimentos contaminados ou em contato com
pessoas doentes.

Os sintomas são variados, conforme o tipo de doença. A prevenção, muitas vezes, é baseada em cuidados
simples como a lavagem das mãos e dos alimentos e vacinação.

Veja abaixo a lista das principais doenças causadas por bactérias:

Botulismo

O botulismo é causado pela bactéria Clostridium botulinum. Os primeiros casos da doença foram registrados
pelo consumo de salsichas contaminadas e outros derivados da carne enlatados.

 Transmissão: ingestão de alimentos contaminados.


 Sintomas: prisão de ventre, tontura, visão distorcida e dificuldade de abrir os olhos na claridade. O
agravamento da doença pode levar o doente à morte na sequência da paralisia dos músculos
respiratórios.
 Tratamento: o doente deve ser internado para que seja ministrado o tratamento para eliminação da
bactéria.
 Prevenção: cuidado na escolha de alimentos enlatados, atentando para que a lata não tenha ferrugem
ou esteja estufada.

Brucelose

A brucelose é uma infecção causada por bactérias do gênero Brucella.

 Transmissão: contato com animais infectados ou ingestão de alimentos de origem animal que estejam
contaminados.
 Sintomas: calafrio, dor de cabeça, cansaço, febre.
 Tratamento: deve ser administrado antibiótico, além de repouso e hidratação.
 Prevenção: usar luvas ou lavar as mãos após ter contato com animais, comer carne bem passada,
ferver o leite antes de beber.

Cistite

A cistite é uma doença crônica caracterizada por uma irritação ou inflamação da parede da bexiga.

Na maioria dos casos, é causada pela bactéria Escherichia coli, naturalmente presente no intestino.

 Transmissão: o fato de beber pouca água pode deixar de limpar as bactérias presentes na bexiga, tal
como o uso de roupas íntimas apertadas.
 Sintomas: vontade frequente de urinar, ardor ao urinar, febre.
 Tratamento: uso de antibiótico.
 Prevenção: beber água muitas vezes, urinar logo que tiver necessidade, evitar roupas íntimas
apertadas.
Clamídia

A clamídia é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pela bactéria Chlamydia trachomatis.

 Transmissão: relações sexuais; de mãe para filho no parto.


 Sintomas: ardor ao urinar; vontade frequente de urinar; testículos doloridos e inchados, em homens;
dor no baixo ventre, no caso das mulheres.
 Tratamento: administração de antibióticos para o casal, evitando a reinfecção.
 Prevenção: uso de preservativo.

Cólera

A cólera é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Vibrio cholerae. Caso não seja tratada, pode
levar o paciente à morte por conta da intensa desidratação que ela causa.

 Transmissão: ingestão de água ou alimentos contaminados.


 Sintomas: diarreia, desidratação, vômitos, fraqueza, perda de peso e cólicas abdominais.
 Tratamento: hidratação e uso de antibióticos.
 Prevenção: lavar muito bem frutas e legumes antes de consumi-los, bem como lavar muito bem as
mãos antes das refeições e melhoria do saneamento básico.

Coqueluche

A coqueluche é uma doença respiratória infectocontagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis.

 Transmissão: através de espirro, saliva e tosse de pessoas infectadas.


 Sintomas: febre, espirro, mal-estar, tosse seca prolongada e falta de ar.
 Tratamento: além de beber muitos líquidos, devem ser administrados analgésicos e anti-inflamatórios
aos doentes, que devem ser isolados para que não transmitam a doença para outras pessoas.
 Prevenção: vacinação infantil.

Difteria

A difteria é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Corynebacterium  diphtheriae. Sua principal
característica é a inflamação da garganta, o que causa um inchaço na região do pescoço.

 Transmissão: contato com pessoas infectadas, através da saliva ou lesões da pele.


 Sintomas: dor de garganta, aparecimento de placas nas amígdalas, febre e mal-estar, tosse, febre,
calafrios e coriza nasal. O agravamento da doença pode levar à morte por asfixia.
 Tratamento: os doentes devem ser isolados e o controle da doença pode ser feito através de
antibióticos.
 Prevenção: vacinação infantil.

Escarlatina

A escarlatina é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Streptococcus pyogenes. É característica


pelo surgimento de erupções vermelho-escarlate na pele.

 Transmissão: contato com pessoas infectadas, através da saliva ou da secreção nasal.


 Sintomas: manchas vermelhas na pele, febre alta, dor de garganta, dores musculares, coceira no corpo,
náuseas e vômitos.
 Tratamento: deve ser administrada a penicilina, exceto aos alérgicos, para os quais é dado outro tipo
de antibiótico.
 Prevenção: evitar contato com outros doentes e boa higienização.

Febre Tifoide

A febre tifoide é uma doença bacteriana aguda causada pela bactéria Salmonella entericasorotipo Typhi.

Ela é associada a baixos níveis socioeconômicos e más condições de saneamento básico, higiene ambiental e
pessoal.

 Transmissão: ingestão de água ou alimentos contaminados.


 Sintomas: febre alta prolongada, dor de cabeça, náuseas, falta de apetite, mal-estar geral e vômitos.
Em alguns casos, prisão de ventre, enquanto em outros diarreia. Com o agravamento da doença, há
risco de hemorragias abdominais e infecção generalizada, podendo resultar na morte.
 Tratamento: repouso e alimentação à base de líquidos, principalmente. Além desses cuidados, devem
ser administrados antibióticos aos doentes.
 Prevenção: manter hábitos de higiene, lavar e cozinhar bem os alimentos antes do seu consumo, evitar
ou prevenir-se em viagens para locais propensos à doença.

Gonorreia

A gonorreia é uma doença sexualmente transmissível, causada pela bactéria Neisseria gonorrheae.

 Transmissão: relações sexuais; de mãe para filho no parto.


 Sintomas: dor e ardor ao urinar, sangramentos, corrimento amarelado e com forte odor.
 Tratamento: deve ser administrado antibiótico aos doentes.
 Prevenção: usar preservativos.

Hanseníase

A hanseníase é uma doença crônica, conhecida antigamente como lepra. É causada pela
bactéria Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen.

 Transmissão: através de espirro, saliva e tosse de pessoas infectadas.


 Sintomas: manchas na pele, no local das manchas a temperatura aumenta mais do que no restante do
corpo. Surgem também caroços nos cotovelos, nas mãos e nas orelhas. Inchaço nas mãos e pés. Perda
de força muscular e dor nas articulações.
 Tratamento: deve ser administrado antibiótico aos doentes, cuja duração pode variar entre 6 meses a
1 ano, conforme o tipo de lepra.
 Prevenção: ir ao médico para fazer diagnóstico quando houver contato com pessoas doentes.

Impetigo

Impetigo é uma infecção da camada mais superficial da pele que atinge sobretudo crianças, causada por
bactérias Staphylococcus aureus e Streptococcus do grupo A.

Apresenta duas formas: impetigo bolhoso e impetigo não bolhoso.

 Transmissão: contato com feridas, através da secreção nasal ou utensílios utilizados dos doentes.
 Sintomas: No caso do impetigo bolhoso: bolhas nos braços, no peito e nas nádegas, febre e coceira.
No impetigo não bolhoso: dor em decorrência do aparecimento de úlceras com pus, principalmente
nas pernas.
 Tratamento: deve ser administrado antibiótico aos doentes e pomadas nas feridas.
 Prevenção: lavar muito bem as mãos quando estiver próximo ao doente e evitar pegar em utensílios
usados pelo mesmo. Isso porque essa doença tem um nível de contágio bastante elevado.

Leptospirose

A leptospirose é uma doença bacteriana que afeta seres humanos e animais. É causada por bactérias do
gênero Leptospira.

Existe risco de morte em 40% dos casos, caso não seja tratada adequadamente. Isso porque pode causar
danos aos rins, inflamação na membrana que envolve o cérebro, insuficiência hepática e insuficiência
respiratória.

 Transmissão: contato com água ou objetos que tenham urina de animais infectados.
 Sintomas: febre alta, dor muscular, mal-estar, tosse, olhos vermelhos e manchas vermelhas pelo corpo.
 Tratamento: os doentes devem ser hidratados e tomar antibióticos.
 Prevenção: lavar bem os alimentos antes de consumi-los, fechar caixas d’água, vacinar os animais.

Meningite

A meningite é uma inflamação das meninges, as membranas que envolvem e protegem o encéfalo e a medula
espinhal. Ela pode ser provocada por bactérias, vírus ou fungos.

A meningite bacteriana pode levar à morte se não for diagnosticada a tempo. Os 3 tipos de meningites
bacterianas mais comuns são causadas pelas bactérias: meningococos, pneumococos e Haemophylus.

 Transmissão: através de espirro, saliva e tosse.


 Sintomas: dor de cabeça e no pescoço, rigidez na nuca, febre alta e manchas vermelhas.
 Tratamento: deve ser administrado antibiótico aos doentes, na veia, o mais rápido possível. Isso
porque a doença pode resultar em surdez ou até na morte.
 Prevenção: vacinação e evitar contato com doentes.

Pneumonia

Pneumonia é uma infecção pulmonar causada por bactérias, vírus, fungos ou outros parasitas. A forma mais
comum ocorre pela bactéria Streptococcus pneumoniae.

 Transmissão: através de espirro, saliva e tosse de pessoas infectadas.


 Sintomas: dor no corpo, falta de ar persistente, febre alta, tosse, fraqueza e cansaço.
 Tratamento: deve ser administrado antibiótico aos doentes. Com a evolução da doença, é necessário o
internamento.
 Prevenção: evitar o excesso de exposição ao ar-condicionado e cuidar adequadamente dos resfriados
para que não evoluam para um quadro mais grave que resulte na pneumonia.

Salmonelose

A salmonelose é uma infecção gastrointestinal provocada por bactérias do gênero Salmonella e família


Enterobacteriaceae.

 Transmissão: ingestão de alimentos contaminados, especialmente carnes de aves mal-passadas, ovos e


água.
 Sintomas: cólica, diarreia, dor de cabeça e abdominal, febre e vômito.
 Tratamento: hidratação do doente e, no seu agravamento, administração de antibiótico.
 Prevenção: consumir alimentos bem lavados e cozidos, beber leite fervido, lavar bem as mãos antes
das refeições.

Terçol

Terçol ou hordéolo é uma inflamação das glândulas sebáceas de Zeiss e Mol, localizadas na pálpebra, perto
das raízes dos cílios. Ocorre devido a infecção de bactérias, geralmente estafilococos.

 Transmissão: através do toque na lesão ou contato com a lágrima do doente.


 Sintomas: inchaço nas pálpebras, coceira, vermelhidão, sensibilidade à luz e dor ao piscar.
 Tratamento: administração de colírio ou pomada.
 Prevenção: lavar bem as mãos ao ter contato com os olhos, não dormir com maquiagens, falta de
higiene em lentes de contato e evitar passar as mãos no local da lesão.

Tétano

O tétano é uma doença infecciosa causada pela bactéria Clostridium tetani. Ataca o sistema nervoso central.

Se não for tratada, pode levar a pessoa à morte.

 Transmissão: através de pequenos cortes ou feridas que entrem em contato com fezes, plantas,
objetos enferrujados e que podem ter a bactéria.
 Sintomas: rigidez dos músculos, febre, dor de cabeça, espasmos musculares e dificuldade para abrir a
boca.
 Tratamento: administração de relaxante muscular e antibiótico.
 Prevenção: vacinação, limpeza cuidadosa de feridas.

Tracoma

O tracoma é uma doença inflamatória, crônica e recidivante que afeta os olhos. É causada pela
bactéria Chlamydia trachomatis.

 Transmissão: contato com pessoas que tenham tracoma ou com objetos utilizados por elas.
 Sintomas: ardor nos olhos, aumento da pupila, coceira e lacrimejamento.
 Tratamento: administração de colírio ou pomada à base de antibiótico.
 Prevenção: não utilizar utensílios usados pelo doente, lavar bem as mãos.

Tuberculose

A tuberculose ou tísica pulmonar é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium


tuberculosis, também chamada de Bacilo de Koch (BK).

 Transmissão: aproximação com pessoas doentes que se encontram em ambientes fechados.


 Sintomas: fadiga, febre, tosse, emagrecimento, falta de apetite, sudorese, rouquidão e expectoração
com sangue, nos casos mais graves.
 Tratamento: administração de três tipos de medicamentos, num tratamento que leva meses.
 Prevenção: vacinação infantil, alimentação adequada, cuidados de higiene rigorosos no contato com
pessoas doentes.

Descoberta da Penicilina   
O fungo Penicillium  produz uma substância capaz de matar bactérias
 

A descoberta da penicilina mudou o rumo da medicina, uma vez que doenças conhecidas por sua alta
mortalidade puderam ser tratadas.

A descoberta da penicilina foi, sem dúvidas, um grande avanço para a medicina em todo o mundo. Foi a partir
da descoberta desse antibiótico que várias doenças, que antes matavam várias pessoas, puderam ser curadas e
hoje são tratadas com relativa facilidade.

→ Quem descobriu a penicilina?

A penicilina foi descoberta por um oficial médico inglês chamado Alexander Fleming (1881-1955). Seus
estudos foram impulsionados pela vontade de descobrir maneiras de curar as feridas infectadas de soldados
após atuar na Primeira Guerra Mundial.

→ A descoberta

Alexander Fleming descobriu a penicilina por acaso. Quando Fleming voltou da guerra, em 1928, iniciou seus
estudos a respeito da bactéria Staphylococcus aureus,  responsável por provocar infecções em feridas de
soldados.

Um dia, ele resolveu sair de férias e deixou as culturas das bactérias em seu laboratório, no Hospital St. Mary,
em Londres, sem o acondicionamento correto e sem nenhuma supervisão. As placas permaneceram ali até o
retorno de Fleming e foram contaminadas.

O Hospital St. Mary foi o local da descoberta da penicilina Título: Hospital St. Mary

Ao retornar algumas semanas depois, o médico percebeu que a cultura estava repleta de bolor e que o ideal
era jogá-la fora. No entanto, antes de descartar o material, Fleming percebeu que, ao redor dos locais onde
havia o bolor, não era detectada a presença de Staphylococcus aureus,  o que sugeria que o fungo havia
interrompido a atividade da bactéria.

Análises demonstraram que o fungo em questão era o Penicillium notatum  e que a substância secretada
por ele era capaz de matar bactérias. Surgia nesse momento a penicilina, considerada como o primeiro
antibiótico da humanidade e uma das descobertas médicas mais fantásticas.

Após as descobertas de Fleming, as pesquisas continuaram e, em 1938, a penicilina foi isolada por Chain e
Florey na Inglaterra. Os avanços continuaram até que, em 1940, o primeiro paciente humano recebeu
antibiótico para curar uma grave infecção no sangue.

Os resultados com a penicilina foram tão impressionantes que, por muito tempo, acreditou-se que os
problemas com doenças bacterianas haviam chegado ao fim. Infelizmente, houve o surgimento de
superbactérias, que são resistentes à grande maioria dos antibióticos. O uso indiscriminado desses
medicamentos, não apenas da penicilina, provocou a seleção de cepas bacterianas resistentes.
CURIOSIDADE: Fleming, Florey e Chain receberam o Prêmio Nobel de Medicina em 1945 por seus
trabalhos com a penicilina.

Antibióticos   

Os antibióticos são substâncias utilizadas no tratamento de doenças bacterianas. Podem ser classificados de
diversas formas.

Os antibióticos são substâncias de origem natural ou sintética que atuam inibindo o crescimento ou causando
a morte de microrganismos, sendo utilizados no tratamento de doenças causadas por bactérias.

Histórico

Em 1910, foi produzido o primeiro antibiótico sintético, denominado de salvarsan. Ele foi produzido
por Paul Ehrlich e utilizado no tratamento de sífilis. Apenas em 1935, com a descoberta do mecanismo de
ação de prontosil sobre Streptococcus por Gerhard Domagk, surgiu uma nova classe de antibióticos efetivos
contra infecções sistêmicas, denominados de sulfas ou sulfonamidas, que passaram a ser utilizados a partir de
1940.

A penicilina, descoberta em 1928 por Alexander Fleming, tem origem natural, sendo produzida por
um fungo ascomiceto do gênero Penicillium. Em 1943, a penicilina tornou-se o primeiro antibiótico de ampla
utilização, pois apresentava um grande espectro de ação.

No entanto, alguns anos depois já se observava a resistência de algumas bactérias a esse medicamento,
fazendo com que surgisse a necessidade de uma busca constante de novos medicamentos contra esses
microrganismos.

Mecanismo de ação dos antibióticos

Os antibióticos podem atuar inibindo o crescimento ou causando a morte das bactérias causadoras de determinada enfermidade.

Os antibióticos podem atuar inibindo o crescimento ou causando a morte das bactérias causadoras de


determinada enfermidade. Cada tipo de antibiótico tem um mecanismo de ação, podendo agir inibindo a
síntese de proteínas das bactérias (antibióticos do tipo aminoglicosídeos, estreptograminas, tetraciclinas, entre
outros), inibindo a replicação do RNA (rifampicina), bloqueando a replicação e reparo
do DNA (fluoroquinolonas e sulfonamidas), entre outros.

As bactérias podem ser classificadas de acordo com a composição de sua parede celular em gram-


positivas e gram-negativas. As bactérias gram-positivas têm paredes simples com muito peptidoglicanos
(moléculas constituídas por carboidratos e aminoácidos), já as gram-negativas apresentam paredes mais
complexas, com menos peptidoglicanos e uma membrana externa de lipopolissacarídeos (moléculas tóxicas
constituídas por duas camadas de carboidratos e uma camada de lipídio).
A identificação do tipo de bactéria que causa a doença é essencial para determinar o tipo de antibiótico que
será utilizado. As bactérias gram-negativas, devido à resistente parede, acabam tendo uma maior resistência à
ação do antibiótico, já as gram-positivas podem apresentar cepas resistentes a vários tipos de antibióticos.

Resistência bacteriana

As bactérias podem desenvolver mecanismos de resistência


Doenças tratadas erroneamente com antibióticos e pessoas que não seguem a dosagem e o tempo certo de
tratamento estão contribuindo para a formação de bactérias cada vez mais fortes e fatais. Essas bactérias,
resistentes a antibióticos, são difíceis de tratar, além de serem responsáveis pela morte de várias pessoas todos
os anos.

→ O que é a resistência bacteriana a antibióticos?

Quando falamos em resistência bacteriana a antibióticos, referimo-nos às bactérias que possuem a capacidade
de sobreviver mesmo quando são utilizados antibióticos certos para determinada doença. Elas possuem
estratégias que permitem sua multiplicação mesmo quando submetidas a dosagens altas dessas substâncias.

A resistência ocorre, principalmente, em virtude do surgimento de mutações que conferem às bactérias


proteção contra os antibióticos. Essas mutações ocorrem ao acaso, entretanto, com o uso incorreto de
medicamentos, elas acontecem com maior frequência, ou seja, o processo torna-se acelerado.

→ Mecanismos de resistência bacteriana

As bactérias possuem diversos mecanismos de resistência aos antibióticos. Os principais são: alteração na
permeabilidade da membrana, alteração no local de atuação do antibiótico, bombeamento ativo do
antibiótico para fora da bactéria e a produção de enzimas que destroem os antibióticos. Esse último
mecanismo destaca-se como sendo a estratégia mais frequentemente observada em bactérias.

Existem ainda outras estratégias interessantes realizadas pelas bactérias que não estão ligadas às mudanças
genéticas, como a realizada pela Mycobacterium smegmatis. Por muito tempo, pesquisadores achavam que os
antibióticos não faziam efeito em algumas bactérias, pois elas entravam em uma espécie de hibernação, não
sendo atingidas pela substância. Entretanto, um estudo publicado na Science  mostrou que as M.
smegmatis continuam ativas, crescendo e reproduzindo-se. A resistência acontece porque alguns indivíduos
são capazes de liberar enzimas que interagem com o antibiótico e desencadeiam sua destruição apenas em
certos momentos. Aquelas que liberam as enzimas no momento adequado eram selecionadas, fazendo com
que a infecção permanecesse.

→ Medidas para evitar a resistência bacteriana

Como as modificações nas bactérias são aceleradas pelo uso incorreto de antibióticos, esses medicamentos
são vendidos no Brasil apenas com receita médica, que deve apresentar a data de validade impressa. A Anvisa
estabeleceu ainda que, em casos de uso prolongado, um paciente não pode comprar o medicamento
suficiente para todo o tratamento, devendo retornar mensalmente para que uma nova dose seja comprada.
Essas medidas, apesar de serem consideradas pouco práticas por alguns pacientes, é uma forma de inibir o uso
incorreto. É necessário criar o hábito na população de comprar medicamentos apenas com receita e sempre
cumprir o que é recomendado pelo médico.

Administração do antibiótico

Como dito anteriormente, um dos principais fatores que contribuem para o surgimento de bactérias
resistentes a determinados antibióticos, é o uso de forma inadequada e abusiva de antibióticos. Diante
disso, algumas medidas foram tomadas em diversos países para combater o uso abusivo e inadequado desses
medicamentos.

No Brasil, por exemplo, a venda de antibióticos só pode ser feita mediante apresentação
de receita médica que fica retida no estabelecimento. Os responsáveis pela venda também deve alimentar um
banco de dados com as informações contidas na receita como o tratamento, dados do médico e do paciente.

Alguns cuidados devem ser tomados na administração do medicamento, como:

 Armazenar de forma adequada.


 Tomar o medicamento sempre nos horários e dosagens estabelecidos.
 Seguir o tempo de tratamento estabelecido. É de extrema importância que não se encerre o
tratamento com a melhora dos sintomas.
 Não utilizar se a data de validade estiver expirada.
 Jamais se automedicar.

Os antibióticos apresentam diversos mecanismos de ação, sendo um exemplo, a inibição da síntese de proteínas das bactérias
Superbactérias    
As superbactérias são resistentes a vários antibióticos de diversas categorias. Essa resistência tem como
principal mecanismo desencadeador, a exposição a antibióticos.
As superbactérias, também chamadas de bactérias multirresistentes, são bactérias resistentes a um ou mais
antibióticos de várias categorias. As superbactérias são um dos principais problemas de saúde da atualidade,
pois a sua alta resistência a antibióticos dificulta o tratamento, sendo responsáveis por um grande número
de óbitos.

Como surgem as superbactérias?

O surgimento da resistência bacteriana é um fenômeno natural e que pode ser explicado por meio
da genética e evolução. O principal mecanismo desencadeador do surgimento da resistência é a exposição a
antibióticos.

As bactérias são organismos que se reproduzem de forma rápida, sofrem mutações e trocam material genético
com outras espécies de bactérias, fatores que contribuem para sua variabilidade genética, o que pode
permitir o surgimento de características que lhes confiram resistência a determinado antibiótico.

O uso inadequado de antibióticos é um fator que tem contribuído para o surgimento das superbactérias. Se
diante de uma doença bacteriana o paciente encerra o tratamento antes do período estipulado pelo médico,
as bactérias presentes no organismo e que apresentam alguma característica que lhes confira resistência
àquele medicamento podem ainda estar presentes e continuar se reproduzindo.

Assim, com o passar do tempo, pode surgir uma nova cepa resistente ao medicamento. Se o paciente voltar a
desenvolver a doença, o que pode acontecer devido ao fato de ainda haver a presença de bactérias no
organismo, agora, ainda mais resistentes, um novo antibiótico deverá ser utilizado, pois o anterior não surtirá
efeito naquelas bactérias.

Como em ambientes hospitalares há uma grande exposição a antibióticos e muitas vezes os controles de
higiene e de infecções podem não ser tão eficientes, essas superbactérias ficaram muito tempo restritas a
esses ambientes, no entanto, atualmente, elas estão circulando nas comunidades.

Fatores que influenciam o surgimento das superbactérias

Como dito anteriormente, o uso inadequado de antibióticos é um dos principais fatores que contribuem
para o surgimento das superbactérias. Diante disso, é importante tomar-se alguns cuidados e estar alerta em
relação a outros fatores que também contribuem com o surgimento desses potentes microrganismos, como:

 Não realize a automedicação;


 Prescrição inadequada de antibiótico, como prescrever um antibiótico para tratar doenças que não são
causadas por bactérias ou que não sejam adequados para o tipo de bactéria causadora da doença em
questão;
 Fazer uso do medicamento por um período maior ou menor que o recomendado pelo médico ou em
dosagens diferentes das recomendadas;
 Não armazenar o medicamento de forma adequada;
 Medidas de higiene adequadas, tanto por parte da população em geral quanto em ambientes
hospitalares;
 Medidas para controle de infecções em ambientes hospitalares;
 Uso inadequado de antibióticos na área veterinária, entre outros.

Superbactéria KCP (Klebsiella pneumoniae  )

Entre as superbactérias encontradas no Brasil, podemos destacar a Klebsiella pneumoniae  (KCP). Essa
bactéria é restrita a ambientes hospitalares e uma das principais causadoras de infecções sanguíneas em
pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Essa bactéria produz uma enzima denominada de carbapenemaze, que inibe a ação de determinados
antibióticos, dificultando e reduzindo as opções de tratamento. Essa bactéria pode causar pneumonia,
infecções na corrente sanguínea, trato urinário, entre outras.

A principal forma de transmissão dessa bactéria é o contato com secreções de pacientes infectados por ela,
assim, medidas de higiene pessoal e cuidados com os instrumentos de trabalho dos profissionais de saúde são
essenciais para se evitar a transmissão de um paciente para outro.

Entre os sintomas apresentados por um paciente com infecção causada pela Klebsiella pneumoniae podemos


destacar a febre ou a hipotermia, piora do quadro respiratório, taquicardia e em casos mais graves pode
acontecer a falência múltipla de órgãos.

Como proceder com as superbactérias?


Tanto os sintomas quanto o tratamento das superbactérias são específicos do tipo de bactéria que está
causando a infecção. Assim, sempre que diante de um quadro infeccioso, é de extrema importância que o
médico busque identificar a verdadeira causa da infecção, para a realização de um diagnóstico eficaz e,
consequentemente, um tratamento também eficaz. O tratamento é realizado em ambiente hospitalar com
antibióticos específicos. Em alguns casos, pode não ter tratamento.

A presença das superbactérias em ambientes hospitalares tem sido a causa da alta prevalência de mortes
por infecção hospitalar. Além disso, essas superbactérias já estão a circular entre a população, o que tem
ligado um sinal de alerta.
Assim, a Organização Mundial de Saúde lançou Plano de Ação Global em Resistência aos
Antimicrobianos que contem recomendações para diferentes setores da sociedade atuarem juntos na
prevenção contra as superbactérias.

Entre essas recomendações podemos citar novamente a necessidade de medidas básicas de higiene tanto por
por parte da população em geral no dia a dia, como nos ambientes hospitalares; a importância de não se
automedicar e da prescrição correta de antibióticos; a importância de esclarecer os pacientes sobre as formas
corretas do uso do antibiótico prescrito, entre outras.

No Brasil, a Anvisa lançou no ano de 2017, o Plano Nacional para a Prevenção e o Controle da Resistência
Microbiana nos Serviços de Saúde com o objetivo de contribuir para o uso racional de antibióticos. O Plano
Nacional para a Prevenção e o Controle da Resistência Microbiana nos Serviços de Saúde apresenta como
objetivos específicos:

 Melhorar a conscientização e a compreensão a respeito da resistência microbiana nos serviços de


saúde por meio de comunicação, educação e formação efetivas;
 Reforçar o conhecimento e a base científica por meio da vigilância e da investigação de infecções e
resistência microbiana em serviços de saúde;
 Reduzir a incidência de infecções com medidas eficazes de prevenção e controle em serviços de saúde;
 Promover o uso racional dos medicamentos antimicrobianos nos serviços de saúde.

Além disso, podemos destacar que no país, a venda de antibióticos que só pode ser realizada diante
de apresentação de receita médica que fica retida no estabelecimento e a alimentação de um banco de
dados pelos responsáveis pela venda com as informações contidas na receita, como detalhes do tratamento,
dados do médico e do paciente.

As superbactérias caracterizam-se por apresentarem resistência a diversos


antibióticos.
Algas

Algas unicelulares: características e maré vermelha

As algas unicelulares pertencem ao Reino dos Protoctistas. Elas são seres vivos eucariontes e fazem respiração
aeróbia.

O Reino dos Protoctistas é um Reino polifilético, bastante biodiverso. Além dos protozoários, encontramos
dentro dele as algas protistas. Esses organismos, são extremamente importantes tanto nos ecossistemas
aquáticos quanto terrestres. Hoje vamos aprender sobre as algas unicelulares.

O que são algas unicelulares?

As algas unicelulares pertencem ao Reino dos Protoctistas. Costumo dizer para os meus estudantes que o
Reino Protoctista (ou Protista) é um “balaio de gato”.
Isso porque dentro dele estão organismos com origens evolutivas bastante distintas, por isso o chamamos de
grupo taxonômico artificial, ou polifilético. Ou seja, ao contrário de outros Reinos, os seres vivos desse grupo
não têm um ancestral comum.

Dessa maneira, dentro do Reino Protoctista encontramos seres vivos com origens bastante diversas agrupados
artificialmente para fins didáticos. Assim, compartilham esse Reino seres vivos bem distintos, como os
protozoários e as algas.

Nesta aula de Biologia, iremos focar em um grupo de protoctistas: as algas unicelulares.

Características gerais

Estrutura celular

Assim como todos os demais seres vivos do Reino Protoctista, as algas unicelulares são seres vivos eucariontes.
Isso quer dizer que são organismos cuja célula possui núcleo organizado por carioteca e organelas celulares
membranosas.

Boa parte das espécies não possuem parede celular ou qualquer outro revestimento além da membrana. Mas,
alguns grupos de algas unicelulares podem apresentar uma espécie de carapaça que ajuda a proteger o
organismo.

Nutrição

Em suas células, assim como nos vegetais, encontramos organelas específicas para a realização da fotossíntese:
os cloroplastos. Dentro dos cloroplastos há clorofila, pigmento verde responsável pela captura da energia
luminosa.

Por serem seres vivos autótrofos, as algas unicelulares são as bases de várias cadeias alimentares dos
ecossistemas em que vivem.

Respiração

As algas unicelulares são organismos aeróbios. Isso quer dizer que para realizarem respiração celular utilizam o
oxigênio como aceptor final de elétrons. Sendo assim, essa característica influencia no habitat onde são
encontradas.

Habitat

As algas unicelulares são em sua enorme maioria aquáticas. Há tanto espécies marinhas quanto dulcícolas.
Como precisam de luz para a fotossíntese e boa oxigenação da água, as algas, em geral, são encontradas nas
regiões mais superficiais dos ambientes aquáticos.

Como são muito pequenas, as algas unicelulares acabam sendo empurradas pelas correntes e correntezas. Por
isso dizemos que esses seres vivos fazem parte do plâncton.

Como são seres fotossintetizantes, as encaixamos em uma categoria mais específica, compondo o fitoplâncton.

Apesar de serem mais comuns em ambientes aquáticos, há também espécies que podem ser encontradas em
ambientes terrestres úmidos. Especialmente quando estabelecem relações simbióticas com outros seres vivos.
Como as que encontramos compondo os líquens juntamente com os fungos.

Reprodução
Por serem algas unicelulares, a maior parte das espécies realiza reprodução assexuada através de cissiparidade.
Contudo, há grupos que são capazes de realizarem reprodução sexuada através da produção de gametas por
meiose.

Importância das algas unicelulares

Como acabamos de ver, as algas são organismos fotossintetizantes. Sendo assim, elas participam de
diversas cadeias alimentares, iniciando o ciclo de energia e nutrientes.

Além disso, as algas planctônicas produzem grande quantidade de oxigênio durante a fotossíntese.
Configurando-se como os principais responsáveis pela ciclagem desse gás no planeta.

Agora que já vimos a maior parte das características das algas unicelulares, vamos conhecer as particularidades
dos filos mais conhecidos dessas algas unicelulares:

Euglenófitas

As algas unicelulares desse grupo são representadas, em sua maioria, por espécies dulcícolas (de água doce).
Sendo assim, as euglenófitas apresentam em seu interior uma organela que chamamos de vacúolo pulsátil.

O vacúolo pulsátil ajuda a eliminar o excesso de água que entra na célula por osmose a favor de um gradiente
de concentração. Já que as algas possuem maior concentração de sais em seu interior do que a água doce.

Para realizarem fotossíntese, possuem em seus cloroplastos clorofila a e b, além de outros pigmentos. Mas,
apesar de sua nutrição ser autótrofa fotossintética na maior parte do tempo, na ausência de luz podem se
comportar de maneira heterótrofa, fagocitando outros seres vivos.

Por isso, alguns biólogos consideram que as euglenas são organismo mixotróficos (que podem atuar tanto
como autótrofos quanto heterótrofos).

Presença de estigma

Um fator que chama muita atenção nas algas desse grupo é o fato de que elas possuem uma organela
fotossensível, chamada de estigma. Ao microscópio, essa organela se apresenta como uma mancha
avermelhada no citoplasma.

A fotossensibilidade dessa organela permite que a euglena identifique regiões mais iluminadas, favoráveis à
fotossíntese.

E, para se deslocarem em direção às regiões mais favoráveis de seus habitats, as euglenas possuem dois
flagelos. Esses flagelos se movimentam como hélices para deslocar as células.

Imagem 1: células de euglenas (algas unicelulares)


Por fim, é importante salientar que essas algas não possuem nenhum tipo de parede celular. Inclusive, algumas
euglenas podem movimentar seu citoesqueleto, deformando a célula, para auxiliar em seu deslocamento.

Além disso, devemos destacar que essas algas reservam carboidratos na forma de paramilo. Substância que
forma pequenos grãos em seus citoplasmas.

No vídeo a seguir você pode observar a movimentação de uma alga euglenófita observada ao microscópio
óptico:

Bacilariófitas

As principais representantes das algas bacilariófitas são conhecidas como algas diatomáceas. Uma grande
parte das espécies desse grupo são encontradas em ambientes marinhos.

Muitas espécies de diatomáceas fazem parte do fitoplâncton, sendo carregadas com as marés. Mas, alguns
representantes podem também ser encontrados aderidos à superfícies rochosas e animais, ou em meio ao
sedimento.

Nutrição
As bacilariófitas possuem em seus cloroplastos clorofila a e c, além de outros pigmentos fotossintéticos, como
β-caroteno e a fucoxantina.

Esses pigmentos muitas vezes mascaram a cor da clorofila, fazendo com que ao microscópio essas algas
unicelulares sejam marrons ou douradas.

Ainda sobre seus hábitos nutricionais, podemos dizer que, assim como as euglenas, algumas espécies de
diatomáceas podem resistir de maneira heterotrófica em condições adversas.

Energia
Como reserva energética, é comum que as diatomáceas armazenem óleos. Além disso, podem armazenar
leucosina ou crisolaminarina, um carboidrato formado por arranjos de glicose.

Um fator que destaca esse filo das demais algas unicelulares é o fato de que as diatomáceas apresentam
carapaças em volta de suas células. Essas carapaças, compostas de materiais pécticos e sílica, são importantes
na proteção dessas células.

Sua estrutura rígida é formada de duas valvas ou tecas que se encaixam uma na outra. O formato dessas
carapaças varia de espécie para espécie.
Imagem 2: fotografia de uma alga diatomácea feita por microscópio óptico.

Imagem 3: gota de água contendo inúmeras diatomáceas

Terra de diatomáceas

Quando essas algas morrem, suas carapaças se depositam sobre o substrato marinho. Com o passar do tempo,
essas estruturas formam um depósito que se assemelha a uma terra muito fina.

Esse acúmulo é chamado de terra de diatomáceas. Esses sedimentos podem se compactar ainda mais ao
longo dos anos, formando um tipo de rocha chamado de diatomito.

Imagem 4: fotografia de um pedaço de diatomito.

A terra de diatomáceas e o diatomito são utilizadas industrialmente como abrasivos em polidores de metais e
pastas de dentes.

Para saber um pouquinho mais sobre as diatomáceas, veja este pequeno documentário sobre elas:
Dinoflagelados

As algas dinoflageladas ou dinófitas recebem esse nome por conta do movimento de seus dois flagelos, que
fazem com que elas pareçam rodopiar (“dino”, do grego, rodopiante).

Assim como as algas diatomáceas, os dinoflagelados possuem clorofilas a e c em seus cloroplastos, além de
outros pigmentos fotossintetizantes.

Além disso, algumas algas desse grupo, como as do gênero  Noctiluca podem ser bioluminescentes. Ou seja,
transformam energia química em luz em certas ocasiões.

Esse fenômeno faz com que a água onde se encontram fique luminescente. Vem daí o outro nome utilizado
para designar esse grupo: algas pirrófitas.

Imagem 4: Fotografia de ondas do mar luminescentes em uma praia.

A maior parte das espécies de algas pirrófitas podem ser encontradas no plâncton, como boa parte das algas
unicelulares. Mas, neste grupo, há muitas espécies de algas pirrófitas relacionadas a animais, como as
zooxantelas.

As zooxantelas estabelecem relações ecológicas com corais, anêmonas, águas-vivas e outros animais
invertebrados. A presença dessas algas, inclusive, altera a cor desses animais.

Relações Simbiontes

É importante salientar que as relações simbiontes que esses animais e algas estabelecem são essenciais para a
saúde dos ambientes marinhos. Com algumas espécies de corais, por exemplo, a simbiose com as zooxantelas
é vital.

Nesse sentido, as algas ganham proteção dos invertebrados em seus tecidos. Em contrapartida, fornecem aos
animais açúcares resultantes de sua fotossíntese.

Essas relações simbióticas podem explicar, por exemplo, o fato de que muitas espécies de corais são
encontradas apenas em águas rasas, onde há boa luminosidade.

Algumas espécies de dinoflagelados possuem uma teca de celulose. Essa teca pode ter prolongamentos que
funcionam como velas para serem empurradas pelas marés.

Imagem 5: fotografia de um dinoflagelado visto ao microscópio


óptico.

Maré vermelha
Algumas espécies de algas unicelulares, especialmente do Filo dos Dinoflagelados, podem causar um
fenômeno conhecido como maré vermelha ou floração de algas nocivas.

Esse desequilíbrio ecológico ocorre quando há uma rápida proliferação de algas unicelulares. Essa proliferação
faz com que a água adquira uma coloração avermelhada ou amarronzada, formando manchas.

Muitas vezes podem ocorrer também manchas de outras cores, dependendo da principal pigmentação dessas
espécies e também de substâncias liberadas por elas.

Como acontece?
A floração exagerada dessas algas é causada, principalmente, pelo excesso de matéria orgânica e sais na água.
Em geral, esses materiais são despejados pelo esgoto doméstico e podem se acumular em determinadas
regiões devido a correntes marítimas e condições climáticas.

Após a rápida proliferação, ocorre uma grande mortandade dessas algas. E, dependendo da espécie, esses
microrganismos acabam eliminando toxinas que podem envenenar várias espécies de animais.

Inclusive, caso os seres humanos comam animais, como peixes e moluscos, contaminados com essas toxinas,
podem também ser envenenados.

Fotografia de uma praia rochosa onde podemos observar uma mancha avermelhada causada pela floração de algas nocivas, também
chamada de maré vermelha. Fonte da imagem: Getty Images.

Por tais motivos, quando há a ocorrência de maré vermelha, ficam proibidas práticas de pescas até que o
fenômeno se dissipe.

Algas pluricelulares: tipos, características e classificação

Algas pluricelulares são organismos aquáticos que pertencem ao Filo Protoctista. Apesar de não serem
consideradas plantas, também realizam fotossíntese. Entenda!

As algas pluricelulares são extremamente importantes nos ecossistemas marinhos e também na indústria de
alimentos. Vem comigo nesta aula de Biologia para aprender mais sobre esse grupo de Protoctistas!

Algas pluricelulares são plantas?

As algas pluricelulares são organismos atualmente classificados dentro do Reino Protoctista. Entretanto, há
pouco tempo, essas algas eram classificadas dentro do Reino Plantae. Isso porque, além de se parecerem
visualmente aos vegetais e serem pluricelulares fotossintetizantes, elas possuem cloroplastos e parede celular.

Contudo, apesar de sua semelhança com os vegetais, algumas diferenças importantes fizeram com que elas
fossem reclassificadas dentro do Reino Protoctista. Entre os fatores, podemos citar o fato de que nessas algas
as células não se diferenciam como nas plantas. Sendo assim, elas não formam o que chamamos de tecidos
verdadeiros. Por isso, são chamadas de talófitas.

Para compreender melhor esse grupo de seres vivos, em seguida vamos estudar suas principais características
e classificação.
Fotografia de algas pluricelulares embaixo d’água. Fonte: Getty Images Pro.

Características das algas pluricelulares

Células

Assim como os demais organismos do Reino Protista, as algas pluricelulares são organismos eucariontes. Ou
seja, possuem núcleo organizado e organelas celulares membranosas. As células das algas pluricelulares
apresentam parede celular de celulose e também cloroplastos, o que as aproximam bastante das células dos
vegetais.

No entanto, há uma diferença importante nessas células. A maior parte das algas que vamos ver nesta aula
não possui clorofila b como os organismo do Reino Plantae. Em vez disso, possuem somente clorofila a e c.

Além disso, como não há diferenciação entre as células que as constituem, consideramos que as algas não
possuem tecidos verdadeiros. Assim, como não há estruturas específicas para o transporte de substâncias
(como o xilema e o floema nos vegetais superiores), o transporte de substâncias nas algas se dá de célula para
célula, por difusão e osmose.

Nutrição

As algas pluricelulares são seres vivos autotróficos fotossintetizantes.

Habitat

As algas pluricelulares são organismos aquáticos, sendo encontradas tanto em ambientes dulcícolas (de água
doce) quanto marinhos. Como são organismos fotossintetizantes, em geral, as encontramos em menores
profundidades, onde a luz alcança.

Geralmente, as algas pluricelulares são seres vivos sésseis, vivendo fixas sobre o substrato ou sobre rochas. No
entanto, há espécies que podem viver à deriva, sendo empurradas pelas correntes, como as algas do
gênero Sargassum.

Respiração

Todos as algas pluricelulares são organismo aeróbios. Ou seja, utilizam oxigênio como aceptor final de
elétrons no processo da respiração celular.

Reprodução
As algas pluricelulares, por se tratarem de organismos bastante simples, podem fazer reprodução
assexuada por brotamento ou até mesmo por fragmentação.

Além disso, essas algas também realizam reprodução sexuada. Nesse caso, os ciclos reprodutivos das algas
pluricelulares podem ser extremamente complexos.

Há algumas espécies de algas que realizam ciclos de vida diplonte, como o que ocorre nos animais. Nesses
casos, algas diploides realizam meioses para produzir gametas com n cromossomos. Esses gametas se unem,
formando, portanto, um organismo diploide.

Diagrama resumindo o ciclo de vida diplonte descrito acima. Imagem


produzida pela autora.

Outras espécies de algas realizam ciclos vitais semelhantes aos dos vegetais do Reino Plantae, cujos ciclos
reprodutivos acontecem com alternância de gerações. Nesses ciclos, também chamados de haplodiplobiontes,
há alternância de gerações haploides (n cromossomos) e diploides (2n cromossomos).

Nesses casos, os indivíduos diploides são chamados de esporófitos. Esses indivíduos produzem através
de meioses células n cromossomos chamadas de esporos (meiose espórica). Esses esporos, por sua vez,
formam indivíduos haploides.

Assim, esses indivíduos haploides, chamados de gametófitos, produzem gametas através de mitoses. Esses
gametas se unem por fecundação formando um zigoto e, assim, um novo indivíduo diploide.

Diagrama resumindo o ciclo de vida haplodiplobiôntico descrito acima. Imagem


produzida pela autora.

Por fim, há ainda algas que possuem ciclos de vida haplontes. Nestes ciclos, um indivíduo n cromossomos
produz através de mitoses vários gametas. Esses gametas se unem formando um zigoto 2n cromossomos.
Logo após a formação do zigoto, ocorre uma meiose, originando esporos que dão origem a indivíduos
haploides.

Diagrama resumindo o ciclo de vida haplonte, descrito acima. Imagem


produzida pela autora.

Classificação das algas pluricelulares

Clorofíceas – Divisão Clorophyta

As algas clorofíceas também são chamadas de algas verdes. Isso porque, apesar de possuírem outros
pigmentos além da clorofila, como os carotenoides, a cor verde predomina sobre os demais pigmentos.

Dentre as algas pluricelulares, as clorofíceas são as que têm características celulares que mais se aproximam
dos organismos do Reino Plantae. Isso porque possuem clorofila a e b, como as plantas. Contudo, assim como
as demais algas, as clorofíceas não têm tecidos verdadeiros.

Além disso, suas paredes celulares são compostas de celulose. E a reserva de energia nas clorofíceas é feita em
grãos de amido, que podem estar acumulados próximos aos grãos proteicos, chamados de pirenoides.

Apesar de estarmos estudando-as dentro do grupo das algas protistas pluricelulares, as clorofíceas possuem
grande variedade anatômica. Dentro da Divisão Clorophyta encontramos desde algas
unicelulares microscópicas, de vida livre ou coloniais, até espécies pluricelulares de formatos variáveis.

Fotomicrografia feita através de microscópio óptico. Fonte da imagem: Getty Images.

Em geral, as clorófitas são organismos aquáticos, e em sua maioria de água doce. No entanto, há formas que
podem habitar ambientes terrestres úmidos e até mesmo estabelecer relações mutualísticas com outros
organismos, como as algas nos líquens.

Reprodução das clorofíceas


A reprodução dessas algas pode ser maneira assexuada, por bipartição (algas unicelulares) ou fragmentação.
Já a reprodução sexuada pode ser por conjugação (troca de material genético entre células de algas
diferentes) ou por singamia (união de gametas).

Dentre a variedade de algas clorófitas, encontramos diferentes espécies realizando cada um dos três tipos de
ciclos vitais que vimos anteriormente. Mas, o exemplo de ciclo vital mais explorado entre as clorofíceas é o das
algas do gênero Ulva, conhecidas popularmente como alfaces-do-mar.

Fotografia subaquática de um exemplar de alga Ulva lactuca, conhecida popularmente como


alface-do-mar. Fonte: https://www.seaweed.ie/algae/ulva.php

Nas ulvas, o organismo diploide produz, através de meiose, células haploides. Essas células possuem um
flagelo e são chamadas de zoósporo. Estas, por sua vez, originam através de mitoses um gametófito (indivíduo
haploide). Por fim, os gametófitos produzem gametas que, ao se fecundarem, formam um novo indivíduo
diploide.

Feofíceas – Divisão Phaeophyta

As algas feofíceas são também conhecidas como algas pardas. Isso porque, além das
clorofilas a e c encontradas em seus cloroplastos, as feofíceas possuem grande quantidade de carotenoides.
Especialmente a fucoxantina, pigmento responsável pela cor amarronzada dessas algas.

No grupo das feofíceas, a maior parte das espécies é pluricelular e macroscópica e habita o ambiente marinho.
De maneira geral, as feofíceas são algas de grande porte.

Há, inclusive, algas conhecidas como kelps, que podem atingir vários metros de comprimento. Para você ter
uma ideia, algumas espécies do gênero Macrocystis, são conhecidas como sequoias do mar, pois chegam a
medir mais de cem metros de comprimento.Essas algas possuem parede celular de celulose enriquecida com
outras substâncias, como alginato e galactano. Essas últimas substâncias, inclusive, são muito utilizadas
industrialmente como espessantes, na produção de gelatinas e sorvetes.

Nessas algas, o açúcar de reserva é a laminarina. Elas podem também armazenar energia em gotas de óleo em
seus citoplasmas.

Anatomicamente, essas algas podem ter desde estruturas filamentosas muitos simples até estruturas mais
complexas, que se assemelham a folhas e caules. Entretanto, como não possuem células especializadas e
tecidos, dizemos que essas estruturas são cauloides e filoides.

Dentro do grupo das algas feofíceas encontramos exemplares que possuem ciclo de vida haplodiplobionte,
assim como as algas do gênero Laminaria. E também espécies com ciclo de vida diplonte, como as algas do
gênero Sargassum.
Fotografia subaquática de uma alga do gênero Sargassum. É comum que as algas desse gênero
tenham essas “bolinhas” que funcionam como flutuadores. Isso faz com essas espécies não se fixem sobre o substrato e sejam
arrastadas pelas correntes. Fonte: Oxford Scientific Photo Images.

Rodofíceas – Divisão Rodophyta

As algas do grupo das Rodofíceas são também conhecidas como algas vermelhas. Isso porque, além da
clorofila a presente em seus cloroplastos, essas algas possuem um outro pigmento em grande quantidade: a
ficoeritrina.

Quase todas as espécies de rodofíceas são pluricelulares e marinhas. O tamanho dessas algas pode variar
bastante: de formas microscópicas até espécies que podem alcançar mais de 3 metros de comprimento.

Em relação à reprodução, podemos dizer que todas as algas vermelhas possuem ciclo vital haplodiplobiôntico.

Curiosamente, essas algas armazenam energia em um açúcar semelhante ao glicogênio (carboidrato de


reserva em animais), chamado de amido das florídeas.  Além disso, em suas paredes celulares, além da
celulose, encontramos um polissacarídeo chamado de carragenina. Esse açúcar é também muito utilizado na
indústria de alimentos como estabilizante de sorvetes e cremes.

Fotografia de lâminas de alga nori. As algas nori são algas rodofíceas utilizadas na culinária japonesa para a
produção de sushi. Fonte da imagem: Getty Images.

Além disso, da parede celular dessas algas também é produzida a substância conhecida como ágar. O ágar é
uma espécie de pasta utilizada para dar consistência em meios de cultura utilizados para cultivar
microrganismos em laboratórios.

Recentemente o ágar também tem sido utilizado na culinária para dar consistência a certos alimentos
industrializados. Por fim, o ágar também entra na composição das cápsulas de medicamentos, em cosméticos
e na produção de moldes dentários.

Protozoários e Protozooses
Protozoários

Os protozoários são seres eucariontes, unicelulares e heterótrofos.

A maioria deles é aquático de vida livre, mas alguns são parasitas e vivem dentro do corpo de outros seres
vivos, inclusive dos humanos.
O termo protozoário deriva das palavras em latim proto "primitivo" e zoon "animal", ou seja, animal primitivo.
Isso porque já foram considerados animais por serem heterótrofos

Características Gerais

Os protozoários pertencem ao Reino Protista, juntamente com as algas.

Por serem eucariontes, apresentam núcleo individualizado e sua única célula exerce todas as funções que
normalmente há nos multicelulares: respiração, excreção e reprodução.

Uma característica típica de suas células é a presença de vacúolos contráteis ou pulsáteis, com função de
realizar regulação osmótica.

Devido à diferença de concentração entre o citoplasma e o ambiente externo, há entrada constante de água
por osmose. Assim, o vacúolo controla a quantidade de água, recolhendo e eliminando o excesso.

Alimentação

Para a alimentação, os protozoários capturam o alimento por fagocitose, dando origem aos fagossomos, que
se fundem aos lisossomos, formando os vacúolos digestivos.

Após a digestão, dentro dos vacúolos, os restos são eliminados por clasmocitose.

Reprodução

A reprodução pode ser de forma assexuada e sexuada. A reprodução assexuada é a mais comum. Ela ocorre
por:

 Divisão binária: a célula-mãe se divide e origina duas células-filhas;


 Divisão múltipla: a célula faz muitas mitoses, forma muitos núcleos que se dividem em células
pequenas.

Enquanto isso, os paramécios realizam reprodução sexuada, através de um processo


chamado conjugação.Esse processo ocorre quando dois indivíduos se unem e trocam material genético,
dando origem a novos protozoários.

Cada indivíduo realiza mitose e produz micronúcleos, que contêm o material genético.

Um macho e uma fêmea ficam lado-a-lado e fazem entre si uma ponte citoplasmática, através da qual trocam
micronúcleos.

Após a troca, eles se separam e dentro de cada um, os micronúcleos se multiplicam. Em seguida, acontece a
fusão dos micronúcleos originais com os recebidos do parceiro.

Conjugação entre paramécios

Conheça mais sobre o Reino Protista formado pelos protozoários e algas.


Classificação

A principal classificação é baseada no modo de locomoção, dando origem aos variados tipos de protozoários.

Eles são divididos em: sarcodíneos, ciliados, flagelados e esporozoários.

Sarcodíneos ou Rizópodos

São os protozoários que usam prolongamentos do citoplasma, chamados pseudópodes(falsos pés), para


locomoção. Eles fazem parte do filo Rhizopoda.

Amebas

Os representantes mais comuns dos sarcodíneos são as amebas, sendo em sua maioria de vida livre e
habitando água doce.

Entretanto, existem espécies comensais que vivem dentro do corpo humano sem causar prejuízos.

São exemplos a Entamoeba coli que habita o intestino grosso e a Entamoeba gengivalis que vive na boca. E
também existem as parasitas, como a Entamoeba histolytica que vive no intestino grosso do ser humano e
provoca a amebíase.

Estrutura da ameba

Os pseudópodes das amebas também são usados para a alimentação. Elas se aproximam do alimento, usam
os pseudópodes para englobá-lo, depois ele é internalizado e fica envolto por um pedaço da membrana
celular, formando uma bolsa chamada fagossomo.

No citoplasma, o fagossomo se une ao lisossomo, que contém enzimas digestivas e são formados os vacúolos
digestivos, no interior dos quais ocorre a digestão. Em seguida, os restos da digestão são eliminados por
clasmocitose.

Representação da fagocitose realizada pela ameba

Foraminíferos
Os foraminíferos são protozoários do filo Foraminifera, que também locomovem-se por pseudópodes.

Eles possuem uma carapaça externa de carbonato de cálcio, com perfurações pelas quais se projetam finos e
delicados pseudópodes.

Heliozoários e Radiolários

Os heliozoários e radiolários são protozoários do filo Actinopoda. Eles possuem pseudópodes afilados que se
projetam como raios em volta da célula.

Todos os radiolários são marinhos. Enquanto os heliozoários são marinhos ou de água doce. Em comum,
apresentam um "esqueleto" interno de sílica que torna sua forma bem definida.

Foraminíferos, heliozoários e radiolários

Ciliados

Os protozoários ciliados pertencem ao filo Ciliophora  e se locomovem por meio de filamentos curtos e


numerosos, os cílios.

A maioria desses organismos tem vida livre. Um caso interessante é a Vorticella, um ciliado séssil em formato
de sino invertido com uma haste para se fixar a um substrato.

Vorticella de água doce. Aumento de 400x

Outro exemplo de ciliado é o Paramecium. Os paramécios são dióicos, ou seja, possuem sexos separados e se
reproduzem de forma sexuada através da conjugação.

Cada paramécio se divide duas vezes originando um total de 8 novos indivíduos.

Flagelados ou Mastigóforos

Os protozoários flagelados pertencem ao filo Zoomastigophora. Eles se movimentam através de flagelos em


forma de chicote.

Alguns flagelados são sésseis e usam o flagelo para capturar moléculas de alimento.
Eles podem viver sozinhos ou associados formando colônias. Algumas espécies são parasitas, como:

 Trichomonas vaginalis  que se aloja na mucosa vaginal provocando doenças na genitália feminina;
 Trypanosoma cruzi que causa a doença de Chagas;
 Trypanosoma brucei que causa a doença do sono.

Esporozoários

Os protozoários esporozoários pertencem ao filo Apicomplexa, eles não possuem estrutura locomotora.

São exclusivamente espécies parasitas de seres humanos e de animais vertebrados e invertebrados.

A reprodução ocorre através da alternância de gerações sexuada e assexuada e produção de esporos. Isso faz
com que muitos esporozoários tenham ciclos de vida mais complexos.

Um dos exemplos mais conhecidos desse grupo são os plasmódios causadores da malária. Eles passam por
algumas fases dentro do corpo, sendo uma delas chamados de merozoítos, quando se multiplicam dentro dos
glóbulos vermelhos, que se rompem liberando parasitos infectando novas células.

Protozooses

As protozooses são doenças transmitidas por protozoários. Apesar de serem organismos de vida livre, na
maioria dos casos, alguns protozoários são parasitas de animais e dos seres humanos. Amebíase, Giardíase,
Malária, Doença de Chagas são algumas dessas protozooses.

Os parasitos são geralmente transmitidos por água e alimentos contaminados por fezes, que contém os cistos
desses microrganismos.

Os cistos são uma forma inativa, que permite aos protozoários resistir por longos períodos no ambiente, sendo
ativados no corpo do hospedeiro.

Alguns dos parasitos causadores das protozooses


A malária é uma exceção, pois o protozoário é transmitido pela picada de um inseto. A maior ocorrência
dessas doenças é nos países pobres, onde falta saneamento básico e tratamento eficiente da água. Além disso,
a falta de hábitos de higiene contribui para a disseminação.

Doença de Chagas

A contaminação ocorre principalmente por ingestão de alimentos contaminados com as fezes do inseto.

Também pode ser por meio de transfusão de sangue, transplante de órgãos contaminados ou ainda ser
transmitida da mãe ao bebê durante a gestação (congênita).

Estima-se que no Brasil cerca de 3 milhões de pessoas apresentem essa doença. Causada pelo Trypanossoma
cruzi, que é um protozoário flagelado que parasita animais selvagens como o tatu.

Outra espécie desse protozoário causa a doença do sono, que é muito comum na África. Cerca de 95% dos
casos é provocado pelo Trypanossoma brucei gambiense, que ocorre nas regiões central e oeste da África. Há
também o Trypanosoma brucei rhodesiense, no leste e sul da África.

Malária

Plasmódio (amarelo) infectando células sanguíneas

Causada por diferentes espécies de protozoários do tipo plasmódio, sendo mais comum no Brasil
o  Plasmodium vivax.

A malária é transmitida ao homem através da picada do mosquito do gênero Anopheles.  Também pode ser
transmitida por transfusão de sangue.

A malária ainda hoje mata centenas de milhares de pessoas no mundo. Especialmente em países pobres, onde
há menos investimentos em pesquisas para erradicar a doença.

Amebíase

A transmissão da doença ocorre principalmente por meio da ingestão da água ou dos alimentos contaminados
pelas fezes contendo cistos de amebas. Também pode ser via sexual, através do contato oral-anal, mas isso é
mais raro.

A amebíase ou disenteria amebiana é provocada pela forma patogênica da ameba, chamada Entamoeba


histolytica. Ocorre muito em países mais pobres, estimando que 50% das pessoas sejam contaminadas por
ano.

Giardíase

A infecção se dá tanto pela ingestão de água e alimentos contaminados, como pelo contato direto das mãos
com objetos contaminados pelos cistos.
O agente causador da giardíase é o protozoário flagelado Giardia lamblia, cujos cistos são eliminados nas
fezes das pessoas contaminadas.

Tricomoníase

A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível causada pelo Trichomonas vaginalis.  É comumente


transmitida entre parceiros que não utilizam proteção adequada (camisinha) e pode atingir tanto homens
quanto mulheres.

Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii encontrado nas fezes de gatos.

O ser humano é contaminado ao consumir carne de aves e mamíferos mau passadas e com os cistos dos
parasitas.

A doença pode ainda ser congênita, resultado da infecção da mãe durante a gestação.

Reino Fungi e Micoses


O Reino Fungi é representado pelos fungos, desde os unicelulares (leveduras) até os pluricelulares (o famoso
cogumelo champignon). Todos os seu seres são eucariontes e heterótrofos, embora variem entre
decompositores ou parasitas. Também formam relações mutualísticas (líquens e micorrizas) e são importantes
na indústria alimentícia e farmacêutica.

O Reino Fungi é aquele que agrupa os seres conhecidos popularmente como fungos, bolores, mofos,
fermentos, levedos ou cogumelos!

Esses seres são bem interessantes e estão muito presentes no nosso cotidiano, ocupando a terceira posição
de complexidade na ordem de estudo dos Reinos:

Reino Monera, Reino Protista, Reino Fungi, Reino Plantae e Reino Animália.

Ainda que possuam espécies bem variáveis, as características gerais do Reino Fungi são:

 São organismos eucariontes, ou seja, apresentam núcleo bem definido e delimitado pela carioteca
(tipo de membrana) e possui organelas membranosas.
 A maioria é pluricelular, são vistos a olho nu e possuem uma morfologia (formato e estrutura) bem
característica. Estudaremos no próximo tópico! Contudo, há importantes espécies unicelulares que são
microscópicas e só realizam reprodução assexuada, como leveduras e fermentos biológicos.
 Podem ser encontrados em diferentes habitats, de florestas até casas, mas preferem os ambientes
úmidos e escuros.
 São todos heterotróficos, ou seja, dependem da ingestão da matéria orgânica de outro ser vivo.
 Podem ser parasitas, saprófagos (decompositores de seres que morreram), viver
em relações mutualísticas ou ser predadores (raro).
 Na maioria dos fungos, a parede celular é complexa e constituída de quitina, um polissacarídeo
encontrado no esqueleto dos artrópodes.
 O carboidrato de reserva energética da maioria dos fungos é o glicogênio, assim  como os animais e
diferentemente das plantas (amido).
 A explicação completa você encontra no tópico Fisiologia dos fungos, mas saiba que eles podem
ter reprodução sexuada ou assexuada, fazem digestão extracelular e sua respiração pode ser
anaeróbica ou aeróbica.
Inicialmente, os fungos foram classificados como seres do Reino Vegetal por possuírem características
semelhantes às das planta. Contudo, também foram notadas características do Reino Animal, logo, criou-se
um reino próprio para estes seres!

Morfologia: estrutura dos fungos

A morfologia dos fungos pluricelulares complexos é constituída por duas partes principais:

 Talo ou Corpo de frutificação: parte mais visível, “carnosa”, responsável pela reprodução do fungo e
que possui esporos, as células reprodutoras.
 Micélio: constituído por uma trama de filamentos como uma fina rede que fica no substrato (solo,
pedra, animal) e percorre para todo o interior do organismo, sendo que cada filamento recebe o nome
de hifa. 

As hifas são filamentos microscópicos onde está contido o material genético dos fungos e elas podem ser
de 2 tipos:

 Hifas cenocíticas: presentes em fungos simples, o fio é contínuo e o citoplasma contém numerosos


núcleos.
 Hifas septadas: presente em fungos mais complexos, há paredes divisórias que separam a parte
interior das hifas em segmentos haplóides (1 núcleo) ou diplóides (2 núcleos). Há poros que permitem
o livre trânsito entre os compartimentos.

Tipos e classificação dos fungos

De acordo com as categorias taxonômicas, criou-se grupos que vão dividindo os seres em agrupamentos com
características cada vez mais semelhantes. Assim, temos os Reinos e cada Reino possui sua Classe. Veja
as 5 subdivisões do Reino Fungi:

 Quitridiomicetos: São um dos mais primitivos e vivem em meio aquático ou em solos úmidos.


Alimentam-se por absorção da matéria orgânica que se decompõe e podem parasitar algas,
protozoários, fungos, plantas e animais. Algumas espécies podem causar pragas para o cultivo de
milho.

 Ascomicetos: São os que formam estruturas reprodutivas sexuadas, conhecidas como ascos, onde


produzidos esporos. Incluem alguns tipos de bolores, trufas e há a exceção das leveduras que
são unicelulares e assexuada.

 Basidiomicetos: Também possuem estruturas reprodutoras sexuadas, denominadas de basídios,


produtores de esporos. Contudo, os representantes do grupo inclui cogumelos, orelhas-de-pau, e
alguns causadores de doenças em plantas, conhecidos como “ferrugem e carvão”.

 Zigomicetos: São tipos de fungos profusamente distribuídos pelo ambiente, podendo atuar como


decompositores ou como parasitas de animais. O bolor que cresce em frutas é um exemplo e seu
corpo de frutificação é uma penugem branca que lembra filamentos de algodão.

 Deuteromicetos: Também conhecidos como fungos conidiais ou imperfeitos, constituem um grupo


de qualquer fungo que não se encaixar em um dos 4 acima. De modo geral, reproduzem-se
assexuadamente mas alguns tem suas especificidades. Algumas espécies de Penicillium pertencem a
esse grupo.

Fisiologia do Reino Fungi

A fisiologia é o estudo das funções metabólicas de um organismo. Embora sejam seres aparentemente
simples, com característica de misturadas entre plantas e animais, possuem mecanismos próprio e
interessantes de sua digestão, respiração e reprodução, veja:

Digestão nos fungos

Como foi dito, os fungos são todos heterótrofos e obtém seu alimento de diferentes formas: decomposição,
predação, parasitismo ou relações mutualísticas. 

Em todos os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para fora de seus corpos que


degradam a substância de que irá se alimentar. Assim, tudo é facilmente absorvido pelo fungo como uma
solução aquosa, constituindo uma digestão extracelular e alimentação por absorção.

Respiração dos Fungos

A respiração nada mais é que a troca gasosa de um organismo. Embora os tipos mais comuns sejam a
respiração pulmonar e a difusão celular, nós podemos dividir a respiração em dois grandes grupos:

 Respiração Aeróbica: processo que necessita da existência do Oxigênio para ocorrer


 Respiração Anaeróbica: não precisam da presença do Oxigênio e pode ser de dois
tipos: fermentação alcóolica ou não-alcóolica.

Os fungos podem fazer ambas as respirações, depende da espécie. Aqueles que fazem fermentação
alcoólica são as leveduras e os fermentos.

Além disso, podemos classificá-la como obrigatórias ou não. Quando se diz que um fungo é
anaeróbio obrigatório, significa que ele só realiza aquele tipo de respiração. Quando dizemos facultativo, é
porque pode realizar ambas, de acordo com as condições da atmosfera do ambiente em que estiver.

Reprodução dos fungos


Você já deve ter percebido que os fungos são muito diversos e possuem várias características duplas, e com a
reprodução não é diferente! Eles podem realizar os dois tipos de reprodução: assexuada ou sexuada!

Muitos alternam a reprodução sexuada com a assexuada, em outros, pode ocorrer apenas reprodução sexuada
ou apenas a reprodução assexuada.

Reprodução Assexuada

Cada espécie de fungo pode realizar um tipo de reprodução sexuada, confira;

 Fragmentação

A maneira mais simples de um fungo filamentoso se reproduzir assexuadamente é por fragmentação: um


micélio se fragmenta, é dispersado no substrato e origina novos micélios.

 Brotamento ou gemulação

Leveduras como Saccharomyces cerevisae se reproduzem por brotamento ou gemulação. Os brotos (gêmulas)
normalmente se separam do genitor mas, eventualmente, podem permanecer grudados, formando cadeias de
células e novos indivíduos.

 Esporulação

Nos fungos terrestres, os corpos de frutificação produzem muitos esporos por mitose, que são leves e
espalhados pelo vento ao redor. Cada esporo, quando cai em um substrato apropriado, é capaz de gerar
sozinha um novo ser.

Em certos fungos aquáticos, os esporos são dotados de flagelos, uma adaptação à dispersão em meio líquido.
Por serem móveis e nadarem ativamente, esses esporos são chamados zoósporos.

Reprodução Sexuada

A reprodução sexuada é caracterizada pela produção de gametas por ambos os sexos, que se fundem na


fecundação para o início de um novo ser vivo. Dessa forma, há cruzamento de diferentes materiais
genéticos.

No ciclo reprodutivo de alguns fungos aquáticos, há a produção de gametas flagelados, que se fundem e


geram zigotos que se desenvolverá em um novo indivíduo. 

Nos fungos terrestres, existe um ciclo de reprodução no qual há produção de esporos por meiose.
Desenvolvendo-se, esses esporos geram hifas haploides que posteriormente se fundem e geram novas hifas
diplóides, dentro dos quais ocorrerão novas meioses para a produção de mais esporos meióticos. 

A reprodução sexuada dos fungos ocorre em três etapas:

 Plasmogamia: Nessa etapa, as hifas monocarióticas (que possuem somente um núcleo) haploides dos
fungos se unem formando hifas dicarióticas, com os núcleos organizados em pares (fusão de
protoplasma);
 Cariogamia: Os pares de núcleos se fundem e dão origem a núcleos diplóides (com dois conjuntos de
cromossomos);
 Meiose: Os núcleo diplóides se dividem por meiose e dão origem a esporos, que germinam formando
novos fungos.
A alternância de meiose e fusão de hifas (que se comportam como gametas) caracteriza o processo
como sexuado.

Relações ecológicas no Reino Fungi

Os fungos podem realizar diferentes relações ecológicas como já foi visto (predação, parasitismo, etc). Mas, na
relação de mutualismo, os fungos podem assumir duas importantes formas:

 Micorrizas:

Ocorre quando fungos se associam com as raízes de plantas, e formam essa estrutura chamada micorriza
(mico= fungo; rizas = raízes). 

Nesses casos os fungos degradam materiais do solo, absorvem esses minerais e os transferem à planta,
propiciando-lhe um crescimento sadio. A planta, por sua vez, cede ao fungo certos açucares e
aminoácidos de que ele necessita para viver.

Algumas plantas que formam as micorrizas naturalmente são o tomateiro, o morangueiro, a macieira e
gramíneas em geral. Também são frequentes em plantas típicas de ambientes com solo pobre de
nutrientes minerais, como o bioma brasileiro do Cerrado.

 Líquens:

Os líquens são formados por uma associação entre algas clorofiladas e fungos. As algas
fazem fotossíntese, produzindo matéria orgânica que é o único alimento do fungo em questão. 

Já o fungo, cria um ambiente que retém umidade e nutrientes inorgânicos. Essa ambientação protege a
alga e permite a realização da fotossíntese. 

É uma relação obrigatória porque nem a alga, nem o fungo poderiam viver nesses ambientes (rochas,
madeiras e certos tipos de solo), se não estivessem associados na forma de líquen. Se o líquen for destruído,
alga e fungo morrerão. 

Importância do Reino Fungi

Importância Ecológica dos fungos

Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte da degradação da matéria orgânica, propiciando
a reciclagem de nutrientes e manutenção das Cadeias alimentares. No processo da decomposição, a matéria
orgânica contida em organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser novamente utilizada por
outros organismos.
Além disso, por meio das relações mutualísticas que faz, pode contribuir para melhorar a condição do solo
para reflorestamento de áreas devastadas por meio da atuação dos  líquens. E em ambientes como o
Cerrado, permite melhor adaptação e nutrição de plantas por meio da atuação das micorrizas.

Importância Econômica / Alimentar e medicinal dos fungos

Alguns fungos são utilizados no processo de fabricação de bebidas alcoólicas, como a cerveja e o vinho.
Nesses processos, o fungo utilizado pertence à espécie Saccharomyces cerevisiae, capaz de transformar o
açúcar em álcool etílico e CO2.

Além disso, também são utilizados no processo de preparação do pão, bolos e massas de sobremesa. Neste
último caso, o CO2 que vai sendo formado se acumula no interior da massa, originando pequenas bolhas
que tornam o pão poroso e mais leve. 

Imediatamente antes de ser assado, o teor alcoólico do pão chega a 0,5%; ao assar, esse álcool evapora,
dando ao pão um aroma agradável.

O aprisionamento do CO2 na massa só é possível devido ao alto teor de glúten na farinha de trigo, que
dá a “liga” do pão. Por isso, os pães feitos com farinhas pobres em glúten não crescem tanto.

A indústria de laticínios também emprega fungos, como é o caso do Penicillium camemberti e do


Penicillium roqueforte, empregados na fabricação dos queijos Camembert e Roquefort,
respectivamente. Gonzola e Brie são outros exemplos disso.

Por último, existem algumas espécies de fungos são utilizadas diretamente como alimento pelo homem. é o
caso da Morchella e da espécie Agaricus brunnescens, o popular cogumelo champignon. 

Quanto à medicina, a Penicilina foi o primeiro antibiótico descoberto na história, salvando milhões de


vidas ao longo da história! Conheça a história da descoberta desse remédio no último tópico do
artigo Reino Monera!

Doenças causadas por fungos

Apesar de todos os aspectos positivos, os fungos parasitas provocam doenças em plantas e em animais,


inclusive no homem.

A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose provocada por fungo nas folhas de plantações de
soja e milho. Surgem pequenas manchas negras na folhas indicando necrose e a folha e sob ataque adquire
uma coloração de ferrugem.

Isso é possível porque os fungos parasitas das plantas possuem hifas especializadas – haustórios – que
penetram usando os estomas como porta de entrada para a estrutura vegetal. Assim eles sugam o açúcar
da planta até sua morte.
Há também doenças nos seres humanos causadas por fungos, veja:

Micose, Frieira e Sapinho

As micoses são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. Podem afetar
também as mucosas como a da boca, o que chamamos de sapinho, muito comum em crianças. 

As mais comuns ocorrem na pele, mas podem espalhar em qualquer parte da superfície do corpo. Ptiríase e
pé-de-atleta são nomes populares para as micoses de couro cabeludo e pés, respectivamente.

Candidíase

Essa é uma das infecções fúngicas mais conhecidas, principalmente entre mulheres. Ela é causada pelo
fungo Candida albicans que provoca inflamação na região genital, coceira e secreção. Esse agente já faz
parte da flora vaginal em pequenas quantidades, contudo, o desequilíbrio é capaz de trazer danos ao
corpo. 

Aspergilose

A aspergilose é uma infecção pulmonar causada pelo fungo Aspergillus fumigatus. Essa condição é capaz


de atingir os pulmões porque podem provocar a formação coágulos de sangue na região. 

Pessoas que sofrem com essa doença podem não apresentar sintomas ou podem também ter febre,
dificuldade respiratória, além de tosse com expectoração de sangue. Em casos mais graves, os fungos
podem atingir outros órgãos e comprometer o funcionamento.

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