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Reprodução sexuada meiose e ciclos de vida

Olá a todos, hoje irei apresentar o tema da reprodução sexuada, mais especificamente a meiose e os
ciclos de vida.

A reprodução sexuada ocorre devido à existência da fecundação (fusão de dois gâmetas (células
haploides) e que a partir desta fusão se forma, o ovo ou zigoto que irá possuir o dobro do nº de
cromossomas. Apesar de este ser um processo comum a quase todos os seres vivos, nós não somos
todos iguais, ou seja, não apresentamos uma uniformidade de informação genética. Isto acontece
devido aos processos meiose e fecundação, embora sejamos todos iguais e com as mesmas
características da nossa espécie, ou seja, olhos, nariz e boca, estas características não são iguais de
individuo para individuo.

Aqui conseguimos perceber que durante a fecundação ocorre uma duplicação cromossómica,
passando de células haploides n para diploides 2n, no entanto de individuo para individuo o material
genético mantém se constante, isto acontece devido à meiose.

Meiose- processo de divisão celular, onde o nº de cromossomas é reduzido para metade.

A meiose permite que apenas uma célula diploide, dê origem a 4 células haploides.

A meiose é dividida em 2 etapas:

Divisão reducional- separa os cromossomas homólogos.

Divisão equacional- separação dos cromatídeos.

Meiose I- divide- se nas mesmas etapas que a mitose (Prófase, metafase, anáfase e telófase) a partir
de um único núcleo diploide, formam-se 2 núcleos diploides. Mas antes da meiose ocorre a
interfase, semelhante à da mitose, onde ocorrerá a replicação do DNA, onde cada cromossoma
passa de apenas 1 cromatídeo, para 2 cromatídeos.

Prófase I- Espiralização da cromatina, desaparecimento do involucro nuclear, início da formação do


fuso acromático, emparelhamento dos cromossomas homólogos (formam-se os bivalentes), os
cromatídeos dos homólogos vão se sobrepor formando pontos de quiasma por fim, ocorre a troca
de segmentos entre cromatídeos homólogos (crossing over)

Metafase I- alinhamento dos bivalentes no plano equatorial através dos pontos de quiasma, os
centrómeros de cada homólogo ficaram virados para o respetivo polo.

Anáfase I- os pontos de quiasma rompem-se, cada cromossoma homólogo do bivalente irá se


separar e migrar para o respetivo polo (segregação dos cromossomas homólogos)

Telófase I- Cromatina descondensa, reorganização da membrana, desaparecimento do fuso


acromático, no final cada núcleo irá apresentar metade do nº de cromossomas da célula original
(formação de 2 núcleos haploides)

Após esta divisão pode ou não ocorrer a citocinese que irá individualizar estes 2 núcleos haploides
em 2 células haploides. Ocorre obrigatoriamente uma fase chamada intercinese esta consiste no
crescimento das células haploides e na síntese de moléculas essenciais às células. Não existe
replicação do DNA.

Meiose II-
Prófase, metafase, anáfase, telófase II- são semelhantes às fases da mitose, como já foi apresentado
antes.

Após estas duas divisões irá ocorrer a citocinese, que irá individualizar os núcleos em 4 células
haploides(N)

Colocar o gráfico da variação de DNA

Uma das perguntas que mais surge pelo menos a mim é que mesmo sendo dos mesmo
progenitores podemos ser muito diferentes um do outro ou até muito iguais. No meu caso e da
minha irmã somos bastante diferentes, ela é loira e eu não então esta sempre foi uma pergunta
que me veio à cabeça e estes processos são a causa desta enorme variabilidade genética presente
no nosso mundo:

1. Crossing over- como ocorre o crossing over? existe uma troca dos segmentos dos pares de
homólogos, ou seja, cromossomas morfologicamente semelhantes e que contêm
informação para as mesmas características, irão trocar os seus segmentos mudando as
características dos indivíduos e permitindo uma diferente genética. Ocorrendo formação de
cromossomas recombinados com origem paterna e materna.
2. Segregação aleatória dos cromossomas homólogos- como os bivalentes são dispostos de
forma aleatória na placa equatorial a sua separação durante a anáfase também irá ocorrer
de forma aleatória. Havendo por isso inúmeras combinações que serão possíveis nos novos
núcleos formados.
3. Fecundação- ocorre a união aleatória de apenas um gâmeta masculino com um gâmeta
feminino, mesmo havendo uma quantidade enorme destas células, ainda assim apenas um
gâmeta masculino se une com um gâmeta feminino possuindo uma combinação única de
genes.

Existem animais que apresentam reprodução sexuada hermafroditas este tipo de animal possui os
2 tipos de gónadas e é capaz de produzir os dois tipos de gâmetas: podem ser suficientes ou
insuficientes

Suficientes - este tipo de animal possui os 2 tipos de gónadas e é capaz de produzir os dois tipos de
gâmetas. No entanto isto só acontece se: a produção de gâmetas ocorrer em simultâneo. Neste caso
existe autofecundação, isto irá assegurar a sobrevivência de espécies que vivem isoladas, no
entanto, existirá pouca variabilidade genética. Estes animais também se reproduzem com outros
seres vivos, mas utilizam maioritariamente a autofecundação quando as condições não são
favoráveis, isto acontece para tornarem as espécies mais desenvolvidas e adaptadas ao meio com
aquelas condições.

Exemplo: Ténia

Insuficientes- Neste tipo de reprodução ocorre fecundação cruzada e consequente troca recíproca
de gâmetas. Ocorre em 2 indivíduos diferentes e embora apresentem os 2 tipos de gónadas não
conseguem causar a autofecundação devido a causas morfológicas ou fisiológicas. Ao contrário dos
hermafroditas suficientes este tipo de hermafrodita apresenta uma maior variabilidade genética.

Exemplo: as sanguessugas

Unissexualismo- os animais que apresentam unissexualismo são os animais que apenas apresentam
um tipo de gónadas e só são capazes de produzir um tipo de gâmetas. Assim como nós!

Este unissexualismo apresenta 2 tipos de fecundação:


1. Fecundação externa- Este tipo de fecundação ocorre no meio aquático da seguinte forma:
Alguns animais necessitam da utilização deste meio externo devido à necessidade de
humidade que irá facilitar a locomoção do espermatozoide. Ambos os progenitores
produzem e libertam grandes quantidades de gâmetas para o meio, esta libertação de
gâmetas é feita de modo sincronizado para que seja feita a reprodução com o individuo que
era esperado pelo ser vivo. Não existe copulação, mas existe contacto físico para estimular
esta libertaçã. Algo espetacular sobre esta fecundação é que os gâmetas apresentam uma
barreira química, impedindo a fecundação a espécies estranhas (proteínas membranares).
Aumenta a eficácia da reprodução uma vez que irá apresentar um maior número de
descendentes. Alguns seres vivos que realizam este tipo de fecundação são os anfíbios e os
peixes

2. 2- Fecundação interna- ocorre no meio terrestre, este tipo de fecundação ocorre dentro
fêmea (isto evita a dessecação dos gâmetas e do ovo). Existe um menor gasto de gâmetas
uma vez que ao contrário da fecundação externa não é necessária a libertação de uma
grande quantidade de gâmetas para ocorrer a fecundação. Isto leva também a um menor
gasto energético na produção de gâmetas. Após a formação de gâmetas pelos dois
progenitores a fêmea tem a possibilidade de armazenar os espermatozoides. Este tipo de
fecundação é a que nos dá uma maior probabilidade de sucesso.

E assim como nos animais a reprodução sexuada também pode acontecer nas plantas. Neste caso
assim como nos animais existem espécies unissexuadas a que damos o nome de dioicas, e espécies
hermafroditas que nas plantas intitulamos de monoicas.

Estratégias de reprodução nas plantas

E assim como nos animais a reprodução sexuada também pode acontecer nas plantas. Neste caso
assim como nos animais existem espécies unissexuadas a que damos o nome de dioicas, e espécies
hermafroditas que nas plantas intitulamos de monoicas. Nas flores dioicas é necessário que o pólen
seja transportado de uma flor para outra (polinização cruzada) enquanto que nas flores monoicas os
óvulos podem ser fecundados pelo pólen da mesma flor (polinização direta).

Assim como tivemos a falar a meiose é um processo bastante importante para a reprodução
sexuada, ou seja, para a continuação da vida e é um fator muito importante para algo a que damos o
nome de ciclo de vida. O que é um ciclo de vida? Um ciclo de vida é a sequência de acontecimentos
de um individuo desde a sua nascença até que este conceba um descendente.

Este ciclo de vida consiste em 2 fases uma fase haploide (N) (resulta do processo da meiose) e uma
fase diploide (2N) (resulta do processo de fecundação). E assim como referido a meiose é um
processo importantíssimo nos ciclos vidas complementando-se com a fecundação.

Para percebermos um pouco mais sobre estes ciclos de vida temos de perceber onde se encontra a
meiose. Temos 3 hipóteses:

Meiose pré-gamética- ocorre antes da formação de gâmetas;

Meiose pós-zigótica- ocorre após a formação do zigoto;

Meiose pré-espórica- ocorre antes da formação de esporos.


No caso da meiose pré-gamética- os gâmetas encontram-se na haplofase, no entanto o organismo
multicelular encontra-se na diplofase, sendo por isto um ciclo diplonte. Isto acontece devido à
localização da meiose, uma vez que a meiose acontece antes da produção de gâmetas. Apenas os
gâmetas irão ser haploides porque a seguir sofreram fecundação tornando-se diploides.

Ciclo de vida haplonte- meiose pós-zigótica- organismo multicelular encontra-se na haplofase,


sendo o zigoto o único organismo a fazer parte da diplofase

Ciclo de vida haplodiplonte- Neste caso de ciclo ocorre não só uma alternância de fases como uma
alternância de gerações, ou seja, ocorre uma alternância de gerações entre a geração esporófita e
a geração gametófita. Na geração gametófita a estrutura multicelular mais desenvolvida é o
gametófito e na geração esporófita, o esporófito. Meiose pré- espórica. A haplofase inicia-se com
os esporos que, através de mitoses sucessivas, originam estruturas pluricelulares, os gametófitos,
onde se formarão os gâmetas. Após a fecundação, o zigoto inicia a diplofase e origina uma entidade
pluricelular diploide que na maioria das plantas é a planta adulta. Esta entidade constitui o
esporófito que irá produzir, por divisão meiótica, os esporos. É chamado de ciclo haplodiplonte uma
vez apresenta organismo multicelular igualmente nas duas fases.

Para analisar os 3 tipos de ciclos de vida devemos ter em conta os seguintes aspetos:

• Onde se localiza a meiose e a fecundação- a partir do local da meiose conseguimos


identificar o tipo de meiose;
• Identificar a haplofase e a diplofase;
• Ver onde se encontra a entidade multicelular
• Por último verificar se existe uma alternância de gerações e identificar as entidades mais
desenvolvidas.

Estudo de casos:

Ciclo de vida Haplonte-

Para o caso do ciclo de vida haplonte, trago-vos um caso já falado anteriormente e que também
aparece no nosso manual. A Chlamydomonas sp. é uma alga unicelular de cor verde e flagelada, que
apresar de representar reprodução assexuada por bipartição, também apresenta reprodução sexuada
quando as condições do meio (falta de azoto e luz) são desfavoráveis.

Nesta alga forma-se o zigoto pela união de dois gametas, fase diploide (única). À volta do zigoto forma-se
uma parede celulósica - zigósporo. Esta parede permite que o ser vivo se reproduza, mesmo com
condições desfavoráveis. O zigoto formado irá sofrer meiose e dará origem a 4 indivíduos haploides. Esta
é a fase da reprodução sexuada da Chlamydomonas. Em que a única fase diploide é mesmo na formação
do zigoto. Concluímos assim que esta alga apresenta um ciclo de vida haplonte uma vez que, a meiose
ocorre após a formação do zigoto, sendo meiose pós-zigótica e a entidade multicelular encontra-se na
fase diploide.

Ciclo de vida diplonte

Neste caso de ciclo de vida, que não melhor exemplo do que nós seres humanos para nos
percebermos melhor! Este ciclo de vida é semelhante a quase todos os mamíferos. Este ciclo
apresenta meiose pré-gamética, formando os gâmetas necessários aquando a fecundação. Durante
o ato reprodutor o homem irá depositar os espermatozoides, apenas com 23 cromossomas na
vagina da mulher e estes irão deslocar-se até ao óvulo, também com 23 cromossomas. Aqui ocorre a
fecundação, formando o ovo ou zigoto, que dará origem a um novo individuo. O ser humano é um
ser diploide, porque todas as suas células são diploides, exceto os gâmetas, passando por isso a
maior parte da sua vida na diplofase, estando então a entidade multicelular presente na diplofase.
Por isso devido a estes fatores, nós seres humanos apresentamos um ciclo de vida diplonte.

Ciclo de vida haplodiplonte-

Por fim, como exemplo de um ciclo de vida haplonte temos as briófitas, neste caso embora haja uma
alternância de gerações, entre a geração gametófita e a geração esporófita, a geração gametófita é
mais desenvolvida (fase haploide). Os gâmetas presentes nesta fase são: anterozoides e oosfera.

Aqui há a presença de gametófitos (fase produtora de gametas) e esporófitos (fase produtora de


esporos). Observamos gametófitos femininos e masculinos: os femininos apresentam arquegônios, e
os masculinos, anterídios. Nos anterídios, são produzidos os anterozoides (gametas masculinos); no
arquegônio, é produzida a oosfera (gameta feminino). Em cada arquegônio, é produzida uma única
oosfera; no anterídio, vários anterozoides são formados.

O ciclo de vida das briófitas inicia-se com os gametófitos femininos e masculinos (n) (arquegónios e
anterídios), fase haploide e mais duradoura do ciclo. Nos gametófitos masculinos, percebe-se a
presença de anterídios, estruturas que produzem as células reprodutoras masculinas biflageladas
denominadas de anterozoides. Nos gametófitos femininos, as estruturas que produzem a célula
reprodutora feminina, denominada de oosfera, são os arquegônios.

Quando uma gota de água cai sobre os gametófitos, os anterozoides nadam até o arquegônio a fim
de encontrar a oosfera para que ocorra a fecundação. Assim que as células se encontram, ocorre a
formação de um embrião diploide (2n), que dará origem a um esporófito adulto diploide (2n).

O esporófito, surge no gametófito. O esporófito é formado por uma haste e uma cápsula (esporângio).
No interior dessa cápsula, existe um tecido esporógeno que irá sofrer meiose e formar esporos
haploides (n).

Os esporos são libertados no ambiente e, caso caiam em um local adequado, germinam. O esporo, ao
germinar, dá origem a uma estrutura denominada de protonema (n), a qual se transforma em um
gametófito, que, por sua vez, desenvolver-se-á e reiniciará o ciclo.

Curiosidade: Apenas as briófitas apresentam a fase de gametófito como fase dominante. Todos os
outros grupos de plantas apresentam o esporófito como fase mais duradoura do ciclo de vida.

Como o ciclo das briófitas, têm uma meiose pré- espórica, apresenta alternância de gerações e de
fases e sendo ambas as fases igualmente desenvolvidas, conseguimos concluir que este é de certeza
um ciclo haplodiplonte.

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