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Ano Letivo 2022/2023

Biologia e Geologia – 11º Ano

Ficha Informativa

TEMA: REPRODUÇÃO SEXUADA

A Reprodução é uma função característica dos seres vivos que permite o


aparecimento de novos indivíduos, através da divisão celular. Esta função permite
aos seres vivos darem origem a seres semelhantes, perpetuando, assim, as
espécies ao longo do tempo.

Apesar de haver diversos processos reprodutivos, para que ocorra reprodução


tem que se verificar uma sequência de fenómenos a nível celular, tais como a
replicação de DNA, que é comum à generalidade dos seres vivos e que permite que
a informação genética passe de geração em geração.

A grande variedade de processos reprodutivos que existe pode sistematizar-se em


dois tipos fundamentais: a reprodução assexuada e a reprodução sexuada.

Na reprodução assexuada formam-se novos indivíduos a partir de um só progenitor,


não havendo formação de gâmetas. Este processo está associado à divisão
celular mitótica.

Na reprodução sexuada os novos indivíduos são originados através da união de


duas células especializadas – os gâmetas, formados através de um tipo de divisão
celular denominado meiose.

Reprodução sexuada

A reprodução sexuada é o tipo de reprodução mais comum no mundo vivo; é o


processo reprodutivo quase exclusivo dos animais superiores e é usual nas plantas
superiores. A maioria dos seres com reprodução assexuada, em certas condições,
também se reproduz sexuadamente.
Na reprodução sexuada:

● intervêm dois progenitores, que produzem células reprodutoras


especializadas – os gâmetas;

● ocorre fusão dos dois gâmetas – um masculino e um feminino –, ou seja,


ocorre fecundação. A reprodução sexuada depende da fecundação; durante
a fecundação ocorre cariogamia (fusão dos núcleos dos gâmetas) que leva à
formação do ovo ou zigoto;

● o ovo é a primeira célula do futuro ser vivo. Por mitoses sucessivas, vai
originar um indivíduo com características resultantes da combinação genética
dos gâmetas dos progenitores;

● os indivíduos das sucessivas gerações que vão sendo originados, apesar de


terem algumas características comuns, apresentam diferenças mais ou menos
acentuadas entre eles e em relação aos progenitores – verifica-se, assim,
variabilidade genética nas populações;

● a descendência é, normalmente, reduzida e o processo é lento; como se


verifica variabilidade genética, os indivíduos suportam as alterações do meio
com alguma facilidade, estando aptos a sobreviver em ambientes em
mudança. A seleção natural elimina os menos aptos e os mais aptos vão ser
selecionados;

● para a formação dos gâmetas ocorre um processo de divisão celular – a


meiose – que permite a redução do número de cromossomas de uma célula. A
reprodução sexuada depende da meiose.

O ovo resulta da união dos gâmetas que ocorre durante a fecundação. Assim, os
cromossomas presentes no núcleo do ovo são pares de cromossomas do mesmo
tipo que provieram metade de cada gâmeta. Designam-se cromossomas
homólogos e possuem forma e estrutura idênticas, sendo portadores de genes
correspondentes.

Quanto ao número de cromossomas que possuem, as células podem classificar-se


em haploides e diploides:

● Haploides – são células que possuem um só cromossoma para cada


par de homólogos, representam-se simbolicamente por n. Exemplos destas
células são os gâmetas que se formaram por meiose;

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● Diploides – são células que possuem dois pares de cromossomas
homólogos e representam-se simbolicamente por 2n. Exemplos destas
células são o ovo que resultou da fecundação e todas as células somáticas.

A fecundação implica uma duplicação cromossómica, mas o número de


cromossomas característico de cada espécie mantém-se constante. A meiose, por
sua vez, garante a passagem da diploidia para a haploidia.

Assim, pela existência alternada destes dois fenómenos indispensáveis para que
ocorra reprodução sexual, está garantida a constância do número de cromossomas
de geração em geração.

Figura 1 - Alternância da fecundação e da meiose na reprodução sexuada.

Diversidade de estratégias na reprodução sexuada

Tal como na reprodução assexuada, em que se verificam estratégias reprodutivas


variadas, na reprodução sexuada as soluções reprodutivas são também diversas.

As estratégias mais representativas estão relacionadas com a reprodução sexuada


nas plantas e nos animais.

Em ambos os casos, os gâmetas – células reprodutoras cuja união leva à formação


de um novo indivíduo – são formados em estruturas especializadas.

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Para que ocorra fecundação, os gâmetas masculinos e femininos têm que se
encontrar no mesmo local, ao mesmo tempo.

Fecundação nos animais

Nos animais há duas estratégias de reprodução, o hermafroditismo e o


unissexualismo:

● Hermafroditismo: ocorre principalmente em espécies que têm


dificuldades de dispersão geográfica, ou vivem mesmo isolados; é comum
nos seres invertebrados;um indivíduo possui simultaneamente o sexo
masculino e o sexo feminino; podem verificar-se dois tipos de comportamento
distinto – o hermafroditismo suficiente e o hermafroditismo insuficiente.

1. Hermafroditismo suficiente – ocorre por autofecundação, um só


indivíduo pode originar descendentes. Verifica-se, por exemplo, na ténia.

2. Hermafroditismo insuficiente – não se verifica a autofecundação,


como nos unissexuais tem que haver fecundação cruzada. Ocorre na
minhoca e no caracol, por exemplo.

● Unissexualismo: ocorre na maioria das espécies (espécies


gonocóricas); há um indivíduo do sexo masculino – macho – e um do sexo
feminino – fêmea; a reprodução, neste caso, exige a contribuição de dois
indivíduos, um de cada sexo; a união dos gâmetas efetua-se de diversos
modos que dependem da mobilidade dos animais e do habitat.
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De acordo com o local onde ocorre, a fecundação pode ser externa ou interna:

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Fecundação nas plantas

Nas plantas, as estratégias reprodutivas são bastante diversas. Também os


gametângios são muito variados e característicos dos diferentes tipos de plantas e,
como tal, também os processos de fecundação são diferentes:

● nos musgos e nos fetos a fecundação é dependente da água, só


assim é que os anterozoides podem alcançar as oosferas que se encontram
dentro dos arquegónios;

● nas Gimnospérmicas, como os pinheiros, os gametângios são


estruturas especializadas – os cones masculinos, onde se produzem os
grãos de pólen, e os cones femininos (as pinhas), onde se produzem os
óvulos. A fecundação não depende da água, revelando melhor adaptação ao
ambiente terrestre;

● as Angiospérmicas caracterizam-se por possuírem flor, que é o órgão


reprodutor nestas plantas e, portanto, onde se formam os gâmetas. A
fecundação é independente da água.

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Meiose – redução cromossómica

A meiose é um processo de divisão celular que leva à formação de quatro células


haploides semelhantes entre si e com metade do número de cromossomas da célula
que lhes deu origem. Como este fenómeno implica a passagem de um estado
diplóide para um estado haploide, pode ser designado por redução cromossómica.

A meiose inclui duas divisões sequenciais e inseparáveis, a divisão I e a divisão II.

Figura 2 - Divisão I e II da meiose

Divisão I:

– é precedida pela interfase onde, no período S ocorre a replicação do DNA,


constituinte dos cromossomas;

– no início da meiose cada cromossoma é constituído por dois cromatídios;

– a separação dos cromossomas homólogos de cada par reduz para metade o


número de cromossomas da célula diploide;

– são originados dois núcleos haploides, ou seja, com metade do número de


cromossomas do núcleo da célula que lhes deu origem;

– porque reduz o número de cromossomas, é uma divisão reducional.

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Divisão II:

– os dois núcleos haploides dividem-se e formam-se quatro núcleos, também


haploides;

– porque os cromossomas são igualmente distribuídos pelos novos núcleos, é uma


divisão equacional;

– no final, formam-se quatro células haploides, contendo, cada uma, um


cromossoma de cada par de homólogos;

– é uma divisão idêntica à mitose.

As divisões I e II da meiose, embora tenham fenómenos exclusivos, incluem


sequências de estádios com características idênticas às que ocorrem na mitose. Por
este facto, os estádios têm o mesmo nome – prófase, metáfase, anáfase e telófase:

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Mitose e meiose – aspetos comparativos

Nos processos de reprodução assexuada, a divisão celular é feita por mitose.

Na reprodução sexuada, para além da mitose ser fundamental para que se verifique
o crescimento dos novos indivíduos, a meiose é também necessária, como processo
de divisão que compensa a duplicação de cromossomas que se verifica na
fecundação.

Assim, existem algumas diferenças bem significativas entre estes dois processos:

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Figura 3 - Esquema da mitose

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Figura 4 - Esquema da meiose

Mutações

Durante a meiose podem ocorrer anomalias que alteram o número e a estrutura dos
cromossomas. Estas anomalias designam-se mutações.

Na meiose, as mutações podem ocorrer:

● durante a divisão I – pela não separação dos cromossomas


homólogos;

● durante a divisão II – pela não separação dos cromatídios de cada


cromossoma;

● quando ocorre crossing-over – pela troca anormal de segmentos entre


cromatídios de cromossomas homólogos, que podem alterar a estrutura dos
cromossomas.

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As mutações cromossómicas podem ser:

● por perda do material genético;

● por duplicação do material genético.

Efeitos das mutações cromossómicas:

● a maior parte é prejudicial para o indivíduo portador ou para os seus


descendentes;

● algumas podem ser benéficas e melhorar a capacidade de sobrevivência dos


indivíduos das novas gerações;

● são as fontes primárias da variabilidade genética que permitem a diversidade


de organismos e a evolução das espécies.

As mutações podem ser provocadas por vários fatores físicos e químicos, mas
também podem ser propositadamente causadas pelo homem, como, por exemplo, a
duplicação do número de cromossomas – poliploidia – para a obtenção de alguns
alimentos.

Reprodução sexuada e variabilidade genética

Na reprodução sexuada, a meiose e a fecundação, que são dois mecanismos


compensatórios, asseguram a manutenção do número de cromossomas
característico de cada espécie, de geração em geração. Estes dois fenómenos são
igualmente responsáveis pela variabilidade genética que se verifica entre indivíduos
da mesma espécie.

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Vantagens e desvantagens dos tipos de reprodução

Alguns seres vivos podem apresentar os dois tipos de reprodução, conseguindo


mudar de estratégia reprodutiva de acordo com as condições do meio, de modo a
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maximizar as vantagens oferecidas por cada processo. Esta situação é vulgar em
espécies como os afídios, vulgarmente designados por pulgões.

As principais vantagens e desvantagens destes dois tipos de reprodução são:

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