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O que é?

Modelos de atenção à saúde são combinações tecnológicas estruturadas


para a resolução de problemas e para o atendimento das necessidades de saúde da
população, sejam elas individuais ou coletivas.
Os modelos podem ser concebidos por meio de normas, padrões e referências para
o campo técnico-científico, para orientar escolhas técnicas, decisões políticas e
financiamentos. Concisamente, são as formas de organização tecnológica do
processo de prestação de serviços de saúde que resultam do estabelecimento de
intermediações entre o técnico e o político. Portanto, refletir sobre modelos de
atenção é refletir sobre as políticas públicas.
As políticas públicas desenhadas e formuladas desdobram-se em planos,
programas, projetos, bases de dados, sistema de informação e pesquisas. A
formulação de políticas públicas constitui-se no movimento de transformação dos
propósitos em ações que produzirão mudanças no mundo real.
O SUS adquiriu status de uma das mais importantes políticas públicas
governamentais com as Leis Orgânicas da Saúde. A partir daí houve muitos
desdobramentos a fim de traduzir seus propósitos legais em recursos
operacionalizáveis incluindo, necessariamente, aspectos políticos, econômicos e
sociais, estruturados com tecnologias apropriadas ao contexto das práticas de
cuidado à saúde, em especial na atenção básica.
No entanto, vários foram os contextos do setor saúde no Brasil antes do advento do
SUS e é importante destacar nos distintos tempos e políticas de saúde as principais
características que delinearam os principais modelos até se alcançar a expansão da
ação estatal no setor saúde.

A Reforma sanitária brasileira e as mudanças no modelo


assistencial
Muitas foram as lutas para se chegar à conquista de criação e instituição do
SUS e, para muitos autores e pesquisadores, o SUS representa um grande avanço
sociopolítico e institucional, as discussões sobre a necessidade de mudanças do
modelo assistencial ganharam força no final dos anos 70 com a emergência do
movimento da Reforma Sanitária Brasileira.
A crítica ao modelo de saúde dominante no Brasil, altamente centralizado,
fragmentado e restrito às ações curativas apontava a necessidade de profundas
transformações, evidenciando a necessidade da descentralização dos serviços,
humanização do atendimento e da atenção integral garantindo o acesso à saúde
para toda a população.
Cabe ressaltar que do início do século passado até meados da década de
1970, de modo bastante resumido, a política de saúde passou por distintos períodos
e modelos de assistência. O período compreendido do início do século XX até 1929
(Primeira República), caracterizado pela economia agroexportadora e tendo o café
como um dos principais produtos de exportação originou na saúde pública, o
modelo sanitarista campanhista voltado essencialmente ao controle das endemias.
A assistência à saúde individual era prestada quase que exclusivamente de forma
privada, excluindo o acesso de grande parte da população que não podia pagar por
estes cuidados, restando-lhes os serviços filantrópicos de caridade.
O momento seguinte, compreendido entre aproximadamente 1920 e 1945,
não marca grandes transformações na saúde pública que continua voltado ao
combate das doenças endêmicas e, na assistência individual começa a se delinear
o modelo médico assistencial previdenciário com as Caixas de Aposentadoria e
Pensão (CAPS) e os Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP) e que ganhará
força no período seguinte.
Com o golpe militar de 1964 e a intervenção do Estado nos institutos (IAP),
ocorre a unificação dos mesmos com a criação do Instituto Nacional de Previdência
Social (INPS). Do ponto de vista de saúde pública, este novo quadro substitui a
ênfase na prevenção das doenças endêmicas pelas doenças de massa agravadas
pelas condições de vida e de trabalho e, na saúde individual, cresce o modelo
médico privatista centrado na assistência médica, nas práticas curativas altamente
especializadas e fragmentadas, no cuidado individual e na organização voltada ao
complexo médico-hospitalar.
É no final da década de 1970 que cresce a discussão em torno da
necessidade de mudanças dos modelos de assistência à saúde praticados no Brasil
que, além de excludentes, primavam pela dicotomia entre as ações preventivas e
curativas. Este debate ganha expressão por meio de um movimento nacional
suprapartidário composto por intelectuais, lideranças políticas, profissionais e
dirigentes de saúde e por representantes da sociedade civil organizada que se
articularam em torno desta temática configurando o movimento pela Reforma
Sanitária Brasileira (RSB).
No transcorrer da década de 1980 com a severa crise econômica da
Previdência Social o modelo assistencial predominante revela sua ineficiência e
ineficácia por meio dos altos gastos com a prestação de serviços e da baixa
qualidade dos mesmos. Decorrente disso surge oportunidades de reorganização do
sistema por meio das Ações Integradas de Saúde (AIS) e do Sistema Unificado e
Descentralizado de Saúde (SUDS), ambas as propostas voltadas à
descentralização fortalecendo a perspectiva de municipalização dos serviços e de
mudança do modelo assistência.
Em 1986 ocorre a VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS) que foi um
marco de referência para as mudanças no setor saúde. Ao propugnar a saúde como
direito de todos e dever do Estado, esta conferência reafirma e consolida as
propostas do movimento sanitário brasileiro e amplia o conceito de saúde
conferindo-lhe o caráter de direito de cidadania, Com a criação do SUS na
Constituição de 1988 e sua instituição pelas Leis Orgânicas da Saúde nº 8080/90 e
nº 8142/90 ficam assegurados os princípios que devem reger a organização do
sistema de saúde brasileiro, a saber: descentralização, equidade, integralidade,
participação da população e universalização

Conclusão
Pode-se concluir que os modelos de atenção à saúde resultam dos diferentes
contextos sócio-históricos que os determinam.
A complexidade da realidade brasileira evidencia a necessidade de se pensar
nas desigualdades e diversidades existentes entre as regiões brasileiras buscando
adequar a oferta de serviços de acordo com o contexto regional.
Esta nova lógica requer posicionamento de gestores, reestruturação da oferta
de serviços com investimentos em resultados e agregação de valores aos usuários
e, sobretudo, requer novas práticas profissionais na atenção à saúde.

Referências Bibliográficas;
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4446701/
mod_resource/content/2/Modelos%20de%20Atencao%20a
%20Saude%20no%20Brasil_nov_3_11_20h%20%281%29.pdf
Alunos: Yuri, Tarsila, Larysa, Laysa, Luciana...
Proff: Telma
Turma: TEC 103
Turno: Noite

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