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Disciplina:

POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO BRASILEIRA
ENSINO MÉDIO

Prof. Flaviano Pereira


O QUE É POLÍTICA?
POLÍTICA
A arte da vida em comum

O termo política é derivado do grego antigo


πολιτεία (politeía), que indicava todos os
procedimentos relativos à pólis, ou cidade-
Estado.
ARISTÓTELES
ARISTÓTELES "É evidente que a cidade faz parte das coisas naturais, e que o
384 - 322 a.C. homem é por natureza um animal político. E aquele que por
natureza, e não simplesmente por acidente, se encontra fora da
cidade ou é um ser degradado ou um ser acima dos homens (...)
alguém sem linhagem, sem lei, sem lar. Aquele que é naturalmente
um marginal ama a guerra, e pode ser comparado a uma peça fora do
jogo. Daí a evidência de que o homem é um animal político mais
ainda que as abelhas ou que qualquer outro animal gregário. (...) a
natureza não faz nada em vão; ora, o homem é o único entre os
animais a ter linguagem (logos). (...) a linguagem tem como objetivo
a manifestação do vantajoso e do desvantajoso e portanto do justo e
do injusto. Trata-se de uma característica do homem ser ele o único
que tem o senso do bom e do mau, do justo e do injusto, bem como
de outras noções deste tipo. É a associação dos que têm em comum
essas noções que constitui a família e o estado.“
(Política - Aristóteles)
Público
adjetivo
1. relativo ou pertencente a um povo, a uma coletividade.
2. relativo ou pertencente ao governo de um país, estado, cidade etc.
"poder p."
3. que pertence a todos; comum.
"lugar p."
4. que é aberto a quaisquer pessoas.
"conferência p."
5. sem caráter secreto; manifesto, transparente.
"debate p."
6. universalmente conhecido.

Origem
⊙ ETIM lat. publĭcus,a,um 'concernente ao
público, do público etc.'
POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS:
conceito e contextualização numa perspectiva
didática
Adão Francisco de Oliveira

Política pública é uma expressão que visa definir uma situação específica da
política. A melhor forma de compreendermos essa definição é partirmos do
que cada palavra, separadamente, significa. Política é uma palavra de origem
grega, politikó, que exprime a condição de participação da pessoa que é livre
nas decisões sobre os rumos da cidade, a pólis. Já a palavra pública é de
origem latina, publica, e significa povo, do povo.
Conceito de Políticas Públicas

A discussão acerca das políticas públicas tomou nas


últimas décadas uma dimensão muito ampla, haja
vista o avanço das condições democráticas em todos os
recantos do mundo e a gama de arranjos institucionais
de governos, que se tornou necessário para se fazer a
governabilidade. Entende-se por governabilidade as
condições adequadas para que os governos se
mantenham estáveis. São essas condições adequadas,
enquanto atitudes de governos (sejam eles de âmbito
nacional, regional/estadual ou municipal), que
caracterizam as políticas políticas.
 Neste exercício, Azevedo (2003, p. 38) definiu que “política pública é
tudo o que um governo faz e deixa de fazer, com todos os impactos de
suas ações e de suas omissões”. O primeiro destaque a se fazer com
relação a essa definição dada por Azevedo é de que política pública é
coisa para o governo. A sua definição é clara nesse sentido. Isso quer
dizer que a sociedade civil, ou melhor, o povo, não é responsável direto e
nem agente implementador de políticas públicas. No entanto, a
sociedade civil, o povo, faz política. Percebe-se então que existe uma
distinção entre política e política pública. Mas como definir a primeira
expressão? O filósofo e historiador Michel Foucault (1979) afirmou que
todas as pessoas fazem política, todos os dias, e até consigo mesmas!
Isso seria possível na medida em que, diante de conflitos, as pessoas
precisam decidir, sejam esses conflitos de caráter social ou pessoal,
subjetivo. Socialmente, a política, ou seja, a decisão mediante o choque
de interesses desenha as formas de organização dos grupos, sejam eles
econômicos, étnicos, de gênero, culturais, religiosos, etc. A organização
social é fundamental para que decisões coletivas sejam favoráveis aos
interesses do grupo.
O que são Políticas Públicas
Educacionais?
 Se “políticas públicas” é tudo aquilo que um governo faz
ou deixa de fazer, políticas públicas educacionais é tudo
aquilo que um governo faz ou deixa de fazer em
educação. Porém, educação é um conceito muito amplo
para se tratar das políticas educacionais. Isso quer dizer
que políticas educacionais é um foco mais específico do
tratamento da educação, que em geral se aplica às
questões escolares. Em outras palavras, pode-se dizer
que políticas públicas educacionais dizem respeito à
educação escolar.
ENSINO MÉDIO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB,Lei nº 9.394/96, estabeleceu como
sendo dever do Estado a progressiva extensão da obrigatoriedade do Ensino Médio.

O Plano Nacional de Educação, Lei nº 10.172/2001, sancionado pelo Congresso Nacional em


2001, estabeleceu metas para a educação no Brasil com duração de dez anos que garantisse,
entre muitos outros avanços, a elevação global do nível de escolaridade da população, a
melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis, a redução das desigualdades sociais e
regionais, a ampliação do atendimento na Educação Infantil, no Ensino Médio e no Superior.
O Plano Nacional de Educação, tal como foi concebido, previu uma reavaliação de suas metas
em cinco anos. Uma das mais importantes metas do Plano Nacional de Educação no que
tange o Ensino Médio é a garantia do acesso a todos aqueles que concluam o Ensino
Fundamental em idade regular no prazo de três anos, a partir do ano de sua promulgação.
ENSINO MÉDIO
• Ensino Médio é Educação Básica
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) vem conferir uma
nova identidade ao Ensino Médio, determinando que Ensino Médio é Educação Básica.
A Constituição de 1988 já prenunciava essa concepção, quando, no inciso II do Art. 208,
garantia como dever do Estado “a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade
ao ensino médio”.
Posteriormente, a Emenda Constitucional nº 14/96 modificou a redação desse inciso
sem alterar o espírito da redação original, inscrevendo no texto constitucional “a
progressiva universalização do ensino médio gratuito”.
A Constituição, portanto, confere a esse nível de ensino o estatuto de direito de todo
cidadão. A alteração provocada pela Emenda Constitucional merece, entretanto, um
destaque.
ENSINO MÉDIO
A reforma curricular e a organização do Ensino Médio

O currículo, enquanto instrumentação da cidadania democrática, deve contemplar


conteúdos e estratégias de aprendizagem que capacitem o ser humano para a realização
de atividades nos três domínios da ação humana: a vida em sociedade, a atividade
produtiva e a experiência subjetiva, visando à integração de homens e mulheres no
tríplice universo das relações políticas, do trabalho e da simbolização subjetiva. Nessa
perspectiva, incorporam-se como diretrizes gerais e orientadoras da proposta curricular
as quatro premissas apontadas pela UNESCO como eixos estruturais da educação na
sociedade contemporânea:
ENSINO MÉDIO
ENSINO MÉDIO
A reforma curricular do Ensino Médio estabelece a divisão do conhecimento escolar em
áreas, uma vez que entende os conhecimentos cada vez mais imbricados aos
conhecedores, seja no campo técnico-científico, seja no âmbito do cotidiano da vida
social. A organização em três áreas – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências
da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias –
tem como base a reunião daqueles conhecimentos que compartilham objetos de estudo
e, portanto, mais facilmente se comunicam, criando condições para que a prática escolar
se desenvolva numa perspectiva de interdisciplinaridade. A estruturação por área de
conhecimento justifica-se por assegurar uma educação de base científica e tecnológica,
na qual conceito, aplicação e solução de problemas concretos são combinados com uma
revisão dos componentes socioculturais orientados por uma visão epistemológica que
concilie humanismo e tecnologia ou humanismo numa sociedade tecnológica
Vídeo: Políticas públicas de educação
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=uOpfWCyTQ60
PCN
PCN+

Estes Parâmetros cumprem o duplo papel de difundir os princípios


da reforma curricular e orientar o professor, na busca de novas
abordagens e metodologias. Ao distribuí-los, temos a certeza de
contar com a capacidade de nossos mestres e com o seu empenho
no aperfeiçoamento da prática educativa. Por isso, entendemos
sua construção como um processo contínuo: não só desejamos
que influenciem positivamente a prática do professor, como
esperamos poder, com base nessa prática e no processo de
aprendizagem dos alunos, revê-los e aperfeiçoá-los.
Vídeo: Políticas públicas de educação
Como são aplicadas as Políticas Educacionais no Brasil ?

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=sNCHNCTyYr8
EDUCAÇÃO É UM DIREITO!
A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. (Constituição Federal de
1988, art. 5º)
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de
colaboração seus sistemas de ensino. (Art. 211 da Constituição Federal de 1988)
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal,
com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime
de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de
implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do
ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de
ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas
federativas que conduzam a:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em
educação como proporção do produto interno bruto.
(Constituição Federal de 1988, art. 214)
Vídeo: Políticas públicas de educação
Ensino Médio: desafio na formação de professores

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=KJuvk1OYsXM
O novo Ensino Médio e os itinerários
formativos
 A proposta denominada Novo Ensino Médio conta com a ampliação do tempo
mínimo do estudante na escola de 800 horas para 1.000 horas anuais (até
2022), definição de uma nova organização curricular, mais flexível, e a oferta
de diferentes possibilidades de escolha para os estudantes, por meio dos
itinerários formativos, com foco nas áreas de conhecimento (Linguagens,
Matemática, Natureza e Humanas) e na formação técnica e profissional,
conforme estabelece a LDB (13.415/2017):
 Com essa nova proposta de organização do Ensino Médio, objetiva-se
“garantir a oferta de educação de qualidade a todos os jovens brasileiros e de
aproximar as escolas à realidade dos estudantes de hoje, considerando as
novas demandas e complexidades do mundo do trabalho e da vida em
sociedade” (BRASIL, 2018). Pretende-se, portanto, viabilizar efetivamente um
diálogo entre a escola e a comunidade, a fim de que o ensino se adapte às
necessidades dos adolescentes, preparando-os para viver em sociedade e
enfrentar os desafios do mercado de trabalho. Para tanto, é preciso um sistema
de ensino mais flexível, que proporcione a autonomia e o protagonismo dos
estudantes dentro e fora do ambiente escolar.
O novo Ensino Médio e os itinerários
formativos
 Itinerários formativos são o caminho percorrido pelo estudante
do Ensino Médio para conectar sua aprendizagem com seus
interesses, anseios e aptidões, de modo a preparar-se (jovens do
Ensino Médio, entre 15 e 17 anos) para o mundo do trabalho.
Para isso, no primeiro ano do Ensino Médio, os estudantes terão
a oportunidade de iniciar um itinerário formativo, construído a
critério das escolas e de acordo com a realidade da comunidade
local, por um conjunto de disciplinas, oficinas, projetos, núcleos
de estudo, a fim de se aprofundarem em uma ou mais áreas de
conhecimento, ou na formação técnica e profissional, como já
ocorre em diversas instituições de ensino pelo país.É importante
destacar que se as redes de ensino optarem por disponibilizar a
formação técnica e profissional, ao final dos três anos do Ensino
Médio os estudantes deverão receber certificados de conclusão
da educação básica e de curso técnico ou profissionalidade
realizados.
O novo Ensino Médio e os itinerários
formativos
 O sistema de ensino por itinerários formativos promove a
ampliação das aprendizagens, o desenvolvimento da autonomia
e da capacidade de tomar decisões, colocando o estudante no
centro do processo de ensino e aprendizagem, a fim de que, por
meio de uma formação integral, eles possam planejar e executar
Projetos de Vida alinhados aos seus interesses pessoais e à
promoção de valores universais (ética, democracia,
solidariedade, justiça social etc.).
 Nessa perspectiva, o estudante do Ensino Médio, deve
pautar sua formação em cinco eixos estruturantes: investigação
científica, processos criativos, mediação e intervenção
sociocultural e empreendedorismo. Com essas habilidades,
espera-se que o jovem possa avaliar seus interesses, conhecer
seus potenciais e dar continuidade aos seus estudos, atuando
como protagonista de sua própria história.
Saiba mais!
https://mvceditora.com.br/2020/08/13/o-novo-ensino-medio-e-os-itinerarios-formativos/
http://novoensinomedio.mec.gov.br/resources/downloads/pdf/DCEIF.pdf
http://novoensinomedio.mec.gov.br/#!/pagina-inicial
Vídeo: Políticas públicas de educação
Os Itinerários Formativos do Novo Ensino Médio

FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=9zPshUn0ZNg
LINKS – POLÍTICAS PÚBLICAS EM
https://www.youtube.com/watch?v=RHt0Ge-hi_w
https://www.youtube.com/watch?v=0GH8gHyYQxw
https://www.youtube.com/watch?v=VfXIMDvpOJE
https://www.youtube.com/watch?v=sti-XDU1Lso
https://www.youtube.com/watch?v=9zPshUn0ZNg
https://globoplay.globo.com/v/10400744/

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