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Educação Básica
Introdução
Dizendo de outro modo, um ensino de filosofia vale pelos efeitos que pode
produzir. É certo que, no âmbito das grandes políticas, da educação maior,
planejam-se efeitos para a filosofia: fazer de todos cidadãos, mesmo que
por cidadãos entendam-se os consumidores no mercado global. Não deixa
de ser uma filosofia prática, alheia ao enciclopedismo. Mas, por outro lado,
uma filosofia criativa, voltada para os problemas vividos, visando
equacioná-los conceitualmente, pode ser potencialmente revolucionária.
Pode ser uma arma de produção de autonomia, mesmo no contexto de
uma sociedade de controle. (Gallo, 2013, p. 30).
O ensino dos fundamentos da política brasileira surge então nesse contexto
de resistência, como diz Gallo, devemos “usar nossas aulas como trincheiras, como
espaços de resistência” (Gallo, 2013, p. 32). É de grande importância criar para a
população, meios de criar autonomia de pensamento na sociedade brasileira, e a
filosofia política deve servir exatamente para esse propósito. Permitir que alunos do
ensino básico possam formular e aplicar conceitos que rodeiam a formação política
nacional pode causar grandes mudanças na maneira como a filosofia é aplicada
nas escolas, garantindo uma independência de pensamento do próprio mundo ao
redor dos estudantes e aprofundamento de suas relações com a própria filosofia.
Portanto, “República Federativa do Brasil” diz que o país está sob o regime
de uma democracia nos moldes liberais. Esse entendimento expande a quantidade
de conceitos que devem ser explorados. Palavras como “democracia” e
“liberalismo” fazem parte do debate político no país, e são constantemente ouvidas
e discutidas nos mais diversos ambientes, mesmo que nem todos compreendam
completamente o que ambos termos se referem. Façamos então uma explicitação
dos conceitos de democracia e liberalismo.
O liberalismo é uma noção moderna, historicamente ligada às revoluções
industriais inglesas, e tem como pressuposto principal, a ideia de liberdade
individual acima de todas as outras coisas. Sendo assim, no âmbito de uma
democracia, regime que deve garantir voz à população, o liberalismo promove a
representatividade política como forma de atingir tal objetivo. Dessa forma,
segundo Bobbio, podemos descrever essa atuação liberal na democracia da
seguinte maneira:
Nesta concepção liberal da Democracia, a participação do poder político,
que sempre foi considerada o elemento caracterizante do regime
democrático, é resolvida através de uma das muitas liberdades individuais
que o cidadão reivindicou e conquistou contra o Estado absoluto. A
participação é também redefinida como manifestação daquela liberdade
particular que indo além do direito de exprimir a própria opinião, de reunir-
se ou de associar-se para influir na política do país, compreende ainda o
direito de eleger representantes para o Parlamento e de ser eleito. (Bobbio,
1983, p. 324).
Assim, mais uma vez a filosofia política revela sua face útil para a
aprendizagem, uma vez que, ao apresentar para o discente uma discussão
filosófica que trata de assuntos e conceitos que batem com sua realidade e que o
afeta diretamente, o mesmo se verá representado no ato de filosofar. É a filosofia
se apresentando ao aluno, e não o inverso:
Considerações finais
Referências Bibliográficas
Agradecimentos