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CURSO DE GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

UNIDADE II - ESTUDO DA ORGANIZAÇÃO, ATIVIDADE E PAPEL DE


GRUPOS DE INTERESSE: ATORES, DEMANDAS E NECESSIDADES.
UNIDADE III - PROCESSO DE FORMULAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E
AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS COM ÊNFASE NA FORMULAÇÃO

NOTA DE AULA 2

- LOBBY -

- OS ESTÁGIOS DO CICLO POLÍTICO-ADMINISTRATIVO -

2.1 - Representação de interesses no processo de formulação de políticas públicas;


Interesses, organização e políticas sociais; - O lobby e o interesse público.

Partindo do nosso livro texto, temos que os autores partem da seguinte questão: “Por que
alguns problemas aparecem na agenda governamental como objetos de ação e outros
não?” (HOWLETT, RAMESH e PERL, 2013: 103)

A partir dessa indagação, os autores constroem o capítulo, mostrando os mecanismos que


compõem e influenciam a definição de uma agenda política.

Antes de entramos no Ciclo das políticas Públicas, e estudarmos o primeiro Ciclo (A


construção da Agenda Política), vamos lembrar o papel dos atores políticos na definição
das políticas públicas.

A proposição feita lembra da importância dos atores políticos, que dependendo do


território em questão, podem não ser apenas locais. Ou seja, é possível que a agenda sofra
influência de atores externos ao território para o qual se destinam as políticas em pauta.

A Agenda elenca os Problemas (públicos) e/ou preocupações (públicas) que são


reconhecidos pelo grupo de/no PODER como sendo objetos de POLÍTICAS PÚBLICAS
(ação governamental).
Traduz as relações de força e de poder em um certo momento e em um determinado
TERRITÓRIO (Tempo e Espaço de decisões).
➢ Como se chega à “eleição” desses problemas?
- Demandas domésticas (locais) – Ex.: Segurança
- Demandas internacionais – Ex.: Mudanças Climáticas
- Conjunção de demandas – Ex.: ODS
- Interesses dos grupos de PODER

DISCIPLINA: FORMULAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS I


Profa. SUELY SALGUEIRO CHACON
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- Prioridades do grupo no PODER
*Outra possibilidade são Oportunidades Conjunturais – Ex.: Olimpíadas. Ou Catástrofes
– Ex.: Furacões, enchentes.
*Questões Legais, Constitucionais – obrigatórias e que são postas em prática por
Políticas Públicas.
*E a propostas de Políticas Públicas podem demandar a criação de novas leis.

2.2 - Primeiro Estágio: Montagem da Agenda (CAPÍTULO 4 de HOWLETT,


RAMESH e PERL, 2013)

➢ Confrontos contínuos das FORÇAS de/no PODER.


Dependendo de quem ganha o jogo de PODER, uma questão pode ser abordada de
diversas maneiras (alternativas).
O ESTADO (e quem o representa no momento, quem compõe o GOVERNO) deve
ponderar e influir na decisão, conforme as condições conjunturais. Contudo, o jogo
político do PODER costuma ser determinante, restando ao ESTADO:
- Reconhecer Legitimar formalmente “os resultados momentâneos
- Documentar do confronto contínuo de forças existentes na matriz
- Legalizar social mais ampla”.

➢ Os atores no processo de formulação de políticas públicas (DIAS e MAIA,


2012 – Capítulo 3, pág. 39)
Tipologia dos atores no processo de formulação de políticas públicas:
- Atores formais e informais
- Atores individuais e coletivos
- Atores públicos e privados
Os Atores (DIAS e MAIA, 2012 – Capítulo 3 - Quadro da pág. 44):
- Atores fundamentais (Políticos e alta equipe administrativa. Presidente, governadores,
prefeitos, ministros, secretários, senadores, deputados e vereadores)
- Partidos Políticos (Tanto os de situação quanto os de oposição)
- Equipes de governo (Pessoas nomeadas para integrar equipes que assessoram os
políticos)

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- Corpo técnico (Burocracia, constituída por funcionários de carreira)
- Juízes (Poder judiciário)
- Mídia (Veículos de comunicação em massa (jornais rádios, internet)
- Empresas (Corporações transnacionais, pequenas e médias empresas)
- Sindicatos e associações profissionais (Organizações sindicais e de representação
profissional)
- Organizações do Terceiro Setor (ONGs, entidades filantrópicas, fundações, OSCIPs)
- Atores do conhecimento (Escritórios de assessoramento legislativo, institutos
vinculados a partidos políticos, organismos internacionais, centros de pesquisa,
organizações não governamentais com unidades de pesquisa, unidades de pesquisa de
empresas e corporações, Universidades (os autores entendem que não))
- Grupos de pressão (Conjunto de indivíduos que procuram defender seus interesses junto
aos órgãos de governo)
- Movimentos sociais (Movimento de curta duração com objetivos bem determinados)
- Associações comunitárias (Sociedades de amigos de bairros, associações representativas
de comunidades territoriais específicas (quilombolas, caiçara, ribeirinhos etc.))

Sob a influência desses fatores e atores, as agendas são pensadas e definidas. Para
HOWLETT, RAMESH e PERL(2013), “O que acontece nesse estágio inicial tem um
impacto decisivo em todo o processo político e seus outcomes”. (pag. 103). Ou seja, os
resultados políticos começam a se delinear nesse estágio.

E chamam a atenção para o papel do PLANEJAMENTO na definição dessa agenda.


Especificamente, os autores sugerem o uso de ferramentas do planejamento estratégico.
Partimos, assim, de um diagnóstico dos problemas, que pode ter como base a chamada
“Matriz FOFA”, que define as Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças que
permeiam o cenário analisado.

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Bibliografia:

CARLOS, Euzeneia; OLIVEIRA, Osmany Porto de; ROMÃO, Wagner de Melo. (Orgs.).
Sociedade civil e políticas públicas: atores e instituições no Brasil contemporâneo.
Chapecó, SC: Argos, 2014.
CASTRO, Maria Helena Guimarães de. “Interesses, Organizações e Políticas sociais".
Boletim Informativo Bibliográfico, n. 31, 1991.
CHACON, Suely Salgueiro e NASCIMENTO, Verônica Salgueiro do. Para além do
(pré)conceito e do discurso - Proposta de avaliação de políticas públicas com base na
sustentabilidade. Revista AVAL. Fortaleza, v. 4, n. 18, p. 62-87. Julho/Dezembro, 2020.
Disponível em: http://periodicos.ufc.br/aval/article/view/61650/162644. Acessado
em: 12/05/2021.
CHACON, Suely Salgueiro. O Sertanejo e o caminho da s águas: políticas públicas,
modernidade e sustentabilidade no semi-árido. Fortaleza: BNB, 2007. Série Teses e
Dissertações. Vol. 8.
DIAS, Reinaldo e MATOS, Fernanda. Políticas públicas. Princípios, propósitos e
processos. São Paulo: Atlas, 2012.
GRAZIANO, Luigi. O lobby e o interesse público. In: RBCS - Revista Brasileira de
Ciências Sociais, vol. 12, n. 25, 1997.
HOWLETT, M.; RAMESH, M; PERL, A. Política Pública: seus ciclos e
subsistemas: uma abordagem integral. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
MANCUSO, Wagner P. e GOZETTO, Andréa Cristina Oliveira. Lobby e políticas
públicas. FGV de Bolso 46. Série Sociedade & Cultura. Rio de Janeiro: FGV Editora,
2018.
SANTOS, Hermílio. Grupos de interesse e redes de políticas públicas: uma análise da
formulação de política industrial. Civitas - Revista de Ciências Sociais. Ano 2, n- 1,
junho 2002.
SECCHI, Leonardo, COELHO, Fernando de S. e PIRES, Valdemir. Políticas Públicas.
Conceitos, esquemas de análise, casos práticos. 3ª. Ed. São Paulo: Cengage, 2017.

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