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e Terceiro Setor
Material Teórico
Comunicação no 3º Setor: Comunitária ou de Massa?
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Propor uma discussão importante para os dias atuais: “Será que a comunicação
produzida no terceiro setor é de massa ou é comunitária?”;
• Estudar sobre os fatores fundamentais para compreender a expansão do ter
ceiro setor;
• Estudar sobre a atuação do comunicólogo no terceiro setor.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Comunicação no 3º Setor: Comunitária ou de Massa?
Comunicação no 3º Setor:
Comunitária ou de Massa?
Quando mencionamos o termo terceiro setor é impossível não rememorarmos
o papel dos demais setores: o primeiro e o segundo. O primeiro setor refere-se ao
Estado; nos âmbitos federal, estatal e municipal. O segundo setor diz respeito ao
setor privado, ou seja, as organizações com fins lucrativos.
Figura 1
Fonte: Getty Images
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Uma vez constituída, as entidades acima podem requerer para determinados
órgãos do poder público; títulos e certificados que permitem que as organizações
usufruam de certos benefícios fiscais. Os títulos são os seguintes:
• Título de utilidade pública;
• Registro no Conselho Nacional de Assistência Social;
• Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos;
• OSCIPs;
• Organizações Sociais.
Cabe ressaltar, que o termo ONG ou organizações da sociedade civil são empre-
gados indiscriminadamente no senso comum.
O termo “3º setor” é recente no Brasil. Ele passou a ser utilizado a partir do
início dos anos 90 para designar as organizações da sociedade civil, sem fins lu-
crativos, criadas e mantidas com ênfase na área social. Estima-se que atualmente
existam cerca de 400 mil organizações de 3º setor no Brasil, movimentando cifras
que correspondem a 1,5% do PIB.
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Figura 2
#ParaTodosVerem. Foto de uma página de jornal em preto e branco. No topo da
página há uma figura da fachada da igreja da Santa Casa de Misericórdia de São
Paulo, erguida em 1876. Abaixo, em letras grandes, há o título “Pioneiros do bem”.
Na manchete está escrito em letras menores “conheça as entidades que trabalham
com filantropia não há anos, mas há séculos”. Há um texto escrito em letras pequenas
organizado em três colunas. No final da página há uma foto pouco legível do colunista
e abaixo o nome Ronaldo Fraga, 33 anos, Belo Horizonte. Fim da descrição.
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Agora vamos viajar de volta aos dias atuais. Confira alguns fatores determinantes
para a situação caótica em que se encontra boa parte do mundo contemporâneo:
O Mundo Hoje
Êxodo Rural
Explosão
Demográfica
Capitalismo
Industrialização
Público X Privado
Figura 3
#ParaTodosVerem. Imagem vetorial de um fluxograma. No topo do fluxograma há
um retângulo em que está escrito “O mundo hoje”, desse retângulo saem diversas
setas que vão apontando para baixo e para outros retângulo organizados, uma abaixo
do outro, em que se pode ler, de cima para baixo: êxodo rural, explosão demográfica,
capitalismo, industrialização, público versus privado. Fim da descrição.
• Êxodo Rural: Na Europa, nas Américas e no mundo Islâmico Ocidental, exce-
to na Ásia Continental do Sul e o Leste da África subsariana, os camponeses
foram a minoria da população.
• Explosão Demográfica: Desde 1950, a população mundial multiplicou-se
por 2,5 e a da América Latina por quase 4. Vivemos em um mundo com mais
de 6 bilhões de seres humanos.
• Desigualdade Social: Hoje, 26 países, pouco menos de 15% da população
mundial possuem PNB (Produto Nacional Bruto) razoável para se viver. Sintoma
deste desequilíbrio é o surto de imigração dos países pobres para os países ricos.
• Problemas Ecológicos: O mundo industrial e o desenvolvimento capitalista
trouxeram o colapso humano, chegando a ameaçar a raça humana da terra.
• O embate entre o público e o privado: Com o avanço do neoliberalismo, o
setor público - na figura do Estado - é enfraquecido e – paralelamente – o setor
privado é fortalecido. Tendo em vista o poder do setor privado, a sociedade
civil se vê na obrigação de cobrar determinadas posturas do empresariado.
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Figura 4
Fonte: Adaptado de Getty Images
Sobre a crítica à atuação oportunista de algumas empresas que cultivam o rótulo de so
Explor
cialmente responsável, assista ao filme “Quanto vale ou é por quilo” (Dir. Sérgio Bianchi).
Vale a pena!
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No mesmo período foram criadas dezenas de fundações vinculadas a empresas,
como Odebrecht, Educar, O Boticário, Acesita e muitas outras. No início, as em-
presas preferiam investir nos projetos elaborados e conduzidos pelos movimentos
sociais e ONGs, entretanto com o passar dos anos, elas preferiram conceber suas
próprias fundações beneficentes.
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Figura5
Fonte: Divulgação
Empresa
RESPONSABILIDADE SOCIAL:
Uma responsabilidade para vários públicos
Acionistas
Consumidor Forncedor Colaborador
Parceitos
- Mais consciente - Exigência na - Transparência; - Respeito e
Ex.: Mc’ Donalds. relação custo x - Balanço Social; consideração;
benefício; - Imagem pública. - Leis trabalhista.
- Transgênicos.
Figura 6
#ParaTodosVerem. Imagem vetorial de um fluxograma. No topo, em letras grandes está
escrito “Empresa” desse texto sai uma seta que aponta para baixo e para o texto “respon
sabilidade social: uma responsabilidade para vários públicos”. Desse texto saem 4 outras
setas divididas em colunas, na primeira coluna está escrito “consumidor” e abaixo dela
tem o texto: “mais consciente. Exemplo: Mc Donald’s”. Na segunda coluna está escrito
“Fornecedor”, abaixo está escrito: exigência na relação custo versus benefício; transgêni
cos. Na terceira coluna está escrito “Acionistas parceiros”, abaixo está escrito: transparên
cia, balanço social, imagem pública. Na quarta coluna está escrito: “colaborador” e abaixo
está escrito respeito e consideração, leis trabalhistas. Fim da descrição.
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A concorrência em busca de financiamentos público e privado no terceiro setor
tem promovido um movimento de profissionalização de seus agentes, especial-
mente, na área de comunicação. Afinal, sem uma boa estratégia de comunicação,
não há ONG capaz de se tornar atraente aos olhos dos investidores e muito me-
nos Fundações empresarias bem sucedidas aos olhos da opinião pública. Nesse
sentido, possíveis especulações sobre o futuro permitem afirmar que a inserção e
a consolidação do comunicólogo no terceiro setor devem propiciar a criação de
um novo nicho no mercado de trabalho.
Não há indícios de que este seja o novo e tão esperado “Eldorado” empregatício
na área da comunicação. Cabe ressaltar que o terceiro setor ainda remunera – na
maioria das vezes – mais que o setor público, porém menos que o setor privado.
Além disso, exige-se do profissional um envolvimento diferenciado daquele ao qual
ele está acostumado, como por exemplo: ter visão holística sobre o processo de
trabalho, empregar a afetividade aos seus diversos públicos e, inclusive, assumir pos-
turas políticas a respeito de determinada realidade social (CAVALCANTI, 2004).
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Bom, por hoje é só! Eu volto em breve com mais informações sobre o universo
da comunicação comunitária. Até lá!
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Referências
BELTRÃO, L. Comunicação popular e religião no Brasil. In: MELO, José Marques
de (org). Comunicação/Incomunicação no Brasil. São Paulo: Loyola, 1976.
FILHO, P. C. No olho do furacão: América Latina nos anos 60/70. São Paulo:
Cortez, 2003.
HOBSBAWM, E. Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
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WOLF, M. Teorias das Comunicações de Massa. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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