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e Terceiro Setor
Material Teórico
Folkcomunicação
• Folkcomunicação.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Estudar o conceito da folkcomunicação;
• Apresentar a versão atualizada da teoria da folkcomunicação.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Folkcomunicação
Folkcomunicação
Em outras unidades da disciplina Comunicação Comunitária, eu já havia comen-
tado que há meio século, o folclore da sociedade contemporânea era proveniente
da relação mantida entre cultura popular e cultura de massa.
A tese de Beltrão foi considerada uma das maiores contribuições realizadas à Te-
oria da Comunicação brasileira. Beltrão, contudo, sofreu os desmandos do regime
militar brasileiro, foi censurado e impedido de obter o seu título de doutor.
Logo quando iniciou seus estudos, Beltrão se questionava por que uma grande
massa da população não estava exposta à comunicação de massa e mesmo assim
possuía informação. Sua formulação original de pesquisa foi “Como se informa-
vam as populações rudes do interior do nosso país?”
Em seguida, Beltrão indagou: “Não seria uma ameaça à unidade nacional (...)
o alheamento em que nós, jornalistas, e os nossos governantes nos mantí-
nhamos ante essa realidade enigmática, que é a comunicação sub-reptícia de
alguns milhões de cidadãos alienados do pensamento das elites dirigentes.”
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Mensagens
Comunicador
Interprete
Receptor
Audência
Fonte de informação
Comunicação de Retorno
Figura 1
#ParaTodosVerem. Imagem vetorial de um esquema de Beltrão. Da esquerda para
a direita há um círculo com o seguinte texto dentro: comunicador, intérprete, recep-
tor, simbolizando “fonte de informação”. Do círculo sai uma seta que aponta para o
lado direito e segue até alguns símbolos que significam “audiência”. Do mesmo círculo
também sai uma seta que significa “mensagens” e aponta também para audiência.
No caminho contrário, de audiência sai uma seta que retorna para o círculo inicial de
“fonte de informação”. Fim da descrição.
Deu para notar que folkcomunicação é a comunicação em nível popular. Por
popular, entendemos tudo o que se refere ao povo - ou seja - aquele que não se
utiliza dos meios formais de comunicação. Mais precisamente, folkcomunicação é
a comunicação pelo folclore.
Em verdade, num país com dimensões continentais como o nosso, não é somente
pelos meios de comunicação tradicionais (TV, rádio, cinema, arte, Universidade etc)
que a população brasileira se comunica. Vale dizer que nosso país possui elevados
índices de analfabetos e indivíduos em circunstâncias sociais e políticas nada razoáveis.
Nesse sentido, um dos grandes canais de comunicação coletiva é, sem dúvida,
o folclore. E isso vai das fofocas no salão de cabeleireiros até as impressões do
taxista em uma corrida. Os líderes populares/regionais/folclóricos possuem papel
decisivo nesse processo de comunicação.
Para Luiz Beltrão, folkcomunicação não representa uma comunicação de clas-
ses populares. Em verdade, o autor quer se referir a todos os que vão contra a
comunicação dominante, ou seja, a comunicação de massa.
Cabe dizer que na década de 60, enquanto a violência racial e o conflito do
Vietnã agitavam os Estados Unidos surgia uma concentração de fenômenos que
receberam o nome de contracultura. A juventude de classe média começava condu-
zir-se de modo totalmente oposto aos valores de uma sociedade moralista, racista,
consumista e tecnocrata. Leia o texto abaixo:
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UNIDADE Folkcomunicação
MCM MCF
Fonte M Audiência M Audiência de
Canal Canal
Comunicador Líderes FOLK
Código:
MCM: Meio de comunicação de massa
MCF: Meio de comunicação de FOLK
Comunicação de retorno direta
Comunicação de retorno indireta
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Figura 3
Fonte: Wikimedia Commons
Tabela 1
GÊNEROS FORMATOS
· Aboio; · Conchavo;
· Advinhação; · Fofoca;
· Anedota; · Glosa;
· Apelido; · Gíria;
· Bendito; · Lenda;
Folkcomunicação oral · Boato; · Palavrão.
· Cantiga de mendigo; · Parlenda
· Cantoria; · Pregão
· Conto de fada; · Provérbio
· Conversa fiada; · Trova
· Baião; · Dobrado;
· Canção de ninar; · Embolada;
· Canto de bebida; · Lundu;
Folkcomunicação musical · Canto de trabalho; · Moda de viola;
· Chimarrete; · Romance;
· Choro; · Samba de breque;
· Chula; · Toada.
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UNIDADE Folkcomunicação
GÊNEROS FORMATOS
· Adornos pessoais; · Brinquedo artesanal;
· Enfeites domésticos; · Ex-voto;
Folkcomunicação icônica · Amuletos; · Figura de enfeite;
· Boneco de barro; · Presépio.
· Afoxé; · Forró;
· Amarelinha; · Frevo;
· Aniversário natalício; · Funk carioca;
· Baiana; · Gincana;
· Batuque; · Guerreiro;
· Bodas; · Jogo do bicho;
· Bloco carnavalesco; · Jongo;
· Bumba-meu-boi; · Maracatu;
· Caboclinho; · Marujada;
· Caiapó; · Paradas cívicas;
· Candomblé; · Pastoril natalino;
· Capoeira; · Peladas de várzea;
· Catira; · Procissão;
· Cavalhada; · Quermesse;
Folkcomunicação cinética · Chá de bebê; · Rap paulista;
· Chá de cozinha; · Rodeio crioulo;
· Chegança; · Quadrilha;
· Ciranda; · Queima de Judas;
· Circo mambembe; · Reisado;
· Coco de roda; · Romaria;
· Comício político; · Taieira;
· Congada; · Ticumbi;
· Cururu; · Troça;
· Dança de Moçambique; · Trote de calouros;
· Despedida de solteiro; · Vaquejada;
· Escola de samba; · Velório;
· Fandango; · Xaxado.
· Folia de reis;
Espero que tenha apreciado nossa viagem pelo universo da comunicação co-
munitária e se sensibilizado com a necessidade de um profissional da comunicação
crítico e ciente de sua responsabilidade social.
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Referências
BELTRÃO, L. Comunicação popular e religião no Brasil. In: MELO, José Marques
de (org). Comunicação/Incomunicação no Brasil. São Paulo: Loyola, 1976.
FILHO, P. C. No olho do furacão: América Latina nos anos 60/70. São Paulo:
Cortez, 2003.
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UNIDADE Folkcomunicação
HOBSBAWM, E. Era dos Extremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
WOLF, M. Teorias das Comunicações de Massa. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
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