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Partido político
tipo de grupo político

Este artigo cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo.
Saiba mais

Partido político é um grupo organizado, legalmente formado, com base em formas


voluntárias de participação numa associação orientada para ocupar o poder político.

É um grupo organizado de pessoas que formam legalmente uma entidade, constituídos com
base em formas voluntárias de participação, nessa "democracia", segundo professor Lauro
Campos da Universidade de Brasília; quando faz referência ao espectro ideológico, em seu
livro, História do Pensamento Econômico, em uma associação orientada para influenciar ou
ocupar o poder político em um determinado país politicamente organizado e/ou Estado, em
que se faz presente e/ou necessário como objeto de mudança e/ou transformação social.
Porém, segundo Robert Michels, em seu livro publicado em 1911, Sociologia dos Partidos
Políticos, por mais democráticos sejam esses partidos, eles sempre tornam-se oligárquicos,
esses partidos estão sempre sociologicamente ligados a uma ideologia, porém, nem sempre
essa ideologia é pragmática e/ou sociologicamente exequível ou viável, pois muitas vezes
carece de ambiente para seu desenvolvimento, o que demonstra segundo Lauro Campos,
que os chamados Líderes partidários não se sintonizam perfeitamente com o povo e como
que, como diz: "… tentam governar de costas para o povo e suas necessidades…".[1]

Conceito

Etimologia
O termo "partido" é o particípio passado do verbo "partir", que nesta acepção tem o sentido
de dividir. Por extensão de sentido, partido significa parte da sociedade representada por um
grupo.[2]

Definição jurídica

Organização de direito privado que, no sentido moderno da palavra, pode ser definido como
uma "união voluntária de cidadãos com afinidades ideológicas e políticas, organizada e com
disciplina, visando a disputa do poder político".

Definição sociológica

Entre os diversos sociólogos e cientistas políticos que estudaram e teorizaram sobre


partidos políticos, destacam-se Ostrogorsky, Robert Michels, Maurice Duverger, Max Weber e
Nildo Viana.[3]

Segundo Nildo Viana, os partidos políticos atuais são organizações onde predomina a
burocracia na sua estrutura e que se fundamentam na ideologia da representação política, e
não no acesso direto do povo às decisões políticas, e, tendo, como objetivo, conquistar o
poder político estatal, além de serem expressões políticas de alguma oligarquia econômica
ou tradicional.

A diferença entre Michels e Nildo Viana está no fato de que Michels, influenciado por Weber,
considera que o predomínio da burocracia nos partidos políticos, especialmente nos
partidos fascistas, nazistas, socialistas e comunistas, ocorre por uma necessidade técnica.
Em Nildo Viana, a burocratização dos partidos é derivada de um complexo processo social e
político que dá origem a expansão de uma nova classe social, a "burocracia".

Assim, Nildo Viana e Robert Michels coincidem em afirmar que a burocracia partidária é uma
fração daquela nova classe social: a "burocracia". Essa burocracia partidária, frequentemente
ultrapassa a sua função de assessoria do político e passa a ditar regras nos partidos
políticos.

História

Filosofia histórica aristotélica

Ainda não existem partidos políticos organizados a nível mundial, pois para isso dever-se-ia
levar em conta as necessidades mundiais e a vontade mundial de mudança, segundo
palavras de Lauro Campos.
No entendimento geral da chamada "Polis grega", a organização na chamada Democracia,
criada por Aristóteles, no seu conceito de Aristotelismo, exige-se a figura existencial de mais
de 1(um) partido político. No caso de "partido único", temos a figura de uma República,
segundo Platão. Que segundo Aristóteles considerava ser utópico, a utopia do e no sentido
de atendimento ao cidadão, em suas necessidades básicas. Segundo Aristóteles a chamada
"Ditadura não esclarecida" tinha seu início no chamado "partido único", dai orientava
Alexandre, denominado "O Grande", pelos conquistados, seu discípulo nesse sentido, de
ouvir à chamada por ele, oposição, o "Segundo partido", para bem governar.

Origem

Na Grécia e Roma antigas, dava-se o nome de partido a um grupo de seguidores de uma


ideia, doutrina ou pessoa, mas foi só na Inglaterra, no século XVIII, que se criaram pela
primeira vez, instituições de direito privado, com o objetivo de congregar partidários de uma
ideia política: o partido Whig e o partido Tory.

De fato, a ideia de organizar e dividir os políticos em partidos se alastrou muito, no mundo


todo, a partir da segunda metade do século XVIII, e, sobretudo, depois da revolução francesa
e da independência dos Estados Unidos. Até porque, a partir daí, a própria percepção da
natureza da comunidade política se transforma dramaticamente.

Atuação e classificação

Com o decorrer do tempo têm sido criadas as mais variadas formas de atuação dos partidos
políticos na vida política das nações. Foram também criadas várias formas de atuação
dentro dos partidos políticos.[4]

Partidos políticos seculares têm basicamente, através dos séculos, se mantido iguais só no
nome, pois seus programas, doutrinas e estilos de se fazer política têm variado
enormemente com o passar dos séculos.

Há partidos que procuram definir, no nome, claramente sua doutrina — como fazem, por
exemplo, o Partido Fascista, o Liberal, o Democrata-Cristão, o Conservador, o Nazista, o
Socialista, Comunista e o Trabalhista.

O sociólogo e ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, cunhou o termo "partido


omnibus" para nomear aqueles partidos políticos que já partem do propósito explícito de
reunir seguidores de diversas doutrinas e ideologias para atingirem objetivo comum a eles
todos (omnibus significa para todos, em latim). Têm como seu arquétipo, na literatura, os
partidos dominantes na política norte-americana: Partido Democrata e Partido Republicano e
o MDB no Brasil, ou mesmo o Partido Democrata italiano.

Muitos políticos têm feito a sua carreira política dentro de um grande partido político, para só
depois se candidatarem a altos cargos públicos, como, por exemplo, ocorre, na França, uma
grande disputa pelo cargo de secretário-geral do Partido Socialista Francês. Outros políticos,
ao contrário, preferem entrar ou formar pequenos partidos políticos para mais rapidamente
saírem candidatos a altos cargos públicos como fez o ex-presidente Fernando Collor em
1989.

Funções

Os partidos políticos detêm um papel fundamental na esfera política. Segundo Pasquino


(2010: 193-194), entre as suas funções distinguem-se as seguintes:

Criação de programas governativos que representem as propostas apresentadas ao


eleitorado. No entanto “(…) a formulação de programas não deve ser considerada a função
mais importante e específica dos partidos enquanto recetores das exigências
programáticas provenientes de outras organizações da sociedade que eles consideram
dignas da sua atenção pelos votos que podem trazer.”;

Recrutamento de novos membros e seleção dos mais competentes para os cargos


diretivos, de maneira a manter o bom funcionamento do partido;

Colocação de membros dirigentes do partido em cargos governativos, garantindo uma


boa representação dos ideais do partido, assim sendo, podemos afirmar que salvo “(…)
raríssimas exceções, a atividade que realmente caracteriza o papel dos partidos
contemporâneos consiste naquilo que foi designado por party government.”;

Organização parlamentar e de oposição, ou seja “(…) os notáveis e os representantes dos


partidos também desenvolvem uma atividade de extraordinária importância na oposição,
apresentando alternativas políticas, programáticas e mesmo de estilo aos governos e aos
governantes em funções.”

Transmissão de informação, de forma a “aumentar o nível de conhecimentos políticos da


população.”

Parlamentarismo e presidencialismo

No parlamentarismo em geral o presidente ou secretário-geral do partido político que


conseguiu o maior número de cadeiras no parlamento é quem governa o país, como chefe
de governo e chefe do gabinete ministerial. No parlamentarismo é o rei ou o presidente da
república, que são os chefes de Estado e se colocam acima dos partidos políticos.
No presidencialismo, a eleição para presidente da república é o eixo da política, em torno da
qual, se dá toda a movimentação e articulações dos políticos.

Sistemas e organização dos partidos

Os partidos políticos se desenvolveram muito no mundo no século XX. Tornou-se comum


que um político, primeiramente, faça carreira dentro de um partido político e só, quando
chegar ao topo da carreira dentro do partido político, se lançar candidato a altos cargos
políticos. São muitas as formas que as organizações partidárias se apresentam nas
diferentes nações.[5]

Há muitos países em que existe a figura do "partido único", ou sistema unipartidário, quando
só um partido é aceito pela legislação do país. O termo "partido único" seria uma contradição
de termos, pois se é partido, isto é, coisa partida, entende-se a existência de muitos.

Em contraste com o "partido único", existe, em muitos países, o chamado "pluripartidismo"


ou pluripartidarismo. A palavra "pluripartidarismo" significa, de fato, pluralidade de
partidários, enquanto a palavra "pluripartidismo" significa a pluralidade ou existência de
vários partidos políticos.

Em muitos países, partidos políticos que não são aceitos legalmente continuam existindo de
maneira informal e clandestinamente, almejando legalização política, o que lhes permitiriam
participar do processo político.

Em outro aspecto, há uma tendência de rompimento com as estruturas partidárias maiores


ou tradicionais com a criação de pequenos partidos políticos ou plataformas político-
eleitorais que possam ficar sob melhor controle de figuras políticas carismáticas
controversas.

Articulações

Frente partidária

Ocorre quando vários partidos se unem em vista a objetivo eleitoral comum. Como exemplo
a FRELIMO de Moçambique, a Frente Ampla do Uruguai, a FMLN da El Salvador, a FNLA de
Angola.

Organização partidária a nível mundial


Vários partidos com ideologias semelhantes têm formado organizações para trocarem
ideias através de reuniões periódicas. Entre estas organizações internacionais se destacam
a III Internacional, ou a Internacional Socialista e o Foro de São Paulo; também destacamos a
Internacional Liberal, e outras congêneres reunindo conservadores, democrata-cristãos,
como a União Democrática Internacional (IDU) ou a Internacional Democrática de Centro, e
organizações internacionais de Partidos Humanistas, Verdes (Global Greens), Libertários,
organizações monarquistas, trotskistas, das mais variadas tendências, na chamada IV
Internacional e suas dissidências, ou mesmo comunistas (como a extinta Komintern, ou o
Kominform).

Ver também

Filiação partidária

Lista de partidos políticos por país

Partidocracia

Político sem partido

Referências

1. VIANA 2003

2. «partito nell'Enciclopedia Treccani» (http://www.treccani.it/enciclopedia/partito/) .


www.treccani.it (em italiano). Consultado em 22 de agosto de 2017

3. MICHELS 1982

4. WEBER 2006

5. WEBER 1983

Bibliografia

DUVERGER, M. (1980). Os Partidos Políticos. Brasília: UnB

MICHELS, R. (1982). Sociologia dos Partidos Políticos. Brasília: UnB

WEBER, Max (1983). Parlamento e Governo numa Alemanha reordenada - Crítica Política do
funcionalismo e da Natureza dos Partidos. Petrópolis: Vozes

BARTOLINI, S.; MAIR, P. (2001). Diamond, L.; Gunther, R. (eds)., ed. Challenges to
Contemporary Political Parties. Political Parties and Democracy (em inglês). Baltimore:
Johns Hopkins University Press
Pasquino, Gianfranco (2010). Curso de Ciência Política. Cascais: Princípia

WEBER, Max (2006). A política como vocação. Ciência e Política duas vocações. São Paulo:
Cultrix

VIANA, Nildo (2003). O que são Partidos Políticos. Goiânia: Edições Germinal

Ligações externas

NEXO Politiquês 24 - Para que serve um partido político (https://soundcloud.com/nexo-jor


nal/nexo-politiques-24-para-que-serve-um-partido-politico) , no canal Nexo Jornal da
SoundCloud

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Última modificação há 1 mês por Hallel

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