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Respostas Modelo Direito Processual Civil Declaratório

À luz do art. 10º, nº1 do CPC, as ações podem ser declarativas ou executivas.

As ações executivas, de acordo com o nº4 do mesmo preceito legal, são aquelas em que o credor, partindo de um
direito já reconhecido num título executivo, nos termos do art. 10º, nº5 e 703º, nº1, visa obter a reparação efetiva
desse direito, requerendo a adoção das providências adequadas à realização coativa de uma obrigação que lhe é devida.

Por sua vez, ao abrigo do nº2 do art. 10º, as ações declarativas podem ser de simples apreciação, de condenação e
constitutivas. Nas ações de simples apreciação, segundo a al. a) do nº3 do citado preceito legal, pretende-se
unicamente que seja declarada a existência de um direito ou de um facto, sendo que estas podem ter natureza positiva
ou negativa e têm uma função preventiva. Nas ações de condenação, pretende-se, tal como previsto na al. b) do nº3
do art. 10º que, para além da declaração de existência de um direito, o tribunal condene o réu na prestação de uma
coisa ou de um facto, pressupondo ou prevendo a violação de um direito. De acordo com o art. 10º, nº3, al. c), as
ações constitutivas pretendem introduzir uma alteração na ordem jurídica existente, pelo que podem ser constitutivas-
constitutivas, constitutivas-modificativas ou constitutivas-extintivas, no caso de, respetivamente, constituir, modificar ou
extinguir uma relação jurídica.

(Neste momento do caso, explicamos que tipo de ação está em causa e porquê.)

No que se refere à forma do processo, encontra-se estabelecido no art. 546º, nº1 que o processo pode ser comum ou
especial.

O processo especial aplica-se aos casos especialmente previstos na lei (arts. 878º e seguintes + índice página 815),
sendo por isso que o processo comum tem caráter subsidiário e supletivo, uma vez que só é aplicável quando não se
encontre legalmente previsto nenhum processo especial, tal como preceituado no nº2 do art. 546º.

(Verificar se existe alguma forma de processo especial prevista legalmente para o caso concreto – resposta mais comum
é de que não existe, sendo por isso aplicável o processo comum.)

No caso em concreto, não existe qualquer forma de processo especial para a ação em questão, aplicando-se o processo
comum.

À luz do art. 548º, o processo comum de declaração segue a forma única, sem prejuízo da aplicação do princípio da
adequação processual (→ art. 547º)

A citação é o ato pelo qual se dá conhecimento ao réu de que foi proposta contra ele determinada ação e se chama ao
processo para se defender, sendo igualmente empregue nos casos em que se torna necessário chamar ao processo,
pela primeira vez, alguma pessoa interessada na causa, de acordo com o art. 219º, nº1.

De acordo com o art. 246º, a citação das pessoas coletivas rege-se, com as devidas adaptações, pelo regime previsto
para a citação das pessoas singulares.

Nos termos do art. 225º, nº1, a citação das pessoas singulares pode ser pessoal ou edital, sendo que a citação edital
tem natureza excecional, na medida em que só é utilizada nos casos em que o citando se encontre ausente em parte
incerta ou quando são incertas as pessoas a citar, tal como previsto no nº6 do art. 225º.

Segundo o art. 225º, nº2, a citação pessoal pode ser feita mediante transmissão eletrónica de dados, entrega ao citando
de carta registada com aviso de receção, seu depósito ou certificação da recusa de recebimento, ou através de contacto
pessoal do agente de execução ou do funcionário judicial com o citando.

Caso a citação pessoal seja realizada através o envio de carta registada com aviso de receção, o art. 223º, nº3, prevê
que as pessoas coletivas e as sociedades consideram-se ainda pessoalmente citadas ou notificadas na pessoa de
qualquer empregado que se encontre na sede ou local onde funciona normalmente a administração.
(Neste momento, dizer em que dia se considera o réu citado)

À luz do art. 219º, nº2, a notificação é o ato pelo qual se chama a alguém a juiz, que não devia intervir como parte ou
pelo qual se dá conhecimento às partes de um determinado facto ocorrido no processo.

Nos termos do art. 247º, nº1, as notificações às partes em processos pendentes são feitas na pessoa dos seus
mandatários judiciais. Por sua vez, à luz do art. 248º, os mandatários são notificados nos termos definidos na portaria
prevista no art. 132º, nº1, devendo o sistema informático certificar a data da elaboração da notificação ou no 1º útil
dia útil seguinte a esse, quando não o seja.

Nos termos do art. 279º b) do CC, o dia em que ocorrer o evento, neste caso, a notificação, não se conta, razão pela
qual o prazo para praticar o ato devido começa a correr no dia imediatamente seguinte. Na verdade, à luz do art. 138º,
nº1, o prazo conta-se de forma contínua, ou seja, conta-se durante todos os dias, sejam eles úteis ou não, suspendendo-
se, no entanto, durante as férias judiciais, salvo se a duração do prazo for igual ou superior a 6 meses ou se tratar de
atos a praticar em processos que a lei considere urgentes.

(Neste momento, dizer em que dia se considera o réu notificado)

Nos termos do art.139º, nº1, os prazos processuais podem ser dilatórios ou perentórios.

O prazo dilatório difere para certo momento a possibilidade de realização de um ato ou o início da contagem de um
outro prazo, de acordo com o art. 139º, nº2. O prazo perentório é aquele cujo decurso implica a extinção do direito de
praticar o ato.

Nos termos do art. 569º, nº1, o prazo perentório para apresentação de contestação é de 30 dias, sendo que podem
acrescer prazos dilatórios, estabelecidos no art. 245º:

• se a citação for feita em pessoa diferente do réu, há um prazo dilatório de 5 dias; (→ art. 223º, nº3)
• se o réu ser citado fora da comarca, há um prazo dilatório de 5 dias;
• se o réu é citado nas Regiões Autónomas, correndo a ação no continente ou é citado no Continente e a ação
corre numa Região Autónoma ou é citado numa ilha de uma RA e a ação corre noutra ilha de uma região
autónoma, há um prazo dilatório de 15 dias;
• se o réu é citado no Estrangeiro, há um prazo dilatório de 30 dias.

De acordo com o art. 142º, quando um prazo perentório se seguir a um prazo dilatório, os dois prazos contam-se como
um só.

No que concerne ao início da contagem de um prazo, o art. 279º, al. b) do CC determina que, na contagem de qualquer
prazo, não se conta o dia em que ocorrer o evento a partir do qual o prazo começa a correr.

Nos termos do art. 138º, nº1, o prazo processual estabelecido por lei é contínuo, suspendendo-se apenas durante as
férias judiciais, salvo se a duração for igual ou superior a 6 meses ou se tratar de atos a praticar em processos eu a lei
considere urgentes.

Ao abrigo do art. 28º da LOSJ, as férias judiciais, decorrem:

• De 22 de dezembro e 3 de janeiro
• Do domingo de ramos à segunda-feira de Páscoa
• De 16 de julho a 31 de agosto

O art. 139º, nº5 preceitua que, independentemente de justo impedimento, o ato pode ser praticado dentro dois três
primeiros dias uteis subsequentes ao termos do prazo, ficando a sua validade dependente do pagamento imediato de
uma multa.
Quando existem vários réus e os prazos são diferentes, dispõe o art. 569º, nº2 que, quando termine em dias diferentes
o prazo para a defesa por parte dos vários réus, a contestação de todos ou de cada um deles pode ser oferecida até ao
termo do prazo que começou a correr em último lugar.

• No caso de um facto se consubstanciar uma irregularidade de citação (Ex.: a secretaria indicar o prazo de defesa
de 35 dias e este ser de 30), ao abrigo do art. 191º, nº3, tal implica que a defesa do réu deva ser apresentada
dentro do prazo indicado para a contestação (os 35 dias do exemplo), a não ser que o autor tenha feito citar
novamente o réu em termos regulares.
• Se da carta de citação não constar o prazo…nos termos do art. 227º, o ato de citação deve ser acompanhado
por um conjunto de elementos que têm de ser obrigatoriamente transmitidos ao citando. Em particular,
estabelece o nº2 do citado preceito legal que a secretaria deve indicar ao citando o prazo dentro do qual
pode oferecer a sua defesa, já que essa informação é essencial para o exercício do direito de defesa e do
contraditório. Como não foi indicado o prazo aos réus, a citação é nula, ao abrigo do art.191º, nº1 pois, na sua
realização, não foram observadas as formalidades prescritas na lei. Tal nulidade pode ser arguida aquando da
primeira intervenção dos citados no processo. Em todo o caso, o tribunal pode conhecer oficiosamente essa
nulidade, a não ser que a mesma deva considerar-se sanada, devendo o juiz conhecer dessa nulidade logo que
dela se aperceba, podendo suscitá-la em qualquer estado do processo, enquanto não se deva considerar
sanada, nos termos do art. 200º, nº1.

A legitimidade traduz-se na posição que as partes ocupam numa determinada ação. Significa que o autor é o titular do
direito e o réu é o sujeito da obrigação.

Neste sentido, afigura-se fundamental a verificação da legitimidade das partes na ação, sob pena de a decisão que vier
a ser proferida sobre o mérito da causa não ter qualquer eficácia, uma vez que não pode vincular os verdadeiros titulares
da relação jurídica litigiosa se estes não estiverem presentes na lide.

Por isso, para que a decisão judicial possa produzir plenamente os seus efeitos, é necessário que estejam em juízo, na
posição de autor e do réu, as pessoas que são titulares da relação jurídica controvertida.

O conceito de legitimidade processual encontra-se vertido no art. 30º, sendo que de acordo com o mesmo, o autor é
parte legitima quando tem um interesse direito em demandar, ou seja, quando a procedência da ação representa para
si uma vantagem. Por sua vez, o réu é parte legitima quando tem um interesse direto em contradizer, ou seja, quando
a procedência da ação represente para si um prejuízo.

Na maior parte dos casos, as ações têm apenas um autor e um réu. Contudo, por vezes, a ação é proposta por uma
pluralidade de autores e/ou contra uma pluralidade de réus. Esta pluralidade pode ser, portanto, ativa, passiva ou mista.

A legitimidade plural pode ser verificada a título de litisconsórcio ou de coligação.

Verifica-se litisconsórcio se o interesse respeitar a uma pluralidade de partes principais que se unem no mesmo processo
para discutirem uma só relação jurídica material ou um único pedido.

Quanto à origem…

• Litisconsórcio voluntário: quando se permite que apenas uma das partes tenha intervenção no processo,
embora as restantes também o possam fazer se assim o entenderem
• Litisconsórcio necessário: caso em que exige a intervenção na ação de todas as partes
→ Legal (Ex.: Art. 34º, nº1: devem se propostas por ambos os cônjuges ou por um deles, com o
consentimento do outro, as ações de que possam resultar a perda ou oneração de bens que só por
ambos possam ser alineados ou a perda de direitos que só por ambos possam ser exercidos, incluindo
as ações que tenham por objeto a casa de morada de família.)
→ Convencional
→ Natural (Ex.: A ação de preferência deve ser intentada contra o alienante e o adquirente, verificando-
se entre ambos um litisconsórcio necessário natural. Isto, porque, só com a presença simultânea de
ambos é que a sentença constitutiva, a ser proferida na ação de preferência será suscetível de produzir
o seu efeito útil normal. O direito de preferência assiste a todos os comproprietários, logo a ação deve
ser proposta por todos em regime de litisconsórcio necessário natural, ao abrigo do art. 33º, nº2 e
nº3.

Quanto ao conteúdo…

• Litisconsórcio simples: pluralidade das partes existente num processo não implica um aumento do número de
oposições entre as partes
• Litisconsórcio recíproco: pluralidade de partes determina um aumento do número de oposições entre as
partes

Quanto ao momento da verificação…

• Litisconsórcio inicial: quando se verifica logo no início da ação


• Litisconsórcio sucessivo: quando, inicialmente, alguma das partes desacompanhada de coautores ou corréus,
os litisconsortes faltosos são chamados à ação pelo incidente de intervenção de terceiros

Verifica-se coligação quando esteja em causa uma pluralidade de relações jurídicas com pluralidade de sujeitos,
existindo entre estas uma relação de dependência ou de conexão.

Nos termos do art. 36º, é permitida a coligação de autores contra um ou vários réus e é permitido a um autor demandar
conjuntamente vários réus por pedidos diferentes:

• Quando a causa de pedir seja a mesma e única


• Quando os pedidos estejam entre si numa relação de prejudicialidade ou de dependência
• Quando apesar de a causa de pedir ser diferente, a procedência dos pedidos principais dependa essencialmente
da apreciação dos mesmos factos ou da interpretação e aplicação das mesmas regras de direito ou de cláusulas
de contrato perfeitamente análogas
• Quando os pedidos deduzidos contra vários réus se baseiam na invocação da obrigação cartular, quanto a uns,
e da respetiva relação subjacente, quanto a outros.

Para que a coligação seja possível não se devem igualmente verificar quaisquer dos obstáculos proferidos no art. 37º.

(No caso, verificar se o litisconsórcio ou a coligação são aplicáveis e se sim, explicar.)

A propósito da apreciação da relação controvertida quanto à determinação da legitimidade processual passivo, isto é,
se a legitimidade devia ser apreciada em função da relação controvertida, tal como a mesma havia sido configurada
pelo autor ou se, pelo contrário, em função do que viesse resultar do próprio desenvolvimento da causa.

Numa situação factual em que a ré alega e prova ter atuado como mera intermediária de um terceiro no âmbito de um
contrato de compra e venda…

• Alberto Reis entendia que a ré é parte ilegítima, devendo, por isso, ser absolvida da instância, por se ter apurado
que agiu como mera intermediária
• Barbosa de Magalhães entendia que a ré deve ser absolvida do pedido, pelo facto de não se ter provado a
relação jurídica que havia sido configurada pelo autor na petição inicial.

Art. 30º, nº3 suporta a tese defendida por Barbosa de Magalhães.


À luz do art. 15º, nº1, a capacidade judiciária consiste na suscetibilidade de estar, por si, em juízo, sem necessidade de
representação, sendo que, ao abrigo do princípio da equiparação ou da reciprocidade, a capacidade judiciária tem por
base e medida a capacidade do exercício de direitos, nos termos do art. 15º, nº2.

De acordo com o art. 16º, os incapazes só podem estar em juízo por intermedio dos seus representantes, ou autorizados
pelo seu curador, exceto quanto aos atos que possam exercer pessoal e livremente.

Nos termos do nº2 do art. 16º, os menores cujo exercício de responsabilidade parentais compete a ambos os pais são
por estes representados em juízo, sendo necessário acordo de ambos para a propositura das ações. Ao abrigo do nº3
do art. 16º do CPC e do art. 24º do CC, a incapacidade é suprida pelo poder paternal e, subsidiariamente, pela tutela.

A incapacidade judiciária não suprida leva à absolvição da instância, devendo o juiz abster-se de conhecer o pedido. A
incapacidade judiciária e a irregularidade da representação constituem uma exceção dilatória, de acordo com o art.
577º, al. c). São sanadas mediante a intervenção ou citação do representante legítimo ou do curador do incapaz, nos
termos do art. 27º, nº1. Se estes ratificarem os atos anteriormente praticados, o processo segue como se o vício não
existisse, de acordo com o art. 27º, nº2. Ao abrigo do art. 28º, o juiz, oficiosamente e a todo o tempo, deve providenciar
pela regularização da instância lego que se aperceba desse vício, sendo certo que o juiz deve determinar a notificação
de quem o deva representar na causa para, no prazo fixado, ratificar, querendo, no todo ou em parte, o processo anterior,
suspendendo-se, entretanto, a instância. (em casos específicos - art. 17º)

No que diz respeito à exceção dilatória da ilegitimidade processual, esta é sanável, mediante o incidente de intervenção
de terceiros, nos termos dos arts. 262º e 311º e ss. O juiz deve convidar a parte a sanar o vício, ou seja, chamar à ação
o seu representante através de um incidente de intervenção de terceiros, de acordo com os arts. 311º e ss..

Se for intervenção principal: abrange todos os casos em que um terceiro intervém como parte principal na causa, em
relação de litisconsórcio ou de coligação com o autor ou com o réu primitivos, nos termos dos arts. 311º a 320º. Se for
intervenção acessória: compreende todos os casos em que um terceiro se constitui como parte acessória, com a
finalidade de coadjuvar uma das partes principais, como previsto nos arts. 321º a 332º. Se for oposição: verifica-se
quando um terceiro se constitui como parte principal, a fim de fazer valer, no confronto de ambas as partes, um direito
próprio, total ou parcialmente incompatível com a pretensão deduzida pelo autor ou réu reconvinte, de acordo com o
art. 333º. Se a parte não o fizer, o juiz deve absolver a instância.

O estabelecimento comercial pode ser organizado pelo comerciante em nome individual ou por uma sociedade
comercial com vista ao exercício ou à exploração de certo ramo de atividade comercial ou industrial. Atento a natureza
do estabelecimento comercial, o qual tem na sua base um comerciante em nome individual ou uma sociedade comercial,
conclui-se que o estabelecimento comercial não tem personalidade, nem capacidade judiciárias, neste sentido, o
Acórdão do TRL de 19.02.1982. Com efeito, o estabelecimento comercial não e um património autónomo e não tem,
como tal, personalidade jurídica. Como o estabelecimento comercial não tem personalidade jurídica, a ação deve ser
intentada pela sociedade comercial que se dedica à exploração do estabelecimento comercial.

De acordo com o art. 11º, nº1, a personalidade judiciária consiste na suscetibilidade de ser parte na ação. À luz do
princípio da equiparação, nos termos do nº2 do art. 11º, tem personalidade judiciária quem tem personalidade
jurídica, ao abrigo do art. 66º do CC.

O art. 12º preceitua a extensão da personalidade judiciária.

Quando alguém morre, há um período de tempo em que as heranças devem ser aceites pelos herdeiros, eles
podem não aceitar-repudiar a herança. Assim enquanto não for aceite, a herança é jacente. A herança jacente é um
património autónomo, desprovido de personalidade jurídica.
A competência dos tribunais pode ser interna ou internacional, consoante a relação jurídica se encontre em contacto
com uma única ordem jurídica ou com uma pluralidade de ordens jurídicas. No primeiro caso, a relação jurídica diz-se
interna, implicando que a determinação do tribunal concretamente competente para o conhecimento do litígio seja
apurada do ponto de vista interno. No segundo caso, a relação jurídica diz-se plurilocalizada, implicando que o
apuramento do tribunal competente para o conhecimento da causa seja feito do ponto de vista internacional.

Estamos perante um litigio que está em contacto com mais do que uma ordem jurídica, sendo que, por isso, a relação
jurídica litigiosa assume uma natureza plurilocalizada.

(Neste momento, dizer onde se encontram domiciliados, onde têm sede os intervenientes.)

Torna-se necessário determinar qual a jurisdição internacionalmente competente para a apreciação da relação jurídica
litigiosa.

No direito interno português, a competência internacional dos tribunais portugueses encontra-se regulada nos arts.
59º, 62º, 63º e 94º.

Contudo, a competência internacional encontra-se igualmente estabelecida em regulamentos europeus e em outros


instrumentos internacionais, os quais prevalecem sobre as normas de direito interno, por força do art. 8º da CRP. Posto
isto, a competência judiciária, o reconhecimento e a execução de decisões encontram-se atualmente disciplinadas no
Regulamento (UE) nº 1215/2012, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de dezembro de 2012.

Para se saber se o Regulamento (UE) nº1215/2012 é aplicável ao caso em questão, torna-se necessário analisar os
seus âmbitos objetivo, subjetivo e temporal.

No que concerne ao âmbito temporal, o art. 66º estabelece que o regulamento só se aplica às ações intentadas em 10
de janeiro de 2015 ou em data posterior. (Verificar se o requisito se encontra preenchido)

Quanto ao âmbito objetivo, este regulamento aplica-se, regra geral, em matéria civil e comercial, independentemente
da natureza da jurisdição, nos termos do art. 1º, nº1.

Contudo, de acordo com o nº2 do art. 1º, o regulamento não se aplica ao estado e à capacidade jurídica das pessoas
singulares ou aos regimes de bens do casamento ou de relações, que de acordo com a lei que lhes é aplicável, produzem
efeitos comparáveis ao casamento, às falências, concordatas e processos análogos, à segurança social, à arbitragem, às
obrigações de alimentos decorrentes de uma relação familiar, parentesco, casamento ou afinidade, bem como aos
testamentos e sucessões, incluindo as obrigações de alimentos resultantes do óbito. (Verificar se o requisito se encontra
preenchido e se sim, dizer em que matéria se enquadra)

Relativamente ao âmbito subjetivo, de acordo com o critério geral presente no art. 4º, nº1, as pessoas domiciliadas
num Estado-Membro devem ser demandadas, independentemente da sua nacionalidade, nos tribunais desse Estado-
Membro.

Nos termos do art. 4º, nº2, as pessoas que não possuam a nacionalidade do Estado-Membro em que estão domiciliadas
ficam sujeitas, nesse Estado-Membro, às regras de competência aplicáveis aos nacionais.

Contudo, o art. 5º, nº1 do presente Regulamento estabelece que as pessoas domiciliadas num Estado-Membro só
podem ser demandadas nos tribunais de outro Estado-Membro, nos termos das regras enunciadas nos arts. 7º a 26º
do Regulamento. (Verificar qual o Tribunal competente, atendendo a tudo o que foi explicitado anteriormente)

Caso o réu não tenha domicílio na UE, de acordo com o art. 6º, aplica-se a lei interna do autor da ação. Contudo, há
ainda quatro exceções em que podemos, mesmo assim, aplicar o Regulamento em causa, sendo estas: em matéria de
competência exclusiva, nos termos do art. 24º; no caso de existir um pacto de jurisdição (competência convencional),
de acordo com o art. 25º; em matéria de consumo, segundo o art. 18º e em matéria de trabalho, ao abrigo do art. 21º.

No caso de nenhuma destas exceções se verificar e por isso não se verificar a aplicação do Regulamento, para se saber
onde a ação poderá ser proposta, é necessário analisar três regimes. Devemos verificar se se trata de um caso de
competência exclusiva, ao abrigo do art. 63º ou de um caso em que há pacto de jurisdição, nos termos do art. 94º ou
então, um dos três critérios alternativos previstos no art. 62º. Estes critérios alternativos são: o critério da coincidência,
que nos remete para os arts. 70º e seguintes, que preceitua que o tribunal português será competente se aplicando
as regras de competência interna a ação pudesse ser proposta em Portugal; o critério da causalidade, que prevê que
se neste litígio algum facto (factos nucleares) que fundamenta o pedido, que serve de base à ação, tiver sido praticado
em Portugal, o tribunal desse país é competente e o critério da necessidade, que se aplica em casos muito extremos,
em que por força de uma situação excecional a ação tem de ser proposta em Portugal.

Na eventualidade de a ação poder ser intentada perante mais do quem um tribunal à escolha do autor, como resultado
da análise anteriormente feita, existe um forum shopping.

Os tribunais judiciais são os órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do povo.

À luz do art. 60º, nº2, na ordem jurídica interna, a jurisdição reparte-se pelos diferentes tribunais, segundo a matéria, o
valor da causa, a hierarquia judiciária e o território.

No que se refere à competência em razão de matéria, os arts. 40º, nº1 da LOSJ e 64º preceituam que são da
competência dos tribunais judiciais as causas que não sejam atribuídas a outra ordem jurisdicional, pelo que os tribunais
judiciais têm competência subsidiária e supletiva.

O art. 65º estabelece que as leis de organização judiciária determinam quais as causas que, em razão de matéria, são
da competência dos tribunais e das secções dotadas de competência especializada. O art. 81º, nº1 da LOSJ preceitua
que os tribunais de comarca se desdobram em juízos, a criar por decreto-lei, que podem ser de competência
especializada, de competência genérica e de proximidade, sendo que à luz do nº3 do art. 81º da LOSJ, podem existir
diversos juízos de competência especializada, nomeadamente juízos centrais cíveis, juízos locais cíveis e juízos de
proximidade. De acordo com os arts. 117º, nº1, al. a) e 130º, nº1 do LOSJ, os juízos centrais cíveis têm competência
para a preparação e julgamento das ações declarativas cíveis de processo comum de valor superior a 50.000€,
competindo aos juízos locais cíveis, a preparação e o julgamento das ações que não sejam atribuídas a outros juízos ou
tribunais de competência territorial alargada.

Relativamente à competência em razão do valor, o art. 66º preceitua que as leis de organização judiciária determinam
quais as causas que, pelo seu valor, se inserem na competência da instância central e na da instância local. O art. 41º
da LOSJ estabelece que nas ações declarativas cíveis de processo comum, a competência em razão do valor reparte-se
entre juízos centrais cíveis e os juízos locais cíveis, consoante o valor da ação, ao abrigo dos arts. 296º e 297º, exceda
ou não os 50.000€, respetivamente. (Apurar o valor da ação e verificar em que juízo se enquadra)

Relativamente à competência em razão da hierarquia judiciária, os arts. 42º a LOSJ, e 67º e 69º, determinam que os
tribunais judiciais se encontram hierarquizados para efeito de recurso das suas decisões, sendo que em regra, o tribunal
da Relação e o Supremo Tribunal de Justiça são tribunais de recurso, salvo os casos em que a lei de organização judiciária
lhes atribui competência para julgar em primeira instância. (Verificar em que instância o caso em concreto deve ser
intentado, sendo que em regra é junto do tribunal de primeira instância)

Por último, no que se refere à competência em razão do território, esta encontra-se regulada nos arts. 43º da LOSJ e
70º a 84º. O art. 80º preceitua o critério geral de competência, sendo, em regra geral, competente para a ação, o
tribunal do domicílio do réu. No entanto, o art. 70º, nº1 prevê a exceção do foro da situação dos bens, ou seja, que
devem ser propostas no tribunal da situação dos bens as ações referentes a direitos reais ou pessoais de gozo imóveis,
a ação de divisão de coisa comum, de despejo, de preferência e de execução especifica sobre imoveis e, ainda, as de
reforço, substituição, redução ou expurgação de hipotecas. O art. 71º prevê igualmente a exceção de competência para
o cumprimento da obrigação, sendo que esta ação é proposta no tribunal do domicílio do réu. Podendo o credor optar
pelo tribunal do lugar em que a obrigação deveria ser cumprida (no caso de compra e venda de bens é o lugar de
entrega dos bens), quando o réu seja pessoa coletiva ou quando, situando-se o domicílio do credor na área
metropolitana de Lisboa ou do Porto, o réu tenha domicílio na mesma área.

Neste momento, após analisar os 4 critérios, devemos analisar o Mapa III do Anexo I do RLOSJ. (Ver em que juízo se
enquadra)
O pedido diz respeito à pretensão concretamente deduzida pelo autor na demanda, ou seja, ao efeito jurídico por ele
pretendido com a procedência da ação. (Identificar o pedido)

A causa de pedir prende-se aos factos essenciais que sustentam o pedido ou em que se baseiam as exceções
invocadas. (Identificar a causa de pedir)

No caso de falecimento de uma das partes da ação (autor ou réu) falecer na pendencia da causa, tal determina a
suspensão imediata da instância logo que seja junto ao processo um documento, tal como por exemplo a certidão de
óbito, que prove o falecimento da parte, salvo se já tiver começado a audiência de discussão oral ou se o processo já
estiver inscrito em tabela para julgamento, caso em que a instancia só se suspende depois de proferida a sentença ou
o acórdão, nos termos do art. 269º, nº1, al. a) e 270º. A parte deve tornar conhecido no processo o facto da morte ou
da extinção do seu comparte ou da parte contrária, providenciando pela junção do documento comprovativo, de acordo
com o nº2 do art. 270º.

Por outro lado, a morte da parte dá lugar à extinção da instância, nos casos em que tal facto torne impossível ou inútil
a continuação da lide, de acordo com o art. 269º, nº3, sendo que ao abrigo do art. 270º, nº3 são nulos os atos
praticados no processo posteriormente à data em que ocorreu o falecimento que devia determinar a suspensão da
instância, em relação aos quais fosse admissível o exercício do contraditório pela parte que faleceu.

Por conseguinte, torna-se necessário proceder à habilitação dos seus sucessores, através de um incidente de habilitação,
mortis causa, nos termos dos arts. 269º, al. a) e 351º a 355º.

Assim, nos termos do art. 276º, nº1, al. a), a suspensão da instância cessa com a notificação da decisão que considere
habilitado o sucessor da pessoa falecida.

Verifica-se a abertura da sucessão, nos termos do art. 2031º CC. Diz-se sucessão, de acordo com o art. 2024º CC, o
chamamento de uma ou mais pessoas à titularidade das relações jurídicas patrimoniais de uma pessoa falecida e
consequente devolução dos bens que a esta pertenciam. Enquanto não forem partilhados os bens do sujeito pelos seus
sucessores, a herança, até à sua liquidação e partilha, é administrada pelo cabeça-de-casal, de acordo com o art. 2080º,
nº3 CC. Importa salientar que incumbe ao cabeça-de-casal administrar a herança até ao momento da partilha.

O art. 571º regula o tipo de defesa que pode ser apresentada pelo réu, sendo que o mesmo se pode defender através
de diferentes modalidades:

• Por impugnação da matéria de facto ou de direito, quando, respetivamente, contradiz os factos alegados na
petição inicial ou quando afirma que esses factos não podem produzir o efeito jurídico pretendido pelo autor
• Por exceção dilatória, quando alega factos que impedem que o juiz conheça o mérito da causa (Ex.: Falta de
legitimidade processual, ineptidão da petição inicial, etc.)
• Por exceção perentória, quando alega factos que, servindo de causa impeditiva, modificativa ou extintiva do
direito invocado pelo autor, determinam a improcedência total ou parcial do pedido

O réu pode ainda formular pedidos autónomos contra o autor, através da apresentação de uma defesa por reconvenção,
nos termos dos arts. 266º e 583º.

Nos termos do art. 847º, nº1 do CC, quando duas pessoas sejam reciprocamente credor e devedor, qualquer uma delas
pode livrar-se da sua obrigação por meio de compensação com a obrigação do seu credor, exigindo-se, para o efeito,
o preenchimento cumulativo de dois requisitos: o crédito de quem invoca a compensação deve ser exigível judicialmente
não podendo proceder contra ele uma exceção, perentória ou dilatória, de direito material, e as duas obrigações devem
ter por objeto coisas fungíveis da mesma espécie e qualidade. À luz do art. 266º, nº2, al. c), o réu defende-se por
reconvenção quando pretenda o reconhecimento de um crédito, seja para obter a compensação (Acórdão do TRP de
08-07-2015), seja para obter o pagamento do valor em que o crédito invocado excede o do autor.
Para que a reconvenção seja admissível, têm de estar preenchidos dois requisitos cumulativos. Relativamente aos
requisitos externos ou formais, previstos no art. 583º, a reconvenção deve ser expressamente identificada na
contestação, sendo deduzida separadamente, expondo-se os fundamentos e concluindo-se pelo pedido. O reconvinte
deve igualmente indicar o valor da reconvenção, mas, ainda que não o indique, a reconvenção é sempre admitida pelo
tribunal, sendo o reconvinte, nesse caso, convidado a indicar o valor da reconvenção, sob pena da reconvenção não ser
atendida, nos termos do art. 583º, nº2. No que concerne aos requisitos de admissibilidade, o art. 266º estabelece que
a reconvenção é admissível nos seguintes casos:

1. quando o pedido do réu emerge do facto jurídico que serve de fundamento à ação ou à defesa
2. quando o réu se propõe tornar efetivo o direito a benfeitorias ou despesas relativas à coisa cuja entrega lhe é
pedida
3. quando o réu pretende o reconhecimento de um crédito, seja para obter a compensação, seja para obter o
pagamento do valor em que o crédito invocado excede o autor
4. quando o pedido do réu tende a conseguir, em seu benefício, o mesmo efeito jurídico que o autor se propõe
obter.

Por sua vez, de acordo com o art. 583º, nº1, a reconvenção deve ser expressamente identificada e deduzida
separadamente na contestação, expondo-se os fundamentos e concluindo-se pelo pedido, de acordo com o 552º, nº1,
al. d) e e).

Impugnação em bloco: Nega todos os factos, sem tomar qualquer posição especificada relativamente a cada um deles.
Sucede que a impugnação em bloco não é legalmente admissível, já que, nos termos do art. 574º, nº1, o réu deve
tomar uma posição definida sobre os factos, seguindo neste sentido o Acórdão do STJ de 14.12.2004.

Art. 564º, al. c): Um dos efeitos processuais da citação é o de inibir o réu de propor contra o autor ação destinada
à apreciação da mesma questão jurídica, de forma a evitar a produção de decisões judiciais contraditórias e
incompatíveis sobre a mesma questão jurídica. Réu deve concentrar a sua defesa na contestação, ao abrigo do art.
573º, nº1.

O Código de Processo Civil de 2013 veio restringir a possibilidade de o autor responder à contestação do réu através
da apresentação de um articulado de réplica.

Nos termos do art. 584º, o autor só pode replicar para deduzir toda a defesa quanto à matéria da reconvenção ou,
estando em causa uma ação de simples apreciação negativa, para impugnar os factos constitutivos que o réu tenha
alegado ou para alegar os factos impeditivos ou extintivos do direito invocado pelo réu. (Verificar se no caso em
concreto, alguma destas situações se verifica)

No entanto, ao abrigo do art. 3º, nº4, que preceitua o princípio do contraditório, a parte contrária pode responder, na
audiência prévia ou, não havendo lugar a ela, no início da audiência final, Às exceções deduzidas no último articulado
admissível, sem prejuízo de o juízo, nos termos do art. 3º, nº3, decidir antecipar o contraditório relativamente à exceção
invocada pela ré, proferindo um despacho de convite à autora para que esta, querendo, se pronuncie quanto às exceções
deduzidas pelo réu na sua contestação.

À luz do art. 247º, nº1, os mandatários são notificados, devendo o sistema informático certificar a data da elaboração
da notificação, presumindo-se esta feita no 3º dia posterior ao da elaboração ou no 1º dia útil seguinte a esse. O art.
585º determina que a réplica deve ser apresentada no prazo de 30 dias, a contar daquele em que for ou se considerar
notificada a apresentação da contestação. Impõe-se, por isso, verificar em que dia termina o prazo para apresentação
da réplica.

O CPC de 2013 veio reduzir o número de articulados legalmente admissíveis, abolindo, por isso, a possibilidade do réu
apresentar uma tréplica para se defender contra eventuais exceções opostas à reconvenção.
O art. 574º estabelece um ónus de impugnação, segundo o qual, ao contestar, o réu tem o dever de tomar posição
definida sobre os factos que constituem a causa de pedir invocada pelo autor, sob pena de, não o fazendo, tais factos
serem considerados como admitidos por acordo.

Se o autor não impugnar o facto alegado na petição inicial: a falta de impugnação determina que tais factos de
considerem admitidos por acordo (ficta confessio), a não ser que os factos não impugnados estejam em oposição com
a defesa considerada no seu conjunto, não seja admissível a confissão sobre eles ou só possam ser provados através de
documento escrito.

Se o autor invoca que desconhece o facto: estaria a confessar o facto. Nos termos do art. 574º, nº3, se o réu declarar
que não sabe se determinado facto é real, essa declaração tem o valor de confissão quando se trate de facto pessoal ou
de o réu devia ter conhecimento, ou de impugnação no caso contrário.

A revelia pode ser absoluta ou relativa, nos termos dos arts.566º a 568º.

Na revelia absoluta, o réu não contesta a ação, não constitui mandatário, nem intervém de qualquer forma no processo.

Na revelia relativa, diferentemente, o réu, apesar de não contestar a ação, intervém, no entanto, no processo,
constituindo, por exemplo, mandatário judicial.

Verificando-se uma situação de revelia absoluta, o tribunal deve verificar se a citação foi efetuada com as formalidades
legais, ordenando a sua repetição na eventualidade de encontrar alguma irregularidade. Uma vez observado esse
procedimento, se o tribunal verificar que o réu foi regularmente citado, consideram-se confessados os factos articulados
pelo autor. Apesar da lei ficcionar a confissão dos factos alegados na petição inicial, tal não significa que a ação deva,
necessariamente, ser julgada procedente, pois que o juiz deve decidir a causa conforme for de direito.

De todo o modo, o art. 568º consagra exceções quanto à aplicação dos efeitos da revelia:

1. quando havendo vários réus, algum deles contestar, relativamente aos factos que o contestante impugnar
2. quando o réu ou algum dos réus for incapaz, situando-se a causa no âmbito de incapacidade, ou houver sido
citado editalmente e permaneça na situação de revelia absoluta
3. quando a vontade das partes for ineficaz para produzir o efeito jurídico que pela ação se pretende obter
4. quando se trate de factos para cuja prova se exija documento escrito.

A) Endereço

Exmo. Senhor juiz de direito do Juízo … do Tribunal Judicial da Comarca de (572º)

B) Cabeçalho: não há nenhuma forma específica

Contestando a ação que lhe move, (nome do autor) diz o réu o seguinte:

C) Narração

Na contestação vigora o princípio da concentração da defesa (573º), toda a defesa tem de ser deduzida na contestação.

D) Pedido

Impugnação: “Termos em que, deve a presente ação ser julgada não provada e improcedente, e, em consequência,
ser p reu absolvido da instância”

Exceção perentória: “Termos em que, deve julgar-se verificada a exceção perentória de (…), e, em consequência, ser
o réu absolvido do pedido”

Exceção dilatória: “Termos em que, deve julgar-se verificada a exceção dilatória de (…) e, em consequência, ser o réu
absolvido do pedido”
Reconvenção: “Termos em que, deve o pedido reconvencional ser julgado totalmente provado e procedente e, em
consequência, ser a autora/reconvinda condenada a (…)”

P.: No caso de o tribunal ser incompetente, mas ser onde corre a ação, a quem deve dirigir a contestação?

R.: Ainda que o réu entenda que o tribunal é incompetente, a contestação tem de ser dirigida ao tribunal onde corre
a ação.

P.: Se o réu for menor de idade, quem contesta a ação?

R.: Contestação do réu, representado pelos pais.

Art. 495º, nº1: Têm capacidade para depor como testemunhas todos aqueles que, não estando interditos por anomalia
psíquica, tiverem aptidão física e mental para depor sobre os factos que constituam objeto de prova.

Art. 496º: Estão impedidos de depor como testemunhas as pessoas que, na causa, possam depor como partes. Assim,
como o legal representante da ré pode depor como parte, este não pode depor como testemunha.

(Devemos começar por explicar o que o autor pretende, no caso análise e que ação pretende que seja intentada)

Contudo, a providencia de natureza declarativa que seja solicitada ao tribunal pela propositura de uma ação judicial
pode não ser imediatamente realizada, sendo que essa demora na satisfação do direito ou interesse do autor da ação
pode prejudicar a eficácia da sua pretensão, razão pela qual o legislador faculta ao interessado um conjunto de
diligências de natureza provisória e urgente que permitam acautelar o efeito útil da ação.

Neste sentido, as providencias cautelares existem para proteger um direito, sempre que a sua tutela não se compadeça
com a demora normal do processo judicial. Por isso, a função principal da providencia cautelar é a de neutralizar os
prejuízos que o interessado possa vir a sofrer em virtude da morosidade processual. Na verdade, a tutela cautelar
encontra acolhimento constitucional no art. 20º CRP, o qual consagra o princípio de que a todos é garantido o direito
de acesso aos tribunais e o direito de defesa.

Para que a providencia cautelar possa ser decretada, torna-se necessário que se encontrem preenchidos três requisitos:

1. Periculum in mora: Para que seja decretada uma providencia cautelar, é necessário que exista um fundado receio
de que a demora normal na tutela do direito possa causar um prejuízo grave e irreparável ou de difícil reparação
2. Fumus boni iuris: O Tribunal deve concluir pela existência aparente do direito invocado, sendo que a celeridade
e a urgência da tutela cautelar exigem tão-só a apreciação sumária do direito invocado
3. Interesse processual: Requerente da tutela cautelar não pode dispor de um outro meio processual menos
gravoso que permita tutelar o direito ameaçado

No que concerne às espécies de providencias cautelares, o legislador consagrou dois tipos de providências cautelares:
a providência cautelar comum ou inominada, nos termos dos arts. 362º a 376º e as providencias cautelares típicas ou
nominadas, de acordo com os arts. 377º a 409º.

A providência cautelar comum só pode ser decretada quando a lei não preveja uma providência cautelar especificada
que permita tutelar o direito ameaçado. Ou seja, a providência cautelar comum reveste natureza subsidiária ou supletiva.

Podemos ter 3 tipos de providências cautelares especificadas:

1. De garantia: garantir o efeito útil de uma sentença a ser proferida numa ação principal
a) Arresto = providência cautelar de garantia, destinada a proteger um direito de crédito. Traduz-se na
apreensão de bens do pretenso devedor, para garantir, através desses bens, o efeito útil duma sentença
condenatória a ser proferida numa ação principal. (arts 391º a 396º CPC)
1. Fumus boni iuris: O credor tem de alegar e provar, de forma sumária, a existência do seu direito
de crédito
2. Periculum in mora: O credor tem de provar, também de forma sumária, que há um receio
fundado de perder a garantia patrimonial do seu crédito

• O arresto que recaia sobre o automóvel passa a ser uma penhora na ação executiva.
• Só podemos arrestar bens que possam ser penhorados e cujo valor possa satisfazer (seja
proporcional) o valor da dívida.
• O arresto segue, de forma subsidiária, as regras da penhora. A lei prevê vários bens que não
podem ser penhorados/arrestados, ou que só o podem ser em parte - arts 736º a 738º CPC
• Princípio da prioridade do registo (Prior in tempere, potior in iure): o credor deve ser célere a
pedir o arresto de bens, de forma a aumentar a possibilidade de garantir o efeito útil na
obtenção do seu crédito.

b) Arrolamento = aplica-se nos casos em que alguém tenha receio fundado de que outrem dissipe bens,
móveis ou imóveis, ou documentos, sendo que, esta providência depende de uma ação, na qual esses
bens ou documentos devem ser relacionados

1. Demonstrar o interesse na conservação dos bens


2. Alegar que há perigo da dissipação dos bens.

• O CPC não diz que o arrolamento é decretado sem ouvir a parte contrária. Como tal, aplica-se
a regra geral do art 366º, nº1, segundo o qual o tribunal ouve a parte contrária. Para não o
fazer, tem de fundamentar a sua decisão.
• Há um caso especial em que é possível pedir o arrolamento, sem demonstrar qualquer receio
de dissipação de bens e provar esse perigo (art 409º CPC) - o arrolamento é pedido como
dependência de uma ação de divórcio, separação de pessoas e bens ou de declaração de
nulidade ou anulação de casamento.

2. De regulação provisória: visam regular um determinado direito ou litígio


a) Restituição provisória de posse = Visa regular de forma provisória regular um litígio traduzido no
facto de ter sido privado em absoluto, e de forma violenta, da posse de um determinado bem – arts
377º a 379º CPC.

1. Demonstração da existência da posse


2. É necessário ter havido esbulho
3. Tem de ter havido violência (esbulho violento) - Ação direta sobre a pessoa, física ou moral.
A doutrina tem-se dividido sobre a questão de saber, primeiro, se pode haver violência sobre
coisas e, segundo, se essa violência sobre coisas configura também um requisito relevante para
pedir esta providência cautelar.
Se esta atuação sobre a coisa, de forma indireta ou reflexa, for suscetível de causar o sentimento
de receio ou medo sobre o possuidor, neste caso o esbulho é violento.

Se tiverem preenchidos estes 3 requisitos, o tribunal decreta a providência cautelar sem ouvir a parte
contrária – art 378º CPC .
Se, pelo contrário, o tribunal entendesse que não houve qualquer violência, o possuidor só tinha uma
hipótese, que era pedir uma providência cautelar comum, pedindo que o tribunal lhe entregue a posse,
tendo de ouvir a parte contrária.

b) Embargo de obra nova = Meio de reação urgente contra uma obra, um trabalho ou um serviço que,
sendo novo, ofenda ou ameace ofender um direito real de gozo ou a posse.

1. Deve estar em causa um direito de gozo ou posse


2. Deve estar em causa uma obra, trabalho ou serviço
3. Deve verificar-se uma novidade quanto a essa obra, trabalho ou serviço
4. Deve verificar-se uma violação ou receio fundado de violação do direito ou da posse

• A lei fala que é preciso embargar uma obra, trabalho ou serviço – art 397º CPC – o que significa
que é possível embargar, por exemplo, um trabalho de construção ou demolição (mais comum),
mas também trabalhos ou serviços (corte ou plantação de árvores).
• Só se pode embargar algo que seja novo (novidade) = algo que está em execução
• A obra está finalizada quando faltam apenas alguns trabalhos finais, quando da finalização não
resultar uma desvantagem; se não aumentar o prejuízo
• O juiz tem de ponderar se deve embargar a obra ou deixar que a obra prossiga. Assim, também
o requerente deve demonstrar que, com a obra, sofrerá um prejuízo – art 397º CPC
• O embargo é feito mediante simples declaração verbal perante o dono da obra, para que a
mesma seja interrompida, tendo presentes duas testemunhas, sendo que a urgência não é
compatível com estar a procura do dono da obra, por isso é possível intimar a pessoa que se
encontra a executar a obra, sendo o embargo feito perante a mesma – art 397º, nº2 CPC
• Se a parte contrária (intimada) não parar é irrelevante, porque a obra está embargada desde
esse momento. As testemunhas vão servir para provar quer que houve a declaração, quer o
estado em que a obra estava quando houve o embargo. A obra não tem efetivamente de parar
- Tudo o que for feito a partir do embargo denomina-se Inovação Abusiva
• Art 400º, nº3: o embargante e o embargado podem mandar tirar fotografias da obra para
juntar ao processo.
• Pedido de ratificação do embargo deve ser feito no prazo: 5 dias, incluindo fins de semana. Se
não apresentar o pedido, caduca o embargo e responde o requerente civilmente pelos danos
decorrentes do embargo
• O tribunal pode não embargar uma obra, mesmo que estejam preenchidos os requisitos
necessários para o efeito - 397º, nº3 CPC
• O juiz pode não decretar o embargo, permitindo que a construção prossiga desde que seja
possível mais tarde restituir a situação e exige o pagamento de uma caução.
• O prejuízo que decorre do embargo pode ser maior do que o prejuízo de a obra prosseguir.
Por isso, o requerente deve informar o tribunal do prejuízo que a obra lhe causa, a fim de haver
uma ponderação.

• Via judicial: o requerente pede ao juiz que ele decrete o embargo de uma obra nova
• Via extrajudicial: o requerente faz o embargo, ele próprio, e posteriormente pede ao juiz que
ratifique o embargo – ato de validação
A escolha entre estas duas opções depende do grau de urgência.

c) Suspensão de deliberações sociais = É possível suspender uma deliberação tomada por uma
sociedade, associação ou assembleia de condóminos, quando essa deliberação seja ilegal, por violação
da lei, dos estatutos ou do contrato de sociedade, e bem assim, quando da execução da deliberação,
exista o perigo de produção de um dano grave e irreparável, ou de difícil reparação

1. Qualidade de sócio ou associado


Prova documental - certidão do registo comercial, na qual estejam registadas as quotas.
Note-se que, para se poder suspender algo, o sócio ou associado tem de ter essa qualidade em
dois momentos: quer quando se tomou a deliberação, quer quando se pediu em tribunal a
suspensão da mesma.
2. Votação contra
Se votou a favor, não pode depois pedir para suspender essa deliberação, pois tal seria abuso
de direito. Também não se pode ter abstido, pois isso deixaria passar a decisão.
Para provar que votou contra, tem de pedir para consignar em ata que votou contra.
3. A deliberação tem de ser ilegal
4. A deliberação não pode estar já executada
Só se pode suspender algo que ainda não foi executado. A execução pode ser instantânea ou
duradoura.
5. Prejuízo grave e irreparável ou de difícil reparação
6. O tribunal, em princípio, deve ouvir a parte contrária, para ponderar bem quais são os interesses
do requerente e do requerido e ver qual deles causa maior prejuízo aos mesmos – art 380º

3. Antecipatórias: que visam antecipar os efeitos definitivos de uma ação principal


a) Alimentos provisórios = Esta providência cautelar é pedida como dependência é pedida como
dependência ou incidente de uma ação em que se pede alimentos definitivos. (Arts 384º a 387º CPC)

• Os alimentos provisórios são fixados em função das necessidades de alimentação, habitação e


vestuário, uma enunciação que deve ser entendida de forma atualizada.
• O tribunal tem de analisar as possibilidades do requerente e requerido. Em regra, o requerente
pede sempre mais do que precisa e o requerido diz que tem sempre menos do que precisa. Por
isso, o tribunal não está vinculado a esta situação.

b) Arbitramento de reparação provisória = Visa proteger situações de necessidade, quando se pede a


título principal o pagamento de uma indemnização pelo dano de morte ou de ofensa corporal. (Arts
388º a 390º )

• Esta pensão mensal é fixada em função das capacidades financeiras de quem pede e de quem
presta e também tendo por base as necessidades de alimentação, vestuário e habitação.
• O objetivo é garantir que a pessoa consiga subsistir até que receba a indemnização definitiva.

O prazo perentório para o requerido recorrer da decisão é de 15 dias, nos termos dos arts. 363º e 638º, nº1, e para
deduzir oposição é de 10 dias, nos termos do arts. 293º, nº2, ex vi do art. 365º/3. A esse prazo perentório podem
acrescer eventuais prazos dilatórios, nos termos dos arts. 139º, nº1 e nº2 e 245º. (VERIFICAR SE HÁ PRAZOS
DILATÓRIOS)

No entanto, estando em causa um procedimento cautelar, o art. 366º, nº3 determina que a dilação, quando a ela haja
lugar, nos termos do art. 245º, nunca pode exceder o prazo de 10 dias. Deste modo, o prazo dilatório tem de ser
reduzido para 10 dias no máximo. Determina o art. 142º que, quando um prazo perentório se seguir a um prazo
dilatório, os dois prazos contam-se como se fossem só um. Vale isto, por dizer que, no caso em concreto, o réu dispõe
de um prazo único de X dias (perentório + dilação) para apresentar a sua contestação. No que concerne ao início da
contagem do prazo, o art. 279º b) do CC estabelece que, na contagem de qualquer prazo, não se conta o dia em que
ocorrer o evento a partir do qual o prazo começa a correr, razão pela qual o prazo começa a correr no dia seguinte ao
da citação. Nos termos do art. 138º, nº1, o prazo processual, estabelecido por lei ou fixado por despacho do juiz, é
contínuo, suspendendo-se, no entanto, durante as férias judiciais (28º LOSJ), salvo se a sua duração for igual ou superior
a seis meses ou se tratar de atos a praticar em processos que a lei considere urgentes. Ora, os procedimentos cautelares
têm sempre carácter urgente, de acordo com o art. 363º, nº1. Se o prazo acabar num dia não útil: neste particular,
estabelece o art. 138º, nº2, que quando o prazo para a prática do ato processual terminar em dia em que os tribunais
estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o 1º dia útil seguinte. No entanto, o art. 139º, nº5, preceitua que,
independentemente de justo impedimento, o ato pode ser praticado dentro dos três primeiros dias úteis subsequentes
ao termo do prazo, ficando, contudo, a sua validade dependente do pagamento imediato de uma multa.

O regime da inversão do contencioso encontra-se previsto nos arts. 369º a 371º.

De acordo com o art. 369º, nº1, o juiz, na decisão que decrete a providencia, pode, mediante requerimento, dispensar
o requerente do ónus da propositura da ação principal se a matéria adquirida no procedimento lhe permitir formar
convicção segura acerca da existência do direito acautelado e se a natureza da providência decretada for adequada a
realizar a composição definitiva do litígio.

Para que a inversão do contencioso possa ser decretada, torna-se necessário o preenchimento cumulativo dos seguintes
requisitos:

• Pedido do requerente no sentido de o contencioso ser invertido


• A matéria adquirida no procedimento cautelar tenha permitido ao juiz formar uma convicção segura acerca da
existência do direito acautelado
• A natureza da providência decretada seja adequada a realizar a composição definitiva do litígio

De acordo com o art. 376º, nº4, o regime de inversão do contencioso é aplicável, com as devidas adaptações à
restituição provisória de posse, à suspensão de deliberações sociais, aos alimentos provisórios, ao embargo de obra
nova, bem como às demais providências previstas em legislação avulsa cuja natureza permita realizar a composição
definitiva do litígio.

Nos termos do art. 366º, nº1, regra geral, o tribunal deve ouvir o requerido, salvo quando essa audiência previa possa
colocar em risco sério o fim ou a eficácia da providencia. Na verdade, nos termos do art. 3º, nº3, o tribunal não pode
resolver o conflito de interesses que a ação pressupõe sem que a resolução lhe seja pedida por uma das partes e a outra
seja devidamente chamada para deduzir oposição. Ademais, ao abrigo do art. 3º, nº3, o juiz deve observar e fazer
cumprir, ao longo de todo o processo, o princípio do contraditório, não lhe sendo lícito, salvo caso de manifesta
desnecessidade, decidir questões de direito ou de facto, mesmo que de conhecimento oficioso, sem que as partes
tenham tido a possibilidade de sobre elas se pronunciarem. Assim, nos termos do art. 372º, se o requerido não tiver
sido ouvido antes do decretamento da providencia cautelar, este pode, em alternativa: interpor recurso do despacho
que decretou a providencia quando entenda que, face aos elementos apurados pelo tribunal, ela não devia ter sido
deferida, nos termos do art. 372º, nº1, al. a), isto é, quando considere que esses elementos não constituem fundamento
bastante para o decretamento da providencia; ou; deduzir oposição quando pretenda alegar factos ou produzir meios
de prova que não tenham sido considerados pelo tribunal e que possam afastar os fundamentos da providência ou
determinem a sua redução, de acordo com art. 372º, nº1, al. b), neste caso, o próprio juiz do procedimento cautelar,
após a produção da prova, decidirá da subsistência, redução ou revogação da providencia anteriormente decretada, ao
abrigo do art. 372º, nº1, al. b) e nº2.

A fase de instrução encontra-se regulada nos arts. 410º e seguintes.

No que se refere ao seu objeto, segundo o art. 410º, a instrução tem por objeto os temas da prova enunciados ou,
quando não tenha de haver lugar a esta enunciação, os factos necessitados de prova.
Por sua vez, à luz do art. 552º, nº2, o autor deve, no final da petição inicial, apresentar o rol de testemunhas e requerer
outros meios de prova.

No caso em apreço, tendo em conta a configuração da relação material controvertida, a autora poderia,
designadamente, apresentar ou requerer os seguintes meios de prova: (neste momento, apresentaríamos os meios de
prova que se enquadrassem no caso)

• Prova pericial (Arts 467º e ss.)


Verifica-se a necessidade de perceção de factos que exigem conhecimentos especiais, que os julgadores não
possuem
• Prova por declarações das partes (art. 466º)
- Pode ser requerida até ao início das alegações orais em primeira instância e deve recair sobre factos em que
a parte tenha intervindo pessoalmente ou de que tenha conhecimento direto.
• Prova por depoimento das partes (arts. 452º e ss.)
- O depoimento de parte é um meio de prova, através do qual se visa conseguir que o depoente reconheça a
realidade de um facto que lhe é desfavorável, nos termos dos arts. 452º a 465º.
- O juiz pode, em qualquer estado do processo, determinar a comparência pessoal das partes para a prestação
de depoimento, informações ou esclarecimento sobre factos que interessam à decisão da causa, de acordo com
o art. 452º, nº1
-Cada uma das partes pode requerer não só o depoimento da parte contrária como também o dos seus
compartes, ao abrigo do art. 453º, nº3, desde que indique de imediato, discriminadamente, os factos sobre os
quais o depoimento há de cair.
• Prova documental (arts, 423º e ss.)
Documento = art 362º CC: objeto elaborado pelo homem, com o objetivo de representar uma coisa, um objeto
ou um facto
Dispõe o art. 423º, nº1 que os documentos destinados a fazer prova dos fundamentos da ação ou da defesa
devem ser apresentados com o articulado em que se aleguem os factos correspondentes. Se não forem
apresentados no articulado respetivo, os documentos podem ser apresentados até 20 dias antes da data em
que se realize a audiência final, mas a parte será condenada em multa, exceto se provar que os não pôde
oferecer com o articulado, tal como se prevê no nº2 do art. 423º.
Nos termos do art. 423º, nº3, após o limite temporal dos 20 dias antes da data aprazada para a realização da
audiência final, só seria possível a junção de documentos aos autos se a sua apresentação não tivesse sido
possível até àquele momento, bem como aqueles cuja apresentação se tivesse tornado necessária em virtude
de ocorrência posterior.
Se esse documento já existia aquando do decurso do prazo para a apresentação da contestação, o réu teria de
apresentá-lo com o seu articulado de contestação, nos termos do art. 572º, al. d).
• Prova por inspeção judicial (arts.490º e ss.)
• Prova testemunhal (arts. 495º e ss.)
De acordo com os arts. 552º, nº2 e 572º, al. d), a prova deve ser oferecia nos articulados. Tendo as partes
apresentado as suas provas nos seus articulados, só é possível a alteração do rol de testemunhas até 20 dias
antes da realização da audiência final, nos termos do art. 598º, nº2. Fora desse limite temporal, existe ainda a
possibilidade de substituição de alguma testemunha faltosa, atento o disposto no nº3 do art. 508º.

Havendo oposição direta sobre um determinado facto entre os depoimentos das testemunhas ou entre eles e
o depoimento da parte, pode ter lugar, oficiosamente ou a requerimento de qualquer das partes, a acareação
das pessoas em contradição, nos termos do art. 523º.
Estando as pessoas presentes, a acareação deve fazer-se imediatamente. Não estando, o juiz deve designar um
dia para a realização dessa diligencia, nos termos do art. 524º, nº1.

O art. 419º admite a produção antecipada da prova, desde que se verifique um justo receio de vir a tornar-se impossível
ou muito difícil o depoimento de certas pessoas ou a verificação de certos factos por meio de arbitramento ou inspeção.
Para o efeito, o requerente da prova antecipada deve justificar sumariamente a necessidade da antecipação,
mencionando com precisão, os factos sobre os quais irá incidir o depoimento da testemunha e identificar as pessoas
que devem ser ouvidas, nos termos do art. 420º, nº1.
Art. 576º, nº3: As exceções perentórias importam a absolvição toral ou parcial do pedido e consistem na invocação de
factos que impedem, modificam ou extinguem o efeito jurídico dos factos articulados pelo autor.

Art. 576º, nº2: As exceções dilatórias obstam a que o tribunal conheça do mérito da causa e dão lugar à absolvição da
instância, salvo se:

• haja remessa do processo para outro tribunal


• a falta ou irregularidade tenham sido sanadas, nos termos do art. 278º, nº2

(Arts. 311º-320º)

Abrange todos os casos em que um terceiro intervém como parte principal na causa, em relação de litisconsórcio ou de
coligação com o autor ou com o réu primitivos.

(Arts. 321º-332º)

Compreende todos os casos em que um terceiro se constitui como parte acessória, sendo que tem como finalidade
coadjuvar uma das partes principais, sem possibilidade de tomar uma posição contrária a que este tome ou de praticar
um ato que aquela tenha perdido o direito de praticar.

(Endereço)

Exmo. Sr. Juiz de Direito do

Juízo (Central Cível ou Local Cível) do Tribunal Judicial da Comarca de (Sítio em questão)

(Cabeçalho)

Nome e morada;

vem intentar (em litisconsórcio ou em coligação, no caso de ser), contra

Nome e morada

uma ação (especificar tipo de ação), sob a forma de processo (comum ou especial),

nos termos e pelos seguintes fundamentos

(Pedido)

Termos em que, deve a presente ação ser julgada totalmente provada e procedente e, em consequência, (…)

Junta: (Provas)

A ineptidão da petição principal constitui uma nulidade processual, encontrando-se o seu regime previsto no art. 186º.
À luz do art. 186º, nulo todo o processo quando a petição inicial seja inepta, sendo que a petição inicial se diz inepta
nos seguintes casos, previstos no art. 186º, nº2:

• quando falte ou seja ininteligível a indicação do pedido ou da causa de pedir


• quando o pedido esteja em contradição com a causa de pedir
• quando se cumulem causas de pedir ou pedidos substancialmente incompatíveis.

O art. 573º consagra o princípio da concentração da defesa na contestação. Ao abrigo deste princípio, o réu deve
deduzir toda a sua defesa na contestação, salvo quando estejam em causa incidentes que a lei mande deduzir em
separado. Deste modo, depois da contestação, só podem ser alegadas as exceções, incidentes e meios de defesa que
sejam supervenientes ou que a lei expressamente admita passado esse momento. (Ao invés do que acontecia no CPC
revogado, o autor não pode, à luz da lei de processo civil vigente, alterar o pedido ou a causa de pedir. Na falta de
acordo, o pedido ou a causa de pedir só podem ser alteradas nas situações muito particulares do art. 265º).

Findo os articulados legalmente admissíveis, pode suceder que surja, entretanto, um facto novo com relevância para a
decisão quanto ao mérito da causa, ou pode suceder que, não obstante esse facto já se verificar antes da propositura
da ação ou durante o decurso da face dos articulados, a parte com interesse na sua alegação só tenha tido conhecimento
desse facto num momento posterior. Assim, tendo como pano de fundo a descoberta da verdade material, terminada a
fase dos articulados, restaria ao autor a possibilidade de apresentar um articulado superveniente, nos termos do art.
588º, nº1 e nº2). A superveniência pode ser objetiva ou subjetiva, de acordo com o art. 588º, nº2, sendo que a primeira
se verifica quando os factos ocorrem após o fim dos articulados e a segunda nos casos em que os factos, apesar de se
terem verificado antes ou no decurso da fase dos articulados, só são conhecidos pela parte a quem esses factos
aproveitam após o termo da fase dos articulados.

No que diz respeito ao momento processual adequado para a apresentação do articulado superveniente, o art. 588º,
nº3 estabelece que esse articulado pode ser oferecido na audiência previa, quando os factos hajam ocorrido ou sido
conhecidos até ao respetivo encerramento ou nos 10 dias posteriores à notificação da data designada para a realização
da audiência final, quando não se tenha realizado a audiência prévia ou, ainda, na audiência final, se os factos ocorreram
ou a parte deles teve conhecimento em data posterior às referidas nas alíneas anteriores. Uma vez apresentado o
articulado superveniente, o juiz deve proferir o despacho liminar de admissão do articulado superveniente, rejeitando-
o quando, por culpa da parte, for apresentado fora do tempo, ou quando for manifesto que os factos não interessam à
boa decisão da causa, ou, pelo contrário, ordenando a notificação da parte contrária para responder no prazo de 10
dias, nos termos do art. 588º, nº4.

O articulado diz-se irregular quando não observa os requisitos legais ou quando não seja acompanhado de documento
essencial ou de que a lei faça depender o prosseguimento da causa. Por sua vez, diz-se deficiente quando este contém
insuficiência e imprecisões na exposição ou concretização da matéria de facto alegada. Sendo irregular, o juiz deve
convidar o autor a juntar aos autos o referido contrato, nos termos do art. 590º, nº3. Sendo deficiente, ao abrigo dos
princípios da cooperação e da descoberta da verdade material, deve convidar o autor a suprir as insuficiências ou
imprecisões na exposição da matéria de facto, de acordo com o art. 590º, nº4.

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