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Obs; citar todos os incisos do art 536

O cumprimento de sentença está previsto nos arts. 513 a 538 no Novo Código de Processo
Civil, trata-se de um instituto indispensável para a execução dos títulos judiciais, uma vez que
prevê medidas utilizadas pelo juiz nos diversos casos concretos, isto é, o cumprimento de
sentença concretiza, através de meios e medidas previstas em Lei, a decisão do magistrado.
Ademais, especificamente, se tratando do instituto da exigibilidade de obrigação de fazer, de
não fazer ou de entregar coisa, há previsão legal nos arts. 536 e 537 do NCPC, ao passo que o
art. 538 trata do cumprimento de sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de
entregar coisa. Dessa forma, assim está disposto o caput do art. 536 do CPC/2015:

No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de


obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a
requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de
tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas
necessárias à satisfação do exequente.

Portanto, conforme está expresso no artigo supracitado, o juiz pode dar andamento ao
procedimento executivo de ofício ou mediante requerimento do exequente, obtendo assim, a
execução da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente,
portanto, a ação do juiz não é restrita, podendo o mesmo tomar as devidas providencias de
ofício, não estando o magistrado limitado ao requerimento das partes, vale ressaltar que o
regime imposto pela Lei 10.444/2002, permite que, se tratando de obrigação de fazer ou não
fazer, a execução do título judicial poderá ser imediata ou de ofício, conformando assim o
que está previsto no caput do art. 536, ou seja, não é necessário que o credor entre com um
requerimento formal para que o juiz dê andamento aos procedimentos legais dentro do
processo judicial, cabendo de ofício, ao juiz, tal designação, ademais, tais medidas citadas
podem tornar o processo mais célere e menos oneroso, uma vez que o magistrado não fica à
mercê das partes para dar continuidade a determinadas açoes no desande do processo judicial.
Portanto, quando se trata do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade da
obrigação de fazer de não fazer, o juiz poderá determinar algumas medidas previstas nos
parágrafos do art. 536 para que haja a efetivação da tutela específica como também a
obtenção da tutela pelo resultado prático equivalente, visando, dessa meneira, a satisfação do
direito fo exequente, assim está previsto o § 1º do art. 536 do NCPC:
§ 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre
outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção
de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de
atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de
força policial.

Dessa maneira, o juiz pode impor o pagamento de multa, em caso de descumprimento


injustificado da obrigação, assim como também, em casos de extrema necessidade, poderá
requerer o auxílio de de força policial. Assim, tais medidas podem ser utilizadas pelo juiz,
dependendo do caso concreto e das circunstâncias, para forçar o devedor a cumprir
devidamente com suas obrigações, portando, a aplicação da multa, inclusive, pode ser
utilizada como forma de desestimular o executado a descumprir com a decisão judicial, a
multa poderá ser imposta em casos de atraso do cumprimento da obrigação, assim como
também, poderá ser definida por dia de descumprimento, podendo o juiz, dependendo das
circunstâncias, alterar o periodicidade do prazo da multa, entretanto, para que a multa seja
aplicada, é necessário que o executado seja previamente notificado a respeito, através de uma
intimação. Portanto, caso haja o descumprimento da obrigação de fazer ou de não fazer,
poderá o juiz de ofício, sem a necessidade de requerimento do exequente, determinar o
pagamento de multa por parte do executado. Outrossim, não é permitido ao devedor optar
entre o pagamento de multa e o cumprimento do preceita determinado na sentença, visto que
a multa tem caráter complementar, isto é, apesar do adimplemento da senteça, ou melhor, do
cumprimento da obrigação, ainda assim, a multa que foi imposta anterirmente poderá ser
exigida pelo credor, ou seja, a multa é uma medida prevista no § 1º do art. 536 do NCPC,
sendo uma medida de suma de importancia para que o executado cumpra com sua obrigação,
se trata de um meio de coerção indireta, visto que o devedor poderá ser pressionado e
intimidado diante da fixação da multa, além disso, é importante ressaltar que, conforme
entendimento do Tribunal Superior de Justiça, AgR no REsp 142.691/BA, 2º turma, relator:
Min. Humberto Martins, julgado em fevereiro de 2014, a multa poderia ser executada antes
do trânsito em julgado, no entanto, o Novo CPC reconhece a exigibilidade imediata da multa
assim como o valor deve ser mantido depositado em juízo a espera do trânsito em julgado,
outrossim, no que diz respeito ao mandato de busca e apreensão, deve ser cumprido por 2
(dois) oficiais de justiça, se observando os fundamentos previstos no art. 846, §1º ao 4º do
NCPC, que está disposto da seguinte forma:
Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a penhora dos bens, o oficial de justiça
comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe ordem de arrombamento.

§ 1 o Deferido o pedido, 2 (dois) oficiais de justiça cumprirão o mandado, arrombando


cômodos e móveis em que se presuma estarem os bens, e lavrarão de tudo auto
circunstanciado, que será assinado por 2 (duas) testemunhas presentes à diligência.

§ 2º Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a fim de auxiliar os oficiais de
justiça na penhora dos bens.

§ 3º Os oficiais de justiça lavrarão em duplicata o auto da ocorrência, entregando uma via ao


escrivão ou ao chefe de secretaria, para ser juntada aos autos, e a outra à autoridade policial a
quem couber a apuração criminal dos eventuais delitos de desobediência ou de resistência.

§ 4º Do auto da ocorrência constará o rol de testemunhas, com a respectiva qualificação.

Dessa forma, o arrombamento do imóvel só é possível em caso do executado se negar a abrir


o imóvel com a finalidade de obstar a penhora dos bens.

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