Você está na página 1de 82

1

82
Sumário

Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 4

2 - Comece Por Aqui! ......................................................................................................................................... 5

3 - Enunciados .................................................................................................................................................... 8

3.1 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XI Exame .............................................................................. 8

3.2 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – IX Exame - Adaptada ........................................................... 9

3.3 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – V Exame ............................................................................. 10

3.4 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XVIII Exame ........................................................................ 11

3.5 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XIV Exame .......................................................................... 12

3.6 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XII Exame ........................................................................... 13

3.7 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXIV Exame ........................................................................ 14

3.8 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXVI Exame ........................................................................ 15

3.9 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXVII Exame ....................................................................... 16

3.10 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – VII Exame ......................................................................... 17

3.11 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XV Exame ......................................................................... 18

3.12 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB - 2010.3 – Direito Constitucional ....................................... 19

3.13 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXII Exame – Direito Constitucional ................................ 20

3.14 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – VI Exame .......................................................................... 21

3.15 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXIV Exame...................................................................... 22

4 - Propostas de Solução .................................................................................................................................. 23

4.1 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XI Exame ............................................................................ 23

4.2 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – IX Exame ............................................................................ 27

4.3 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – V Exame ............................................................................. 30

4.4 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XVIII Exame ........................................................................ 33

2
82
4.5 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XIV Exame .......................................................................... 38

4.6 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XII Exame ........................................................................... 42

4.7 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXIV Exame ........................................................................ 48

4.8 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXVI Exame ........................................................................ 54

4.9 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXVII Exame ....................................................................... 57

4.10 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – VII Exame ......................................................................... 62

4.11 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XV Exame ......................................................................... 66

4.12 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB - 2010.3 – Direito Constitucional ....................................... 70

4.13 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXII Exame – Direito Constitucional ................................ 73

4.14 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – VI Exame .......................................................................... 76

4.15 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXIV Exame...................................................................... 79

5 - Considerações Finais ................................................................................................................................... 82

3
82
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá meus amigos, tudo bom? Estão gostando do curso?

Nessa aula apresentamos as petições iniciais já cobradas nas provas da OAB.

Vamos lá?

Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões.

Estou à disposição dos senhores.

Grande abraço,

Igor Maciel

profigormaciel@gmail.com

Convido-os a seguir minhas redes sociais. Basta clicar no ícone desejado:

@ProfIgorMaciel

4
82
2 - COMECE POR AQUI!

Para que você tenha um melhor aproveitamento do curso e garanta sua aprovação, vamos te passar
algumas dicas de como se preparar para a elaboração da suas peças.

Combinado?

Inicialmente, pense: Quantas provas o seu examinador irá corrigir no mesmo dia?

Desta forma, busque sempre facilitar a correção do seu examinador. Para isso:

1. Capriche na sua letra:

Nesse ponto é essencial que o aluno responda todos os simulados, questões e peças a mão.

Não estamos acostumados a escrever sem o computador. Por isso, você precisa praticar para no dia
da prova você não precisar se preocupar com a sua letra.

2. Seja claro e objetivo:

Vamos entender melhor.

O seu examinador não terá muito tempo para corrigir a sua peça. Dessa forma, se você conseguir
demonstrar para o examinador que sabe o que está sendo perguntado assim que ele bater o olho na sua
prova, a chance de conseguir uma nota melhor será mais alta.

Para isso, você pode adotar algumas técnicas:


• “Topificação” dos pontos com subtópicos;
• Textos objetivos com parágrafos curtos (4 a 5 linhas);
• Cuidado com as rasuras;

5
82
• Evite pular linhas quando não for necessário;
• Se atente para o espaçamento das margens.

3. Não é necessário reproduzir os artigos da lei:

Quando estiver elaborando sua peça é essencial que você indique o fundamento legal da sua tese.
No entanto, não perca tempo reproduzindo os artigos da lei.
Para pontuar, basta que você indique o artigo da lei. Por isso, não perca tempo nem linhas
reproduzindo algo que não te dará mais pontos.

Com base em todos os pontos levantados, vamos te passar um passo a passo de como estudar essa
aula para que você tenha o melhor desempenho possível.

1. Leia atentamente o enunciado e identifique a peça cabível;

2. Rapidamente, faça um esquema dos requisitos formais da peça, dessa forma você
poderá conferir ao final se não esqueceu de nada;

3. Identifique os tópicos e subtópicos que serão desenvolvidos;

4. Elabore a sua peça com muita atenção. Evite olhar o padrão de resposta fornecido
pelo professor antes de concluir a sua peça.

5. Quando terminar, revise sua peça para se certificar que não esqueceu de nenhum
ponto essencial;

6
82
6. Hora de corrigir a sua peça! Esse é um dos momentos mais importantes do seu
aprendizado. Portanto, corrija com atenção para verificar se você conseguiu
desenvolver todos os tópicos de direito material exigidos, bem como preencheu
todos os requisitos formais da peça;

7. Depois disso, parta para a próxima peça. Lembre-se: é praticando que você irá
garantir a sua aprovação.

7
82
3 - ENUNCIADOS

3.1 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XI Exame

Caio, Tício e Mévio são servidores públicos federais exemplares, concursados do Ministério dos Transportes
há quase dez anos. Certo dia, eles pediram a três colegas de repartição que cobrissem suas ausências, uma
vez que sairiam mais cedo do expediente para assistir a uma apresentação de balé. No dia seguinte, eles
foram severamente repreendidos pelo superior imediato, o chefe da seção em que trabalhavam.

Nada obstante, nenhuma consequência adveio a Caio e Tício, ao passo que Mévio, que não mantinha boa
relação com seu chefe, foi demitido do serviço público, por meio de ato administrativo que apresentou,
como fundamentos, reiterada ausência injustificada do servidor, incapacidade para o regular exercício de
suas funções e o episódio da ida ao balé. Seis meses após a decisão punitiva, Mévio o procura para, como
advogado, ingressar com medida judicial capaz de demonstrar que, em verdade, nunca faltou ao serviço e
que o ato de demissão foi injusto.

Seu cliente lhe informou, ainda, que testemunhas podem comprovar que o seu chefe o perseguia há tempos,
que a obtenção da folha de frequência demonstrará que nunca faltou ao serviço e que sua avaliação
funcional sempre foi excelente.

Como advogado, considerando o uso de todas as provas mencionadas pelo cliente, elabore a peça processual
adequada para amparar a pretensão de seu cliente. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal
não pontua.

8
82
3.2 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – IX Exame - Adaptada

João, analista de sistemas dos quadros do Ministério da Educação, foi demitido de seu cargo público, por
meio de Portaria do Ministro da Educação publicada em 19 de maio de 2014, após responder a processo
administrativo em que restou apurada infração funcional relativa ao recebimento indevido de vantagem
econômica.
Exatamente pelo mesmo fato, João também foi processado criminalmente, vindo a ser absolvido por
negativa de autoria, em decisão que transitou em julgado em 18 de janeiro de 2015.
Na data de hoje, João o procura e após narrar os fatos acima, informa que se encontra, desde a sua demissão,
em profunda depressão, sem qualquer atividade laborativa, sobrevivendo por conta de ajuda financeira que
tem recebido de parentes e amigos.
Na qualidade de advogado(a), identifique e minute a medida judicial que pode ser adotada para tutelar os
direitos de João.

9
82
3.3 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – V Exame

A empresa Aquatrans é concessionária de transporte público aquaviário no Estado X há sete anos e foi
surpreendida com a edição do Decreto 1.234, da Chefia do Poder Executivo Estadual, que, na qualidade de
Poder Concedente, declarou a caducidade da concessão e fixou o prazo de trinta dias para assumir o serviço,
ocupando as instalações e os bens reversíveis.

A concessionária, inconformada com a medida, especialmente porque jamais fora cientificada de qualquer
inadequação na prestação do serviço, procura-o, na qualidade de advogado(a), e o contrata para ajuizar a
medida judicial pertinente para discutir a juridicidade do decreto, bem como para assegurar à concessionária
o direito de continuar prestando o serviço até que, se for o caso, a extinção do contrato se opere de maneira
regular.

Elabore a peça processual adequada, levando em consideração que a matéria não demanda qualquer dilação
probatória e que se deve optar pela medida judicial cujo rito, em tese, seja o mais célere.

10
82
3.4 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XVIII Exame

O Ministério da Cultura publicou, na imprensa oficial, edital de licitação que veio assinado pelo próprio
Ministro da Cultura, na modalidade de tomada de preços, para a elaboração do projeto básico, do projeto
executivo e da execução de obras de reforma de uma biblioteca localizada em Brasília. O custo da obra está
estimado em R$ 3.700.000,00 (três milhões e setecentos mil reais).
O prazo de execução é de 16 (dezesseis) meses, e, de acordo com o cronograma divulgado, a abertura dos
envelopes se dará em 45 (quarenta e cinco) dias e a assinatura do contrato está prevista para 90 (noventa)
dias.
Do edital constam duas cláusulas que, em tese, afastariam do certame a empresa ABCD Engenharia. A
primeira diz respeito a um dos requisitos de habilitação, pois se exige dos licitantes, para demonstração de
qualificação técnica, experiência anterior em contratos de obra pública com a União (requisito não atendido
pela empresa, que já realizou obras públicas do mesmo porte que a apontada no edital para diversos entes
da Federação, mas não para a União).
A segunda diz respeito à exigência de os licitantes estarem sediados em Brasília, sede do Ministério da
Cultura, local onde se dará a execução das obras (requisito não atendido pela empresa, sediada no Município
de Bugalhadas). Na mesma semana em que foi publicado o edital, a empresa o procura para que, na
qualidade de advogado, ajuíze a medida cabível para evitar o prosseguimento da licitação, reconhecendo os
vícios do edital e os retirando, tudo a permitir que possa concorrer sem ser considerada não habilitada, e
sem que haja vício que comprometa o contrato. Pede, ainda, que se opte pela via, em tese, mais célere.
Elabore a peça adequada, considerando não ser necessária a dilação probatória, haja vista ser preciso apenas
a juntada dos documentos próprios (edital, cópia dos contratos com outros entes federativos, etc.) para se
comprovar os vícios alegados. Observe o examinando que o interessado quer o procedimento que, em tese,
seja o mais célere.
Obs.: o examinando deve apresentar os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal
pertinente ao caso.

11
82
3.5 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XIV Exame

A Secretaria de Administração do Estado X publicou edital de licitação, na modalidade concorrência, para a


elaboração dos projetos básico e executivo e para a realização de obras de contenção de encosta, na
localidade de Barranco Alto, no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).

O prazo de conclusão da obra é de 12 (doze) meses. Como requisito de habilitação técnica, o edital exige a
demonstração de aptidão para desempenho do objeto licitado, por meio de documentos que comprovem a
participação anterior do licitante em obras de drenagem, pavimentação e contenção de encostas que
alcancem o valor de R$ 150.000.000,00 (cento e cinquenta milhões de reais). Como requisito de qualificação
econômica, o edital exige a apresentação de balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último
exercício social, que comprovem a boa situação financeira da empresa, podendo ser atualizados por índices
oficiais, quando encerrado há mais de 3 (três) meses antes da data de apresentação da proposta, assim como
a apresentação de todas as certidões negativas e de garantia da quantia equivalente a 1% (um por cento) do
valor estimado do objeto da contratação.

O edital admite a participação de empresas em consórcio, estabelecendo, como requisitos de habilitação do


consórcio, um acréscimo de 50% (cinquenta por cento) dos valores exigidos para licitante individual. As
empresas ABC e XYZ, interessadas em participar da licitação em consórcio, entendem ilegais as exigências
contidas no edital e apresentam, tempestivamente, impugnação. A Administração, entretanto, rejeita a
impugnação, ao argumento de que todas as exigências decorrem da legislação federal e que devem ser
interpretadas à luz do princípio constitucional da eficiência, de modo a afastar do certame empresas sem
capacidade de realizar o objeto e, assim, frustrar o interesse público adjacente. A empresa ABC o procura
para, na qualidade de advogado, ajuizar a medida adequada a impedir o prosseguimento da licitação,
apontando ilegalidade no edital.
Elabore a peça adequada, considerando que
I. a única prova a ser produzida consiste na juntada do edital, isto é, não há necessidade de dilação
probatória;
II. já transcorreram 60 (sessenta) dias desde a publicação do edital;
III. a licitação está agendada para menos de uma semana e que o seu cliente, expressamente, requereu a
adoção da medida judicial cujo procedimento seja, em tese, o mais célere;
IV. a Constituição do Estado X, observando o princípio da simetria, prevê foro por prerrogativa de função
para o presente caso, assim como o respectivo Código de Organização Judiciária.

12
82
3.6 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XII Exame

O Governador do Estado Y, premido da necessidade de reduzir a folha de pagamentos do funcionalismo


público estadual, determinou que o teto remuneratório dos Defensores Públicos admitidos após a Emenda
Constitucional n. 41/2003 fosse limitado ao valor correspondente ao subsídio mensal do Governador, ao
entendimento de que aquele órgão integra a estrutura do Poder Executivo estadual.

Com a implementação da medida, os Defensores Públicos do Estado, irresignados com a redução do seu teto
remuneratório, levam a questão à Associação Nacional dos Defensores Públicos Estaduais, legalmente
constituída e em funcionamento há pouco mais de dois anos, e esta contrata os seus serviços advocatícios
para impetrar mandado de segurança coletivo em face do ato do Governador.

A decisão proferida pelo Tribunal de Justiça local, observando a competência originária constante do seu
código de organização e divisão judiciária, diante da autoridade coatora -governador do Estado- deu por
extinto o processo, sem resolução do mérito, sob os argumentos de que a associação não preenche o
requisito de três anos de constituição, não demonstrou a autorização dos associados em assembleia geral
para a propositura da demanda e não poderia representar os associados em demanda que veicule interesse
apenas de uma parte da categoria, uma vez que os Defensores atingidos pela medida, isto é, aqueles
admitidos após a Emenda Constitucional n. 41/2003, os mais novos na carreira, ainda não foram promovidos
e sequer recebem sua remuneração em valores próximos ao subsídio mensal do Governador.

Ciente de que este acórdão contendo a unanimidade de votos dos desembargadores que participaram do
julgamento, já foi objeto de Embargos de Declaração, que foram conhecidos mas não providos, e que a
publicação dessa última decisão se deu na data de hoje, redija a peça processual adequada com seus
fundamentos..

13
82
3.7 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXIV Exame

No dia 05/06/2015, o estado Alfa fez publicar edital de concurso público para o preenchimento de cinco
vagas para o cargo de médico do quadro da Secretaria de Saúde, com previsão de remuneração inicial de R$
5.000,00 (cinco mil reais), para uma jornada de trabalho de 20 horas semanais.

O concurso teria prazo de validade de um ano, prorrogável por igual período. Felipe foi aprovado em quinto
lugar, conforme resultado devidamente homologado em 23/08/2015. No interregno inicial de validade do
concurso, foram convocados apenas os quatro primeiros classificados, e prorrogou-se o prazo de validade
do certame.

Em 10/03/2017, o estado Alfa fez publicar novo edital, com previsão de preenchimento de dez vagas, para
o cargo de médico, para jornada de 40 horas semanais e remuneração inicial de R$ 6.000,00 (seis mil reais),
com prazo de validade de um ano prorrogável por igual período, cujo resultado foi homologado em
18/05/2017, certo que os três primeiros colocados deste último certame foram convocados, em 02/06/2017,
pelo Secretário de Saúde, que possui atribuição legal para convocação e nomeação, sem que Felipe houvesse
sido chamado.

Em 11/09/2017, o advogado constituído por Felipe impetrou mandado de segurança, cuja inicial sustentou
a violação de seu direito líquido e certo de ser investido no cargo para o qual havia sido aprovado em
concurso, nos exatos termos previstos no respectivo instrumento convocatório, com a carga horária de 20
horas semanais e remuneração de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), mediante fundamentação nos argumentos
jurídicos pertinentes, sendo certo que as normas de organização judiciária estadual apontavam para a
competência do Tribunal de Justiça local.

Sobreveio acórdão, unânime, que denegou a segurança, sob o fundamento de que o Judiciário não deve se
imiscuir em matéria de concurso público, por se tratar de atividade sujeita à discricionariedade
administrativa, sob pena de violação do princípio da separação de Poderes. Foram opostos embargos de
declaração, rejeitados por não haver omissão, contradição ou obscuridade a ser sanada.

Redija a petição da medida pertinente à defesa dos interesses de Felipe contra a decisão prolatada em única
instância pelo Tribunal de Justiça estadual, publicada na última sexta-feira, desenvolvendo todos os
argumentos jurídicos adequados à análise do mérito da demanda.

14
82
3.8 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXVI Exame

A sociedade empresária Leva e Traz explora, via concessão, o serviço público de transporte de passageiros
no município Sigma, conhecido pelos altos índices de criminalidade; por isso, a referida concessionária
encontra grande dificuldade em contratar motoristas para seus veículos. A solução, para não interromper a
prestação dos serviços, foi contratar profissionais sem habilitação para a direção de ônibus.

Em paralelo, a empresa, que utiliza ônibus antigos (mais poluentes) e em péssimo estado de conservação,
acertou informalmente com todos os funcionários que os veículos não deveriam circular após as 18 horas,
dado que, estatisticamente, a partir desse horário, os índices de criminalidade são maiores. Antes, por
exigência do poder concedente, os ônibus circulavam até meia-noite.

Os jornais da cidade noticiaram amplamente a precária condição dos ônibus, a redução do horário de
circulação e a utilização de motoristas não habilitados para a condução dos veículos. Seis meses após a
concretização da mencionada situação e da divulgação das respectivas notícias, a associação municipal de
moradores, entidade constituída e em funcionamento há dois anos e que tem por finalidade institucional,
dentre outras, a proteção dos usuários de transporte público, contrata você, jovem advogado(a), para adotar
as providências cabíveis perante o Poder Judiciário para compelir o poder concedente e a concessionária a
regularizarem a atividade em questão.

Há certa urgência, pois no último semestre a qualidade do serviço público caiu drasticamente e será
necessária a produção de provas no curso do processo.
Considerando essas informações, redija a peça cabível para a defesa dos interesses dos usuários do referido
serviço público.

15
82
3.9 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXVII Exame

Mateus, nascido no México, veio morar no Brasil juntamente com seus pais, também nascidos no México.
Aos dezoito anos, foi aprovado no vestibular e matriculou-se no curso de engenharia civil. Faltando um
semestre para concluir a faculdade, decidiu inscrever-se em um concurso público promovido por
determinada Universidade Federal brasileira, que segue a forma de autarquia federal, para provimento do
cargo efetivo de professor. Um mês depois da colação de grau, foi publicado o resultado do certame: Mateus
tinha sido o primeiro colocado.

Mateus soube que seria nomeado em novembro de 2018, previsão essa que se confirmou. Como já tinha
uma viagem marcada para o México, outorgou procuração específica para seu pai, Roberto, para que este
assinasse o termo de posse. No último dia previsto para a posse, Roberto comparece à repartição pública.

Ocorre que, orientado pela assessoria jurídica, o Reitor não permitiu a posse de Mateus, sob a justificativa
de não ser possível a investidura de estrangeiro em cargo público. A autoridade também salientou que
outros dois fatos impediriam a posse: a impossibilidade de o provimento ocorrer por meio de procuração e
o não cumprimento, por parte de Mateus, de um dos requisitos do cargo (diploma de nível superior em
engenharia) na data da inscrição no concurso público.
Ciente disso, Mateus, que não se naturalizara brasileiro, interrompe sua viagem e retorna imediatamente
ao Brasil.

Quinze dias depois da negativa de posse pelo Reitor, Mateus contrata você, como advogado(a), para adotar
as providências cabíveis perante o Poder Judiciário. Há certa urgência na obtenção do provimento
jurisdicional, ante o receio de que, com o agravamento da crise, não haja dotação orçamentária para a
nomeação futura. Considere que todas as provas necessárias já estão pré-constituídas, não sendo necessária
dilação probatória.

Considerando essas informações, redija a peça cabível que traga o procedimento mais célere para a defesa
dos interesses de Mateus. A ação deve ser proposta imediatamente. Explicite as teses favoráveis ao seu
cliente.

16
82
3.10 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – VII Exame

O Município Y, representado pelo Prefeito João da Silva, celebrou contrato administrativo com a empresa W
– cujo sócio majoritário é Antonio Precioso, filho da companheira do Prefeito –, tendo por objeto o
fornecimento de material escolar para toda a rede pública municipal de ensino, pelo prazo de sessenta
meses. O contrato foi celebrado sem a realização de prévio procedimento licitatório e apresentou valor de
cinco milhões de reais anuais.

José Rico, cidadão consciente e eleitor no Município Y, inconformado com a contratação que favorece o filho
da companheira do Prefeito, o procura para, na qualidade de advogado(a), identificar e minutar a medida
judicial que, em nome dele, pode ser proposta para questionar o contrato administrativo.

A medida judicial deve conter a argumentação jurídica apropriada e o desenvolvimento dos fundamentos
legais da matéria versada no problema, abordando, necessariamente:

(i) competência do órgão julgador;


(ii) a natureza da pretensão deduzida por José Rico; e
(iii) os fundamentos jurídicos aplicáveis ao caso.

17
82
3.11 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XV Exame

Fulano de Tal, Presidente da República, concedeu a qualificação de Organização Social ao “Centro


Universitário NF”, pessoa jurídica de direito privado que explora comercialmente atividades de ensino e
pesquisa em graduação e pós graduação em diversas áreas.

Diante da referida qualificação, celebrou contrato de gestão para descentralização das atividades de ensino,
autorizando, gratuitamente, o uso de um prédio para receber as novas instalações da universidade e
destinando-lhe recursos orçamentários.

Além disso, celebrou contrato com a instituição, com dispensa de licitação, para a prestação de serviços de
pesquisa de opinião. Diversos veículos de comunicação demonstraram que Sicrano e Beltrano, filhos do
Presidente, são sócios do Centro Universitário.

Indignado, Mévio, cidadão residente no Município X, procura você para, na qualidade de advogado, ajuizar
medida adequada a impedir a consumação da transferência de recursos e o uso não remunerado do imóvel
público pela instituição da qual os filhos do Presidente são sócios.

A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à
pretensão.

18
82
3.12 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB - 2010.3 – Direito
Constitucional

Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta, participou de movimentos políticos que faziam
oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em
diversas ocasiões, preso para averiguações.

Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do
Estado, organizados por agentes federais. Após longos anos, no ano de 2010, Tício requereu acesso à sua
ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas.

Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na
necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período
desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos.

Tício, inconformado, procura aconselhamentos com seu sobrinho Caio, advogado, que propõe apresentar
ação judicial para acessar os dados do seu tio.

Na qualidade de advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, observando: a) competência
do Juízo; b) legitimidade ativa e passiva; c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; d) os
requisitos formais da peça inaugural.

19
82
3.13 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXII Exame – Direito
Constitucional

Servidores públicos do Estado Beta, que trabalham no período da noite, procuram o Sindicato ao qual são
filiados, inconformados por não receberem adicional noturno do Estado, que se recusa a pagar o referido
benefício em razão da inexistência de lei estadual que regulamente as normas constitucionais que
asseguram o seu pagamento.

O Sindicato resolve, então, contratar escritório de advocacia para ingressar com o adequado remédio
judicial, a fim de viabilizar o exercício em concreto, por seus filiados, da supramencionada prerrogativa
constitucional, sabendo que há a previsão do valor de vinte por cento, a título de adicional noturno, no Art.
73 da Consolidação das Leis do Trabalho.

Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pelo Sindicato, utilizando o


instrumento constitucional adequado, elabore a medida judicial cabível.

20
82
3.14 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – VI Exame

Francisco de Tal é proprietário de uma área de 2.000m2 situada bem ao lado da sede da Prefeitura do
Município de Bugalhadas.
Ao se aposentar, no ano de 2003, cansado da agitada vida da cidade de São Paulo, onde reside, Francisco
resolveu viajar pelo mundo por ininterruptos três anos.
Ao retornar, Francisco descobre que o Município de Bugalhadas iniciou em 2004, sem sua autorização, obra
em seu terreno para a construção de um prédio que servirá de apoio às atividades da Prefeitura. A obra já
se encontra em fase bem adiantada, com inauguração prevista para o início do próximo mês.
Francisco procura-o, na qualidade de advogado(a), para identificar e minutar a medida judicial que pode ser
adotada para tutelar seus direitos.
A medida judicial deve conter argumentação jurídica apropriada e desenvolvimento dos fundamentos legais
do instituto jurídico contido no problema, abordando necessariamente: (i) competência do órgão julgador;
(ii) a natureza da pretensão a ser deduzida por Francisco; (iii) a observância do prazo prescricional; e (iv)
incidência de juros.

21
82
3.15 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXIV Exame

Após anos de defasagem salarial, milhares de trabalhadores que integravam o mesmo segmento profissional
reuniram-se na sede do Sindicato W, legalmente constituído e em funcionamento há vinte anos, que
representava os interesses da categoria, em assembleia geral convocada especialmente para deliberar a
respeito das medidas a serem adotadas pelos sindicalizados. Ao fim de ampla discussão, decidiram que, em
vez da greve, que causaria grande prejuízo à população e à economia do país, iriam se encontrar nas praças
da capital do Estado Alfa, com o objetivo de debater publicamente os interesses da categoria de forma
organizada e ordeira, e ainda fariam passeatas semanais pelas principais ruas da capital. Em situações dessa
natureza, a lei dispõe que seria necessária a prévia comunicação ao comandante da Polícia Militar.
No mesmo dia em que recebeu a comunicação dos encontros e das passeatas semanais, que teriam início
em dez dias, o comandante da Polícia Militar, em decisão formalmente comunicada ao Sindicato W, decidiu
indeferi-los, sob o argumento de que atrapalhariam o direito ao lazer nas praças e a tranquilidade das
pessoas, os quais são protegidos pela ordem jurídica. Inconformado com a decisão do comandante da Polícia
Militar, o Sindicato W procurou um advogado e solicitou o manejo da ação judicial cabível, que dispensasse
instrução probatória, considerando a farta prova documental existente, para que os trabalhadores
pudessem cumprir o que foi deliberado na assembleia da categoria, no prazo inicialmente fixado, sob pena
de esvaziamento da força do movimento. (Valor: 5,00). Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos
de direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do
dispositivo legal não confere pontuação.

22
82
4 - PROPOSTAS DE SOLUÇÃO

4.1 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XI Exame

Perceba que o enunciado prevê claramente a existência de prova testemunhal e a


necessidade de utilizá-la. Dessa forma, o aluno pode excluir a possibilidade de manejo
do mandado de segurança, restando apenas a ação de procedimento comum.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ FEDERAL DA VARA__ DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO __

MÉVIO, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o número__, portador do RG de
número ___, residente e domiciliado à Rua ____, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por
intermédio de seu advogado ao final assinado, constituído nos termos do instrumento de procuração em
anexo, com fundamento no artigo 319, do CPC/15, propor a presente,

AÇÃO ANULATÓRIA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

Perceba que, apesar de ser uma ação de procedimento comum, a peça deve ser nomeada
como ação anulatória, tendo em vista que a pretensão é anular um ato administrativo
eivado de vícios.

Em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público interno, com sede no endereço ___,
que poderá ser citada por meio do Advogado Geral da União, nos termos do artigo 75, I, do CPC, consoante
os fatos e fundamentos a seguir aduzidos.

DOS FATOS

Usualmente não pontuam no espelho, portanto, o aluno deverá ser objetivo e preciso
quando relatar os fatos.

DO DIREITO

DA POSSIBILIDADE DE ANULAÇÃO DO ATO PELO PODER JUDICIÁRIO

23
82
O servidor foi demitido pelo chefe da seção em que trabalhava sem a abertura de processo
administrativo para apuração de falta grave, violando, assim, o artigo 41, §1º e incisos da Constituição
Federal.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

De início, não houve qualquer decisão judicial transitada em julgado condenando o autor à perda do
cargo, mas unicamente um ato administrativo, situação que mais se assemelha a uma demissão de ofício.

Não houve sequer, processo administrativo para apurar o ato que levou à demissão do autor. Nesse
ponto, é importante ressaltar que não foram respeitados os princípios do contraditório e da ampla defesa,
sequer tendo sido possibilitado ao Sr. Mévio, servidor estável, qualquer defesa.

Dessa forma, a demissão por meio de ato administrativo em questão é inconstitucional, portanto, é
perfeitamente possível que o judiciário exerça o controle de legalidade sobre o ato administrativo, não se
tratando de incursão indevida no mérito administrativo, tendo em vista que o motivo alegado no momento
da demissão é falso, acarretando a nulidade do ato, de acordo com a teoria dos motivos determinantes.

DA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA E IMPESSOALIDADE

Ademais, há de ser observado também que o autor foi o único dos três servidores a ser penalizado
pela ida ao balé, sendo tratado, portanto, de forma desigual quando comparado aos outros colegas de
trabalho.

Ressalte-se que o princípio da impessoalidade possui previsão constitucional e deve ser observado
por toda a administração pública.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (...)

Assim, flagrante é a violação ao princípio da isonomia e também da impessoalidade, reforçando a


certeza de que o servidor foi alvo de perseguição pelo chefe do setor em que trabalhava.

24
82
DA LESÃO PATRIMONIAL

A demissão processada de ofício, sem qualquer possibilidade de defesa, além de inconstitucional,


também foi um golpe ao planejamento financeiro e familiar do autor.

Este servidor público estável, que sempre cumpriu com suas obrigações corretamente há muito
tempo vivendo com base no vencimento percebido de seu cargo público, sofreu abalo incalculável ao não
mais poder custear quaisquer de suas necessidades mínimas.

Considerando ter sido a demissão do Sr. Mévio inconstitucional, deve ser condenada a União Federal
a ressarcir todos os valores devidos a título de vencimentos por todo o período em que o autor restou
prejudicado, visto que não pode retornar ao seu trabalho.

DA TUTELA ANTECIPADA

Os requisitos autorizadores para a concessão de tutela de urgência estão devidamente comprovados


nos autos, quais sejam, a probabilidade do direito e o perigo de dano, nos termos do artigo 300, do CPC.

A probabilidade do direito é demonstrada tanto pela violação dos princípios constitucionais quais
sejam eles, o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, presentes no artigo 5º parágrafos LIV
e LV, como pela violação ao artigo 41 da Constituição Federal.

Já o perigo de dano pode ser considerado pelo não recebimento pelo autor dos seus vencimentos,
verba de caráter alimentar, sem a qual o Sr. Mévio não poderá custear as necessidades básicas suas e de sua
família.

Demonstrados, pois, os requisitos autorizadores, requer-se, a concessão de TUTELA DE URGÊNCIA


ANTECIPADA para permitir ao autor que retorne ao seu cargo público e, consequentemente, volte a receber
seus vencimentos devidos

DOS PEDIDOS FINAIS

Ante o exposto, requer-se:

a) No mérito, requer-se a confirmação da liminar anteriormente concedida, a fim de invalidar a


demissão inconstitucional por parte do chefe do gabinete do Sr. Mévio e a reintegração do autor no cargo
em que ocupava, condenando a ré também a ressarcir todos os valores que deveriam ter sido recebidos pelo
servidor durante o período em que esteve afastado por ato administrativo inconstitucional.

b) A citação da União, para querendo, contestar a presente ação.

c) A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a prova testemunhal.

25
82
d) A condenação da ré ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais.

e) A opção/não do Autor pela realização da audiência de conciliação.

Dá-se à causa o valor de ____.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado - OAB/ N.

26
82
4.2 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – IX Exame

Perceba que, nesse caso, deve ser afastada a possibilidade de impetração de mandado
de segurança, tendo em vista o decurso de mais de 120 dias.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ FEDERAL DA VARA__ DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO __ (AO
JUÍZO DA _ VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA__)

JOÃO, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o número__, portador do RG de
número ___, residente e domiciliado à Rua ____, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por
intermédio de seu advogado ao final assinado, constituído nos termos do instrumento de procuração em
anexo, propor a presente

AÇÃO ANULATÓRIA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

Em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público interno, com sede no endereço ___, que
poderá ser citada por meio do Advogado Geral da União, nos termos do artigo 75, I, do CPC, consoante os
fatos e fundamentos a seguir aduzidos.

DOS FATOS

Usualmente não pontuam no espelho, portanto, o aluno deverá ser objetivo e preciso
quando relatar os fatos.

DO DIREITO

DA NULIDADE DA PORTARIA DEMISSIONAL

O Ministro da Educação é incompetente para demitir o Sr. João do cargo público, uma vez que tal ato
deveria ser realizado pelo Presidente da República, de acordo com o artigo 141, inciso I, da lei 8.112/90
restando claro que houve usurpação de competência.

Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:

27
82
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e
cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder,
órgão, ou entidade;

Portanto, resta esclarecido que a portaria do Ministro da Educação não tem competência para
demitir o autor, sendo flagrantemente ilegal por assumir poderes não garantidos pela lei que rege o regime
jurídico dos servidores públicos civis da União.

DA ABSOLVIÇÃO CRIMINAL POR NEGATIVA DE AUTORIA

A penalização do Sr. João na esfera administrativa deverá ser anulada, exatamente em razão da
absolvição na esfera criminal por negativa de autoria. Esta decisão que inocenta o autor vincula a esfera
administrativa de acordo com o artigo 126, da Lei nº 8.112/90.

Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de


absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

Nesse caso, o Sr. João deverá ser reintegrado ao cargo de Analista de Sistemas, com o devido
ressarcimento de todas as vantagens de acordo com o artigo 28, da lei n. 8.112/90; sendo tal valor a soma
de todos os vencimentos não percebidos por ele durante seu tempo afastado por decisão administrativa
precipitada, leia-se: sem apurar a veracidade dos fatos.

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente


ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão
por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

DOS DANOS MORAIS

Ademais, a demissão injusta do servidor por meio de Portaria (ato já incapaz de tal resultado) foi
agravada pela mácula de sua imagem, o que, até a verificação de sua inocência por meio de processo
criminal, o Sr. João teve sua imagem associada a um bandido.

Os reflexos disso podem ser percebidos na vida do autor, o qual sofreu profunda depressão, sem
qualquer atividade laborativa, sobrevivendo por conta de ajuda financeira que tem recebido de parentes e
amigos.

Dessa forma, os danos aos quais respondem objetivamente a União Federal são incontestes, devendo
esta ser condenada ao ressarcimento por danos morais causados ao Sr. João.

28
82
DO PEDIDO LIMINAR

Os requisitos autorizadores para a concessão de tutela de urgência estão devidamente comprovados


nos autos, quais sejam a probabilidade do direito e o perigo de dano, nos termos do artigo 300, do CPC.

A probabilidade do direito é demonstrada tanto pela ilegalidade da demissão por ato incapaz de
produzir tal resultado, qual seja uma Portaria do Ministro da Educação, como também a posterior
constatação da inocência do autor por meio de processo criminal transitado em julgado.

O perigo de dano pode ser considerado até mesmo um dano já experimentado pelo autor, o qual se
agrava gradativamente com o tempo. Não mais recebendo os vencimentos de seu cargo público, o Sr. João,
não podendo custear as suas necessidades básicas por um fato que não foi de sua autoria.

Demonstrados, pois, os requisitos autorizadores, requer-se a concessão de TUTELA DE URGÊNCIA


ANTECIPADA para declarar a nulidade dos efeitos da Portaria e reintegrar o autor ao seu cargo público e,
consequentemente, volte a receber seus vencimentos devidos.

DOS PEDIDOS FINAIS

Em face do exposto requer-se:

a) A concessão da liminar pleiteada para declarar a nulidade dos efeitos da Portaria que outrora demitiu
irregularmente o Sr. João, reintegrando-o ao seu cargo público, bem como condenando a União Federal
a ressarcir o montante correspondente aos vencimentos que deveria o autor ter recebido durante o
intervalo de tempo em que esteve indevidamente demitido.
b) A citação da União Federal para, querendo, contestar a presente ação.
c) Ao final, seja confirmada a tutela pleiteada na alínea ‘a’.
d) A produção de todas as provas em direito admitidas.
e) A condenação da ré ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios sucumbenciais.

Dá-se à causa o valor de ____.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado

OAB/ N.

29
82
4.3 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – V Exame

EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA


DO ESTADO X

AQUATRANS, pessoa jurídica de direito privado, concessionária de transporte público aquaviário,


inscrita no CNPJ sob o nº ___, com sede no endereço ___, vem, respeitosamente e tempestivamente à
presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado ao final assinado, constituído nos termos do
instrumento de procuração em anexo, com fulcro no artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal e no
artigo 1º, da Lei 12.016/2009, impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR

Em face de ato abusivo perpetrado pelo GOVERNADOR DO ESTADO X, autoridade impetrada que poderá
ser notificada no endereço ___, integrante do ESTADO X, pessoa jurídica de direito público interno, com
sede no endereço ___, que poderá ser citada por meio de seu Procurador, nos termos do artigo 75, II, do
CPC, consoante os fatos e fundamentos a seguir aduzidos.

DOS FATOS

Descrever objetivamente os fatos narrados na questão, deixando claro qual a autoridade


cometeu a omissão legislativa. Cuidado para não inventar matéria de fato não fornecida
pela banca. Isso pode caracterizar identificação de peça, ok?

DO DIREITO

DO CABIMENTO:

A presente demanda encontra amparo no art. 5º, LXIX, da CRFB e no art. 1º, da Lei nº 12.016/09, uma
vez que houve violação a direito líquido e certo do impetrante quando fora impedido de tomar posse de
cargo público para qual foi aprovado.

Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de
poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que
exerça.

30
82
Por fim, ressalta-se que o mandado de segurança é tempestivo, eis que interposto dentro do prazo
decadencial de 120 dias estabelecido pelo art. 23, da Lei nº 12.016/09.

Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento
e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

DA AUSÊNCIA DE CIENTIFICAÇÃO DAS IRREGULARIDADES E FIXAÇÃO DE PRAZO PARA CORREÇÃO

A Lei nº 8.987/95 que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços
públicos, determina a emissão de comunicado com o detalhamento dos descumprimentos contratuais,
oportunizando à concessionária Aquatrans prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas para o
devido enquadramento.

Acontece que a Autoridade coatora não observou o disposto no artigo 38, § 3º, da Lei nº 8.987/95,
que permite a instauração de processo administrativo somente após o comunicado a concessionária, sendo
clara a violação ao direito líquido e certo da impetrante.

Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder


concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções
contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas
convencionadas entre as partes.
§ 3o Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de comunicados
à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º
deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para
o enquadramento, nos termos contratuais.

DA AUSÊNCIA DE VERIFICAÇÃO DE INADIMPLÊNCIA

Só para elucidarmos melhor, caso a empresa Aquatrans tivesse dado causa às hipóteses previstas no
artigo 38 da Lei nº 8.987/95, autorizadoras da aplicação do instituto da caducidade, antes mesmo de editar
o decreto, e após comunicar a concessionária das irregularidades, a autoridade competente deveria
instaurar processo administrativo para verificar a possível inadimplência da concessionária, assegurando-lhe
o direito a ampla defesa, nos termos do artigo 38, § 2º, da Lei nº 8.987/95.

Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder


concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções
contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas
convencionadas entre as partes.

31
82
§ 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da
inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de
ampla defesa.

Ocorre que novamente a Autoridade Coatora não observou a legislação pertinente ao não observar
os requisitos autorizadores para a declaração da caducidade. Devendo, portanto, ser declarado nulo o
Decreto nº 1234.

DA INOBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL

Por fim, diante das violações acima expostas, sabe-se que a caducidade só é cabível quando a
concessionária deixa de prestar o serviço total ou parcialmente, seja por inadequação do serviço,
descumprimento contratual ou, prestar de forma inadequada, hipóteses essas que não ocorreram no caso
em tela.

Resta claro, portanto, a nulidade do decreto visto que não houve a observância por parte do poder
concedente dos princípios constitucionais estabelecidos no artigo 5º LIV e LV da Constituição Federal, em
especial, o princípio do devido processo legal, uma vez que a edição do decreto não observou os tramites
legais, deixando de oportunizar a defesa por parte da concessionária ao não comunicá-la de possíveis
irregularidades e da ausência de instauração de processo administrativo.

DO PEDIDO LIMINAR

Os requisitos autorizadores para a concessão do pedido liminar estão devidamente comprovados nos
autos, quais sejam, o fundamento relevante do direito e o risco de ineficácia da medida, nos termos do 7º,
inciso III da Lei nº 12.016/2009.

O fundamento relevante do direito é demonstrado tanto pela violação dos princípios constitucionais
do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, presentes no artigo 5º, LIV e LV, da CRFB/88,
como pela necessidade da declaração de caducidade ser precedida da verificação de inadimplência da
concessionária em processo administrativo de acordo com o artigo 38, parágrafos 2º e 3º da lei 8987/95, o
que não ocorreu no presente caso.

Já o risco de ineficácia da medida decorre do fato de que muito em breve haverá nova licitação, visto
que o serviço de transporte público aquaviário não pode ser paralisado a fim de atender ao interesse público,
e, consequentemente, outra empresa será contratada, dificultando ou mesmo impossibilitando a reversão
dos fatos ora questionados.

Dessa forma, requer-se a concessão de MEDIDA LIMINAR para SUSPENDER os efeitos do Decreto
1.234 expedido pela Autoridade Impetrada a fim de permitir que a empresa Impetrante permaneça na
prestação do serviço até o julgamento final do presente Mandado de Segurança.

32
82
DOS PEDIDOS

Em face do exposto requer-se:

a) A notificação da Autoridade impetrada para prestar informações (art. 7º, inciso I, Lei nº 12.016/2009).

b) Seja cientificado o Estado X, através da Procuradoria Gerald do Estado para que, querendo, ingresse no
presente feito (art. 7º, inciso II, Lei nº 12.016/2009).

c) No mérito, a confirmação do pedido liminar, com a procedência dos pedidos a fim de declarar a nulidade
do Decreto 1.234, da Chefia do Poder Executivo Estadual, mantendo a empresa Aquatrans na prestação do
serviço de transporte público.

d) A intimação do membro do Ministério Público para que traga aos autos o seu parecer (art. 12, Lei nº
12.016/2009).

e) Requer-se, sejam acostados os seguintes documentos hábeis a provar os fatos alegados: edital, cópia dos
contratos com outros entes federativos, constituindo a prova pré-constituída dos autos.

Dá-se à causa o valor de ____.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado

OAB/ N.

4.4 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XVIII Exame

EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA.

33
82
Perceba que, nesse caso, a competência é do STJ, tendo em vista tratar-se de mandado
de segurança contra ato de Ministro de Estado.

ABCD ENGENHARIA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número ____, com
sede à Rua ____, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado ao
final assinado, constituído nos termos do instrumento de procuração em anexo, com fulcro no artigo 5º,
inciso LXIX, da Constituição Federal e no artigo 1º, da Lei nº 12.016/2009, impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR

Não se esqueça de já indicar o pedido liminar.

Em face de ato abusivo perpetrado pelo Sr. MINISTRO DE ESTADO DA CULTURA, autoridade impetrada que
poderá ser notificada no endereço _____, integrante da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público
interno, com sede no endereço ___, que poderá ser citada por meio do Advogado Geral da União, nos termos
do artigo 75, I, do CPC, consoante os fatos e fundamentos a seguir aduzidos.

DOS FATOS

Usualmente não pontuam no espelho, portanto, o aluno deverá ser objetivo e preciso
quando relatar os fatos.

DO DIREITO

DA IMPOSSIBILIDADE DE SE LICITAR OBRAS SEM O PRÉVIO PROJETO BÁSICO

Em primeiro lugar, o procedimento licitatório em epígrafe deve ser considerado nulo por ferir
expressamente o disposto no artigo 7º, §2º, I, da Lei nº 8.666/93. É que sem ter elaborado qualquer projeto
básico, pretende a Autoridade Impetrada realizar a licitação de obras em total desacordo com a legislação
pátria.

Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão


ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência:
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame
dos interessados em participar do processo licitatório;

34
82
Ou seja, é nulo o procedimento licitatório, uma vez que as obras e os serviços somente poderão ser
licitados quando houver prévio projeto básico aprovado pela autoridade competente para exame dos
interessados no procedimento.

DA IMPOSSIBILIDADE DE ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO E DE EXECUÇÃO DA OBRA PELA MESMA


PESSOA

Nulo também o procedimento por desrespeitar o disposto no artigo 9º, I, da Lei nº 8.666/93. Segundo
consta no Edital, a mesma pessoa deverá tanto elaborar o projeto básico como realizar a obra, hipótese
vedada pela legislação.

Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra


ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;

Assim por não ser permitida a participação direta ou indireta da licitação ou da execução da obra da
pessoa que fora autora do projeto básico ou executivo, deve ser reconhecida a nulidade do presente
procedimento.

DA EXIGÊNCIA DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA DIVERSA DO OBJETO LICITADO

Outra irregularidade que deve ser reconhecida é a previsão, como requisito de qualificação técnica,
a participação do licitante em anteriores obras de pavimentação e drenagem. Contudo, o objeto da licitação
é completamente diverso: a contenção de encosta.

Assim, em razão de se exigir qualificação técnica completamente diversa do objeto licitado, deve-se
reconhecer a nulidade do edital, dada a possibilidade de a Administração Pública contratar companhia sem
qualquer experiência prática no objeto licitado.

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:


II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em
características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações
e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do
objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica
que se responsabilizará pelos trabalhos;

Inexiste, portanto, a qualificação pertinente e compatível com o objeto licitado exigida pelo art. 30,
inciso II da Lei nº 8.666/93.

35
82
DA INADEQUAÇÃO DA MODALIDADE ELEITA

É certo que o artigo 23, I, b, da Lei 8.666/93 estabelece como valor limite para contratação de obras
e serviços de engenharia pela modalidade tomada de preços o valor de até R$ 3.300.000,00 (três milhões e
trezentos mil reais).
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior
serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da
contratação:
I - para obras e serviços de engenharia:
b) tomada de preços - até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais);
Ora, se a contratação objeto da presente demanda tem valor de R$ 3.700.000,00 (três milhões e
setecentos mil reais), resta claro que a modalidade eleita é inadequada, uma vez que deveria ter sido
adotada a modalidade concorrência.

DA ILEGAL EXIGÊNCIA DE ACRÉSCIMO DE 50% PARA CONSÓRCIOS

Nulo também o procedimento por desrespeitar o disposto no art. 33, III, da Lei nº 8.666/93. Segundo
consta no edital haverá um requisito de habilitação para os consórcios equivalente a um acréscimo de 50%
(cinquenta por cento) dos valores exigidos pelos licitantes individuais.

Contudo, o texto legal limita tal acréscimo a 30% (trinta por cento). Diante disso, é necessário que se
reconheça a nulidade do presente procedimento.

Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio,


observar-se-ão as seguintes normas:
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada
consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos
quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o
somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participação,
podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta
por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os
consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas
em lei;

DO PEDIDO LIMINAR

O fundamento relevante do direito restou demonstrado pelas inúmeras agressões do edital a Lei nº
8.666/93. Já o risco da ineficácia da medida decorre do fato de que se o edital não for suspenso desde logo,
há risco de contratação flagrantemente viciada e de difícil reversibilidade.

36
82
Assim, presentes os requisitos autorizadores, requer-se, nos termos do artigo 7º, III, da Lei nº
12.016/2009, seja concedida MEDIDA LIMINAR para SUSPENDER a licitação até o julgamento final do
presente mandado de segurança.

DOS PEDIDOS

Deferida e cumprida a liminar pleiteada, requer-se:

a) A notificação da Autoridade impetrada para prestar informações (art. 7º, I, Lei nº 12.016/2009).

b) Seja cientificada a UNIÃO FEDERAL, através da Advocacia Geral da União, para que, querendo, ingresse
no presente feito (art. 7º, II, Lei nº 12.016/2009).

c) A concessão da segurança para, confirmando a liminar deferida, anular o procedimento licitatório, ante
os vícios constatados no edital.

d) A intimação do membro do Ministério Público para que traga aos autos o seu parecer (art. 12, Lei nº
12.016/2009).

e) Requer-se, sejam acostados os seguintes documentos hábeis a provar os fatos alegados: edital, cópia dos
contratos com outros entes federativos, etc.

ATENÇÃO: não há protesto por provas, tendo em vista a necessidade de prova pré-
constituída.

Dá-se à causa o valor de ____.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado - OAB/ N.

37
82
4.5 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XIV Exame

Perceba que o enunciado deixou claro que não há necessidade de dilação probatória e a
necessidade de adoção da medida judicial mais célere.

EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO


ESTADO X.

ABC, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número ____, com sede à Rua ____,
vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado ao final assinado,
constituído nos termos do instrumento de procuração em anexo, com fulcro no artigo 5º, inciso LXIX , da
Constituição Federal e no artigo 1º, da Lei 12.016/2009, impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR

Em face de ato abusivo perpetrado pelo Sr. SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO X, autoridade
impetrada que poderá ser notificada no endereço _____, integrante do ESTADO X, pessoa jurídica de direito
público interno, que poderá ser cientificada através da sua Procuradora Geral, com sede à Rua _____, pelas
razões de fato e de direito a seguir aduzidas.

DOS FATOS

Usualmente não pontuam no espelho, portanto, o aluno deverá ser objetivo e preciso
quando relatar os fatos.

DO DIREITO

DA IMPOSSIBILIDADE DE SE LICITAR OBRAS SEM O PRÉVIO PROJETO BÁSICO

Em primeiro lugar, o procedimento licitatório em epígrafe deve ser considerado nulo por ferir
expressamente o disposto no artigo 7º, §2º, I, da Lei nº 8.666/93. É que sem ter elaborado qualquer projeto
básico, pretende a Autoridade Impetrada realizar a licitação de obras em total desacordo com a legislação
pátria.

38
82
Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão
ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame
dos interessados em participar do processo licitatório;

Isto porque as obras e os serviços somente poderão ser licitados quando houver prévio projeto básico
aprovado pela autoridade competente para exame dos interessados no procedimento.

DA IMPOSSIBILIDADE DE ELABORAÇÃO DE PROJETO BÁSICO E DE EXECUÇÃO DA OBRA PELA MESMA


PESSOA

Nulo também o procedimento por desrespeitar o disposto no artigo 9º, I, da Lei nº 8.666/93. Segundo
consta no Edital, a mesma pessoa deverá tanto elaborar o projeto básico como realizar a obra, hipótese
vedada pela legislação.

Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra


ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;

Assim por não ser permitida a participação direta ou indireta da licitação ou da execução da obra da
pessoa que fora autora do projeto básico ou executivo, deve ser reconhecida a nulidade do presente
procedimento.

DA QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

Conforme o art. 30 da Lei n. 8.666/1993, a documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á


à comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características,
quantidades e prazos com o objeto da licitação, o que não é o caso do edital impugnado.

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:


II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em
características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações
e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do
objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica
que se responsabilizará pelos trabalhos;

A exigência de experiência prévia com serviços e valores muito superiores ao do objeto ora licitado
viola o dispositivo acima mencionado, devendo ser anulado o referido edital.

39
82
DA EXIGÊNCIA AOS CONSÓRCIOS

A exigência, para os consórcios, de requisitos de habilitação com acréscimo de 50% dos valores
exigidos para licitante individual viola o art. 33, III da Lei n. 8.666/1993, que estabelece, como limite, 30%.

Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-


se-ão as seguintes normas:
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada
consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos
quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o
somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participação,
podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta
por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os
consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas
em lei;

Desta forma, diante de mais uma irregularidade, deve ser anulado o edital da licitação ora impugnada.

DO PEDIDO LIMINAR

Os requisitos autorizadores para a concessão do pedido liminar estão devidamente comprovados nos
autos. O fundamento do direito é demonstrado pela violação expressa dos dispositivos legais da Lei de
Licitações (Lei 8.666/93).

Já o risco da ineficácia da medida decorre do fato que a licitação já está agendada para menos de uma
semana, e caso o edital for suspenso apenas no trânsito em julgado do presente processo, haverá uma
contratação flagrantemente viciada e de difícil reversibilidade ao final.

Assim, presente os requisitos autorizadores, requer-se, nos termos do artigo 7º, III, da Lei nº
12.016/2009, seja concedida MEDIDA LIMINAR para SUSPENDER a licitação até o julgamento final do
presente mandado de segurança.

DOS PEDIDOS

Deferida e cumprida a liminar pleiteada, requer-se:

a) A notificação da Autoridade impetrada para prestar informações (art. 7º, inciso I, Lei nº 12.016/2009).

40
82
b) Seja cientificado o Estado X, através de sua Procuradoria Geral, para que, querendo, ingresse no presente
feito (art. 7º, inciso II, Lei nº 12.016/2009).

c) A concessão da segurança para, confirmando a liminar deferida, anular o procedimento licitatório, ante
os vícios constatados no edital.

d) A intimação do membro do Ministério Público para que traga aos autos o seu parecer (art. 12, Lei nº
12.016/2009).

e) Requer-se, sejam acostados os documentos hábeis a provar os fatos alegados, em especial a cópia do
edital e de sua respectiva publicação.

Dá-se à causa o valor de ____.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado

OAB/ N.

41
82
4.6 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XII Exame

EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE Y.

Processo N. _____

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS DEFENSORES PÚBLICOS ESTADUAIS, pessoa jurídica de direito privado,
já devidamente qualificada nos autos do processo sob epígrafe, vem, tempestiva e respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, através de seu advogado ao final assinado, inconformado com o Acórdão de
fls__, proferido em Mandado de Segurança Coletivo impetrado em face do ESTADO Y, também já
devidamente qualificado, propor o presente

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA

Com fulcro nos artigos art. 105, II, b , da CRFB/88 e 1.027. II, ‘a’ e seguintes do CPC, consoante as
razões anexas.

Requer-se, assim, seja o Estado Recorrido intimado para que, querendo, ofereça contrarrazões ao
Recurso e, ato contínuo, sejam os autos remetidos ao Colendo Superior Tribunal de Justiça, independente
de juízo de admissibilidade (artigo 1.028, parágrafo 2º, CPC) para que possa ser apreciado e julgado.

Acostam-se, por oportuno, os respectivos comprovantes de custas processuais e porte de remessa e


retorno, conforme exigido pelo artigo 1.007, do CPC.

Nestes termos, pede deferimento.

LOCAL/DATA

ADVOGADO - OAB N.

42
82
EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO SUPERIOR TRIBUBAL DE
JUSTIÇA.

Processo N.

Recorrente: Associação Nacional dos Defensores Públicos Estaduais

Recorrido: Estado Y

Tribunal de Origem: Tribunal de Justiça do Estado Y

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA

Doutos Ministros,

Exmo. Relator,

DA TEMPESTIVIDADE

Conforme art. 1.003, §5º do Código de Processo Civil, o prazo para interposição do Recurso Ordinário
é de 15 (quinze) dias úteis a contar da intimação da sentença.

Dessa forma, comprova-se a tempestividade do recurso, visto que protocolado antes do término do
prazo.

DO CABIMENTO

No caso, tratando-se de mandado de segurança coletivo com acórdão denegatório proferido em


única instância pelo Tribunal de Justiça, competente para julgamento do recurso o Superior Tribunal de
Justiça, conforme determina o art. 105, inciso II, alínea “b”, da Constituição Federal:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


II - julgar, em recurso ordinário:

43
82
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;

Bem como reiterado pelo art. 1.027, inciso II, alínea “a”, do CPC:

Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:


II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais
federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;

DOS FATOS

Descrever objetivamente os fatos narrados na questão, deixando claro qual a autoridade


cometeu a omissão legislativa. Cuidado para não inventar matéria de fato não fornecida
pela banca. Isso pode caracterizar identificação de peça, ok?

DO DIREITO

DA LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO RECORRENTE

A legitimidade da Associação Nacional dos Defensores Públicos Estaduais advém da própria


Constituição. Ademais, está eivado de vício o ponto do acórdão ora recorrido em relação à suposta
necessidade de funcionamento há mais de 03 (três) anos para que pudesse ser impetrado o writ de origem.

Determina a Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso LXX, alínea “b” que:

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

Dessa forma, estando a Associação Nacional dos Defensores Públicos Estaduais legalmente
constituída e em funcionamento há mais de 01 (um) ano, esta é parte legítima para a impetração do
mandado de segurança em questão.

44
82
DA POSSIBILIDADE DA IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA QUANDO A PRETENSÃO
INTERESSA A APENAS PARTE DA CATEGORIA

O art. 21, da Lei nº 12.016/09, garante que o mandado de segurança coletivo poderá ser impetrado
ainda que para defender direito de uma parte dos membros de uma associação, esse também é o
entendimento da súmula 630 do Supremo Tribunal Federal.

Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a
seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em
defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial.
Súmula 630, STF: A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.

Desta forma, não pode servir de fundamento do acórdão denegatório o fato do mandado de
segurança tratar apenas de direito de parte dos associados e não da totalidade.

Igualmente, não é necessário que haja autorização dos associados para a impetração do mandado de
segurança coletivo, diverso do fundamento do acórdão ora recorrido. A parte final do art. 21 da Lei nº
12.016/09, dispõe expressamente que a impetração dispensa autorização especial.

Tal entendimento também já foi pacificado pelo Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento
sumulado.

Súmula 629, STF: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe
em favor dos associados independe da autorização destes.

VIOLAÇÃO AO ARTIGO 37, INCISO XI DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – DA LIMITAÇÃO DO TETO DOS


DEFENSORES AOS DESEMBARGADORES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Ademais, no tocante ao teto remuneratório dos Defensores Públicos do Estado Y outrora reduzido
por ato do Governador, havendo procedência do presente recurso, esta questão de mérito deverá ser
enfrentada por este Superior Tribunal de Justiça, conforme possibilita a teoria da causa madura positivada
no art. 1.034, parágrafo único do Código de Processo Civil:

Art. 1.034. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o Supremo Tribunal


Federal ou o Superior Tribunal de Justiça julgará o processo, aplicando o direito.

45
82
Parágrafo único. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial por um
fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais fundamentos
para a solução do capítulo impugnado.

Superadas as questões preliminares, já destacadas nos tópicos anteriores, que outrora


indevidamente denegaram a segurança, é cabível e devida a procedência do mérito da questão, qual seja, a
impossibilidade da redução do teto remuneratório dos Defensores Públicos do Estado Y ao subsídio mensal
do Governador.

O artigo 37, XI, da CRFB, disciplina que aplica-se aos membros da Defensoria Pública o teto
remuneratório dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitando a noventa inteiros e vinte e cinco
centésimos por cento.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou
de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador
no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito
do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

Dessa forma, é inconstitucional o ato do Governador que estabeleceu o teto da remuneração dos
Defensores Públicos do Estado Y ao seu subsídio, sendo correto que o teto dos Defensores seja o subsídio
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado Y.

DA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA

Por fim, igualmente importante é que a aplicação do ato conforme pretende o Governador viola
diretamente o princípio da isonomia, visto que ao estabelecer um marco temporal (EC 41/2003) obteria
como resultado alguns Defensores Públicos Estaduais recebendo mais que outros, apesar de ambos
exercerem a mesma função.

46
82
Pela necessária proteção aos princípios da isonomia, em especial aos artigos 5º e 37 da Constituição
Federal, requer-se a procedência do presente recurso com o fim de que seja concedida a segurança outrora
pretendida no mandado de segurança coletivo de origem, anulando-se o ato do Governador do Estado Y.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se seja o presente recurso conhecido e provido para, nos termos do artigo
1.013, parágrafo 3º, inciso I c/c o artigo 1.027, parágrafo 2º, ambos do CPC, superar os óbices impostos pelo
acórdão ora recorrido e, desde já, analisar o mérito da demanda e julgar procedente o pedido para que seja
aplicado aos Defensores Públicos substituídos o teto remuneratório relativo ao subsídio mensal dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado Y.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado

OAB/ N.

47
82
4.7 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXIV Exame

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA


DO ESTADO ALFA

Processo N. _____

FELIPE, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, tempestiva e


respeitosamente à presença de Vossa Excelência, através de seu advogado ao final assinado, inconformado
com o acórdão de fls__, proferido em mandado de segurança que move contra o ESTADO ALFA, também já
devidamente qualificado, interpor o presente

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA

Com fulcro no artigo 105, inciso II, alínea “b” da Constituição Federal, artigo 18, da Lei 12.016/2009 e
1.027, II, “a”, do CPC, conforme as razões de fato e de direito a seguir aduzidas.

Requer-se, assim, seja o Estado Recorrido intimado para que, querendo, ofereça contrarrazões ao
Recurso e, ato contínuo, sejam os autos remetidos ao Colendo Superior Tribunal de Justiça, independente
de juízo de admissibilidade (artigo 1.028, parágrafo 2º, CPC) para que possa ser apreciado e julgado.

Acostam-se, por oportuno, os respectivos comprovantes de custas processuais e porte de remessa e


retorno, conforme exigido pelo artigo 1.007, do CPC.

Nestes termos, pede deferimento.

Local, data.

Advogado

OAB N.

48
82
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Processo N.

Apelante: FELIPE

Apelado: Estado Alfa

Origem: Egrégio Tribunal de Justiça do Estado Alfa

RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA

Doutos Ministros,

Exmo Relator,

Colenda Corte.

DA TEMPESTIVIDADE

Conforme art. 1.003, §5º do Código de Processo Civil, o prazo para interposição do Recurso Ordinário
é de 15 (quinze) dias úteis a contar da intimação da sentença.

Dessa forma, comprova-se a tempestividade do recurso, visto que protocolado antes do término do
prazo.

DO CABIMENTO

No caso, tratando-se de mandado de segurança coletivo com acórdão denegatório proferido em


única instância pelo Tribunal de Justiça, competente para julgamento do recurso o Superior Tribunal de
Justiça, conforme determina o art. 105, inciso II, alínea “b”, da Constituição Federal:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


II - julgar, em recurso ordinário:

49
82
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;

Bem como reiterado pelo art. 1.027, inciso II, alínea “a”, do CPC:

Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:


II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais
federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando
denegatória a decisão;

DOS FATOS

Descrever objetivamente os fatos narrados na questão, deixando claro qual a autoridade


cometeu a omissão legislativa. Cuidado para não inventar matéria de fato não fornecida
pela banca. Isso pode caracterizar identificação de peça, ok?

DO DIREITO

DA POSSIBILIDADE DE CONTROLE JUDICIAL

O acórdão recorrido expressou que o Poder Judiciário não poderia infringir ato de gestão do Poder
Executivo, sob pena de violar a separação dos poderes prevista na Constituição Federal. Contudo, o ato
combatido não pode ser considerado ato discricionário da Administração Pública como afirmado no acórdão.

Versando a matéria sobre concurso público, o candidato aprovado dentro do número de vagas possui
não apenas expectativa, mas efetivo direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de validade do concurso
público.

É que ao publicar Edital a Administração Pública já fez toda a análise da necessidade e quantidade de
vagas a serem contratadas. Assim, não é ato discricionário a necessidade de nomeação do candidato
aprovado dentro do número de vagas.

Trata-se de ato vinculado da administração pública, eis que o candidato possui direito subjetivo à
nomeação. O desrespeito a tal preceito fere direito líquido e certo do Impetrante.

50
82
DA VEDAÇÃO À PRETERIÇÃO DO RECORRENTE

A preterição do recorrente constitui ato ilegal do poder público, na medida em que ocorrendo novo
concurso público com nomeação de seus classificados antes da nomeação do recorrente surgirá um flagrante
caso de preterição, dada a prioridade de nomeação que dispõe o Recorrente, conforme art. 37, IV, da CRFB:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre
novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

DO DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO

Conforme já exposto, a classificação do recorrente em posição dentro das vagas previstas em edital
confere a este o direito subjetivo à nomeação dentro do prazo de validade do certame.

Trata-se de entendimento consolidado no seio do Supremo Tribunal Federal e que deve ser
imediatamente aplicado ao caso concreto.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. CONCURSO PÚBLICO. PREVISÃO DE


VAGAS EM EDITAL. DIREITO À NOMEAÇÃO DOS CANDIDATOS APROVADOS. I. DIREITO À
NOMEAÇÃO. CANDIDATO APROVADO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO
EDITAL. Dentro do prazo de validade do concurso, a Administração poderá escolher o
momento no qual se realizará a nomeação, mas não poderá dispor sobre a própria
nomeação, a qual, de acordo com o edital, passa a constituir um direito do concursando
aprovado e, dessa forma, um dever imposto ao poder público. Uma vez publicado o edital
do concurso com número específico de vagas, o ato da Administração que declara os
candidatos aprovados no certame cria um dever de nomeação para a própria
Administração e, portanto, um direito à nomeação titularizado pelo candidato aprovado
dentro desse número de vagas. II. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA
JURÍDICA. BOA-FÉ. PROTEÇÃO À CONFIANÇA. O dever de boa-fé da Administração Pública
exige o respeito incondicional às regras do edital, inclusive quanto à previsão das vagas do
concurso público. Isso igualmente decorre de um necessário e incondicional respeito à
segurança jurídica como princípio do Estado de Direito. Tem-se, aqui, o princípio da
segurança jurídica como princípio de proteção à confiança. Quando a Administração torna
público um edital de concurso, convocando todos os cidadãos a participarem de seleção
para o preenchimento de determinadas vagas no serviço público, ela impreterivelmente
gera uma expectativa quanto ao seu comportamento segundo as regras previstas nesse
edital. Aqueles cidadãos que decidem se inscrever e participar do certame público
depositam sua confiança no Estado administrador, que deve atuar de forma responsável
quanto às normas do edital e observar o princípio da segurança jurídica como guia de

51
82
comportamento. Isso quer dizer, em outros termos, que o comportamento da
Administração Pública no decorrer do concurso público deve se pautar pela boa-fé, tanto
no sentido objetivo quanto no aspecto subjetivo de respeito à confiança nela depositada
por todos os cidadãos. III. SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS. NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO.
CONTROLE PELO PODER JUDICIÁRIO. Quando se afirma que a Administração Pública tem a
obrigação de nomear os aprovados dentro do número de vagas previsto no edital, deve-se
levar em consideração a possibilidade de situações excepcionalíssimas que justifiquem
soluções diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com o interesse público. Não se
pode ignorar que determinadas situações excepcionais podem exigir a recusa da
Administração Pública de nomear novos servidores. Para justificar o excepcionalíssimo não
cumprimento do dever de nomeação por parte da Administração Pública, é necessário que
a situação justificadora seja dotada das seguintes características: a) Superveniência: os
eventuais fatos ensejadores de uma situação excepcional devem ser necessariamente
posteriores à publicação do edital do certame público; b) Imprevisibilidade: a situação deve
ser determinada por circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do
edital; c) Gravidade: os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser
extremamente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo
impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital; d) Necessidade: a solução
drástica e excepcional de não cumprimento do dever de nomeação deve ser
extremamente necessária, de forma que a Administração somente pode adotar tal medida
quando absolutamente não existirem outros meios menos gravosos para lidar com a
situação excepcional e imprevisível. De toda forma, a recusa de nomear candidato
aprovado dentro do número de vagas deve ser devidamente motivada e, dessa forma,
passível de controle pelo Poder Judiciário. IV. FORÇA NORMATIVA DO PRINCÍPIO DO
CONCURSO PÚBLICO. Esse entendimento, na medida em que atesta a existência de um
direito subjetivo à nomeação, reconhece e preserva da melhor forma a força normativa do
princípio do concurso público, que vincula diretamente a Administração. É preciso
reconhecer que a efetividade da exigência constitucional do concurso público, como uma
incomensurável conquista da cidadania no Brasil, permanece condicionada à observância,
pelo Poder Público, de normas de organização e procedimento e, principalmente, de
garantias fundamentais que possibilitem o seu pleno exercício pelos cidadãos. O
reconhecimento de um direito subjetivo à nomeação deve passar a impor limites à atuação
da Administração Pública e dela exigir o estrito cumprimento das normas que regem os
certames, com especial observância dos deveres de boa-fé e incondicional respeito à
confiança dos cidadãos. O princípio constitucional do concurso público é fortalecido
quando o Poder Público assegura e observa as garantias fundamentais que viabilizam a
efetividade desse princípio. Ao lado das garantias de publicidade, isonomia, transparência,
impessoalidade, entre outras, o direito à nomeação representa também uma garantia
fundamental da plena efetividade do princípio do concurso público. V. NEGADO
PROVIMENTO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
(STF - RE: 598099 MS, Relator: Min. GILMAR MENDES, Data de Julgamento: 10/08/2011,
Tribunal Pleno, Data de Publicação: REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO)

Ante o exposto, a Administração Pública está obrigada a cumprir os exatos termos do edital,
provendo-o na vaga para a qual foi aprovado, em decorrência da vinculação ao instrumento convocatório.

52
82
DOS PEDIDOS

Requer-se seja conhecido e provido o presente Recurso Ordinário para, reformando-se o acórdão
proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado Alfa, determinar a imediata nomeação do Recorrente no cargo
de médico do quadro da Secretaria de Saúde do Estado Alfa.

Em consequência, requer-se a condenação do Apelado ao pagamento de custas processuais.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado

OAB/ N.

53
82
4.8 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXVI Exame

Perceba que o enunciado prevê que é necessária a produção de provas no curso do


processo. Dessa forma, o aluno pode excluir a possibilidade de manejo do mandado de
segurança, restando apenas a ação de procedimento comum.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA DA COMARCA DE SIGMA, ESTADO __

ASSOCIAÇÃO MUNICIPAL DE MORADORES DO MUNICÍPIO SIGMA, pessoa jurídica de direito


privado, com sede à Rua ____, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu
advogado ao final assinado, constituído nos termos do instrumento de procuração em anexo, com fulcro no
artigo 1º, II, da Lei nº 7.347/85, propor a presente:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

Em face da SOCIEDADE EMPRESÁRIA LEVA E TRAZ, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ___,
com sede no endereço ___, e do MUNICÍPIO SIGMA, pessoa jurídica de direito público interno, com sede no
endereço ___, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.

DOS FATOS

Descrever objetivamente os fatos narrados na questão, deixando claro qual a autoridade


cometeu a omissão legislativa. Cuidado para não inventar matéria de fato não fornecida
pela banca. Isso pode caracterizar identificação de peça, ok?

DO DIREITO

DA LEGITIMIDADE ATIVA:

No que diz respeito à legitimidade ativa da demanda, o art. 5º, V, ‘a’ e ‘b’, da Lei nº 7.347/85,
disciplina que as associações públicas são legitimadas para propor Ação Civil Pública desde que estejam
constituídas há pelo menos um ano e que inclua entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio
ambiente, ao consumidor, entre outros.

Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:


V - a associação que, concomitantemente:

54
82
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social,
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico.

Conforme dispositivo mencionado, a Associação de Moradores do município Sigma atente ao


requisito do art. 5º, V, ‘a’, da Lei nº 7.347/85, e tem pertinência temática conforme 5º, V, ‘b’, da Lei nº
7.347/85, visto que tem uma de suas finalidades é a proteção dos usuários de transporte público, portanto,
possui legitimidade ativa para a propositura da presente Ação Civil Pública.

DA IRREGULARIDADE NA CONTRATAÇÃO DOS MOTORISTAS INABILITADOS E DA VIOLAÇÃO DO


PRINCÍPIO DA SEGURANÇA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS:

A condição irregular do serviço prestado pela concessionária responsável pelo transporte público do
município Sigma é clara, vez que, contratou motoristas que não possuem autorização para dirigir ônibus.

Assim, a conduta da requerida coloca em perigo toda a coletividade que transita pelo município
Sigma, sejam eles usuários ou não. Ferindo assim a segurança exigida do serviço público conforme dispõe o
art. 4º, da Lei nº 13.460/17 c/c art. 6º, § 1º, da Lei nº 8.987/95.

Lei 8.987/95
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno
atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no
respectivo contrato.
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade
das tarifas.

Desta forma, flagrante a necessidade de regularização da prestação do serviço público.

DA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ATUALIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO:

Ainda, não bastasse a contratação de profissionais inabilitados, a concessionária utiliza ônibus


antigos e altamente poluentes ao meio ambiente. Novamente colocando a coletividade em risco.

Importante frisar que é dever das concessionárias de serviço público resguardarem a prestação de
serviço adequado, conforme disciplina o art. 6º, §1º, da Lei nº 8987/95, satisfazendo as condições de
segurança e atualidade, entre outras.

55
82
Sendo assim, ao fazer uso de frota de ônibus antiga a concessionária fere os princípios da segurança
e da atualidade previstos no art. 6º, §1º, da Lei nº 8987/95.

DA VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA REGULARIDADE E DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO:

Por fim, a concessionária ré violou o contrato de concessão firmado com o município Sigma, ao
pactuar com seus empregados a redução nos horários de circulação do transporte público, deixando de
cumprir condição imposta pelo poder concedente, qual seja, a circulação dos ônibus até a meia-noite.

Ressalte-se que a lei apenas permite a suspensão dos serviços nas hipóteses previstas na lei 8.987/95.

Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno


atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no
respectivo contrato.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação
de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
§ 4º A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II do § 3º deste artigo não
poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no domingo, nem em feriado ou no dia
anterior a feriado.

Diante da inexecução parcial do serviço de transporte, a requerida violou os princípios da


regularidade e da continuidade do serviço público, previstos no art. 6º, §1º, da Lei nº 8987/95 e no art. 4º,
da Lei nº 13.460/17.

DO PEDIDO LIMINAR:

Os requisitos autorizadores da concessão de medida liminar estão devidamente comprovados nos


autos, quais sejam a probabilidade do direito e o perigo da demora, previstos no art. 300 e seguintes do CPC.

A probabilidade do direito está fundamentada na prestação de serviço público inadequado, que não
satisfaz as condições de segurança, atualidade, regularidade e continuidade.

Já o perigo da demora decorre do fato de que o serviço de transporte público é interrompido antes
do horário previsto, causando prejuízos à população, além de ser prestado em condições que colocam em
risco toda a coletividade.

56
82
Assim, presentes os requisitos autorizadores, requer-se, seja concedida MEDIDA LIMINAR para
impedir a utilização de motoristas sem habilitação, obrigar os réus à renovação da frota de ônibus e obrigar
os réus à circulação dos ônibus novos até meia-noite.

DOS PEDIDOS FINAIS

Ante o exposto, requer-se:

a) A concessão da liminar pleiteada para impedir a utilização de motoristas sem habilitação, obrigar os réus
à renovação da frota de ônibus e obrigar os réus à circulação dos ônibus novos até meia-noite.

b) A citação dos réus para integrar a relação processual.

c) A intimação do Ministério Público para intervir no processo (Art. 5º, § 1º, da Lei nº 7.347/81).

d) A procedência do pedido, obrigando-se o réu ao cumprimento das obrigações de fazer e de não fazer
indicadas na alínea ‘a’.

e) A condenação do réu ao pagamento de custas e honorários;

Protesta e requer provar o alegado por meio de todas as provas em direito admitidas.

Dá-se à causa o valor de ____.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado

OAB/ N.

4.9 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXVII Exame

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ FEDERAL DA VARA__ DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO __

57
82
Veja que a autoridade coatora é o Reitor de uma Universidade Federal (autarquia). Deste
modo, a justiça competente é a Federal, nos termos do artigo 109, I, da CF/88.

MATEUS, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o número__, portador do RG de
número ___, residente e domiciliado à Rua ____, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por
intermédio de seu advogado ao final assinado, constituído nos termos do instrumento de procuração em
anexo, com fulcro no artigo 5º, LXIX, da Constituição Federal e no artigo 1º, da Lei nº 12.016/09, impetrar o
presente:

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR

em face de ato abusivo perpetrado pelo SR. REITOR, autoridade impetrada que poderá ser notificada no
endereço ____, integrante da UNIVERSIDADE FEDERAL, pessoa jurídica de direito público interno, com sede
no endereço ____, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.

DOS FATOS

Descrever objetivamente os fatos narrados na questão, deixando claro qual a autoridade


cometeu a omissão legislativa. Cuidado para não inventar matéria de fato não fornecida
pela banca. Isso pode caracterizar identificação de peça, ok?

DO DIREITO

DO CABIMENTO:

A presente demanda encontra amparo no art. 5º, LXIX, da CRFB e no art. 1º, da Lei nº 12.016/09, uma
vez que houve violação a direito líquido e certo do impetrante quando fora impedido de tomar posse de
cargo público para qual foi aprovado.

Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de
poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la
por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que
exerça.

58
82
Por fim, ressalta-se que o mandado de segurança é tempestivo, eis que interposto dentro do prazo
decadencial de 120 dias estabelecido pelo art. 23, da Lei nº 12.016/09.

Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento
e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

DO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA INVESTIDURA NO CARGO PÚBLICO:

A Autoridade Coatora impossibilitou a tomada de posse no cargo público, ao qual o Impetrante fora
aprovado em primeiro lugar, sob a justificativa do não cumprimento de um dos requisitos do cargo, diploma
de nível superior em engenharia na data da inscrição no concurso público.

Ocorre que, consoante a Súmula 266 do STJ, o diploma para o exercício do cargo deve ser exigido
somente na posse e não na inscrição para o concurso público como justificou o coator.

Súmula 266, STJ: O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido
na posse e não na inscrição para o concurso público

Portanto, o Impetrante preencheu os requisitos do cargo eis que na data da posse já possuía o
diploma de nível superior em engenharia.

DA POSSIBILIDADE DA TOMADA DE POSSE MEDIANTE PROCURAÇÃO ESPECÍFICA:

Conforme o art. 13, § 3º, da Lei nº 8.112/90, é perfeitamente cabível que a posse em cargo público
ocorra mediante procuração específica.

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as
atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que
não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos
de ofício previstos em lei.
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

Sendo assim, a justificava apresentada pela Autoridade Coatora não deve prosperar, visto que,
conforme demonstrado, a legislação pátria permite que a posse ocorra mediante procuração específica
outorgada pelo aprovado em concurso público.

DA POSSIBILIDADE DE CONTRATAÇÃO DE PROFESSOR ESTRANGEIRO, NOS TERMOS DO ART. 5º, §3º


DA LEI Nº 8.112/90 C/C ART. 207, § 1º, DA CRFB/88:

59
82
Por fim, a justificativa de não ser possível a investidura de estrangeiro em cargo público também não
merece prosperar. É que, o art. 207, § 1º, da CRFB/88 e o art. 5º, § 3º, da Lei nº 8.112/90, permitem que as
universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais, promovam seus cargos com
cientistas e professores estrangeiros, desde que obedecida as normas e procedimentos previstos na
legislação para investidura em cargo público.

Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público:


§ 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão
prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as
normas e os procedimentos desta Lei.

Portanto, requer-se a aplicação do dispositivo legal acima mencionado para afastar os fatos alegados
pelo Reitor que impediram a investidura do Impetrante no cargo público.

DO PEDIDO LIMINAR NOS TERMOS DO ART. 7º, III, DA LEI Nº 12.016/09:

A probabilidade do direito restou demonstrada pelas inúmeras justificativas sem amparo legal dadas
pela Autoridade Coatora que impediram a investidura no cargo público de professor em que o Impetrante
fora aprovado em primeiro lugar, uma vez que, este preenche todos os requisitos exigidos por lei.

Já o perigo da demora decorre do fato de que se concedida a segurança somente ao final, corre-se o
risco real de não haver dotação orçamentária para nomeação futura.

Assim, presentes os requisitos autorizadores, requer-se, nos termos do art. 7º, III, da Lei nº
12.016/09, seja concedida MEDIDA LIMINAR para SUSPENDER os efeitos do ato coator, ou
alternativamente, determinar a posse imediata do Impetrante ao cargo de professor universitário.

DOS PEDIDOS FINAIS

Ante o exposto, requer-se:

a) A concessão da liminar pleiteada para suspender os efeitos do ato coator, ou alternativamente,


determinar a posse imediata do Impetrante ao cargo de professor universitário.

b) A notificação da Autoridade Coatora para prestar informações.

c) Seja cientificada a Autarquia Federal (Universidade), através do órgão de representação judicial, para que,
querendo, ingresse no feito.

d) A juntada dos documentos que demonstram a prova pré-constituída.

60
82
e) A concessão da segurança para anular o ato coator, ou alternativamente, a garantia em definitivo do
direito do Impetrante à posse no cargo público.

Dá-se à causa o valor de ____.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado

OAB/ N.

61
82
4.10 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – VII Exame

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA__ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE
Y

JOSÉ RICO, cidadão, eleitor do Município Y, conforme título de eleitor ora acostado (§3º, do artigo
1º, da Lei 4.717/65), portador do RG de número ___, inscrito no CPF sob o número ____, residente e
domiciliado no endereço ____, por seu advogado ao final assinado, constituído nos termos do instrumento
de procuração em anexo, vem, tempestiva e respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro
no artigo 5º, inciso LXXIII, da CF/88 c/c artigo 1º, da Lei 4.717/65, propor a presente

AÇÃO POPULAR

Em face do MUNICÍPIO Y, pessoa jurídica de direito público interno, com sede à Rua ____, de João da Silva,
do PREFEITO MUNICIPAL DE Y, portador do RG de número, inscrito no CPF sob o número ___, residente e
domiciliado à Rua _____, e da EMPRESA W, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o
número _____, com sede à Rua _____, consoante os fatos e fundamentos a seguir aduzidos.

DOS FATOS

Descrever objetivamente os fatos narrados na questão, deixando claro qual a autoridade


cometeu a omissão legislativa. Cuidado para não inventar matéria de fato não fornecida
pela banca. Isso pode caracterizar identificação de peça, ok?

DO DIREITO

DA COMPETÊNCIA DESTE MM. JUÍZO

Antes de discutirmos o mérito da questão, cabe-nos pontuar a competência da Justiça Comum de 1º


Grau da Comarca de Y para processar e julgar a presente demanda.

É que, nos termos do artigo 5º, da Lei 4.717/65, sendo a demanda proposta em face de ato lesivo ao
Município Y no qual inexiste interesse da União Federal, esta vara será competente, ainda que manejada a
demanda em face de agente detentor de foro privilegiado.

DA AUSÊNCIA DE PROCESSO LICITATÓRIO

62
82
A ausência de processo licitatório previsto na Lei nº 8.666/93 para aquisição de material escolar,
caracteriza ofensa grave ao artigo 37, XXI, da CRFB/88 e ao artigo 2º, da Lei nº 8.666/93.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei,
o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis
à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento)

Isso porque, o objeto ou o valor da contratação efetuada pelo Município não se enquadram nas
hipóteses de dispensa ou de inexigibilidade do procedimento licitatório previstos na Lei 8.666/93.

Incontestável é que R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) é muito superior ao limite da dispensa
de licitação de R$ 17.600,00 (dezessete mil e seiscentos reais) prevista no art. 24, inciso II da Lei nº 8.666/93.

Diante da ausência de processo licitatório, a declaração de nulidade contratual é medida que se


impõe.

DA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE E DA MORALIDADE

Cabe-nos pontuar que a conduta perpetrada pelo Prefeito João da Silva em contratar a empresa W,
cujo sócio titular é filho de sua companheira, atenta contra os princípios da moralidade e da impessoalidade
que devem nortear a conduta do administrador público, conforme caput do artigo 37, da Constituição
Federal.

O administrador não pode efetivar contratações visando a beneficiar pessoas determinadas, em


detrimento do interesse público que circunda a sua atuação. Trata-se de flagrante agressão ao princípio da
impessoalidade que norteia a Administração, utilizar dinheiro público em benefício de interesses
particulares.

A conduta do Prefeito, portanto, também feriu o princípio da moralidade administrativa ao não seguir
as regras para contratações de entes públicos previstas no artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal e no
artigo 2º, da Lei 8.666/93.

DA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 57, DA LEI Nº 8.666/93

Por fim, a contratação efetuada no prazo de sessenta meses viola o disposto no artigo 57, da Lei
8.666/93 que limita a duração dos contratos à vigência dos respectivos créditos orçamentários, salvo raras

63
82
exceções. No caso, observa-se também que o objeto do contrato está diretamente relacionado a um bem
material (a ser comprado) e não exatamente a um serviço, reforçando a aplicação do mencionado art. 57.

Necessária, portanto, a imediata interferência do Poder Judiciário para se evitar a grave lesão ao
patrimônio público municipal, anulando-se o contrato com efeitos retroativos, bem como procedendo ao
devido ressarcimento aos cofres públicos dos valores eventualmente já pagos à empresa contratada.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

Os requisitos autorizadores para a concessão de tutela de urgência estão devidamente comprovados


nos autos, quais sejam, a probabilidade do direito e o perigo de dano, nos termos do artigo 300, do CPC.

A probabilidade do direito é demonstrada tanto pela violação aos princípios da impessoalidade e da


moralidade, como também pelo flagrante descompasso do valor do contrato com a lei 8.666/93, visto que
o valor de cinco milhões de reais é muito superior à possibilidade de dispensa de licitação.

Já o perigo de dano demonstra-se pelo justo receio de desfalcar os cofres públicos, em prejuízo à
coletividade, de forma que atinja diretamente outros setores, tais como: educação, saúde, segurança
pública; problema esse agravado por se tratar de pagamento de contrato flagrantemente irregular.

Assim, demonstrados os requisitos autorizadores, requer-se, desde já, com fulcro nos artigos 300, do
CPC e 5º, parágrafo 4º, da Lei 4.717/65 a CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA a fim de liminarmente
suspender os efeitos do contrato objeto da presente ação popular.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se:

I. A citação do réu, para, querendo, contestar a presente ação, no prazo de 20 dias, sob pena de
aplicação dos efeitos da revelia, nos termos do art. 7º da Lei n. 4.717/65;

II. A intimação do representante do Ministério Público nos termos do art. 7º da Lei n. 4.717/65;

III. A procedência de pretensão para decretar a invalidade do ato lesivo ao patrimônio público;

IV. A condenação dos responsáveis ao ressarcimento dos danos causados;

V. A juntada de documentos anexos;

VI. A condenação da ré ao pagamento de honorários advocatícios.

Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, em especial
a juntada de título de eleitor.

64
82
Dá-se à causa o valor de ____.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado

OAB/ N.

65
82
4.11 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XV Exame

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA__VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE X

MÉVIO, cidadão, residente no Município X, conforme título de eleitor ora acostado (parágrafo 3º, do
artigo 1º, da Lei 4.717/65), portador do RG de número ___, inscrito no CPF sob o número ____, residente e
domiciliado no endereço ____, por seu advogado ao final assinado, constituído nos termos do instrumento
de procuração em anexo, vem, tempestiva e respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro
no artigo 5º, inciso LXXIII, da CF/88 c/c artigo 1º, da Lei 4.717/65, propor a presente

AÇÃO POPULAR

Em face da UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público interno, com sede à Rua ____, de FULANO
DE TAL, Presidente da República, portador do RG de número ___, inscrito no CPF sob o número ___,
residente e domiciliado à Rua _____, e do CENTRO UNIVERSITÁRIO NF, pessoa jurídica de direito privado,
inscrita no CNPJ/MF sob o número _____ , com sede à Rua _____, consoante os fatos e fundamentos a seguir
aduzidos.

DOS FATOS

Descrever objetivamente os fatos narrados na questão, deixando claro qual a autoridade


cometeu a omissão legislativa. Cuidado para não inventar matéria de fato não fornecida
pela banca. Isso pode caracterizar identificação de peça, ok?

DO DIREITO

DA VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA IMPESSOALIDADE E DA MORALIDADE

Quanto ao mérito, cabe pontuar que a conduta perpetrada pelo Presidente Fulano de Tal em
conceder a qualificação de Organização Social e celebrar contrato com dispensa de licitação com tal ente
privado, cujos sócios são seus filhos, atenta contra os princípios da moralidade e da impessoalidade que
devem nortear a conduta do administrador público, conforme caput do artigo 37, da Constituição Federal.

O administrador não pode efetivar contratações visando a beneficiar pessoas determinadas, em


detrimento do interesse público que circunda a sua atuação. Trata-se de flagrante agressão ao princípio da

66
82
impessoalidade que norteia a Administração, utilizar dinheiro público em benefício de interesses
particulares.

Além disso, flagrantemente imoral um Presidente da República celebrar contratos em benefício de


seus filhos, destoando completamente da conduta que se espera do bom administrador.

DA IMPOSSIBILIDADE DE QUALIFICAÇÃO DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL A ENTIDADE COM FIM


LUCRATIVO

Ademais, o Centro Universitário NF explora comercialmente atividades de ensino e pesquisa em


graduação e pós graduação em diversas áreas, sendo certo que possui intuito lucrativo. Contudo, por
expressa vedação do artigo 1º, da Lei 9.637/98, apenas as pessoas jurídicas de direito privado sem fins
lucrativos poderão ser qualificadas como Organizações Sociais.

Art. 1o O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de
direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa
científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à
cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

Ilegal, portanto, a conduta do Presidente da República.

DA IMPOSSIBILIDADE DE DISPENSA DE LICITAÇÃO NO CASO CONCRETO

De acordo com o inciso XXIV, do artigo 24, da Lei 8.666/93, é dispensável a licitação para celebração
de contratos de prestação de serviço com organizações sociais para atividades contempladas dentro do
contrato de gestão.

Contudo, no caso concreto, o contrato de gestão fora celebrado para a descentralização de atividades
de ensino, não se incluindo, portanto, a atividade de pesquisa de opinião. Este objeto, completamente
diferente do contrato de gestão celebrado, não poderá ser objeto de contratação com dispensa de licitação.

Demonstra-se, mais uma vez, que a conduta do presidente é flagrantemente ilegal e imoral por não
seguir as regras para contratações de entes públicos previstas no artigo 37, inciso XXI, da Constituição
Federal e no artigo 2º, da Lei 8.666/93.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

Os requisitos autorizadores para a concessão de tutela de urgência estão devidamente comprovados


nos autos, quais sejam, a probabilidade do direito e o perigo de dano, nos termos do artigo 300, do CPC.

67
82
A probabilidade do direito é demonstrada tanto pela violação aos princípios da impessoalidade e da
moralidade, como pela impossibilidade de dispensa de licitação no caso do objeto do contrato fora do
contrato de gestão, conforme o disposto no artigo 24, XXIV, da Lei 8.666/93.

No mesmo sentido, também não se pode admitir a celebração de contrato de gestão para que a
empresa beneficiada pelo ato irregular do presidente passe utilizar o imóvel público sem quaisquer ônus.

Já o perigo de dano demonstra-se pelo justo receio de uma entidade que sequer poderia ser
considerada organização social, passe a receber verba pública, lesando diretamente a coletividade que
deixará de ver investido o orçamento público em segurança, educação, saúde e demais gastos essenciais.

Assim, demonstrados os requisitos autorizadores, requer-se, desde já, com fulcro nos artigos 300, do
CPC e 5º, parágrafo 4º, da Lei 4.717/65 a CONCESSÃO DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA a fim de
liminarmente determinar a imediata suspensão de qualquer repasse de verbas públicas ao Centro
Universitário NF, em decorrência dos contratos ora discutidos, bem como seja determinada a imediata
suspensão da utilização do bem público a esta empresa cedido.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se:

a) A citação dos réus para, querendo, apresentarem contestação.

b) A confirmação da medida liminar deferida em sentença.

c) Seja a presente demanda julgada totalmente procedente para anular os contratos de gestão e de
prestação de serviços firmados entre os Réus, anulando-se os atos lesivos ao patrimônio público.

d) Sejam os réus condenados a ressarcirem ao erário eventuais valores eventualmente despendidos com os
contratos ora questionados.

e) Sejam os réus condenados ao pagamento de honorários advocatícios.

Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, em especial a juntada
de título de eleitor, para comprovar sua condição de cidadão.

Trata-se de ponto relevantíssimo no bojo da ação popular, uma vez que é o documento
necessário para a comprovação da condição de cidadão do Autor.

Dá-se à causa o valor de ____.

68
82
Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado

OAB/ N.

69
82
4.12 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB - 2010.3 – Direito
Constitucional

Importante lembrar que esta peça jamais caiu no exame de Direito Administrativo,
portanto, tomaremos como base a peça cobrada no 2010.3 exame de ordem em Direito
CONSTITUCIONAL.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Perceba que o enunciado deixa claro que o último ato praticado foi do Ministro de Estado
da Defesa, desta forma, a competência é do STJ, nos termos do artigo 105, I, b, da CF/88.

Tício, nacionalidade..., estado civil (ou existência de união estável) ..., profissão..., portador do RG nº... e do
CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado..., nesta cidade, por meio de seu advogado
constituído, conforme procuração anexa, perante V.Exa, de acordo com o art. 5º, LVXXII da CRFB/88 e na Lei
nº 9.507/97 impetrar

HABEAS DATA

contra ato do Ministro de Estado da Defesa, autoridade coatora..., com sede funcional…, nos termos que
segue:

I – DOS FATOS

Descrever objetivamente os fatos narrados na questão, deixando claro qual a autoridade


cometeu a omissão legislativa. Cuidado para não inventar matéria de fato não fornecida
pela banca. Isso pode caracterizar identificação de peça, ok?

II – DA RECUSA ADMINISTRATIVA

O art. 8º da Lei n° 9507/97 exige a comprovação da prévia recusa administrativa para que seja
impetrado o Habeas data.

Art. 8° A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282 a 285 do Código
de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os documentos que instruírem a
primeira serão reproduzidos por cópia na segunda.
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão;

70
82
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão;
ou
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de
mais de quinze dias sem decisão.

Como apresentado, ao impetrante foi negado o direito de retificar informação pessoal


administrativamente, de acordo com documento comprobatório em anexo. Desta forma, resta devidamente
preenchido o requisito da prévia recusa administrativa.

III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

No caso em exame, a autoridade coatora negou o acesso de Tício à sua ficha de informações pessoais,
constante de banco de dados público, em flagrante violação à ordem constitucional.

Nesse sentido, a Constituição em seu art. 5º, LXXII, alínea a, estabeleceu o presente remédio
constitucional e o seu cabimento.

LXXII - conceder-se-á habeas data:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;

Isto posto, cumpre destacar que no caso há de ser julgado procedente o Habeas data, promovendo
a tutela jurisdicional e a satisfação do direito do impetrante ao acesso às suas informações pessoais.

IV – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer a V.Exa:

a) a procedência para que seja assegurado ao impetrante o acesso à informação, nos termos do art.
5º, LXXII, c/c o art. 7º, I, da Lei n. 9.507/97);

b) a notificação da autoridade coatora para prestar informações, nos termos do art. 9, Lei. 9.507/97;

c) a intimação do representante do Ministério Público (art. 12, Lei. 9.507/97);

d) a juntada dos documentos em anexo, conforme art. 8º, Lei. 9.507/97;

e) condenação da autora ao pagamento de honorários advocatícios,.

Atribui-se à causa o valor de R$ …

71
82
Termos em que, pede deferimento.

Local... e Data…

Advogado - OAB N

72
82
4.13 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXII Exame – Direito
Constitucional

Importante lembrar que esta peça jamais caiu no exame de Direito Administrativo,
portanto, tomaremos como base a peça cobrada no XXII exame de ordem em Direito
CONSTITUCIONAL.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO BETA

No caso do enunciado, a competência é do Tribunal de Justiça, uma vez que:

Presidente da República -> Competência STF

Governador do Estado -> Competência TJ local

O Sindicato, entidade sindical dos servidores públicos do Estado Beta, com sede na…, por meio de seu
advogado constituído, conforme procuração anexa, vem, perante V.Exa, com fundamento no art. 5º, LXXI da
Constituição Federal, e nos termos da Lei. 13.300/2016, impetrar

MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO

No caso do MI coletivo, escrever MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO + abrir tópico 2.


“LEGITIMIDADE ATIVA” e fundamentar com base art. 12 da Lei. 13.300/16

em virtude da omissão do Governador do Estado Beta, que poderá ser encontrado na sede funcional, que
está impedindo o exercício de direito previsto no art. art. 7º, IX, e no art. 39, § 3º, ambos da CRFB/88, nos
termos que seguem:

I – DOS FATOS

Descrever objetivamente os fatos narrados na questão, deixando claro qual a autoridade


cometeu a omissão legislativa. Cuidado para não inventar matéria de fato não fornecida
pela banca. Isso pode caracterizar identificação de peça, ok?

II - DA LEGITIMIDADE

73
82
Conforme disposto no artigo 12 da Lei 13.300/16, o mandado de injunção coletivo pode ser
impetrado por entidade sindical, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor
da totalidade ou de parte de seus membros.
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos,
liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou
associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial;.

Desta forma, tem-se que o Sindicato é parte legítima para a impetração da presente ação
constitucional.

III - DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

A omissão do Governado do Estado Beta em elaborar proposta de lei instituindo o adicional noturno
aos Servidores Públicos do Estado Beta está inviabilizando o exercício de direito previsto no art. 7º, IX, da
CF/88, sendo necessária a intervenção do Poder Judiciário para sanar essa inconstitucionalidade.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

É certo que o dispositivo acima tem como destinatários os trabalhadores da iniciativa privada. Ocorre
que o artigo 39, §3º, da CF/88 estende aos servidores públicos referido direito social.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de


sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas:
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII,
IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

O preceito constitucional é uma norma de eficácia limitada, não autoaplicável, sendo assim para que
possa ter a sua aplicabilidade integral é necessária a edição de norma infraconstitucional.

Aqui fica evidente a necessidade da aplicação da lei 13.300/16, para fixar prazo razoável para que
seja sanada a referida omissão inconstitucional, para que seja viabilizado o exercício do direito constitucional
pretendido.

Por fim, caso não seja sanada a obrigação, é de rigor que sejam fixadas as condições para o exercício
do direito ao adicional noturno.

74
82
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma
regulamentadora;
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado
promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no
prazo determinado.

IV - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer a V.Exa:

I. Notificação da autoridade coatora para apresentar informações, nos termos do artigo 5º, I, da lei
13.300/16;

II. Ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada;

III. Intimação do Representante do Ministério Público, para opinar em 10 dias;

IV. A procedência da ação, para fixação de prazo razoável para que a omissão normativa seja sanada
e, em não sendo sanada, a fixação das condições para o exercício do direito;

V. A condenação ao pagamento de honorários advocatícios, custas e despesas processuais;

VI. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas.

Dá-se à causa o valor de R$…

Nestes termos, pede deferimento.

Local e data

Advogado
OAB N

75
82
4.14 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – VI Exame

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE


BUGALHADAS, ESTADO __

FRANCISCO DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o número__, portador
do RG de número ___, residente e domiciliado à Rua ____, vem, respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, por intermédio de seu advogado ao final assinado, constituído nos termos do instrumento de
procuração em anexo, com fulcro no artigo 319 e 320 do Código de Processo Civil c/c art. 1º do Decreto-Lei
3.365/41, propor:

AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA

em face do MUNICÍPIO DE BUGALHADAS, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ___,
que poderá ser cientificada, através da sua procuradoria geral, pelas razões de fato e de direito a seguir
aduzidas.

DOS FATOS

Descrever objetivamente os fatos narrados na questão, deixando claro qual a autoridade


cometeu a omissão legislativa. Cuidado para não inventar matéria de fato não fornecida
pela banca. Isso pode caracterizar identificação de peça, ok?

DO DIREITO

DA NÃO OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO:

No caso em concreto, a prescrição não ocorre, visto que segundo a jurisprudência do STJ, elencada
no verbete da súmula 119, interpretado à luz do disposto no art. 1.238 do Código Civil, o prazo prescricional
da ação de desapropriação indireta é o mesmo que o da usucapião extraordinária, ou seja, de 10 (dez) anos.

Tema 1019, STJ: O prazo prescricional aplicável à desapropriação indireta, na hipótese em


que o Poder Público tenha realizado obras no local ou atribuído natureza de utilidade
pública ou de interesse social ao imóvel, é de 10 anos, conforme parágrafo único do art.
1.238 do CC.

Lembrando que não se aplica o prazo prescricional do art. 10, do Decreto-Lei 3.365/41 pelos fatos
acima elucidados.

76
82
APOSSAMENTO SEM A OBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E A CARACTERIZAÇÃO DA
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA:

O devido processo legal é uma garantia fundamental da pessoa humana, devendo ser respeitado
inclusive no âmbito administrativo, devendo, por decorrência lógica, ser garantido o contraditório e a ampla
defesa, conforme o art. 5º, inc. LV, da CF/88.

Acontece que a prefeitura, fere o devido processo legal quando se apossa do imóvel do autor sem o
prévio procedimento elencado no decreto-lei 3.365/41 para efetuar a desapropriação.

Portanto, cabível a presente ação, já que fora afastado qualquer ação possessória ou reivindicatória,
em decorrência do bem imóvel estar afetado à utilização pública, conforme art. 35, do Decreto-Lei 3.365/41.
Daí porque a pretensão do autor ser indenizatória.

DO DIREITO À INDENIZAÇÃO PELA PERDA DA PROPRIEDADE:

Conforme o art. 5º, inc. XXIV, da CF, cabe o direito de indenização em dinheiro, de forma justa e
prévia, no mesmo sentido do art. 32 do Decreto-Lei 3.365/41 nos casos de desapropriação.

Portanto, após ser afastada qualquer ação possessória ou reivindicatória, visto que o bem imóvel do
autor se incorporou ao patrimônio da prefeitura, conforme o artigo 35, do Decreto-Lei 3.365/41, cabe
apenas, pleitear as perdas e danos em decorrência dessa situação fática.

Desta forma, deverá ser julgada procedente a ação, devendo o autor ser indenizado para recompor
seu patrimônio.

DA INCIDÊNCIA DE JUROS COMPENSATÓRIOS E MORATÓRIOS:

Cabe também a incidência de juros compensatórios e moratórios, visto que atendidos os preceitos
do art. 15-A, §3º do Decreto-Lei 3.365/41, os quais garantem tais juros nos casos de desapropriação indireta.

Portanto, requer-se a aplicação do citado artigo para atribuir-lhe o valor correto da indenização.

Súmula 114, STJ: Os juros compensatórios, na desapropriação indireta, incidem a partir da


ocupação, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.

DOS PEDIDOS

77
82
Ante o exposto, requer-se:

a) A citação do Município, na pessoa do Procurador-Geral, para se quiser, responder a demanda.

b) A procedência do pedido para condenar o município ao pagamento da indenização ao autor, pela perda
da sua propriedade, de acordo com os parâmetros do art. 27, do Decreto-Lei 3.365/41.

c) A condenação da parte Ré em custas e honorários sucumbenciais.

d) Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial__.

Dá-se à causa o valor de ____.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado

OAB/ N.

78
82
4.15 - 2ª Fase – Exame de Ordem – FGV/OAB – XXIV Exame

EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CIVEL DA COMARCA X

Perceba que, nesse caso, a competência é do juízo cível de 1º grau, tendo em vista que a
autoridade coatora (Comandante da Polícia Militar) não possui foro por prerrogativa de
função.

SINDICATO W, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número ____, com sede à
Rua ____, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado ao final
assinado, constituído nos termos do instrumento de procuração em anexo, com fulcro no artigo 5º, inciso
LXIX, da Constituição Federal e no artigo 1º, da Lei nº 12.016/2009, impetrar o presente

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO COM PEDIDO LIMINAR

Não se esqueça de já indicar o pedido liminar.

Em face de ato abusivo perpetrado pelo COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR, autoridade impetrada que
poderá ser notificada no endereço _____, consoante os fatos e fundamentos a seguir aduzidos.

DOS FATOS

Usualmente não pontuam no espelho, portanto, o aluno deverá ser objetivo e preciso
quando relatar os fatos.

DA LEGITIMIDADE

Neste tópico é essencial que o aluno aponte que o sindicato possui legitimidade para
representar seus associados, nos termos do artigo 21 da Lei n. 12.016/2009.

Conforme disposto no artigo 21 da Lei 12.016/09, o mandado de segurança coletivo pode ser
impetrado por entidade sindical, na defesa dos direitos líquidos e certos dos seus membros.
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a
seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe
ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em
defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou

79
82
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial.

Desta forma, tem-se que o Sindicato W é parte legítima para a impetração da presente ação
constitucional.

Ademais, a legitimidade passiva do comandante da Polícia Militar se justifica porque foi ele quem
exarou a decisão impedindo a realização das reuniões e das passeatas.

DO DIREITO

DO DIREITO À REUNIÃO PACÍFICA

A Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso XVI, prevê o direito fundamental dos indivíduos de se
reunirem pacificamente em locais abertos ao público, independente de autorização.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente;

Conforme se depreende do referido dispositivo constitucional, os únicos requisitos ao exercício desse


direito são que a reunião seja pacífica, sem armas e que não frustre outra reunião anteriormente convocada.

Além disso, a Constituição exige apenas comunicação prévia à autoridade competente.

Desta forma, tem-se que o ato do Comandante da Polícia Militar que indefere o pedido realizado
pelos indivíduos é ilegal e inconstitucional, por restringir um direito fundamental, devendo, portanto, ser
anulado.

DO PEDIDO LIMINAR

O fundamento relevante do direito restou demonstrado pela agressão ao direito fundamental de


reunião dos representados. Já o perigo da demora consiste no fato de que a impossibilidade de realizar as
manifestações impede a realização das passeatas, o que pode acarretar na deflagração de movimento
grevista.

80
82
Assim, presentes os requisitos autorizadores, requer-se, nos termos do artigo 7º, III, da Lei nº
12.016/2009, seja concedida MEDIDA LIMINAR para SUSPENDER a licitação até o julgamento final do
presente mandado de segurança.

DOS PEDIDOS

Deferida e cumprida a liminar pleiteada, requer-se:

a) A notificação da Autoridade impetrada para prestar informações (art. 7º, I, Lei nº 12.016/2009).

b) Seja cientificada ao ESTADO, através do seu órgão de representação judicial, para que, querendo, ingresse
no presente feito (art. 7º, II, Lei nº 12.016/2009).

c) A concessão da segurança para, confirmando a liminar deferida.

d) A intimação do membro do Ministério Público para que traga aos autos o seu parecer (art. 12, Lei nº
12.016/2009).

e) Requer-se, sejam acostados os documentos hábeis a provar os fatos alegados.

ATENÇÃO: não há protesto por provas, tendo em vista a necessidade de prova pré-
constituída.

Dá-se à causa o valor de ____.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local/DATA.

Advogado - OAB/ N.

81
82
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Amigos,

Chegamos ao final de mais uma aula. Espero que vocês tenham gostado.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no
Curso, por e-mail, Instagram e Facebook, nos contatos abaixo.

Grande abraço,

Igor Maciel

profigormaciel@gmail.com

Convido-os a seguir minhas redes sociais. Basta clicar no ícone desejado:

@ProfIgorMaciel

82
82

Você também pode gostar