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PROJUDI - Processo: 0002603-89.2014.8.16.0113 - Ref. mov. 80.

1 - Assinado digitalmente por Daves Ricardo da Silva


11/11/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Arq: Petição

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJL4E 985EQ AMF5M 7Q35Y
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DE
MARIALVA – ESTADO DO PARANÁ

Processo n° 0002603-89.2014.8.16.0113

ANA MADALENA MOYA TAVARES E OU-


TROS, por seu advogado, nos autos da AÇÃO DE PETIÇÃO DE HERANÇA
C/C NULIDADE DE ESCRITURA PÚBLICA E PARTILHA EXTRAJUDICIAL que
lhe move em face de LÚCIA TEODORO SEIXAS, em trâmite perante esse
e. Juízo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apre-
sentar, tempestivamente,

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO,

O que faz com fundamento no artigo 1.022,


I do Código de Processo Civil e pelas razões a seguir aduzidas.

I – OBJETO DESTE RECURSO

É obter o esclarecimento da r. decisão mov.


62.1, proferida nos seguintes termos (fls. 178/181):
PROJUDI - Processo: 0002603-89.2014.8.16.0113 - Ref. mov. 80.1 - Assinado digitalmente por Daves Ricardo da Silva
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ISTO POSTO, com fulcro no art. 487, I do
Código de Processo Civil, JULGO PAR-
CIALMENTE PROCEDENTES os pedidos
iniciais, a fim de reconhecer que ANA MA-
DALENA MOYA TAVARES, ADERLENI
MARIA MOYA, AGLAER APARECIDA
MOYA DA CUNHA, ARLENI ANGELA
MOYA DA SILVA, AROLDO ANTONIO
MOYA e ARLI DONIZETE MOYA e ARIS-
LENE MOYA são herdeiros por representa-
ção de MADALENA THEODORA DE AL-
MEIDA e que, via de consequência, possuem
cada um deles direito a 7,14% do imóvel
descrito na matrícula de seq. 1.37.

Por consequência, declaro nula a partilha


realizada por meio da escritura pública de
inventário e partilha registrada no livro
202-E, folhas 140 do 1º Tabelionato de No-
tas e Protestos de Marialva, Estado do Pa-
raná. Considerando, porém, que o imóvel já
foi alienado e diante do exposto na funda-
mentação, deixo de anular os negócios jurí-
dicos posteriores e condeno a ré LÚCIA
TEODORO SEIXAS a indenizar
os autores com o valor correspondente a
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50% do montante obtido com a venda do
imóvel, sendo aproximadamente 7,14% para
cada autor, a ser apurado em liquidação de
sentença, salientando que o valor da venda
deverá corrigido monetariamente a contar
da data da alienação, acrescido de juros de
mora de 1% a contar da citação.

Pela sucumbência, condeno a Requerida ao


pagamento das custas processuais e honorá-
rios advocatícios ao advogado da parte au-
tora, que fixo em 10% (dez por cento) sobre
o valor da condenação a ser definido por
ocasião da liquidação de sentença, na estei-
ra da norma do inciso II do §4º do artigo 85
do CPC.

Após o trânsito em julgado, obedecidas as


formalidades do Código de Normas, arqui-
vem-se, com as devidas baixas e comunica-
ções.

Oficie-se ao 1º Tabelionato de Notas comu-


nicando acerca da presente sentença, para
as diligências cabíveis.
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Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Isto porque, “data venia”, certamente de


forma involuntária, a decisão, com todo respeito, precisa ser esclarecida
posto que há obscuridade e contradição tendo em vista que é da própria
sentença que se reconhece que havia um único imóvel a ser inventariado
e a partilha realizada nula. Confira o trecho:

Assim se conclui que, 1) a inequívoco direito


dos Embargantes quanto a sua cota-parte; 2) havia um único bem a ser
inventariado; 3) a partilha foi declarada nula.

Porém, de forma contraditória e obscura


afirmou que muito embora nula, a realização de nova partilha não é pos-
sível, em virtude dos negócios jurídicos subjacentes, sendo inadequado o
retorno ao status quo. Veja:
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Perceba, Excelência que, agindo assim, está
se negando/contrariando o juízo universal da partilha e/ou princípio da
indivisibilidade da herança, tal qual previsão contida no art. 1.791, CC.

Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitá-


rio, ainda que vários sejam os herdeiros.

Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos


co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da he-
rança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas
relativas ao condomínio.

Assim, faltou, inclusive, a necessária funda-


mentação exigida pelo art. 489, § 1º do Código de Processo Civil.

Do mov. 35.1, nas manifestações do Parquet


é que se extrai que a Embargada constituiu como seu procurador que foi
quem adjudicou o único bem partilhado, em comarca diversa, razão pela
qual, s.m.j., conclui-se que estava devidamente assistida e que, os atos de
venda se deram logo em seguida, num breve período de tempo, o que se
remete que já se encontravam entabulados, comprovando-se o dolo de
todos e não só da Embargada.
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Desta forma, conforme se verifica dos tre-
chos destacados no decisório e acima copiados, não resta claro aos Em-
bargantes se a herança é indivisível confirmando a nulidade da escritura e
TODOS os atos subjacentes ou se somente eles, que foram lesados tem
que arcar com todo dano material, sofrendo dupla penalidade.

Há elementos suficientes que demonstram o


dolo da Embargada e das pessoas que participaram como adquirentes e
executores do ato.

Assim, mister se faz sanar as obscuridades,


omissões e contradições existentes na decisão.

II – Pedido
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Pelo exposto, é a presente para, com fun-
damento no artigo 1.022, I, do CPC, requerer sejam sanadas as obscuri-
dades e contradições susoapontadas.

III – Requerimento

Isto posto, requer o embargante:

a) nos termos do art. 1.023, § 2º, do Código


de Processo Civil, a intimação da embargada, na pessoa do seu advogado,
para responder no prazo legal de 5 (cinco) dias tendo em vista que o
eventual acolhimento implicará na alteração do dispositivo;

b) ao final, que Vossa Excelência se digne


em acolher os embargos dando-lhes provimento para sanar a obscurida-
de e declarar NULOS todos os atos praticados desde a partilha.

Termos em que, cumpridas as necessárias


formalidades legais, pede e espera o recebimento e provimento.

Limeira/SP, 11 de novembro de 2019

DAVES RICARDO DA SILVA


Advogado – OAB/SP 244598.

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