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11 de Outubro de 2022

2º Grau

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e


Territórios TJ-DF: 0715461-
33.2022.8.07.0000 - Inteiro Teor

Publicado por Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios há 2 meses

Processo
0715461-33.2022.8.07.0000

Órgão Julgador
2ª Turma Cível

Publicação
18/08/2022

Relator
JOÃO EGMONT

Inteiro Teor
Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO
FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS JoãoEgmont Gabinete do Des. João
Egmont Número do processo: 0715461-33.2022.8.07.0000 Classe
judicial: AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) AGRAVANTE: ANA
PAULA RONCISVALLE DE SOUZA AGRAVADO: DISTRITO
FEDERAL D E C I S Ã O Trata-se de agravo de instrumento interposto
por ANA PAULA RONCISVALLE DE SOUZA contra decisão proferida
em ação declaratória cumulada com ação anulatória com pedido de
tutela provisória de urgência nº 0704600-31.2022.8.07.0018, em que
contende com DISTRITO FEDERAL. De acordo com a decisão
agravada, foram acolhidos embargos declaratórios, tendo sido firmada
a competência do juízo da 3ª Vara da Fazenda Pública do Distrito
Federal, por fim, foi indeferido o pedido de liminar (ID 122032457): ?
Vistos etc. Acolho os embargos de declaração. A requerente manifestou
o interesse em produzir prova pericial para o desate da lide, conforme
escrito na peça de ingresso. Portanto, reconsidero a decisão de ID
121933370 e firmo a competência. Passo a analisar o pedido de tutela
de urgência. Trata-se de Ação de Conhecimento com pedido de Tutela
de Urgência ajuizada por ANA PAULA ROSNSCISVALE DE SOUZA em
face do DISTRITO FEDERAL requerendo: a) a declaração de
inexistência da relação jurídico-tributária relativamente ao IPTU e a
TLP dos imóveis com inscrição nº 50160826 e 50160850 até que
sobrevenha decisão que revogue ou confirme a liminar concedida nos
autos da ACP nº 2014.01.1.200681-9 e; b) a declaração de nulidade das
Certidões de Dívida Ativa que embasaram as execuções fiscais nº
0704072-03.2022.8.07.0016 e 0731049-71.2018.8.07.0016, em razão
da inexistência da relação jurídico-tributária. Narra a requerente que
firmou 2 (dois) instrumentos particulares de cessão de direitos e
obrigações, aquirindo 2 (dois) lotes no Conjunto 3 da Quadra 10 do
Condomínio Mini-Chácaras: a) inscrição IPTU nº 50160826 ? CD
MIN CH L SUL QD 10 CJ 3 LT 6 e; b) inscrição IPTU nº 50160826 ?
CD MIN CH L SUL QD 10 CJ 3 LT 6. Recorda o ajuizamento, em
19/12/2014, de Ação Civil Pública pelo Ministério Público do Distrito
Federal e Territórios requerendo: ?condenação dos réus a desfazer o
parcelamento irregular, recompondo a gleba a seu estado anterior e
desfazendo todas as edificações irregulares lá erigidas? ? autos de nº
2014.012.1.200681-9. Em seguida, registra decisão liminar da Vara do
Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do Distrito
Federal proibindo: ?a realização, prosseguimento ou conclusão de
quaisquer obras, de edificação, infraestrutura ou de outra natureza, na
região, bem como atos de supressão de vegetação, terraplanagem,
remoção de terras ou aberturas de vias de acesso ou circulação e
demarcação de quadras e lotes?. Sustenta que parte dos lotes do
Condomínio Mini-Chácaras tinham construções e eram habitados
pelos seus respectivos proprietários. Entretanto, alega que os seus lotes
estão situados em área sem infraestrutura e permanecem com
vegetação nativa. Mesmo assim, relata surpresa ao receber citação de 2
(duas) execuções fiscais propostas pelo réu, a saber: a) Execução Fiscal
nº 0704072-03.2022.8.07.0016 e; b) Execução Fiscal nº 0731049-
71.2018.8.07.0016 Aventa a inexistência de litispendência com os
embargos à execução ? autos de nº 0707222-29.2021.8.07.0015
opostos contra a execução fiscal de nº 0731049- 71.2018.8.07.0016.
Insurge-se contra a cobrança da exação. Para tanto, assevera que os
terrenos estão inseridos em uma área de mata e sem urbanização.
Assim, postula a inversão do ônus da prova para o réu ou
subsidiariamente a produção de prova pericial. Também indica que
não existem quaisquer melhoramentos previstos no artigo 32 do CTN
para a exigência dos tributos. Ainda destaca a decisão na Ação Civil
Pública mencionada alhures proibindo a construção na área do
condomínio. Desta maneira, sustenta o impedimento do exercício do
seu direito de propriedade afastando a incidência do fato gerador do
IPTU . Assim sendo, requer a declaração de inexistência de relação
jurídico-tributária anulando as Certidões da Dívida Ativa constantes
nas execuções fiscais retro citadas. Requer a concessão de tutela de
urgência determinando a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário relativo ao IPTU e à TLP dos imóveis de inscrição nº
50160826 e 50160850, nos termos do art. 151, V, do CTN, até a
prolação da sentença. No mérito, postula a confirmação da tutela de
urgência e a procedência dos pedidos anteriormente descritos. Deu à
causa o valor de R$ 59.134,42 (cinquenta e nove mil cento e trinta e
quatro reais e quarenta e dois centavos). No ID 121933370 declinei da
competência para um dos Juizados Especiais da Fazenda Pública do
Distrito Federal. Por sua vez, a requerente opôs embargos de
declaração alegando pedido expresso de produção de prova pericial nos
autos. Os autos vieram conclusos para decisão. É O RELATO. DECIDO.
Presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, passo à
apreciação do pedido de tutela de urgência. Cuida-se de pedido de
habilitação e recebimento de pensão militar. O Código de Processo
Civil, em seu artigo 300, condiciona a concessão da tutela de urgência à
presença de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Conforme bem
observa Daniel Amorim Assumpção Neves, ?a tutela de urgência é
aquela que resolve uma crise do perigo do tempo, ou seja, trata-se de
tutela que só será concedida se o juiz estiver convencido que, se tiver
que esperar para tutelar definitivamente a parte, a tutela será ineficaz
e/ou o seu direito terá perecido.? No que diz respeito à probabilidade
do direito, prossegue o ilustre processualista: ?O legislador não
especificou que elementos são capazes de convencer o juiz, ainda que
mediante uma cognição sumária, a conceder a tutela de urgência
pretendida. É natural que o convencimento do juiz para a concessão da
tutela de urgência passa pela parte fática da demanda, já que o juiz só
aplicará o direito ao caso concreto em favor da parte se estiver
convencido, ainda que em juízo de probabilidade, da veracidade das
alegações de fato da parte.? (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo
Código de Processo Civil Comentado. 2ªed. Salvador: ed. JusPodivm,
2017, p. 486 e 500.) Com efeito, dado o caráter excepcional da medida,
cumpre a parte requerente demonstrar, de plano, a presença de ambos
os requisitos autorizadores, probabilidade do direito e o perigo de dano
ou risco ao resultado útil do processo, sem os quais não se faz possível
a concessão da tutela de urgência. Os artigos 32 e seguintes do Código
Tributário Nacional dispõem sobre o IPTU : Art. 32. O imposto, de
competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial
urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse
de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei
civil, localizado na zona urbana do Município. § 1º Para os efeitos deste
imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal;
observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos
indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou
mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com
canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema
de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem
posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto
de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel
considerado. § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas
urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos
aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à
indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas
definidas nos termos do parágrafo anterior. Art. 33. A base do cálculo
do imposto é o valor venal do imóvel. Parágrafo único. Na
determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens
móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel,
para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou
comodidade. Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do
imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer
título. Já o Decreto Distrital nº 28.445/2007 consolidou a legislação e
instituiu o IPTU no âmbito do Distrito Federal. Os seus artigos 1º e 3º
trazem o fato gerador e o conceito de contribuinte: Art. 1º. O Imposto
sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU , tem como
fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel
por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil (Decreto-
Lei nº. 82, de 26 de dezembro de 1966, art. 3º): I - localizado na zona
urbana do Distrito Federal; II - que, independentemente da
localização, tiver área igual ou inferior a um hectare e não se destinar à
exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal ou agroindustrial; III -
destinado a recreio ou lazer, independentemente de sua dimensão e
localização. § 1º Para os efeitos deste Regulamento, consideram-se
zona urbana as áreas ou setores do Distrito Federal em que se observa
a existência de, no mínimo, dois dos melhoramentos abaixo
relacionados, construídos ou mantidos pelo Poder Público (Lei nº.
5.172, de 25 de outubro de 1966, art. 32; Decreto-Lei nº. 82, de 26 de
dezembro de 1966, art. 4º): I - meio-fio ou calçamento, com
canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema
de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem
posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto
de saúde. § 2º O requisito previsto no inciso V do parágrafo anterior
deverá estar situado a, no máximo, três quilômetros do imóvel
mencionado no caput deste artigo. § 3º São também consideradas
urbanas, para fins de cobrança do IPTU : I - as áreas urbanizáveis ou
de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos
órgãos competentes, destinados à habitação, indústria ou comércio,
mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do
parágrafo anterior; II - as áreas não registradas nos cartórios de
registro de imóveis, mas destinadas ou utilizadas como residência e
comércio (Lei nº. 3.518, de 28 de dezembro de 2004, art. 3º). § 4º A
incidência do imposto independe do cumprimento de quaisquer
exigências legais, regulamentares ou administrativas, relacionadas com
o imóvel, sem prejuízo das cominações legais cabíveis. (...) Art. 3º.
Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu
domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Art. 4º. O imposto
transmite-se aos adquirentes e remitentes, salvo se constar, da
escritura, certidão negativa de débitos referentes ao imposto. § 1º O
espólio é responsável, até a abertura da sucessão, pelo pagamento do
imposto relativo aos imóveis que pertenciam ao de cujus. § 2º A massa
falida é responsável pelo pagamento do imposto relativo aos imóveis de
propriedade da empresa falida. § 3º Respondem solidariamente pelo
pagamento do imposto o titular do domínio útil, o justo possuidor, o
titular do direito de usufruto ou uso, os promitentes compradores
imitidos na posse, os cessionários, os posseiros, os comodatários e os
ocupantes a qualquer título do imóvel. § 4º O possuidor direto é o
responsável no caso especificado no art. 12- A. No caso dos autos, não
verifico a presença dos requisitos legais autorizadores da tutela de
urgência, porquanto não foram trazidos aos autos elementos aptos a
evidenciarem o direito inequívoco das partes autoras. Cabe salientar
que a Administração Pública é pautada pelos princípios da supremacia
do interesse público sobre o particular e pela indisponibilidade
interesse público, considerados as pedras de toque do direito
administrativo. De sua vez, o regime jurídico administrativo estabelece
um rol de prerrogativas para o Estado, com traços de autoridade e
supremacia sobre o indivíduo, pretendendo à consecução de fins de
interesse geral. Entendo que o conjunto documental colacionado não é
capaz de demonstrar qualquer ilegalidade ou abuso de poder na
cobrança dos impostos relativos aos lotes em condomínio irregular
adquiridos pela demandante. Registre-se que os documentos
unilaterais coligidos com a peça vestibular, não são hábeis para o
mister perseguido em sede de tutela provisória de urgência. Com
efeito, a legitimidade ou não da pretensão somente poderá ser
devidamente avaliada após a integração do contraditório e mediante
dilação probatória, de modo a restarem esclarecidos eventuais
impedimentos para o uso da propriedade e possível inviabilidade do
ente federado exigir os tributos questionados. Por outro lado, de per si,
não vislumbro o dano irreparável. Acaso o direito aventado pela
requerente eventual declaração de inexistência de relação jurídico-
tributária terá efeitos retroativos. E, como é cediço, a verossimilhança
no caso é em desfavor da parte e favorável ao Poder Público, uma vez
que os atos administrativos gozam da presunção de legitimidade e
veracidade, a qual decorre do princípio da legalidade a que se submete
a Administração Pública, elemento informativo de todo agir do Estado.
Por esse motivo, a concessão de tutela de urgência demanda a presença
de ilegalidade flagrante, o que não verifico in casu. Nesse sentido se
manifestou o Eg. TJDFT em situação análoga: AGRAVO DE
INSTRUMENTO - TUTELA DE URGÊNCIA - SUSPENSÃO DA
COBRANÇA DE IPTU - LOTE INSERIDO EM ÁREA DE
PRESERVAÇÃO PERMANENTE - DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA -
PROBABILIDADE DO DIREITO NÃO CONFIGURADA - RISCO AO
RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO NÃO DEMONSTRADO - LOTE
ADQUIRIDO HÁ DEZ ANOS - REQUISITOS AUSENTES - DECISÃO
MANTIDA. 1. Os requisitos da tutela recursal equiparam-se à tutela de
urgência, estabelecidos no art. 300 do CPC, que exige a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 2.
Em relação ao primeiro requisito, o feito na origem encontra-se em
fase muito incipiente, necessitando do contraditório e instrução
probatória mais aprofundada, o que não pode ser realizado nesta via. 3.
As razões alinhavadas pelos agravantes, somadas às manifestações dos
órgãos públicos que instruem a resposta do agravado, não mostram, de
forma inequívoca, que o Poder Público instituiu um benefício coletivo
(área de preservação ambiental) em detrimento do patrimônio do
particular. 4. Igualmente não se faz presente o perigo de dano ou risco
ao resultado útil do processo, segundo requisito da tutela de urgência,
pois desde 2007 os agravantes são proprietários do bem e somente
agora buscam provimento judicial para se verem desobrigados do
pagamento do IPTU , a indicar que podem aguardar o desfecho da lide.
5. Recurso desprovido. (Acórdão 1107795, 07017223220188070000,
Relator: JOSAPHA FRANCISCO DOS SANTOS, 5ª Turma Cível, data
de julgamento: 4/7/2018, publicado no DJE: 13/7/2018. Pág.: Sem
Página Cadastrada.) Assim, tenho que a pretensão somente poderá ser
devidamente avaliada após a integração do contraditório e mediante
dilação probatória, restando esclarecida a existência do direito
postulado pelas partes requerentes. Desse modo, mostra-se imperioso
aguardar o desenvolvimento regular da marcha processual para, ao
final, decidir sobre direito vindicado. Estribado nos argumentos acima
expostos e ante a ausência dos requisitos exigidos pelos artigos 300 e
seguintes do CPC, indefiro a Tutela de Urgência. Intimem-se. Cite-se.?
Em seu recurso, o agravante pede a antecipação dos efeitos da tutela
recursal, para o fim de que seja reformada a decisão agravada e
determinada a imediata suspensão da exigibilidade do IPTU que recai
sobre os lotes de sua titularidade. Afirma que pretende a suspensão da
exigibilidade de créditos tributários do Imposto Predial e Territorial
Urbano (? IPTU ?) e da Taxa de Limpeza Pública (?TLP?), que vêm
sendo executados pelo GDF . Alega que os imóveis que justificam a
cobrança do IPTU estão localizados no Conjunto 3 da Quadra 10 do
Condomínio Mini-Chácaras Lago Sul (?Mini- Chácaras?), que, por
força de medida liminar deferida na Ação Civil Pública (?ACP?) nº
2014.01.1.200681-9, possuem restrição em relação a ?realização,
prosseguimento ou conclusão de quaisquer obras, de edificação,
infraestrutura ou de outra natureza, na região, bem como atos de
supressão de vegetação, terraplanagem, remoção de terras ou aberturas
de vias de acesso ou circulação e demarcação de quadras e lotes?.
Argumenta que a multa pelo descumprimento da determinação judicial
foi fixada em R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), e, até a data da
interposição do presente agravo, permanecia em vigor. Sustenta que
parte dos lotes existentes no Mini-Chácaras já estavam edificados e
eram utilizados como moradia por seus proprietários, mas essa não é a
realidade de todas as quadras do condomínio, já que os lotes
adquiridos pela agravante estão localizados em área na qual não foi
realizado nenhum tipo de obra de infraestrutura e permanece,
inclusive, com a vegetação nativa preservada. Sustenta que, em casos
como esse, relacionados a imóveis localizados na mesma quadra do
mesmo condomínio, este E. TJDFT já se manifestou pela ilegalidade da
cobrança do IPTU , a exemplo do acórdão, já transitado em julgado,
proferido nos autos do Processo nº 0037104- 44.2016.8.07.0018. Alega
que, não obstante, mesmo sem nunca ter recebido nenhuma
notificação da Secretaria de Fazenda (?SEFAZ/DF?), a Agravante
responde a duas Execuções Fiscais em que o Distrito Federal pretende
cobrar o IPTU e a TLP supostamente devidos em decorrência da
existência dos mencionados lotes. Sustenta que requereu (i) a
declaração de inexistência da relação jurídico-tributária e (ii) a
anulação dos créditos já constituídos. No que interessa ao presente
Agravo, foi pleiteado, em caráter de urgência, a suspensão das
execuções já existentes e das que porventura venham a ser ajuizadas no
futuro, para que a Agravante não sofresse nova penhora on-line na
Execução Fiscal nº 0704072-03.2022.8.07.0016, bem como para que
não houvesse a conversão em renda do GDF da garantia em dinheiro
já prestada na Execução Fiscal nº 0731049-71.2018.8.07.0016. Por
outro lado, sobreveio decisão que indeferiu a tutela de urgência sob o
argumento de que ?não foram trazidos aos autos elementos aptos a
evidenciarem o direito inequívoco? da agravante. Aduz que os lotes
adquiridos pela agravante não são sequer acessíveis por qualquer via e
não podem ser tratados de nenhuma forma, por determinação expressa
do Poder Judiciário. Tal fato, alheio à vontade da agravante, impede
que se exerça qualquer propriedade, posse ou domínio útil sobre o
imóvel, afastando por completo a incidência do fato gerador.
Argumenta que ao analisar ação idêntica ajuizada por outro adquirente
de lotes da Quadra 10 do Mini-Chácaras, ou seja, na mesma quadra do
mesmo condomínio ? Processo nº 0037104-44.2016.8.07.0018 ? o
MM. Juízo da 4ª Vara de Fazenda Pública do DF deu provimento aos
pedidos autorais, decisão que foi confirmada pelo E. TJDFT e já
transitou em julgado. Como razões de decidir, o Tribunal afirmou que o
?detentor de eventuais direitos possessórios não pode ser compelido a
pagar Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana -
IPTU , em relação ao período que não dispôs dos poderes de usar,
gozar e fruir do bem?. Por meio da decisão de ID 35357491, foi
indeferido o pedido liminar. É o relatório. Em consulta ao serviço
informatizado do Tribunal, verifica-se que foi proferida sentença no
feito de origem, no dia 8/7/2022 (ID 130672624 ? autos de origem).
Segundo consta do art. 1.018, § 1º, do CPC, a superação da decisão
agravada importa na prejudicialidade do agravo de instrumento e,
consequentemente, na perda superveniente do interesse recursal. Esse
entendimento tem apoio na jurisprudência desta Corte: ?Tendo sido
proferida sentença no processo de origem, com celebração de acordo e
requerimento de desistência da causa, ocorre a perda de objeto do
Agravo de Instrumento.? ( 07021712420178070000, Relator: Sebastião
Coelho 5ª Turma Cível, Publicado no PJe: 05/12/2017.) Portanto,
JULGO PREJUDICADO o recurso, diante da perda superveniente de
interesse recursal, com apoio nos arts. 932, III, e 1.018, § 1º, ambos do
CPC. Publique-se. Intimem-se. Operada a preclusão, arquivem-se os
autos. Publique-se. Intimem-se. BRASÍLIA, DF, 9 de agosto de 2022
17:32:55. JOAO EGMONT LEONCIO LOPES Desembargador

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1619362089

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NÃO CONFIGURADA ? RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO NÃO
DEMONSTRADO ? LOTE ADQUIRIDO HÁ DEZ ANOS ? REQUISITOS AUSENTES ?
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