PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR CARLOS ALBERTO MENDES FORTE
Processo: 0625654-63.2021.8.06.0000 - Agravo de Instrumento
Agravantes: MVC Rota das Emoções Empreendimentos Turisticos Ltda, Sun City Hotelaria Administradora Ltda, Pibb Participações S/A, Manhattan Summer Park - Empreendimentos Imobiliários Ltda, Manhattan Beach Riviera Empreendimentos Imobiliários Ltda, Manhattan New York - Empreendimentos Imobiliários Ltda, Manhattan Celebration Empreendimentos Imobiliarios Ltda e Manhattan Park Estacionamento Ltda Agravados: Espólio de Pedro Felipe Barbosa Borges e Katherine Otoch Simões Borges
DECISÃO MONOCRÁTICA
1. Trata-se de recurso de agravo de instrumento com pedido de
tutela de urgência interposto por MVC Rota das Emoções Empreendimentos Turísticos LTDA. e outros contra decisão do Juízo da 3ª Vara Cível da Comarca de Fortaleza/CE, que determinou a penhora do pró-labore dos executados, devendo, para tanto, ser realizada pesquisa de ativos através do sistema SISBAJUD em nome das empresas que pertencem aos executados, certidões emitidas pela Junta Comercial do Estado do Ceará às fls. 92/99, até o limite da execução no valor de R$ 12.028.835,70, de logo registrando que em sendo realizado bloqueio a maior do que o valor constante na presente ordem, deverão as partes comunicar de forma direta ao juízo para adoção de providências para que possa ser adotado o imediato desbloqueio do que exceder via sistema, fls. 394/397.
2. Nas razões recursais (fls. 01/15), alegam a sociedades
agravantes, em suma, que o magistrado a quo ao considerar a possibilidade de, havendo recebimento de pró-labore pelos sócios, realizar a penhora sobre a dita verba, nos termos do art. 835 do CPC, deveria ter realizado nas contas dos sócios, entretanto a constrição dos valores ocorreu sobre o patrimônio das pessoas jurídicas, o que é indevido, já que não foi observado o trâmite legal, tampouco o princípio do contraditório e da ampla defesa. Aduzem que a restrição em seu ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR CARLOS ALBERTO MENDES FORTE patrimônio somente poderia ter ocorrido se fosse instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica e restasse comprovado que os sócios ou administradores se utilizaram da pessoa jurídica para satisfazer interesses pessoais, não sendo preenchido nenhum dos dois requisitos pela decisão do magistrado de primeiro grau, o que atesta a ilegalidade da constrição. Alfim, postula pela concessão do efeito suspensivo, para determinar a imediata liberação dos valores bloqueados nas contas das agravantes, bem como a suspensão de demais atos de constrição e, em sede de julgamento camerário, pugna pelo provimento do recurso.
3. Juntou os documentos de fls. 16/222.
4. Dormita à fl. 226, despacho reservando-se para analisar a
pleiteada após a realização do contraditório.
5. A parte agravante manejou a petição de fl. 227, requerendo a
desistência do recurso, em razão do Magistrado de primeira instância ter exercido o juízo de retratação.
6. É o relatório. Passo a decidir.
7. Observa-se que o agravo carece de pressupostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular, pois ausente o interesse da parte, já que o recorrente desistiu do recurso. Dessa feita, torna-se prejudicado o exame do presente agravo de instrumento, posto que ausente o interesse processual em reformar o decisum.
8. Assim, em obediência à regra disposta nos arts. 932, III e 998,
ambos do Código de Processo Civil de 2015, julgo PREJUDICADO o presente agravo de instrumento, tendo em vista a desistência da recorrente.
9. Expedientes necessários.
Fortaleza, 29 de abril de 2021.
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